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Reflexões Sobre o Serviço Social e Os Limites Da Aplicação Do Direito
Reflexões Sobre o Serviço Social e Os Limites Da Aplicação Do Direito
aplicação do direito
Silvia Alapanian
*A autora é docente do Departamento de Serviço Social da Universidade
Estadual de Londrina, doutora em Serviço Social pela PUC/SP, pesquisa a
atuação do Assistente Social no Sistema sócio-jurídico.
Resumo: Nesta breve reflexão nada mais fazemos do que instalar a discussão
apresentando o ponto de vista de autores clássicos como Norberto Bobbio,
Max Weber e a crítica marxista ao Direito. Abordamos também alguns aspetos
relativos aos problemas concretos de aplicação das leis e a crise do Poder
Judiciário no mundo globalizado.
Introdução
Entretanto, o balanço dessa luta não tem sido positivo. No Brasil como em
toda a América Latina a ofensiva do neoliberalismo vem corroendo as bases
sociais que sustentam a democracia e conseqüentemente a garantia dos
direitos de cidadania, levando-nos a questionar sobre os limites da política
social-democrata e as possibilidades de que ela se torne efetivamente um freio
para o avanço neoliberal.
Esse movimento abriu espaços para uma maior expressão dos segmentos
populares criando canais para a ação de massas (greves, passeatas,
manifestações, etc.) e também para a luta pela via institucional como as
denúncias aos órgãos competentes, processos e tentativas legais de
alterações na legislação.
Do ponto de vista político, passados mais de dez anos daquele momento
histórico, o Brasil seguiu a tendência de levar ao poder governos que se
apresentaram como de inspiração social-democrata, primeiramente com
Fernando Henrique Cardoso (embora neste caso a inspiração esteja restrita
apenas à sigla partidária: Partido da Social-Democracia Brasileira – PSDB) e
mais recentemente com a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder.
A ação desses segmentos que agem a partir do interior do Estado tem
utilizado como referência a carta constitucional, a Lei fundamental do Estado, e
como instrumentos as ações judiciais. Cabe ao Poder Judiciário interpretar a
Lei maior, definindo quem, como e quando esta é desrespeitada e quais
sansões cabem a quem o fizer. Estes setores encarnam um importante
movimento de resistência.
Por outro lado, temos assistido a um fenômeno complexo que José
Eduardo Faria chama de “tribunalização” ou “judicialização” da política,
explicado por ele da seguinte maneira:
Afinal, se quanto mais tentam planejar, controlar e dirigir menos conseguem ser
eficazes e obter resultados satisfatórios....não lhes resta outra alternativa para
preservar sua autoridade funcional: ou seja, quanto menos tentarem disciplinar
e intervir, menor será o risco de serem desmoralizados pela inefetividade de
seu instrumental regulatório. (FARIA:2001;12)
Uma reflexão necessária sobre essa realidade é feita por Luiz Fernando
Cabeda, em seu livro A Justiça Agoniza , remetendo a discussão à esfera da
reflexão sobre a chamada crise do Judiciário e a suposta necessidade de sua
reforma:
Há uma falsa cultura da litigância que faz com que, por exemplo, a Alemanha
(que tem metade da população e uma estrutura do Judiciário Trabalhista muito
semelhante à do Brasil) registrasse cerca de 4.500 ações reclamatórias em
1998, enquanto que aqui foram interpostas aproximadamente 2.500.000 no
mesmo ano. (CABEDA:1998;14)
Para o autor o Poder Judiciário não passa por uma crise ou necessita de
uma reforma, o que existe ...é a ausência de um efetivo poder organizado a
partir dos elementos que lhe dão fisionomia, é uma Justiça da crise.
(CABEDA:1998;24). O aumento de volume de reclamatórias, de ações judiciais
e processos não seria então reflexo de uma ampliação de mecanismos
democráticos e da falta de estrutura física ou organizacional para atender essa
demanda.
Conclusão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARANTES, R.B. Judiciário e política no Brasil . São Paulo, Idesp, Série
Justiça, Editora Sumaré: Fapesp: Educ, 1997.
SITE:
http://www.ssrevista.uel.br/c_v6n2_silvia.htm