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AMARGOS QUITUTES

CEFET-MG | HISTÓRIA | PROFESSOR(A): Daniel Diniz

TURMA - EDI 2A
Aline Fernanda Ferreira Santana
Ana Karina Vieira Dias
Ana Luiza Guilherme Braga
1

Bianca Letícia Lima Pereira


Elisa Ramos Amorim
Júlia Maria Rodrigues de Miranda
Nathielle Maria Oliveira da Silva
Sofia Gabrielly Silvério dos Santos

Apresentação

Vicência Velasco Ferreira Preta, nasceu em Minas Gerais, Brasil. Era uma escrava de

ganho e trabalhava vendendo quitutes na cidade. Apesar de sua trajetoria de

superação durante a vida, a prostituição se tornou a unica escapatoria que

encontrou na vida. E foi justamente esses desafios que inspirou a nova minissérie

da Netflix.

Baseada em fatos reais, a minissérie conta com 5 episódios e retrata a história com

completa seriedade as temáticas encontradas ao longo da história. Assim como

Vicência, também são apresentadas algumas mulheres que compartilhavam das

mesmas lutas. As “negras de tabuleiro”, como eram chamadas, tinham a sua fama

ruim por ameaçar a ordem social e econômica. Vicência, conseguiu a sua alforria

após viver anos ao lado de um contratador de diamantes com "ares de matrimônio

estável más não legal". Através desses e outros acontecimentos, e o

compartilhamento de histórias, conseguimos compreender melhor qual era de fato

a realidade que essas mulheres viviam na época.


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Sinopse
Em um cenário de vasto território, suspenso pelo planalto, disfarçavam-se varios
lugares onde eles poderiam se esconder. Uma multidão de povos de diversas
origens. A escravidão. A série conta sobre três mulheres que a pena dos escrivães
livrou em silêncio.

Gênero: Drama

Episódios

Episódio 1 - Negras de Tabuleiro


O cenário é suspenso pelo planalto montanhoso irrigado por córregos que mergulham nas

dobras das pedras escuras. Para as terras de Minas Gerais, subiram povos de todas as

origens, somando-se aos que ali habitavam, inaugurando um tempo que escorreu para o

nunca mais.

Exausta de caminhar sob o peso do tabuleiro com quitutes para vender, Vicência, mulher

negra, enxergou diante de si uma dúzia de escravos trabalhando em uma grota próxima da

vila. Logo que se anunciou vestida de panos coloridos aos escravos da mina de Domingos

de Matos, eles cercaram com avidez o tabuleiro que prometia alguma fartura naquele

resto de um dia de penúrias. Cercada por vários homens bem armados, ensaiou uma fuga,

vislumbrou uma rota para escapar, mas se dobrou diante das evidências e do cansaço,

mas não havia para onde correr. Para incriminá-la, colaboraram um frasco de aguardente

vazio e outro que estava lá pela metade, além de fumo, encontrados com seu tabuleiro.

Entregue às mãos da Justiça, o meirinho atirou Vicência trancafiada na cadeia da vila,

"grades adentro". Como escrava, sua soltura foi resolvida pelo proprietário, que

acrescentou ao prejuízo das mercadorias confiscadas e dos dias de trabalho perdidos a

quantia de 1.200 réis pagos à Justiça.


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Havia uma multidão de mulheres como Ana, quase sempre mulheres e de cor , que

acabariam por emprestar sua cor e gênero à designação que as consagraria: as "negras de

tabuleiro". Elas vendiam pastéis, bolos, doces, mel, leite, pão, frutas, fumo e bebidas,

especialmente aguardente da terra, sendo o local preferido os rios ou grotas onde se

minerava e onde o ouro rolava suavemente para suas mãos. Já antes do amanhecer, salam

estrada afora, de uma para outra aldeia, com as mercadorias à cabeça. Inteligentes,

experientes e bem informadas, elas sabiam o que melhor se colocava em cada praça.

Episódio 2 - Leis e Punições


Também em Minas as negras de tabuleiro tinham a sua fama ruim por ameaçar a ordem

social e econômica, um perigo aos senhores de terras já que o comércio delas era visto

como contrabando de ouro, principalmente próximo das zonas de mineração.

Algumas leis como o Termo de Acórdão foram criadas para limitar o espaço de circulação

das negras, sem que esse comércio fosse banido, pois todos dependiam dele. Essas leis

contra as negras de tabuleiro se tornaram uma perseguição das autoridades a essas

mulheres, as punições foram aumentadas se tornando mais violento.

Correndo grande risco, escravas conquistaram a alforria com o ganho de seu tabuleiro,

algumas já libertas fizeram fortuna e tiveram um patrimônio respeitado em Minas Gerais.

Depois da alforria algumas sinhá preta investia seu patrimônio comprando escravas que

podiam empregar no comércio, o resto de suas riquezas eram em jóias, roupas, casas na

cidade e ouro em pó.

“As mulheres eram minoria na escravaria, mas eram as que mais se libertavam”.

Episódio 3 - Alforria das Escravas


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Mesmo sendo minoria em meio aos escravos , as mulheres eram as que mais se

libertavam, pois elas se dispunham de melhores condições de vida do que os homens para

obter sua alforria ; devido ao seu poder de persuasão.

Vivência, ex-escrava , conseguiu a sua alforria após viver anos ao lado de um contratador

de diamantes com "ares de matrimônio estável más não legal", o que logo se resolveu

quando os dois se uniram , assim deixando o cargo de escrava para esposa , adquirindo o

sobrenome da família Oliveira .

