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O passo a passo de uma obra

Manual da Obra

Obra é uma coisa tão grande, tão cheia de detalhes, mas TÃO complicada,
que a gente nem sabe por onde começar. E taí uma coisa que as pessoas normalmente não
explicam. Esse texto explica, pelo menos em parte, o passo a passo, com algumas dicas sobre
quais materiais comprar de cada vez e o que observar durante cada etapa.

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Passos iniciais e fundação

Uma fundação mal feita, e babau -- você terá uma casa com rachaduras,
incapaz de suportar uma reforma que envolva a construção de um andar superior, ou até
mesmo problemas estruturais graves que podem efetivamente condenar a casa. Por isso,
não tente fazer economia impensada nesta fase. Os primeiros passos serão simplesmente
fundamentais para o restante da obra.

 Depois de limpar o terreno (medida número um), veja se é preciso corrigir desníveis
com aterro. Lembre-se de manter o terreno, sempre que possível, acima do nível da
rua, para evitar que a água das chuvas entre nele e inunde sua futura casa! Além de
jogar a terra, é preciso compactá-la muito bem. Muitas vezes o pessoal que vende
aterro trabalha em conjunto com alguém que tem um rolo compressor.
 Instalar o ponto de luz, isto é, a "casinha" onde fica o relógio medidor de consumo e
o disjuntor principal da casa. Não é algo exatamente barato, principalmente por conta
dos fios e da ligação que deve ser feita ao poste da rua. A lista de materiais exigidos,
fora os óbvios tijolo/areia lavada/cimento, normalmente pode ser encontrada no site da
companhia de eletricidade do estado. Aproveite a visita à loja de materiais elétricos e
compre, além dos materiais exigidos para a casinha, também um disjuntor tripolar, fita
isolante e cabo, de pelo menos 10mm, dividido em três pedaços equivalentes à metade
do comprimento do terreno. Esse material extra será necessário, depois, para ligar
equipamentos como betoneira, compactador, perfuratriz de sondagem ou de fundação,
etc.

 Contratar uma empresa especializada em sondagens de terreno é fundamental. Na


verdade, isso já deve ter sido feito antes mesmo da fase de projeto da casa, mas se
você comprou um terreno novo e quer aproveitar um projeto que já estava pronto, pode
ser preciso redesenhar o projeto de fundação. É uma empresa assim que pode descobrir
as características do terreno, e o laudo de sondagem é a informação básica para que o
engenheiro calculista defina o tipo de fundação mais adequado. O custo de uma
sondagem é de aproximadamente R$ 800,00 (valores de 2006, em Brasília), o que não
é exatamente barato, mas que vale muito a pena se considerarmos os riscos de uma
fundação mal feita.

 Sabendo-se o tipo de fundação que será utilizado, é preciso pegar, com o


engenheiro calculista, o engenheiro RT ou o mestre de obra, os quantitativos dos
materiais que serão utilizados, e comprá-los -- basicamente, areia lavada, cimento,
brita e ferros de diferentes medidas. Normalmente, pela quantidade baixa, não é
vantajoso comprar concreto usinado (pronto). Por isso, pode ser necessário também
alugar uma betoneira para misturar o concreto.

 Caso a fundação definida pelo projeto seja de estacas com mais de 3m de


profundidade, ou de estacas Strauss (usadas quando é preciso passar do lençol d
´água), é preciso contratar uma empresa com o equipamento para a furação. Pode ser
que a mesma empresa que fez a sondagem também faça esse tipo de serviço.
 Definir com o mestre de obra como fazer o barracão, que será usado para guardar o
material para o início da obra. Muitas vezes os mestres de obra já têm o material para
fazer um barracão simples, mas pode ser preciso comprar chapas de madeirite, telhas
de fibra, pregos, duas ou três dobradiças para a porta, e uma corrente com cadeado
para fechá-la. NUNCA se pode deixar saco de cimento em contato direto com o chão!

{mospagebreak title=Baldrame}

Baldrame (vigas de piso)

Baldrame, alicerce, chame como quiser -- trata-se do "pé" da casa.


Lembrando que "vigas" são iguais às colunas, só que ficam na horizontal, o baldrame é o
conjunto de vigas interligadas que se sustenta sobre a fundação. A maior atenção que se
deve ter nessa fase e na próxima (a construção do contrapiso) é com a impermeabilização,
para evitar que as futuras paredes tenham aquele nada simpático tom verdinho que tanto
desagrada os alérgicos.

