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A ARTE DE CALAR

Dizer alguma coisa, conquanto seja verdade, não elimina o ônus de quem a diz. Por isso
ninguém pode pensar que o fato de falar a verdade o deixa imune às consequências. Isto porque
podemos dizer algo com toda franqueza, sinceridade e ideologia, mas o custo de dizê-lo é inevitável.
Salomão, rei de Israel, deixou-nos frase sapiente: “Ouve, filho meu, e sê sábio”. A sabedoria de
um homem não está no discurso impecável que possa fazer, mas no fato de ele conseguir dominar os
seus impulsos e aprender a ouvir. Não esqueçamos que foi a imensurável sabedoria de Deus que nos
fez com uma só boca, mas com dois ouvidos. “Prontos para ouvir; tardio no falar”, diz o apóstolo.
Não entendendo quem o estava a chamar, o jovem Samuel reportava-se ao sacerdote Eli. Tal
coisa fazia porque ainda não conhecia a voz de quem lhe chamava: Deus. Uma, duas, três vezes foi o
suficiente para sentir a diferença. Aprontou-se para sintonizar-se. Ao ouvir a Deus pela quarta vez,
responde-lhe apressadamente: “Fala, Senhor, porque o teu servo ouve! ”
Quanta ciência espiritual há nesta narrativa. Aprendemos que a mudança de hábito é
extremamente funcional em situação de impasse. Em vez do antigo “ouve, Senhor, porque o teu servo
fala”, o “fala, Senhor, porque o teu servo ouve” ajusta-se perfeitamente aos apelos da coerência e da
discrição.
A essa altura, não seria lugar comum dizer que precisamos ouvir mais a voz de Deus do que as
vozes dos homens. Todavia, eu penso que o ideal é conseguirmos ouvir a Deus nas vozes humanas,
sobretudo nas dos pobres, para não criarmos ainda mais espiritualidade individualista. Melhor é
conseguir ouvir os homens, sem preconceito, como Deus nos ouve. Ouvir, sempre ouvir, até que
aprendamos a arte de ouvir.
Ouvir é primeiro de tudo saber calar e isto é mais que autocontrole, é maturidade; é aprender a
viver; é sabedoria.
Acerca do tema não encontrei nada mais curioso e profundo do que o trabalho do abade
francêsJosep Antoine Toussaint Dinouart, datado de 1771, sob o título “A Arte de Calar” - Silêncio.
1. Só se deve deixar de calar quando se tem algo a dizer que valha mais do que o silêncio.
2. Não há menos fraqueza ou imprudência em calar, quando se é obrigado a falar, do que
leviandade e indiscrição em falar, quando se deve calar.
3. É certo que, considerando as coisas em geral, há menos risco em calar do que em falar.
4. O homem nunca é tão dono de si mesmo quanto no silêncio: fora dele, parece derramar-se,
por assim dizer, para fora de si e dissipar-se pelo discurso; de modo que ele pertence menos a si
mesmo do que aos outros.
5. Quando se tem uma coisa importante para dizer, deve-se prestar a ela uma atenção muito
especial: é necessário dizê-la primeiro a si mesmo e, depois de tal precaução, voltar a dizê-la, para
evitar que haja arrependimento quando já não se tiver o poder de voltar atrás no que se declarou.
6. Quando se trata de guardar um segredo, calar nunca é demais; o silêncio é então uma das
coisas em que, geralmente, não há excesso a temer.
7. A reserva necessária para guardar o silêncio na conduta geral da vida não é uma virtude
menor do que a habilidade e a aplicação em bem falar; e não há mais mérito em explicar o que se
sabe do que em calar o que se ignora. O silêncio do sábio às vezes vale mais que o arrazoado do
filósofo; o silêncio do primeiro é uma lição para os impertinentes e uma correção para os culpados.

8. Somos naturalmente levados a acreditar que um homem que fala muito pouco não é um
grande gênio e que um outro que fala demais é um transtornado ou um louco. Mais vale passar por
não ser um gênio de primeira grandeza, permanecendo frequentemente em silêncio, do que por
louco, abandonando-se à comichão de falar demais.
9. Mesmo que se tenha propensão ao silêncio, sempre se deve desconfiar de si mesmo; e, se
houver muita paixão em dizer uma coisa, este será um motivo suficiente para decidir não a dizer.
10. O silêncio é necessário em muitas ocasiões, mas é preciso sempre ser sincero; podem-se
reter alguns pensamentos, mas não se deve camuflar nenhum. Há maneiras de calar sem fechar o
coração; de ser discreto sem ser sombrio e taciturno; de ocultar algumas verdades sem as cobrir de
mentiras.

Concluo esta reflexão dizendo - como já o fiz acima - que a maturidade e a sabedoria de um
homem acontecem quando ele aprende a ouvir - a arte de calar.
A BÍBLIA - UM LIVRO DE PROMESSAS

Eu tenho a elevada honra de subir a tribuna desta Casa e respeitosamente me dirigir a todas as
autoridades aqui presentes, destacando primeiramente a pessoa do Presidente da Câmara dos
Vereadores sua Excelência Dalmar Lírio Mazinho de Almeida Filho, ao qual eu já agradeço em nome de
todas os pastores aqui presentes e em nome da Catedral da Assembleia de Deus em Jardim Primavera.
Dirijo-me também a todas as autoridades eclesiásticas aqui presentes e ao corpo de membros de cada
Igreja.
Coube a mim a difícil tarefa de falar sobre a Bíblia, o livro eterno de Deus, diante de tantos renomados
pastores que poderiam se desincumbir dessa tarefa com muito mais desenvoltura. Mas Deus faz assim:
escolhe as coisas fracas desse mundo para confundir as fortes; as que não são para confundir as que são.
Quero, nesta efeméride cristã, começar esta rápida e simples reflexão citando um texto bíblico que se
encontra em 1o Reis 8.56, onde lemos: “... nem uma só palavra falhou de todas as suas boas
promessas...”
Uma das fortes evidências da veracidade da Bíblia como o livro das revelações de Deus é o seu perfil
profético. A Bíblia é de fato um livro de promessas inefáveis, incomensuráveis, inesgotáveis, inacabáveis.
São promessas que constam do arsenal das suas milimétricas profecias, que descortinam, desvendam,
desnudam o futuro imediato e longínquo, da história humana.
Não há no mundo um livro tão completo, perfeito, harmônico e fantástico como a Bíblia. É o único livro no
mundo que faz promessas, baseado nas próprias assertivas daquele que não permite que as suas
palavras voltem para si vazias. “Eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. A Bíblia é um livro de
promessas porque o Todo-poderoso, diante do qual as promessas foram escritas, tem poder para fazê-las
acontecer. Por isso lemos no livro de Josué a contundente assertiva: “Palavra alguma falhou de todas as
boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu”.

DEFINIÇÃO DE PROMESSA
Promessa é uma palavra que se prolonga por um tempo determinado. Se estende para além daquele que
a faz e daquele que a recebe, assinalando um encontro entre os dois no futuro. Uma promessa pode ser
uma certeza dada de ação continuada ou futura em favor de alguém: “Estarei convosco”; “Bem-
aventurados os que choram porque serão consolados”; “Se confessarmos os nossos pecados, Deus nos
perdoará os pecados”. Pode ser um solene acordo de relação permanente e mútua (se desigual): como no
caso das alianças. Pode ser o anúncio de um acontecimento futuro: “Quando tirares o povo do Egito,
servireis a Deus neste monte”.
A promessa é correlacionada à fé e está à disposição de todos os que, imitando a fé de Abraão, se tornam
“filhos da promessa” (Rm 4 e 9; Gl 3).

O Número de Promessas
Sempre ouvi falar que o número de promessas da Bíblia era mais de 30 mil. Por ser um número exato,
com quatro zeros, sempre suspeitei dele. Além do mais, como a Palavra de Deus contém somente 31.101
versículos, isto significaria uma promessa em quase todos eles. Mas isto é simplesmente impossível.
Após pesquisar, ler, estudar e fazer anotação de centenas de textos, cheguei ao número de 8.810
promessas encontradas ao longo do Antigo e do Novo Testamentos.

Tipos de Promessas
Há oito tipos de promessas nas Sagradas Escrituras. Deus fez ao homem 7.487 promessas, cerca de
85% de todas as promessas.
Em quase 1.000 exemplos anotados - 991 para ser exato - uma pessoa faz promessa a outra pessoa. Isto
dá cerca de 11% das promessas da Bíblia. Por exemplo, a promessa dos caldeus ao rei Nabucodonosor:
“Diga o rei o sonho a seus servos, e lhe daremos a interpretação” (Dn 2.7).
Há ainda 290 promessas feitas pelo homem a Deus. A maior parte - 235 - encontra-se nos Salmos.
Exemplo: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores” (Sl 51.15).
Vinte e oito promessas foram feitas pelos anjos, estando 23 delas no evangelho de Lucas. Como por
exemplo, cito a promessa feita pelo anjo às mulheres junto ao túmulo de Jesus: “Ide depressa e dizei aos
seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos, e vai adiante de vós para Galiléia; ali o vereis. É como
vos digo!” (Mt 28.7).
O velho mentiroso, Satanás, fez duas promessas: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Mt 4.9).
Um espírito maligno fez duas promessas: “Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e
disse: Eu o enganarei. Perguntou-lhe o Senhor: Com quê? Respondeu ele: Sairei, e serei espírito
mentiroso na boca de todos os seus profetas” (2 Cr 18.20,21).
Há ainda duas outras promessas: uma feita por Deus Pai e Deus Filho e a segunda feita por um homem a
um anjo.
Dos 66 livros da Bíblia somente a epístola de Paulo a Tito não tem promessas. Dezessete outros contêm
menos de dez promessas, cada livro. Mesmo um livro importante como Efésios só tem seis promessas.
O Novo Testamento tem 1.104 promessas; o Antigo Testamento, 7.706. Isto significa que sete em cada
oito promessas são encontradas no Antigo Testamento. Você não pode evitar o Antigo Testamento
quando lê a Bíblia.
Isaías, Jeremias e Ezequiel têm mais de 1.000 promessas, cada um, ou 3.086 nos três, ou, ainda, mais de
1/3 (35%) das promessas da Bíblia. A maioria delas é de natureza profética. Exemplo: “Eis que a virgem
conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14).
Muitos versículos têm mais de uma promessa. Este aqui, por exemplo, tem quatro: “Os que esperam no
Senhor 1.renovarão as suas forças, 2. sobem com asas como águias, 3. correm e não se cansam,
4. caminham e não se fatigam” (Is 40.31). Este outro tem cinco promessas: “Levantai os vossos olhos
para os céus, e olhai para a terra em baixo, porque 1. os céus desaparecerão como o fumo, 2. e a terra
envelhecerá como um vestido, 3. e os seus moradores morrerão como mosquito, 4. mas a minha salvação
durará para sempre, 5. e a minha justiça não será anulada” (Is 51.6).
O capítulo com maior número de promessas é Deuteronômio 28. As 133 promessas ali contidas referem-
se às bênçãos e maldições que Deus prometeu aos israelitas em Canaã, dependendo da obediência ou
desobediência às suas ordens.
Outro capítulo semelhante é Levítico 28, que contém 94 promessas, 3/4 de todas as promessas do livro.
No que diz respeito à promessa, o Salmo 37 é o mais importante da Bíblia. Praticamente cada versículo
é uma preciosa promessa. Aqui estão algumas destas 43 maravilhosas promessas:

“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará aos desejos do teu coração (v. 4).
“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará” (v. 5).
“Os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (v. 11).

AS MAIORES PROMESSAS DA BÍBLIA


Obviamente, fica muito difícil fazer esta seleção. Mas eu escolho as seis promessas que acho mais
importantes. São elas:
1. A promessa de salvação em Cristo Jesus: “Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e
em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9).
2. A promessa de resposta às orações: “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras
permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (Jo 15.7).
3. A promessa de ajuda temporal: “Buscai em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas as
coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
4. A promessa de força sustentadora: “Sejam de ferro e bronze os teus ferrolhos, e como os teus dias
durará a tua paz” (Dt 33.25).
5. A promessa do céu: “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2 Co 5.1).

Diante desta oportunidade não poderia me furtar ao direito de citar as profecias da Bíblia diante do caos
presente e o que se avizinha em nosso querido planeta. Duas são as advertências bíblicas sobre o
assunto: uma se encontra no Antigo Testamento e a outra no Novo Testamento.
A do Antigo Testamento diz: “O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento” – assevera o
profeta.
A do Novo Testamento declara: “Errais não conhecendo as Escrituras e nem o poder de Deus” – declara
peremptoriamente Jesus.
Assentado isso e diante da incomparável Palavra de Deus, dizemos a Deus o que os discípulos falaram a
Jesus quando desafiados pela palavra do Mestre da Galileia:
“Para onde iremos nós?
só Tu tens a Palavra de vida Eterna”.
Finalmente, fazemos nossas as palavras do sábio Salomão, rei de Israel, dizendo:
“... nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas, feitas por intermédio de Moisés,
seu servo” (1 Rs 8.56).
Que Deus os abençoe rica e abundantemente!

ACONSELHANDO UM DISCÍPULO EM CRISE

Diante de Deus eu quero pastorear, quero discipular, crescer a igreja, batizar novos membros,
enfim sem precisar aparecer.
RESPOSTA:

Pastoreie com inteligência. Não esqueça: Simplicidade, na voz da maioria, é sinônimo de preguiça. A
maioria dos caras que exaltam a simplicidade, não é simples e nem gosta de estudar.
Vou lhe dizer algumas verdades que certamente lhe servirão para o futuro:

1) A gente nunca vai (e pode) ser o que os outros gostariam que a gente fosse.

2) Nossa confiança em Deus não pode ter a porta da tesouraria como seu limite.

3) Eu fui perseguido por um superego que falava ao meu ouvido o tempo todo sobre o que eu
deveria fazer. Mas, quanto mais eu estudava, eu me afastava daqueles “bons” conselhos.

4) Você nunca deve ser igual aos medíocres. Seu alvo não é encher igreja (mesmo que o dinheiro
exija isso), mas ensinar, discipular, quebrar ídolos javistas (custe o que custar). As igrejas estão cheias
deles.

