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Contrastes nos critérios do IDHM em Tuparendi: mau desempenho econômico em contraponto

aos excelentes índices de educação e longevidade.1

Juliana Costa Meinerz Zalamena.2

Resumo:

Após uma análise de dados disponíveis no Atlas de Desenvolvimento Humano³ verificou-se


que no município de Tuparendi existe um grande contraste entre as dimensões sociais, que podem ser
consideradas de bom desempenho quando comparadas a índices da região e estado, e a dimensão
econômica, dimensão esta em que o município se encontra em posição inferior a outros municípios da
região que possuem praticamente a mesma realidade. Neste artigo, procurou-se identificar algumas
características destas duas dimensões para assim, tentar explicar a situação em que se encontra o
município.

Palavras-chave: educação, economia, desenvolvimento

Introdução

O município de Tuparendi, localizado na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul,


especificamente na Região do Grande Santa Rosa, foi emancipado em 1959 e está a 405,1 Km da
capital, Porto Alegre. No ano de 2000, a população de Tuparendi era de 9.542 pessoas (PNUD, 2000),
mas esta taxa populacional decresceu para 8.848 em 2005 (FEE), e depois para 8.818 em 2006
(SIAB). Pretende-se neste artigo demonstrar aspectos da realidade local, tanto econômicos quanto
sociais, para apartir disso refletir acerca do seu IDHM- Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal.

O Índice de desenvolvimento Humano é a base do RDH-Relatório de Desenvolvimento


Humano, que é publicado anualmente. Ele parte do pressuposto de que para verificar o nível de
desenvolvimento de uma determinada população não basta considerar apenas os aspectos econômicos,
1
Artigo realizado com vistas a avaliação do componente curricular de Oficina em Serviço Social I, ministrada pela
Professora M. Lislei Teresinha Preuss.
2
Acadêmica de Serviço Social da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul.
mas deve-se contabilizar também outras variáveis, como características sociais, culturais e políticas,
que dizem respeito e influenciam direta ou indiretamente a qualidade de vida humana. Com isso, o
IDH ofereceu uma nova alternativa frente a usada anteriormente, o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita. Na verdade o IDH não desconsidera o PIB per capita, mas o agregam a outros dois
coeficientes, a longevidade e a educação. No Brasil, por exemplo, tem sido utilizado o IDHM-Índice
de desenvolvimento Humano Municipal.

Analisando a situação do município de Tuparendi no Atlas do Desenvolvimento Humano, que


se trata de um banco de dados eletrônico com informações sócio-econômicas sobre os 5.507
municípios do país, os 26 Estados e o Distrito Federal, é possível verificar um grande contraste entre
os coeficientes que compõem o seu IDHM. O seu índice total é de 0,802, um desempenho
considerado bom quando se leva em conta a posição de outros municípios rio-grandenses, e quando se
compara ao desenvolvimento da microrregião de Santa Rosa, o Estado do Rio Grande do Sul e até
mesmo o Brasil. Mas apesar de ocupar esta posição relativamente confortável quando se trata do
número total, a cena preocupa quando se comparam os coeficientes de renda, longevidade e educação.

Enquanto a educação conta com um louvável índice de 0,918 e a longevidade está bem situada
nos 0,795 , o índice de renda, que é o que traz o PIB per capita, está relativamente baixo, tendo um
desempenho de 0,693. Esta diferença considerável entre os índices de renda e de educação, determina
um bom quadro no que tange as dimensões sociais, mas sugere que o crescimento econômico deixa
muito a desejar.

Desta forma, procurou-se trazer algumas características da realidade local, tentando analisar e
identificar as circunstâncias que expliquem estes dados encontrados no IDHM, salientando assim os
principais aspectos peculiares que elucidem o baixo desenvolvimento econômico frente ao razoável
índice de longevidade e a excelente performance na educação. Para isso, utilizou-se também teorias de
importantes autores que explanam o assunto desenvolvimento humano em suas obras, como Amartya
Sen, José Ely da Veiga, Cavalcanti, entre outros.

Enquanto os livros de economia discutem o conceito de desenvolvimento restrito a renda per


capita, Sen (2000) trabalha com uma noção mais ampla de ser humano e do lugar do humano na
busca de uma estratégia de desenvolvimento, quanto à expansão do atendimento à saúde, da educação
e da seguridade social, que são instrumentos que ajudam a todos a viver com mais liberdade e prazer,
mesmo quando estas coisas não trazem resultados mensuráveis para o aumento do PIB ou para a
produtividade do trabalho. Com esta visão, Sen acaba com a tradicional aferição do desenvolvimento
por meio dos indicadores do PIB per capita e assenta as bases para a criação dos indicadores de
Desenvolvimento Humano (IDH) que o Programa das Nações Unidas (PNUD) configurou apartir de
sua contribuição.