 Compre os tijolos que serão usados nas paredes. O engenheiro e o mestre de obra
podem indicar quais são os tijolos mais adequados -- nem sempre o melhor é o tijolo
furado de 20x20x10cm, o mais comum e barato. Isso porque as colunas e vigas devem
ter, segundo as normas atuais de engenharia, 12cm de espessura. A diferença na
espessura dos tijolos e das vigas significa que você vai gastar mais madeira para fazer
as formas das colunas, porque elas precisarão ter um "dente" de 1cm de cada lado da
parede, e depois esse centímetro de desnível nas paredes terá que ser compensado com
reboco, que é bem caro. Pode ser vantajoso comprar tijolos de 12cm de largura, mas
eles são mais caros e bem mais difíceis de encontrar, o que significa a necessidade de
encomendar com 20 ou 30 dias de antecedência.
 Marcar, ainda na planta, onde ficarão as esperas de água, esgoto (inclusive os tubos
de respiro, que devem subir até o telhado e são necessários para evitar mal cheiro nos
banheiros), telefone, TV e energia, que precisam passar pelas vigas e colunas. Não é
nada recomendável quebrar uma viga ou coluna já construída para passar canos por
dentro delas, porque isso afeta e muito a estrutura. Momento para pensar longe: é
preciso definir logo se as pias de cada banheiro desse piso serão de coluna ou bancada.
Isso porque é preciso deixar a espera de esgoto para a pia de acordo com o modelo:
para coluna, a saída pode ficar no chão, próxima à parede, seguindo direto para o ralo
sifonado; enquanto a pia de bancada exige saída na própria parede, onde será
encaixado o sifão do ralo, e a respectiva tubulação passando pela parede e pela viga
inferior.
 Comprar os ferros para as vigas e também para, pelo menos, a metade de cada
coluna. Isso porque a ferragem das colunas já é amarrada e concretada nas vigas,
cabendo ao pessoal, depois, apenas amarrar mais ferros para subir as colunas até a
altura do teto. Também é preciso comprar, geralmente, cimento, areia lavada, Vedalit
para impermeabilizar, tábuas de diversas medidas para as formas de vigas e colunas,
arame recozido, linha, prego 17x27, lápis de carpinteiro, trenas e esquadro.
 Comprar também, ou arranjar de algum lugar, alguns pedaços de canos que
poderão ser colocados como esperas para a tubulação e os conduítes. Pode-se usar
somente canos de esgoto, que são mais baratos, para que os canos de água fria e
quente passem por dentro deles; ou pode-se já de cara comprar canos na mesma
medida e especificação dos que serão utilizados -- nesse caso, será preciso ligá-los ao
resto do encanamento usando luvas, que serão tratadas posteriormente.
 Conferir e discutir com o mestre de obra os níveis da casa em cada cômodo. Quando
há diferença de nível, é preciso redobrar a atenção para a existência de vigas que ficam
em níveis diferentes.
 Antes de concretar, conferir as esperas das ferragens para a construção das colunas.

{mospagebreak title=Contrapiso}

Contrapiso

O contrapiso é a primeira camada de concreto que se lança sobre a terra


nua para formar aquilo que depois chamamos de piso. Não é preciso que seja muito grosso,
ou de concreto muito forte, e também não precisa ser absolutamente lisinho e nivelado.
Nesta etapa é preciso observar bem o que o projeto define como tubulação subterrânea e
tomar os devidos cuidados para impermeabilização. Esta etapa é bem rápida, coisa de três
dias mais ou menos.

 Comprar toda a tubulação de esgoto que corre pelo piso: ralos, caixas sifonadas,
caixas de gordura, tubos, joelhos, luvas, tampas para caixas de inspeção, etc), com
alguns caps de diferentes medidas. Esses caps são peças no mesmo material dos canos,
que servem para tampá-los durante a obra. Isso é importantíssimo para evitar que
caiam concreto e outras sujeiras nos canos, o que comprometeria MUITO as saídas de
esgoto e causaria entupimentos constantes. Também é preciso comprar algum material
de eletricidade: conduítes (mangueiras corrugadas ou eletrodutos) para as fiações, já
em quantidade suficiente para as fases de alvenaria e reboco; fita isolante para amarrar
os conduítes; e o material necessário para fazer o sistema de aterramento elétrico da
casa, fundamental para evitar que raios queimem sua geladeira e seu computador.
Normalmente é suficiente comprar alguns metros de fio de cobre desencapado de 8mm
ou 10mm (comumente chamado de cordoalha) e três estacas de cobre.
 Se este contrapiso tem contato direto com a terra, uma boa dica de
impermeabilização é comprar uma tesoura e lona -- sim, aquela lona preta. Mas não é
qualquer lona, não: lona é fabricada em diferentes espessuras e a mais adequada é a de
20 micrômetros (simplesmente, 20 micra).  Ela é vendida em rolos, com 4m ou 8m de
largura, devidamente dobrados para facilitar o transporte, e não é preciso contratar
frete para isso. É preciso comprar pelo menos o dobro da medida da área construída,
porque essa lona será colocada em duas camadas sob todo o contrapiso e contornando,
por cima, as vigas do baldrame.E, é claro, o pessoal da obra sempre vai achar alguma
outra aplicação para lona, como fazer uma barraquinha com sombra ou cobrir os tijolos.
 Conferir previamente o posicionamento dos quadros de energia, telefone,
comunicação e antenas, para passar logo os eletrodutos subterrâneos que forem
necessários.
 Definir os desníveis que separarão os cômodos. Nem sempre eles estão no projeto, e
poucas coisas são tão irritantes quanto água escorrendo para a sala quando se lava a
cozinha, por exemplo. O nível final será dado numa fase seguinte, antes do
assentamento do piso, mas definir os níveis aqui poupa material.

