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NORMA ABNT NBR

BRASILEIRA 16655-3

Segunda edição
11.07.2019

Instalação de sistemas residenciais


Exemplar para uso exclusivo - FELIPE PINHEIRO FALCÃO DIAS - 013.337.183-22 RNP:0613960181 (Pedido 743609 Impresso: 18/06/2020)

de ar-condicionado — Split e compacto


Parte 3: Método de cálculo da carga térmica
residencial
Installation of residential air conditioning systems — Split and compact
Part 3: Residential heat load calculation method

ICS 23.120; 97.040.30 ISBN 978-85-07- 08118-0

Número de referência
ABNT NBR 16655-3:2019
22 páginas

© ABNT 2019
ABNT NBR 16655-3:2019
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ABNT NBR 16655-3:2019

Sumário Página

Prefácio.................................................................................................................................................v
Introdução...........................................................................................................................................vii
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................1
4 Requisitos............................................................................................................................2
4.1 Gerais...................................................................................................................................2
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4.2 Escolha dos valores de projeto da temperatura de bulbo seco e temperatura de


bulbo úmido, do ar externo................................................................................................3
4.3 Escolha das temperaturas de projeto do ambiente condicionado.................................4
4.4 Recintos adjacentes............................................................................................................5
4.5 Renovação e infiltração de ar............................................................................................5
4.6 Coeficientes de transmissão de calor por superfícies opacas (paredes, pisos, lajes
e telhados)...........................................................................................................................7
4.7 Cargas de transmissão e de insolação.............................................................................8
4.8 Calor interno...................................................................................................................... 11
5 Somatória das cargas térmicas de refrigeração............................................................13
Anexo A (informativo) Exemplo do cálculo de carga........................................................................14
A.3 Para carga térmica de pessoas, equipamentos e iluminação, ver A.3.1 e A.3.2.........18
A.3.1 Pessoas..............................................................................................................................18
A.3.2 Carga térmica de equipamentos e iluminação...............................................................19
A.4 Resumo das cargas térmicas...........................................................................................19
Bibliografia..........................................................................................................................................22

Figura
Figura A.1 – Arranjo físico da sala....................................................................................................14

Tabelas
Tabela 1 – Condições de temperatura e umidade do ar externo para o verão...............................3
Tabela 2 – Condições de temperatura e umidade do ar externo para o inverno............................4
Tabela 3 – Condições das temperaturas internas de referência para o verão...............................4
Tabela 4 – Condições das temperaturas internas de referência para o inverno............................5
Tabela 5 – Coeficientes de transmissão de calor através de superfícies opacas (paredes,
pisos, lajes e telhados).......................................................................................................7
Tabela 6 – Coeficientes de transmissão de calor através de piso, parede interna e janelas........7
Tabela 7 – Diferença de temperatura para a carga de refrigeração CLTD,
corrigida às 16 h..................................................................................................................8
Tabela 8 – Fator de ganho de calor por insolação SHGF em W/m2 ..............................................10
Tabela 9 – Carga de insolação – Fator de carga de resfriamento às 16 h....................................10
Tabela 10 – Coeficientes de sombreamento (adimensional) para películas protetoras e
sombreamento interno (cortinas).................................................................................... 11

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ABNT NBR 16655-3:2019

Tabela 11 – Carga térmica interna em função de pessoas, iluminação e equipamentos............ 11


Tabela 12 – Carga térmica interna em função de iluminação .......................................................12
Tabela 13 – Carga térmica interna em função de equipamentos ..................................................13
Tabela A.1 – Descrição do ambiente e suas superfícies................................................................15
Tabela A.2 – Áreas de troca de calor e diferença de temperatura na carga de resfriamento
CLTD em função da orientação e do horário..................................................................15
Tabela A.3 ‒ Transferência de calor pelas superfícies externas e internas..................................16
Tabela A.4 – Transmissão de calor por janelas – áreas .................................................................16
Tabela A.5 – Transmissão de calor por insolação...........................................................................17
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Tabela A.6 – Dados psicrométricos de São Paulo..........................................................................17


Tabela A.7 – Área e vazão adotada...................................................................................................18
Tabela A.8 – Carga térmica de infiltração/renovação.....................................................................18
Tabela A.9 – Carga térmica de pessoas...........................................................................................19
Tabela A.10 – Iluminação e equipamentos.......................................................................................19
Tabela A.11 – Carga térmica às 16 h.................................................................................................19
Tabela A.12 – Carga térmica às 16 h considerando o isolamento na laje
e a película refletiva no vidro...........................................................................................20

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ABNT NBR 16655-3:2019

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.


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A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar as
datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

A ABNT NBR 16655-3 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar-condicionado,


Ventilação e Aquecimento (ABNT/CB-055), pela Comissão de Estudo de Equipamentos de Expansão
Direta Divididos (CE-055:002.005). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 08,
de 28.08.2017 a 26.10.2017. O Projeto de Emenda 1 circulou em Consulta Nacional conforme Edital
nº 05, de 30.05.2019 a 01.07.2019.

A ABNT NBR 16655-3 equivale ao conjunto ABNT NBR 16655-3:2018 e Emenda 1, de 11.07.2019,
que cancela e substitui a ABNT NBR 16655-3:2018.

A ABNT NBR 16655, sob o título geral “Instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado – Split
e compacto”, tem previsão de conter as seguintes partes:

—— Parte 1: Projeto e instalação;

—— Parte 2: Procedimento para ensaio de estanqueidade, desidratação e carga de fluído frigorífico;

—— Parte 3: Método de cálculo da carga térmica residencial.

