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A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO PARA OS ANOS INICIAIS

Maria de Loudes de Menezes Correa 1


Rafaela Almeida Ferreira 2

RESUMO
A alfabetização e letramento são respostas para o mundo social, pois é por meio
delas que o sujeito passa a envolver-se diretamente em suas funções sociais,
buscando transformar-se um cidadão consciente. A pesquisa sobre este tema é de
fundamental importância, pois, é alto o índice de crianças e adolescentes que são
somente letradas e não alfabetizadas. Segundo Brandão em sua obra Pedagogia da
Autonomia (1996), o sujeito quanto mais amplia sua visão de mundo, mais se liberta
da opressão, ou seja, o sujeito letrado que já possui conhecimentos prévios, com um
determinado ponto de vista, quando alfabetizado, pode modificar seus pensamentos,
ampliando-os de forma que passa a refletir criticamente sobre a prática social. De
acordo BNCC do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais deve-se valorizar as
situações lúdicas de aprendizagem, apontando para a necessária articulação com as
experiências vivenciadas na Educação Infantil. Concernente à utilização das
atividades lúdicas, este artigo tem como objetivo apresentá-las como uma
ferramenta didática no ensino de linguagem no Ensino Fundamental. A metodologia
está pautada como bibliográfica, visando mostrar a importância da utilização do
lúdico nas salas de aula, para conexões entre a escola e a vida do aluno na
sociedade.
Palavras-chave: Ensino de linguagem, Ferramenta didática. Atividades lúdicas

ABSTRACT
Literacy and literacy are responses to the social world, because it is through them
that the subject starts to get directly involved in their social functions, seeking to
become a conscious citizen. Research on this topic is of fundamental importance, as
the rate of children and adolescents who are only literate and illiterate is high.
According to Brandão in his work Pedagogia da Autonomia (1996), the more the
subject expands his worldview, the more he is freed from oppression, that is, the
literate subject who already has previous knowledge, with a certain point of view,
when literate, he can modify his thoughts, expanding them in a way that starts to
reflect critically on social practice. According to BNCC of Elementary Education in the
Early Years, playful learning situations should be valued, pointing to the necessary
articulation with the experiences lived in Early Childhood Education. Concerning the
use of recreational activities, this article aims to present them as a didactic tool in the
teaching of language in Elementary School. The methodology is based on
bibliography, aiming to show the importance of using playfulness in classrooms, for
connections between the school and the student's life in society.
Keywords: Language teaching. Didactic tool. Playful activities

1
Licenciatura em Pedagogia, discente do curso de pós-graduando em Docência da Leitura, Escrita e Matemática da
Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB. E-mail: loudes.menezes@hotmail.com
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Licenciatura em Pedagogia, discente do curso de pós-graduando em Docência da Leitura, Escrita e Matemática da
Faculdade Salesiana Dom Bosco – FSDB.
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1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa investiga sobre a Importância da alfabetização para os anos


iniciais, por reconhecer a importância do letramento para a leitura de mundo da
criança. O artigo visa reconhecer as possíveis causas que faz com que um aluno
chegue ao final dos anos iniciais sem saber ler nem escrever.
Analisar as ideias centrais dos autores sobre a temática estudada, avaliar as
dificuldades que os alunos encontram nos anos iniciais, compreender a metodologia
de como avaliar o processo de alfabetização através do lúdico propiciando ao
educando jogos que desenvolva o ensino e aprendizagem, são alguns dos
processos a serem discutidos neste trabalho.
A pesquisa sobre este tema é de fundamental importância, pois, é alto o
índice de crianças e adolescentes que são somente letradas e não alfabetizadas.
Família e escola precisam estar em unidade para ajudar o aluno. Dessa forma será
possível minimizar mais os problemas encontrados em sala de aula com alunos
deficientes em uma leitura e interpretação de texto apropriada.
Segundo a BNCC do Ensino Fundamental nos Anos Iniciais devem-se
valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, apontando para a necessária
articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Isso possibilitará
que os alunos desenvolvam suas habilidades cognitivas no ambiente escolar.
Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas
experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação
com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos
de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na
construção de conhecimentos.
Tem-se a intenção de alcançar os seguintes resultados: ratificar que a falta de
incentivo em casa interfere no desenvolvimento do ensino e aprendizagem do aluno,
assim também os transtornos neurobiológicos (TDAH) interferem na aprendizagem
da criança e que os problemas de aprendizagem (disgrafia, discalculia e dislexia)
são frequentes na sala de aula e o professor nem sempre saber lidar com eles.
Nesse sentido o projeto será desenvolvido devido à experiência em sala de
aula, sendo o objeto de estudo diretamente acompanhado. Para estudar esta
problemática será desenvolvida a revisão de literatura a partir dos autores Rios
(2003) e Soares (1998).
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2. LINGUAGEM