1. A educação no município de Tuparendi

Ao contar com o índice de 0,918 no IDHM, Tuparendi demonstra estar numa posição
confortável quando comparado a outros municípios de sua região, onde ele só está poucos algarismos
abaixo de Santo Cristo, com o melhor índice regional, seguido por Santa Rosa, Cândido Godói, Três
de Maio e São José do Inhacorá. Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-
Educação do Rio Grande do Sul era 0,904, enquanto o do Brasil era 0,849. A nível estadual, o
município com melhor valor era Porto Alegre, com 0,951, sendo que 3,9% dos municípios tinham um
valor entre 0,650 e 0, 800 e 96,1% tinham valor entre 0,800 e 1,000.

O índice de educação é aferido no IDHM pela taxa de alfabetização e pela taxa de matrícula
em todos os níveis de ensino. Apenas para ilustrar, a taxa de alfabetização em 2000 era de 93,33%,
sendo que 50,18% das crianças de 4 a 5 anos estavam freqüentando a escola, 79,37% das crianças de
5 a 6 anos e 98, 55% das crianças de 10 a 14 anos.

Analisando esta situação de boa atuação no que diz respeito à educação, é valido nos reportar
aos dados disponíveis no município, que trazem com mais fidelidade a conjuntura local. É fácil
verificar os motivos pelos quais a educação está numa posição privilegiada, quando é visível uma
preocupação mais focada neste setor por parte dos gestores responsáveis da área. Este alto índice
computado no IDH é facilmente identificado na estrutura do ensino do município, que conta com 05
escolas municipais, 02 creches municipais, 05 escolas estaduais, 01 escola particular e 01 escola
especial, que atendem com certa folga a demanda de alunos do município, que é de aproximadamente
2262, atendidos por cerca de 181 professores. Existe ainda cerca de 80 alunos freqüentando o EJA-
Educação para Jovens e Adultos no município de Santa Rosa (PLANO MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO, 2007-2017).
O município disponibiliza ainda transporte escolar gratuito para todos os alunos da Educação
Infantil, Ensino fundamental e Médio, que residam na zona rural e a mais de 2Km de distancia do
estabelecimento de ensino mais próximo de sua residência. A realização do transporte só é suspensa
quando o aluno não atinge 75% da freqüência (HISTÓRICO DO MUNICIPIO, 2007).

A preocupação da Secretaria Municipal de Educação, do Conselho Municipal de Educação e


dos profissionais da área é desenvolver alternativas que respeitem as propostas pedagógicas previstas
nas Diretrizes Curriculares Nacionais (LBD 9393/96). Também o conselho Tutelar e as próprias
escolas fazem um intenso trabalho com as crianças em situação de fuga ou desistência das atividades
escolares, visando não deixar nenhuma criança ou adolescente em idade escolar fora da escola, tudo
para o cumprimento das leis relativas e para o atendimento integral do educando (PLANO
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, 2007-2017).

As demandas em que se encontram falhas do município em relação ao estímulo à educação


estão centradas no EJA, no ensino profissionalizante e no ensino superior. Quanto ao primeiro, a
grande demanda de alunos egressos que desejam voltar a estudar tem que ser atendida no município
de Santa Rosa, dificultando e desestimulando estas pessoas por conta das despesas com transporte e
transtornos de deslocamento. Outra reivindicação antiga da população é o oferecimento de cursos
técnicos profissionalizantes, principalmente na área agrícola, visto que a estrutura de uma das escolas
públicas comportaria satisfatoriamente este tipo de inserção. O Ensino Superior, realizado pelos
munícipes em instituições como a FEMA, Unijuí, Setrem, URI, entre outros, não recebe nenhum tipo
de incentivo ou estímulo do poder público municipal, que seria rigorosamente o auxílio no transporte
destes acadêmicos até a sua respectiva instituição.

Segundo dados disponíveis no Plano Municipal de Educação (2007-2017), as matrículas estão


se reduzindo ano após ano. Enquanto em 2001 foram 1617 alunos matriculados nas escolas de Ensino
Fundamental de Tuparendi, apenas 1241 se matricularam em 2006. Este decréscimo verifica-se em
todos os níveis de ensino, exceto a Educação Especial, e isso está diretamente ligado a redução
populacional, ocasionada pela diminuição de filhos por família e ao êxodo rural.

2. Aspectos que influenciam no índice de longevidade de Tuparendi.


Outro índice levado em conta no IDHM é a longevidade, que se trata de um cálculo baseado
em números de expectativa de vida ao nascer. Esta dimensão, bem como a educação é avaliada na
mesma condição de importância que a renda. Mesmo estando abaixo do índice de educação, a
longevidade está numa posição razoável, ainda que intermediária. Com 0,795, o município de
Tuparendi se encontra dentro do padrão do estado do Rio Grande do Sul, que tem 0,785 e também
dentro dos números do Brasil, que é 0,727. Ao fazer uma comparação com os demais municípios da
região de Santa Rosa, constata-se que a situação poderia estar melhor, pois Tuparendi está abaixo de
municípios como São José do Inhacorá, Tucunduva, Três de Maio, Porto Mauá e Santa Rosa, e
empatado com o município de Santo Cristo.