O Escopo em inglês da ABNT NBR 16655-3 é o seguinte:

Scope
This Part of ABNT NBR 16655 presents a simplified procedure thermal load calculation of air conditioning
for residential installations, which can be used in a spreadsheet with the following objectives:

a) from the user information, customer, choose the cooling and heating capacity parameters;

b) advise clients in actions to reduce the need for coolingheating, for example, glass with heat
treatment and reflection or absorption of solar radiation;

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c) estimate the power point required and check if it is compatible with the available installation.

The simplified procedure allows the thermal load of the estimate of a unique environment in the
case of two or more environments the calculation must be repeated with the characteristics of each
environment.

This is recommeded the use of computer programs available for thermal load calculation, and must
complete the calculation in the case of plants with repetitive environments or environments multiple
and repetitive residences for different families (apartments).
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Introdução

O aumento da base instalada de equipamentos de ar-condicionado residencial em operação, trouxe


como consequência um aumento na demanda e no consumo de energia elétrica, com risco de sobre-
carga no sistema de geração e de distribuição. O cálculo da carga deve permitir a escolha de equi-
pamentos com a capacidade correta, evitando o superdimensionamento na escolha do equipamento
com um aumento desnecessário do consumo da energia elétrica.

Somente como informação, se trabalha com uma carga de refrigeração típica de 6 m2/kW de área de
piso por potência de refrigeração em kW (21 m2/tr) sendo que a meta em países mais desenvolvidos é
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de 9 m2/kW (32 m2/tr). Uma vez definida a capacidade de refrigeração, podemos estimar a demanda
de alimentação elétrica de 1,25 kW/tr e a demanda elétrica de 0,35 kW para uma demanda de refrigeração
de 1 kW, ou seja, um coeficiente de desempenho COP de 2,9 kW de refrigeração por kW elétrico.

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Instalação de sistemas residenciais de ar-condicionado — Split e compacto


Parte 3: Método de cálculo da carga térmica residencial

1 Escopo
Esta Parte da ABNT NBR 16655 apresenta um procedimento simplificado de cálculo de carga térmica
de ar-condicionado para instalações residenciais, com os seguintes objetivos:
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 a) a partir das informações do cliente, calcular os parâmetros de capacidade de refrigeração e aque-
cimento;

 b) orientar o cliente nas ações para redução da necessidade de refrigeração/aquecimento, por exem-
plo, vidros com tratamento térmico de reflexão e/ou absorção da radiação solar;

 c) estimar o ponto de energia elétrica necessário e a sua compatibilidade com o disponível na
instalação.

NOTA É recomendável o uso de programas de computador disponíveis para o cálculo de carga térmica:
sendo obrigatório o cálculo completo no caso de instalações com ambientes repetitivos ou os ambientes
residenciais múltiplos e repetitivos para diferentes famílias (apartamentos).

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referên-
cias datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as
edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 15575-1, Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais

ABNT NBR 16401-1, Instalações de ar-condicinado – Sistemas centrais e unitários – Parte 1: Projetos
das instalações

ABNT NBR 16401-2, Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários – Parte 2:


Parâmetros de conforto térmico

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
diferença de temperatura da carga de resfriamento
(CLTD Cooling load temperature differences)
diferença da temperatura usada no cálculo de transmissão de calor por superfícies opacas, que leva
em consideração a resistência térmica à transmissão do calor, sua inércia térmica, o efeito do sol e a
diferença da temperatura interna e externa

NOTA A diferença é expressa em grau Celsius (°C)

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3.2
fator de carga de resfriamento
(CLF cooling load factor)
fator que corrige os valores de carga térmica em função do efeito de retardamento da incidência
do calor da radiação emitida por equipamentos, iluminação pessoas devido a sua temperatura de
superfície e da radiação solar
NOTA O fator é adimensional.

3.3
fator de ganho de calor por insolação
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(SHGF Solar heating gain factor)


potência de insolação específica que considera a latitude e o período do ano para a incidência máxima
da radiação solar em superfícies transparentes
NOTA O fator é expresso em watts por metro quadrado (W/m2).

3.4
fator de sombreamento
(SC Shade cooling load factors)
fator que corrige a radiação solar transmitida para o ambiente em função de características físicas do
vidro, como espessura, característica ótica de reflexão ou absorção e forma construtiva de vidro duplo
ou fachada dupla

4 Requisitos
4.1 Gerais
A estimativa da carga térmica tem por objetivo avaliar os valores de calor sensível (mudança de
temperatura), e de calor latente (mudança da umidade), de um ambiente e desta forma a partir dos
valores da carga térmica selecionar o equipamento necessário para manter as condições desejadas.
O valor deve ser calculado na condição mais crítica. Recomenda-se não acrescentar fatores de
segurança no cálculo da carga térmica, a seleção do equipamento pode ser feita pelo valor aproximado
e não necessariamente maior.
4.1.1 Para a estimativa da carga térmica, é necessário:
 a) escolher os valores de projeto da temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido do
ar externo em função da latitude e da altitude do local;
 b) escolher as temperaturas de projeto do ambiente condicionado adequadas às pessoas em função
de sua idade, atividade e roupas;
 c) averiguar possíveis condições especiais, como recintos adjacentes não condicionados, insolação,
sombreamento externo etc.;
 d) escolher os coeficientes de transferência de calor das distintas paredes da edificação com base
no seu projeto. Paredes que separam ambientes na mesma temperatura devem ser ignoradas.
Os coeficientes de transmissão de calor para inverno (aquecimento) e para verão (resfriamento)
podem ser diferentes;
 e) com base nas características construtivas da edificação, no programa de operação do sistema,
nos valores de projeto da velocidade do vento e da diferença de temperatura. Estimar a taxa de
infiltração (parcela não controlada), conforme ABNT NBR 15575-1 e/ou de ventilação com ar
externo, conforme 4.4;

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 f) determinar as características adicionais da edificação, como: localização, orientação, sombrea-


mento externo e massa, as quais afetam o ganho de calor por insolação;

 g) com base nas características construtivas da edificação e nas condições de projeto determinar as
diferenças de temperatura para a carga de refrigeração, fatores de ganho de calor por insolação
e fatores de carga de refrigeração apropriados;

 h) determinar a taxa de transferência de calor para o recinto em função dos coeficientes de transfe-
rência de calor, áreas e diferenças de temperatura, previamente calculados;

 i) para espaços com geração interna de calor (luzes, equipamentos, pessoas etc.) aplicar os fatores
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de carga de refrigeração quando necessário e as programações de uso.