Destacamos que a linguagem é característica inata no ser humano e está


presente desde muito cedo na criança. Sua aquisição inicia-se no momento em que
a criança começa a usar sons diferenciados. Estes sons vão progredindo na medida
em que surgir a necessidade de se comunicar através da fala. Sendo assim, FEIL
(1987, p 49), afirma que “a linguagem não se dá somente através da fala ou da
escrita, mas também através de gestos, mímicas e ainda através do desenho e da
pintura”.
Todavia têm outras maneiras de uma criança se comunicar, através de
gestos, movimentos, sons, atitudes, essas formas devem ser respeitadas e
motivadas, pois assim quanto mais forem exploradas, mais rica será a linguagem.
Segundo Feil conceitua que:

Se a linguagem é desenvolvida através da vivencia, e esta é a base para o


desenvolvimento da inteligência, cabe à escola explorar esta capacidade
inata da criança, de maneira natural, através da observação, tentativa,
repetição, experimentação, associação de ideias, generalização e criação
de regras próprias, aonde ela vai dominando gradativamente a linguagem
verbal, como meio e processo, ou seja, como comportamento de lidar com
as ideias (FEIL, 1987. p.20).

Assim, como a criança aprende a andar, a vestir, a calçar, também será ao


falar, pois a linguagem é um processo que se vai adquirido aos poucos, como ao
falar o nome das pessoas da família, animais em casa, objetos com pronuncias
simples.
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3. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Conforme o dicionário Aurélio (2010), “Alfabetização é a Ação de Alfabetizar,


difusão do ensino primário, restrita da leitura e escrita rudimentar”. Assim, o
letramento é a ação ou efeito de escrever, escrita. Processo pedagógico de
aquisição e domínio da capacidade de ler, escrever e interpretar textos;
alfabetização é o nível de letramento.
No Brasil o processo de alfabetização teve início algumas décadas após o
descobrimento do Brasil, os primeiros educadores foram os padres, que vindo de
Portugal, se dedicavam a catequização e da educação escolar.
No que diz respeito ao ato de alfabetizar, surgiu com a escrita, pois era
preciso passar esse sistema para outras gerações, caso contrário à escrita dos
povos acabaria. Então ler e escrever são capacidades que possibilitam às línguas e
a cultura de um povo permanecer vivo.
Voltando um pouco para a história da alfabetização, Cagliari conta:

Na Antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito


e depois copiado. Começaram com palavras e depois passavam para textos
famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a
escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e de cópia era o
segredo da alfabetização. Note que essa atividade está diretamente ligada
ao trabalho futuro que esses alunos irão desempenhar, escrevendo para a
sociedade e a cultura da época.

