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26/07/2020 Chesterton 100 anos depois

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Texto da aula Aulas do curso

Introdução a Chesterton

Chesterton 100 anos depois


Com esta transmissão, Padre Paulo Ricardo conclui nosso curso de “Introdução a
Chesterton”, reiterando a atualidade desse escritor e respondendo às questões de
nossos alunos sobre a sua obra e biografia.

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Apresentamos abaixo, em breve resumo, algumas da principais


respostas do Pe. Paulo Ricardo a perguntas de nossos alunos nesta aula
de encerramento do curso sobre G. K. Chesterton.

1) A proposta de Chesterton de ler a boa-nova do Evangelho como algo


“novo” é compatível com a norma de Igreja de ler as Escrituras dentro da
Tradição?

Chesterton não propõe uma hermenêutica da ruptura, que faça o


Evangelho desdizer o que sobre ele disseram os órgãos e testemunhos
da Tradição, como os SS. Padres e o próprio Magistério eclesiástico.
Chesterton se refere, pelo contrário, a um esforço de reatualizar, diante
do Texto sagrado, a mesma experiência de espanto e admiração que está
na origem da filosofia e é o traço característico do conhecimento das
crianças, para as quais são uma constante novidade as menores coisas

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da vida (um sabor, um amigo, um lugar etc.). Trata-se de aplicar ao


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Evangelho, ao cristianismo e seus mistérios — vistos e vividos, muita
vez, como uma obviedade “fora de moda” —, uma maneira de olhar que
busca o novo no já conhecido, o maravilhamento no já experimentado, a
beleza do que sempre ou quase sempre esteve debaixo dos nossos olhos.
Essa “pedagogia” do encanto oculto no habitual e costumeiro é uma
ideia cara e quase obsessiva para Chesterton, plasmada por ele na
personagem Innocent Smith, do romance Manalive. Trata-se, numa
palavra, de aprender a maravilhar-se sempre de novo ante o “Novo” do
Testamento, tirando do seu tesouro coisas novas e velhas (cf. Mt 13, 52).

2) O distributismo pode ser considerado uma via média entre o


liberalismo capitalista e o coletivismo marxista?

O distributismo, formulado por Hilaire Belloc e muito divulgado por


Chesterton, mais do que um plano político-econômico concreto,
aplicável de maneira puramente técnica, é uma proposta teórica
inspirada na doutrina social da Igreja que defende, por um lado, o direito
individual do trabalhador à propriedade privada e, por outro, a
conveniência de distribuir o mais amplamente possível os bens
produtivos, isto é, aqueles capazes de prover ao homem de um
patrimônio sustentável, com capacidade suficiente de autogestão. Ao
contrário tanto do comunismo, que expropria todos os recursos
produtivos do trabalhador, tornando-o um dependente do Estado, como
do capitalismo selvagem, que restringe a uma oligarquia econômica a
posse dos meios de produção, o distributismo aspira a uma
“equalização” (não igualitarista) da riqueza, no sentido de proporcionar a
todo homem os meios necessários para sustentar a si e à sua família,

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sem depender radicalmente do Estado, e constituir um patrimônio que


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seja também fonte de riqueza para a comunidade a que pertence.

Na medida, pois, em que procura evitar tanto o estatismo coletivista


quanto o individualismo refém de grandes interesses econômicos, pode-
se dizer que o distributismo é uma “terceira via” alternativa ao
marxismo e ao socialismo, embora seja mais adequado falar-se de uma
concepção da ordem econômica que tenta ser fiel a princípios básicos
da doutrina social católica como a propriedade privada, a destinação
universal dos bens, a subordinação dos bens particulares ao bem
comum e a relação de subsidiariedade que deve existir entre os
diferentes níveis de organização social, dos mais locais aos mais
abrangentes.

3) Que pensar de Chesterton e sua defesa do consumo de bebidas


alcoólicas?

Fiéis há que se escandalizam ao saber que Chesterton foi um defensor


do consumo de álcool, tendo escrito sobre o tema páginas de memorável
bom-humor. Para desfazer o mal-entendido, é preciso dizer que a moral
católica, embora alerte para os riscos da intemperança e valorize de
modo inequívoco a virtude da sobriedade, não proíbe como
intrinsecamente pecaminoso o consumo de bebidas alcoólicas. A razão
por que muitos, dentro da Igreja, “demonizam” hoje toda e qualquer
bebida se deve, ao menos em parte, a certa influência de concepções
protestantes para as quais alguns prazeres, considerados mais “baixos”
(como o da bebida e do tabaco, por exemplo), seriam em si mesmos
gravemente imorais. Os moralistas, no entanto, são unânimes em
afirmar que o consumo de bebidas inebriantes não constitui, por si só,

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um pecado, desde que se evite todo excesso voluntário que leve a uma
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privação violenta do uso da razão, sem uma causa honesta e
proporcionada que o justifique. A tradição católica sempre viu no uso
moderado do álcool, particularmente do vinho, uma forma honesta de
desfrutar dos bens da Criação e celebrar, com santa e discreta alegria, os
momentos importantes da vida. E a primeira prova disso a temos em
ninguém menos que Nosso Senhor, que alegrou as bodas de Caná com o
melhor vinho que já provaram aqueles convivas: “Tu guardaste o vinho
melhor até agora” (Jo 2, 10).

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Christo Nihil Præponere


“A nada dar mais valor do que a Cristo”

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