A esperança de vida ao nascer subiu de 71,19 anos em 1991 para 72,71 anos em 2000. a
mortalidade em crianças até um ano de idade era de 15,53% e até cinco anos de idade era de 15,76%,
taxas estas decrescentes em comparação a 1991.

Do ponto de vista social, são vários os fatores que influenciam para um cidadão atingir uma
idade avançada de forma saudável, e além daqueles fatores de ordem subjetiva e individual, entram
saúde, saneamento básico, qualidade da água e alimentos consumidos, moradia, entre outros que são
de responsabilidade do poder público e da sociedade civil. E as ações direcionadas para o social são
inúmeras, o que evidentemente proporciona maior qualidade de vida aos que permanecem em
Tuparendi, resistindo as dificuldades econômicas.

Em termos de saúde existem três unidades de atendimento, uma que ainda permanece
vinculada ao PACS e outras duas vinculadas ao PSF, que procuram se adequar ao SUS-Sistema Único
de Saúde (Lei 8080/1990). A meta é satisfazer as necessidades da população, promovendo a saúde de
todo o conjunto de cidadãos, implantando o Programa Saúde da Família através da formação de três
equipes, que irão abranger 100% da população, visando uma saúde mais humanizada, com vínculos
mais profundos entre profissionais e usuários, favorecendo assim uma assistência integral, continua,
qualificada e com poder de resolutividade (PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA, 2006).

Atualmente a cobertura dos programas de atendimento à saúde é de 50,92% de um total de


5700 famílias estimadas (SIAB, 2007).
Quanto às estruturas do município quanto a prestação de serviços básicos, temos um quadro
extremamente heterogêneo de fatores. Existem alguns pontos em melhoramento, como a distribuição
de água através da rede pública para 81,67% das famílias cadastradas, enquanto apenas 17,7 retiram a
água de poços ou nascentes 0,62% utilizam-se de outros meios para obter a água. No entanto, apesar
da maior parte do abastecimento ser feito pela rede pública, 96,62% da água consumida não recebe
qualquer tipo de tratamento, exceto as iniciativas particulares de 2,34% que realizam a filtração da
água para consumo humano e 1,03% que se valem da técnica da fervura (SIAB, 2007).

64,07% do lixo vem sendo destinado à coleta pública, enquanto ainda há 34,20% deste lixo
sendo queimado ou enterrado, além de 1,72% que é deixado a céu aberto (SIAB, 2007). Esta coleta de
lixo doméstico dá conta da demanda urbana e das principais localidades do interior. Entretanto, não
existe um sistema de coleta seletiva e reciclagem, ou seja, todo o lixo é recolhido misturado e
depositado num aterro sanitário localizado a aproximadamente 5 Km da cidade, com exceção do lixo
hospitalar e aquele produzido pelas unidades de saúde. Existe uma remota pretensão de construir uma
central de triagem e compostagem de resíduos sólidos. Já existe uma área de terra entre as cidades de
Tuparendi e Tucunduva, mas o projeto na está em andamento em função da falta de recursos
financeiros para a construção e aquisição de equipamentos necessários ao funcionamento
(HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

Quanto aos dejetos cloacais, não há um sistema se esgotos no município, de modo que 97,24%
dos dejetos são destinados a fossas com sumidouros, 2,51% ainda ficam jogados a céu aberto e a
0,24% é dado outros destinos não especificados (SIAB, 2007). Devido a esta ausência de um sistema
de coleta e tratamento de esgoto, a construção de fossas sépticas com sumidouros foi a solução
adotada e que dá resultados em boa parte da zona urbana, mas causa problemas em locais onde o
lençol freático é mais próximo da superfície.

É eminente a necessidade de projetos e recursos visando a construção de redes de coleta de


esgoto cloacal ao menos nas áreas de risco ambiental, visando proteger as nascentes existentes dentro
do perímetro urbano deste tipo de poluição nociva (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

Além das condições propícias de saúde e saneamento básico, as condições mínimas de


moradia digna também trazem reflexos na qualidade de vida. Em Tuparendi 98,86% das moradias
possuem energia elétrica, mas em oposição a isso, a qualidade das casas não é correspondente às
necessidades da população. Apenas 39,95 das moradias são de tijolo, enquanto existem 59,42% de
casa de madeira, 0,1% de materiais aproveitados, 0,03% de taipa revestida e 0,48% de outros tipos de
materiais (SIAB, 2007).