5) Antes eu me comovia com algumas palavras – aqui e ali – para que eu mudasse de estilo. E eu
cedi muitas vezes. Hoje, estou mais centrado, confiante na minha chamada profética. De modo que é
impossível tomar direção contrária a essa vocação divina.

6) Hoje, para mim, igreja lotada ou igreja vazia (ainda que goste mais da cheia) não surte o mesmo
impacto sobre mim. Fiquei curado disso. As propagandas não mais me influenciam.

7) Quero apostar hoje nos meus escritos, pregações e palestras. Deus me chamou para esse mister
e fico feliz em fazer a vontade de Deus; mesmo que isso me custe muito, pois importa obedecer a Deus do
que aos homens.

8) Você que foi o meu “discípulo” terá o mesmo destino. É uma questão de formação; você será
sempre um incurável idealista.

9) Quem discipula deve saber de um segredo: de 100 pessoas que lhe ouvem, apenas 2 ou 3 vão
pegar o que você quis passar. Ao final, ainda ficarão confusos. Exemplo: Jesus e os seus discípulos.

Lembre-se:
. Quando Jesus recrudesceu o seu sermão, seus próprios discípulos fizeram menção de irem
embora com o povo. Quase próximo à crucificação eles ainda não sabiam quem era Jesus: “E vocês o que
dizem ser o Filho do Homem?” Outra coisa: A declaração de Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”,
segundo Jesus: “Não foi carne (não foi do próprio discernimento de Pedro) nem sangue que to revelou,
mas meu Pai que está nos céus”.
A doutrina da satisfação instantânea é o maior desafio para líderes que levam a obra de Deus a
sério.
Nunca esqueça:
"Minha ideologia não pode ter por limite a porta da tesouraria da igreja que pastoreio".

ACOSTUMADOS A VIVER NOS ESCOMBROS DA VIDA

Exórdio:

O povo de Israel que habitava Jerusalém após o cativeiro babilônico aprendeu a viver entre os
escombros da cidade. Jerusalém era uma cidade em ruínas, habitada por um povo desanimado, sujeita ao
ataque de seus inimigos, porque não possuía muros. Até que Neemias foi levantado por Deus e em 52
dias fez o que nenhum habitante de Jerusalém fez em anos: edificou os muros da Cidade Santa. Ele,
copeiro do rei, foi obrigado a ausentar-se temporariamente de suas ocupações porque os moradores de
Jerusalém não tomaram uma atitude mais ativa na restauração de sua própria cidade.
A diferença básica entre Neemias e os moradores da cidade estava em sua oração: “faz prosperar
hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem” (Neemias 1:11). Neemias não somente orou por
Jerusalém, mas se disponibilizou a ser agente de mudança.
Muitos espiritualizam esta passagem de forma tal a não aplicá-la também ao seu contexto
econômico-social. Ainda que seja verdade que os muros de Jerusalém possam representar os muros de
nossa vida e os muros da Igreja, também representam os escombros da sociedade em que vivemos.
Muitos, incluindo os evangélicos, reclamam da situação ao seu redor: do governo, da corrupção, da
criminalidade e até mesmo da Igreja. Mas a mais pura verdade, é que o povo se acostuma a viver na
miséria e nos escombros de seu contexto, sem no entanto ter a atitude de Neemias de se colocar
literalmente na brecha entre Deus e os homens, para que o caos total não se instale ao nosso
redor(Ezequiel 22.30), seja na Igreja ou na sociedade.

O POVO PERDEU SEU IDEAL DE VIDA


. O que é um ideal? É a síntese de tudo a que aspiramos, de toda a perfeição que concebemos ou
se pode conceber; aquilo que é objeto da nossa mais alta aspiração intelectual, estética, espiritual, afetiva,
ou de ordem prática.

. O povo se acostumou a viver com o “podia ser pior”. Quando um povo perde o ideal de viver,
qualquer coisa é boa o suficiente para suportar.

. O povo de Israel viveu a filosofia do “Deixa a vida me levar”. O povo de Israel voltou para
Jerusalém com uma auto-imagem negativa. Não queria construir nada; não queria nada com nada.

. O povo se acostumou a negociar sua felicidade. Não pode acontecer coisa pior a um povo do
que persistir em não querer mudar para melhor.

. O povo de Israel foi liberto do cativeiro, mas estava preso por correntes invisíveis. O
desânimo, a morbidez (enfraquecimento doentio, abatimento ou esgotamento de forças; moleza,
languidez, preguiça) tomou conta do povo.

ISRAEL PERDEU A DIGNIDADE DE POVO DE DEUS


. O que é dignidade? É autoridade moral; honestidade, honra, respeitabilidade, decência, decoro,
respeito a si mesmo; amor-próprio, brio.

. Achou-se bem nos escombros da vida. Só restou ao povo os escombros (entulhos, destroços,
ruínas) e ele se acostumou a viver assim.

. O povo deixou-se abater pelo desânimo. Um povo desanimado começa projetos históricos e não
acaba. Obras inacabadas são o fruto da vida dos que desanimaram da boa caminhada da fé.

. O povo deixou-se dominar pelas circunstâncias negativas. Circunstâncias ruins não faltam a
nós para jogarmos a toalha. Nossas histórias estão cheias de exemplos de acertos e erros e tentativas
frustradas de mudança de vida. Só que não vivemos por vista, mas por fé.

. O povo afastou-se daquilo que é prioridade. Existem projetos em nossa vida dos quais não
podemos nos afastar sob pena de vivermos como quem planta e não consegue colher.

O POVO SE RENDEU A UM TIPO DE NATURALISMO FATALISTA

. O que é Naturalismo? É o ensinamento segundo o qual os fatos do mundo concreto material não
precisa da intervenção de nenhuma causa transcendente. E fatalismo, o que é? Ensino que admite que o
curso dos acontecimentos está previamente fixado, nada podendo alterá-lo. Estamos reduzidos a um
“deixa estar pra ver como é que fica”.
. Israel achava que nada podia ser feito para mudar as circunstâncias. Quando pensamos
assim, nada é feito e tudo fica na mesma; não vamos para frente e nem para trás.

. Israel perdeu o sentido do projeto para o qual fora chamado por deus. Deus chamou Israel
para uma grande tarefa entre os homens. Jerusalém foi o pior lugar na desconstrução do programa de
Deus na vida da nação israelita.

. Israel se acomodou aos fatos reais da vida e deixou de lado seus sonhos. Não podemos
permitir que as nossas frustrações se transformem em regra para a nossa vida. Somos bem melhores do
que tudo isso.

. Neemias disse não aos que viviam acostumados com os escombros. Que Deus levante
homens com o coração e a determinação de Neemias. Pessoas que não se acostumem a somente chorar
e viver entre os escombros de nossa sociedade, mas que se disponibilizem a ser agentes de
mudança – clamando fervorosamente pela nação, ser- vindo os necessitados e fazendo dos escombros
uma cidade fortificada, onde nossos filhos e filhas desfrutem de tempos de refrigério até que o Senhor
retorne para nos buscar (1Tim. 2:1-4).

PERORAÇÃO:
A cada dia que passa entendo mais a direção do Senhor para a Catedral da Assembleia de Deus em
Jardim Primavera. Há uma crise de integridade em nossa região; as pessoas andam confusas com tantas
vozes e promessas, mas sem nenhuma consistência bíblica. Nestes sete anos de pastorado em Jardim
Primavera, Deus está preparando esta igreja para sairmos dos escombros da mediocridade, da
mesquinhez evangélica para uma visão abrangente e revolucionária. “Estamos ocupados fazendo uma
grande obra; de modo que não podemos descer”.

AS CHAVES DO REINO: QUEM AS POSSUI?

A igreja não detém o poder de fechar ou abrir as portas do céu. Esse privilégio é só de Jesus Cristo, e de
ninguém mais.

Faz uns vinte anos eu participava de uma reunião regular de ministério quando fui surpreendido por
um problema trazido ao plenário. O assunto girava em torno de um presbítero que havia sido disciplinado
pela igreja e que, agora, às portas da morte, queria se reconciliar. A situação foi conduzida da forma mais
sacramental possível. O pastor responsável fez uma leitura bíblica no evangelho escrito por Mateus e
deblaterou: “Este irmão, senhores, não pode morrer sem o perdão da Igreja, para que não vá para o
inferno”.
A atitude acima exposta – bem típica de algumas culturas evangélicas – reproduz a ideia de que a
Igreja pode perdoar ou reter o perdão.
A discussão se a igreja pode ou não perdoar pecados acontece num ambiente de confrontação
teológica a partir de dois textos preferenciais: Mateus 16.19: “...dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o
que ligares, pois na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus”; e
João 20.23: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os
retiverdes, são-lhes retidos”.
As palavras ligar, desligar, perdoar e reter que aparecem nos textos supracitados, fizeram parte dos
grandes debates e polêmicas nos séculos subsequentes.
Alguns intérpretes para solucionar o problema em tela aventaram a hipótese de que os verbos
aludidos no texto estão no tempo particípio perfeito, no original grego, o que implica em ação contínua no
presente, em face de uma ação anterior, cujos efeitos se fazem sentir até o presente. O argumento em
questão resulta da ideia de que essa aparente retenção ou perdão de pecados trata-se meramente de um
discernimento daquilo que já fora determinado pela vontade divina, ou através de circunstâncias que
circundam o caso. Seguindo essa linha de raciocínio, o versículo bíblico deveria ser lido do seguinte modo:
“Se perdoardes os pecados a alguém, já foram perdoados; se retiverdes os pecados de alguém, já foram
retidos”.
De fato o tempo verbal particípio perfeito, no grego, pode ter esse sentido. Todavia, de acordo com
alguns exegetas bíblicos, esse argumento é falho porque não se pode evocar o grego, especialmente no
caso do grego helenista – do qual o N.T. é um dos principais representantes –, porquanto o tempo perfeito
pode ser usado em lugar do presente e do aoristo, sem que isso tenha qualquer sentido especial. Além do
que no estudo do grego koiné, nota-se que tal uso não é regular, razão por que não podemos confiar em
tais explicações. “Outrossim – diz Champlim –, a condição da continuação do estado de ‘perdoado’ ou do
estado de ‘retido’, gramaticalmente pelo menos, depende da cláusula anterior: ‘...se de alguns
perdoardes... se lhos retiverdes...’; e assim cai por terra todo o argumento fundamentado no emprego do
tempo perfeito”.
Outra corrente toma como certo que a palavra perdoar e reter são equivalentes ao desligar e
ao ligar (respectivamente) segundo aparecem estes dois últimos verbos nos trechos de Mateus 16.19 e
18.18. Mas isto não faz sentido neste presente contexto, porquanto não foi dito aos apóstolos que
determinassem o que deveria ser considerado pecado ou não, isto é, que “permitissem” determinados
atos, mas “proibissem” outros (como no caso do evangelho de Mateus). Pelo contrário, em João está
envolvido o perdão ou a retenção dos pecados, bem como o que significa esse pecado, determinado pela
natureza moral de Deus, e não pelas ideias dos homens.
Outra posição teológica é a que é defendida pela linha católica. Tem a ver com a conclusão
exagerada de pensar que os apóstolos, na qualidade de representantes de Cristo,
podem verdadeiramente perdoar ou reter os pecados dos homens em sentido plenamente literal através
da administração do confessionário ou de outros meios eclesiásticos. A esse ponto de vista foi
acrescentada a ideia da sucessão apostólica, ou seja, que esses privilégios e ofícios são efetuados
através do clero que seria o único capaz de exercer os mesmos direitos que os apóstolos tiveram.
Inclusive foi aí que a tradição romanista criou diversos privilégios papais, supostamente originados dessas
simples palavras. Todavia, essa versão baseia-se na tradição católica, e não em qualquer declaração
bíblica. Conquanto pudéssemos admitir que os apóstolos tinham suas representações, a ideia de perdoar
e reter o perdão estariam descartadas, pois as Escrituras não indicam qualquer sucessão de ofício, e da
declaração da posse de tal poder não cria continuidade do ofício. Tais crenças não procedem dos
ensinamentos bíblicos e não têm origem histórica, mas se derivam de uma “ginástica lógica”. Assim sendo,
o texto está longe de comprovar sucessão ou que o alto privilégio proporcionado a Pedro foi transferido a
qualquer linhagem de sucessores seus, muito menos ao Papa.

INTERPRETAÇÃO COERENTE

A exposição mais coerente que se pode fazer desta questão em tela é aquela que diz que qualquer
ministro do evangelho, ao pregar aos homens, cria com isso circunstâncias que levam os pecados dos
homens a serem perdoados ou retidos. Paulo reafirma esta conclusão e a amplia quando escreve aos
coríntios: “Para com estes cheiros de morte para morte; para com aqueles aromas de vida para vida.
Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” (2 Co 2.16). Ora, convenhamos, nessa passagem o
apóstolo se referia ao ministério dos crentes, em lugar de Cristo, em favor dos homens.
Assim sendo, portanto, outros crentes, após os apóstolos, tornaram-se instrumentos de Cristo;
porém, de alguma maneira, isso teve base no ministério original dos apóstolos. Isto posto, o perdão de
pecados não pertence ao indivíduo, em si mesmo, mas Cristo outorga essa autoridade àqueles que
pregam a Palavra de Deus, porquanto a ACEITAÇÃO ou REJEIÇÃO dessa mensagem PELAS PESSOAS
QUE A OUVEM é que DETERMINA o perdão ou ausência de perdão dos pecados.
Martinho Lutero confirma isso em alguns itens das suas conhecidas 95 teses, mas que, por falta de
espaço, só iremos citar um desses itens, o sexto, onde Lutero assevera: “O papa não pode perdoar
dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus”. Com isso, Lutero deixava claro o
seu repúdio pelo grave erro cometido pela igreja romana.

CONCLUSÃO:

Diante do exposto, a sucessão apostólica e a anistia papal, que sempre foram carro-chefe da igreja
romana, à luz da Bíblia, é um blefe.

