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ALGUNS DOS MUITOS EXUS E POMBA-GIRAS

Exu Caveira: ajuda nos conflitos, ensinando as artimanhas da guerra e o modo de vencer
inimigos. É encarregado de vigiar os cemitérios e os lugares onde houver pessoas
enterradas. Sua força é de modo a incutir medo aos que o invocam. Todo trabalho ou
despacho a ser feito num cemitério precisa da participação do Exu Caveira. É muito ligado
ao Exu Omolu e sem a sua participação, nenhum trabalho ou despacho feito no cemitério
dará resultado. Para se entregar, seja o que for, a Omolu, no cruzeiro de um cemitério, é
indispensável saudar primeiro Exu Caveira, acendendo uma vela em sua homenagem na
sepultura mais próxima do Cruzeiro, à esquerda e pedindo-lhe licença para a entrega.
Apresenta-se, em geral, com a forma de uma caveira. Na maioria das vezes, apresenta-se
depois da “hora grande” (meia-noite).
Exu Tata Caveira: provoca o sono da morte e manipula drogas e entorpecentes. Apresenta-
se como uma caveira, vestido de preto.
Exu Brasa: provoca de incêndios e domina o fogo. Concede o dom de andar sobre o fogo.
Exu Pemba: propaga moléstias venéreas e favorece amores clandestinos. Apresenta-se
como um mago.
Exu Maré: facilita a invisibilidade das pessoas, dando-lhes poderes de se transportar de um
lugar para outro. Sua apresentação é a de uma criatura normal.
Exu Carangola: faz as pessoas ficarem perturbadas e darem gargalhadas histéricas,
dançando sem ter vontade; comanda o ritmo cabalístico da dança.
Exu Arranca-Toco: Habita as matas. É especializado no domínio de tesouros.
Exu Pagão: Separa casais. Tem poder de incutir ódio e ciúme nos corações humanos.
Exu Meia-Noite: é um dos mais invocados, porquanto é o encarregado de escrever toda a
sorte de caracteres e tratar, especialmente, das forças ocultas. Na Quimbanda é exatamente à
meia-noite que se fazem os despachos destinados ao Exu da Meia-Noite.
Exu Mirim: influente sobre as mulheres e crianças, é preferido pelas Mães-de-Santo para
os trabalhos de amarração. Apresenta-se com roupagem de criança.
Exu Pimenta: especializado na elaboração da química e dos filtros de amor. Dá o
verdadeiro segredo do pó que transforma metais. É reconhecido quando incorpora por um
forte cheiro de pimenta que exala.
Exu Malé: tem o poder das artes mágicas e das bruxarias que se realizam nos Candomblés.
Apresenta-se com a forma de um Preto Velho, mas é reconhecido pelo forte cheiro de
enxofre que exala.
Exu das Sete Montanhas: domina as águas dos rios e das cachoeiras que saem das
montanhas. Sua roupagem é da cor do lodo e deixa no ar, quando incorporado, um forte
cheiro de podre, emanado do seu corpo fluídico.
Exu Ganga: domina os despachos que se fazem nos cemitérios, tanto nos casos em que o
trabalho é feito para o mal quanto para salvar alguém da morte. Apresenta-se vestido de
preto e cinza, deixando no ar forte cheiro de carne em decomposição.
Exu Marabô: Apresenta-se como um autêntico cavalheiro, apreciando bebidas finas e os
melhores charutos. De gênio muito difícil.
Exu Mangueira: Semelhante ao Marabô, mas expele cheiro forte de enxofre quando está
sendo incorporado. De gênio muito dificil.
Exu Caminaloá: trabalha ao lado do Exu Mangueira e é um dos seis mais poderosos. São
esses espíritos, os especializados em provocar doenças mentais, até mesmo a loucura. O
Exu Caminaloá é o Chefe da Linha de Mossurubi da Quimbanda.
Exu Quirombô: atua como Exu Mirim, mas é especializado em prejudicar mocinhas,
desviando-as para o “mau caminho”. Apresenta-se, também, como criança.
Exu Veludo - apresenta-se como um fino cavalheiro muito bem vestido, tomando bons
conhaques e fumando bons charutos.
Exu Tiriri - despacha trabalhos nas encruzilhadas, matas e rios. Apresenta-se como um
homem preto com deformação facial.
Exu Tranca-Ruas das Almas - muito solicitado pelos terreiros antes de começar as
sessões. Guarda as porteiras dos terreiros com sua falange, contra os quiumbas e também os
recintos onde se pratica Magia.
Exu Sete Encruzilhadas: Tem prazer em ensinar e doutrinar, por isto sempre está tirando
dúvidas a todo aquele que lhe faça perguntas, desde as perguntas mais insólitas como
“porque há estrelas...” até as mais comuns como “quero saber se meu marido me engana...”
Prefere beber uísque de boa qualidade e fumar charutos grossos. Sua voz é rouca, grave e
forte. Quando está manifestado em algum médium, gosta também de azeitonas. Seu olhar é
insustentável e quando se fixa em alguém, parece que o atravessa e sabe seus segredos mais
íntimos. As pessoas que o conhecem sentem certa autoridade nele e o respeitam. Apresenta-
se como um homem de idade avançada, de pele escura, barba e olhos vermelhos, cor de
brasa. Traz a metade do seu corpo (o lado esquerdo) queimado, sendo que sua perna
esquerda não funciona bem, por isto é muito comum que se apoie em um bastão.
Exu Zé Pelintra: É originário do Catimbó do Nordeste, onde usa chapéu de palha, lenço
vermelho no pescoço, fuma cachimbo e gosta de andar descalço. Receita chás medicinais
para a cura de qualquer mal, benzer e quebrar feitiços dos seus consulentes. Na Quimbanda,
é representado de terno branco, gravata vermelha, cravo na lapela e chapéu caído na testa,
de acordo com a figura tradicional do malandro carioca. Particularmente versátil e
ambivalente. Vem acompanhado de toda a linha de malandros, entidades supostamente
oriundas de pessoas envolvidas com o submundo, jogo, prostitutas, bebidas fortes e drogas.