Historicamente as políticas de habitação têm se voltado para as zonas urbanas, e as ações da


Secretaria de Habitação são desenvolvidas restritamente na participação com materiais de construção
e melhoria de algumas habitações em estado muito degradado. No entanto, com uma população rural
de 46% do total, é nesta área que se identifica a maior demanda por novas unidades habitacionais e
recuperação das já construídas (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

Para a melhoria e construção de moradias novas no meio rural, o Sindicato dos Trabalhadores
Rurais vem desenvolvendo em parceria com a CEF-Caixa Econômica Federal, FETAG-Federação dos
Trabalhadores na Agricultura e COOHAF-Cooperativa Habitacional da Agricultura Familiar, o
Programa de Habitação Rural, que tem recursos provenientes do FGTS que tem como objetivo
conceder financiamentos imobiliários com subsídios concedidos diretamente aos beneficiários finais,
agricultores familiares, assalariados e aposentados rurais (CAPRICHANDO A MORADIA E A
PROPRIEDADE, 2007). Este programa é para agricultores enquadrados na resolução 460/04 do
Ministério das Cidades e hoje substituída pela Resolução 518/06, que tinha como objetivo a melhoria
de vida, auto-estima, bem como o incentivo para a permanência do produtor no meio rural (JORNAL
NOROESTE, 09/03/07).

Em tuparendi forma até agora 31 casas novas e 77 reformas, ao longo de 2006 e 2007. Estão
em andamento mais 50 projetos que tem previsão de se concretizar em 2008. A implementação deste
trabalho envolveu uma grande equipe, que contou com a diretoria do sindicato, funcionários,
engenheiro civil e assistente social (JORNAL NOROESTE, 23/02/07).

Foram investidos aproximadamente R$. 630.000,00 somando Tuparendi e Porto Mauá, ma


construção e reformas de casas no interior (JORNAL DESTAQUE, Abril/2007). Em parceria com a
Emater, também é feito um esclarecimento sobre a construção de fossas sépticas e a sua importância
para a correta destinação do esgoto doméstico e a importância do ajardinamento (JORNAL
NOROESTE, 30/03/07).
Os recursos destinados ao setor habitacional provocam um efeito multiplicador sobre a
economia local, por que o dinheiro gira inúmeras vezes, destacando-se pela enorme importância na
geração de emprego e renda, pois há um envolvimento de uma cadeia muito grande na construção
civil, além dos reflexos nas outras áreas (GAZETA REGIONAL, 14/03/07).

No entanto ainda existem muitas moradias rurais precisando de melhorias, além de famílias
que necessitam de casas novas, tanto na zona urbana como na zona rural. As iniciativas existem, mas
estão longe de cobrir com todas as necessidades da população.

3. Aspectos econômicos do município de Tuparendi

No que se trata da renda do município de Tuparendi, o IDHM se apresenta baixo, 0,693, porém
é uma realidade que se expande para toda região de Santa Rosa, pois Tuparendi só se encontra numa
posição inferior a Santa Rosa, Três de Maio e Tucunduva. A renda per capita subiu de R$143,29 em
1991 para R$247,69 em 2000, no entanto Tuparendi se encontra muito abaixo de Santa Rosa, que
conta com R$309,38. Encontra-se numa posição desconfortável também quando se faz uma
comparação com o Rio Grande do Sul, que tem um índice de 0,754 e com o Brasil, que possui 0,723.

A economia do município de Tuparendi é oriunda basicamente do setor agropecuário,


caracterizando por pequenas propriedades. A principal atividade econômica é a agricultura, seguida da
pecuária leiteira e da produção de horti-fruti-granjeiros, enquanto na Zona Urbana existem indústrias
de implementos agrícolas e indústria de confecções (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

Do segmento populacional que se dedica a atividades rurais, são em torno de 500 que
produzem cereais (soja, milho, trigo), cerca de 800 que produzem leite, aproximadamente 70
criadores de suínos, cerca de 30 produtores de horti-fruti-granjeiros e em torno de 40 produtores de
gado de corte (EMATER-RS/TUPARENDI).

Na estrutura fundiária predominam os minifúndios, visto que de um total de 1663 proprietários


atendidos pelo Escritório da Emater-RS/ Tuparendi, apenas 3,4% possuem acima de cinqüenta
hectares e 96,63% estão entre um e cinqüenta hectares (EMATER-RS/TUPARENDI).

São também de pequeno porte as entidades produtivas e geradoras de trabalho. Hoje são 28
indústrias instaladas no município, 156 estabelecimentos comerciais, 104 estabelecimentos
prestadores de serviço, 102 profissionais autônomos, além de quatro estabelecimentos de recreação e
lazer (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

O trabalho no município apresenta-se diversificado, contudo, existe um grande número de


trabalhadores no trabalho informal e de pessoas desempregadas. Aqueles que contam com maior
qualificação tentam oportunidades em outras cidades, mas as demais, buscam outras alternativas de
sobrevivência, nem sempre lícitas ou saudáveis.

