Você está na página 1de 4

JURISDIÇÃO CIVIL

TESTE DE AVALIAÇÃO DO 2º SEMESTRE

Formadores:
Maria de Fátima Fonseca (Coord)

Osvalda Joana

Natércia Dias

Elisa Samuel

Maputo, 26 de Outubro de 2018


MERITISSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL
JUDICIAL DA CIDADE DE MAPUTO
Maputo

Infeliz Boaventura, maior, casado, de nacionalidade moçambicana, filho de Ngomane Boaventura e de


Safira Cebola, residente no bairro da Mafalala, Quarteirão nº 14, casa nº 765, Distrito Municipal de
Nlamanculo.

Vem propor e fazer seguir a presente Providência Cautelar Não Especificada, contra:

Ramiro Chilaule, maior, moçambicano, solteiro, residente no Bairro de Mxaquene “D”, Quarteirão nº
73, casa nº 64, cidade de Maputo, neste acto devidamente apresentado como requerido, nos termos e
finamentos seguintes:

O requerente foi casado com uma senhora de nome Rosita Alfredo Fumo e, da relação nasceu quatro
filhas, todas menores, conforme atestam as certidões de nascimento que se juntam em anexo – vide
documentos 1 a 5.

II

Entretanto, a relação terminou em 2007, tendo cada um seguido o seu destino e acordado que a mãe
ficaria com a guarda das menores, continuando a residir na casa do casal, sita no Bairro Central,
Avenida Eduardo Mondlane, nº 476.

III

No mesmo ano da separação, a senhora Rosita, mãe das menores, juntou-se maritalmente com o
requerido, tendo vivido juntos até ao fatídico dia 15 de Agosto de 2015, data da morte da senhora Rosita
Alfredo Fumo – vide documento 6.

IV

Depois das cerimónias fúnebres da finada, as famílias reuniram-se para decidirem sobre a guarda das
menores e o destino do imóvel, visto que a casa pertencia ao requerente, mas encontrava-se na
responsabilidade da antiga companheira, na qualidade de mãe de suas filhas.
V

O requerido foi convidado a participar na reunião, mas não o fez, alegando falta de tempo, contudo, foi
informado pelos membros da família que deveria abandonar o imóvel.

VI

Porém, este respondeu negativamente, alegando que havia investido todas as suas economias na
reabilitação do imóvel, que praticamente foi reconstruído, razão pela qual, reclama um suposto direito a
meação, alegando, ainda, união de facto com a falecida.

VII

Por várias vezes o requerente dirigiu-se à casa para conversar com o requerido, mas este usando de
violência física e ameaças, expulsava-o do local, impedido, inclusive de ter acesso ao imóvel.

VIII

Com vista a uma solução amigável, o requerente procurou os serviços do Instituto de Patrocínio e
Assistência Jurídica – IPAJ, que procurou conciliar as partes, tendo-se acordado que o requerido
entregaria o imóvel mediante pagamento do valor correspondente as benfeitorias, no valor de
100.000,00MT (cem mil meticais).

IX

Todavia, não se mostra disposto a cumprir com o acordo, o que revela a sua má-fé na resolução do caso.

O mais grave prende-se com a degradação contínua do imóvel, pois, segundo os vizinhos, o requerido
não cuida da limpeza e manutenção da casa e, de forma recorrente tem convidado pessoas, com conduta
duvidosa a frequentarem a casa, deixando-a em péssimas condições.

XI

O requerido tem, ainda, retirado bens da casa, inclusive loiça sanitária, algumas portas e janelas, o que
revela a sua intenção de vandalizar a casa e, de eventualmente restituí-la em estado de degradação, com
sérios prejuízos para o requerente e suas filhas.

XII

O requerente é titular do direito de propriedade sobre o imóvel, contudo, mostra-se privado da


sua posse.

XIII

O seu direito tem sido violado de forma sistemática pelo requerido, nascendo, assim, um fundado
receio de grave lesão e de difícil reparação.
XIV

O prejuízo resultante da providencia excede o dano que com ela se quer evitar, termos em que o
tribunal deve notificar e condenar o requerido a abster-se de continuar a provocar mais danos e a
entregar o imóvel ao requerente.

Nestes termos e nos melhores de direito ao caso aplicável, e sempre com mui douto suprimento de
V. Excia, requer-se que a presente providência seja julgada procedente por provada e que o
imóvel seja restituído ao seu verdadeiro dono, sem audição do requerido.

Valor da Causa: 6.000.000.00 MT (Seis milhões de meticais).

Testemunhas:

Joana Miquilina

Mario Nuvunga

Junta:

- 06 (seis) Documentos.

- Cópias e duplicados legais.

Maputo, 20 de Outubro de 2018

A Mandatária Judicial

Georgina Cambule

/Advogada com inscrição na OAM/

ELABORE O DESPACHO ADEQUADO AO CASO, PRESSUPONDO QUE OS FACTOS


ALEGADOS SE MOSTRAM TODOS PROVADOS EM RESULTADO DO DEPOIMENTO DAS
TESTEMUNHAS E DOS DOCUMENTOS JUNTOS AOS AUTOS.

Você também pode gostar