{mospagebreak title=Alvenaria}

Alvenaria
Aqui é quando a obra FINALMENTE parece estar andando -- até agora,
você gastou OS TUBOS de dinheiro e ainda não teve a sensação de estar fazendo algo de
útil. É a etapa de subir as paredes, de botar tijolo sobre tijolo. Os cômodos surgem, já dá
para ter uma certa noção de espaço (mas sempre parece menor do que é na verdade, não
se iluda!), e é uma fase rápida. Atenção em duas palavras mágicas: esquadro e prumo. Os
pedreiros e o mestre de obra devem estar muito atentos a isso. O esquadro é a angulação
entre uma parede e outra, como se a obra estivesse sendo vista do alto. Normalmente é de
90 graus, pode ser intencionalmente diferente disso, mas a mínima diferença em relação ao
previsto significa que você vai ter que fazer um cômodo "torto", com aquele piso que numa
ponta tem 10 azulejos e na outra ponta tem 10 e meio. Já o prumo é o alinhamento vertical
da parede: a não ser que o seu arquiteto e você gostem de coisas exóticas, parede boa é
parede retinha, e não uma que parece que vai cair.

 Comprar cimento, areia lavada, areia rosa, brita, arame recozido, pregos e tábuas
para as formas das colunas. Também é preciso comprar ferros para as colunas, para as
cintas (que são as vigas do alto das paredes, onde o telhado se sustenta) e para as
vergas e contravergas, nomes quase indecentes para pequenas vigas ou barras que
ficam no alto e embaixo de cada janela ou porta. Elas nem sempre são definidas no
projeto estrutural da casa e isso faz com que normalmente falte ferro no fim da obra.
Mas, sem elas, surgem aquelas rachaduras diagonais que saem dos cantos das
esquadrias e se espalham pela parede -- um detalhe de acabamento que ninguém
gosta.
 Conferir ou definir, antes de começar, a altura de cada cômodo. Isso é o chamado
"pé-direito" da obra, sabe Deus por quê. Nem sempre o projeto é detalhado em relação
a isso, e é preciso considerar coisas como desníveis existentes na casa (um cômodo
pode ficar com altura boa mas outro ficar baixo demais) e a existência de tubulação de
esgoto no andar superior (que vai exigir o uso de forro no teto). A medida normal fica
entre 2,60m e 2m90.
 Conferir o local exato e o tamanho das esquadrias, inclusive o posicionamento e
tamanho das vergas e contravergas.
 Mesmo quando não há andar superior, as paredes não acabam depois que chegam à
altura da laje -- elas devem seguir até o telhado, dependendo do desenho adotado pelo
projeto. Nesse caso, é preciso conferir até que altura elas vão seguir, e a inclinação que
devem proporcionar ao telhado.
 Ao se chegar no alto das paredes, antes de construir as cintas, é preciso conferir DE
NOVO os pontos das colunas e das vigas superiores que devem ter esperas para água,
esgoto e conduítes de energia, telefone, antena, etc.

{mospagebreak title=Laje}

Laje

Imortalizada por Caco Antibis, o personagem de Miguel Falabella no extinto programa Sai
de Baixo, a laje é o teto da casa, sob o telhado -- a não ser, claro, que o projeto dispense a
laje e use somente um forro, ou o telhado aparente. A laje é normalmente necessária
quando há um andar superior -- nesse caso, é a chamada laje de piso, mais forte e mais
cara do que a simplória laje de teto, usada com a mesma função do forro.

É muito arriscado, e freqüentemente impossível, mudar uma laje depois de pronta, porque
ela é elemento estrutural na sustentação da casa. Uma laje comum é composta por três
elementos. As vigotas são barras de concreto e ferro que são passadas por todo o telhado,
por baixo das barras de ferro que ficam no alto das cintas. Elas são compradas sob medida
-- o fabricante deve visitar a obra para calcular o comprimento e o tipo de ferro que será
usado nas vigotas -- e são elas que definem a qualidade de uma laje. As lajotas servem
apenas como suporte: elas são como tijolos e são apoiadas entre as vigotas, para que
depois se cubra tudo com concreto. Hoje as lajotas mais comuns são de cerâmica e de
isopor. As duas têm preços iguais ou bem próximos. Enquanto as lajotas de isopor são bem
mais leves (claro) e ajudam muito para o isolamento de calor e de barulho entre os
andares, elas não são boas para reboco de cimento no teto -- nesse caso, recomenda-se
usar forro ou um material chamado gesso-cola para o teto. Por fim, o último elemento da
laje é o concreto por cima dela, que deve seguir exatamente as orientações do engenheiro
quanto a espessura e resistência (determinada pela proporção entre água, cimento, brita e
areia).