Os estabelecimentos comerciais são de pequeno porte e administrado por familiares, o que


beneficia a contratação de pessoas próximas, em detrimento das demais. Mas é no comercio que está
centrada a maior contribuição para o aumento do trabalho formal do município. As atividades
comerciais são desenvolvidas prioritariamente tendo em vista as atividades agrícolas, sendo três
cooperativas somadas a outros estabelecimentos comerciais de particulares atuando basicamente nas
vendas de máquinas, fertilizantes, corretivos, sementes, agrotóxicos, etc. além de atividades no ramo
de alimentos, roupas e calçados (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

Quanto às indústrias, as freqüentes crises que atingem o setor de máquinas agrícolas causaram
a demissão e desestabilização de diversos funcionários, o que acabou por afirmar o setor têxtil como
atividade industrial de maior expressão. No entanto, as industrias de máquinas agrícolas ainda são
extremamente importantes para a economia local, basta verificar o fato de que elas são em número de
03(três), mas apenas uma delas já é responsável por 46,79% do retorno de ICMS do município.

Existem ainda cinco industrias de confecções de roupas, uma de confecção de tapetes, uma
industria de moda em couro, uma empresa de importação e exportação de erva-mate, seis padarias e
uma agroindústria de conservas alimentícias (HISTÓRICO DO MUNICÍPIO, 2007).

A oferta de trabalho é pequena e há pouca mão de obra especializada. No município existem


duas fontes de migração: a primeira, dos agricultores, moradores da zona rural, acabam vindo para a
cidade em busca de melhores condições, e a segunda, dos munícipes tuparendienses em geral, que
migram para outras cidades do RS ou até para outros estados em busca de emprego. A população
jovem abandonando a agricultura está desfalcando a mão de obra no setor agropecuário, e mudando a
configuração da população rural, onde ficam residindo pessoas de meia idade e idosos.
Os dois produtos de sustentabilidade predominante são a soja e o leite, que possuem canais de
comunicação. A produção de trigo está em fase de decadência, o milho só é cultivado para o consumo
das famílias, tendo produção insuficiente. A produção de suínos encontra-se estagnada, havendo uma
profissionalização forçada dos produtores pelas empresas e pelo mercado.

A atividade leiteira, a segunda maior receita agropecuária, entrou numa fase em que a principal
característica é a exclusão dos pequenos produtores que são a maioria e que não conseguem se adaptar
ao processo de produção das empresas, em quantidade e qualidade, nem conseguem aderir aos
avanços tecnológicos exigidos. Além disso, a relação entre o custo de produção e o preço recebido
pelo produtor é incompatível.

Os horti-fruti-granjeiros são considerados um segmento com potencial de crescimento, mas na


atualidade a sua representatividade não é expressiva. O fato de uma das industrias de maquinas
agrícolas ser responsável por 46,79% do retorno de ICMS demonstra a fragilidade das demais
atividades exploradas, e por conseqüência, a situação difícil da economia municipal.

De modo geral, o agricultor encontra-se em processo de decapitalização, desmotivado pela


inviabilização da pequena propriedade, considerando o momento atual, ocasionando um êxodo rural
do jovem e um envelhecimento da população do campo. Como num ciclo, o empobrecimento da
população rural se reflete no comercio e conseqüentemente na arrecadação de recursos pelo município
que fica sem condições de assumir por conta própria um controle mais especifico das manifestações
da situação em que se encontra.

Segundo a tabela de benefícios pagos e mantidos pela Agencia Previdenciária Social de Santa
Rosa, relativo ao mês de julho de 2007, na ocasião da última atualização, no município de Tuparendi,
3032 pessoas são aposentadas, ou seja, 38,93% dos habitantes, entrando mensalmente R$
1.299.355,93, numa média de R$ 428,75 por aposentado. Destes aposentados, 2.167 residem no meio
rural e 865 no meio urbano (JORNAL DESTAQUE, 15/10/07). Isso sugere que uma grande parte do
dinheiro que circula no município provém de transferências governamentais, somando-se as
aposentadorias e os benefícios de prestação continuada, o que certamente dá um enorme suporte para
a economia local, uma vez que no meio rural, a renda mais importante das famílias é a aposentadoria
de seus idosos, pois a atividade agrícola por si só não dá conta de prover o sustento da família. Os
aposentados acabam tendo que arcar com as despesas da casa, inclusive as de alimentação.
4. Considerações Finais