CARICATURAS DE TEÓLOGOS

Ainda é surpreendente ver como as pessoas reagem – tanto evangélicas como não evangélicas –
diante de alguém que se declara “teólogo”. Não faz muito tempo experimentei uma reação quase que
espasmódica por parte de uma balconista ao lhe revelar a minha profissão: teólogo – disse-lhe. Ela, meio
confusa e achando tudo muito estranho, retrucou-me:que bicho é esse?

Coitados dos teólogos – homens aptos para o ensino bíblico –, que, ao longo da história da igreja,
vêm sendo demonizados, criticados e quase sempre expostos ao vitupério. Não raro, recebem a pecha de
ateus. A mais das vezes são tão mal interpretados, por conta de leituras radicais e confessionais feitas
sobre eles, que são incluídos na galeria dos mais rejeitados.

Essa maneira caricata de ver alguém que faz teologia é a mais presente em nossa realidade
evangélica. Na verdade, o teólogo é visto, no âmbito cristão-evangélico, como um corruptor dos conceitos
bíblicos. E não é de hoje que o teólogo vem sendo preterido, questionado, inviabilizado como alguém
quase que para eclesiástico. Para os de fora, o teólogo é visto como um especialista em questões
religiosas, alguém com notável saber bíblico, um livre pensador, erudito, guardião da fé, filósofo cristão,
etc. Mas, o maior preconceito com relação ao teólogo não acontece no mundo secular, mas, sim, no
contexto evangélico, onde o teólogo é denominado de herético, racional, antiespiritual.

Tem muita gente falando e escrevendo sobre teólogos, mas com pouca informação sobre os
mesmos. Conquanto haja alguns com pensamento absolutamente questionável, não podemos incorrer
neste tipo de erro primário. Além do que a maioria das obras de teólogos alemães, franceses, italianos,
ingleses, americanos, latinos, por exemplo, não é encontrada facilmente. E falar do que se desconhece e
ensinar o que não se sabe é no mínimo temeridade.

O que nos faz errar tanto ao lidarmos com os teólogos é não entendermos o pensar teológico que os
motivou a escrever no momento histórico em que estavam vivendo. Ouvir, por exemplo,Altizer falar sobre
a “morte de Deus” e identificá-lo como um assassino de Deus, sem antes parar a fim de saber o que
realmente ele está querendo dizer, é imaturidade intelectual. Imprudência como esta é aquela que
enquadra a teologia bartheana como equivocada, chamando Barth de teólogo racional.

Por certo, tais compreensões invertidas são de quem lê pedaços de textos dentro de obras com
construções unilaterais, em vez de se dar ao bom senso de ler de fato todos os trabalhos da pessoa que
está sendo alvo da sua critica, para que não chegue a conclusões precipitadas e autoritárias de quem, se
percebe, não conhece nada sobre o assunto.
O alcance disso que eu estou dizendo é entendido pelo volume de obras confessionais de autores
não qualificados, que falam sobre o que desconhecem, pelo menos no que diz respeito à profundidade do
assunto que se pretende combater.
Seria, portanto, mais ético e mais humilde por parte de alguns escritores fazerem suas avaliações
críticas de forma mais ponderada e inteligente, trabalhando com todas as ideias possíveis sobre o assunto
analisado, com o compromisso de não emitir parecer incompleto.
Por isso mesmo à vista de alguns intelectuais, somos teólogos devocionais, teólogos neófitos,
completamente incipientes, embrionários, porque fazemos teologia a partir do senso comum, e não como
resultado de estudos científicos. Por isso desprestigiamos tanto quem sabe por não sabermos tanto, e
fazemos isso inconscientemente por invejar quem sabe, com a desculpa de zelo. Mas nos esquecemos
que é na hora dos apertos doutrinários, das avalanches de heresias que caem sobre a igreja que
procuramos a ajuda do teólogo.

Aliás, o teólogo faz tarefa diversificada. Ele, às vezes, age como profeta, se antecipando aos
conflitos da vida, mostrando as alternativas divinas para cada situação; às vezes, se mostra como um
defensor bíblico, pois combate tudo que proceda de distorção da genuína fé bíblica, pois sempre está por
trás das portas abertas pelas velhas e novas heresias a fim de defender a fé exarada na Bíblia Sagrada;
outras vezes pede emprestado da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia, da História, da própria
Filosofia definições e conceituações com vistas a ampliar sua cosmovisão, mas colocando as Escrituras
como fonte principal.
Todo teólogo precisa ser um teófilo, ou seja, alguém que ama a Deus. Todo teólogo coerente sabe
que a comunhão com Deus é elemento axial para se teologar de maneira coerente. Sem isto o teólogo não
consegue passar do nível racional.

CONSAGRADOS PARA DEUS

Só dá para entender uma pessoa consagrada se a sua consagração se assemelhar a de Jesus. Sem esta
semelhança não há consagração, mas vaidade, soberba humana.

O tema «Consagração» tem sido motivo de grandes controvérsias no meio evangélico e porque não
dizer nos meios pentecostais e pós-pentecostais. Todo contraditório começa na concepção que a maioria
tem da palavra, a qual se reveste de sentido místico e sobrenatural. Não faltam pessoas consagrando-se
para obterem poder ou mais poder. A ideia de consagração nos círculos de oração passa pelo sentido de
sobre naturalidade, poder, unção, espiritualidade.
A norma é você se consagrar para obter poder, unção. O pano de fundo dessa inclinação reveste-se
de conteúdo sistêmico, porque é respaldado por escritores evangélicos que insistem em normatizar
“meios” pelos quais você pode alcançar o tal poder que se manifesta quando se consagra. Livros com
temas chamativos como: “Cinco votos para obter poder espiritual”, só fazem estimular a prática da
divinização humana.

O QUE É CONSAGRAÇÃO?

Uma autoridade teológica definiu consagração com as seguintes palavras:

«Ser Nada! Para ser só de Deus!


E em Deus ser para todos!».
Então temos aqui um lampejo para podermos dizer o que está por trás da expressão da prática da
«consagração». A pergunta é: Consagrar-se para Deus gera algum poder para realizar coisas
sobrenaturais? Consagrar-se para Deus produz espiritualidade ungida? Consagrar-se para Deus tem
como objetivo conseguir autorizações espirituais para a realização de milagres? Consagrar-se para Deus
significa uma desagregação e dissociação das relações sociais, para adesão a uma vida monástica
solitária, dedicada exclusiva e alienadamente a exercícios espirituais? Consagrar-se para Deus é obter
capacidade (sabe-se lá de onde) de realização daquilo que transcende, e que resulta em manifestações
bombásticas e espetaculares?
Eu diria resumidamente que consagração não está atrelada ao encher-se, ao possuir, mas sim
ao despojar, desapossar-se, despir-se.
Segundo o referido autor, nos consagramos para

. Ser nada
. Para ser só de Deus
. E em Deus ser para todos.

A BASE PARA A CONSAGRAÇÃO

Nossa consagração a Deus deve estar baseada na consciência de quem nós somos diante de Deus,
pois “não sois de vós mesmos” (1 Coríntios 6.19), diz a Palavra, “porque fostes comprados por bom preço;
glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Coríntios 6.20).
Mais: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor
vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do
Senhor” (Romanos 14:7-8).
Segundo a Bíblia Sagrada, nenhum de nós tem direito sobre si mesmo: “Não sois de vós mesmos”
(1 Coríntios 6.19). A autoridade sobre as nossas vidas foi entregue nas mãos de Deus pelo Seu direito de
compra: “Porque fostes comprados por bom preço...”. Por isso que o ato de se consagrar a Deus não
deve emanar de atitude sentimentalista, mas da consciência de quem somos e o que Deus é em nossas
vidas.

O PROPÓSITO DA CONSAGRAÇÃO

Consagração não é tanto você separar-se de/para, mas você saber transformar o “comum” sagrado
e o “sagrado” comum. Por exemplo, os fariseus não conseguiam tornar o “sagrado” comum, mas só o
“comum” em sagrado, porque eles negavam-se a si mesmos para si mesmos e não para os outros. Por
isso, o mais fácil para um “piedoso” é ele se tornar “divino” e o mais difícil é se DESDIVINIZAR e se tornar
“humano”.
Consagração, à luz da Bíblia, não tem por objetivo buscar poder, desumanizar-se, encher-se de
sobrenatural, mas sim de se apresentar a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Consagrados são sacrifícios vivos diante de Deus.
Nossa consagração visa muito a parte externa, do tipo “o que os outros vão pensar de mim”. A
consagração de Jesus, ao contrário, não se preocupa, em nada, com “o que os outros vão pensar de
mim”. Por isso Ele come com pecadores, fala com a mulher samaritana, pernoita na casa de Zaqueu, o
publicano, cura o servo de um centurião romano, permite a aproximação de um leproso. Jesus passa do
“profano” para o “sagrado” e do “sagrado” para o “profano” sem ter a preocupação de se contaminar.
A consagração de Jesus não o afastava dos homens. A nossa, ao contrário, nos transforma em
seres intocáveis, inacessíveis, rígidos, puritanos, santarrões.
Geralmente quando pensamos em “consagração” somos profundamente excludentes. O nosso
pensamento é sempre no sentido de selecionar o que vamos excluir. Por isso os nossos “consagrados”
tornam-se intimistas, budificam-se e se separam de tudo que não seja igual - igual a eles.
Nosso tipo de “consagração” é o do não convívio, melhor dizendo, é o do não convívio com os
diferentes. Não existe pessoa que vire mais as costas para os que são diferentes dele do que o
“consagrado”. Esta é a consagração que “enche” o homem de si mesmo. A consagração, segundo Jesus,
ESVAZIA-NOS. Até porque nós não somos nossos, somos servos d’Ele e, por consequência, nossa
vontade é sempre fazer a vontade dAquele que me comprou com o precioso sangue de Jesus.

CONFUSÃO NA INTERPRETAÇÃO

O grande problema, é que hoje em dia existe muita confusão no que se refere a identificar uma
pessoa consagrada e cheia de poder.
Para a grande massa, uma pessoa consagrada e poderosa é aquela que sempre aparece
compirotecnia1, malabarismo evangélico, chamando a atenção para si.
O grande desafio que nós temos numa época de superficialidades, é desenvolver um “poder de
conteúdos internos”, e que influencie outros a uma vida de consagração e piedade.
Não posso deixar de registrar aqui, que caráter está inseparavelmente ligado à carisma e
consagração; é o resultado da transformação interior operada pelo Evangelho de Cristo, que se manifesta
inevitavelmente no chão da vida, principalmente nas pequenas coisas da casualidade do cotidiano de cada
um.

SABENDO LIDAR COM OS DONS DE DEUS

Partindo desta consciência, quero sugerir algumas percepções bíblicas para sabermos lidar com os
carismas de Deus.
A maior tentação de uma pessoa “consagrada” é deixar-se levar pela arrogância e
presunção! Precisamos aprender a fazer a vontade de Deus com autenticidade e sem hesitação. Pois
consagrado e poderoso é aquele que consegue vencer a si mesmo.
Não podemos nos deixar seduzir e corromper, como resultado do dom recebido de Deus. Não
esqueçamos: O poder se não for bem administrado, gera orgulho, ganância, soberba e todo tipo de
confusão.

EXEMPLO DE CONSAGRAÇÃO

O maior exemplo e demonstração de consagração, na minha humilde opinião, está em Filipenses


cap. 2 vv. 5 ao 9.
Aquele que tem o poder em seu sentido absoluto, não se valeu dele para que suas intenções fossem
estabelecidas, mas despiu-se de suas prerrogativas, nos dando o exemplo de que consagração é
resultado de uma disposição interior de “QUERER SER APENAS UM SERVO”. É preciso poder para abrir
mão do poder.
Precisamos aprender a vencer as decepções do passado. Só quem experimentou uma real
percepção do que e de quem é (perdoado para perdoar), pode demonstrar tamanha dignidade e nobreza.

CONCLUSÃO:

Concluo, citando Paulo:


“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1).

CRISE DE CARÁTER
Eu início esta pequena reflexão citando uma das expressões mais carregadas de sentido do grande Rui
Barbosa:
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de ver agigantarem-se os poderes
nas mãos de maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, e a ter vergonha de ser HONESTO” (RUI
BARBOSA).
DEFINIÇÃO/CONCEITUAÇÃO:

As escolas da caracteriologia alemã e franco-holandesa esforçaram-se por dar aos dois termos
(personalidade e caráter) um significado diferente, sem que, no entanto, se chegasse a um consenso.
René Le Senne, por exemplo, propõe a seguinte distinção: Caráter refere-se ao conjunto de
disposições congênitas, ou seja, que o indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o
esqueleto mental do indivíduo; já personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais
“externas”, como que a “musculatura mental” – todos os elementos constitutivos do ser humano que foram
adquiridos no decorrer da vida, incluindo todos os tipos de processo mental.

Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios. Caráter, em sua definição mais simples,
resume-se em índole ou firmeza de vontade.

Tem sido dito que todos nós temos três caracteres:

. O que PENSAMOS que somos.

. O que queremos que os OUTROS ACREDITEM que somos e

. O que REALMENTE somos.

E somos a combinação dos três.

O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante,
traidor, etc. Tais variações podem ser inúmeras: Caráter dramático, caráter religioso, caráter
especulativo, caráter desafiador, caráter covarde, caráter inconstante.

A ciência do comportamento aponta algumas pistas sobre alguns caracteres:

. Mãos longas e finas indicam temperamento artístico.

. Pessoas ruivas são mais temperamentais.

. Quem aprende devagar lembra melhor o que aprendeu do que quem aprende depressa.

. Pessoas que não olham os outros de frente são provavelmente desonestas.

. Queixo sumido denota falta de força de vontade.

. As louras são menos sinceras que as morenas.

. Os gordos são gente de boa paz.

. Orelhas pontudas na parte superior indicam esperteza, egoísmo ou mesmo desonestidade.

. Rugas nos cantos dos olhos revelam que a pessoa tem senso de humor.

. Cabelo encaracolado é sintoma de exuberância e vitalidade.


. Testa alta, saliente, é sinal de grande inteligência.

. Mãos frias revelam disposição afetiva.