 Encomendar a laje ainda durante a fase de alvenaria, pois ela demora alguns dias
para ficar toda pronta. Se você pensa em usar beirais, que ficam por baixo do
madeiramento do telhado nas partes em que eles se estendem além das paredes, avise
a empresa, porque poderá ser necessário aumentar o cálculo da área da laje.
 De material elétrico, comprar as caixinhas octogonais de altura dupla que são
usadas para fixar luminárias de teto, e mais conduítes se necessário. Quem quiser pular
etapas, pode aproveitar o embalo para comprar também as caixinhas de parede que
serão usadas para tomadas e interruptores (simples ou duplas) e para luminárias de
parede (octogonais de altura simples, pequenas ou grandes).
 Comprar escoras de madeira, tambem chamadas indecentemente de paus roliços.
São usadas para apoiar a laje depois que ela é montada e concretada, e devem ficar
montadas por pelo menos 30 dias para garantir a secagem da laje.
 Se houver andar superior, comprar toda a tubulação de esgoto que será usada, com
os respectivos caps de proteção.
 Onde houve banheiro ou uma varanda aberta, pode ser preciso tomar alguma
medida para impermeabilização da laje, que pode ser com lona ou com algum produto
específico. O engenheiro RT pode dar umas boas dicas sobre isso.

{mospagebreak title=Telhado}

Telhado

Se não houver outro andar, já é hora de fazer o telhado -- assim, pode-se


continuar o resto do trabalho sem preocupação com chuva, e a própria obra pode servir de
depósito para mais material. O telhado, porém, costuma ser caro, principalmente quando é
dos tradicionais, com madeira e telhas de cerâmica. Existem telhas de vários formatos,
tamanhos e cores, e das medidas delas é que se tira a conta do madeiramento que será
necessário -- também em diversas madeiras existentes. As combinações são inúmeras.
Para minha casa, adotei telhas do tipo americana -- parecem as coloniais, mas são
grandonas, com menos peças por metro quadrado, e por isso são mais leves e, mesmo
sendo mais caras por milheiro, saem mais em conta. Ah, na cor mesclada, aquela branca
que parece queimadinha na outra ponta. Para madeira, dado o preço salgado do tradicional
e ultra-resistente ipê, usei angelim vermelho -- uma madeira bem forte, que não agrada os
cupins, e que vem sendo muito adotada no lugar do ipê. Mas tem a característica de feder a
chulé enquanto não está devidamente seca...
O material é relativamente fácil de encontrar e, dependendo da escolha, não precisa ser
comprado com tanta antecedência. Mas é preciso pegar no pé do mestre de obra ou do
engenheiro RT para se fazer a lista de materiais necessários, que normalmente não são
definidos nas plantas do projeto.

 Comprar madeiramento com pelo menos 3 dias de antecedência, duas brocas longas
para madeira, um disco de serra para madeira e um para cerâmica, disco de lixa (com
disco de borracha), barra rosqueada do diâmetro da broca com as respectivas arruelas e
porcas (sai mais barato que comprar parafusos), pregos para as ripas, telhas (pelo
menos 2 dias de antecedência), cumeeiras das telhas (são vendidas por unidade).
 Como eu já disse, existem muitas opções para o madeiramento, mas os principais e
mais recomendados são o ipê, o angelim, o cumaru (também chamado de ipê-
champanhe, mais claro e um pouco menos resistente que o ipê comum) e
maçaranduba. Você já deve ter lido em vários lugares para comprar madeira já
envelhecida e seca, que não empena, mas eu não encontrei nenhuma madeireira que
tivesse material assim, porque elas não se arriscam a trabalhar com estoque grande e a
rotatividade do material é alta. O que você pode fazer é já deixar acertado que, em caso
de empenamentos, o material terá que ser trocado. Se a madeireira não aceitar essa
condição, procure outra! E, se o telhado não é aparente, considere com carinho a opção
de usar estrutura metálica em vez de madeira -- o número de empresas especializadas
é crescente e os preços estão ficando bem melhores, ``as vezes até mais em conta do
que madeira. Só que, nesse caso, a instalação não será feita pelo pessoal do mestre de
obra, e sim pela empresa.
 Outro truque maldito das madeireiras: um bom projeto de telhado vai incluir
medidas rigorosamente especificadas e de certa forma padronizadas para as vigotas,
mas no mercado você vai se deparar com a maioria das lojas vendendo apenas vigotas
cortadas em medidas ligeriamente menores do que esse padrão. Óbvia mutreta para
fazerem a madeira render mais. E, acredite, cada centímetro de espessura faz uma
diferença BRUTAL na resistência da madeira. Não aceite medidas menores, não caia em
papo de vendedor do tipo "ah, essa medida ninguém trabalha mais, agora só tem essa
aqui" ou "pode levar que não vai fazer diferença!", e só aceite uma medida diferente se
for para mais, ou seja, maior. Certamente vai sair mais caro, mas se você não fizer isso
será enorme a probabilidade de que em 6 meses ou menos seu telhado fique
completamente envergado.
 Se os recursos permitirem, vale a pena comprar a chamada subcobertura, que é
uma manta aluminizada colocada entre o madeiramento e as telhas. É coisa cara, mas
serve para isolar o calor e, principalmente, impede goteiras causadas por deslocamento
das telhas. Se o dinheiro estiver curto, pode-se usar lona, que não é a mesma coisa
mas é melhor do que nada.
 O telhado pode ser extremamente caro, especialmente em casas térreas. É
altamente recomendável que, depois da última telha colocada, você dispense o pessoal
por uns meses, deixe a obra parada, termine de pagar o material e só retome a
construção depois que refizer as economias.

