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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO RIO GRANDE DO SUL

Porto Alegre, 1º de abril de 2016.

Ao
Coordenador da Assessoria Jurídica CAU/RS.

COMUNICAÇÃO INTERNA Nº 019/2016.

Consulta sobre a possibilidade de o CAU/RS exigir o registro de uma empresa de engenheiro civil, que possui
registro no CREA, mas tem, entre como atividade econômica secundária a prestação de serviços de
arquitetura

À consideração superior, segue Orientação Jurídica nº 019/2016, em 16 (dezesseis)


laudas, na qual, em suma, do ponto de vista estritamente jurídico, abstraída qualquer consideração acerca dos
valores ou da conveniência e oportunidade, essa Assessoria Jurídica entende que, em razão de não haver
definição pacífica sobre a exclusividade quanto à execução de projeto Arquitetônico, não seria razoável exigir a
inscrição de empresas de Engenharia, devidamente registradas no CREA, que pratiquem tais atividades no
CAU. Todavia, nos casos em que houver uma empresa de Engenharia executando outras das atribuições
exclusivas da Arquitetura e Urbanismo, sugere-se não a imposição de registro, mas a fiscalização quanto à
existência de responsável técnico Arquiteto e Urbanista.
Atenciosamente,

Suzana Rahde Gerchmann


Assessora Jurídica
OAB/RS n.º 86.726

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ORIENTAÇÃO JURÍDICA Nº 019/2016.


COMUNICAÇÃO INTERNA Nº 019/2016. UNIDADE DE
ATENDIMENTO E FISCALIZAÇÃO. PESSOA JURÍDICA.
ENGENHARIA. REGISTRO NO CREA. PROJETO
ARQUITETÔNICO. INDEFINIÇÃO QUANTO À EXCLUSIVIDADE
ASSUNTO: DA EXECUÇÃO. NA CONDIÇÃO ATUAL DA CONTROVÉRSIA
SOBRE O TEMA, IMPOSSIBILIDADE DE IMPOR O REGISTRO
NO CAU DE EMPRESA REGISTRADA NO CREA. SUGERE-SE A
FISCALIZAÇÃO DE RESPONSÁVEL TÉCNICO QUANDO
HOUVER EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA.
ASSESSORA JURÍDICA RESPONSÁVEL: Suzana Rahde Gerchmann
DATA: 01/04/2016.

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Orientação Jurídica nº 019/2016.


Assuntos gerais #1965 (redmine)
Interessado: Unidade de Atendimento e Fiscalização
Origem: Unidade de Atendimento e Fiscalização

UNIDADE DE ATENDIMENTO E FISCALIZAÇÃO.


PESSOA JURÍDICA. ENGENHARIA. REGISTRO NO
CREA. PROJETO ARQUITETÔNICO. INDEFINIÇÃO
QUANTO À EXCLUSIVIDADE DA EXECUÇÃO. NA
CONDIÇÃO ATUAL DA CONTROVÉRSIA SOBRE O
TEMA, IMPOSSIBILIDADE DE IMPOR O
REGISTRO NO CAU DE EMPRESA REGISTRADA
NO CREA. SUGERE-SE A FISCALIZAÇÃO DE
RESPONSÁVEL TÉCNICO QUANDO HOUVER
EXERCÍCIO DE ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA.

I. RELATÓRIO.
1.1. Trata-se de análise em relação ao seguinte quesito: o CAU/RS, por meio de sua
Unidade de Atendimento e Fiscalização, deve exigir o registro de uma empresa, cujo proprietário é engenheiro
civil, possui registro no Conselho de Engenharia e Agronomia – CREA e tem como sua atividade econômica
principal a “construção de edifício” e a “prestação de serviços de arquitetura”, como atividade econômica
secundária?
1.2. A fim de responder a essas indagações, foi trazida para análise a Lei n.º
12.378/2010. Serão analisados também os dispositivos da Constituição Federal, bem como da Resolução n.º 28
do CAU/BR, de 6 de julho de 2012, da Resolução n.º 51 do CAU/BR, de 12 de julho de 2013, e da Decisão
Normativa n.º 106 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA, de 17 de abril de 2015.
1.3. É o relatório.

