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Você Precisa das Canções de Jesus

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5 de dezembro de
2017

Timothy Keller

Sven Scheuermeier

Os salmos eram o hinário inspirado por Deus para adoração


pública no antigo Israel (1 Cr 16:8–36). Porque os salmos não
eram simplesmente lidos, mas cantados, eles penetravam a mente
e a imaginação do povo assim como só a música pode fazer. Eles
saturavam tanto o coração e a imaginação das pessoas comuns que
quando Jesus entrou em Jerusalém foi natural que a multidão
espontaneamente o saudasse recitando um trecho de um salmo
(Mc 11:9; Sl 118:26).

Os primeiros cristãos também cantavam e oravam os salmos (Cl


3:16; 1 Co 14:26). Quando Bento formou seus monastérios, ele
ordenou para que os salmos todos fossem cantados, lidos, e orados
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pelo menos uma vez na semana. Ao longo da época medieval, os
salmos serviram como a parte mais familiar da Bíblia para a
maioria dos cristãos. O Saltério era a única parte da Bíblia que um
cristão leigo provavelmente teria. Na época da Reforma, os salmos
desempenharam um papel central na reforma da igreja. Martinho
Lutero indicou que “todo o Saltério, salmo por salmo, deveria
permanecer em uso.” João Calvino prescreveu trechos dos salmos
como dieta principal de músicas na adoração congregacional.
Calvino escreveu: “O projeto do Espírito Santo [era] … de entregar
à igreja um modelo comum de oração.”

Todos os teólogos e líderes da igreja acreditavam que os salmos


deveriam ser usados e reusados no dia a dia dos cristãos ao se
dirigirem a Deus e na adoração pública. Nós não devemos
simplesmente ler os salmos; devemos estar imersos neles de tal
forma que eles moldem profundamente a maneira como nos
relacionamos com Deus. Os salmos são a maneira divina e
ordenada de aprender a devoção ao nosso Deus.

Por quê?

1. Os Salmos são uma “Mini Bíblia“

Uma razão é o que Lutero chamou de “mini Bíblia”. Os salmos nos


dão uma visão geral da história de salvação, da criação até o
recebimento da Lei no Monte Sinai, o estabelecimento do
tabernáculo e do templo, o exílio por causa da infidelidade, e
aponta à frente para a vinda da redenção messiânica e a renovação
de todas as coisas. Eles trata das doutrinas de revelação (Sl 19), de
Deus (Sl 139), e da natureza humana (Sl 8) e do pecado (Sl 14).

2. Os Salmos são para todas as necessidades

Os salmos são mais do que simplesmente um instrumento de


instrução teológica. Um dos antigos pais da igreja, Atanásio,
escreveu:
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Qualquer que seja sua particular necessidade ou problema, deste mesmo livro [os salmos]
você pode selecionar uma forma de palavras para se adaptar, para que você … aprenda o
caminho para curar sua enfermidade.

Todas situações da vida são representadas no livro dos salmos. Os


salmos antecipam e nos treinam para todas possíveis condições
espirituais, sociais, e emocionais — eles mostram a você quais são
os perigos, o que você deve ter em mente, qual deve ser sua atitude,
como conversar com Deus sobre, e como conseguir de Deus a
ajuda que você precisa. “Eles colocam seu invariável entendimento
da grandeza de Deus nas nossas circunstâncias, para que nós
tenhamos devido senso da correta proporção das coisas.” Toda
característica e circunstância da vida é “transmitida até a
presença de Deus, e colocada dentro do contexto do que é
verdadeiro sobre Ele.” Os salmos, então, não são simplesmente
professores imbatíveis, mas uma caixa medicinal de primeiros
socorros para o coração e o melhor guia possível para vida prática.

3. Os Salmos devem ser internalizados

Quando chamo os salmos de medicina, estou tentando fazer justiça


ao fato de que eles de alguma maneira diferem de outras partes da
Bíblia. Eles foram escritos para serem orados, recitados, e cantados
— para serem feitos, não meramente lidos. O teólogo David
Wenham conclui que usá-los repetidamente é um “ato
performativo” que “altera o relacionamento [com Deus] em um
sentido que apenar ouvir não realiza.” Nós devemos, em um
sentido, coloca-los dentro de nossas próprias orações, ou talvez
colocar nossas orações dentro deles, e nos dirigir a Deus desta
forma. Ao fazer isso, o salmo envolve diretamente aquele que ora
em novas atitudes, comprometimentos, promessas, e até mesmo
emoções. Quando, por exemplo, nós não simplesmente lemos
Salmo 139:23–24 — “sonda-me … prova-me … vê se há em mim
algum caminho mal” — mas oramos isso, nós convidamos Deus a
testar nossos motivos e concordamos ativamente com o caminho
de vida ao qual a Bíblia nos chama.
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4. Os Salmos nos conduzem a Deus

Os salmos nos conduzem a fazer o que o salmista faz — a nos


comprometermos com Deus por meio de súplicas e promessas, a
depender de Deus por meio da petição e expressões de aceitação, a
buscar conforto em Deus por meio do lamento e da queixa, a
encontrar a misericórdia de Deus por meio da confissão e do
arrependimento, a ganhar nova sabedoria e perspectiva de Deus
por meio da meditação, da recordação e da reflexão.

5. Os Salmos nos permitem ver Deus como Ele é

Os salmos também nos ajudam a ver Deus —não como


gostaríamos ou esperamos Deus que seja, mas como Ele realmente
se revela. A descrição de Deus no Saltério é rica e além de qualquer
invenção humana. Ele é mais santo, mais sábio, mais temível, mais
brando e amável que nós poderíamos imaginar que Ele fosse. Os
salmos aquecem nossa imaginação em novos domínios e ainda
assim nos guiam em direção ao Deus que realmente existe. Isso
traz uma realidade às nossas vidas de oração que nada mais
consegue.
Deixados em nós mesmos, oraremos a algum deus que fale o que nós gostaríamos de
ouvir, ou para a parte de Deus que nós conseguimos entender. Mas o que é crítico é que
falemos ao Deus que fala conosco, e a tudo que Ele fala a nós … O que é essencial na
oração não é que aprendamos a nos expressar, mas que aprendamos a responder a Deus.

6. Os Salmos nos levam a Jesus

Amaior parte de todos os salmos, lidos à luz de toda a Bíblia, nos


levam a Jesus. Os Salmos era o livro de canções de Jesus. O hino
que Jesus cantou na refeição da Páscoa (Mt 26:30; Mc 14:26) teria
sido o Grande Hallel, os Salmos 113–118. De fato, temos todas as
razões para assumir que Jesus teria cantado todos os salmos,
constantemente, ao longo de sua vida, de forma que Ele os

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guardava no coração. É o livro da Bíblia que Ele cita mais do
qualquer outro. Mas os salmos não foram simplesmente cantados
por Jesus; eles são sobre Jesus.

Os salmos são, então, de fato, as canções de Jesus.

Fonte: Blog Pensador Cristão

Esse post foi traduzido do site The Gospel Coalition, e você pode encontrá-lo na íntegra
clicando aqui.

Tim Keller é fundador da Redeemer Presbyterian Church (PCA) em


Manhattan, Nova York (Estados Unidos), e autor de vários livros.

Recursos para as Liturgias do Discipulado, conforme o ciclo…

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