Você está na página 1de 4

MARIELAVEAU,AIMPLACÁVELRAINHADOVODU

A feiticeira de Nova Orleans foi uma das mulheres mais respeitadas dos Estados Unidos no século
19 e, chegou a ser retratada na série American Horror Story
O vodu é uma religião popular em Nova Orleans. A cidade, no estado de
Louisiana é conhecida por sua festa carnavalesca Mardi Gras, suas
raízes francesas, a presença da música jazz, e principalmente, pela
forte influência negra na região. É neste local que viveu Marie Laveau, a
feiticeira de Nova Orleans.

A origem de Marie é ainda envolta de mistérios, acredita-se que ela


tenha nascido em setembro de 1801, no Bairro Francês, em Nova
Orleans, e seja filha de uma escrava liberta com o prefeito da cidade,
Charles Laveau. Aprendeu os ofícios do vodu com a mãe e a avó durante
a adolescência.
Em 1819, casou-se com Jacques Paris. Após um ano, Paris morreu em
circunstâncias misteriosas. Marie então abriu um salão de cabeleireiros
com a herança do marido, foi o primeiro passo para sua importante
carreira como feiticeira da cidade.

A Rainha do Vodu
Seu trabalho como cabeleireira vinha acompanhado, muitas vezes, de
atividades religiosas. Respeitada pela elite da cidade, Marie atendia as
clientes em suas casas, onde realizava os trabalhos de curandeira,
fitoterapeuta, leitura de cartas e supostos feitiços — para ajudar
pessoas a enriquecer e provocar abortos em casos de gravidez fora do
casamento.
Na praça Congo, nos arredores da cidade, cerimônias de vodu eram
conduzidas por Laveau. Aos domingos, galos e bodes eram sacrificados
para que o sangue fosse derramado em pessoas que precisavam de
purificação. Os frequentadores ainda entravam em transe durante o
ritual. Lendas afirmam que ela tinha uma cobra chamada Zombi (em
homenagem a um deus africano), mas não há documentos que
sustentem essa afirmação.

Segundo a escritora Barbara Rosendale Duggal, em seu livro Crioulo, A


História e o Legado do Povo de Cor Livre da Louisiana, um morador da
cidade descreveu Marie dizendo que “ela andava pelas ruas como se
fosse sua dona”. A Rainha do Vodu ainda era descrita como alta e
bonita, sempre usando lenços coloridos e brincos brilhantes
Temida e respeitada, Marie casou-se pela segunda vez com Christophe
Dominick de Glapion, com quem ela teve 15 filhos, sendo que apenas
duas meninas chegaram à idade adulta, Marie Euchariste Eloise Laveau
e Marie Philomene Glapion.

Morte
Após 1860, Laveau parou de realizar seus rituais públicos e levou uma
vida mais tranquila, porém ainda era vista andando pela cidade, onde
exercia um papel fundamental em movimentos sociais. Morreu
pacificamente em sua casa, no dia 15 de junho de 1881. Foi realizado
um grande funeral em sua homenagem, membros da elite branca de
Louisiana também compareceram.
Os jornais retrataram a morte de Marie, escrevendo que ela era uma
“mulher de grande beleza, intelecto e carisma, que também era piedosa,
caridosa e uma hábil curandeira de ervas”. Uma de suas filhas assumiu
seu lugar como Rainha do Vodu, embora seja incerto qual das duas. Há
relatos de pessoas que avistaram Laveau mesmo após a sua morte.

O local da sua sepultura é desconhecido. A localização mais aceita é no


cemitério St. Louis 1, onde as pessoas costumavam visitar e marcar um
X sobre sua lápide na esperança que seu espírito lhes concedessem três
desejos.
Seu legado ainda tem um forte impacto, considerada um ícone cultural,
Marie Laveau foi representada na terceira temporada da série American
Horror Story: Coven. Assim como existem músicas dedicadas à ela e até
mesmo uma linha de perfumes que carrega seu nome.

Você também pode gostar