Analisando os números divulgados no IDHM, no que diz respeito a Tuparendi, pode-se notar
que ele está entre os municípios de alto desenvolvimento humano (0,800 a 1000), o que pode levar a
crer que o município deva estar satisfeito com a sua conjuntura atual. Na Lei Orgânica Municipal, há
uma demonstração de interesse e boa vontade dos legisladores quando, em seu texto, pretendem dar
ênfase ao desenvolvimento do município. Neste documento, estão claras intenções relevantes no que
tange os aspectos sociais, quando se afirma que é dever do município regular o serviço social,
favorecendo a correção dos desequilíbrios do sistema social, visando um desenvolvimento social
harmônico (Art.162, parágrafo 2º), serviços de saúde que estiverem dentro de sua competência, e
suplementar se necessário os recursos e a legislação estaduais e federais, cuidando das obras e
serviços relativos ao saneamento e urbanismo, além da criação do Conselho Municipal de Saúde
(Art.164, 165 e 166).

Considera também a educação “um direito de todos e dever do poder público, da família e da
comunidade, baseada na justiça social, na democracia, no respeito aos direitos humanos, ao meio
ambiente e aos valores culturais” (Art.168). No entanto, a contradição se encontra no fato dos
estímulos serem destinados exclusivamente à Educação Infantil e Ensino Fundamental, com as sobras
destinadas ao Ensino Médio e absolutamente nenhum incentivo ao Ensino Superior, o que colabora
me partes para a desqualificação da mão de obra no município, de forma que cargos que exigem
graduação superior são ocupados por pessoas de outras cidades ou por pessoas que tradicionalmente
possuem condições financeiras para financiar todo seu processo de educação superior.

Neste documento ainda consta um grande enfoque para o meio ambiente, declarando que
“todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (Art.195). Nesse ponto está
concentrada uma grande contradição, pois as ações voltadas a preservação do meio ambiente são
extremamente pontuais e esporádicas, e se limitam a algumas iniciativas estudantis e de entidades.
Não existe um maior comprometimento com as questões ambientais uma vez que não há um sistema
de coleta e tratamento de esgoto, nem coleta seletiva de lixo, bem como uma destinação correta à
reciclagem. As nascentes que se encontram no perímetro urbano são freqüentemente agredidas por
resíduos das indústrias e outros estabelecimentos como postos de combustível que realizam lavagem
de automóveis. Apesar destes estabelecimentos serem em número reduzido, são suficientes para
causar poluição. Os córregos e lajeados existentes no interior do município também não recebem
devida atenção, de forma que são constantemente prejudicados pela erosão causada pelo
desmatamento nas suas margens e também pela utilização destes pequenos rios para depósito
inadequado de diversos tipos de lixo.

Na Lei Orgânica Municipal ainda consta uma tentativa de interferir na ordem econômica e
social, quando é afirmado que o município, dentro de sua competência, organizara a ordem econômica
e social, conciliando a liberdade de iniciativa com os superiores interesses da coletividade. As
intervenções do município no domínio econômico teriam por objetivo orientar e estimular a produção,
defender os interesses do povo e promover a justiça e a solidariedade social. O documento coloca
ainda o trabalho como obrigação social, de modo a garantir a todos o emprego e a justa remuneração,
que proporcione existência digna na família e na sociedade (Art.154, 155 e 156).

Consta ainda neste mesmo documento que o município deveria dispensar à microempresa e à
empresa de pequeno porte tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação
de suas obrigações administrativas, tributarias, previdenciárias e de crédito ou pela eliminação delas.
O município deveria prover ainda programas sociais destinados a facilitar o acesso da população à
habitação, implantando empreendimentos habitacionais, tanto na zona urbana quanto na rural,
apoiando a construção de moradias dignas(Art. 160 e 161).

No entanto, as iniciativas para estimular a pequena empresa não saem do papel. Normalmente
os empreendimentos de pequeno porte não recebem a devida atenção e tendem a fracassarem nos seus
primeiros anos de existência. A cultura dos gestores e autoridades parece tender a acreditar que a
palavra “indústria” reporta a grandes fabricas, com grandes estruturas, significativo quadro de
funcionários e uma expressiva arrecadação de ICMS, como acontece com a única indústria de
maquinas agrícolas de maior expressão. A ideologia procura copiar o modelo industrial das grandes
cidades, ou seja, pensa-se que para Tuparendi ser uma cidade industrializada seria preciso a instalação
de grandes fabricas, assim como acontecem nos grandes centros. Infelizmente não há um pensamento
direcionado a realidade local, que possa fazer uma adaptação de pequenas indústrias de acordo com as
possibilidades de desenvolvimento do município.

