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Extrafiscalidade e benefícios fiscais:

O crescimento populacional faz com que a utilização de recursos para preservação ambiental
se torne cada vez mais importante para a sociedade. Previsto no art. 225 da constituição é de
responsabilidade do poder público defender e preservar um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, assim surge a extrafiscalidade que tem como objetivo intervir no domínio
econômico, estimulando ou desestimulando determinados comportamentos.

“O objetivo do Estado, em um prisma constitucional, é a busca pelo bem comum, e para que seja
possível concretizar tal objetivo, a arrecadação de tributos se faz necessária. Os recursos que o Estado
necessita para atingir seus fins são comumente provenientes da tributação fiscal, entretanto a
tributação pode apresentar outro contorno que não aquele com finalidade puramente arrecadatória.
Trata-se de arrecadar intervindo na área econômica e social, o que se denominada extrafiscalidade.”

Não somente, os benefícios fiscais fazem também seu papel no momento de auxiliar na
preservação ambiental, pois se compreendem em isenções, redução de alíquotas e redução de
base de calculo. De fato a constituição não deixa claro o conceito dos referidos benefícios,
porém, é notória a finalidade extrafiscal dos benefícios.

“No tocante à preservação do meio ambiente para as atuais e futuras gerações, esta pode se efetivar
mediante os benefícios fiscais de caráter extrafiscal, sendo que tal renúncia de receitas possui, dentro
da lógica de direito ambiental, caráter preventivo, pois beneficia àqueles que se preocupam com a
proteção ambiental e não causam lesões ao meio ambiente.”

Podemos assim observar que o imposto trata-se da melhor forma a ser utilizada como
instrumento extrafiscal por ser considerado o tributo que melhor estimula ou desestimula
certas condutas, sendo assim o imposto irá assumir papel de controlador de ações nocivas ao
meio ambiente. No caso do imposto aquele produto que oferece maior risco ambiental devera
pagar impostos maiores, enquanto produtos que oferecem risco menor consequentemente
pagarão menores taxas.

No município de Betim foi adotada a lei municipal Nº 6223 de 23 de Agosto de 2017, onde a
mesma utiliza do imposto denominado “IPTU Ecológico” para incentivar o uso de medidas que
auxiliem na preservação ambiental, sendo essas medidas o uso de sistema de captação de
energia solar, aquecimento solar e captação e reuso da água da chuva. Dessa forma aquele
que seja em sua residência ou propriedade destinada a comercio ou indústria utilizar de uma
dessas medidas receberá como incentivo redução no valor pago no IPTU ecológico.

Assim podemos ver que o direito ambiental fica resguardado a partir dessas ações
governamentais que visam incentivar a preservação e manutenção ambiental como de fato é
previsto na constituição em seu art. 225.

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