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Marianna Crioula

&
Manuel “Rei” do Congo

Marianna Crioula era


uma escrava, como indica o
nome, nascida no Brasil, com
cerca de 30 anos na época.

Era costureira e
mucama (escrava de
companhia) de Francisca
Elisa Xavier, esposa do
capitão-mor Manuel
Francisco Xavier. Foi descrita
como sendo a "preta de
estimação", assim como uma
das escravas mais dóceis e
confiáveis da sua patroa.
Apesar de ser casada com o
escravo José, que trabalhava
na lavoura, vivia e dormia na
casa-grande, sinal de que
tinha privilégios concedidos
pelos senhores. Na época, os
homens eram cerca de 90%
dos escravos traficados da
África e cerca de 75% dos
escravos que trabalhavam nas fazendas de café, portanto um casal de escravos era raro.
Manuel Congo foi certamente o principal líder da revolta, e neste momento deve ter se
juntado com Marianna Crioula, tanto que os dois foram posteriormente delatados como
o “rei” e “rainha” do grupo de sublevados.

Apesar de ter havido mais de 300 fugitivos, apenas dezesseis foram levados a
julgamento: Entre eles MARIANNA CRIOULA. Os réus foram conduzidos em ferros
para serem julgados em Vassouras, a então vila a que estava subordinada a então
freguesia de Paty do Alferes. O povo reuniu-se para assistir à sua chegada. Uma das
escravas aprisionadas, talvez MARIANNA CRIOULA, gritou que preferia morrer a
voltar ao cativeiro, o que causou tumulto na multidão, que tentou linchá-la. A maior
surpresa foi a absolvição de MARIANNA CRIOULA e todas as mulheres, certamente a
pedido de sua proprietária Francisca Elisa Xavier. Entretanto, MARIANNA CRIOULA
ainda foi obrigada a assistir à execução pública do seu companheiro Manuel Congo.

A História de Vassouras - Ignacio Raposo, 1935.

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