4.1.2 O processo de cálculo da carga térmica a ser empregado é o da carga de resfriamento pela
diferença de temperatura (CLTD) [1], fatores de carga de resfriamento solar (SCL) [1] e fatores de
carga térmica Interna [1] que é o processo que melhor se aplica para o cálculo manual.

4.2 Escolha dos valores de projeto da temperatura de bulbo seco e temperatura de


bulbo úmido, do ar externo

4.2.1 Os valores de temperatura e de umidade do ar externo devem ser escolhidos conforme a


ABNT NBR 16401-1.

Caso não seja encontrada a cidade ou o local da instalação, pode ser usado um valor por aproximação
ou de referência.

4.2.2 A Tabela 1 apresenta as condições de verão de sete cidades do Brasil e dois valores de
referência.

Tabela 1 – Condições de temperatura e umidade do ar externo para o verão


Temperatura
Temperatura Umidade
de bulbo Volume
Altitude máxima de úmido
absoluta Entalpia
Cidade bulbo seco específico
m coincidente kg de vapor kJ/kg
m3/kg
°C /kg ar seco
°C
Belém 16 33,2 25,9 0,018 2 0,895 79,87
Brasília 1 060 32,2 17,1 0,008 2 0,995 53,32
Porto Alegre 3 34,7 24,6 0,018 6 0,898 82,43
Recife 10 34,0 27,1 0,019 9 0,899 85,20
Rio de Janeiro 3 34,1 25,2 0,016 6 0,894 76,72
São Paulo 802 32,1 20,4 0,011 7 0,970 62,29
Teresina 67 38,2 23,5 0,012 3 0,907 69,95
Referência 1 50 35 25 0,016 0 0,901 76,13
Referência 2 750 35 25 0,017 8 0,982 80,78
NOTA Os valores de referência podem ser usados em caso de dúvida da cidade equivalente em termos de clima.

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4.2.3 A Tabela 2 apresenta as condições de inverno de sete cidades do Brasil e dois valores de
referência.

Tabela 2 – Condições de temperatura e umidade do ar externo para o inverno


Temperatura Umidade
Ponto de Volume
Altitude mínima de absoluta Entalpia
Cidade orvalho específico
m bulbo seco kg de vapor kJ/kg
°C m3/kg
°C /kg ar seco
Belém 16 22,8 20,8 0,015 7 0,861 62,79
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Brasília 1 060 10 1,2 0,004 7 0,918 21,84


Porto Alegre 3 3,9 1,1 0,004 1 0,790 14,18
Recife 10 21,8 18,2 0,013 1 0,854 55,23
Rio de Janeiro 3 16,2 11,9 0,008 7 0,832 38,23
São Paulo 802 8,9 3,9 0,005 5 0,887 22,80
Teresina 67 21,9 12,9 0,009 3 0,855 45,75
Referência 1 50 10 5 0,005 4 0,814 23,74
Referência 2 750 5 2 0,004 8 0,869 17,01
NOTA Os valores de referência podem ser usados em caso de dúvida da cidade equivalente em termos de clima.

4.3 Escolha das temperaturas de projeto do ambiente condicionado

A escolha das temperaturas de projeto do ambiente condicionado deve ser adequada às pessoas em
função de sua idade, atividade e roupas, conforme a ABNT NBR 16401-2.

Se necessário, podem ser adotadas as condições de referência apresentadas nas Tabelas 3 e 4.

Tabela 3 – Condições das temperaturas internas de referência para o verão


Temperatura
Umidade Pressão Umidade Volume
Altitude de bulbo Entalpia
Ar interno relativa atmosférica absoluta específico
m seco kJ/kg
% kPa kg/kg m3/kg
°C
Condição 1 50 24,0 50,0 100,73 0,009 4 0,860 47,92
Condição 2 50 26,0 50,0 100,73 0,010 6 0,867 53,03
Condição 3 500 24,0 50,0 95,46 0,009 9 0,908 49,25
Condição 4 500 26,0 50,0 95,46 0,011 2 0,916 54,54
Condição 5 750 24,0 50,0 92,63 0,010 2 0,936 50,03
Condição 6 750 26,0 50,0 92,63 0,011 5 0,944 55,43
Condição 7 1 000 24,0 50,0 89,87 0,010 5 0,965 50,84
Condição 8 1 000 26,0 50,0 89,87 0,011 9 0,974 56,34
NOTA As condições de temperatura de bulbo seco de 26 °C são consideradas como valores para instalações de menor
custo inicial e operacional (energia elétrica) sem a perda do conforto.