CARÁTER É ALGO QUE SE APRENDE

1. Caráter se aprende na infância. Pais de caráter ensinam seus filhos que justiça não pode ser
relativizada nem negociada; que nunca se trai amizade nem a confiança alheia.
2. Pais honrados ensinam seus filhos a serem honrados. Homens honrados não traem em hipótese
alguma, nem se tiver que perder a própria vida. Isso é ser bom caráter.
3. O caráter de um homem é percebido nas entrelinhas da sua fala, principalmente quando este está
sob pressão.

4. O mau caráter sempre faz a sua escolha a partir da conveniência, nunca por uma questão de
justiça ou de ideologia.
5. A justiça do mau caráter é o seu bem-estar. Por isso ele não tem bandeira, não veste a camisa de
ninguém e não defende nada.
6. O mau caráter só defende seus interesses. Fica ziguezagueando de um lado para o outro e
escorregando de um grupo a outro. Não tem paradeiro.
7. O discurso do mau caráter é sempre no sentido de apaziguar dois lados em confronto. Ele nunca
escolhe um dos lados pra não se “queimar”.

8. Faz assim porque quer ficar bem com “Deus” e com o “mundo”. Só que ele esquece que o seu
comportamento de mau caráter é notado e anotado por quem o conhece.

QUEM TEM CARÁTER TEM COMPROMISSO

1. Compromisso com Deus é vínculo de alma que se aliança na mais profunda sujeição, abnegação,
entrega consciente, convicta de vida.
2. Compromisso com Deus é desejar ser discípulo e aceitar, de coração, todas as injunções
referentes a um novo estilo de vida proposto por Jesus Cristo.
3. Compromisso é dizer sim aos desafios da fé, deixando no altar de Deus vontades, sonhos, gostos,
sentimentos, projetos pessoais, jeito de ser.

4. Compromisso com Deus e com Sua obra é abdicar de resistências internas e oferecer-se a Deus
para ser só dEle e de mais ninguém. Aleluia!
5. Compromisso com Deus é evitar tomar para si a vida que já foi entregue a Deus de forma
incondicional, irrevogável e final.
6. Compromisso com Deus é atitude de fé e conduta inabalável, é posição não condicionada; é
palavra empenhada sem restrições; é caráter; é vida.

7. Compromisso com Deus é decisão sem volta, é sair sem querer voltar; é desfazer-se das redes
que pescam peixes e pegar as que pescam homens.
8. Compromisso com Deus é ouvir o chamado divino e submeter-se a ele por fé não sabendo o que
vai acontecer daí pra frente.
9. Compromisso com Deus é ter firmeza de vontade de ser só de Deus e de mais ninguém.

10. Compromisso com Deus é entrega, despojamento, de-cisão, caminho sem volta, aliança, não
mais me querer para querer ser todo de Deus, sempre.

CUIDADO! PAIS EVANGÉLICOS ESTÃO TIRANDO SEUS FILHOS DAS IGREJAS

Está acontecendo um fenômeno no meio do povo evangélico. Os filhos dos crentes estão saindo das
igrejas porque não aguentam mais ouvirem reclamações, murmurações, lamentações, críticas de pais à
igreja e ao ministério. Antes de ficarem esquizofrênicos emocionais como os seus genitores preferem abrir
e sair.
A recorrência de casos ocorridos nas igrejas de pais que debulham o patrimônio moral de líderes e
de membros da própria igreja que frequentam é alarmante. O saldo desse ato desvairado é uma juventude
rebelde, irreconciliável, irrecuperável, intratável, insociável... Pior: passam a odiar tudo quanto se configura
liderança.
Na verdade, a culpa é de pais que passam o tempo todo falando mal de seus líderes, maculando,
assim, a confiança e a simplicidade de seus filhos em relação ao governo da igreja. Geralmente, os que
insistem em fazer isso estão com motivação destituída de humildade e reconhecimento.
A questão aqui a ser debatida não é deixar os filhos submersos em densa ignorância quanto a
realidades que eles precisam saber sobre os contornos da vida, para que não virem massa de manobra,
sujeitos sujeitados, mas há que se ter critério e todo cuidado para que, no afã de desmistificar algumas
crenças, não venha prejudicar o todo e acabar por tirar o adolescente, o jovem, depois o adulto, da igreja.
É de suma importância que os pais ensinem caráter para os seus filhos, sem deixar de mostrar as
variações existentes desse mesmo caráter em cada ser humano. Isto porque uma coisa é você apontar os
erros alheios de cima para baixo como juízes implacáveis; outra coisa bem diferente é você mostrar os
erros alheios a partir dos próprios erros, como algo contra o qual o homem tem de lutar até a morte.
Sempre mostrar para os filhos que o mau exemplo não é coisa que só acontece com o outro, mas
faz parte da existencialidade humana, fato oriundo das nossas idiossincrasias. Ou seja: ser mau ou bom é
coisa de manifestação de vontade até que outras escolhas sejam feitas e haja reparações.
Pais cristãos devem ensinar a justiça para os seus filhos, mas sempre sob a ótica da misericórdia,
para que eles não venham se ensoberbecer e tratem os outros como inimigos figadais dos quais têm que
se afastar. Digo assim porque sem esse equilíbrio estarão formando adultos radicais e hipócritas, porque
eles mesmos não aguentarão levar o jugo da medida da justiça com que julga as pessoas. É preciso ser
convencido pela ideia paulina:
Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém cuida ser alguma
coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo (Gálatas 6:1-3).
O que é inadmissível é ver pais evangélicos compactuarem com rebeliões, desrespeito dos filhos
para com lideranças constituídas nas igrejas, sempre passando a mão sobre suas cabeças. Amanhã os
mesmos estarão passando a mão na própria cabeça porque seus filhos resolveram não se sujeitar a
nenhum tipo de obediência.
Se você é um pai evangélico e quer ver, no futuro, seu filho servindo a Deus, deve ensiná-lo a ter
respeito, acatamento, consideração com os membros da igreja na qual ele congrega (ou é membro); deve
esniná-lo a ter reverência com o lugar e os objetos utilizados na igreja; deve ensiná-lo a ter amor pelas
coisas simples e tratar sempre os oficiais da Casa de Deus com dignidade, nobreza, honradez, temor. Se
isso for feito, parabéns! Você salvou o seu filho de se tornar no futuro um desigrejado.
Pais evangélicos que se sentam à mesa de suas casas para tricotar os intestinos da igreja que
frequentam na frente de seus filhos, esposas, não sabem o mal que estão fazendo a si mesmos e aos de
sua casa, pois esses mexericos entranhar-se-ão na vida de seus filhos para sempre. Nunca mais serão
simples, sociáveis com ninguém, nem mesmo dentro de casa.
Pais evangélicos, tenham cuidado com comentários desleais, pérfidos, caluniadores que vocês
fazem dentro de casa contra a sua igreja e os que lhes governam. Assim vocês estarão afastando seus
filhos das igrejas e de pastores responsáveis e fieis a Deus. Não sejam armas contra os seus próprios
filhos; não os matem, não destruam sua simplicidade, temor e confiança, mas
“Ensina a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se
desviará dele” (Provérbios 22:6).
Pais evangélicos, sejam exemplo para seus filhos no modo de falar, julgar, punir, tratar; não tratem
este alerta como coisa de somenos importância. Prestem atenção neste artigo e mudem esse jeito de ser,
para que seus filhos tenham um futuro cristão promissor. Por favor, não estraguem isso! E não se
esqueçam:
NVI – A glória de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está em
descobri-las (Provérbios 25:2).
BLH – Respeitamos a Deus por causa daquilo que ele esconde de nós; e respeitamos as
autoridades por causa daquilo que elas nos explicam (Provérbios 25.2).

DÊ UMA CHANCE PARA JESUS

Eu não era crente. Assim como muitos eu achava a maioria dos crentes chatos. Quando foi um belo dia,
depois de muita insistência de um amigo meu que era crente, resolvi me tornar um. Eu pensei da seguinte
forma: já que esse povo insiste tanto, dizendo que ser crente é bom, vou fazer um teste, experimentar. Se
for bom eu fico nesse negócio, se não for eu pulo fora. Não custa nada tentar! Fui a uma igreja evangélica,
mandei o pastor me chamar para ser crente, me ajoelhei no pé do altar e entreguei minha vida a Jesus,
mesmo sem o conhece-lo e pensando comigo: o que estou fazendo?

Depois que virei crente eu disse para mim mesmo: já que estou nessa de ser crente eu tenho que
conhecer esse Jesus que os crentes tanto falam nele. Tenho que conhecer a sua biografia, quem foi Ele e
o que Ele deixou escrito. Imediatamente arrumei uma Bíblia e comecei a lê-la. Comecei dos Evangelhos,
porque são neles que se encontra a história e biografia de Jesus, o personagem que eu estava mais
ansioso para conhecer.

Durante o processo em que lia a Bíblia e conhecia Jesus meus amigos me diziam: larga disso rapaz, isso
aí é bobagem! Vamos para a festa farriar, beber, etc. Eu às vezes ficava calado, outras vezes dizia: não
amigos! Estou conhecendo alguém aqui, que há muito tempo às pessoas me insistiam para conhecê-lo e
só agora vim dá uma chance para Ele. E que inclusive estou achando muito interessante o conhecer.
Prefiro ficar aqui com Ele, que ir para a festa com vocês. Com isso eles me deixavam e se iam.

Ali com a Bíblia Sagrada nas mãos, passava horas e horas, às vezes até manhãs ou tardes todas embaixo
das árvores, lendo-a, conhecendo e me impressionando com o seu personagem principal: Jesus Cristo.
Que tanto os evangélicos me insistiam para conhecer e eu nunca queria dá-lhe uma oportunidade, achava
muita das vezes era chato.

Por fim, de um simples teste que fiz, uma simples chance que resolvi dá para Jesus, eu o conheci de
verdade, exatamente como os crentes me falavam, até melhor. E com isso virei um crente de verdade.
Nunca mais quis sair e confesso a todos: foi a melhor escolha que já fiz na minha vida. Sou muito feliz por
isso, agradeço a Deus todos os dias por essa simples chance que resolvi da para Jesus Cristo e por eu ter
o conhecido. E para finalizar amigo, venho lhe pedir: dê uma chance para Jesus em sua vida. Procure o
conhecer como Ele realmente é. Não fique ai escutando conversa de quem não o conhece e diz o
conhecer. Examine na Bíblia Sagrada quem foi Jesus, o que Ele deixou escrito e procure O seguir. Eu
também já ouvir muitas dessas conversas e se tivesse dado ouvido nunca teria o conhecido. Continuaria
cego espiritualmente como fui muitos anos. Veja o que está escrito em uma pequena parte da Bíblia, mais
que revela muita coisa. Evangelho de João, Capítulo 5 e versículo 39. “Examinais as Escrituras, porque
vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. Também diz no Evangelho de
Mateus Capitulo 22 e versículo 29: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as
Escrituras, nem o poder de Deus”.

NA INCOMPREENSÃO DO AMOR DEUS NOS AMA

Por exemplo: eu penso que o filho mais velho, já com mais experiência de vida, irmão do filho pródigo,
quando soube que seu irmão iria juntar os cacarecos e pegar a estrada, deve ter pensado: vai quebrar a
cara saindo da casa de nosso pai, se aventurando pelo mundo.

Bom, aconteceu exatamente como ele pensou. Quando ele soube que seu irmão tinha se dado mau no
mundo e voltado para casa de seu pai deve ter pensado outra vez: eu não falei! Agora meu pai deve lhe
dá uma boa lição de vida, para ele aprender a valorizar as coisas. Deve colocar ele para trabalhar no
serviço pior da fazenda, ou melhor, não irá nem considerar mais ele como filho e sim como um escravo,
por ele ter gastado boa parte da fortuna dele no mundo. Ele deve está uma fera com ele!

De repente o pai o recebe, chama os criados e diz: trazei depressa o melhor vestido, e vesti-lho, e ponde
lhe um anel na mão, e alparcas nos pés. (Lc 15:22).

As veste novas que ele recebeu de seu pai significa um novo espírito. O anel uma nova aliança e as
sandálias um novo caminho. Ou seja, o pai dele quis dizer com esse gesto: eu te amo filho, esquece tudo
o que fez, o importante é que você é meu filho, voltou e te restituo tudo novamente. Tudo que é meu é teu
como antes.

O filho mais velho com certeza ficou com suas expectativas frustradas e quase teve um ataque cardíaco.

Eu aprendo nessa lição que o amor às vezes é incompreendido. Nós achamos que por sermos bons
merecemos o melhor, e os que são ruins merecem o pior. Quando na realidade para o amor não há
acepção de pessoas. O fato deu ser um filho bom e meu irmão ser um filho ruim não significa que eu sou
mais filho que meu irmão, e que mereço mais amor que ele. Para meu pai eu sou tão filho quanto o outro
meu irmão problemático, ele ama todos de igual modo.

Mais alguém pode me perguntar: mais isso não é injustiça? Não! É simplesmente o amor. Louve a Deus
por você ser um filho bom, e ore a Deus para que seu irmão venha ser melhor, não dê tanto trabalho para
seu pai. Não fique aí na sua, olhando só para seu nariz, achando que por você ser melhor seu pai irá te dá
maior honra.

Para finalizar: nessa parábola do filho pródigo, os dois filhos são dois tipos de pessoas. O mais velho são
as que se encontram na presença de Deus (pai) e o mais novo são as que se encontram fora dos
caminhos do Senhor. Assim como o pai amava tanto o filho bom quanto o ruim, Deus ama da mesma
forma as pessoas certinhas quanto incertas. Por isso, ajude as pessoas que se encontram em dificuldades
a se restabelecerem, não fique aí na sua achando que Deus ama mais você por você ser mais certinho e
ama menos as pessoas incertas.

NA DEPENDÊNCIA DE DEUS (MT 6.26)

Deus não quer que acumulemos riquezas, comida em celeiros, porque Ele quer nos ensinar a depender
dele no dia-a-dia. Lembra do Maná no deserto? (Êxodo 16:4, 19-20).
Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá
diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não.
E disse-lhes Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã.
Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia seguinte; e criou
bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles.