Quimbanda, Pombagiras, Pombajiras ou Pombas-giras  são exus fêmeas, pois


levam em si um proprio mistério que é complementar ao mistério de Exu sendo assim
complementar a eles. Relacionadas principalmente à sexualidade e à magia. Seu nome é
uma corruptela de Bombogiro ou Bombonjira, inquice bantu (congo e angola)
sincretizado com o Exu iorubá, ou de sua versão feminina, Panjira. Esses nomes
derivam, por sua vez, do quimbundo pambu-a-njila “cruzamento de caminhos,
encruzilhada”. Podem também ter relação com o quicongo mbombo, “porteira”, pois
esta entidade é também guardiã de tais passagens.
Usam trajes escandalosos nas cores vermelho e preto, às vezes rosa vermelha nos longos
cabelos negros. Costumam ter jeito de prostituta, ora do bordel mais miserável, ora de
elegantes salões de meretrício, jogo e perdição. Vez por outra é a grande dama, fina e
requintada, mas sempre dama da noite.
Segundo a interpretação comumente aceita uma pombagira é o espírito de uma mulher
que em vida teria sido uma prostituta ou cortesã, mulher de baixos princípios morais,
capaz de dominar os homens por suas proezas sexuais, amante do luxo, do dinheiro, e
de toda sorte de prazeres. No Brasil, sobretudo entre as populações pobres urbanas, é
comum apelar à Pomba-gira para a solução de problemas relacionados a fracassos e
desejos da vida amorosa e da sexualidade, além de inúmeros outros que envolvem
situações de aflição.
Recebem oferendas de champanhe, cigarrilhas, cigarros, rosas vermelhas em numero
impar, mel, licor de anis, espelhos, enfeites, jóias, bijuterias, anéis, batons e perfumes.
As mais conhecidas são Pombagira Rainha, Maria Padilha, Pombagira Sete Saias, Maria
Molambo, Pomba Gira da Calunga, Pombagira Cigana, Pombagira do Cruzeiro,
Pombagira Cigana dos Sete Cruzeiros, Pombagira das Almas, Pombagira Maria
Quitéria, Pombagira Dama da Noite, Pombagira Menina, Pombagira Mirongueira e
Pombagira Menina da Praia.

Maria Padilha: talvez a mais popular, é vista como o espírito de uma mulher muito
bonita, branca, sedutora, e que em vida teria sido prostituta grã-fina ou cortesã influente.
A escritora e professora de literatura Marlyse Meyer publicou em 1993 o livro Maria
Padilha e toda sua quadrilha: de amante de um rei de Castela a Pomba-Gira de
Umbanda, no qual conta a história de uma amante de Pedro I (1334-1369), rei de
Castela, chamada Maria Padilha. Seguindo uma pista da historiadora Laura Mello e
Souza (1986), Meyer vasculha o Romancero General de romances castelhanos
anteriores ao siglo XVIII, depois documentos da Inquisição e constrói a trajetória de
aventuras e feitiçaria de uma tal de Dona Maria Padilha e toda a sua quadrilha, de
Montalvan a Beja, de Beja a Angola, de Angola a Recife e de Recife para os terreiros de
São Paulo e de todo o Brasil. O livro é uma construção literária baseada em fatos
documentais no que diz respeito à personagem histórica ibérica e em concepções
míticas sobre a Padilha afro-brasileira.

Maria Molambo: que sempre se veste de trapos, teria sido, no final do período
Colonial no Brasil, a noiva prometida a um influente herdeiro patriarcal e que,
apaixonada por outro homem, com ele fugiu de Alagoas para Pernambuco. Foram
perseguidos incansavelmente pela família ultrajada e desejosa de vingança e
encontrados três anos e meio depois. O jovem amante foi morto e ela levada de volta ao
pai que cuspiu em seu rosto e a expulsou de casa para sempre. Como tinha uma filha
pequena, a quem devia sustentar, Rosa Maria, este era seu nome, submeteu-se a
trabalhar em casa de parentes na cidade de Olinda. Com a morte da filha, de novo viu-se
na rua, prostituindo-se para sobreviver. Tuberculosa e abandonada, foi enfim buscada
por parentes para receber a herança deixada pelos pais mortos. Rica, teria então se
dedicado à caridade até sua morte, quando então, no outro mundo, conheceu Maria
Padilha e entrou para a linha das Pombagiras.

Pombagira da Calunga: teria sido uma moça que perdeu os pais muito cedo e foi
criada na rua. Foi prostituta, alcoólatra, praticou inúmeros abortos e suicidou-se.
Através do Exu da Calunga, que ela conheceu em um momento de desespero, tornou-se
sua assistente direta e conheceu a Umbanda.

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