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Tabela 4 – Condições das temperaturas internas de referência para o inverno


Temperatura Umidade Pressão Umidade Volume
Altitude entalpia
Ar interno de bulbo seco relativa atmosférica absoluta específico
m kJ/kg
°C % kPa kg/kg m3/kg
Condição 1 50 18,0 50,0 100,73 0,006 4 0,838 34,40

Condição 2 50 20,0 50,0 100,73 0,007 3 0,845 38,63

Condição 3 500 18,0 50,0 95,46 0,006 8 0,885 35,31

Condição 4 500 20,0 50,0 95,46 0,007 7 0,893 39,67


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Condição 5 750 18,0 50,0 92,63 0,007 0 0,912 35,84

Condição 6 750 20,0 50,0 92,63 0,008 0 0,920 40,27

Condição 7 1 000 18,0 50,0 89,87 0,007 2 0,941 36,39

Condição 8 1 000 20,0 50,0 89,87 0,008 2 0,949 40,90


NOTA As condições de temperatura de bulbo seco de 18 °C são consideradas como valores para instalações de menor
custo inicial e operacional (energia elétrica), sem a perda do conforto.

4.4 Recintos adjacentes

Para recintos adjacentes não condicionados considerar a temperatura de bulbo seco conforme a seguir:

 a) no verão, a temperatura de bulbo seco é 3 °C acima da temperatura de bulbo seco do ar externo
no verão;

 b) no inverno, a temperatura de bulbo seco é 3 °C acima da temperatura de bulbo seco do ar externo
no inverno.

4.5 Renovação e infiltração de ar

4.5.1 Com base nas características construtivas da edificação, vedação de janelas e portas, nos
valores de projeto da velocidade do vento e da diferença de temperatura, estimar a taxa de infiltração
e ou de ventilação com ar externo. Este valor corresponde à parcela não controlada, do ar externo,
conforme ABNT NBR 15575-1.

NOTA Considerar, no mínimo o valor recomendado de 1 L/s.m2 (3,6 m3/h.m2) para cada ambiente residencial.

4.5.2 A carga térmica do ar externo é calculada pelas Equações a seguir:

4.5.2.1 A vazão de ar em volume infiltrado ou de renovação deve ser calculada conforme Equação 1.

Qae = Qinf· A (1)

onde

Qae é a vazão de ar externo, expresso em metro cúbico por hora (m3/h);

Qinf é a vazão de ar externo infiltrado ou de renovação expresso em metro cúbico por hora (m3/h)
por metro quadrado de piso (m2 de piso);

A é a área do piso, expressa em metro quadrado (m2).

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4.5.2.2 A vazão em massa de ar infiltrado ou de renovação é calculada conforme Equação 2.

mae = (Qae).(1/3 600).ρ (2)

onde

mae é a vazão em massa de ar externo, expressa em quilograma por segundo (kg/s);

Qae é a vazão em volume de ar externo, expressa metro cúbico por hora (m3/h);

1 h/3 600 s é a transformação de metros cúbicos por hora em metros cúbicos por segundo (m3/h
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em m3/s);

ρ é a massa específica do ar externo, expressa em quilograma por metro cúbico (kg/m3).

4.5.2.3 Para o cálculo da carga de ar externo, deve-se considerar:

 a) o calor sensível calculado conforme a Equação 3:

qsae = qtae – qlae (3)

onde

qsae é o calor sensível do ar externo, expresso em watts (W);

qtae é o calor total, expresso em watts (W);

qlae é o calor latente, expresso em watts (W).

 b) o calor total do ar externo é calculado conforme a Equação 4:

qtae = mae·(hae – hamb) (4)

onde

mae é a vazão em massa de ar externo, expressa em quilograma por segundo (kg/s);

hae é a entalpia do ar externo, expressa em quilo joule por quilograma (kJ/kg);

hamb é a entalpia do ar do ambiente, expressa em quilo joule por quilograma (kJ/kg).

 c) o calor latente do ar externo, é calculado conforme a Equação 5.

qlae = mae·hlv·(Wae – Wamb) (5)

onde

mae é a vazão em massa de ar externo, expressa em quilograma por segundo (kg/s);

hlv é o calor latente de vaporização da água 2 501 kJ/kg, expresso em quilo joule por quilograma
(kJ/kg);

Wae é a umidade absoluta do ar externo, expressa em quilograma por quilograma (kg/kg);

Wamb é a umidade absoluta do ar do ambiente, expressa em quilograma por quilograma (kg/kg).

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4.6 Coeficientes de transmissão de calor por superfícies opacas (paredes, pisos, lajes
e telhados)
As opções de arranjo dos materiais e de suas espessuras para a construção de paredes, pisos e lajes
e podem ser verificadas nos manuais de cálculo de carga térmica [1].

As opções de arranjo de materiais usuais para o coeficiente de transmissão de calor adotadas são
apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 – Coeficientes de transmissão de calor através de superfícies opacas (paredes,


pisos, lajes e telhados)
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Parede Laje externa + Laje externa +


Elementos de construção – Características físicas
externa espessura ar isolamento
Coeficiente de
Resistividade Resistividade Resistividade
Elemento Espessura condutibilidade
térmica térmica térmica
construtivo m k
(m2.°C)/W (m2.°C)/W (m2.°C)/W
W/(m.°C)
Filme do ar externo não 0 0,044 0,044 0,044
Reboque + pintura 0,025 0,73 0,034 0 0
Bloco de concreto 0,200 1,04 0,192 0 0
Concreto laje
0,150 1,9 0 0,079 0,079
maciça e contrapiso
Drywall Gesso 0,070 0,46 0 0,152 0
Vidro 0,006 0,76 0 0 0
Espaço de ar não 0 0 0,160 0
Isolamento 25 mm
0,025 0,032 0 0 0,781 25
lã de vidro
Reboque + pintura 0,025 0,73 0,034 0,034 0
Filme do ar interno não 0 0,121 0,121 0
Total 0 0 0,426 0,590 0,904

