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Coesão e coerência
Um dos problemas encontrados com mais frequência nos textos é a falta de coesão e de
coerência. É comum encontrarmos textos que iniciam com um tema e terminam com outro,
mostrando falta de unidade, falta de coerência. Além da falta de coerência, há falta de coesão, o
que torna, muitas vezes, os períodos ininteligíveis.
As concepções de coesão e coerência serão tratadas aqui a partir do ponto de vista de
que um texto é uma unidade de linguagem em uso e que sempre pressupõe a existência de
elementos de ordem enunciativa e comunicativa. A situação de produção de textos envolve
autor, objetivo, público, assunto, situação, estruturação linguística e textual. É neste último
aspecto que surgem as noções de coesão e coerência.
Comecemos pela organização textual. Todo texto é composto por uma macroestrutura e
uma microestrutura.
A microestrutura refere-se à coesão, ou seja, à ligação das frases, concatenação entre
as partes, traços morfossintáticos que garantem o encadeamento lógico. Para que o texto seja
coeso, deve seguir pelo menos um dos mecanismos de coesão:
a) retomada de termos, expressões ou frases já ditas.
b) encadeamento de segmentos do texto, feito com conectores ou operadores discursivos, tais
como então, portanto, mas, já que, porque...
Uma das de forma de garantir a constituição de coesão de um texto é por meio do uso de
articuladores gramaticais e textuais, chamados de conectores ou nexos.
Conectores do Discurso
Para que um texto seja portador de sentido, é necessário que as frases estejam ligadas entre si,
através de palavras e/ou expressões que permitam estabelecer uma sequência e uma relação lógica entre
as ideias contidas nesse mesmo texto.
Adição
e, nem, também, não só... mas também, além disso, e ainda, por um lado... por outro (lado)
Causa
porque, pois, porquanto, como, pois que, dado que, por causa de, já que, uma vez que, visto que, na
medida em que, ...
Concessão /Ressalva
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que, ...
Certeza
é evidente que, evidentemente, certamente, com toda a certeza, decerto, naturalmente, ...
Consequência
de (tal) modo que, de (tal) forma que, de maneira que, daí que, tanto... que, tão...que, por tudo isto,
consequentemente, por consequência, por conseguinte, ...
Conclusão
pois, logo, portanto, enfim, por isso, em conclusão, concluindo, finalmente, em suma, ...
Dúvida
talvez, porventura, é provável, provavelmente, é possível, possivelmente, ...
Fim/Finalidade
para, para que, a fim de (que), com o intuito de, com o objetivo de, no sentido de, ...
Opinião
na minha opinião, a meu ver, penso que, considero que, parece-me que, estouem crer que, creio que,
em meu entender, ...
Hipótese/Condição
se, salvo se, exceto, contando que, a não ser que, a menos que, admitindo que,desde que, supondo
que, ...
Oposição/Restrição
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, apesar de/disso, ainda assim, pelo menos, não obstante,
ressalve-se, por outro lado, ...
Comparação
assim como, tal como, do(a) mesmo(a) modo/maneira, pela mesma razão, pelo mesmo motivo, ...
Comprovação
efetivamente, com efeito, de fato, sem dúvida, como vimos, deste modo, na verdade, na realidade, ...
Ênfase
além disso, note-se que, de notar que, como já foi dito, veja-se, constate-se,saliente-se, de salientar,
atente-se, repare-se,...
Exemplo/Explicação
por exemplo, tome-se como exemplo, isto é, é o caso de, neste caso, é o que se passa com, como se
pode ver, importa salientar, aliás,
Reafirmação
ou seja, ou melhor, em resumo, em suma, por outras palavras, ...
Esclarecimento
(não) significa que, não se pense que, quer isto dizer, com isto (não) se pretende dizer que, .
Tempo
depois, mal, antes, quando, seguidamente, em seguida, até que, logo que, no momento seguinte, ...
http://pt.scribd.com/doc/48377404/Conectores-do-Discurso
Leituras complementares
Para complementar e aprofundar as noções trabalhadas, sugiro as referências a seguir elencadas.
- Referências Bibliográficas
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3 ed. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental. São Paulo: Atlas, 2007.
NETO, Pasquale Cipro. Nossa língua em letra e música. São Paulo: Publifolha, 2003.
PLATÃO e FIORIN. Lições de texto: leitura e redação. 5 ed. São Paulo: Ática, 2006.
SIQUEIRA, João H. Sayeg. O texto: movimentos de leitura, táticas de produção, critérios de
avaliação. São Paulo: Selinunte, 1990.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. 3. ed. São Paulo: M. Fontes, 2006.