II. ANÁLISE JURÍDICA.


Das atribuições da Assessoria Jurídica do CAU/RS.
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2.1. Menciona-se, antes de analisar o mérito da questão, que compete à Assessoria


Jurídica do CAU/RS prestar consultoria sob o prisma estritamente jurídico, não lhe cabendo adentrar em
aspectos relativos à conveniência e à oportunidade da prática dos atos administrativos, tendo em vista que a
atividade deste órgão jurídico possui natureza meramente opinativa, a qual não vincula o gestor público, que
pode, de forma justificada, adotar orientação contrária ou diversa daquela emanada pela Assessoria.

Das atribuições do Conselho de Arquitetura e Urbanismo.


2.2. Salienta-se que “o CAU/BR e os CAUs têm como função orientar, disciplinar e
fiscalizar o exercício da profissão da Arquitetura e Urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética
e disciplina da classe em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da
Arquitetura e Urbanismo”, conforme dispõe o art. 24, § 1º, da Lei nº 12.378/2010.
2.3. Ressalta-se, ainda, que a atividade fiscalizatória tem por objeto “a exação do
exercício profissional da Arquitetura e Urbanismo abrangendo as atividades, atribuições e campos de atuação
dos arquitetos e urbanistas, privativos ou compartilhados com outras profissões regulamentadas, conforme os
dispositivos da Lei nº 12.378, de 2010 e da Resolução CAU/BR nº 21, de 2012 ” e por objetivo “coibir o exercício
ilegal ou irregular da Arquitetura e Urbanismo, em conformidade com a legislação vigente ”, competindo-lhe
“verificar, na prestação de serviços de Arquitetura e Urbanismo, a existência do Registro de Responsabilidade
Técnica (RRT) correspondente, nos termos do que dispõe Resolução específica do CAU/BR ”, conforme dispõem
os artigos 4º, 5º e 6º da Resolução nº 22 do CAU/BR, respectivamente.

Das regras aplicáveis ao tema.


2.4. Ultrapassadas essas considerações iniciais, apenas a título de informação,
menciona-se que o art. 5º da Constituição Federal dispõe que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...” e o que segue:

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)

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XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
(...)
Art. 21. Compete à União:
(...)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
(...)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
(...).

2.5. No que tange ao exercício da profissão da Arquitetura e Urbanismo, assim


como ao registro das pessoas jurídicas no CAU, a Lei n.º 12.378/2010 determina o seguinte:
“Art. 2º. As atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:
I - supervisão, coordenação, gestão e orientação técnica;
II - coleta de dados, estudo, planejamento, projeto e especificação;
III - estudo de viabilidade técnica e ambiental;
IV - assistência técnica, assessoria e consultoria;
V - direção de obras e de serviço técnico;
VI - vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e
arbitragem;
VII - desempenho de cargo e função técnica;
VIII - treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;
IX - desenvolvimento, análise, experimentação, ensaio, padronização, mensuração e controle
de qualidade;
X - elaboração de orçamento;
XI - produção e divulgação técnica especializada; e
XII - execução, fiscalização e condução de obra, instalação e serviço técnico.
Parágrafo único. As atividades de que trata este artigo aplicam-se aos seguintes campos de
atuação no setor:
I - da Arquitetura e Urbanismo, concepção e execução de projetos;
II - da Arquitetura de Interiores, concepção e execução de projetos de ambientes;

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III - da Arquitetura Paisagística, concepção e execução de projetos para espaços externos,