Tabela 6 – Coeficientes de transmissão de calor através de piso, parede interna e janelas


Janela externa Janela externa
Piso/Laje interna Parede interna
simples cortina
Elemento construtivo Resistividade Resistividade Resistividade Resistividade
térmica térmica térmica térmica
(m2.°C)/W (m2.°C)/W (m2.°C)/W (m2.°C)/W
Filme do ar externo 0 0 0,044 0,044
Concreto laje maciça e
0,079 0 0 0
contrapiso
Drywall 0 0,152 0 0
Vidro 0 0 0,008 0,016
Espaço de ar (vidro duplo) 0 0 0 0,160
Filme do ar interno 0,242 0,242 0,121 0,121
Total 0,321 0,394 0,173 0,341

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4.6.1 No caso dos elementos construtivos não estarem listados nas Tabelas 5 e 6, deve ser calculado
conforme [1].

4.6.2 Não pode ser considerada a troca de calor entre ambientes com a mesma temperatura.

4.6.3 Os coeficientes de transmissão de calor para inverno (aquecimento) e para verão (resfriamento)
podem ser diferentes.

4.7 Cargas de transmissão e de insolação

4.7.1 Para o cálculo do valor de carga térmica por transmissão e por insolação, deve-se considerar
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as seguintes condições:

 a) latitude;

 b) orientação;

 c) mês do ano;

 d) temperatura de bulbo seco externa e interna;

 e) horário;

 f) características construtivas do edifício;

 g) para condições de projeto, determinar as diferenças de temperatura para a carga de refrigeração
CLTD, fatores de ganho de calor por insolação SHGF e fatores de carga de refrigeração CLF
apropriados;

 h) determinar as características adicionais do edifício;

—— localização;

—— orientação (norte, leste, sul e oeste);

—— sombreamento externo devido a outras construções ou mesmo árvores, as quais afetam o


ganho de calor por transmissão.

4.7.2 A Tabela 7 apresenta as diferenças de temperatura em função das condições de transmissão


de calor.

Tabela 7 – Diferença de temperatura para a carga de refrigeração CLTD,


corrigida às 16 h (continua)
Cidade
Valor de
Condição referência Belém, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo,
PA DF RS RJ SP
°C
°C °C °C °C °C
Norte 10 11,1 15,2 11,85 11,2 9,95
Nordeste 15 16,1 20,2 16,85 16,2 14,95
Leste 19 20,1 24,2 20,85 20,2 18,95

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Tabela 7 (conclusão)
Cidade
Valor de
Condição referência Belém, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo,
PA DF RS RJ SP
°C
°C °C °C °C °C
Sudeste 20 21,1 25,2 21,85 21,2 19,95
Sul 18 19,1 23,2 19,85 19,2 17,95
Sudoeste 18 19,1 23,2 19,85 19,2 17,95
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Oeste 15 16,1 20,2 16,85 16,2 14,95


Noroeste 11 12,1 16,2 12,85 12,2 10,95
Horizontal 24 25,1 29,2 25,85 25,2 23,95
Vidro 8 9,1 13,2 9,85 9,2 7,95
NOTA Os valores de diferença de temperatura para a carga estão corrigidos para os valores de temperatura
de bulbo seco interna, de 24 °C e temperatura de bulbo seco externa do local considerado conforme a Tabela 1.

4.7.3 Caso seja necessário corrigir o CLTD (ver 3.1), deve-se utilizar a Equação 6.

CLTDr = CLTD + (25 – TBSp) + (TBSaem – 29) (6)

onde

CLTDr é a diferença de temperatura da carga de resfriamento, expressa em graus Celsius (°C);

TBSp é a temperatura de bulbo seco de projeto, expressa em graus Celsius (°C);

TBSaem é a temperatura de bulbo seco média do ar externo ao longo do dia, expressa em graus
Celsius (°C).

4.7.4 Para o cálculo da transmissão de calor por superfícies opacas, deve-se utilizar a Equação 7.

qstrans = [A·(CLTDr)]/R (7)

onde

A é a área da superfície, expressa em metros quadrados (m2);

CLTDr é a diferença de temperatura para a carga de resfriamento, expressa em graus Celsius (°C);

R é a resistividade térmica da superfície, expressa em metros quadrados, multiplicado por


graus Celsius, dividida por watts (m2.°C)/W.

4.7.5 Para determinar as características adicionais da edificação, os seguintes fatores devem ser
observados, por exemplo:

 a) localização;

 b) orientação (norte, leste, sul e oeste);

 c) sombreamento externo devido a outras construções ou mesmo a existência de árvores, as quais
afetam o ganho de calor por insolação.

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4.7.6 A Tabela 8 apresenta os fatores de ganho de calor em função da insolação.

Tabela 8 – Fator de ganho de calor por insolação SHGF em W/m2


Cidade
Belém, PA Brasília, DF. Porto Alegre, RS. Rio de Janeiro, RJ. São Paulo, SP.
Latitude sul
1,38 17,87 30,00 22,82 23,62
(º)
Mês Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro Janeiro
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Unidade
W/m2
Norte 363 135 204 142 142
Nordeste 634 363 458 555 555
Leste 615 666 678 672 672
Sudeste 243 582 532 407 407
Sul 120 163 128 145 145
Sudoeste 243 582 532 407 407
Oeste 615 666 678 672 672
Noroeste 634 363 458 555 555
Horizontal 820 876 866 877 877

4.7.7 No caso de vidros em janelas ou claraboias, é necessário que a sua transmissibilidade seja redu-
zida, diminuindo a carga térmica interna. Os fatores de sombreamento são encontrados na Tabela 9.