AS RIQUEZAS ROUBAM NOSSO CORAÇÃO

As riquezas roubam nosso coração. Quem tem mais medo de morrer, o pobre ou o rico? Quem se
preocupa mais, o pobre ou o rico? Quem vive mais na correria sem tempo para nada, o pobre ou o rico?
Quem busca mais a Deus, quem vai mais às igrejas, o pobre ou o rico? E por que tudo isso? Por causa
dos tesouros materiais! Os ricos confiam e buscam seus tesouros, e nós vivemos, confiamos e buscamos
nosso Deus. O nosso tesouro é Jesus Cristo. Como diz o Salmista: Uns confiam em carros e outros em
cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus.
(Salmos 20:7)
(Mateus 6:20-21) Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os
ladrões não minam nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

Jesus tem receio de nos tornar rico porque as riquezas roubam nosso coração, e Ele quer que nosso
coração permaneça nele e não nas riquezas.

Jesus não está interessado em tornar rico ninguém, Jesus está interessado em que nós aprendamos a
depender dele, numa relação de amizade a confiança. E assim ele seja nosso provedor diário de nossas
necessidades. Se não fosse assim ficaria em vão à oração de Jesus: “O pão nosso de cada dia nos dá
hoje”. (Mt 6:11)

Jesus não disse: O pão de amanhã, ou de depois de amanhã daí nos hoje, mais sim o pão de cada dia e
hoje. Também não disse: o pão de hoje, de amanhã, de depois de amanhã, da semana que vem me dá
todinho hoje para eu guardar. Se fosse assim que confiança teríamos em Deus?
Um exemplo: será se uma criança de 5 anos, que tem um pai responsável, está preocupada com o que irá
comer ou vestir amanhã? Claro que não! Porque eles têm um pai responsável e em quem confiam, e
sabem que ele providenciará tudo para eles no tempo certo.

AS RIQUEZAS TORNAM NOS INDEPENDENTES, INCLUSIVE DE NOSSO PAI.

Qual o pai quer que seu filho seja independente dele? O pai quer em certos sentidos mais em outros não.
Já pensou você pai no dia em que seu filho colocar a roupa na mala e disser: adeus papai, não preciso
mais de você, já sou independente! Você irá dizer: o que fiz com meu filho? Será se fiz a coisa certa?
Sabe por que os pais têm receio de seus filhos se tornarem independentes? Porque eles os esquecem,
não vem mais lhe procurar, tomar a bênção, conversar, dá um abraço carinhoso, agradecer, etc. Jesus
também tem medo de lhe perder, por isso Ele quer sua dependência dele.

CONCLUSÃO

A) Deus quer nos abençoar e nos fazer próspero, mais não é seu real objetivo, propósito. O seu real
objetivo e propósito é que nós aprendamos a depender dele diariamente, e que ele se torne o nosso
provedor. Ele quer que aprendamos a confiar, depender dele e não em nossas riquezas. Riquezas vêm
em nossas vidas mais isso é paralelo o real objetivo de Deus, que é confiar nele e sermos seus eternos
dependentes. (Veja Mateus 6:33) Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas.
Ele quer que o busquemos em primeiro lugar o seu reino, justiça e as demais coisas vão acontecendo
naturalmente. O seu foco principal não deve ser dinheiro e riquezas, mais o reino de Deus e sua justiça.

B) Deus quer te dá à terra prometida mais tem receio. Exemplo: os filhos de Israel foram ricos no deserto?
Não! Eles passavam necessidades? Não! Por quê? Porque Deus supria suas necessidades. Porém o
Senhor quis os abençoar e colou-os em uma terra fértil e a maioria se tornaram ricos. O que aconteceu
depois que eles entraram na terra e ficaram ricos? Chutaram o balde, se misturaram com as mulheres
daquela terra, casaram-se com elas e davam seus filhos para o povo daquela terra também se casar,
Coisa totalmente proibida na lei de Deus. Apostataram também da fé, trocaram o Deus verdadeiro, que
tanto os supriu no deserto por pedaço de paus e Deus pagãos e começaram a adorá-los e presta-lhe
cultos. Chegando até o ponto de sacrificar seus próprios filhos ou ser humano em geral.

Por fim: onde os filhos de Israel foram mais fiéis a Deus no deserto, onde dependiam de Deus diariamente,
até mesmo do pão de cada dia ou quando entraram na terra prometida e ficaram ricos?

C) Deus quer nos livrar da ansiedade. Não significa que com isso, Deus sendo seu protetor você não irá
trabalhar mais. Deus quer que você trabalhe mais que não viva nessa ansiedade louca por riquezas, de
como será o amanhã, o depois de amanhã. Ele quer que você trabalhe a confie nele que tudo ele fará por
você, sem está preocupado com isso ou com aquilo. Veja o que a Bíblia diz: Por isso vos digo: Não andeis
cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao
vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o
vestuário?
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial
as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? (Mateus 6:25-
27)

Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.


Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.
(Salmos 37:3-5)

D) Quem confia e depende de Deus riquezas é apenas um detalhe na vida. Veja o exemplo de Salomão: A
teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o
bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
E disse-lhe Deus: Porquanto pediste isso, e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas,
nem pediste a vida de teus inimigos; mas pediste para ti entendimento, para discernires o que é justo;
E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; de modo que não haverá um igual
entre os reis, por todos os teus dias. (1 Reis 3:9,11,13)

AS PROVAÇÕES E UM PROPÓSITO

Às vezes estamos passando por provas e nos lamentamos. Para entendermos as provas devemos está
sintonizados em Deus. Às provas fazem parte de um propósito. Já pensou se José, filho de Jacó estivesse
reagido ao ser vendido por seus irmãos, para ser escravo? Não teria se tornado governador do Egito e
arrumado um escape para o povo de Israel, contra a seca e a fome que assolava toda a terra na época.

Por isso não se lamente por o que você está passando mais procure entender o propósito de Deus em sua
vida. No final você irá descobrir que tudo tem um sentido.
Só para finalizar: você faz parte de um propósito, não significa que você seja o propósito. O propósito é
Deus, agora você também está incluído nesse propósito. Por isso a primeira coisa a fazer é entender Deus
depois você. Você não é o foco, por isso acontecem coisas em sua vida que parece não ter sentido para
você, mais para Deus tem um sentido e objetivo.

Ao passar por provas e lutas não lembre só de você e de sua vida. Lembre do propósito de Deus e de
outras pessoas que poderão está incluídas nela.

QUEM DÁ TAMBÉM QUER RECEBER

Na vida sempre é assim: quem dá muito sempre recebe pouco. As pessoas se esquecem que quem dá
também precisa receber. Às vezes na necessidade de receber as pessoas se doam, na expectativa de que
as outras, assim como ela sejam generosas e se doem para ela também. Mas no fundo descobrem que a
maioria são egoístas e só querem receber e nunca dá. Por isso que há muitos artistas frustrados,
decepcionados, no fundo do poço da solidão, pois as pessoas só querem receber desses artistas e nunca
doarem um pouco de si para eles. Em uma troca de necessidades e afetos. Por isso também que há
muitos artistas morando com cachorros e não com pessoas.

Para finalizar meu texto: tenha cuidado, talvez a pessoa de quem mais você receba dela é a que mais
precisa receber de você. Não deixe a pessoa de quem você recebe tanto morrer na solidão. Ela precisa e
tem necessidade de você. O fato de ela ser uma pessoa generosa, se doar tanto não significa que ela seja
um Super-Herói, auto-suficiente. As pessoas generosas também são seres humanos e têm carências e
necessidades iguais a você e os demais. Doe-se para quem se doa para você e não somente receba
dela.

O QUE IMPORTA DAQUI A 100 ANOS?

Que diferença fará daqui a 100 anos:


1-Se morou num palacete, ou, numa casinha alugada?
2-Se usou roupa sob medida, ou, comprada em liquidação?
3-Se passou as férias na Europa, ou, no fundo de casa?
4-Se comeu peru e filé mignon, ou, feijão com farinha?
5-Se dormiu em colchão de espuma, ou, numa rústica esteira?
6-Se possuiu um próprio automóvel, ou, andava de ônibus?
7-Se teve empregados às suas ordens, ou, recebia ordens de um patrão?
8-Se andou sobre tapetes macios, ou, num áspero chão de cimento?
9-Se pertenceu à alta classe social, ou, era um simples cidadão?
10-Se teve cem milhões reservados num banco, ou, vivia num aperto tremendo?

Que diferença fará isto daqui a cem anos? Nenhuma!


O que fará diferença mesmo é se você é salvo (a), ou, não.
A vida do homem não consiste naquilo que ele possui, e sim no que ele é.
Não é o que você tem na sua vida, mas quem você tem na sua vida e esse alguém deve sempre ser
JESUS CRISTO.

MULHERES, ANJOS DE DEUS

Cada uma com sua forma, com seu jeito de ser, mais que trazem consigo o jeito meigo e único que só a
mulher tem. Mulher só muda o físico, mas sua essência é a mesma. São anjos de Deus aqui na terra que
alegram nossas vidas e a torna mais feliz. São flores exalando perfume no jardim de nossa existência.

Todas as vezes que vejo uma mulher desenvolvendo suas habilidades das quais são dotadas eu imagino:
como Deus é perfeito, pois só Ele pode fazer algo tão maravilhoso e tão especial quanto à mulher. Mulher
é o reflexo da perfeição de Deus aqui na terra.

Mulheres, amo todas vocês. Se eu pudesse faria todas felizes e nunca deixaria cair de seu rosto uma
lágrima. Pois mulher não nasceu para sofrer e nem para chorar, mais para ser protegida, amada e feliz.
Pois são ternas e únicas.

Que Deus lhes proteja debaixo de seu manto de amor.


João 10
Ouvir
1
"Eu lhes asseguro que aquele que não entra no aprisco das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar,
é ladrão e assaltante.
2
Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3
O porteiro abre-lhe a porta, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as
leva para fora.
4
Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque
conhecem a sua voz.
5
Mas nunca seguirão um estranho; na verdade, fugirão dele, porque não reconhecem a voz de estranhos".
6
Jesus usou essa comparação, mas eles não compreenderam o que lhes estava falando.
7
Então Jesus afirmou de novo: "Digo-lhes a verdade: Eu sou a porta das ovelhas.
8
Todos os que vieram antes de mim eram ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os ouviram.
9
Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e encontrará pastagem.
10
O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham
plenamente.
11
"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12
O assalariado não é o pastor a quem as ovelhas pertencem. Assim, quando vê que o lobo vem,
abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca o rebanho e o dispersa.
13
Ele foge porque é assalariado e não se importa com as ovelhas.
14
"Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem;
15
assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
16
Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão
a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17
Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la.
18
Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e
para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai".
19
Diante dessas palavras, os judeus ficaram outra vez divididos.
20
Muitos deles diziam: "Ele está endemoninhado e enlouqueceu. Por que ouvi-lo? "
21
Mas outros diziam: "Essas palavras não são de um endemoninhado. Pode um demônio abrir os olhos
dos cegos? "
22
Celebrava-se a festa da Dedicação, em Jerusalém. Era inverno,
23
e Jesus estava no templo, caminhando pelo Pórtico de Salomão.
24
Os judeus reuniram-se ao redor dele e perguntaram: "Até quando nos deixará em suspense? Se é você
o Cristo, diga-nos abertamente".
25
Jesus respondeu: "Eu já lhes disse, mas vocês não crêem. As obras que eu realizo em nome de meu
Pai falam por mim,
26
mas vocês não crêem, porque não são minhas ovelhas.
27
As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.
28
Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão.
29
Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai.
30
Eu e o Pai somos um".
31
Novamente os judeus pegaram pedras para apedrejá-lo,
32
mas Jesus lhes disse: "Eu lhes mostrei muitas boas obras da parte do Pai. Por qual delas vocês querem
me apedrejar? "
33
Responderam os judeus: "Não vamos apedrejá-lo por nenhuma boa obra, mas pela blasfêmia, porque
você é um simples homem e se apresenta como Deus".
34
Jesus lhes respondeu: "Não está escrito na Lei de vocês: ‘Eu disse: Vocês são deuses’?
35
Se ele chamou ‘deuses’ àqueles a quem veio a palavra de Deus ( e a Escritura não pode ser anulada )
36
que dizer a respeito daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo? Então, por que vocês me
acusam de blasfêmia porque eu disse: ‘Sou Filho de Deus’?
37
Se eu não realizo as obras do meu Pai, não creiam em mim.
38
Mas se as realizo, mesmo que não creiam em mim, creiam nas obras, para que possam saber e
entender que o Pai está em mim, e eu no Pai".
39
Outra vez tentaram prendê-lo, mas ele se livrou das mãos deles.
40
Então Jesus atravessou novamente o Jordão e foi para o lugar onde João batizava nos primeiros dias do
seu ministério. Ali ficou,
41
e muita gente foi até onde ele estava, dizendo: "Embora João nunca tenha realizado um sinal
miraculoso, tudo o que ele disse a respeito deste homem era verdade".
E ali muitos creram em Jesus.
42

Pai,

Mais uma vez obrigada pela mensagem de hoje. Cada dia o Senhor tem compartilhado a sua sabedoria
Divina e o seu amor perfeito.

“As pessoas são feitas para ter um relacionamento íntimo com Deus. Elas já nasceram com isso e só
podem ser completas se tiverem Deus no coração delas. Somente o Senhor pode preencher a vida
humana.
O Senhor fala de várias maneiras, uma delas é pela a sua Consciência. Abandone aquilo que faz você
parar de confiar nele.
Deus é aquele que alivia a dor e te dá alegria e prazer. O que você vê como lentidão do Senhor é a
misericórdia divina. Trazer as pessoas de volta é um processo lento, porque é individual. Alguém que
ouve a voz do Senhor é aquele que se transformou de dentro para fora.
Aquele que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é espírito. O Senhor te dá um novo
espírito quando você se liga nele, pois aquele espírito velho não era capaz de ouvir a voz dele. Quando
você ama Deus acima de tudo, ele começa a guiar você.”

"Amei você como um amor que não tem fim, montanhas podem ceder, colinas podem sumir, porém meu
amor por você, jamais será abalado. Como eu poderia desistir de você? O meu coração transborda no
meu peito."

