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Covid-19 e o Infarto Agudo do Miocárdio: implicações relevantes

Breve histórico e recomendações

Coordenação - Dr. Alexandre Abizaid

Histórico
Inicialmente identificada em 2019 em Wuhan (China), a doença COVID-19 é
causada por um coronavírus que pode resultar em insuficiência respiratória
aguda severa (SARS-CoV2), com elevado poder de contágio;
Embora suas principais manifestações estejam relacionadas ao sistema
respiratório, esta infecção pode ter impacto direto na doença cardiovascular (em
até 25% dos casos).

Papel das afecções cardiovasculares na infecção pelo COVID-19


Aumento de risco para pior evolução (↑mortalidade e tempo de UTI) em
pacientes infectados pelo COVID-19.

Principais fatores de risco CDV associados à infecção pelo COVID-19:


HAS 17,1%
ICC 16,4%
DM 9,4%

Relação entre fatores de risco CDV, imunidade e gravidade da infecção por


COVID-19:
Fatores de risco como idade, HAS e DM podem desregular o sistema
imunológico e, indiretamente, favorecer infecção pelo COVID-19;
Por outro lado, a infecção pelo COVID-19 pode servir de gatilho para
mecanismos que resultam em DCV (isso já foi descrito com outras viroses, como
por exemplo a influenza);
Pacientes com histórico de Tx são mais vulneráveis.
Injúria miocárdica, miocardite e SCA

Injúria miocárdica ➙ elevação dos marcadores de necrose miocárdica (troponina


I), na presença de isquemia miocárdica ou de patologias miocárdicas não-
isquêmicas, incluindo as miocardites (7-17% dos casos);
↑ da troponina I já foi observada em vários pacientes com COVID-19, estando o
grau de elevação correlacionado à mortalidade;
Associado à injúria miocárdica, tem se observado frequente presença de
alterações no EC, ecocardiograma e RNM, estando associado a pior prognóstico
também;

SCA ➙ alguns casos de elevação do segmento ST (IAMcSST tipo I) foram


descritos, sendo a maioria em pacientes com pouca ou nenhuma doença
aterosclerótica.

Arritmias Cardíacas

Presente em um número considerável de pacientes com COVID-19 (7,3%);


Em pacientes que requerem UTI, é mais frequente (17,6%);
Secundária a:
Hipoxia;
Stress neurohormonal ou inflamatório;
Desbalanço metabólico.
Arritmias malignas podem estar associadas à miocardite.

Opções de tratamento

Nenhum fármaco comprovado, mas vários em teste:


Terapias anti retrovirais: Ribavirin e ritonavir
Cloroquina e hidroxi-cloroquina
Metiprednisolona
Papel dos IECAs/BRA:

Os receptores da ACE2 são a porta de entrada para o COVID-19.


Alguns poucos estudos (contestáveis metodologicamente) apontam para um
potencial dos IECAs e BRA em fazer upregulation dos receptores e facilitar a
infecção pelo vírus.
Outros estudos, também pequenos, apontam para o oposto, ou seja, um papel
protetor destes fármacos, uma vez que potencializam o feito protetor pulmonar
de ACE2.
Até o presente momento a recomendação das sociedades de cardiologia tanto
Nacional como Internacional, é que se mantenha a prescrição em quem já fazia
uso.

Em resumo

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