livres e abertos, privados ou públicos, como parques e praças, considerados isoladamente ou
em sistemas, dentro de várias escalas, inclusive a territorial;
IV - do Patrimônio Histórico Cultural e Artístico, arquitetônico, urbanístico, paisagístico,
monumentos, restauro, práticas de projeto e soluções tecnológicas para reutilização,
reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restauro e valorização de edificações,
conjuntos e cidades;
V - do Planejamento Urbano e Regional, planejamento físico-territorial, planos de intervenção
no espaço urbano, metropolitano e regional fundamentados nos sistemas de infraestrutura,
saneamento básico e ambiental, sistema viário, sinalização, tráfego e trânsito urbano e rural,
acessibilidade, gestão territorial e ambiental, parcelamento do solo, loteamento,
desmembramento, remembramento, arruamento, planejamento urbano, plano diretor,
traçado de cidades, desenho urbano, sistema viário, tráfego e trânsito urbano e rural,
inventário urbano e regional, assentamentos humanos e requalificação em áreas urbanas e
rurais;
VI - da Topografia, elaboração e interpretação de levantamentos topográficos cadastrais para
a realização de projetos de arquitetura, de urbanismo e de paisagismo, foto-interpretação,
leitura, interpretação e análise de dados e informações topográficas e sensoriamento remoto;
VII - da Tecnologia e resistência dos materiais, dos elementos e produtos de construção,
patologias e recuperações;
VIII - dos sistemas construtivos e estruturais, estruturas, desenvolvimento de estruturas e
aplicação tecnológica de estruturas;
IX - de instalações e equipamentos referentes à arquitetura e urbanismo;
X - do Conforto Ambiental, técnicas referentes ao estabelecimento de condições climáticas,
acústicas, lumínicas e ergonômicas, para a concepção, organização e construção dos espaços;
XI - do Meio Ambiente, Estudo e Avaliação dos Impactos Ambientais, Licenciamento
Ambiental, Utilização Racional dos Recursos Disponíveis e Desenvolvimento Sustentável.
Art. 3º. Os campos da atuação profissional para o exercício da arquitetura e urbanismo são
definidos a partir das diretrizes curriculares nacionais que dispõem sobre a formação do
profissional arquiteto e urbanista nas quais os núcleos de conhecimentos de fundamentação
e de conhecimentos profissionais caracterizam a unidade de atuação profissional.
§ 1º. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR especificará, atentando para
o disposto no caput, as áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas e as áreas de
atuação compartilhadas com outras profissões regulamentadas.
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§ 2º. Serão consideradas privativas de profissional especializado as áreas de atuação nas quais
a ausência de formação superior exponha o usuário do serviço a qualquer risco ou danos
materiais à segurança, à saúde ou ao meio ambiente.
§ 3º. No exercício de atividades em áreas de atuação compartilhadas com outras áreas
profissionais, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo - CAU do Estado ou do Distrito Federal
fiscalizará o exercício profissional da Arquitetura e Urbanismo.
§ 4º. Na hipótese de as normas do CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos e
urbanistas contradizerem normas de outro Conselho profissional, a controvérsia será
resolvida por meio de resolução conjunta de ambos os conselhos.
(...)
Art. 10. Os arquitetos e urbanistas, juntamente com outros profissionais, poder-se-ão reunir
em sociedade de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo, nos termos das normas
de direito privado, desta Lei e do Regimento Geral do CAU/BR.
Parágrafo único. Sem prejuízo do registro e aprovação pelo órgão competente, a sociedade
que preste serviços de arquitetura e urbanismo dever-se-á cadastrar no CAU da sua sede, o
qual enviará as informações ao CAU/BR para fins de composição de cadastro unificado
nacionalmente.
Art. 11. É vedado o uso das expressões “arquitetura” ou “urbanismo” ou designação similar
na razão social ou no nome fantasia de sociedade que não possuir arquiteto e urbanista entre
os sócios com poder de gestão ou entre os empregados permanentes.
(...)”.

2.6. No que tange ao registro das pessoas jurídicas no CAU, a Resolução n.º 28 do
CAU/BR, de 6 de julho de 2012, estabelece que:
“Art. 1° Em cumprimento ao disposto na Lei n° 12.378, de 31 de dezembro de 2010, ficam
obrigadas ao registro nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito
Federal (CAU/UF):
I - as pessoas jurídicas que tenham por objetivo social o exercício de atividades profissionais
privativas de arquitetos e urbanistas;
II - as pessoas jurídicas que tenham em seus objetivos sociais o exercício de atividades
privativas de arquitetos e urbanistas cumulativamente com atividades em outras áreas
profissionais não vinculadas ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo;

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III - as pessoas jurídicas que tenham em seus objetivos sociais o exercício de atividades de
arquitetos e urbanistas compartilhadas com outras áreas profissionais, cujo responsável
técnico seja arquiteto e urbanista.
§ 1° O requerimento de registro de pessoa jurídica no CAU/UF somente será deferido se os
objetivos sociais da mesma forem compatíveis com as atividades, atribuições e campos de
atuação profissional da Arquitetura e Urbanismo.
§ 2° É vedado o uso das expressões “arquitetura” ou “urbanismo”, ou designação similar, na
razão social ou no nome fantasia de pessoa jurídica se a direção desta não for constituída
paritária ou majoritariamente por arquiteto e urbanista”.