Adorei o filme "O Encontro Perfeito" literalmente foi o encontro perfeito. Obrigada por atender o meu
propósito![

UM ENCONTRO PERFEITO

“As pessoas são feitas para ter um relacionamento íntimo com Deus. Elas já nasceram com isso e só
podem ser completas se tiverem Deus no coração delas. Somente o Senhor pode preencher a vida
humana.

O Senhor fala de várias maneiras, uma delas é pela a sua Consciência. Abandone aquilo que faz você
parar de confiar nele.
Deus é aquele que alivia a dor e te dá alegria e prazer. O que você vê como lentidão do Senhor é a
misericórdia divina. Trazer as pessoas de volta é um processo lento, porque é individual. Alguém que
ouve a voz do Senhor é aquele que se transformou de dentro para fora.
Aquele que nasce da carne é carne, o que nasce do Espírito é espírito. O Senhor te dá um novo
espírito quando você se liga nele, pois aquele espírito velho não era capaz de ouvir a voz dele. Quando
você ama Deus acima de tudo, ele começa a guiar você.”

"Amei você como um amor que não tem fim, montanhas podem ceder, colinas podem sumir, porém meu
amor por você, jamais será abalado. Como eu poderia desistir de você? O meu coração transborda no
meu peito."

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna;
jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão." João 10:27,28

“DEUS FALOU COMIGO!”


Esta sentença está impregnada de sentido – simbólico e transcendental – para os que a utilizam e para os
que a escutam. É uma fórmula que garante ao usuário dizer o que quer sem ser questionado. Isto
acontece, com freqüência, nos meios cristãos de características eminentemente carismáticas. Isto porque
nesses arraiais a voz de Deus é reproduzida de todas as maneiras: por profecias, impostação, visões,
sonhos; tudo se faz em nome do “Deus falou comigo!”
Os apelos desta sentença ultrapassam os limites do bom senso e às vezes com nítida leveza
daquele que se arroga no direito de ser o que não é e de dizer o que não lhe foi mandado – pelo menos
por Deus.
“Deus falou comigo!” passa um estado de espiritualidade falso para quem pensa que o fato de estar
falando em nome de Deus quer dizer que Deus está falando por ele.
O irrefletido desta sentença para aqueles que a usam indiscriminada- mente está na falta de
coerência cristã, em falar como se Deus fosse, tendo como dispositivo de confirmação uma declaração
muitas vezes oriunda de emoção.
A mais perversa das violências vista na História aconteceu quando a Igreja se assenhoreou do “Deus
falou comigo!” para praticar seus crimes. E para lutar contra a onipotência destas palavras, as vidas de
milhares de pessoas foram ceifadas. Não podemos, agora, preterir o passado que se construiu com
lágrimas, sangue, e voltar a infalibilidade de um suposto ad veredictum.
Há algumas coisas a destacar sobre os erros que rondam a sentença “Deus falou comigo!” quando
utilizada equivocadamente.
Primeiramente, ela peca por se apresentar com uma face de espiritualidade diferenciada. Ou seja:
Deus falou comigo e com mais ninguém. Aqui é onde surgem os gurus evangélicos e as cartomantes-
monoteístas-evangélicas.
Segundo, ela pode trazer – e geralmente traz – um apelo de infalibilidade que desemboca na mais
nefasta perversão do sagrado, que é a sua manipulação.
Terceiro, ela por vezes tira o lado humano de quem prega, eliminando o inusitado de quem é usado
por Deus, apesar de suas ambigüidades.
Quarto, ela gera uma sensação de onipotência, porque, quem fala, fala como se estivesse no andar
de cima, garantindo-se na subjetiva fórmula “Deus falou comigo”.
Quinto, a sentença produz uma inconsciência no que fala, pois se esquece que quem está falando é
ele, em nome de Deus, e não Deus de fato e de verdade.
Sexto, é que a sentença configura um “deus” com voz divina e sentimento humano, nada mais falso
e mesquinho.
Sétimo, é que o “Deus falou comigo” fala como se comigo não pudesse falar, mas só com o que fala.
Com urgência precisamos rever nossos critérios de avaliação com respeito a Deus e à sua maneira
de ir e vir na história humana; isto porque a cultura evangélica atual está impregnada de um sentir que
sente mais do que devia e mais do que diz estar sentindo, e que vive sentindo e dizendo compreender
tudo de Deus, por conta de uma suposta espiritualidade.
Inadvertidamente, as pessoas estão medindo espiritualidade pela quantidade de arrepios, vibrações
e sensações que sentem em cada reunião, e não pelo que lhes afirma a Palavra de Deus.
A cultura espiritual da sintomania se desdobra em várias nuanças. Os seus adeptos, por vezes, se
sentem absolutos em julgar e pré-julgar as ações de Deus num culto, e só mediante a sua palavra é que a
presença de Deus é confirmada entre o povo. Em outras ocasiões – infelizmente, algo que não é raro – a
cultura da sintomania vem delineando uma postura cristã distorcida, através de orações exibicionistas,
visões escandalosas e profecias cartomantizadas, tudo em nome de um “Deus falou comigo”.
Este comentário – é lógico – não quer exibir a descrença na possibilidade de Deus falar conosco ou
através de nós, uma vez que acreditamos piamente que a presença de Deus pode ser sentida pelo
homem. O que está sendo levado em conta neste arrazoado é a atitude desequilibrada e equivocada dos
que fundamentam sua fé em Deus nos “santos arrepios” da vida, quando se sabe que essência cristã só a
tem os que não sentimentalizam a espiritualidade e não fazem de suas experiências pessoais uma sus-
tentação cristã, mas têm a Palavra de Deus como sua bússola de orientação e seu real fundamento de
vida.

DISTORÇÕES HERMENÊUTICAS
Desde muito tempo o povo vem sendo expropriado de sua espiritualidade, memória e escritos
inspirados. Infelizmente a leitura bíblica é feita a partir do sujeito histórico dominante e de sua força
religiosa de dominação. O fundamentalismo e o historicismo não são assim inocentes, pois expropriaram a
Bíblia do povo e a entregaram ao sistema dominante. Uma Bíblia assim expropriada, cativa e alienada,
perde o sentido histórico e espiritual e portanto toda a capacidade de dar testemunho histórico da Palavra
de Deus ou sua capacidade de discernir essa Palavra de Deus hoje no mundo dos pobres.
A Bíblia, expropriada do povo pobre e cativa do sistema e da consciência histórica dominante, sofre
uma série de distorções. Aqui só vamos enumerar e exemplificar algumas, por acharmos que sejam as
mais comuns em nosso meio para a formação de uma teologia de ausência. No entanto, gostaria de
ressaltar ao leitor que a apresentação abaixo elencada em nada desdoura a inspiração das Sagradas
Escrituras. Até porque as distorções aqui esposadas tratam mais de intervenções humanas no âmbito das
interpretações, nada tendo a ver com a inspiração bíblica, que é algo intocável e indiscutível. Analisemos
então:

DISTORÇÕES HERMENÊUTICAS
1 – DISTORÇÃO NA TRADUÇÃO. Toda tradução sempre é trabalho de reconstrução de um texto
noutra língua e cultura. Quando se traduziu a Bíblia Hebraica para o grego (a chamada Septuaginta)
houve um trabalho noutro mundo cultural, um trabalho de reconstrução do texto hebraico. Uma situação
semelhante aconteceu com o texto bíblico ao ser vertido para o latim. A tradução de Martinho Lutero (séc.
XVI) para o alemão foi também um imenso e necessário trabalho de reconstrução do texto bíblico. Hoje a
Bíblia está sendo continuamente traduzida para línguas modernas e as mais variadas. Mas a língua não é
um mundo neutro: exprime a dimensão cultural, ideológica e espiritual de um sujeito e uma consciência
histórica determinada. Nunca devemos esquecer que as traduções são feitas por peritos que respiram o
mundo cultural, ideológico e espiritual do sistema dominante. Por isso é que dizem que toda tradução tem
uma traição.
2 – DISTORÇÃO SEMÂNTICA. Esta distorção começa normalmente na própria tradução, mas é um
fenômeno mais amplo e duradouro. Essa distorção ocorre quando certos conceitos bíblico fundamentais
são interpretados nas categorias da ideologia dominante. Através dessa distorção de conceitos-chave, a
interpretação bíblica pode ficar prejudicada. Vamos dar um exemplo: os conceitos sarxh\ (sarx)
e pneuma (pneuma), que, literalmente, se traduzem por “carne” e “espírito”, expressões de duas
tendências fundamentais do ser humano: a carne exprime a tendência para a morte, e o espírito a
tendência para a vida. O pecado reforça a tendência para a morte. O Espírito Santo faz triunfar a
tendência para a vida. Sarx-pneuma, portanto, devem ser traduzidos no código da oposição morte-vida.
Mas o que acontece normalmente é uma distorção semântica: sarx-pneumaé interpretado no código
semântico marcado pela oposição corpo-alma. Ninguém ignora que o dualismo “corpo-alma”, de
Aristóteles, até hoje, é a estrutura fundamental da ideologia dominante: a alma deve dominar o corpo,
como o homem livre ao escravo, o homem à mulher, o ser humano ao animal, etc.
Exemplos de versículos distorcidos semanticamente:
“Bem-aventurados os pobres de espírito (código “corpo-alma”)
“Dai a César o que é de César, (código religião-política)
“Meu reino não é deste mundo” (código céu-terra)
“Os pobres sempre tereis convosco” (código fatalista).
3. DISTORÇÃO ESTRUTURAL. Pode ser múltipla e variada. Trata-se, por exemplo, da classificação
e estruturação dos livros bíblicos, privilegiando este e relegando aquele a um lugar secundário. Hoje, por
exemplo, redescobrimos o livro de Rute, a carta de Paulo a Filemon ou a carta de Tiago, que durante
muito tempo foram livros esquecidos ou menosprezados. Também se distorce o sentido dos textos,
deslocando o seu interlocutor. Um exemplo, o mandamento: “Não furtarás” (Êx 20.15). Em sua estrutura
original é um mandamento dado aos ricos para proteger os pobres: seu sentido é mais ou menos este:
“Não furtarás do pobre o que ele precisa para manter sua vida e de sua família”. Ora, hoje a ideologia
dominante modificou sua estrutura e o usa como um mandamento dirigido aos pobres para proteger a
propriedade privada dos ricos.
Na Bíblia, o furto é classificado como sendo de duas ordens: opressão (ossek) e saque (guezel– Lv
19.13). A distinção mais simplificada entre estas duas vertentes do roubo é esclarecida porMaimônides.
De acordo com sua interpretação, o saque (guezel) é a apropriação forçosa de algo que não nos pertence
ou que não esteja à nossa disposição. Por outro lado, a opressão (ossek) pode ser a não devolução de
algo tomado, mesmo com o consentimento do dono; é o adiamento constante do retorno de um pertence.
Desta forma, ossek pode acontecer nas mais variadas circunstâncias, como o roubo do tempo, o roubo de
expectativa, o roubo de prestígio, o roubo de informação etc.
4 – DISTORÇÃO AMBIENTAL. Trata-se da distorção que se introduz indiretamente no texto,
quando se distorce o ambiente em que existe o texto ou onde se comenta o texto. Por exemplo, distorção
nos títulos, nas notas de rodapé; nos textos citados como paralelos; distorção nos dicionários bíblicos, nos
comentários, nos modelos estabelecidos de pregação. Quando se comenta o texto bíblico é um
comentário em direção contrária a seu sentido histórico ou espiritual original.
Estas distorções hermenêuticas em nada põem a inspiração bíblica em cheque. Podem, sim,
prejudicar – e muito – a interpretação das Escrituras.
Geralmente essas distorções são oriundas de traduções comprometidas ou comentários de rodapés.
Os comentários de rodapé, prática combatida pelos reformadores, vêm tomando lugar de
preponderância na interpretação bíblica. Por isso, por questão de descargo de consciência, gostaria de
apontar os erros que comumente transformam os comentários de rodapé numa colcha de retalhos:
O primeiro erro é que os rodapés, que deveriam esclarecer o leitor sobre alguma dúvida,
transformam-se em voz de defesa das denominações.
O segundo erro dos comentários de rodapés é que eles interferem na liberdade do leitor de fazer
uma leitura bíblica desencabrestada.
O terceiro erro dos rodapés é a sua indiscrição em transformar a leitura bíblica em algo
extremamente indutivo.
O quarto erro dos comentários de rodapé é a tendência dos comentaristas de assenhorear-se da
verdade bíblica como os donos da verdade.
O quinto erro dos rodapés é a sua capacidade de querer explicar o inexplicável com notável
incapacidade de demonstrar a humildade de quem não sabe.
O sexto erro dos comentários de rodapés é que interferem no espaço sagrado como se fossem um
braço da inspiração. Se não escrevem com esta intenção é o resultado final quando caem nas mãos de
leitores leigos.
O sétimo e último erro – talvez o mais perigoso – é que os rodapés entram na área da
interpretação bíblica – prática que os reformadores tentaram extirpar do meio cristão, pela sua
avassaladora tendência a distorções.
O que eu estou dizendo é muito fácil de ser entendido. É só lembrar de alguns exemplos funestos de
tais práticas. A bíblia de Scofield é um desses clássicos exemplos. Seu rodapé trouxe problema para a
escatologia, a soteriologia, a pneumatologia, enfim, para a teologia como um todo. Sem nenhum tipo de
decoro teológico passou a escrever verdadeiras aberrações em seus rodapés. Aliás, nos anos 70, foi o
grande diferencial teológico na vida de muitas denominações.

ESTÁ ESCRITO, MAS "TAMBÉM" ESTÁ ESCRITO!

A maior tentação por que passou Jesus, dentre as muitas que se deparou, foi a segunda, numa escala
ascendente de dificuldade. O teste messiânico não ficou atrelado apenas ao deserto, mas seguiu por todo
ministério do Filho de Deus.

O que se vê na tentação do deserto é apenas uma síntese do que Jesus haveria de passar para cumprir a
vontade de Deus.

A decisão tomada por Jesus em «servir em vez de ser servido», despojando-se do seu lado divino, foi a
maior de todas na sua curta passagem entre os homens.