Há um grande potencial de recursos agrícolas, uma grande possibilidade de crescimento para


hortigranjeiros e fruticultores, desde que seu produto seja industrializado no próprio município,
havendo uma agregação de valor, e não o simples repasse de matéria prima. Os agricultores precisam
de incentivos para transformar esta matéria-prima em mercadoria, para que aquilo que é produzido na
propriedade dê retornos financeiros para a sobrevivência. Da mesma forma, é necessário que este
processo seja realizado em forma de associações e cooperativas, para que os pequenos produtores
tenham condições de colocar seu produto no mercado podendo competir com os concorrentes.

Da mesma forma, o setor têxtil tem um número expressivo, mas fragmentados em pequenas
fábricas e voltados apenas para o comercio local, não tem grandes possibilidades de crescer. Ocorreu
uma iniciativa de parte das próprias fábricas de associarem-se em torno de uma só marca, intitulada
“Indumento Brasil”, com o objetivo de expandir o mercado, mas não obteve o sucesso esperado
justamente por falta de estímulo.

Para Sen (2000), a noção de desenvolvimento está intimamente ligada ao crescimento do PIB,
na medida em que se aumenta a renda individual, implantam-se novas tecnologias e moderniza-se
socialmente. No entanto, é na superação das dificuldades sociais que consiste o eixo do
desenvolvimento, através da integração das atividades econômicas, políticas e sociais. Para tanto, é
importante garantir a população oportunidades econômicas, liberdades políticas, serviços sociais,
garantia de transparência e segurança protetora. Então, o que as pessoas tem possibilidade de atingir é
dependente das oportunidades econômicas, liberdades políticas, pelos poderes sociais e por condições
como adequada saúde, educação básica, apoio às seus empreendimentos, o que para Sen (2000)
comprova que o alargamento das liberdades é o núcleo do desenvolvimento.

Nesse sentido, é possível concluir que o crescimento econômico precisa estar aliado a outros
aspectos que melhorem a condição de vida da população. O fato da dimensão econômica não ser mais
a única a ser levada em conta no Relatório de Desenvolvimento Humano não significa que ela tenha
perdido importância. O crescimento econômico diz respeito à geração de emprego e renda,
fundamental para qualquer população sobreviver dignamente. Veiga (2005) deixa claro que o
desenvolvimento não se confunde com crescimento econômico, que constitui apenas a sua condição
necessária, porém não suficiente.

Para ele, o desenvolvimento está amarrado a cultura, na medida em que ele implica a criação
de um projeto novo. Este não pode se limitar unicamente aos aspectos sociais e sua base econômica,
ignorando as relações complexas entre o porvir das sociedades humanas e a evolução da biosfera; o
que este autor demonstra é que a sustentabilidade no tempo das civilizações humanas vai estar
sujeitada a sua competência em se submeter aos princípios de cautela ecológica e de fazer um bom
uso da natureza.

Não é possível, no mundo atual, a realização do desenvolvimento humano sem respectivo


desenvolvimento econômico. No entanto, podemos assegurar que as fórmulas clássicas de
desenvolvimento que excluem os aspectos sociais não dão conta dos objetivos. Novas teorias – teorias
alternativas do desenvolvimento – surgem na tentativa de encontrar soluções para o agravamento da
crise mundial, mas os modelos propostos chocam-se automaticamente com a regulamentação do
modelo econômico atual quando propõem, além de uma nova racionalidade econômica, a necessidade
de fortalecimento do Estado.

Em se tratando de pequenos municípios como Tuparendi, o desenvolvimento local se choca


com os interesses do modelo econômico feito em nível mundial. Enquanto as necessidades sociais
parecem receber um enfoque maior da administração pública, a questão do desenvolvimento
econômico é deixada de lado, e não recebe uma atenção especifica e direcionada à realidade local.

É neste sentido que Veiga (2005) traz a idéia de desenvolvimento sustentável, mais
especificamente “socialmente includente, ambientalmente sustentável e economicamente sustentado
no tempo”. Assim, o enfrentamento das desigualdades existentes em todo mundo tem que ser feito de
modo a não comprometer o meio ambiente e o futuro da humanidade. Nessa perspectiva é preciso
evitar que o conceito de desenvolvimento seja marginalizado nos debates atuais, atitude que é fruto
das influências do mercado que o reduz a crescimento econômico, ao mesmo tempo em que não se
pode considerar a risca a teoria dos ambientalistas radicais que consideram o crescimento econômico
como obstáculo a preservação dos recursos naturais.
Além disso, há também uma corrente totalmente desencantada dos debates de
desenvolvimento devido ao fracasso das políticas que até então trataram deste tema visto por alguns
como “uma mera armadilha ideológica inventada por políticos do primeiro mundo para perpetuar seu
domínio sobre os países periféricos” (VEIGA, 2000). Este autor defende o conceito de
desenvolvimento sustentável como utopia para o século XXI, dando ênfase ao imperativo de procurar
um novo modelo científico, apropriado para substituir o industrialismo.

