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Jose Marion
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
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All content following this page was uploaded by Jose Marion on 01 June 2016.
Americana/SP
Impacto Publicações
2016
1ª edição: 2016
________________________________________________________________
ISBN 978-85-65419-10-9
IMPACTO PUBLICAÇÕES
www.revistaimpacto.com.br
contato@revistaimpacto.com.br / (19) 3462.9893
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem a autorização escrita dos
editores.
Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Capítulo 1
Divisão na Igreja, o mais nefasto dos pecados . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Capítulo 2
As riquezas na diversidade dos evangelhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Capítulo 3
Unidade do Corpo: utopia ou realidade? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Capítulo 4
Por que existem tantas divisões: alguns aspectos . . . . . . . . . . . . . . 79
Capítulo 5
A queda dos muros que nos separavam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Capítulo 6
Eles não fazem como nós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
Capítulo 7
Uma cidade em busca da unidade em Cristo . . . . . . . . . . . . . . . 155
Capítulo 8
As raízes do Encristus: como se constrói a unidade . . . . . . . . . . . 177
Capítulo 9
É possível pensar na unidade? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
Capítulo 10
Uma comunidade que vive a unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
N
ormalmente, os livros cristãos têm mais uma
característica biográfica e de interpretação bíblica.
Apresentam testemunhos, experiências, modelos
bem-sucedidos, estabelecimentos de princípios, etc.
Neste livro, procuramos dar um enfoque mais acadêmico
no sentido de pesquisar o que pessoas gabaritadas falam sobre o
assunto. Ficamos surpresos em identificar muitos escritos sobre
o tema (a maioria deles citados nas referências bibliográficas).
Buscamos algumas referências em livros (com uma linguagem
mais rebuscada) e outras, em ministrações e preleções (com uma
linguagem mais coloquial).
Dessa forma, começo meus agradecimentos ao Deus
Pai, Todo-poderoso que, na graça de Jesus Cristo, tem
inspirado, pelo Espírito Santo de Deus, tantas pessoas
(filhos de Deus) a compartilhar conosco revelações sobre
esse tema tão relevante para os nossos dias. Pudemos
absorver muita revelação desses irmãos, ainda que nossa
pesquisa não tenha sido exaustiva. Felizmente, há muito
para se explorar ainda.
1 Márcia Maria Costa Marion é pastora, professora, esposa de José Carlos Marion,
coautora do livro Reconciliação: O Segundo Toque - A Unidade do Corpo de Cristo
e a Nova Evangelização.
B
eth Moore, autora de best-sellers, diz acreditar que um
escritor nunca deve parecer desesperado em querer
que os leitores gostem de sua obra. Simplesmente não
é conveniente. Ele deve dar o seu melhor e depois esperar os
resultados. Porém, em seu livro Liberte-se2, ela complementa:
É assim que eu penso, mas neste caso [livro citado], eu realmente
não consigo agir desta forma. O conteúdo destas páginas é tão
importante para mim, que desejo desesperadamente que se torne
importante para você também. E a mensagem é tão preciosa, que
espero ansiosamente que seja preciosa para você também.
No verso 20, Jesus ora por aqueles que ainda crerão nele. Com
relação a estes, ele também ora:
... a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu
em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu
me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado,
para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim
de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça
que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim ( João
17.21-23).
Pentecostais e carismáticos
Pentecostes não é somente o marco da fundação da Igreja de
Cristo, mas também da unidade do Corpo de Cristo. Um dos
efeitos imediatos do Pentecostes foi que os judeus devotos de
todas as nações presentes em Jerusalém, por ocasião da festa,
começaram a ouvir, cada um, em sua própria língua materna,
as grandezas de Deus (Atos 2.5-11), ao contrário da confusão
de línguas e da divisão entre os povos iniciadas na torre de
Babel (Gênesis 11). Todo povo sentia simpatia pela unidade
da igreja que se iniciava, e o Senhor acrescentava, dia a dia, os
que iam sendo salvos (Atos 2.47). Dentre os que criam, era
um o coração e a alma; estavam juntos, e crescia mais ainda
a multidão de crentes agregados ao Senhor (Atos 5.13,14).
Infelizmente, a igreja sofreu grandes divisões, principal-
mente no segundo milênio após sua criação. Porém, no início
do século 20, em Topeka, Kansas, houve um novo derra-
mamento do Espírito Santo chamado de Novo Pentecostes.
Em 1906, o pastor negro William J. Seymour, batizado no
Espírito Santo, iniciou, num velho galpão da Rua Azusa,
312, em Los Angeles/EUA, reuniões de avivamento que
também uniam negros e brancos que antes congregavam
separadamente. Mais uma vez, o Espírito Santo foi liberado
para a unidade do Corpo de Cristo. Nessas reuniões, que
agregavam pessoas de todo o mundo, “não se permitia uma
palavra indelicada contra inimigos ou outras igrejas; não se
permitia que se pensasse, falasse ou se ouvisse mal contra qual-
quer criatura; nunca buscava-se a defesa deste trabalho ou das
pessoas que lá estavam. O Espírito Santo não permitia críticas
ou comparações com outras denominações”.5
5 MARION, José Carlos e Márcia. Reconciliação: O Segundo Toque - A Unidade
do Corpo de Cristo e a Nova Evangelização. Americana/SP: Impacto Publicações,
2014, 2ª edição.
Nele, nós somos UM! Aqui está nossa unidade! Aqui está a
Noiva de Cristo que, juntamente com o Espírito Santo, diz: “Ora
vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22.20).
N
o início de 2015, enquanto escrevo este capí-
tulo, vejo a notícia do massacre de pessoas do
jornal Charlie Hebdo, em Paris, França, por
dois jovens radicais islâmicos. Simultaneamente, tomo
conhecimento de um ataque a um mercado judeu por
outro extremista, deixando quatro reféns mortos, tota-
lizando 17 mortos nessa operação.
Em seguida, houve uma passeata de 3,5 milhões de
pessoas contra a violência e o radicalismo religioso. Líde-
res governamentais foram até Paris prestar solidariedade
aos franceses e anunciar um rigor maior no controle de
entrada e saída de suspeitos de extremismo religioso.
Roberto Da Matta7, em seu artigo Sou Charlie e
antropólogo8, comenta sobre a origem do radicalismo
religioso:
7 Roberto Augusto Da Matta é um antropólogo, conferencista, consultor, colunista
de jornal e produtor brasileiro de TV.
8 Jornal O Estado de São Paulo de 14/01/2015.
9 Site: http://tabernaculodedavid.sites.uol.com.br/igreja.htm.
12 Pedro Arruda faz parte de uma comunhão de grupos espalhados pelo Brasil, do
conselho editorial da Revista Impacto e do Encristus. É professor no Curso de Prepa-
ração Profética, em Monte Mor-SP, e empresário na área de Educação para o Trânsito.
13
BRONZATTO, Maurício. Mãe de Muitos Filhos. Ibid.
para que o mundo creia. Se dar realidade à oração feita de acordo com
a vontade de Deus é uma ação do Espírito Santo, podemos concluir
que impedir a sua concretização é uma ação de Satanás, conforme
podemos observar em Daniel 10. Assim, cada vez que agimos
impedindo que a unidade dos cristãos pedida por Jesus se realize,
estamos a serviço de Satanás. Isto é forte, mas é verdade. Quando
Pedro foi repreendido por Jesus, ao tentar demovê-lo da intenção de
morrer na cruz, ficou claro que ele estava cogitando das coisas dos
homens a serviço de Satanás. Esta situação é muito exemplificada
na questão da unidade: são intenções humanas – às vezes boas – a
serviço de Satanás. Creio que Pedro não tinha consciência desta
gravidade, como também não a tem a maioria dos cristãos. Mesmo
quem admite falhar com a unidade pensa tratar-se de uma deficiência
humana, apenas uma carnalidade sem grande importância.
Às vezes não nos conhecemos e falamos mal uns dos outros, não
oramos juntos e colocamos à nossa frente doutrinas que nos separam.
Mas hoje estamos aqui orando juntos, pedindo perdão pelas nossas
divisões, e isso tem sido um tema doutrinal.
uma pessoa tocada pelo Espírito Santo para trabalhar, orar e dar
a vida pela unidade.
Foi nesse mesmo espírito que Moisés agiu ao deixar o palácio real
e preferir ser um hebreu como de fato o era (Hebreus 11.24-27).
Daniel assim também procedeu, pois, apesar de manter uma vida
íntegra diante de Deus, expressou-se em oração como um pecador
responsável pela deportação de seu povo (Daniel 9.3-19). Esdras
também se sentiu como um dos culpados pelos pecados que fizeram
abater a tragédia sobre os judeus (Esdras 9.3-15).
D
eus poderia ter estabelecido um único escritor
para englobar os quatro evangelhos, dando início,
assim, ao Novo Testamento (NT). Foi assim que
ele fez com o Antigo Testamento (AT), usando Moisés
para escrever o Pentateuco (ou Torá, nome que se dá aos
cinco primeiros livros do AT: Gênesis, Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio). Se assim o fizesse com os
evangelhos, teríamos uma descrição uniforme das “boas
notícias” da salvação e vida eterna, desde o nascimento,
curas e milagres e ensinos até a morte, ressurreição e
ascensão de Jesus Cristo.