Saber-se onipotente e não poder – nem querer ser – demonstrar o que se é, tornar-se muito difícil,
principalmente em algumas situações de desafios que a vida nos apresentam. Como disse o apóstolo
Paulo, «... e sendo Deus não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se (kenosis) a si
mesmo...». Jesus preferiu o caminho da cruz à glória do poder.

Mas existem alguns aspectos na tentação do deserto a serem ressaltados para a nossa maior
compreensão do drama por que passou Jesus. Vamos analisá-los:

Um dos grandes males da tentação pela qual passa o homem tem a ver com a sua predisposição de se
valer da fé como poder isolado que pode realizar grandes feitos para Deus. Mas quando isso não funciona
a frustração se instala no coração e nos faz duvidar do amor e da fidelidade de Deus.
Nem sempre (ou quase sempre) nossos atos de fé têm a aprovação de Deus. De acordo com o texto da
tentação, você pode estar fazendo grande obra para Deus, sem que, necessariamente, esteja fazendo a
vontade dele.

A primeira tentação de Jesus promovida pelo diabo, «Se tu és (ou: visto que tu és) o Filho de Deus,
transforma essas pedras em pães», faz essa pontuação. Pois o que fica implícito nesta primeira tentação é
que é possível você fazer algo «diabolicamente divino» ao trocar a fidelidade pela fé-resultado. Isto
acontece quando pensamos que os fins justificam os meios. Razão: nem sempre (quase sempre) o que é
bom é certo, assim como nem sempre o que é certo é bom.

O charlatanismo tem sua origem na manipulação do divino como meio de se alcançar um fim em si
mesmo; é um tipo de pragmatismo utilitarista que tem rosto de ajuda, mas a ajuda que se dá é apenas a
manutenção da dependência para o próximo «milagre»; é o mau uso dos bens espirituais, que termina
resultando no «bem para mim» e para mais ninguém.

Na verdade, tudo isso que visa lucro imediato e a rápida solução dos problemas humanos sem que resulte
em compromisso com Deus e os seus reais valores é ação de subserviência aos apelos do poder; é
subverter os valores do Reino de Deus, do exercício da Diaconia; é demonstração equivocada do poder.

Há um aspecto nos milagres, a partir da tentação do deserto, que salta os olhos: a aparição de milagres
oriunda da sedução do desejo de quem se deixa encantar pelos apelos de um povo que troca Deus por
qualquer pedaço de pão, venha este de onde vier e de quem vier. Mas «nem só de pão viverá o homem».
Isto quer dizer que o povo precisa de Deus e de pão também. Mas quando o apelo pelo pão soa mais forte
do que pelos valores divinos, tem voz diabólica no meio.

O homem – todos nós – não pode esquecer que não é o milagre pelo milagre que confirma a presença de
Deus. A «fé-resultado-imediato», pelas vias da maturidade, precisa alcançar a fidelidade. Pois o Deus
soberano, majestoso e supremo, apregoado, festejado por Jesus, não pode ser trocado pelo «deus-que-
faz-acontecer» oriundo de um imediatismo barato, vulgar, banalizador.

Trocar as «pedras em pães» resulta de apelo diabólico que, uma vez aceito, admitido, nos leva à
superficialidade, ao leviano, ao sem seriedade, àquilo que concerne à obviedade ou às aparências, mas
que, no fundo, é o ego/ísmo humano massageado, vencido pelo «faça fácil», pelos atalhos que
comumente nos fazem atolar os pés.

Mas a tentação não termina aqui. Ela é progressiva, envolvente, atraente, sedutora e vai até as últimas
consequências.

TAMBÉM ESTÁ ESCRITO

O estratagema do diabo, nesta tentação, foi o mais sórdido possível. As vias escolhidas por satanás
para satanizar os feitos de Jesus foram muito bem arquitetadas e fundamentadas. Ele baseou seu
argumento na própria Palavra de Deus.
Esta segunda tentação faz apelo ao sentimento, ao coração. Tem a ver com a interpretação que
fazemos dos cuidados de Deus. Nesta segunda investida, o diabo tenta colocar em xeque o amor divino.
O que fica salientado na sedução de satanás é que, se o que está escrito é verdade (pois a palavra de
Deus é a verdade), ou seja: se está escrito que Deus protege, por que Ele não nos protege de tudo? e se
a relação das promessas de Deus para conosco resulta da máxima proteção de quem as promete então
por que não provar o amor de Deus? A lógica implícita desta tentação levada «in extremis» é que qualquer
motivo é motivo para provar o amor de Deus. Vamos analisar o que o diabo disse nesta segunda tentação:

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos
seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma
pedra. Disse-lhe Jesus: TAMBÉM ESTÁ ESCRITO: Não tentarás o Senhor teu Deus (Mt 4.6,7).

O AMOR DE DEUS NÃO PRECISA SER PROVADO

O texto acima deixa nas entrelinhas o quanto é ardilosa esta segunda tentação sugerida pelo diabo a
Jesus. Percebam que, se na primeira tentativa, Jesus saiu-se muito bem do ardil de satanás com a
expressão «está escrito», desta feita o diabo o tenta utilizando-se justamente da mesma expressão. Isto
porque com a mesma Bíblia, dependendo da nossa interpretação, podemos provar qualquer coisa.

Com a expressão «está escrito» pode-se dizer o que quiser, até mesmo propagar os mais profundos
equívocos na área da interpretação bíblica; o «está escrito» dito por alguém inescrupuloso ou até mesmo
neófito pode provocar conceitos descabidos, incoerentes, inconvenientes, inoportunos e mortais; o «está
escrito» mal empregado gera igrejas mórbidas, opressoras e oprimidas, igrejas que medem a
espiritualidade de uma pessoa pela proteção ou não que ela tenha de Deus. Isso é doutrina de Satanás!

Quem fala pela igreja não pode ter todo poder em relação à verdade, mesmo que fale a partir do que «está
escrito», porque isso o torna onipotente, divino. E tornar-se-á mais e mais divino enquanto não lhe
acontecer qualquer infortúnio que lhe toque como mortal que é. Isto porque este é substancialmente o ardil
da segunda tentação: ele faz você pensar que os atos de amor da parte de Deus são sempre traduzidos
em proteção e livramento. E, se porventura, isso não acontecer, está provado o erro ou o pecado daquele
que serve a Deus.

O que eu estou tentando passar para o leitor é que a resposta de Jesus a esta sórdida proposta de
satanás é que, mesmo que alguém afirme que «está escrito», sempre haverá um «também está escrito»
da parte de Jesus.

Haverá sempre um «também está escrito» para quem diz «está escrito» sem base, sem contexto, sem
coerência, sem lastro histórico, etc.

PERORAÇÃO:

Eu preciso concluir esta mensagem dizendo que todo «está escrito» que se pretenda absoluto, dogmático,
será sempre vazado por um «também está escrito» para chamar a razão aqueles que se embrenharam
pela radicalização de um só versículo e ainda mal interpretado.

"EU SOU TRIGO!"

A parábola reproduz fato peculiar que ocorria no primeiro século. O agricultor perverso, inimigo,
sabotava o trigal do rival inserindo-lhe à noite – quando ninguém vigiava –, o joio no meio do trigo. Na
verdade, só os ceifeiros podiam separar o trigo do joio, após o crescimento dos dois, porque a diferença
era imperceptível aos olhos de neófitos. Isto quer dizer que a parábola está falando de um expediente
conhecido na Palestina dos dias de Jesus.
Com esse recurso pedagógico – parábola – Jesus nos alerta com relação à trágica possibilidade de
CAIRMOS NA TENTAÇÃO DE FAZERMOS JUÍZO APRESSADO. Este é o primeiro perigo que nos avisa
o Mestre da Galileia, através da parábola. Pior: este é o erro basicão no qual a maioria esmagadora cai.

EU SOU TRIGO

Eu não posso dizer que sou trigo, porque isso sugere, entre outras coisas, uma empáfia, embófia,
uma altivez retumbante de espírito, que vai de encontro, primeiramente, aos ensinamentos de Jesus em
todo o Novo Testamento e, em segundo lugar, à razão fundamental da parábola. Quando alguém ousa
dizer EU SOU TRIGO, está revelando tendência SELETIVISTA, EXCLUSIVISTA, ARBITRÁRIA e FORTE
SENTIMENTO EXCLUDENTE, algo estranho ao objetivo da parábola de Jesus e ao próprio ensinamento
do Reino de Deus. Dizer “EU SOU TRIGO” é se incluir, POR CONTA PRÓPRIA, no grupo dos bons e
seletos. Ato que, além de demonstrar altivez desmedida, arrogante insensatez e bravata, revela conteúdo
religioso anêmico, que faz julgamento favorável a si mesmo, e, deste pedestal, julga-se capaz de
estigmatizar o outro como joio. A ideia da parábola não é você ACHAR ou ficar PROCURANDO alguém
para disciplinar (um tipo de bode expiatório) e outro para premiar. Aliás, esta é a atitude condenada por
Jesus na parábola.

FÁBRICA DE ÍDOLOS - A PRÁTICA DA VAIDADE


«Tudo é vaidade...» (Eclesiastes cap. 1).

INTRODUÇÃO:

Quando comecei a estudar o tema “vaidade” não pensei que isso me levaria tão longe. Apercebi-me
que podia “viajar” muito nesta senda de múltiplos significados.
Ao fazer o percurso da reflexão com relação ao assunto em tela logo de início veio à minha mente as
várias possibilidades de entender a vaidade humana na sua mais oceânica realidade.
Primeiramente percebi que “vaidade”, ao contrário do que muitos entendem, tem a ver com a nefasta
construção, criação, fabricação de ídolos, que nada são.
O tecido do significado da palavra vaidade se esgarça quando a pensamos como modo de
incorporação, o vestir-se de alguma coisa ou de alguém - que não somos nós -, numa expressa conduta
fraudulenta, impostora.
Quando uma pessoa sente a chamada de Deus, e ela é de uma igreja histórica, procura estudar e se
preparar para a tarefa que terá pela frente. No âmbito pentecostal, infelizmente, acontece de forma
diferente: os interessados compram alguns dvds, por exemplo, de pregadores que estão na mídia e
incorporam o personagem do dvd, imitando até as línguas estranhas. Isso é fraude, é vaidade, construção
de ídolo, que é oco, vazio, inútil, falso.
Quando eu afirmo que a palavra “vaidade” traz esse sentido semântico estou querendo dizer, entre
outras coisas, que, pelo fato de pertencermos a uma sociedade que valoriza o superficial, o aparente em
detrimento do profundo, temos uma grande propensão em tornar os nossos projetos de vida uma grande
farsa, que é substancialmente a mecânica na fabricação de ídolos.
Tomás de Aquino (em 1500 d.C.) chamava a vaidade de vã glória. a glória vã, ou a glória no que é
vão ou a glória em vão. Segundo Aquino, a glória vã é a glória em vão e aquilo que é vão (vazio). É vã
porque não tem substância, por isso é falso, mentiroso e vão. É vã porque não tem consistência, não
tem solidez, é efêmero, passageiro, transitório. Finalmente é vã porque não é capaz de realizar o fim a
que se propõe. Um esforço em vão, um remédio em vão, algo que não foi capaz de realizar o que
pretendia. Por isso a falsa religiosidade é vaidade, pois aparenta ser uma coisa por fora, quando na
verdade não o é por dentro. Daí a criação de ídolos, um tipo aparente que não é capaz de realizar o fim a
que se propõe.
Para o leitor entender o que estou querendo dizer tenho que recorrer ao Antigo Testamento, que se
utiliza de três palavras hebraicas para lançar luz ao assunto:

1. Nadab, que tem o sentido de oco, vazio, e faz referência aos ídolos que são ocos e vazios, aquilo
que tem aparência de ser, mas nada é; é falso.
2. Hebel, que significa inútil, passageiro, transitório, efêmero. Ou seja: uma coisa que deveria, pela
aparência, status, ter certa durabilidade, mas é absolutamente nula, porque oculta ser uma coisa diferente.
Portanto, não se pode pôr fé nessas coisas, porque rapidamente explodem, pela sua inconsistência; é
correr atrás do vento.
3. Shaw, que significa ludibrio ou falsidade.

Das dezenas de vezes que a palavra “vaidade” aparece nas Escrituras Sagradas nenhuma delas faz
menção a cabelo, roupas, adornos, joias e/ou coisa que o valha.
No livro de Eclesiastes “vaidade” tem o sentido de passageiro, fugaz, efêmero, nulo. Como se
percebe “vaidade” não tem nada a ver com o lado estético (sentido comum da palavra e não o filosófico)
como muitos interpretavam – e há muitos que ainda o fazem.
C.S. Lewis diz que a vaidade é o supremo mal; é o pecado capital, que ele chama de pecado
principal. Ele diz que “o orgulho é o mais completo estado de alma anti-Deus”. Por isso nós entendemos
na teologia cristã que o orgulho é pecado tironeano, o pecado do rei de Tiro, é o pecado de satanás.
Este é o homem absoluto e absolutizado pela ideia de que é alguma coisa, que tem alguma coisa
e que pode realizar alguma coisa.
O diabo é um ser tomado de orgulho; é um ser que o seu estado de alma é absoluta e
completamente contra Deus. Ele diz eu tenho auto-existência; eu existo por mim mesmo, tenho
consistência, tenho substância: eu sou Deus. Mas o que ele presume ser é apenas vã glória, algo vazio,
falso, oco, nulo, inútil.
Portanto, a vaidade que Deus abomina não é o embelezamento ou o andar bem arrumado, mas sim
a farsa, o engano que se apropria de algo de terceiros; é apresentar-se com uma imagem falsa,
incorporada; é encarnar um persona- gem. Isto porque vaidade na Bíblia significa algo que é falso, oco,
vazio, inútil. Ademais, todos os textos bíblicos que falam sobre vaidade referem-se à idolatria, falsidade e
coisas vãs. Por isso a falsa religiosidade é vaidade, pois aparenta ser uma coisa na exterioridade, quando
na verdade não o é na sua interioridade.
Para corroborar com a ideia do Antigo Testamento, temos sete palavras no grego para definir
vaidade, mostrando, todas elas, que o termo tem sempre a ver com o falso, vazio, inútil e nunca com
adereços, adornos, trajes etc. São elas:

1. Kenós, que significa vazio, essa palavra aparece 18 vezes no Novo Testamento.
2. Kenophonia, som inútil, termo que aparece 2 vezes no N.T.
3. Mátaios, “inútil” aparece seis vezes.
4. Mataiotes, “inutilidade” 3 vezes.
5. Maten, “em vão” duas vezes.
6. Eikê, “à toa” cinco vezes.
7. Doreán, “sem preço”.