2.7. No que concerne às áreas de atuação privativas dos arquitetos e urbanistas e


às áreas compartilhadas com outras profissões regulamentadas, tal previsão pode ser encontrada na
Resolução n.º 51, de 12 de julho de 2013, que dispõe o seguinte:
“Art. 2º. No âmbito dos campos de atuação relacionados nos incisos deste artigo, em
conformidade com o que dispõe o art. 3° da Lei n° 12.378, de 2010, ficam especificadas como
privativas dos arquitetos e urbanistas as seguintes áreas de atuação:
I - DA ARQUITETURA E URBANISMO:
a) projeto arquitetônico de edificação ou de reforma de edificação;
b) projeto arquitetônico de monumento;
c) coordenação e compatibilização de projeto arquitetônico com projetos complementares;
d) relatório técnico de arquitetura referente a memorial descritivo, caderno de especificações
e de encargos e avaliação pós-ocupação;
e) desempenho de cargo ou função técnica concernente à elaboração ou análise de projeto
arquitetônico;
f) ensino de teoria, história e projeto de arquitetura em cursos de graduação;
g) coordenação de curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo;
h) projeto urbanístico;
i) projeto urbanístico para fins de regularização fundiária;
j) projeto de parcelamento do solo mediante loteamento;
k) projeto de sistema viário urbano;
l) coordenação e compatibilização de projeto de urbanismo com projetos complementares;
m) relatório técnico urbanístico referente a memorial descritivo e caderno de especificações e
de encargos;

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n) desempenho de cargo ou função técnica concernente à elaboração ou análise de projeto


urbanístico; e
o) ensino de teoria, história e projeto de urbanismo em cursos de graduação;
II - DA ARQUITETURA DE INTERIORES:
a) projeto de arquitetura de interiores;
b) coordenação e compatibilização de projeto de arquitetura de interiores com projetos
complementares;
c) relatório técnico de arquitetura de interiores referente a memorial descritivo, caderno de
especificações e de encargos e avaliação pós-ocupação;
d) desempenho de cargo ou função técnica concernente à elaboração ou análise de projeto
de arquitetura de interiores;
e) ensino de projeto de arquitetura de interiores;
III - DA ARQUITETURA PAISAGÍSTICA:
a) projeto de arquitetura paisagística;
b) projeto de recuperação paisagística;
c) coordenação e compatibilização de projeto de arquitetura paisagística ou de recuperação
paisagística com projetos complementares;
d) cadastro do como construído (as built) de obra ou serviço técnico resultante de projeto de
arquitetura paisagística;
e) desempenho de cargo ou função técnica concernente a elaboração ou análise de projeto
de arquitetura paisagística;
f) ensino de teoria e de projeto de arquitetura paisagística;
IV - DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL E ARTÍSTICO:
a) projeto e execução de intervenção no patrimônio histórico cultural e artístico,
arquitetônico, urbanístico, paisagístico, monumentos, práticas de projeto e soluções
tecnológicas para reutilização, reabilitação, reconstrução, preservação, conservação, restauro
e valorização de edificações, conjuntos e cidades;
b) coordenação da compatibilização de projeto de preservação do patrimônio histórico
cultural e artístico com projetos complementares;
c) direção, condução, gerenciamento, supervisão e fiscalização de obra ou serviço técnico
referente à preservação do patrimônio histórico cultural e artístico;
d) inventário, vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo e parecer técnico, auditoria e
arbitragem em obra ou serviço técnico referente à preservação do patrimônio histórico
cultural e artístico;
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e) desempenho de cargo ou função técnica referente à preservação do patrimônio histórico


