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Fundamentos
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CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS
(P({1, 3, 5}) = 1/2) ou o lado serteado foi dois (P({2}) = 1/6). E percebemos
rapidamente que para eventos disjuntos a probabilidade de sua união é a soma
de suas probabilidades (no caso acima, P({1, 2, 3, 5}) = 1/2 + 1/6 = 2/3).
Esse caráter aditivo da probabilidade certamente nos remete aos conceitos bá-
sicos de Teoria da Medida. Vamos agora formalizar a discussão acima com
mais calma, sob a ótica dessa teoria.
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1.2. ESPAÇOS DE PROBABILIDADE
Obviamente, isso nada mais é que uma medida que associa massa um ao
espaço todo.
Exemplo 1.2.1. Probabilidades nos espaços do Exemplo 1.1.1
a) P1 ( A) = (#A)/6 em (Ω1 , F1 ). Ou mais geralmente P1′ ( A) = ∑i∈ A p i , onde
pi ≥ 0 e ∑i pi = 1.
b) P2 pode ser a medida de Lebesgue em ([0, 1], B([0, 1])). Mais geralmente tam-
bém podemos ter P2′ ( A) = A ρ( x ) dx, onde ρ : [0, 1] → R + , e uma função
R
mensuravel chamada densidade, é tal que [0,1] ρ ( x ) dx = 1.
R
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CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS
a) Se A ⊆ B então P( A) ≤ P( B).
P i ∈ I A i ≤ ∑ P ( A i ). (1.2)
S
i∈ I
b) P( A ∪ B) = P( A ∪ ( B \ A)) = P( A) + P( B \ A) ≤ P( A) + P( B).
Deixamos o caso enumerável como exercício abaixo.
c) Chamamos A a união dos Ai . Basta mostrar a validade da equação
abaixo e depois integrar com respeito a P.
n
1 A (ω ) = ∑ (−1)k−1 ∑ ∏ 1 A i ( ω ). (1.5)
k =1 I ⊆{1,...,n } i ∈ I
| I |=k
(1 A − 1 A1 ) · · · · · (1 A − 1 An )(ω ) = 0. (1.6)
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1.3. SISTEMAS λ-π
S∞ ∞ S n −1
∑P
P n =1 An = An \ i =1 Ai
n =1 (1.9)
Sn
= lim P( i =1 A i ) = lim P( An ).
n→∞ n→∞
b) A prova é análoga à de 1.
Lema 1.2.4 (Borel-Cantelli - primeira parte). Sejam A1 , A2 , · · · ∈ F satisfazendo
∑∞
i =1 P ( A i ) < ∞. Então
Demonstração. Estimamos
T∞ S
= lim P i≥n Ai ≤ lim ∑ P( Ai ) = 0. (1.11)
S
P i≥n Ai
n =1 n→∞ n→∞ i≥n
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CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS
Definição 1.3.1. Dizemos que uma classe A ⊆ P (Ω) é um π-sistema se for fechado
por interseções finitas, isto é: para todos A, B ∈ A temos A ∩ B ∈ A.
Definição 1.3.2. Dizemos que A ⊆ P (Ω) é um λ-sistema, se
a) Ω ∈ A,
b) Sempre que A ∈ A temos Ac ∈ A.
c) Para A1 , A2 , · · · ∈ A disjuntos dois a dois, temos ∪i Ai ∈ A.
Exercício 1.3.1. Dê um exemplo de λ-sistema que não seja uma σ-álbebra.
Definimos para A ⊆ P ( W ), o menor λ-sistema contendo A, ou seja
\
λ(A) = B. (1.12)
B λ-sistema
A⊆B
De fato, caso isso seja provado teremos que λ(A) é fechado por diferenças (pois
A \ B = A ∩ Bc ). Assim, podemos mostrar que λ(A) é fechado por uniões enu-
meráveis, pois se A1 , A2 , · · · ∈ λ(A), definimos Bn = ∪ni=1 Ai = (∩ni=1 Aci )c ∈
λ(A) e escrevemos
∞ ∞
A n \ Bn − 1 , (1.14)
An =
S S
n =1 n =1
que é uma união disjunta de termos em λ(A), logo está em λ(A). Isso mostra
que λ(A) é uma σ-álgebra e que de fato é suficiente demonstrar (1.13), o que e
equivalente
∀ A1 , A2 ∈ λ(A), A1 ∩ A2 ∈ λ(A), (1.15)
o caso de interseções de mais conjuntos podendo ser deduzido por indução.
Vamos primeiramente mostrar que λ(A) é fechado por interseções com A.
Para tanto, definimos B = B ∈ λ(A); B ∩ A ∈ λ(A) para todo A ∈ A) e
veremos que
B = λ(A). (1.16)
Obviamente, A ⊆ B , pois A é um π-sistema. Então basta mostrar que B é um
λ-sistema.
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1.3. SISTEMAS λ-π
a) Ω obviamente pertence a B .
b) Se B ∈ B e A ∈ A, então Bc ∩ A = A \ ( B ∩ A) = ( Ac ∪ ( B ∩ A))c .
Mas como B ∈ B , ( B ∩ A) ∈ λ(A) e usando o fato que λ-sistemas são
fechados por complementos e uniões disjuntas, Bc ∩ A ∈ λ(A). Como
isso vale para todo A ∈ A, temos Bc ∈ B por definição.
S∞ ∞
Bn ∪ A ∈ λ(A), (1.17)
Bn ∩ A =
S
n =1
n =1
S∞
pois a união acima é disjunta. Logo n =1 Bn ∈ B .
a) Ω ∈ B̄ , que é claro.
c
b) Tomando A ∈ B̄ e B ∈ λ(A), Ac ∩ B = B \ ( A ∩ B) = Bc ∪ ( A ∩ B) ∈
λ(A), por um argumento análogo ao apresentado para B . Logo Ac ∈ B̄ .
então P1 = P2 .
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CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS
com A = {(0, 0), (0, 1)} e B = {(0, 0), (1, 0)}. Contudo, P1 6= P2 , mesmo tendo
P (Ω) = σ ({ A, B}).
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1.4. ELEMENTOS ALEATÓRIOS
X∗ P ( A ) : = P { ω ∈ Ω : X ( ω ) ∈ A } = P [ X ∈ A ]. (1.22)
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CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS
No caso a)√se pode uma vez que uma estremidade fica fixada, a corda fica
maior do que 3 somente se o segundo ponto fica num seitor angular de com-
primento 2π/3. Então a probabilidade vale (2π/3)/(2π ) = 1/3.
√
No caso b), pra corda ficar maior do que 3, o centro dela deve ficar no
circulo inscrito do triangulo equilateral, cujo raio e 1/2. Então a probabilidade
vale o ratio das aréas que é 1/4.
Obtemos então duas respostas diferente para essa pergunta simples, o que
e nada surprendente: a) e b) correspondem a dois experimento diferentes com
espaços amostrais diferentes.
Exercício 1.4.7. 1) Descreve o espaço amostral e as lei de probabilidade associadas
para os experimentos a) e b)
2) Calcule a lei de probabilidade do comprimento da corda em cada caso.
3) Estude o caso seguinte: escolhe um raio uniforme do disco, pois escolhe unifor-
memente no raio o ponto medio da corda.
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