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O medo é o caminho mais curto para o erro. Por medo, em vez de jogar para ganhar,
muitas vezes jogamos para não perder. Não nos esforçamos para acertar, mas para
não errar. Ficamos na retranca. Com isso, passamos a ter uma perspectiva
incrementalista de obtenção de pequenas vitórias, porém seguras, mesmo que à
custa do abandono e da perda das oportunidades. Conformamo-nos com o "feijão-
com-arroz" do cotidiano e da rotina, "fazendo apenas o que está no gibi", para não ter
que ousar e desafiar o status-quo.
A solução? Mude radicalmente a maneira como você percebe e trata o erro, seja
pessoal ou de sua equipe. Quando ocorrer, diga para você mesmo e compartilhe com
os demais:
b) Se não houver tentativas, ensaios, erros e acertos, também não haverá progresso,
mudança, inovação. Todas as idéias devem ser experimentadas para que uma delas
dê resultados. Mas só descobriremos a idéia criativa se acreditarmos em todas as
demais. O melhor do homem é a inquietude, caso contrário prevalecem a omissão, a
indiferença, a apatia. O líder não tem compromisso com o fracasso e o erro. Deve se
envolver permanentemente com o que está à sua volta. A insatisfação é o primeiro
passo para a transformação e a mudança. É preciso, no entanto, que não queiramos
prever, com precisão matemática, a visualização de cenários, o momento de cada
ação, a forma prática de cada decisão ou a extensão exata de cada lance.
Por exemplo, imagine-se num vôo em que o avião sofra fortes turbulências logo após
decolar. Em poucos minutos o vôo se torna um inferno: o avião joga como uma
montanha russa descontrolada. Dentro da cabine pastas e valises dos passageiros
despencam do compartimento de bagagem sobre o corredor e as cabeças dos
passageiros. Pessoas rezam, soluçam e esbravejam. Numa situação dessas, você
também ficaria aterrorizado.
Talvez não seja a turbulência propriamente que o faça sentir tão mal, mas a sua
resposta física e psicológica à turbulência. Tire partido da adversidade, controle suas
emoções! Recoste a cabeça na poltrona, e se permita divagar, fantasiar, abstrair-se
da realidade que o incomoda, principalmente produzida pelo sentimento de impotência
e de dependência. Pense e visualize momentos agradáveis, engraçados e auto-
realizadores. Divirta-se com eles. Ria. Vivencie-os intensamente como se fossem a
própria realidade. É provável que assim consiga enganar os seus sentimentos. Ao
final do vôo, talvez seja um dos poucos passageiros a desembarcar com um sorriso
nos lábios, não de pânico ou de alívio, mas de serenidade por ter controlado suas
emoções. Esta é a representação de seu papel de líder. Assumir como verdadeira
uma segunda natureza, apreendida da artificialidade do controle de suas emoções.
Reflita sobre um outro exemplo: imagine-se agora chegando a casa exausto após um
estressante dia de trabalho. O seu eu-oculto ansia por algum tempo solitário para
recarregar as baterias. À porta de casa, no entanto, a sua esposa o espera para ir ao
supermercado. Em vez de jogar-se na poltrona mais próxima e deixar-se ficar, você se
vê envolvido com as tarefas domésticas do marido moderno. É a representação de
seu papel social. O desempenho do executivo será tanto melhor quanto melhor for a
capacidade de compatibilizar o seu eu-oculto com o seu papel social. A expansão do
indivíduo como pessoa deve acarretar sinergia ao desempenho da pessoa como
profissional. E vice-versa, a representação do papel deve agregar ao indivíduo
maturidade, serenidade e equilíbrio, aprendizagens adquiridas a partir da experiência
gerencial vivenciada, fundamentais ao aprimoramento da pessoa investida na
condição de líder.