{mospagebreak title=Canos e caixinhas}

Instalações

Depois de gastar uma boa grana com ferro e cimento para a fundação,
essa é a próxima etapa que come dinheiro. As paredes são "rasgadas" para a instalação dos
canos, dos registros, das caixinhas de tomadas. O material não é tão caro assim, vá lá, mas
também não é baratinho como tijolo, e quem quer fazer uma casa que preste não pode
abrir mão de usar materiais da mais alta qualidade possível -- não tem coisa pior do que ter
que quebrar parede para trocar um registro, consertar cano que rachou, essas coisas. Se é
que vale a opinião, lá vai: tubulação pra mim é Tigre ou Amanco/Fortilit, registro é Deca ou
Tigre!

Essa fase é uma das mais chatinhas. O mestre de obra NUNCA vai te dizer exata e
precisamente o que você precisa comprar. Depois que você chegar da loja com o material,
ele vai olhar pra você e perguntar "você comprou a luva de 100?", e você vai querer
esbofetear o miserável porque ele nunca tinha falado de luva nenhuma. Por mais que o
engenheiro RT ou você mesmo se esmere em calcular quanto vai precisar de cada coisa --
luvas, joelhos de 90 graus, joelhos de 45 graus, registros, etc -- sempre vai faltar alguma
coisa na hora em que os caras vão montar os tubos. Fora que, não raramente, eles erram,
e aí é difícil aproveitar alguma coisa de um trecho de tubulação que precisou ser cortado
fora.
A solução? Faça logo um acerto prévio com o dono da loja de materiais de construção mais
próxima da obra, ou com o fornecedor preferido do mestre de obra, para que, quando faltar
alguma coisa em cima da hora, eles possam ir lá e pegar, para que você pague depois. Ou
deixe que o mestre de obra pague e você se acerta com ele depois. É, tem que confiar,
fazer o quê? O pessoal das lojas é compreensivo quanto a isso e não cria problemas. Eu
apelei para algo mais preventivo: copiei para folhas de papel, em escala, as plantas baixas
da cozinha e dos banheiros, e desenhei cada uma das paredes -- é como se você tivesse
desmontado uma caixa de papelão e estivesse olhando para ela do alto. Daí desenhei cada
uma das saídas de água ou esgoto nas paredes, desenhei a tubulação, e tirei as medidas
dentro da escala. Acho que é o mais próximo que se pode chegar do quantitativo de
material final... Mesmo assim, não se esqueça de comprar canos e conexões com uma certa
"margem" de sobra.

 Comprar material bruto de água quente e fria (canos, cola PVC, joelhos, tês,
válvulas de descarga, registros, plugs, material para a caixa d´água). Registros que
controlam a água em todo um ambiente são de gaveta; as torneiras de chuveiro são
registros de pressão. Por razões de tradição, os registros usam roscas com medidas em
polegadas, enquanto os tubos de PVC (soldáveis com cola PVC, daí o nome "cola" para
as conexões) já são vendidos com medidas em milímetros, e para ligar um com o outro
é preciso usar adaptadores de rosca para cola. O registro de pressão precisa de um
adaptador e uma luva LR (aquelas de plástico azul, que têm uma rosca de metal por
dentro em uma das pontas); e o registro de gaveta leva dois adaptadores.
 Não se esqueça de incluir nos cálculos dos tubos de esgoto (normalmente, os de
40mm) as colunas de ventilação, que devem partir da tubulação do chão até algum
ponto de saída de ar sobre o teto da casa. Sem essas colunas, são grandes as chances
de você ter um banheiro com aquele agradável aroma de... merda. Se o ar do sistema
não tiver por onde sair, ele vai retornar pelos ralos, por exemplo.

 Se isso já não foi feito, comprar as caixinhas de interruptores, caixinhas octogonais


para iluminação de parede (altura simples), mais conduítes se necessário, quadro de
distribuição de energia (normalmente de embutir, observar as entradas para conduítes)
e quadro de telefone.
 Definir e discutir amplamente com o mestre de obra e o instalador onde ficarão as
tomadas, os interruptores e suas respectivas luminárias, saídas de antena de TV e
telefone, pontos de interfone e alarme, etc. Não precisa ser tudo igualzinho ao projeto,
mas é preciso deixar bem claras as alterações.
 Definir os locais exatos das saídas de água, especialmente a altura delas, de acordo
com o tipo de pia que será utilizado. Existem as torneiras de parede, que devem ser
colocadas mais altas do que a pia, e as torneiras de mesa, que são instaladas na própria
pia, ligadas à saída de água por uma mangueira apropriada, e por isso exigem que a
saída de água fique mais baixa do que a pia. Nos banheiros, a válvula de descarga de
embutir deve ficar a aproximadamente 100cm do piso.
 Definir localização das saídas de esgoto nas paredes. A altura dos sifões depende da
altura das pias: em pias de bancada com cuba embutida, a saída para o sifão fica a
cerca de 60cm, e a distância entre o sifão e a bancada varia em torno de 20cm.
 Conferir na planta a altura e o alinhamento vertical das saídas e torneiras de
chuveiro (com posicionamento da caixinha de tomada). As torneiras do chuveiro devem
ter uma altura em torno de 110cm. A saída do chuveiro fica entre 200cm e 210cm
acima do piso -- a não ser que haja jogadores de basquete na casa.