Sobre o evangelismo
Todos os três evangelhos sinóticos concluem seu relato com
a grande comissão que Jesus deu aos onze discípulos de ir
a todos os povos do mundo. O objetivo é que as pessoas se
tornem seguidoras de Jesus, ensinadas e batizadas a fim de ser
incluídas no Corpo (Mateus 28.18-20, Marcos 16.14-18 e
Lucas 24.36-49).
Da mesma forma que os sinóticos narram essa grande tarefa,
João também narra como Jesus apareceu depois da ressurreição e
disse: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês. Depois
soprou o Espírito Santo sobre eles e disse: recebam o Espírito Santo.
Se vocês perdoarem o pecado de alguém, esses pecados são perdoados;
mas se não perdoarem, eles não são perdoados” (20.21-23).
Todos nós, sem dúvida, somos enviados depois de receber
o Espírito Santo. Todavia, o que João acrescenta, além disso, é
25 Embora a Igreja Primitiva também tenha passado por divisões, como podemos ver
nas epístolas aos Coríntios.
torne uma testemunha para toda a Terra. É tempo para que o grande
testemunho do Senhor Jesus Cristo venha à Terra, e de acordo com
João 17.21, este testemunho é a unidade do Corpo de Cristo.
até maiores do que estas, pois eu vou para meu Pai”. Jesus, ao
voltar para o Pai, daria aos seus discípulos o poder do Espírito
Santo (formando a Igreja, o seu Corpo). Assim, eles poderiam
fazer obras maiores do que o Senhor fez.
Ora, quando Jesus fala sobre a Igreja fazer coisas maiores
do que as que ele fez, está se referindo aos sinais que levam
as pessoas a crer que ele foi enviado pelo Pai. Essa é a lógica
dos sinais na visão de João. Agora, o corpo literal de Jesus
não está mais na terra, mas o seu corpo espiritual (a Igreja)
faria milagres ainda maiores. Mas que milagres poderiam
ser estes? O milagre de levar o mundo a crer que Jesus é o
enviado do Pai para salvar a humanidade! Não serão mais
grupos pequenos como aconteceu durante seu ministério,
mas muitos cristãos num universo de 5 bilhões de pessoas
que ainda não creem. Esse é o grande milagre que a Igreja
de Cristo pode realizar!
Assim, Jesus termina seu discurso de despedida em João
17.20-26, no qual, por diversas vezes, nos orienta a sermos
um com ele e o Pai, em perfeita unidade entre nós, para que
o mundo creia que ele foi enviado:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem
a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos
sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam
eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes
tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um,
como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aper-
feiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste
e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a minha vontade é
que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste
antes da fundação do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu;
Em João 17.11, Jesus ora também para que não haja divisão
entre os discípulos:
Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo
que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que
me deste, para que eles sejam um, assim como nós.
N
otícias pela mídia, principalmente pela in-
ternet, constam que, em 2014, na região do
Iraque e da Síria, “...cristãos foram expulsos de
suas casas, as mulheres cristãs foram estupradas, milha-
res de cristãos foram enforcados, fuzilados e até mesmo
crucificados. Tudo isso pelo fato de essas pessoas serem
cristãs. Suas casas, igrejas, mosteiros, conventos e outras
estruturas religiosas foram destruídas, padres e pastores
foram assassinados, freiras e monjas estupradas, crianças
cristãs foram vendidas como escravas ou obrigadas a se
casarem com militantes extremistas”.
Espírito que eu, posso ter comunhão no Espírito com ela e assim
guardar a unidade do Espírito. Mas, se ao invés disto, procurarmos a
unidade da fé, perderemos tudo; pois mesmo tendo o Espírito de Jesus
basearemos nossa unidade em outras coisas, não no espírito. Vamos
discutir e ficar irados, e não chegar a lugar algum. Tudo isto porque
estamos procurando a unidade da fé antes da hora. Primeiro vem a
unidade do Espírito, depois a unidade da fé.
• Humildade
Humildade é se deixar ser rebaixado ao máximo. É o
oposto de soberba. Davi orou ao Senhor: “Também da so-
berba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei
irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão” (Salmos
19.13). A soberba, para Davi, era o pior pecado. Um homem
que escreveu as mais belas poesias e cânticos, que tinha tanta
afinidade com Deus a ponto de desejar construir uma casa
para Ele, tinha tudo para tornar-se soberbo. No entanto,
ele se humilhou; Davi se considerava um pobre necessitado
(Salmos 40.17).
Quando pensamos em unidade, a condição fundamental
é a humildade, o quebrantamento. É olhar para Cristo e ver
que, mesmo tendo uma condição de glória, de rei do universo,
ele veio à terra e foi cuspido, espancado, crucificado. O salmo
22, ao nosso ver, deixa a entender que Jesus foi crucificado
nu, pois suas roupas foram sorteadas. Assim, a unidade requer
necessariamente humilhação da nossa parte, e este é um fruto
do Espírito apesar de não aparecer na lista de Gálatas 5.
Eu fico imaginando o risco que corremos ao achar, em
algum momento, que somos valiosos, que temos alguma
coisa preciosa, que estamos cumprindo toda a Palavra como
deveríamos. Qualquer coisa nesse sentido é extremamente
perigosa para a nossa vida e para a unidade.
Nos dias do reavivamento da Rua Azusa, em Los Angeles
(EUA), William Seymour passou muitas horas no púlpito,
com a cabeça em uma caixa, para que ninguém fosse glorifi-
cado além de Jesus Cristo.33
34 Jundiaí, 21/12/2014.
dava bofetadas para impedir que se orgulhasse. Por três vezes, ele
orou ao Senhor, sem sucesso, para que lhe tirasse esse sofrimento
(2 Coríntios 12.1-10).
Um dos grandes problemas que levam à divisão na Igreja são
homens que recebem revelação, tornam-se conhecidos, às vezes
idolatrados, e não se quebrantam diante do Senhor, não exercitam
a humidade. Sem humildade extrema, não há unidade na Igreja.
Jesus ensinou:
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim
como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto
conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns
aos outros ( João 13.34,35).
37
Anais do Encristus 2015. Batizados no amor que gera a unidade. Niterói/RJ,
21/03/2015, pp.19,22,26,27.
Unidade do Corpo
No versículo 4 de Efésios 4, Paulo declara que há “um só Corpo, um
só Espírito e uma só esperança”. Antes, no capítulo 2 desse mesmo
livro, ele já havia abordado um só Corpo (v. 16) e um só Espírito
(v. 18), explicando que, por meio de Cristo, os judeus e os gentios
formam um só Corpo e têm acesso ao Pai no mesmo Espírito.
Jesus abriu um novo caminho pelo qual podemos chegar a Deus
por meio do Corpo e do Espírito.
38
WALKER, John. Um Estudo Microscópico em Efésios. Ibid.
39
WALKER, John. Um Estudo Microscópico em Efésios. Ibid.
40
Conferência “Israel, a Igreja e os Últimos Dias”. Jundiaí, Unidade Missionária
Cristã – UMC, 16 a 18 de novembro de 2014.
41
MARION, José Carlos e Márcia. Reconciliação: O Segundo Toque. Ibid.
42
WALKER, John. Um Estudo Microscópico em Efésios. Ibid.
U
ltimamente, temos observado divisões radicais no Islã
originadas pelas interpretações diferentes do Corão.
Uma das extremidades que provocam terror sangui-
nário afirma estar em consonância com os ensinamentos do
fundamentalismo mulçumano. Por outro lado, dentre outros
seguidores do Corão, há reações garantindo que a violência
não tem absolutamente nada a ver com a religião revelada a
Maomé há 1.400 anos. Dizem que o “Islã é a religião da paz
e quem comete atrocidade em seu nome está desvirtuando seus
fundamentos”.
Se isso é verdade, como pode um mesmo livro levar a situa-
ções tão extremas? Segundo o cientista político egípcio Hamed
Abdel-Samad45, que afirma haver semelhanças entre o nazismo
e o fundamentalismo islâmico, quando o Corão é aplicado
sem nenhuma relativização, o resultado é sempre um regime
fascista, como o do Irã. O Hamas fez isto na Faixa de Gaza. A
mesma coisa também aconteceu na Somália e no Sudão. Não
42
Revista Veja. São Paulo/SP, Edição de 14/01/2015.
48
VALLOTTON, Kris. Chuva Abundante – Como podemos transformar o mundo
que nos cerca. Ibid.
49
NICODEMUS, Augustus. Polêmicas na Igreja. São Paulo/SP: Editora Mundo
Cristão, 2015.
50
Boletim semanal Revive Israel. Site: www.reviveisrael.org., 2013.
E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a
carnais, como a meninos em Cristo.Com leite vos criei, e não com
carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis,
porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas
e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os
homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de
Apolo; porventura não sois carnais? Pois, quem é Paulo, e quem
é Apolo, senão ministros pelos quais crestes, e conforme o que o
Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o
crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que
rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que
rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu
trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura
de Deus e edifício de Deus (1 Coríntios 3.1-9).