cultural e artístico;
f) ensino de teoria, técnica e projeto de preservação do patrimônio histórico cultural e
artístico;
V - DO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL:
a) coordenação de equipe multidisciplinar de planejamento concernente a plano ou traçado
de cidade, plano diretor, plano de requalificação urbana, plano setorial urbano, plano de
intervenção local, plano de habitação de interesse social, plano de regularização fundiária e
de elaboração de estudo de impacto de vizinhança;
VI - DO CONFORTO AMBIENTAL:
a) projeto de arquitetura da iluminação do edifício e do espaço urbano;
b) projeto de acessibilidade e ergonomia da edificação;
c) projeto de acessibilidade e ergonomia do espaço urbano.
Art. 3º. As demais áreas de atuação dos arquitetos e urbanistas constantes do art. 2° da Lei n°
12.378, de 2010, que não lhes sejam privativas nos termos do art. 2° desta Resolução,
constituem áreas de atuação compartilhadas entre os profissionais da Arquitetura e
Urbanismo e os de outras profissões regulamentadas”.

2.8. Ocorre, contudo, que a despeito da tratativa legal e regulamentar acerca das
áreas de atuação exclusivas dos arquitetos e urbanistas do CAU/BR, o Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia – CONFEA editou a Decisão Normativa n.º 106, de 17 de abril de 2015, cujo teor é o que se
transcreve:
“Art. 1º Conceituar o termo ‘Projeto’ como a somatória do conjunto de todos os elementos
conceituais, técnicos, executivos e operacionais abrangidos pelas áreas de atuação, pelas
atividades e pelas atribuições dos profissionais da Engenharia e da Agronomia, nos termos
das leis, dos decretos-lei e dos decretos que regulamentam tais profissões, quais sejam:
Decreto nº 23.196, de 1933, Decreto nº 23.569, de 1933, Decreto-Lei nº 8.620, de 1946, Lei n°
4.076, de 1962, Lei nº 4.643, de 1965, Lei n° 5.194, de 1966, Lei n° 6.664, de 1979, Lei n°
6.835, de 1980, e Lei n° 7.410, de 1985, e a Constituição Federal de 1988.
Art. 2º Para efeito desta decisão normativa, considera-se o termo genérico “Projeto” como:
I – o Projeto Básico, abordado pela Resolução n° 361, de 1991, e pela Orientação Técnica
IBRAOP/OT - IBR 001/2006, que consiste nos principais conteúdos e elementos técnicos
correntes aplicáveis às obras e serviços, sem restringir as constantes evoluções e impactos da

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ciência, da tecnologia, da inovação, do empreendedorismo e do conhecimento e


desenvolvimento do empreendimento social e humano, nas seguintes especialidades:
a) levantamento Topográfico;
b) sondagem;
c) projeto Arquitetônico;
d) projeto de Terraplenagem;
e) projeto de Fundações;
f) projeto Estrutural;
g) projeto de Instalações Hidráulicas;
h) projeto de Instalações Elétricas;
i) projeto de Instalações Telefônica, de dados e som;
j) projeto de Instalações de Prevenção de Incêndio;
k) projeto de Instalações Especiais (lógicas, CFTV, alarme, detecção de fumaça);
l) projeto de Instalações de Ar-condicionado;
m) projeto de Instalações de Transporte Vertical; e
n) projeto de Paisagismo.
Parágrafo único. Esclarecer que, conforme disciplinamento da Orientação Técnica IBRAOP/OT
– IBR 001/2006, Projeto Arquitetônico consiste em uma subcategoria tipificada do “Projeto
Básico”, cujo conteúdo técnico de seu desenho pode contemplar: situação; implantação com
níveis; plantas baixas e de cobertura; cortes e elevações; detalhes que possam influir no valor
do orçamento; indicação de elementos existentes, a demolir e a executar, em caso de
reforma ou ampliação; e cujo conteúdo técnico de sua especificação pode contemplar
materiais, equipamentos, elementos, componentes e sistemas construtivos.
II – o Projeto Executivo, que consiste no conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra ou do serviço, conforme disciplinamento da Lei n° 8.666, de 1993,
e das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Art. 3º Compete exclusivamente ao Sistema Confea/Crea definir as áreas de atuação, as
atribuições e as atividades dos profissionais a ele vinculados, não possuindo qualquer efeito
prático e legal resoluções ou normativos editados e divulgados por outros conselhos de
fiscalização profissional tendentes a restringir ou suprimir áreas de atuação, atribuições e
atividades dos profissionais vinculados ao Sistema Confea/Crea”.