Ainda para este autor, a definição de desenvolvimento sustentável pode parecer para muitos
somente mais uma expressão da moda, e questiona-se até que ponto ele é válido e até que ponto ele se
trata de ilusão. O desenvolvimento sustentável é um dos mais generosos ideais surgidos no século
passado. Só comparável ao, bem mais antigo, anseio por justiça social. Ambos são valores
fundamentais de nossa época, por exprimirem desejos coletivos enunciados pela humanidade ao lado
da paz, da democracia, da liberdade e da igualdade.

Segundo Cavalcanti (2003), o desenvolvimento sustentável e a economia da sustentabilidade


podem soar para muitos como esotérica e a outros, como mais uma adição ao rol de termos
inacessíveis aos leigos; a outros mais, como uma expressão do modismo desencadeado pela evidência
sobre o verde ; a outros, como uma novidade vocabular de estética contestável, mas seu sentido é de
uma apreensão “justificada com o processo econômico na sua perspectiva de fenômeno de dimensão
irrecorrivelmente ecológica, sujeito a condicionamentos ditados pelas leis fixas da natureza, da
biosfera. É uma forma de exprimir a noção de desenvolvimento econômico como fenômeno cercado
por certas limitações físicas que ao homem não é dado elidir. Isto equivale a dizer que existe uma
combinação suportável de recursos para realização do processo econômico, a qual pressupõe que os
ecossistemas operam dentro de uma amplitude capaz de conciliar condições econômicas e
ambientais”(CAVALCANTI, 2003).

Para Sachs (2004) “O desenvolvimento includente requer uma estratégia tridimensional: a


consolidação e expansão do núcleo modernizador, condição para o crescimento sustentado, deve ser
suplementada pela identificação de todas as oportunidades de crescimento puxado pelo emprego e
pela promoção de instrumentos de ação direta sobre o bem-estar das populações, sob a forma de redes
públicas de serviços de base, educação, saúde, saneamento e habitação que, diga-se de passagem, são
geradoras de numerosos empregos. A sua importância deve-se ao fato de que estes serviços permitem
a efetivação dos direitos humanos fundamentais. O desenvolvimento, em última instância, consiste
precisamente na universalização destes direitos”.

Para um município de pequeno porte, com uma população decrescente, que apresenta altos
níveis de educação e de longevidade, mas um baixo desempenho no que se trata da dimensão
econômica, não é possível pensar o desenvolvimento na lógica capitalista, fundamentada no lucro e na
acumulação, com valores como competição, desigualdade, consumismo, uniformização e
dependência. O modelo econômico mundialmente aplicado com certeza não se adapta às inúmeras
micro realidades do Brasil, e assim, não é possível adequar um município como Tuparendi no
“modelo capitalista Civilizatório”(DALABRIDA, 2000).

Para este tipo de realidade local, é evidente a necessidade da criação de novas alternativas
baseadas num modelo de desenvolvimento sustentável, que em vez de competitividade, dissemine as
associações e cooperativas, o uso dos recursos típicos para novas opções como agroindústrias,
aproveitando o potencial agrícola do local, associando a necessidade de surgimento de novas
indústrias geradoras de emprego, para que diminua o êxodo para outras cidades.

Assim, o desenvolvimento que se faz necessário em pequenas cidades como Tuparendi deve
fundamentar-se na “produção de bens e serviços para a satisfação das reais necessidades humanas,
considerando os limites ecossistêmicos, assumindo valores como a complementaridade, a equidade, a
preservação, a diversidade e a autonomia” (DALABRIDA, 2000, p. 140). Para Dalabrida (2000),
entretanto, é impossível implementar um modelo de desenvolvimento sustentável numa econômica
liberal capitalista. Considerando esta afirmação, é extremamente necessário pensar novas alternativas
de inserção, mas ao mesmo tempo, que preserve as características e heranças culturais, sociais e
ambientais da região em questão.

Na argumentação de Amartya Sem, desenvolvimento é a expansão da capacidade das pessoas


para fazerem aquilo que valorizam e escolhem, no que se pode concluir que nesta afirmação se inclui
boa saúde, educação, meio ambiente desenvolvimento social, assim como toda atividade que possa
contribuir para a melhoria da qualidade da renda e da vida (ARBIX, ZILBOVICUIS e
ABRAMOVAY, 2001).
Este tipo de abordagem que contrastou comas demais teorias econômicas predominantes,
tornou-se parte de qualquer projeto de desenvolvimento. Para Arbix et al(2001), qualquer
desenvolvimento genuíno requer soluções que atendam a três frentes: que sejam sensíveis ao social,
ambientalmente prudentes e economicamente viáveis, oferecendo a todos uma oportunidade de ganhar
decentemente a vida por meio de trabalho assalariado, produção para consumo próprio ou uma
combinação dos dois.

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