Muitas pessoas aprendiam a ler sem ir para a escola, já que não pretendiam
tornarem-se escribas. A curiosidade, certamente, levava muita gente a aprender a
ler para lidar com negócios, comercio e até mesmo para ler obras religiosas ou obter
informações culturais da época. A alfabetização, nesses casos, dava-se com a
transmissão de conhecimentos relativos à escrita de quem os possuía para
aprender.
Aprender a decifrar a escrita, ou seja, a ler, relacionando os caracteres às
palavras da linguagem oral, devia ser procedimento comum. Aqui não era preciso
fazer cópias nem escrever: bastava saber ler. Para quem sabe ler, escrever é algo
que vem como consequência.
Portanto, pela história da alfabetização, saber ler é que faz o aluno saber
escrever. Assim, alfabetizar é levar em conta também a predisposição da criança em
querer aprender, pois as crianças são diferentes entre si, por vários motivos. Mas,
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não podemos esperar que quisessem as mesmas coisas e que aprendam no mesmo
nível.
Muitas das vezes temos alunos que estão alfabetizados aos cincos anos e
outros com nove anos de idade, sendo que ainda não passaram dessa etapa, então
os professores devem encontrar caminhos para despertar o interesse nesses
alunos.
Todavia, alfabetização e letramento são dois processos de desenvolvimento,
da linguagem que devem estar interligados durante todo o período de aprendizagem
da leitura e da escrita. Segundo Soares:

O fenômeno do letramento obscureceu o processo de aquisição do sistema


convencional da escrita alfabética e ortográfica. Assim, propõe que durante
a intervenção pedagógica os dois apareçam simultaneamente, ou seja, a
alfabetização não preceda ao letramento nem vice-versa, reconhecendo-se
a especificidade da alfabetização como apropriação do sistema de escrita e
que ela se desenvolva num contexto de letramento, com metodologia
adequada. (SOARES, 2003)

Nesse sentido, letra é mais que alfabetizar, mas não podemos separar os dois
processos em que o aluno primeiro tem contato com o ensino das técnicas da leitura
e da escrita, assim, alfabetizar, desenvolve as habilidades que envolvem o uso da
leitura e da escrita, de forma que adquire o letramento.
Segundo a BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as
situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as
experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a
progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos
alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e
formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar
conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos.
Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em
seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo
mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN, a maior
desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam suas
interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos
sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a
construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua
identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas
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de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações entre
as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas potencialidades e
pelo acolhimento e pela valorização das diferenças.
De acordo com a LDB, no Artigo 32. Cita que: “O ensino fundamental
obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se
aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão” (Lei nº
11.274, de 2006). Como cita também no: I - o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do
cálculo.
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4. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Partindo da palavra prática segundo o dicionário Aurélio (2010) quer dizer: Ato
ou efeito de praticar, rotina, hábito, aplicação da teoria. Nesse sentido práticas
pedagógicas são ações que se costuma usar para ensinar, desde como preparar
uma aula, metodologia, técnica, ou outras formas, sendo que requer formação,
saberes, capacidades, habilidades e competências do docente. A prática
pedagógica é adotada de maneira consciente ou inconsciente pelo professor, no
qual revela valores e visão de mundo alicerçado por princípios e voltado ao alcance
de objetivos. Assim, organizar situações de ensino e aprendizagem que mudem,
transformem os alunos e seus contextos.
Nesse sentido, Libâneo (2003), afirma que:

A atividade mediadora do professor supõe uma preparação profissional na


qual se articulam idissocialmente, os conhecimentos teóricos e práticos
originados da investigação da prática e a prática de ensino concreta que se
desenvolve no cotidiano da escola em suas situações especificam e
condições objetivas (p.124).

O compromisso com uma prática pedagógica voltada para compreender a


realidade social e os direitos e responsabilidades dos estudantes com sua vida
individual e em sociedade torna necessário relacionar esse compromisso com a
competência técnica, científica e ética.
O professor competente, segundo Rios (2002), é o docente que é
comprometido com a construção de uma sociedade justa, na qual saber e poder têm
equivalência, enquanto elementos de interferência no real e organização de relações
de solidariedade. A dimensão técnica possibilita as capacidades de saber, saber
fazer, saber como, ou seja, não basta que o professor conheça o seu trabalho, é
preciso saber fazê-lo, saber como transformar os conhecimentos em ações
concretas.
O domínio do conhecimento para a atuação do docente é importante, embora
não seja suficiente. É a presença da dimensão que garantirá a atuação eficaz do
professor em sala de aula, ou seja, é a técnica que proporcionará planejar e realizar
uma aula significativa e proveitosa para os alunos.
Todavia, o modelo de prática pedagógica construtiva vê a criança como ser
que pensa e a escola como espaço apropriado para que o aluno aprenda cada vez
mais a partir de suas próprias construções. Porém, o Brasil apresenta a Prática
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Pedagógica Crítica, no qual o professor não está interessado somente em fornecer