Tabela 9 – Carga de insolação – Fator de carga de resfriamento às 16 h


Fator de carga de resfriamento em função do horário
Orientação geográfica
(adimensional)
Norte 0,75
Nordeste 0,20
Leste 0,17
Sudeste 0,22
Sul 0,35
Sudoeste 0,81
Oeste 0,82
Noroeste 0,73
Horizontal 0,58

4.7.8 Determinar a taxa de transferência de calor para o recinto, em função dos coeficientes de
transferência de calor, áreas, diferenças de temperatura e fator de ganho de calor por insolação,
previamente calculados, (ver Tabela 10).

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Tabela 10 – Coeficientes de sombreamento (adimensional) para películas protetoras e


sombreamento interno (cortinas)
Vidro
6 mm
Simples Simples + cortina Refletivo + cortina
0,87 0,55 0,30

4.7.9 O ganho de calor solar através do vidro é calculado conforme Equação 8.


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qsins = A·SC·SHGF·CLF (8)

onde

A é a área da janela, expressa em metros quadrados (m2);

SC é o fator de sombreamento;

SHGF é o fator de ganho de calor por insolação, expresso em watts por metro quadrado (W/m2);

CLF fator de carga de resfriamento em função do horário.

4.8 Calor interno

4.8.1 Devem ser consideradas as cargas relativas às pessoas, à iluminação e aos equipamentos,
que dissipam calor, ver Tabelas 11, 12 e 13.

Tabela 11 – Carga térmica interna em função de pessoas, iluminação e equipamentos


Calor sensível Calor total CLF
Atividade
W/pessoa W/pessoa Adimensional
Pessoas sentadas, trabalho leve 75 150 1
Dançando 120 375 ‒
NOTA O calor total de pessoa é igual à soma da parcela de calor sensível e de calor latente.

4.8.2 O cálculo da carga térmica interna de pessoas deve ser feito utilizando as Equações 9 e 10.

qspessoas = nºpessoas·cspessoa·CLF (9)

onde

qspessoas é o calor sensível referente às pessoas, expresso em watts (W);

n°pessoas é a quantidade de pessoas;

cspessoa é o calor sensível por pessoa, em função da atividade, expresso em watts por pessoa
(W/pessoa);

CLF é o fator de carga de resfriamento adimensional.

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qlpessoas = n°pessoas·(ctpessoa – cspessoa) (10)

onde

qlpessoas é o calor latente referente a pessoas, expresso em watts (W);

n°pessoas é a quantidade de pessoas;

ctpessoa é o calor total por pessoa, em função da atividade expressa em watts por pessoa (W/
pessoa);
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cspessoa é o calor sensível por pessoa em função da atividade expressa em watts por pessoa
(W/pessoa);

CLF é o fator de carga de resfriamento adimensional.

Tabela 12 – Carga térmica interna em função de iluminação


Fator de carga de resfriamento
Cargas internas Potência por m2
CLF
Iluminação W/m2 Adimensional
Escritório 12 1
Sala de jantar 23 1
Quartos de dormir 10 1
NOTA Os valores desta Tabela correspondem a uma densidade de potência de iluminação em W/m2. No caso de ser
conhecida a potência instalada, recomenda-se a utilização deste valor. Consideram como fator de carga de resfriamento
CLF o valor 1.

4.8.3 A estimativa da potência instalada deve ser calculada conforme Equação 11.

Psilum = A·csilum (11)

onde

Psilum é a potência instalada de iluminação, expressa em watts (W);

A é a área de piso expressa em metros quadrados (m2);

csilum é a potência instalada específica, expressa em watts por metro quadrado (W/m2).

4.8.4 A carga sensível de iluminação deve ser calculada conforme Equação 12.

qsilum = Psilum·CLF (12)

onde

qsilum é a carga sensível de iluminação, expressa em watts (W);

Pilum é a potência instalada de iluminação, expressa em watts (W);

CLF é o fator de carga de resfriamento adimensional.

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Tabela 13 – Carga térmica interna em função de equipamentos


Fator de carga de
W/equipamento resfriamento Carga térmica
Equipamentos W
W CLF W
Adimensional
Televisão 40 polegadas 250 250 0,8 200
Computador desktop 135 135 0,8 108
NOTA 1 O fator de carga de resfriamento CLF pode ser alterado em função do uso do equipamento
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considerado.
NOTA 2 No caso de cozinhas conjugadas, há dificuldade em função da exaustão de ar da coifa do fogão,
bem como a carga térmica dos equipamentos instalados. Recomenda-se consultar [1].

4.8.5 Para calcular a carga sensível de equipamentos, utilizar a Equação 13.

qsequip = Psequip .CLF (13)

onde

qsequip é a carga sensível de equipamentos, expressa em watts (W);

Pilum é a potência instalada de equipamentos, expressa em watts (W);

CLF é o fator de carga de resfriamento adimensional.

5 Somatória das cargas térmicas de refrigeração


Os valores calculados na Seção 4 devem ser utilizados para o cálculo dos valores de cada carga e
somados nas mesmas características do calor sensível, do calor latente e do calor total.

O valor total deve ser usado na seleção do equipamento, neste caso, feito de forma simplificada aten-
dendo a carga total em kW. Não podem ser usados coeficientes de segurança ou mesmo a escolha
com folga.

O Anexo A apresenta os exemplos de um cálculo.