{mospagebreak title=Reboco}

Reboco

O reboco propriamente dito é uma mistura de cimento e areia (dos tipos rosa e lavada) que
é mais fina e frágil que o concreto, que leva brita. Primeiro essa massa é salpicada na
parede, formando o chapisco. Depois, grandes colheradas dessa massa são arremessadas
com força na parede (uhuu!) para formar o emboço. E aí sim o pedreiro, com uma imensa
barra retangular de alumínio (a régua), alisa esses bolões de massa para deixá-los
completamente nivelados e lisos, formando o reboco.

A fase de instalação deve ser muito bem planejada e conferida depois de pronta porque
quebrar reboco para mudar alguma coisa dá pena, e pode até dar muito trabalho se
ninguém mais lembrar onde exatamente estava passando aquele maldito cano. Aqui é meio
caminho andado para o acabamento, e já se deve começar a pensar nos revestimentos de
parede que serão utilizados. É preciso caprichar na massa: um reboco que leve muita areia,
para economizar cimento, fica frágil e farelento demais, o que, na prática, significará muita
dor de cabeça na hora em que você quiser bater um prego na parede para colocar um
quadro, por exemplo.

 
Esquadrias

Na fase de reboco você já precisa ter em mente uma parte do acabamento que quer para a
casa. As esquadrias são um exemplo disso. É nessa fase que são instaladas as janelas e portais,
em se tratando de esquadrias de metal, PVC ou madeira; ou são feitos os enquadramentos se
você optou por janelas e/ou portas de vidro temperado (o popular blindex). "Enquadrar" uma
janela é simplesmente rebocar a parte de dentro dela, deixando-a com um aspecto já finalizado,
do jeito que ela vai ficar para receber a pintura e o vidro.

As portas internas, especificamente as de madeira, são compostas por diversos itens.


Atualmente algumas madeireiras vendem kits de portas que são instalados de uma só vez na
fase de acabamento, com espuma de poliuretano. Para usar esses kits, só é preciso deixar os
portais enquadrados. Já no sistema tradicional (que ainda é mais barato), é na fase do reboco
que você precisa comprar e instalar os portais, apenas eles -- comprar as portas em si e os
alisares (as molduras que ficam em torno dos portais) é arriscado, pois eles podem pegar
sujeira, mofo e umidade enquanto não chega a fase de acabamento, que é quando eles
realmente são instalados. Decida desde já se suas portas, e os respectivos portais e alisares,
serão pintadas ou envernizadas: se você quer manter a tonalidade natural da madeira, será
preciso instalar os portais já selados e envernizados, para que o cimento não cause manchas. Na
hora de comprar verniz, será preciso escolher entre brilhante e fosco, e também entre o tipo
comum (também chamado de "Copal", sei lá por quê) e o tipo marítimo (mais resistente e
fundamental para áreas que recebam chuva ou muita luz direta do sol). E não se esqueça de
comprar os pregos, que serão fincados nos portais para fixá-los à alvenaria.

Para as esquadrias de metal, a recomendação é comprar tudo de uma vez, se for possível.
Assim, você poderá negociar um preço mais baixo, e principalmente poderá comprar todas as
portas e janelas de uma mesma linha estética. As esquadrias de alumínio são bem leves, não
enferrujam e precisam de pouca manutenção, mas são mais caras do que as de ferro
(aproximadamente o dobro ou triplo do preço), e pelo fato de poderem manchar em contato
com o cimento, e também por normalmente terem espessura menor do que as de ferro, exigem
que a mão-de-obra já tenha experiência com elas -- não é qualquer zé ruela que pode mexer
com alumínio, em outras palavras, e por isso antes de comprar já pergunte ao mestre de obra
se ele tem o conhecimento necessário. Por outro lado, as janelas e portas de ferro,
relativamente baratas, mais fáceis de instalar e em grande variedade de modelos e medidas,
exigem pintura impecável para que não se enferrujem com facilidade (o que invariavelmente vai
acontecer em algum momento).
O vidro temperado é uma opção não exatamente barata, até porque vai exigir a instalação de
cortinas e/ou persianas posteriormente, mas dá um visual moderno que vem sendo muito
utilizado. As portas e janelas de blindex não permitem furos ou cortes depois de prontas, e por
isso é fundamental que a própria empresa fabricante/revendedora mande alguém na obra para
tirar as medidas, depois que os enquadramentos já forem feitos (ou até mesmo depois da
pintura, se possível). E atenção a um detalhe -- as janelas de blindex normalmente usam para-
peitos (ou peitoris), de mármore ou granito, e muita gente gosta de usar molduras externas ao
redor delas. Pois bem: depois do requadramento, já chame a empresa que vai fazer e montar
essas molduras (para o exterior, elas devem ser de concreto, e não de gesso). Depois que elas
estiverem instaladas, chame a empresa vendedora dos peitoris, para que um revendedor tire as
medidas já somando a espessura das molduras à espessura das paredes (o ideal é que, no lado
de fora, o peitoril ultrapasse a moldura em 0,5cm ou um pouco mais). E só depois chame o
vidraceiro, que levará mais uns 15 dias para entregar o material sob medida. Não cometa o
vacilo que eu cometi, de comprar os peitoris antes das molduras, o que me obrigou a exigir que
o produtor das molduras as fizesse mais finas que de costume.