Do impasse acerca das áreas de atuação exclusivas de Arquitetos e Engenheiros e


da fiscalização por parte do CAU
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2.9. Passadas essas considerações iniciais, devemos nos ater ao quesito


apresentado: o CAU/RS, por meio de sua Unidade de Atendimento e Fiscalização, deve exigir o registro de uma
empresa, cujo proprietário é engenheiro civil, possui registro no Conselho de Engenharia e Agronomia – CREA e
tem como sua atividade econômica principal a “construção de edifício” e a “prestação de serviços de
arquitetura”, como atividade econômica secundária?
2.10. Pois bem, a presente questão representa um grande impasse, na medida em
que concerne aos limites da atuação dos serviços de engenharia em relação à Arquitetura e Urbanismo. Tal
discussão não é nova, tanto o é que a Lei n.º 12.378/2010 determinou em seu artigo 3º o seguinte:
“Art. 3º Os campos da atuação profissional para o exercício da arquitetura e urbanismo são
definidos a partir das diretrizes curriculares nacionais que dispõem sobre a formação do
profissional arquiteto e urbanista nas quais os núcleos de conhecimentos de fundamentação
e de conhecimentos profissionais caracterizam a unidade de atuação profissional.
(...)
§4º Na hipótese de as normas do CAU/BR sobre o campo de atuação de arquitetos e
urbanistas contradizerem normas de outro Conselho profissional, a controvérsia será
resolvida por meio de resolução conjunta de ambos os conselhos.
§5º Enquanto não editada a resolução conjunta de que trata o § 4o ou, em caso de impasse,
até que seja resolvida a controvérsia, por arbitragem ou judicialmente, será aplicada a norma
do Conselho que garanta ao profissional a maior margem de atuação”.

2.11. Com a leitura do §4º, do artigo 3º, da Lei n.º 12.378/2010, é possível chegar à
conclusão de que o impasse que permeia essa orientação jurídica seria resolvido por meio de uma resolução
conjunta entre CONFEA e CAU/BR. Todavia, não se verifica tal ato, existindo apenas decisões unilaterais dos
Conselhos, as quais são conflitantes.
2.12. Perceba-se que, por um lado, a Resolução n.º 51 do CAU/BR, de 12 de junho de
2013, dispõe em seu artigo 2º, I, ‘a’, que:
“Art. 2º No âmbito dos campos de atuação relacionados nos incisos deste artigo, em
conformidade com o que dispõe o art. 3° da Lei n° 12.378, de 2010, ficam especificadas como
privativas dos arquitetos e urbanistas as seguintes áreas de atuação:
I - DA ARQUITETURA E URBANISMO:
a) projeto arquitetônico de edificação ou de reforma de edificação;
(...)”.

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2.13. Porém o CONFEA, praticamente dois anos depois, editou a Decisão Normativa
n.º 106, de 17 de abril de 2015, em cujo artigo 1º foi estabelecido o conceito de “projeto” como a soma do
conjunto de todos os elementos conceituais, técnicos, executivos e operacionais abrangidos pelas áreas de
atuação, pelas atividades e pelas atribuições dos profissionais da Engenharia e da Agronomia. Dessa forma, o
artigo 2º considera “projeto” como:
“Art. 2º Para efeito desta decisão normativa, considera-se o termo genérico “Projeto” como:
I – o Projeto Básico, abordado pela Resolução n° 361, de 1991, e pela Orientação Técnica
IBRAOP/OT - IBR 001/2006, que consiste nos principais conteúdos e elementos técnicos
correntes aplicáveis às obras e serviços, sem restringir as constantes evoluções e impactos da
ciência, da tecnologia, da inovação, do empreendedorismo e do conhecimento e
desenvolvimento do empreendimento social e humano, nas seguintes especialidades:
(...)
c) projeto Arquitetônico;
(...)”.