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Anexo A
(informativo)

Exemplo do cálculo de carga

A.1 Para este exemplo, é adotado como referência a cidade de São Paulo/SP, em um ambiente de
sala de estar, conforme o desenho fora de escala apresentado na Figura A.1.
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Ambiente com Ambiente com


ar-condicionado ar-condicionado

Face noroeste Face sudeste


com janela com janela
6m contínua + contínua +
parede parede

A A

Ambiente interno
não condicionado

10 m
0,25 m

2,5 m Janela com Janela com 1,25 m


vidro simples Corte A - A vidro simples

1,0 m

Figura A.1 – Arranjo físico da sala

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A.2 O cálculo da transmissão de calor pelas superfícies externas e internas é apresentado nas
Tabelas A.1 a A.12.

Tabela A.1 – Descrição do ambiente e suas superfícies


Resistividade
Descrição Característica Comentário térmica
(m2.°C)/W
Filme externo do ar + reboque +
Paredes externas Ver Tabela 5 0,426
tijolo de cimento + reboque
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Filme interno do ar + drywall +


Parede interna Ver Tabela 6 0,394
filme interno do ar
Filme interno do ar + concreto de 0,321
Laje superior e
laje maciça e contrapiso + filme Ver Tabela 6
inferior
interno do ar
Filme interno do ar + concreto
Laje superior
de laje maciça e contrapiso +
e inferior com Ver Tabela 5 0,904
isolamento de 25 mm de lã de
isolamento
vidro filme interno do ar
Janela externa Filme externo do ar + vidro de
Ver Tabela 6 0,173
simples 6 mm + filme interno do ar
NOTA As portas não são consideradas.

A.2.1 A temperatura de bulbo seco do ambiente interno não condicionado é igual à temperatura de
bulbo seco do ar externo (32,1 °C) + 3 °C – a temperatura de bulbo seco do ar interno (24 °C), neste
exemplo 32,1 + 3 – 24 = 11,1 °C, conforme a Tabela A.2.

Tabela A.2 – Áreas de troca de calor e diferença de temperatura na carga de resfriamento


CLTD em função da orientação e do horário
Valores conforme
Dimensão Dimensão Área
Parede/janela/laje Tabela 7
m m m2
°C
Parede noroeste 6 (1,0 + 0,25) = 1,25 7,5 10,95
Janela noroeste – vidro 6 1,25 7,5 7,95
Parede sudeste 6 (1,0 + 0,25) = 1,25 7,5 19,95
Janela sudeste – vidro 6 1,25 7,5 7,95
Parede interna –
ambiente não 10 2,5 25 32,1 + 3 – 24 =11,1
condicionado
Laje/teto ambiente não
6 10 60 32,1 + 3 – 24 =11,1
condicionado
NOTA É considerado que os andares superiores e os inferiores são ambientes internos, não condicionados.

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A.2.2 A Tabela A.3 apresenta o cálculo considerando dois valores de transmissão de calor pelas
superfícies externas e internas, expressos em Watts (W), conforme a seguir:

 a) sem isolamento na laje = 6 087 W;

 b) com isolamento na laje = 3 411 W.

O exemplo a seguir, demonstra a necessidade de análise, sempre que possível, dos valores obtidos
e da verificação da possibilidade de redução da carga térmica.
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Tabela A.3 ‒ Transferência de calor pelas superfícies externas e internas


Diferença de Transmissão
Resistividade temperatura de calor pelas
Área
Parede/janela/laje térmica da carga de superfícies externas
m2 resfriamento e internas
(m2.°C)/W
(CLTD) °C W
Parede noroeste 0,426 7,5 10,95 193
Janela noroeste ‒ vidro 0,173 7,5 7,95 345
Parede sudeste 0,426 7,5 19,95 351
Janela sudeste ‒ vidro 0,173 7,5 7,95 345
Parede interna,
0,394 25 11,1 704
ambiente não condicionado
Laje/teto,
0,321 60 11,1 4 150
ambiente não condicionado
Subtotal sem isolamento – – – 6 087
Laje/teto com isolamento,
ambiente interno não 0,904 60 11,1 1 473
condicionado
Subtotal com isolamento – – -– 3 411

A.2.3 A transmissão de calor por superfícies transparentes é apresentada na Tabela A.4.

Tabela A.4 – Transmissão de calor por janelas – áreas


Dimensão Dimensão Área
Orientação
m m m2
Noroeste 6 1,25 7,5
Sudeste 6 1,25 7,5

A.2.4 A Tabela A.5 apresenta o cálculo considerando dois valores de transmissão de calor pelas
superfícies transparentes expressos em Watts (W), conforme a seguir:

 a) sem película e cortina = 3 228 W;

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 b) com película e cortina = 1 113 W.

O exemplo a seguir, demonstra a necessidade de análise, sempre que possível, dos valores obtidos
e da verificação da possibilidade de redução da carga térmica.

Tabela A.5 – Transmissão de calor por insolação

Fator de ganho Transmissão


Fator de de calor por
Área de calor por carga de Fator de
Orientação superfície
m2 insolação (SHGF) resfriamento sombreamento transparente
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W/m2 adimensional
W
Noroeste 7,5 555 0,73 0,87 2 644
Sudeste 7,5 407 0,22 0,87 584
Subtotal
3 228
sem película
Noroeste
com película 7,5 555 0,73 0,3 912
e cortina
Noroeste
com película 7,5 407 0,22 0,3 201
e cortina
Subtotal
com película 1 113
e cortina

A.2.5 Carga térmica por infiltração/renovação

O valor da carga térmica por infiltração e/ou renovação pode ser calculado, porém depende de dados
de vedação de portas e janelas que nem sempre estão disponíveis.

NOTA Considerar no mínimo o valor recomendado de 1 L/s.m2 (3,6 m3/h.m2) para cada ambiente
residencial, neste caso, adotar o dobro (7,2 m3/h.m2).

