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Formadores:
Maria de Fátima Fonseca (Coord)
Osvalda Joana
Natércia Dias
Elisa Samuel
Vem propor e fazer seguir a presente Providência Cautelar Não Especificada, contra:
Ramiro Chilaule, maior, moçambicano, solteiro, residente no Bairro de Mxaquene “D”, Quarteirão nº
73, casa nº 64, cidade de Maputo, neste acto devidamente apresentado como requerido, nos termos e
finamentos seguintes:
O requerente foi casado com uma senhora de nome Rosita Alfredo Fumo e, da relação nasceu quatro
filhas, todas menores, conforme atestam as certidões de nascimento que se juntam em anexo – vide
documentos 1 a 5.
II
Entretanto, a relação terminou em 2007, tendo cada um seguido o seu destino e acordado que a mãe
ficaria com a guarda das menores, continuando a residir na casa do casal, sita no Bairro Central,
Avenida Eduardo Mondlane, nº 476.
III
No mesmo ano da separação, a senhora Rosita, mãe das menores, juntou-se maritalmente com o
requerido, tendo vivido juntos até ao fatídico dia 15 de Agosto de 2015, data da morte da senhora Rosita
Alfredo Fumo – vide documento 6.
IV
Depois das cerimónias fúnebres da finada, as famílias reuniram-se para decidirem sobre a guarda das
menores e o destino do imóvel, visto que a casa pertencia ao requerente, mas encontrava-se na
responsabilidade da antiga companheira, na qualidade de mãe de suas filhas.
V
O requerido foi convidado a participar na reunião, mas não o fez, alegando falta de tempo, contudo, foi
informado pelos membros da família que deveria abandonar o imóvel.
VI
Porém, este respondeu negativamente, alegando que havia investido todas as suas economias na
reabilitação do imóvel, que praticamente foi reconstruído, razão pela qual, reclama um suposto direito a
meação, alegando, ainda, união de facto com a falecida.
VII
Por várias vezes o requerente dirigiu-se à casa para conversar com o requerido, mas este usando de
violência física e ameaças, expulsava-o do local, impedido, inclusive de ter acesso ao imóvel.
VIII
Com vista a uma solução amigável, o requerente procurou os serviços do Instituto de Patrocínio e
Assistência Jurídica – IPAJ, que procurou conciliar as partes, tendo-se acordado que o requerido
entregaria o imóvel mediante pagamento do valor correspondente as benfeitorias, no valor de
100.000,00MT (cem mil meticais).
IX
Todavia, não se mostra disposto a cumprir com o acordo, o que revela a sua má-fé na resolução do caso.
O mais grave prende-se com a degradação contínua do imóvel, pois, segundo os vizinhos, o requerido
não cuida da limpeza e manutenção da casa e, de forma recorrente tem convidado pessoas, com conduta
duvidosa a frequentarem a casa, deixando-a em péssimas condições.
XI
O requerido tem, ainda, retirado bens da casa, inclusive loiça sanitária, algumas portas e janelas, o que
revela a sua intenção de vandalizar a casa e, de eventualmente restituí-la em estado de degradação, com
sérios prejuízos para o requerente e suas filhas.
XII
XIII
O seu direito tem sido violado de forma sistemática pelo requerido, nascendo, assim, um fundado
receio de grave lesão e de difícil reparação.
XIV
O prejuízo resultante da providencia excede o dano que com ela se quer evitar, termos em que o
tribunal deve notificar e condenar o requerido a abster-se de continuar a provocar mais danos e a
entregar o imóvel ao requerente.
Nestes termos e nos melhores de direito ao caso aplicável, e sempre com mui douto suprimento de
V. Excia, requer-se que a presente providência seja julgada procedente por provada e que o
imóvel seja restituído ao seu verdadeiro dono, sem audição do requerido.
Testemunhas:
Joana Miquilina
Mario Nuvunga
Junta:
- 06 (seis) Documentos.
A Mandatária Judicial
Georgina Cambule