2.14. O cerne das contradições envolvendo a Resolução n.º 51 do CAU/BR e a


Decisão Normativa n.º 106 do CONFEA é: como poderiam, então, os Engenheiros e Agrônomos fazer projetos
Arquitetônicos mesmo sendo tal prática, de acordo com a Resolução n.º 51 do CAU/BR, uma atribuição
exclusiva dos profissionais da Arquitetura e Urbanismo? A questão vem sendo largamente debatida pelos
profissionais abrangidos pelo CAU/BR e pelo CONFEA, bem como pelos Conselhos em ações judiciais.
2.15. Quanto aos contornos judiciais dados ao caso, pode-se citar o Agravo de
Instrumento n.º 0076437-63.2013.4.01.0000, o qual tramita na 8ª Câmara Cível do Tribunal Regional Federal
da 1ª Região. Em 28/11/2014 foi dado provimento a esse recurso, o qual fora interposto pelo CAU/BR contra a
liminar concedida à Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC), que suspendia a vigência da Resolução
nº 51. No acórdão, ficou reconhecida a legalidade e a legitimidade da Resolução n.º 51 do CAU/BR, como se
pode ler na ementa abaixo transcrita:
EMENTA: “ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO. CONSELHO
DE ARQUITETURA E URBANISMO DO BRASIL. RESOLUÇÃO 51 CAU/BR. LEGITIMIDADE. 1.
Reconhecida a legalidade e a legitimidade da Resolução CAU/BR 51/2013 - uma vez que
está amparada pelas diretrizes da Lei 12.378/2010 -, não se faz necessária a edição de
resolução conjunta para validar matéria previamente regulada em legislação específica. 2.

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Pedido de reconsideração a que se julga prejudicado. 3. Agravo de instrumento a que se dá


provimento”. (AG 0076437-63.2013.4.01.0000/DF, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL MARCOS
AUGUSTO DE SOUSA, Rel.Conv. JUIZ FEDERAL MARK YSHIDA BRANDÃO (CONV.), Rel.Acor.
DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA DO CARMO CARDOSO, OITAVA TURMA, e-DJF1 p.4188
de 13/03/2015) (grifo nosso).

2.16. O debate, porém, ainda não possui resposta definitiva, defendendo o CAU/BR
e o CONFEA, cada qual, a sua resolução ou decisão normativa. Por conseguinte, ainda que o CAU/BR tenha
resolvido que os projetos Arquitetônicos sejam uma prática exclusiva dos profissionais da Arquitetura e
Urbanismo, o CONFEA decidiu que os Engenheiros e Agrônomos podem fazê-los também.
2.17. Dessa sorte, para saber se a empresa da hipótese questiona precisa realizar a
sua inscrição no CAU, é necessário que se saiba em quais hipóteses tal registro será devido. A previsão desses
casos está no artigo 1º, da Resolução n.º 28 do CAU/BR, de 6 de julho de 2012, que dispõe:
“Art. 1º Em cumprimento ao disposto na Lei n° 12.378, de 31 de dezembro de 2010, ficam
obrigadas ao registro nos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito
Federal (CAU/UF):
I - as pessoas jurídicas que tenham por objetivo social o exercício de atividades profissionais
privativas de arquitetos e urbanistas;
II - as pessoas jurídicas que tenham em seus objetivos sociais o exercício de atividades
privativas de arquitetos e urbanistas cumulativamente com atividades em outras áreas
profissionais não vinculadas ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo;
III - as pessoas jurídicas que tenham em seus objetivos sociais o exercício de atividades de
arquitetos e urbanistas compartilhadas com outras áreas profissionais, cujo responsável
técnico seja arquiteto e urbanista.
(...)”.