Tabela A.6 – Dados psicrométricos de São Paulo


Umidade
Temperatura de Entalpia
específica Volume específico
São Paulo bulbo seco
kg de vapor/ kJ/kg m3/kg
°C
kg de ar seco
Ar externo de
32,1 0,011 7 62,29 0,97
verão
Ar interno 24 0,010 2 50,03 0,936

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Tabela A.7 – Área e vazão adotada


Dimensão do Dimensão da
comprimento Renovação
largura da sala de Área
Descrição de ar
da sala de estar estar m2
m /(h.m2)
3
m m
Ambiente da sala
6 10 60 7,2
de estar

A.2.6 Para o cálculo da carga térmica de infiltração/renovação apresentado na Tabela A.8,


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considera-se a carga térmica do ar externo, conforme a seguir:

 a) calor latente 464 W;

 b) calor sensível: 1 052 W;

 c) calor total: 1 516,7 W.

Tabela A.8 – Carga térmica de infiltração/renovação


Vazão em Vazão em Carga térmica do ar
Variação de entalpia
– volume massa externo
kJ/kg
m3/h kg/s W
Calor total do ar
432 0,12371134 12,26 1 516
externo
Variação de umidade
– – – específica –
kg vapor/kg ar seco
Calor latente
432 0,12371134 0,001 5 464
W
Calor sensível
– – – 1 052
W
NOTA O cálculo do calor latente é igual a vazão em massa vezes a variação de umidade específica vezes
o calor latente de vaporização da água (2 501 kJ/kg).

A.3 Para carga térmica de pessoas, equipamentos e iluminação, ver A.3.1 e A.3.2

A.3.1 Pessoas

Considera-se para o cálculo apresentado na Tabela A.9, a carga térmica de oito pessoas sentadas em
trabalho leve, conforme a seguir:

 a) calor latente: 600 W;

 b) calor sensível: 600 W;

 c) calor total: 1 200 W.

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Tabela A.9 – Carga térmica de pessoas


Total Total Total
Quantidade Latente Sensível Total
Pessoas unitário latente sensível
# W W W
W W W
Sentadas em
8 75 75 150 600 600 1 200
trabalho leve

A.3.2 Carga térmica de equipamentos e iluminação


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A Tabela A.10 apresenta os resultados, considerando que na hipótese de o cálculo ter sido feito às 16 h
as lâmpadas estivessem apagadas e, portanto, o fator de uso destas seria de 0.

Tabela A.10 – Iluminação e equipamentos


Potência Total
Lâmpadas Calor sensível
Quantidade unitária instalado Fator de uso
fluorescentes W
W W
Lâmpadas
4 40 160 0 0
fluorescentes 1
Lâmpadas
2 40 80 0 0
fluorescentes 2
Televisão 1 250 250 0,8 200
Computador 1 135 135 0,8 108
Outro equipamento 0 0,5 0
Subtotal de
equipamentos – – – – 308
elétricos

A.4 Resumo das cargas térmicas


São apresentados nas Tabelas A.11 e A.12 resumos das cargas térmicas consideradas.

Tabela A.11 – Carga térmica às 16 h (continua)


Descrição Calor sensível Calor latente Calor total
Transmissão de
superfícies opacas 6 087 0 6 087
W
Transmissão por
superfícies transparentes 3 228 0 3 228
W
Infiltração e renovação de ar
1 053 464 1 517
W

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Tabela A.11 (conclusão)


Descrição Calor sensível Calor latente Calor total
Pessoas
600 600 1 200
W
Iluminação
0 0 0
W
Equipamentos
308 0 308
W
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Total
11 276 1 064 12 340
W
Total
38 484 3 631 42 115
BTU/h
Área de piso
60 60 60
m2
Relação
187 18 205
W/m2
Relação
18,7 198 17,1
m2/tr
Equipamento
33 600 14 400 48 000
recomendado em BTU/h

Tabela A.12 – Carga térmica às 16 h considerando o isolamento na laje


e a película refletiva no vidro (continua)
Descrição Calor sensível Calor latente Calor total
Transmissão de superfícies
opacas 3 411 0 3 411
W
Transmissão por superfícies
transparentes 1 113 0 1 113
W
Infiltração e renovação
1 053 464 1 517
W
Pessoas
600 600 1 200
W
Iluminação
0 0 0
W
Equipamentos
308 0 308
W

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Tabela A.12 (conclusão)


Descrição Calor sensível Calor latente Calor total
Total
6 485 1 064 7 549
W
Total
22 133 3 631 25 764
BTU/h
Área de piso
60 60 60
m2
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Relação
108 18 126
W/m2

Relação m2/tr 32 206 28

Equipamento recomendado em
16 800 7 200 24 000
BTU/h

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Bibliografia

[1]  ASHRAE Handbook – Fundamentals

[2]  ABNT NBR 5410, Instalações elétricas de baixa tensão

[3]  ABNT NBR 7541:2004, Tubo de cobre sem costura para refrigeração e ar-condicionado –
Requisitos
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[4]  ABNT NBR 13971, Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e aquecimento –
Manutenção programada

[5]  ABNT NBR 16280, Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas – Requisitos

[6]  ABNT NBR 16401-3, Instalações de ar-condicionado – Sistemas centrais e unitários –


Parte 3: Qualidade do ar interior

[7]  ABNT NBR 16069, Segurança em sistemas frigoríficos

[8]  ABNT NBR 13598, Vasos de pressão para refrigeração

[9]  ASTM G85:2011, Practice for modified salt spray (fog) testing

[10]  [DIN EN 378-2:2012, Refrigerating systems and heat pumps – Safety and environmental
requirements – Part 2: Design, construction, testing, marking and documentation (includes
Amendment A2:2012)

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