Junia Furtado sintetiza uma ideia diferente, onde levava em consideração a maior

facilidade dos homens de cor , as únicas mulheres que tinham mais facilidade em

conseguir sua alforria eram as escravas de ganho, que viviam em concubinato com os

homens brancos.

E ali em meio às vilas ou afastadas de tudo , estavam as mulheres que não precisavam de

ir de um lado para o outro , pois já tinha algumas facilidades em relação às demais. Rosa ,

uma preta forra que vivia em Água Limpa , era uma mulher mais religiosa, aos domingos

fazia banquetes e danças para os homens de cor ; Ana Vieira foi outra que junto com Rosa ,

tinha sua venda onde recebia os homens da noite , para negócios.

As leis eram muito rigorosas , porém não era muito fácil proibir as escravas de continuar

com sua vendas , então foi feito um acordo onde as mulheres poderiam vender , mas não

poderiam estar no comando do comércio. O que logo foi sendo contrariado, pois a minoria

que eram as mulheres foram expandindo seu comércio, tomando frente diante aos

homens . Não somente no comércio, mas o poder das mulheres já estavam dominando em

todos os setores , até mesmo na extração de diamantes , elas já estavam se destacando

em meio aos cargos masculinos.

Episódio 4 - Rituais Mágicos


A casa de Vicência recebe seus vizinhos diante de alguma dificuldade. Onde comandava

calundus. Praticava o ritual manifestação de um sincretismo que possuía elementos da


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cultura africana. Foi pega pela Inquisição. Foi fisgada pelos visitantes em Minas e

despachada para Lisboa. Na metrópole, em dois anos, ela foi interrogada, torturada e,

condenada, desfilando humilhada em ato público pela capital, quando recebeu a sentença:

degredo no Algarves por quatro anos.

Desconfiavam dela ser feiticeira, temendo que tivesse pacto com o demônio para realizar

suas curas e adivinhações. Essas suspeitas também atingiram a população africana de

Minas Gerais, onde destacavam o número de mulheres.

Assim, a calunduzeira Maria Canga, uma preta escrava que ganhava um ouro pelas

adivinhações, adotava rituais africanos. Essas práticas mágicas, usadas pelas escravas a fim

de amenizar os rigores da escravidão. Com dois companheiros na mesma condição, a

negra Vicência promovia festas com danças de "negras e pardas" para amansar o rigor

com que eram tratadas pelos senhores. Com isso, poderiam até obter alforria ou então

manter uma relação familiar sem violência. Suspeitava-se na comunidade que a escrava

Teresa conquistara o coração de seu proprietário, até mesmo que ele estava prestes a lhe

conceder a alforria.

Inarcia da Silva recebia homens em sua casa de noite e de dia. Por atentar a esse respeito,

uma simples festa, preocupou o governador Dom Pedro de Almeida, o Conde de Assumar.

A sublevação dos escravos foi um risco, pois a preocupação estava associada à presença

de africanos embarcados na Costa da Mina que dominavam a composição dos escravos

em Minas Gerais. Os chamados nagôs, haussás e jejes, pareciam ser os preferidos pela sua

força e poderes mágicos. No julgamento de uma autoridade portuguesa havia outra razão:

a reputação de feiticeiros africanos embarcados na Costa da Mina, tidos como coisas do

diabo.

Sabedores da importância dessas diferenças, os senhores passaram a considerar bastante

aconselhável apostar na distinção da composição étnica para o governo dos escravos. E

quanto a isso não havia calundu que conseguisse resolver.


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Episódio 5 - A força por trás das necessidades


Em Água Limpa, Sebastiana conseguiu comprar sua casa, porém os dias se passaram e se

tornaram mais desafiadores. Logo se propôs a transformar a casa, para fins de

prostituição. Enquanto isso, as zonas de mineração tinham uma grande concentração de

homens solitários, porém com grande esperança em quanta riqueza o solo os proporciona.

Essa população não se submetia a casamentos com muita exigência. Até porque como

existiam muitas mulheres negras, eram poucos os homens que se comprometiam. A

melhor alternativa seria estabelecer o concubinato. Não se deve esquecer da escravidão,

muitas mulheres negras eram "objetos sexuais" e acabavam lucrando graças à

prostituição. Por serem consideradas um gênero frágil e inocente, é propício serem

manipuladas e exploradas nesse meio. Um bom exemplo era o pequeno comércio feito

pelas negras de tabuleiro. Elas tinham uma certa liberdade de circular sem uma vigilância

completa do proprietário, desde que trouxessem um bom rendimento. Aparência algumas

vezes não compensava o alto valor dos jornais. Para não serem punidas, a única solução

era vender seus corpos. Essa era uma de várias adversidades enfrentadas, se um grupo de

mulheres dividiam o domicílio cujo os libertas elaboravam estratégias, as mesmas sofriam

violência. A preta Catarina de Souza obriga com castigos que suas escravas lhe deem o

jornal todos os dias, até mesmo nos dias santos.

Uma nova preocupação surgiu: a crescente população de cor. A parda Eugênia Maria de

Jesus entregava-se a homens de sua própria casa. Isso causava espanto já que além de dar

origem à mulatas, também dava à crioulos.


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Personagens / Elenco

Referência bibliográfica
Giovana Xavier, Juliana Barreto Faria, Flavio Gomes. Mulheres Negras: no Brasil escravista e
do pós-emancipação.
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Cartaz

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