Foi nesse contexto que Paulo lhes escreveu essa segunda carta
e, dentre tantas exortações, disse-lhes que “Cristo nos conf iou o
ministério da reconciliação” (5.18). Ao “pé da letra” Paulo estava
se referindo a ele mesmo, ao ministério que Deus lhe havia
confiado.
51
Douglas Pinheiro é teólogo, professor e padre diocesano em Vargem Grande
Paulista/SP.
52
Anais do Encristus 2014. Ele pôs em nossos lábios a palavra de reconciliação.
Cachoeira Paulista/SP, Canção Nova, 14-16 de março de 2014, pp. 40,41.
A mesa do Senhor
A Reforma Protestante do século 16 foi um dos aconteci-
mentos que marcaram a história da Igreja, a ponto de dividir
o cristianismo ocidental entre católicos e protestantes. Não
muito tempo depois, houve uma discussão que causou o
primeiro grande cisma entre os próprios reformadores e seus
seguidores.
A visão dos líderes da Reforma – Martinho Lutero, Ulrich
Zwínglio e João Calvino –sobre o sentido bíblico da santa
ceia, ou eucaristia, era divergente uma da outra, causando
divisão entre esses reformadores. Essa divisão repercute até
hoje com controvérsia nas igrejas evangélicas.
55
Revista Ciências da Religião – História e Sociedade, volume 6, nº 2, 2008.
56
Site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Transubstanciacao.
Deus nos deu essas coisas, essas matérias, o pão e o vinho, para que
possamos receber a vida de Jesus. Não são apenas símbolos, mas são
vida, porque estamos obedecendo à Palavra de Deus.
Quadros de respostas
Tabela 1 – Resultados referentes à primeira pergunta: “Para você,
o que é a santa ceia?”
IGREJA Memorial Espiritual Literal
Igreja Presbiteriana do Brasil 37% 63% 0%
Igreja Evangélica Luterana do Brasil 0% 13% 87%
Igreja Batista Brasileira 65% 29% 6%
Igreja Assembleia de Deus – Belém 70% 17% 13%
Igreja Renascer em Cristo 56% 31% 10%
A falta de perdão
Acho que todos nós cremos que a Reforma foi necessária num
momento sóbrio da igreja cristã. Porém, estudiosos da Palavra,
como Harold Walker, falam abertamente sobre uma “heresia
protestante”:60
60
Esta afirmação de Harold Walker foi feita por ocasião do “Dia do Perdão”, na
UMC – Unidade Missionária Cristã, num culto de reconciliação com pessoas feridas
pela divisão. Veja mais detalhes no capítulo 7. Este mesmo assunto é tratado por
Harold Walker no artigo “Perdão Total”, Impacto Editorial, 01/05/2014.
61
WALKER, Christopher. “Perdão, a Essência do Evangelho”. Revista Impacto.
Americana/SP: Editora Impacto Editorial, edição 52.
62
Christopher David Walker é pastor e mestre da Palavra, diretor e editor da Revista
Impacto, Americana/SP, filho de John Walker, nascido em Bloomington (Califórnia).
63
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. São Paulo/SP: Editora Vida, 1999.
Jesus deu aos discípulos a mesma glória que recebera do Pai. Que
glória é esta? De um habitar totalmente dentro do outro, de um ser
perfeitamente unido em harmonia com o outro! Jesus entregou-se
totalmente ao Pai, entregou toda a sua vontade própria, veio à terra
não para agradar a si mesmo, mas para fazer tudo o que agrada ao
Pai, entregar toda a sua vontade própria. Ele não veio para cumprir
uma missão pessoal nem para desenvolver seu próprio projeto. E o Pai
glorificou a Jesus dando tudo a ele – uma entrega mútua e completa.
Isso é pericorese, isso é alegria, isso é realização, isso é unidade.
O denominacionalismo
Segundo Kris Vallotton65, em seu livro Chuva Abundante, há
uma diferença entre denominação e denominacionalismo. No
denominacionalismo, os cristãos se unem ao redor da doutrina
e se dividem quando discordam. Ele diz: “O ismo denota uma
ideologia, como em comunismo, socialismo ou humanismo. Essas
ideologias estão edificadas sobre distorções da verdade. São men-
tiras patrocinadas por um plano diabólico. Estou pessoalmente
convencido de que o ‘ismo’ do denominacionalismo é um espírito
maligno”.
Isso ficou muito visível quando, na Reforma Protestante (e
nos movimentos seguintes), a ênfase na concordância doutrinal
tornou-se mais importante do que os relacionamentos. O au-
tor destaca que é fácil ver que as denominações cresceram por
meio da divisão, enraizadas na Reforma Protestante do século
16. Fomos denominados “protestantes” porque nascemos de
A falsa espiritualidade
A forma preferida para a redescoberta da irmandade entre os
cristãos é o chamado “ecumenismo espiritual”. Este caminho,
considerado pelos defensores da unidade da Igreja como o coração
do ecumenismo, começou com a Semana de Oração pela Unida-
de Cristã, pelo abade Paul Couturier, na França, em 1935. Paul
Couturier pode ser considerado o pai do ecumenismo espiritual.
Sua influência foi particularmente sentida pelo chamado Grupo
de Dombes, por Roger Schutz e pela comunidade de Taizé.
Esse tipo de ecumenismo pressupõe orações pela unidade
da Igreja, para santificação pessoal, pelo arrependimento
por tantas divisões, sempre buscando mais revelação. Nisto
vamos adquirindo espiritualidade (sendo influenciados pelo
Espírito Santo) para atingir realidades além das percepções.
Certamente, isto poderá nos levar a reunir com outros irmãos
para orar, estudar a Palavra, ter comunhão e experiência no
Espírito Santo juntos.
Por outro lado, existe uma chamada espiritualidade que, ao
contrário, gera divisões. Se, na parte de cima, temos o Espírito
Santo e suas demandas, na parte de baixo temos homens que, de
acordo com sua vivência cristã, deixando-se levar por emoções,
influenciados por culturas e tradições e mesmo teologias ou dou-
trinas, julgam estar de posse de alguma revelação extraordinária,
deliberando decisões que provocam cismas. A isso chamamos
de “falsa espiritualidade”.
O egoísmo
Em Cristo fomos crucificados, em Cristo estamos mortos para
o pecado, para a carne, para o mundo e para nós mesmos. Mas
70
Antonio José é padre, professor, pregador, cantor e diretor espiritual da Renovação
Carismática Católica no Estado do Rio de Janeiro. Autor dos livros Basta uma Palavra
e Sementes entre Lágrimas.
71
Anais do Encristus 2014. Solícitos em conservar a unidade no vínculo da paz. Rio
de Janeiro/RJ, 18 e 19 de outubro de 2014, pp. 20,21.
72
Anais do Encristus 2014. Ele pôs em nossos lábios a palavra de reconciliação.
Cachoeira Paulista/SP, Canção Nova, 14-16 de março de 2014,, pp. 54,55,56.
o Espírito, por que não andamos no Espírito? Por que não eviden-
ciamos os seus frutos? Se o Espírito é mais forte do que a carne,
por que estamos perdendo essa guerra na Igreja?
Existem várias respostas possíveis para essa pergunta. Uma
delas é que há uma decisão que cabe a cada um de nós. O Es-
pírito e a carne são duas forças opostas, guerreando no nosso
interior. Embora o Espírito seja muito mais forte do que a
carne – o único capaz de vencê-la –, por outro lado, a carne
é a única força que consegue impedir a obra do Espírito. Isso
acontece porque o Espírito não nos obriga a aceitá-lo nem
a lhe obedecer. Ele espera nossa cooperação, nosso convite.
Para que isso aconteça, precisamos saber identificar o que
é carne e o que não é. Enquanto acharmos que defender
uma posição, uma doutrina ou um ministério é uma atitude
espiritual, não permitiremos que o Espírito Santo vença a
nossa carne disfarçada de piedade.
O problema é exatamente a versatilidade da carne. Quando
pensamos que já nos livramos dela, que já foi crucificada e
rejeitada, ela reaparece com outro “visual”, com características
mais sutis, levando-nos a buscar nosso próprio interesse no
lugar do interesse de Cristo.
Quantas divisões foram e ainda são feitas em nome da
obra de Deus, por pessoas que acham que estão “defenden-
do a verdade”? Muitos acreditam piamente que não podem
permitir que alguém “roube seu ministério ou sua unção” ou
ataque a “verdade” que julgam “a mais correta”. Tudo isso,
muitas vezes, é a carne se disfarçando de ambição egoísta,
no desejo de se autopromover por orgulho, provocando os
outros, tendo inveja das posições alheias. Tem sido assim
em toda a história da Igreja, e ainda não aprendemos como
combater a raiz da divisão.
Esse reino está vindo, está surgindo e crescendo cada vez mais na
vida do meu irmão. Se alguém entrar em nosso meio não consegue
mais discernir quem é crente, quem é católico, a qual congregação
ou denominação pertence, porque todos nós amamos uns aos outros
e temos um único Senhor. E, mais do que isso, somos UM e temos
como missão gerar a vida de Cristo no coração um do outro.