 Jamais, de jeito nenhum, sob qualquer hipótese, nem a cacete caia naquela velha idéia
de fazer o reboco com areia saibrosa, também chamada simplesmente de saibro. Para quem
não conhece, é um tipo de areia argilosa, bem clarinha, constantemente úmida. Misturar isso
ao cimento é uma técnica antiga e infelizmente popular para fazer o cimento "dar liga" e
grudar melhor na alvenaria. Mas meu tio Alexandre certa vez me ensinou: "meu filho, saibro
é barro. O que acontece se você misturar barro no cimento? Estraga seu cimento". É bem
verdade e eis ainda uma outra explicação mais técnica: a areia saibrosa é rica em compostos
orgânicos que um dia simplesmente apodrecem. Isto posto, é fácil concluir que em pouco
tempo uma parede rebocada com saibro vai literalmente apodrecer e mofar. Não é mera
teoria: um colega de trabalho, dia desses, estava se lamuriando por ter feito isso, e me
dizendo que vai precisar desmanchar o reboco inteirinho e refazer. A receita certa para o
reboco leva apenas areia lavada, areia rosa e cimento. Para dar liga e tornar o cimento mais
plástico, uma boa dica é misturar gesso em pó ao reboco, o que também acelera seu
endurecimento.

 Comprar cimento, areia rosa, régua de alumínio, linha para nível. Também pode ser
preciso comprar espátula e colher de pedreiro.
 Comprar as bancadas que precisam ser chumbadas na parede -- pias de granito e
inox, por exemplo. Conferir a altura em que elas devem ficar.
 Conferir de novo, antes da execução, as medidas e posição das esquadrias (altura
das janelas e portas em relação ao teto, etc). Normalmente o ideal é que a parte de
cima de todas as janelas e portas esteja nivelada, mas isso pode mudar de acordo com
desníveis da casa. O importante é que não seja preciso quebrar tudo depois de pronto
para colocar na altura certa!

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Piso e revestimentos

Você queria acabamento?? Aqui começa o dito cujo. Pode ir coçando o bolso porque aqui
começa a parte mais cara da obra. Ou não. As opções são incontáveis, e muitas vezes
materiais bem simples podem se tornar acabamentos lindos quando passam por mãos
devidamente habilitadas. Depende do seu gosto e da sua capacidade de aceitar (ou rebater)
sugestões.

 Comprar as soleiras das portas, que costumam vir em medida padrão (80cm ou
90cm de largura) e são cortadas com serra na própria obra. O resto depende do
material adotado. No caso de cerâmicas, é preciso comprá-las com um excedente de
uns 15%, porque se perde muito nos cortes para rodapé e ajustes, e é sempre
recomendado guardar algumas peças para o caso de reparos e reformas, já que os
desenhos e padrões oferecidos pelos fabricantes são mudados de tempos em tempos.
Além delas, argamassa e rejunte. Os pedreiros sempre gastam mais argamassa do que
o calculado pelos vendedores; portanto pode ser providencial levar um ou dois sacos a
mais. Pode ser preciso comprar também juntas espaçadoras, de plástico e em formato
de cruzeta, que mantêm o esquadro do piso e têm a espessura que se deseja para o
rejunte.

 Antes de ser colocado o piso de cerâmica, é feito um segundo contrapiso, num


material semelhante ao reboco, que corrige as irregularidades e determina tanto a
eventual inclinação do piso (o popular caimento) quanto o desnível que separa os
cômodos ou ambientes. Antes da execução, definir e discutir com o pessoal da obra
quais serão esses desníveis. E para testar a inclinação dos pisos, antes que a massa
seque, usar bolas de gude ou algo similar.
 No caso de piso de banheiro, é preciso não apenas fazer um rebaixo de pelo menos
1,5cm na área do chuveiro: se o banheiro tiver cobertura de cerâmica de meia-parede e
apenas no box receber cerâmica por completo, é preciso também definir que tipo de
fechamento será usado (box de acrílico, box de vidro temperado, cortina). O box de
acrílico com esquadrias de alumínio tem cerca de 4cm de largura, e o emolduramento
da área de chuveiro, proporcionado pela cerâmica, deve ter no mínimo essa espessura
(contada a partir do rebaixo do box no piso), para que não fique uma fresta entre a
esquadria de aumínio e a parede sem cerâmica. Já o box de vidro temperado é menos
espesso, e basta um emolduramento de pouco mais de 2cm.

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Pintura

Outra fase do acabamento, que pode ser igualmente cara ou até surpreender no preço.
Pinturas texturizadas, que estão na moda, muitas vezes são mais práticas que a pintura
tradicional, lisinha, porque podem dispensar a massa corrida. As possibilidades são
inúmeras -- e, engraçado, o bolso da gente não é infinito como os donos das lojas pensam.
O jeito é ir pegando idéias legais nas casas dos outros e em revistas.