subsídios para que as crianças aprendam uma série de informações. A criança deve
saber resolver e lidar com os problemas do cotidiano, conviver com as incertezas, de
modo agir, de maneira crítica e criativa, consciente da capacidade transformadora
de seu papel. O educador que adota o modelo de prática pedagógica crítica visa
através de seu trabalho na escola, contribuir para transformação de uma sociedade
mais justa e igualitária.
Assim, o trabalho do professor é estimular a criança a elaborar novas
significações e relacionar o que é aprendido na escola com outros contextos fora
desse espaço. Nesse sentido, Rios (2003), conceituam a:

Mediação entre a criança e o meio, utilizando os diversos recursos básicos


disponíveis: o próprio espaço físico da escola, com seus instrumentos,
propostas e particularmente, sua maneira de se relacionar com as crianças
[...] (2003, p.89).

Então, não se pode determinar um modelo de prática pedagógica ideal para o


ensino fundamental, porém, é preciso que o professor saiba que cada modelo supõe
uma concepção de mundo, por isso, qualquer que seja a prática pedagógica
adotada pelo educador, ele deve ter a consciência a que interesse sua prática está
servindo, ou seja, se a prática está contribuindo para a formação das crianças da
educação básica.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com isso conclui-se então, que na sociedade atual as escolas no papel de


seus educadores precisam rever suas práticas e encarar os grandes desafios de
transformar alunos em cidadãos críticos e conscientes de seus deveres e direitos,
propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, de
modo que adquiram condição de enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.
Para tanto faz se necessário que o educador faça todo o esforço necessário
para tornar os alunos produtores de textos e leitores reflexivos, considerando que
para formação de um pensamento reflexivo durante um processo de significação de
sentido e gêneros expressos num texto em sala de aula bem como sua prática o
mesmo necessita atualizar-se de forma consciente uma vez que a interpretação das
linguagens e intermediações presentes dentro do texto na forma clara ou obscuras
não poderá ser reconhecida por alunos que tenham apenas aprendido a decodificar
as letras.
Com tudo os teóricos que embasaram este estudo enfatizam a importância do
trabalho didático a ser enfocado em objetos sociais configurados em atividades
lúdicas emergentes de diferentes esferas, pois só assim o professor pode constituir
com atividades significativas para as práticas didáticas com a linguagem e escritas
dos alunos.
Toda via é necessário que o educador adote outra forma de pensar o fazer
pedagógico no que diz respeito ao ensino de língua, visando a ascensão intelectual
e social do aluno do ensino fundamental. E as autoridades governamentais cabem
oferecer possibilidade para criação de programas curriculares coerentes para com a
apropriação da leitura e da escrita na sala de aula, visando equipara os professores
para preparar tais alunos não só para os anos seguintes de seus estudos, mas para
o mundo.
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REFERÊNCIAS

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Míni Aurélio: o dicionário da língua


portuguesa; coordenação de edição Marina Baird Ferreira. – 8. Ed.- Curitiba:
Positivo, 2010.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. 15 ed. Rio de Janeiro:


Loyola, 2003.

RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e Ensinar. Por uma docência da melhor


qualidade. São Paulo: Cortez, 2003.

LDB, Lei de diretrizes e bases da educação nacional. – Brasília: Senado Federal,


Coordenação de Edições Técnicas, 2017. 58 p. Disponível em
www.portal.mec.gov.br. Acesso em 11 de dezembro de 2019.

SÃO PAULO (Estado). Ministério da Educação - Base Nacional Comum


Curricular. Versão Final. Disponível em www.basenacionalcomum.mec.gov.br.
Acesso em 11 de dezembro de 2019.

SILVA, Verônica Herculano da; SILVA, Fábio Bernardo da. Alfabetização e


letramento nas séries iniciais. Disponível em <
http://www.revista.ajes.edu.br/index.php/rsd/article/view/142/110 > Acesso em: 07 de
dezembro de 2019.

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