F
atos sobrenaturais aconteceram durante a crucificação,
segundo a versão de Mateus 27.45-53. Foram seis fatos
no ato da crucificação e um após a morte de Jesus, que
enumeramos abaixo:
(1) “E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até
a hora nona” (v. 45).
(2) “E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a
baixo” (v. 51).
(3) “... a terra tremeu...” (v. 51).
(4) “... as pedras se fenderam...” (v. 51).
(5) “... os sepulcros se abriram...” (v. 52).
(6) “... e muitos corpos de santos que tinham dormido foram
ressuscitados” (v. 52).
(7) “... e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele,
entraram na cidade santa, e apareceram a muitos” (v. 53).
80
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. São Paulo/SP: Editora CPAD, 2004.
(Flavius Josephus, 37 a 100 d.C., é considerado um dos maiores historiadores
judeus de sua época).
O padre perguntou:
– Ele é católico?
Foi exatamente o que Cristo fez: ele nos pôs dentro das promessas
e das alianças de Deus, numa ação que foi além da lei, pela graça.
Jesus simplesmente tomou a cerca e mudou-a de lugar. O Senhor
removeu a barreira, abriu o canal e agora judeus e gentios encontram-
-se juntos com Cristo.
Aleluia! A cruz foi a nova nota que soou na sinfonia dos planos
divinos. Nelas as mais intricadas desarmonias tiveram solução. O
Calvário tornou-se, verdadeiramente, o único terreno onde pode
crescer a frondosa árvore da comunhão. Pelo caminho que passa ao
pé da cruz, podemos chegar juntos a Deus.
Jesus veio para morrer por nós, para nos salvar, nos purificar
de toda injustiça, escrever nosso nome no Livro da Vida. Se to-
dos apenas fossem salvos, já seria maravilhoso, mas, diz o verso
52 que ele morreu também para que esses salvos não ficassem
dispersos, mas se unissem em um só Corpo. Então, entendemos
que Jesus morreu para dois propósitos: salvar e unir.
Isaías 53 narra que andávamos desgarrados como ovelhas.
Cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair
sobre Jesus a iniquidade de todos nós. Assim, a morte de Jesus
na cruz nos tira da condição de desgarrados, de separados uns
dos outros.
Por tudo isto, a Bíblia nos ensina que ele (Jesus) verá o fruto
do trabalho de sua alma e ficará satisfeito. O fruto do trabalho de
Jesus é ver sua Igreja unida entre si (caiu o muro que separava)
e unida à Trindade (rasgou o véu que impedia o acesso a Deus).
Jamê Nobre82 diz a esse respeito:
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um...” Não havia
amizade entre nós, mas a carne de Jesus produziu paz entre nós.
Tempos atrás, eu li um artigo de um judeu que comentou sobre
o acordo de paz feito nos EUA entre Nasser e Ben Gurion. Esse
articulista dizia que não havia sido feito um acordo de paz, mas de
trégua. Ou seja, “se você não atirar em mim, eu não atiro em você”.
Explicando o sentido da palavra “shalom” na língua hebraica, ele
explicou que “paz” seria se um israelense fosse em direção ao Egito
e não precisasse de visto e nem que houvesse fronteira. E vice-versa.
A paz que Deus fez conosco tirou toda barreira, toda parede de se-
paração. Hoje podemos falar com Deus a qualquer momento. O véu
foi rasgado e agora podemos entrar em Sua presença. Se estivermos
em Cristo não teremos barreiras entre nós, pois o véu foi rasgado
também de entre nós. O sangue nos aproximou e a carne de Cristo
nos fez um. Não que devemos ser um, mas somos UM em Cristo
Jesus. O que precisamos é crer nisso. Deus não amarrou ou trancou
a inimizade, mas a destruiu por completo. Assim, quando estamos
em Cristo a inimizade não tem poder sobre nós. O segredo é não
sair de Cristo! (grifos nossos).
84
WALKER, John e outros. A Igreja do Século 20: a história que não foi
contada. Ibid.
85
WALKER, John. Um Estudo Microscópico em Efésios. Ibid.
86
KENDALL, R.T. Perdão Total - Superando o Maior Desafio de Deus. São
Paulo/SP: Editora Matrix, 2011.
com o nosso próximo este ato de amor. Isto fica claro em Mateus
18.21-35 quando o Rei (Deus) perdoa uma dívida impagável de
um servo (nós), demonstrando seu grande amor e sua graça. To-
davia, o Rei requer que o servo perdoado (livre) também perdoe
aos seus companheiros. Assim como Deus teve misericórdia de
nós, devemos igualmente ter misericórdia dos outros: “Assim como
Cristo vos perdoou, fazei vós também” (Colossenses 3.13b).
Aqui, portanto, fica claro que, quando Deus perdoa ao pecador,
isso se reflete na convivência dos irmãos na fé. Receber perdão de
Deus e perdoar aos outros são duas coisas que andam lado a lado.
Isto fica muito claro na “Oração do Pai Nosso” em que Jesus clama:
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os
nossos devedores” (Mateus 6.12 – grifos nossos).
Em outras palavras, assim como nós tivemos o dia do perdão
que nos redimiu, que nos fez novas criaturas, teremos também o
dia do perdão para as pessoas que nos devem, que nos ofenderam.
E
m Marcos 9.34-37, Jesus fala pela segunda vez sobre sua
morte e ressurreição. E, exatamente neste contexto, há
uma discussão entre seus discípulos a respeito de quem
é mais importante.
O contraexemplo
Tudo ficaria muito bem se eles refletissem sobre o exemplo de
Jesus e se calassem. Mas João, em seguida, comenta:
Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o
qual não nos segue; e nós lhe proibimos, porque não seguia conosco.
Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça
milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim. Pois
quem não é contra nós é por nós (vv. 38-40).
87
Bíblia de Estudos Dake. São Paulo/SP: Editora Atos.
Entendendo a graça
Sabe por que Pedro agiu assim e nós também agimos de
maneira semelhante muitas vezes? Porque Pedro ainda não
entendia plenamente (nem nós) a graça de Deus! Ele ainda
não entendia plenamente a linha divisória de João 1.17, que
diz que “a lei veio por intermédio de Moisés, mas a graça e a ver-
dade vieram por meio de Jesus”. Pedro ainda tinha dificuldade
de entender que os gentios não precisavam cumprir os rituais
do Velho Testamento para tornar-se povo de Deus. Mas, mais
tarde, ele veio a entender perfeitamente, pois escreveu em sua
carta que o “amor cobre multidão de pecados” (1 Pedro 4.8).
Entender a graça é pelo Espírito Santo, pois muitas vezes a
graça nos escandaliza.
88
HUGO, Victor. Os Miseráveis. São Paulo/SP: Editora Martin Claret, 2014.
seria mais graça. É com a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que
devemos tratar as pessoas. É com esta graça que devemos tratar
irmãos de outras denominações, ainda que eles tenham doutrinas
diferentes de nós e não façam como nós.
Deus é soberano e está acima de todas as coisas. Em nossa vo-
cação pela unidade, tenhamos a atitude de Paulo, que disse em 1
Coríntios 9.22: “Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar
os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma
salvar alguns”. Amém!
São três grandes ícones da Bíblia, Josué, João e Pedro, que ti-
verem um juízo errado ao não querer abençoar aqueles que Deus
abençoava. Será que nós, com a letra na mão, podemos ter atitudes
assim, que divergem do Espírito Santo? Certamente.
Quantas vezes desejamos tolher a liberdade do Espírito, cor-
rendo o risco (e nem percebemos isso) de querer domesticar e
monopolizar o Espírito de Deus em favor de nossa eclesiologia?
O Espírito é quem dá vida ao Corpo de Cristo, à Igreja, de modo
muito especial e diversificado. O Espírito Santo é o ponto de
unidade da Igreja e concede dons da maneira como deseja: “Mas
um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como ele quer” (1 Coríntios 12.11).
Há momentos em que o Espírito Santo quer unanimidade
(Atos 1.14, 2.46, 4.26, etc.). Em outras situações, este mesmo
Espírito quer diversidade de dons, ministérios, operações, manifes-
tações: “... a cada um, para o que for útil: palavra de sabedoria,
palavra de ciência, fé, dons de curar, operações de maravilhas,
profecia, variedade de línguas, interpretação de línguas [...] tudo
para a edificação do corpo” (1 Coríntios 12).
Como nós temos dificuldade em enxergar a versatilidade do
Espírito para que, agindo como ele, as pessoas possam confessar
Situações práticas
As Forças Armadas do Brasil, subordinadas ao Ministério
da Defesa (unidade militar), são constituídas pela Marinha,
pelo Exército e pela Aeronáutica. São instituições nacionais,
permanentes e regulares que têm como missão constitucional
zelar pela defesa da pátria. Cada força tem sua divisão, seus
regimentos, suas brigadas capazes de realizar operações mili-
tares independentes. Por exemplo, o Exército tem as divisões
de Infantaria, Cavalaria e Artilharia. E existem muitas outras
subdivisões indispensáveis, como bombeiros, polícia militar,
rodoviária e outras que trazem tantos benefícios a todos nós.