2.18. Inexistindo definição, ao menos até o presente momento, quanto à


exclusividade ou não do profissional da Arquitetura e Urbanismo de executar projeto arquitetônico, não é
possível estabelecer uma resposta pacífica questionamento sobre a obrigatoriedade de uma empresa de um
engenheiro civil que faz projetos arquitetônicos se registrar no CAU. Qualquer afirmação categórica haveria de
ser temerária, ao menos no que diz respeito à segurança jurídica.
2.19. Isso porque, se os projetos de Arquitetura forem considerados como âmbito
de atuação exclusivo dos Arquitetos e Urbanistas, a empresa deveria ter um responsável técnico Arquiteto e
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seu registro no CAU seria devido. Porém, se compreendida como válida a Decisão Normativa n.º 106 do
CONFEA e os Engenheiros e Agrônomos também puderem executar projetos arquitetônicos, na hipótese
narrada não se vislumbraria a necessidade do registro no CAU, eis que a pessoa jurídica teria responsável
técnico Engenheiro e possuiria registro no CREA. Não se pode olvidar que, consoante a Resolução n.º 28 do
CAU/BR, quando o objetivo da empresa for uma atividade compartilhada entre a Arquitetura e Urbanismo e
outras profissões regulamentadas, o registro no CAU somente será devido se o responsável técnico for
Arquiteto ou Urbanista (artigo 1º, III, da Resolução n.º 28).
2.20. Assim, até que seja resolvida a controvérsia quanto à exclusividade da atuação
no âmbito dos projetos arquitetônicos, seria temário afirmar a respeito da obrigatoriedade do registro de
empresas de Engenharia que os realizam no CAU, sob pena, inclusive, de que sejam ajuizadas ações judiciais
questionando a imperiosidade de tal inscrição.
2.21. Nesse sentido, em casos nos quais foi discutido o registro em mais de um
conselho, houve decisão contrária à duplicidade de inscrição. É o que se vê no julgado abaixo transcrito:
Ementa: “PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REGISTRO EM
CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. ENGENHEIRA QUÍMICA REGISTRADA NO CRQ.
EXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO NO CREA. APLICAÇÃO DE PENALIDADES. IMPOSSIBILIDADE DE
DÚPLICE INSCRIÇÃO. PLAUSIBILIDADE DO DIREITO INVOCADO. PRECEDENTES
JURISPRUDENCIAIS. POSSIBILIDADE DE DANO DE DIFÍCIL REPARAÇÃO NA EXIGÊNCIA, COM AS
CONSEQÜÊNCIAS DAÍ DECORRENTES. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. 1. A atividade
básica do profissional, ou seja, o ato típico da profissão é o que delimita a competência do
Conselho de fiscalização, conforme iterativa jurisprudência pátria. 2. Dessa forma, se uma
empresa ou pessoa física tem atividade básica que se situa na área de engenharia química,
pode ela registrar-se ou no CREA ou no CRQ, de acordo com a ênfase desenvolvida, restando
vedado o duplo registro. 3. Não pode o profissional ser compelido à dúplice inscrição, posto
que ambos os Conselhos têm competência para fiscalizar atividade que se insira neste
campo do conhecimento. 4. Já estando a Recorrente – engenheira química –regularmente
inscrita no CRQ há muitos anos, plausível a desnecessidade de sua inscrição junto ao CREA,
sob pena de duplicidade. 5. Agravo de instrumento provido. (TRF-2 - AGV: 133313
2004.02.01.013310-1, Relator: Desembargador Federal ROGERIO CARVALHO, Data de
Julgamento: 27/07/2005, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU -
Data::19/09/2005 - Página::518) (grifo nosso).

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2.22. Em razão do que foi exposto, por não haver definição efetiva sobre a
exclusividade quanto à execução de projeto Arquitetônico, não seria razoável exigir a inscrição de empresas de
Engenharia que pratiquem tais atividades no CAU. Todavia, nos casos em que houver uma empresa de
Engenharia, com registro no CREA, executando outras das atribuições exclusivas da Arquitetura e Urbanismo,
sugere-se não a imposição de registro, mas a fiscalização quanto à existência de responsável técnico Arquiteto
e Urbanista.

III. CONCLUSÃO
3.1 Diante do que foi apresentado, do ponto de vista estritamente jurídico,
abstraída qualquer consideração acerca dos valores ou da conveniência e oportunidade, essa Assessoria
Jurídica entende que, em razão de não haver definição pacífica sobre a exclusividade quanto à execução de
projeto Arquitetônico, não seria razoável exigir a inscrição de empresas de Engenharia, devidamente
registradas no CREA, que pratiquem tais atividades no CAU. Todavia, nos casos em que houver uma empresa
de Engenharia executando outras das atribuições exclusivas da Arquitetura e Urbanismo, sugere-se não a
imposição de registro, mas a fiscalização quanto à existência de responsável técnico Arquiteto e Urbanista.

À consideração superior.

Porto Alegre, 1º de abril de 2016.

Suzana Rahde Gerchmann


Assessora Jurídica
OAB/RS n.º 86.726

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