 Para uma pinturinha básica, comum, a lista de materiais é extensa. As massas


corridas não apresentam muita diferença entre as diversas marcas; já as tintas devem
ser escolhidas com mais cuidado. Tetos normalmente levam tinta fosca não-lavável, e
em interiores é comum a pintura lisa com tinta semi-brilho lavável. Além desse material
básico, comprar também rolo anti-gotas, rolo comum, lixas 180 e 220, thinner, pincéis
de ¾ e de 1½, impermeabilizante externo, máscaras de rosto para a fase de lixamento
da massa corrida, e fita crepe para proteção de áreas que não devem sofrer pinturas
(especialmente em caso de reforma).
 Para o exterior da casa, é bom passar impermeabilizante nas paredes antes da
pintura definitiva. Meu mestre de obra me convenceu a usar Vedapren Branco, o que
causou estranheza nas lojas de tintas, porque normalmente isso só é usado em lajes. É
que ele é mais grosso que o Vedapren normal e forma uma espécie de película
emborrachada. Esse impermeabilizante pode fazer as vezes de pintura mesmo, branca,
enquanto não se aplica a pintura definitiva.

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Montagens

Ok, o nome pode não ser o mais apropriado. Mas essa é a fase de terminar a casa: colocar
as portas, as janelas, as louças do banheiro, as torneiras, essas coisas. Essa fase rivaliza
com a dos pisos em termos de custo, e você já pode se considerar um vencedor se
conseguiu chegar até aqui sem vender as calças. Opções aos milhares, e você até pode
abrir mão de um pouquinho de qualidade em prol do preço -- por exemplo, uma torneira de
banheiro que possa ser trocada facilmente não precisa necessariamente ser da Deca, que é
apontada como o supra-sumo do mercado brasileiro em termos de hidráulica, e por isso
copiada por todos os fabricantes. Essa fase, definitivamente, vai do gosto e do bolso de
cada um...

 Comprar as portas e os alisares (molduras), se não foram comprados juntamente


com os portais na fase do reboco. Além dessas peças, é preciso lembrar das dobradiças
(evitar as de aço galvanizado, que se enferrujam; prefira as cromadas), fechaduras,
pregos pequenos e sem cabeça para prender os alisares, cola de sapateiro para os
laminados de acabamento das portas de madeira, tinta para as portas pintadas, selador
e verniz para as envernizadas, e mais um pincel de 2 polegadas. Podem ser necessárias,
caso o instalador das portas não tenha todas as ferramentas, uma broca chata para os
furos das dobradiças e uma serra-copo para a abertura dos buracos para fechaduras.
 Se as janelas e portas não são de vidro temperado, que já deveriam ter sido
encomendadas na fase do reboco, é a fase de encomendar os vidros para as esquadrias
de metal ou madeira.
 Banheiros: comprar torneiras e acabamentos de registros (todos da mesma linha em
cada cômodo), acabamentos de válvula de descarga, engates flexíveis (as mangueiras)
para as torneiras de bancada ou coluna, ducha higiênica, sifões, válvulas de pia (ralos),
canos de chuveiro. Lembre-se de comprar as peças de hidráulica de acordo com as
saídas de água e esgoto que foram escolhidas na fase de instalação -- por exemplo,
sifão + válvula de ralo, torneira + engate flexível + rosca da saída de água, cano de
chuveiro + rosca de saída de água, etc.
 Também no banheiro: comprar as louças. Para a fixação de vaso sanitário, pias
presas à parede e colunas de pias, é preciso comprar também parafusos especiais
(8mm ou 10mm) e uma broca para concreto com o mesmo diâmetro. Para o vaso,
também é preciso o anel de vedação (de massa, descartável; ou de silicone,
reaproveitável). O acabamento também exige gel de silicone para vedar as frestas.
 É hora de comprar o tanque de lavar roupa, caso ele seja preso à parede, e as mãos
francesas (suportes) caso sejam necessárias. Mesmo que o tanque já tenha sido
instalado antes -- no caso de tanque de embutir na parede, como pias de cozinha -- ,
também é hora de comprar torneira, acabamento do registro da área de serviço, válvula
de ralo e o respectivo sifão com rosca do mesmo diâmetro (em pares, no caso de
tanque com mais de uma cuba). Quando há só uma saída de esgoto para as duas ou
mais cubas, pode-se usar um tubo corrugado que une os dois ralos em uma só saída,
mas é recomendável o uso de um sifão, ou a ligação a uma caixa de sabão externa
(equivalente à caixa de gordura), para evitar que o mau cheiro da tubulação de esgoto
retorne pelo ralo.
 Para a cozinha, além dos já conhecidos kits de torneira, válvula-ralo, sifão e
acabamento de registro, também já se pode comprar a mangueira de gás com
respectivas braçadeiras, triturador de lixo, e o fogão e/ou forno de embutir.
 Conferir, antes da instalação, as alturas e níveis em que as bancadas e pias serão
instaladas.

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