São formas diferentes de operar com um mesmo propósito.
Assim também é a Igreja.
Fico imaginando o mover do Espírito Santo quando ele
quer alcançar regiões fortes em tráficos de drogas, crimi-
nalidade, prostituição... Como capacitará os soldados que
penetrarão nestes redutos? Ou quando o objetivo são regiões
de pobreza extrema e miséria, que tipo de “armamento” ele
proverá? Ou ainda em lugares onde prevalecem trevas visíveis
com seitas demoníacas, locais onde Satanás impera sobre
os habitantes deste “gueto”, como será sua estratégia? Ou
em relação a moradores de rua, “cracolândia”, prostíbulos?
89
KASPER, Walter. Que Todos Sejam Um. São Paulo/SP: Edições Loyola,2008.
tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E
eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante
dele (1 Coríntios 9.19-23).
90
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo – 100 anos do avivamento
pentecostal e carismático. São Paulo/SP: Editora Vida, 2011.
92
NICHOLS, R. Hasting. A História da Igreja Cristã. São Paulo/SP: Editora
Cultura Cristã, 2004.
A “terceira” onda
Em 1983, ainda segundo Vinson Synan,94 C. Peter Wagner,
professor de crescimento da igreja do Seminário Teológico
Fuller, propôs a existência de uma “terceira onda” do Es-
pírito Santo que estaria invadindo indiscriminadamente
as igrejas. Segundo ele, como já vimos, a “primeira onda”
foram os pentecostais, enquanto a “segunda onda” incluía
os carismáticos das igrejas protestantes históricas e da Igreja
Católica Romana. Para fins didáticos, estamos considerando
essa conceituação de Wagner.
93
Anais do Encristus 2014. Ele pôs em nossos lábios a palavra de reconciliação.
Cachoeira Paulista/SP, Canção Nova, 14-16 de março de 2014, p.23.
94
SYNAN, Vinson. O Século do Espírito Santo - 100 anos do avivamento
pentecostal e carismático. Ibid.
J
undiaí, no Estado de São Paulo (conhecida como “De-
cápolis”, pois é cercada por dez cidades), é uma cidade,
ao nosso ver, com um propósito profético no que tange
a unidade do Corpo. Ultimamente, tenho observado alguns
mestres, profetas e evangelistas vindo para esta cidade sem
entender bem o porquê, mas dizendo que Deus os enviou.
Faço parte de uma união de comunidades (quatro comunidades
que se uniram em 2011), com doze presbíteros, sendo que apenas
dois nasceram na cidade. Os demais são de outras cidades, estados
e, até, de outros países. Faço parte do Conselho de Pastores da
cidade, e é muito difícil ver um desses líderes que nasceram aqui.
Assim, das centenas de denominações cristãs na cidade, é muito
raro encontrar pastor ou ministro jundiaiense.
A reconciliação e os frutos
Depois de 15 anos dessa tentativa malsucedida de unidade, houve
uma iniciativa de Harold Walker (filho de John) e Jamê Nobre na
busca de reconciliação e perdão, visando principalmente à cura
de muitos irmãos que ficaram feridos.
Assim, tivemos uma reunião histórica em minha casa no dia 8
de março de 2001 com a presença de John Walker, Jamê Nobre,
Harold Walker, Christopher Walker, Élcio Barbosa, Francisco
Vanderlinde, Abnério Cabral e Paulo Manzini. Depois, tivemos
uma segunda reunião no dia 27. O propósito era tirar as raízes de
amargura entre nós para abrir o caminho do retorno da autoridade
de Deus na igreja em Jundiaí e no Brasil.
O assunto tratado nessa reunião se referia, obviamente, à
divisão ocorrida em 1986 na Peniel. O texto da Palavra de Deus
refletido foi Efésios 4, e foi constatado que, na época, buscou-se
primordialmente a unidade da fé (aspectos doutrinários). Con-
cluiu-se que foi ignorada a perseverança na unidade do Espírito
(o relacionamento, o amor, a unidade do Corpo).
Quando o Espírito Santo nos deu essa consciência (abriu nosso
entendimento), houve um profundo sentimento de arrependi-
mento, e os irmãos, comovidos, pediram perdão uns aos outros.
Vimos o Senhor operar grandemente naquele dia, e um milagre
maravilhoso foi consumado na liberação de perdão.
O “Dia do Perdão”
Assim, depois da reunião de 8 de março de 2001, Deus começou
a nos unir como líderes (irmãos que outrora estiveram briga-
dos), mas não havia nenhum planejamento e sim reuniões bem
naturais e espirituais. Continuávamos discordando de algumas
coisas como no passado, mas isso não nos afetava mais em nada.
Concordamos que, quando discordássemos de algo, isso não nos
causaria problemas. Da mesma forma que não escolhemos nossos
irmãos carnais, também não escolhemos nossos irmãos espirituais
– é Deus quem nos dá os mesmos. Deus não garante que todos
irão pensar da mesma forma, mas que todos fazem parte de uma
mesma família. Todas as nossas reuniões (presbitério) são em volta
de uma mesa. Comemos e bebemos juntos para sempre ter em
memória a Nova Aliança.
No final de setembro de 2013, Harold Walker esteve minis-
trando sobre o tema “perdão total” no evento de centenas de
pastores liderado por Jamê Nobre em Poços de Caldas/MG. Ali,
tivemos muita clareza de que o perdão no Corpo é uma condição
para recebermos o perdão de Deus consumado na cruz (Mateus
6.15; 18.35).
Nesta ministração, um irmão ainda machucado pela divisão
da Igreja Peniel em 1986 (ele não sabia da reunião de 2001 em
que houve a reconciliação) despertou o desejo de que os antigos
líderes curados estendessem este pedido de perdão e reconciliação
aos que haviam participado daquela divisão.
A partir disso, pensamos em outras pessoas que não conhece-
ram o perdão e a reconciliação de 2001 e decidimos fazer uma
Dou graças a Deus por esse tempo, por esse momento que tem
sido muito gratificante. Como Harold disse, nossa intenção, em
hipótese alguma, é tentar produzir alguma coisa para que alguém
volte. Nossa intenção é que todos que foram afetados estejam livres
diante de Deus para seguir naquilo que ele está lhes mostrando, sem
nenhuma dívida ou marca. A única dívida que temos e que nunca
conseguiremos pagar é a dívida do amor uns aos outros. Assim, eu
me regozijo, me alegro por esse momento, pois Deus tem feito uma
obra muito grande entre nós!
Ele viu três coisas acontecendo: com a Igreja, com Israel e com as
nações. Em relação à Igreja, o evangelismo mundial e o batismo no
Espírito Santo. Quando isso acontecer e atingir o mundo inteiro, o
povo judeu voltará para Israel. Por quê? Porque quando o evangelho
chegar aos confins da terra, estará próxima a hora da volta de Jesus,
e ele não voltará para uma Jerusalém vazia; ele vai voltar para uma
Jerusalém cheia de pessoas.
Com relação ao mundo, ele viu que o diabo, vendo tudo que está
acontecendo, nervoso, tentará impedir esses profetas, esses mo-
vimentos, a Igreja e Israel. Nos últimos dias, ele vai levantar um
movimento mundial e unir todas as nações no intuito de levantar
uma religião inimiga, assim como o islamismo, que odiará a Igreja
e Israel. Estas coisas vão acontecer nos últimos dias e, quando tudo
isso acontecer, Jesus voltará.
Como Jesus vai voltar para estabelecer o seu reino sobre as nações,
nós precisamos pregar o evangelho do reino para as nações. Como
ele vai voltar para Israel, os judeus precisam crer nele e lhe dar as
boas-vindas quando ele voltar. Então, estes são os dois pré-requisitos
para Jesus voltar: o evangelho do reino sendo pregado às nações e
o avivamento na nação de Israel. Os judeus são fechados em rela-
ção ao evangelho, mas, graças a Deus, pela primeira vez na história
fazer essa conexão para que o tesouro da igreja do Brasil passe para
Israel e o que Deus fez em Israel possa abençoar o Brasil, que haja
uma conexão da igreja brasileira com o remanescente messiânico
em Israel. Nosso desejo é construir relacionamentos, oferecer nossa
amizade, amor, fé e aliança e cremos que, se isso acontecer, o poder
de Deus vai fluir de forma poderosa sobre todos nós.
Paulo diz que, mesmo que a maioria do povo judeu ainda não tenha
recebido o Senhor, Deus ainda tem um plano para esse povo e ele
se cumprirá no futuro. Depois, ele dá algumas razões para provar
isso. A primeira razão sou eu mesmo! Eu sou judeu, sou do povo
de Israel e, se esse plano não fosse verdade como é, que eu poderia
estar aqui? Pense sobre isso. Dois mil anos depois, eu, Asher Intrater,
estou em um lugar do outro lado do mundo, um lugar que Paulo nem
sabia que existia e que hoje é chamado de “Estado de São Paulo”
falando de Jesus Cristo! Se você está aqui hoje e tem a vida eterna,
o perdão dos pecados, é cheio do Espírito Santo, você deve isso a
Paulo, que decidiu pregar o evangelho fora de Israel. E o fato de
que eu também estou aqui é uma prova de que Deus não acabou
com seu propósito para os judeus. Vocês estão ligados conosco,
queiram ou não queiram, e nós estamos ligados a vocês e, juntos,
formamos uma só família espiritual! (grifos nossos).
Unidade orgânica
O capítulo 4 de Efésios (como vimos no capítulo 3 deste livro) fala
de três tipos de unidade: a unidade do Espírito (v. 3), a unidade
da fé (v.13) e a unidade do Corpo (v. 16). Porém, para chegar à
unidade da fé e do Corpo, é fundamental passar pela unidade or-
gânica (de funcionamento) para a edificação do Corpo de Cristo:
N
o Brasil, existe o Conic – Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs –, que se reúne em busca do serviço
a Deus, visando a aumentar a comunidade cristã
e o testemunho do Evangelho no Brasil. As igrejas que são
membros do conselho (Presbiteriana Unida, Síria Ortodoxa
de Antioquia, Evangélica de Confissão Luterana do Brasil,
Episcopal Anglicana do Brasil, Cristã Reformada e Católica
Apostólica Romana) têm como compromisso ecumênico tes-
temunhar a unidade em Cristo, respeitando a identidade de
cada igreja particular.
Todavia, a busca da unidade e o diálogo religioso são de-
senvolvidos a partir de diálogos teológicos com forte atuação
em direitos humanos e outras áreas que abrangem aspectos
políticos.
Ao contrário do Conic, o Encristus – Encontro de Cristãos na
Busca de Unidade e Santidade (www.encristus.com.br) – visa à
vivência espiritual e à comunhão, com a participação intensa dos
dons do Espírito Santo.
101
Marcial Maçaneiro é teólogo, professor e editor, verificador do MEC para
cursos de Filosofia e Teologia no Brasil, membro do Comitê Teológico SCJ
Internacional e assessor da CNBB para o diálogo ecumênico. Atualmente, dá
aulas de Teologia na PUC em Curitiba-PR.
As raízes do Encristus
As raízes do Encristus estão exatamente num grupo de “pionei-
ros da unidade” que entendeu e praticou essa verdade, abrindo
portas, em vários países do mundo, para a unidade, para o
ecumenismo espiritual. Ecumenismo espiritual é a experiência
espiritual que prevalece sobre os debates teológicos. É o amor
prevalecendo sobre as diferenças doutrinárias.
103
A prática da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi introduzida
em 1908 pelo padre Paul Wattson, fundador de uma comunidade religiosa
anglicana que, em seguida, entrou na Igreja católica. A prática de oração foi
desenvolvida e aperfeiçoada nos anos de 1930 pelo Pe. Paul Couturier, de Lyon,
que apoiou a oração “pela unidade da Igreja segundo a vontade de Cristo e em
conformidade com os instrumentos que Ele quiser”. Nos seus últimos escritos,
Pe. Couturier viu esse evento como um meio que permitia à oração universal
de Cristo “entrar e penetrar em todo o Corpo cristão”. Ela deve crescer até
se tornar “um imenso e unânime brado de todo o povo de Deus que pede a
Deus este grande dom”. Fonte: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/
audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120118.html.
S
e olharmos para esses grupos como instituições, como
organizações, certamente essa unidade é pouco provável.
Cada um deles tem doutrinas e estruturações pratica-
mente inegociáveis. A base histórica e as tradições de cada
denominação representam um alicerce muito sólido, impossível
de ser ameaçado.
Em outras palavras, é impraticável pensar em unidade entre
denominações, instituições, organizações cristãs que trazem uma
carga histórica doutrinal, cultural e sociológica estabelecidas,
em alguns casos, por séculos de vivência. São ritos, liturgias,
particularidades que fundamentam toda doutrina que marca a
denominação. Nossa proposta não é essa.
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como
eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto
todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros ( João 13.34,35).
112
TENNEY, Tommy. A Unidade Cristã e o Reavivamento do Corpo de
Cristo. Ibid.
113
Calculam-se entre 700 a 800 milhões de evangélicos no mundo hoje.
Fonte: http://shalom-israel-shalom.blogspot.com.br/2012/06/impressio-
114
nante-crescimento-do-movimento.html.15/06/2012
Há dois mil anos que o diabo está tentando impedir que isto acon-
teça, mas ele não conseguirá cumprir esse seu intento. O Senhor vai
voltar e o povo já está em posição de lhe dar as boas-vindas. O diabo
será lançado fora, expulso desse planeta, e nós ganharemos. Os dois
pré-requisitos estão se cumprindo: o evangelho do reino está sendo
pregado em todo o mundo e existem muitos judeus em Jerusalém
dizendo “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”.
Yeshua ( Jesus) orou para que fôssemos um em João 17; em João 18,
ele entrou no Jardim do Getsêmani com seus discípulos. João registra
sua oração pela unidade, enquanto os outros evangelhos registram
a oração do Getsêmani: “Que não seja como eu quero, e sim como
tu queres” (Mateus 26.39). Vamos colocar as duas orações juntas.
119
INTRATER, Asher. Judeus e Gentios – O mistério da unidade. Boletim Revive
Israel (www.reviveisrael.org), 16/01/2015
120
Universal
A Igreja Ortodoxa122
Segundo a Wikipédia (Enciclopédia Livre), a Igreja Ortodoxa
(do grego órtos: “reto, correto” e dóxa: “doutrina, opinião” ou,
literalmente, "igreja da opinião correta") ou Igreja Católica Or-
todoxa é uma comunhão de igrejas cristãs autocéfalas, herdeiras
da cristandade do Império Bizantino, que reconhece o primado
de honra do patriarcado ecumênico de Constantinopla desde
que a sede de Roma deixou de comungar com a ortodoxia.
Reivindica ser a continuidade da igreja fundada por Jesus,
considerando seus líderes como sucessores dos apóstolos.
A Igreja Ortodoxa tem aproximadamente dois mil anos,
contando-se a partir da Igreja Primitiva (reivindicação tam-
bém da Igreja Católica Romana), e aproximadamente mil
anos contando-se a partir do Cisma do Oriente ou Grande
121
Calcula-se que haja 1,1 bilhões de católicos romanos no mundo hoje.
122
Calcula-se que haja 250 milhões de ortodoxos no mundo hoje.
123
KASPER, Walter. Que Todos Sejam Um. Ibid.
... ele cura as feridas de nossas divisões que até hoje ainda sangram.
O Espírito é o amor entre o Pai e o Filho, ao mesmo tempo a parte
interior e exterior de Deus. Sem a comunhão do Espírito, sem es-
piritualidade de comunhão, a comunhão institucional torna-se uma
mera máquina sem alma. Uma espiritualidade ecumênica, portanto,
será primeiramente uma espiritualidade bíblica e irá expressar a si
própria na leitura e estudo simples da Bíblia, que, para todos os
cristãos, é o testemunho fundamental universal da salvação de Deus
na história, cumprindo em Jesus Cristo (grifos nossos).
seu reinado não terá fim. Então, disse Maria ao anjo: Como será
isto, pois não tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe
o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo
te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que
há de nascer será chamado Filho de Deus. E Isabel, tua parenta,
igualmente concebeu um filho na sua velhice, sendo este já o sexto
mês para aquela que diziam ser estéril. Porque para Deus não haverá
impossíveis em todas as suas promessas. Então, disse Maria: Aqui
está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua
palavra. E o anjo se ausentou dela (Lucas 1:26-38; grifos nossos).
HOCKEN, Peter. The Glory and the Shame. Reino Unido: Eagle, Guildford,
124
Surrey, 1994.
N
ão existe fórmula padronizada para praticar a uni-
dade do Espírito. Pelo contrário, há diversidade no
modo como o Espírito Santo opera. Este capítulo
busca mostrar que existem sim grupos de irmãos de diferentes
denominações cristãs praticando esta unidade. Destacaremos a
COMUNIDADE ALELUIA125, de Augusta, Geórgia (EUA),
que é uma “comunidade de vida” (mais de 700 pessoas moram,
em sua grande parte, num único bairro). Também queremos,
ao exemplificar, resumir como esta comunidade, de mais de
40 anos de experiência, entende o que é unidade do Espírito
(ou ecumenismo espiritual) mantendo-se com cerca de 12
denominações cristãs diferentes.
Todas as declarações neste capítulo foram feitas por seus
líderes Dan Almeter (católico) e Bob Garrett (evangélico), em
ministrações realizadas em Jundiaí nos dias 12 e 13 de março de
2014, no evento “Um só Senhor, Uma só Fé, Um só Batismo”.
125
Há outras comunidades ecumênicas de vida. Na Austrália, existe uma nos mesmos
moldes da Aleluia. Existem também comunidades de vida entre católicos e evangé-
licos, mas não são ecumênicas.
Quanto mais cada um de nós fizer para viver como discípulo zeloso
do nosso Senhor Jesus, mais unidade todos nós teremos. Quanto
mais unidade tivermos, mais viveremos a profecia para os outros
membros do Corpo de Cristo. Cremos que é o próprio Deus que
nos chamou para sermos um povo ecumênico no Espírito. Trata-se
de um elemento essencial do chamado da nossa comunidade.
João 17.23 diz: “Eu neles e eles em mim. Que eles possam ser levados
à completa unidade para que o mundo saiba que tu me enviaste e
que eu os amei como tu me amastes” (NIV).
Pai, o Senhor nos chamou para uma unidade que é difícil nesta era
por causa das muitas divisões denominacionais. Ajuda-nos a ser
fiéis aos nossos chamados denominacionais individuais, de modo
a guardar e proteger a obra da unidade que tu estás fazendo na
Comunidade Aleluia.
Esta comunidade começou em uma reunião de oração em 1973, numa casa, onde
126
um grupo de irmãos ficou preso por uma nevasca que durou todo o final de semana.
Nessa oportunidade, Deus falou com eles para praticar a unidade e mostrar ao mundo
que isso é possível. Assim, a oração é o norte de tudo para eles.
Abordagem multidenominacional
Aqui estão alguns outros pensamentos sobre as bases da abordagem
multidenominacional da Comunidade Aleluia:
Aliança na comunidade
Virgínia Norton, participante desta comunidade, moradora e
membro pleno da Vila da Fé, descreve a aliança na comunidade:
Jesus é o nosso Senhor!
O Senhor nos chamou para fazer uma aliança solene com ele e uns
com os outros a fim de sermos um povo que louva. Aceitamos o
senhorio de Jesus em nossa vida individualmente e como um povo.
Ele destruiu nosso isolamento e nos juntou.
128
Estas igrejas estão localizadas na cidade de Augusta, Geórgia.
O MINISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO:
UM DOM DE DEUS PARA TODOS
R
ECONCILIAR significa estabelecer a paz (entre pes-
soas que não estão em acordo), renovar uma amizade,
restituir a graça de Deus. Jesus Cristo é o grande
personagem da reconciliação: do homem com Deus, entre os
homens, da natureza com os céus, de todas as coisas com Deus.
Algumas passagens nos ensinam isso:
Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, tendo sido
justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se
nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de
seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida. E não somente isto, mas também nos gloriamos em
Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a
reconciliação (Romanos 5.8-11).
Note que este ministério não trata de algo como os dons que
Deus reparte com cada um como quer. Aqui é para todos. Deus
nos deu o ministério da reconciliação. Esse é um passo antes da
unidade, pois não há possibilidade de sermos um sem estarmos
reconciliados.
Ministério significa uma missão, uma função, uma “profis-
são”, uma atividade, um cargo. Significa que somos executores
da reconciliação, somos embaixadores, representantes de grau
mais elevado dos céus aqui na terra. Somos emissários, enviados,
mensageiros de Deus em Cristo Jesus no mundo onde vivemos.
129
Anais do Encristus 2014. Solícitos em conservar a unidade no vínculo da paz.
Rio de Janeiro/RJ, 18 e 19 de outubro de 2014, pp. 33,34.
Vamos continuar, sim, sendo fiéis aos nossos dogmas, fiéis ao que
aprendemos, fiéis às nossas congregações e àqueles que nos cobrem
e guiam em Deus, mas compreendamos que SOMOS UM! Uni-
dade não é algo futuro, mas atual! Aliás, Jesus "é o mesmo ontem,
hoje e eternamente" e ele é UM com o Pai (Hebreus 13.8). Então,
unidade é esse estado de reconciliação, perdão, amor e aceitação
constante, esta recusa em abrir minha boca para falar o mal contra
meu irmão e propagar a divisão. Todos somos partes disso, e não
somente os líderes, padres, bispos, pastores. Essa é uma "pílula"
difícil de engolir, pois quando existe um impasse tendemos a
chamar alguém para resolver, mas temos esse ministério dado por
Deus e precisamos crescer nele.
Para receber algo pela fé, fazemos uma imagem daquilo que
queremos. Já nos enxergamos sem o problema que será removido
(o monte); já nos vemos curados, libertos, conforme o assunto
tratado com Deus em oração. Para crer que já recebemos, preci-
samos imaginar a conquista.
Hebreus 11 (que nos ensina sobre a fé) fala sobre esperar coisas
que ainda não vemos, mas que já existem segundo nossa esperança
(aquilo que pode ser visto foi feito daquilo que não se vê, mas
se espera ver). Para isso, temos de “desenhar” na nossa mente o
desejado. Saindo um pouco do campo espiritual, temos alguns
exemplos de visão fartamente citados nas literaturas.
Estabelecendo a visão
O que acontecerá em nossas esferas de influência na sociedade
em que vivemos se, em vez de promovermos ou fomentarmos
divisões e barreiras, vivermos plenamente um estilo de vida de
reconciliadores? Certamente a comunicação começará a mudar
dentro da nossa casa, do nosso trabalho, da nossa comunidade,
da nossa cidade.
O que acontecerá com a Igreja de Cristo, em consonância
com a oração de Jesus em João 17.21-23, se olharmos para a
igreja discernindo o Corpo de Cristo? Jesus não dá opção se
...para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os mem-
bros igual cuidado uns dos outros (1 Coríntios 12.25; grifos nossos).
ao outro; um povo que não ofende, que não empurra, que não
menospreza, que não critica, que não minimiza o papel do
outro. Pelo contrário, um povo que exalta e agradece a Deus,
pois o outro está fazendo o que ele próprio não consegue e não
pode fazer.
Que a Palavra de Deus seja viva em nosso coração, que
desperte em nós a palavra da reconciliação e levante uma com-
panhia poderosa de reconciliadores. Sabemos que o Reino está
chegando, que o final está próximo, e que o surgimento de um
povo poderoso virá como resultado do grande derramamento do
Espírito Santo sobre toda a terra. É isso que somos: um sinal de
que Deus está se movendo na Terra nessa hora. Vamos manter
os nossos pelotões, mas conscientes de que somos UM só povo,
um só exército! SOMOS UM!
Conclusão
Segundo Jorge Himitian137, alcançaremos a unidade da fé à
medida que cada pessoa, grupo ou denominação deixar de lado
seus critérios próprios, suas convicções pessoais ou grupais, suas
doutrinas e credos particulares e voltar, todos nós, à revelação
dada por Deus por meio de seus apóstolos e profetas do primeiro
século (Efésios 2.20; 4.11-13).
A volta de Cristo será para uma Igreja gloriosa que ele mesmo
levará à perfeição:
Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que
a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água,
pela palavra, para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem má-
cula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito
(Efésios 5.25-27).
137
HIMITIAN, Jorge. Projeto do Eterno. São Paulo/SP: Editora Atos Gospel, 2010.
A RESTAURAÇÃO DE
ALIANÇAS QUEBRADAS138
A
Palavra de Deus nos ensina que Jesus vai voltar: “Esse
Jesus, que dentre vós foi elevado para o céu, há de vir as-
sim como para o céu o vistes ir” (Atos 1.11b). Sabemos
que Jesus virá ao encontro de sua Igreja, e que essa Igreja será
“gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa
e irrepreensível” (Efésios 5.27).
Sabemos que não vivemos plenamente uma igreja santa
e irrepreensível em nossos dias – longe disso. Experimen-
tamos uma igreja dividida, fragmentada. Como sabemos,
experimentamos uma igreja que se acostumou a quebrar
alianças por suas constantes divisões. Assim, precisamos de
arrependimento e de restauração (recuperação de algo que
foi perdido, reestabelecimento):
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os
vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença
do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado.
138
Consideramos algumas ministrações de Harold Walker no Curso de Preparação
de Obreiros em agosto de 2015 na UMC – Unidade Missionária Cristã, Jundiaí/SP.
mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua
descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande
rio Eufrates... (vv. 17,18).
O ciúme da aliança
Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de ter-
mos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais
sacrifício pelos pecados, mas uma expectação terrível de juízo, e um
ardor de fogo que há de devorar os adversários. Havendo alguém
rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de
duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais vós será
julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por
profano o sangue da aliança com que foi santificado e ultrajar ao
Essa passagem deve ser lida com muita atenção. Fomos com-
prados por um preço de valor incalculável – o sangue de Jesus. É
de graça e podemos entrar com intrepidez, pois Deus nos ama.
Ele já nos provou que somos filhos amados. Ele torce por nós e
quer nos dar todas as bênçãos espirituais em Cristo Jesus. Mas, se
banalizarmos isso, se não zelarmos, se profanarmos essa aliança
e não a valorizarmos, “se vivermos deliberadamente em pecado,
depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já
não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação
horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários”
(Hebreus 10.26,27). Ou seja, só restará a ira de Deus.
Mas entendamos que não podemos revidar ou exercer vingança
sobre ninguém. A Bíblia nos ensina a fazer o bem ao nosso inimigo,
falar bem daquele que nos trata mal, andar a segunda milha, etc.
Sabe por que temos de agir com bondade para com todos? Porque
a vingança é de Deus: “A mim pertence a vingança; eu retribuirei.
E outra vez: O Senhor julgará o seu povo” (Hebreus 10.30). Não
que a vingança não exista, mas é Deus quem a exerce, não nós.
Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer, e se tiver sede,
dá-lhe água para beber; porque assim lhe amontoarás brasas sobre
a cabeça, e o Senhor te recompensará. (Provérbios 25.21,22)
consequência de tudo isso? A Bíblia diz que todo mal que fizermos
se voltará contra nós. Ou seja, por toda a eternidade sofreremos
pelos males praticados contra os outros. Quem sofre injustiça na
terra terá recompensa no céu, mas quem pratica injustiça na terra
será eternamente castigado com a ira de Deus.
Portanto, Jesus já nos livrou dessa ira. Tudo o que fizemos e
que fazemos para os outros, Jesus já levou sobre si. A Bíblia diz
que Deus nos livra da ira vindoura se levamos essa questão a
sério (1 Tessalonicenses 1.10). Deus somente quer de nós sin-
ceridade, coração verdadeiro e grato. Se pecarmos e errarmos,
peçamos perdão, levantemo-nos e caminhemos. Temos um
Deus maravilhoso, um sacerdote maravilhoso e um sacrifício
maravilhoso.
Assim, não brinquemos com Deus. Ele é muito amoroso,
mas também é muito ciumento. Ele nos deu seu próprio Filho e,
se não zelarmos desse presente e não o valorizarmos, teremos de
enfrentar a ira vindoura.
ROSSI, Amanda. São Paulo viu a pulverização evangélica na última década. Jornal
141
73,6
64,6
22,2
15,4
7,4 8
1,3 2 0,3 0,3 1,8 2,7 0,2 0,1
de pedir perdão aos irmãos. Quis pedir perdão aos católicos por
todas as vezes em que os julguei, acusando-os em pleno púlpito,
duvidando da salvação deles. Meu pedido de perdão não foi à
Instituição, mas às pessoas em cuja vida aprendi a ver Cristo. Além
do mais, até minha juventude, frequentei ao catolicismo e, certa-
mente, ao deixá-lo com críticas, quebrei a aliança que tinha com
irmãos nascidos de novo. A partir desse fato, Deus Pai começou
a prosperar meu ministério neste mover.
Essa não foi a primeira vez em que eu fiz isso. Havia tam-
bém quebrado a comunhão com outros irmãos evangélicos
(com os quais havia participado da ceia) em, pelo menos, duas
denominações evangélicas.
A partir do momento em que nos sentamos à mesa, como
estudamos neste capítulo, com irmãos com quem estamos con-
gregando, passamos a ter aliança com eles. Se, por um motivo
de força maior, nos retirarmos desse Corpo aliançado, devemos
fazê-lo na luz, com a bênção e a liberação desses irmãos.
É importante, para não sermos instrumentos de impedimen-
to na concretização da oração de Jesus em João 17, que façamos
um exame da nossa jornada na Igreja de Cristo. Certamente, o
Espírito Santo nos revelará se estamos andando na luz e tendo
comunhão uns com os outros. Se assim agirmos, o sangue de
Jesus Cristo nos purificará de todo pecado (1 João 1.6,7).
Ter comunhão uns com os outros significa permanecer em
aliança, e alianças quebradas são restauradas unicamente pelo
perdão. Aliás, a Palavra de Deus nos ensina a reconciliar-nos
“depressa” com o irmão para que a nossa jornada como mem-
bros do Corpo seja validada pelo Pai Eterno (Mateus 5.22-26).
Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo! Amém!
ARTIGOS
“Aspetando la Pentecoste, IL Quarto Ecumenismo.” Entrevista a
Matteo Calisi e a Giovanni Trattino, Edizioni IL Mensagero, Padova,
Itália, 1996.
ANAIS DO Encristus146
2008: Temas Livres e Testemunhos - Lavrinhas/SP – 30/04 e 01/05
2009: “Jesus e o mistério da Igreja” - Mariápolis/SP – 16 a 18/10
2010: “Trindade, lugar de unidade e serviço” - Rio de Janeiro/RJ –
20 a 22/08
2011: “Curados no Corpo de Cristo” - Pouso Alegre/MG – 05 a 07/08
2012: “Acolhidos no Corpo de Cristo” - Sorocaba/SP - 24 a 26/08
2013: “Pai Nosso” - Sorocaba/SP – 23 a 25/08
2014: "Ele pôs em nossos lábios a palavra da reconciliação" - Cachoeira
Paulista/SP (Comunidade Canção Nova) - 14 a 16/03
Alguns Anais estão em forma de gravação (CD ou DVD) e outros já foram transcritos
146
CARACTERÍSTICAS
DO ENCRISTUS
Testemunhos:
–– Pr. Abilio Chagas (Igreja Comunicação e Missão Cristã/
Bauru/Brasil)
–– Sra. Doris Hoyer (fundadora Comunidade Bom Pastor/
Rio de Janeiro/Brasil)
– – Pe. Enrique (fundador da Comunidade Aliança de
Misericórdia/São Paulo/Brasil)
–– Pr. Silvestre (Igreja Batista/São Paulo/Brasil)
1º Encristus 2009
TEMA: “Jesus e o mistério da Igreja”
Mariápolis/SP – 16 a 18 de outubro de 2009
Preletores:
–– Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ (Taubaté/Brasil)
–– D. Francesco Biasin (bispo de Pesqueira e membro da
Comissão para o Ecumenismo da CNBB/Brasil)
–– Pr. Jamê Nobre (Comunidade Cristã Missionária/Brasil)
–– Pr. Jorge Himitian (Igreja Cristã da Argentina)
–– Pr. Rui Luís Rodrigues (Comunidade Carisma/Brasil)
–– Prof. Matteo Calisi (fundador da Comunidade de Jesus,
Bari/Itália)
2º Encristus 2010
TEMA: “Trindade, lugar de unidade e serviço”
Rio de Janeiro/RJ – 20 a 22 de agosto de 2010
Preletores:
–– D. Orani João Tempesta, Cist (arcebispo do Rio de Janeiro;
atualmente, cardeal)
–– Sra. Angela De Bellis (Comunidade de Jesus/RJ)
–– Sra. Iete Aleixo (Comunidade Bom Pastor/RJ)
–– Pr. Rui Luis Rodrigues (Comunidade Carisma/Osasco/SP)
–– Pr. Jamê Nobre (Comunidade Cristã Missionária/Jundiaí/
SP)
–– Pr. Vinci Barros (pastor da igreja em Vitória/ES)
–– Pr. Jorge Himitian (Igreja Cristã da Argentina)
–– Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ (Taubaté/SP)
3º Encristus 2011
TEMA: “Curados no Corpo de Cristo”
Pouso Alegre/MG – 5 a 7 de agosto de 2011
Preletores:
–– Sr. Reinaldo Beserra dos Reis (Renovação Carismática
Católica/Sorocaba/SP)
–– Pr. Jamê Nobre (Comunidade Cristã Missionária/Jundiaí/
SP)
–– Sr. Pedro Arruda (Comunidade Católica)
–– Sra. Iete Aleixo (Comunidade Bom Pastor/RJ)
4º Encristus 2012
TEMA: “Acolhidos no Corpo de Cristo” (1 Pedro 2.7-11)
Sorocaba/SP - 24 a 26 de agosto de 2012
–– Palestra 1 – “Hospitalidade para a unidade” (Pe. Marcial)
–– Palestra 2 – “Pluralidade e mutualidade para a unidade”
(Prof. Matteo Calisi)
–– Palestra 3 – “O Espírito Santo como dom para anunciar a
Palavra de Deus” (Pr. Rui Rodrigues)
–– Palestra 4 – “O serviço como dom” (Pe. Wagner)
–– Testemunhos: Sra. Angela De Bellis e Prs. José Carlos e
Márcia Marion
–– Palestra 5 – “Tudo para a glória de Deus” (D. Francesco
Biasin e Pr. Jamê Nobre)
5º Encristus 2013
TEMA: “Pai Nosso” (Mateus 6.9-13)
Sorocaba/SP – 23 a 25 de agosto de 2013
–– Palestra 1 - “Adoção de filhos, base da vida de oração”
(Pe. Marcial Maçaneiro)
–– Palestra 2 - “A horizontalidade da vida de oração” (Sr. Pedro
Arruda)
6º Encristus 2014
TEMA: "Ele pôs em nossos lábios a palavra da reconciliação"
(2 Coríntios 5.18-20)
Cachoeira Paulista/SP (Comunidade Canção Nova) - 14 a 16
de março de 2014
–– Palestra 1 – “Tempo de reconciliação” (Pr. Jamê Nobre)
– – Palestra 2 – “A reconciliação na história da R.C.C.”
(Sr. Reinaldo Bezerra dos Reis)
–– Palestras 3 e 4 – “Não imputando aos homens as suas
transgressões” (Sr. Pedro Arruda e Pr. José C. Marion)
–– Palestras 5 e 6 – “Deus mesmo nos exorta” (Pr. Jorge
Himitian e Pe. Douglas Pinheiro)
–– Palestras 7 e 8 – “Embaixadores da reconciliação” (Pe. Marcial
Maçaneiro e Pr. Rui Rodrigues)
–– Testemunho – Comunidade Aleluia/EUA (Bob Garrett e
Dan Almeter)
–– Palestras 9 e 10 – “Reconciliai-vos com Deus” (Pr. Jorge
Himitian e D. Francesco Biazin)