A vaidade, portanto, é um termo comum para referir-se a coisas vazias. A vida se torna vaidade
quando vivemos de aparência e nos esquecemos da essência. Ser vaidoso é ser idólatra na medida em
que se constrói uma imagem oca, vazia, falsa; isso é fabricar ídolo. A própria Bíblia Sagrada classifica o
orgulho e a arrogância como elementos vazios advindos de uma personalidade impostora.

COMO FABRICAMOS ÍDOLOS

Os ídolos são criados, primeiramente, pelo método da incorporação. Incorporamos um


personagem. Pegamos ideias e trejeitos de outros. Ou seja: a personagem do outro é abduzida, mas só
que esse corpo não nos pertence; é a tentativa de se passar por alguém, utilizar-se da imagem de alguém,
mas como uma construção falsa. Isso é vaidade.
O segundo método utilizado na fabricação de ídolos é a imitação. Imitamos formas, tipos, falas,
gestos e a partir daí construímos a imagem. Ou seja: o ídolo está pronto.
O terceiro método que geralmente é utilizado é a repetição. Reproduzimos, pelas vias da repetição,
o que é “aceito” pelo povo e o que “pega” (o sentido aqui é o que o povo gosta mais) mais.
Os pentecostais e pós-pentecostais e algumas igrejas históricas produzem e reproduzem os seus
ídolos caracterizando o aparente (ocultamento da realidade) como objeto de adoração. Assim se constrói a
imagem, o ídolo e os idólatras. Isso é vaidade.
Um ídolo é construído quando você mostra como realidade uma coisa que você não é, nunca foi e
nunca será. Isto porque o vaidoso é alguém sem substância, sem consistência; ele é oco, vazio, falso.
Nossa fábrica cristã de ídolos cria os “ungidos” e os “não-ungidos”. Os “ungidos” são os que falam a
linguagem dos vaidosos, fabricante de ídolos. Os “não ungidos” são os não espirituais, ou seja, os que não
falam a linguagem dos vaidosos, dos ídolos.
Temos que lembrar que vaidade, à luz da Bíblia, significa tudo aquilo que
é oco, vazio, inútil, falso, mentiroso. Vaidade é vestir-se de alguma coisa ou de alguém a fim
de representar. É uma fraude, coisa de impostor.
Vaidade é você criar substitutos psíquicos objetivando passar uma imagem daquilo que você não é.
Vaidade é você “encher-se” do que é falso, inútil, nulo. Vaidade é tudo aquilo que é passageiro, efêmero,
transitório, sem durabilidade. Vaidade é vã glória, é glória vã, ou seja, glória vazia. Vaidade é aquilo que
não tem substância, consistência, verdade. Vaidade, finalmente, é aquilo que passa uma imagem, mas
não tem eficácia para alcançar o fim a que se propõe.

PREFERIMOS O SUPERFICIAL A ESSÊNCIA

Valorizamos o superficial, o aparente em detrimento do essencial; fazemos pre valecer mais a forma
do que o conteúdo; escolhemos o falso, que é conveniente, excluindo, assim, o verdadeiro; preferimos o
efêmero, o passageiro a consistência.
Temos, por isso, grande propensão para nos tornar idólatras. A razão é que tudo isso é apenas
sintoma de um comportamento velado: a CONVENIÊNCIA.
Quando criamos um tipo espiritual emergente, um modelo de sucesso, fabricado nos laboratórios do
imediatismo, indica superficialidade, e o seu fundamento é a conveniência, comportamento dos que
escolhem os caminhos mais fáceis para obterem os aplausos do povo. Assim fabricamos os ídolos que
são adorados nas nossas liturgias.
A vaidade humana está em querer ser o que não pode e o que não é, mostrando-se como superstar,
mas por dentro é um ídolo oco, vazio, inútil e falso.

O QUE É UM ÍDOLO

Um ídolo é uma imagem que não é capaz de realizar o fim a que se propõe. Ele tem boca, mas não
fala; tem olhos, mas não vê; tem ouvidos, mas não ouve; tem mãos, mas não tocam; tem braços, mas não
abraçam. Ou seja: ele não tem eficácia e por isso não realiza aquilo para o qual foi construído. Porque todo
ídolo é oco, vazio, inútil, falso.
Um ídolo é tudo aquilo que tem aparência, mas nenhuma eficácia para atingir seus objetivos; aparenta
ser uma coisa por fora, mas não é nada disso por dentro.
Um ídolo é um tipo aparente, não há verdade nele. Isto porque os ídolos são ocos, vazios, apenas tem
aparência de ser, mas nada são, porque são falsos.
Finalmente, podemos dizer que o ídolo, nesta concepção que estamos estudando, é o homem absoluto
e absolutizado pela IDEIA de que é alguma coisa, que tem alguma coisa e que pode realizar alguma coisa.

O LEGALISMO FABRICA ÍDOLOS

O legalismo religioso é combatido pela Bíblia como algo relacionado à vaidade, principalmente no
Novo Testamento onde Jesus condena a hipocrisia. O legalismo é vaidade porque absolutiza a aparência
numa deliberada ação de ocultamento.
O legalista religioso é vaidoso e, por conseguinte, idólatra porque ensina uma coisa e vive outra. O que
o legalista faz é construir o ídolo.
O legalista religioso é vaidade porque só consegue viver “para fora” (exterioridade); ele não consegue
viver “para dentro” (interioridade).
Toda vaidade é mentirosa e falsa, assim como todo legalismo é falso e mentiroso.
Toda vaidade se alimenta da aparência, da imagem, assim como todo legalismo religioso se alimenta
da aparência.
O LEGALISTA É UM IDÓLATRA

Todo ser humano liberto por Jesus Cristo não pode ser idólatra, mas tem que viver vida à altura da sua
liberdade, do seu novo viver. Quando vivemos vida sem consistência, sem substância, sem conteúdo,
estamos negociando a nossa liberdade.
Este é o desafio de todo cristão: não se tornar um fabricante de ídolos, nem adorador, enchendo-se de
“vento”, de vã glória, de uma glória vazia, porque isso é vaidade. Por isso temos que
ser ICONOCLASTAS (destruidores de imagens e ídolos, no bom sentido da palavra).

CONCLUSÃO:

Todo vaidoso é idólatra como todo aquele que aceita a vaidade. Tanto é idólatra aquele que fabrica o
ídolo (porque aceitou viver de cinismo e falsidade) como também é idólatra aquele que aceita, que se
alimenta da sua falsa mensagem, que o recebe e o adora.
Concluo essa meditação com alguns textos das Sagradas Escrituras:

“Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum
préstimo; e suas próprias testemunhas, nada vêem nem entendem para que sejam envergonhados” (Isaías
44.9).

“Mas eles todos se embruteceram e tornaram-se loucos; ensino de vaidade é o madeiro” (Jeremias 10.8).

“Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de
escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito” (Jeremias 10.14).

“Não é Gileade iniquidade? Pura vaidade são eles; em Gilgal sacrificam bois; os seus altares são como
montões de pedras nos sulcos dos campos” (Oseias 12.11).

“Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com
vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor”
(Zacarias 10.2).

FILHOS DE BALAÃO
O acordo do Vaticano com a Corte Portuguesa – na época da colonização do Brasil – foi nesses
termos: “Vocês (a Corte) nos dão segurança e em troca nós (a Igreja) daremos a vocês UM POVO
OBEDIENTE". Até hoje a Igreja e o Estado mantêm esse tipo de relação.

A “doutrina de Balaão” acerca da qual a Bíblia fala é a mais clara forma de revelar como a religião
(desde os sumerianos) sempre foi o braço de apoio, sustentação e manutenção do poder político. Os
"sacerdotes" dispunham de muita riqueza e os templos serviam de arrecadadores de dinheiro. Na verdade,
nada mudou na história; é só uma repetição. Por isso a igreja, hoje, segue o mesmíssimo padrão.
A igreja, no passado, adaptou a teologia à visão do poder para levar vantagens deste mesmo poder
que ela idealizava. Por exemplo, quando se vivia sob o governo monárquico a igreja utilizou-se da
“teologia do Cristo Rei”, para que parecesse com a majestade da realeza. Quando os principados políticos
começaram a sobressair na Europa na Idade das Trevas, a igreja criou a “teologia do príncipe que
governa”, dizendo se tratar da representação do “filho de Deus”. Quando aRepública chegou e as
manifestações de poderes democráticos, na mesma hora houve uma migração da consciência
teocrática que habitava por assim dizer o rei na terra para a consciência democrática, que passava agora
habitar a vontade do povo na terra. (É aqui que se faz a migração da teologia da soberania de Deus para a
teologia do livre arbítrio.) E a teologia do livre arbítrio instala uma política democrática.
O que eu estou tentando dizer para o leitor é que não faltaram teologias para justificar qualquer
ideologia. E nesses mais de dois mil anos de história da igreja vemos a capacidade afiada dos nossos
mestres ideólogos de manobrar “deus” na direção da sua conveniência. Quando eu coloco “deus” com “d”
minúsculo é porque estou falando deste deus manobrado, um “deus” que nem Deus conhece; é o deus
inventado, é o “deus” formatado segundo a conveniência dos que dançam conforme a música tocada pelo
poder.
A Bíblia diz:
"...algumas coisas tenho contra ti; porque tens aí os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava
Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, introduzindo-os a comerem das coisas sacrificadas a
ídolos e a se prostituírem."
Salvo melhor juízo, este é o texto bíblico mais denso para mostrar o poder corruptor que vem
operando dentro das igrejas brasileiras (quero falar apenas das nossas, mas certamente este fenômeno
encontra-se em outros países).
A figura híbrida de Balaão nas Escrituras salta os olhos, porque não é profeta de nenhuma linhagem
dos hebreus, mas mesmo assim tem uma projeção tamanha, trazendo a si homens poderosos que o
procuram para facilitar coisas do poder.
A impressão que eu tenho é que a semelhança do comportamento de Balaão é enorme quando
comparado aos nossos profetas atuais. Parece-me que nós estamos na “Era Balaão”, onde as coisas mais
esquisitas acontecem nos púlpitos de nossas igrejas, nas casas, nas ruas, nos escritórios de magnatas,
nas salas de espera de políticos. Comumente eu vejo, ouço de pessoas sobre algumas coisas que estão
ocorrendo no meio evangélico e que se assemelham e muito a relação de poder entre Balaão e
Balaque.
Balaão foi observado pelo rei de Moabe, Balaque, talvez meses a fio. Balaque, vendo o desempenho
do povo de Israel que era tangido por um poder supra terreno, imaginou que podia ter essa mesma força
para as suas conquistas e viu em Balaão alguém que podia ter comoparceiro. Oferecendo a Balaão
mundo e fundos Balaque lhe pediu que amaldiçoasse o povo de Deus. Balaão, profeta vendido e sem
caráter, prontamente aquiesceu ao pedido.
Pastores, igreja, essa história faz parte da nossa história hoje. Nós nos tornamos “filhos de Balaão”.
Isso é a corrida atrás de ouro. Os líderes evangélicos precisam de uma descontaminação. Seus
referenciais cristãos já não existem mais. Estamos vivendo os dias de Balaão: quem dá mais nós
fechamos.
Anos atrás não faltaram pastores para abençoar o moço de Brasília com vistas a que ele se tornasse
o presidente do Brasil. Aliás, hoje é importante para o candidato político ter um Balaão por perto para
abençoá-lo na frente do povo. Isso é uma tragédia de proporções alarmantes. Temos ainda líderes que
se vendem para dois ou três candidatos, pegando dinheiro dos três.
Balaão se perfilhou para dizer palavras de maldição sobre Israel, mas Deus interveio e mandou que
ele dissesse apenas o que lhe comunicava e, em vez de ele amaldiçoar Israel, ele o abençoava. Como ele
viu que Israel era inamaldiçoável, ele recorreu a outro expediente: levou o povo a achar que não havia
nada de mais ser povo de Deus e se prostituir. Assim o povo de Israel caiu na cilada de Balaão.
Será que esta história de Balaão não corresponde a algumas de nossas atitudes hoje como líderes e
membros da igreja do Senhor Jesus? Será que esta história bíblica não reverbera em nossos ouvidos um
alerta contra o caminho de corrupção que alguns líderes de igrejas vêm tomando?
UMA LIDERANÇA DOENTE
Estamos doentes e se trata de uma doença contagiosa. À semelhança da Idade Média, estamos
matando os “gatos” e deixando que os "ratos" espalhem a peste entre o povo.
Não há o mínimo de moralidade na política evangélica. Ela segue a mesma direção que a política
secular. Pior: tudo é feito debaixo de muito cinismo e conveniência. Tornamo-nos vendedores de bênçãos,
negociadores de almas, leiloeiros da fé, comprometidos até o último fio de cabelo e ainda somos capazes
de subir a um púlpito e pregar santidade, coerência e verdade. Outros há que se fazem paladinos da
verdade, representantes dos evangélicos no Brasil, mediadores entre o povo e o poder. Isso é brincar com
fogo e com coisa séria.
Precisamos hoje mais do que nunca discernir as principais doenças da igreja e a cura que lhe é
proposta na Bíblia, a Palavra de Deus. Não para que ela seja a salvação do mundo, mas que a igreja (os
sete mil que não se dobraram a Baal e a Balaão) faça o seu papel profético e seja um agente de
transformação histórica no mundo.
O que é mais chocante nisso tudo é que não é de hoje que a igreja negocia com o poder. Deixamos
escapar a TDL, que nasceu nos porões de uma igreja evangélica, transformando-a numa "grande
prostituta". Se tivéssemos refletido sobre esta teologia e o seu alcance no que diz respeito às mudanças
propostas nos rumos da igreja brasileira, certamente teríamos, hoje, uma leitura crítica da política e da
sociedade e o Brasil passaria por grandes transformações.
Líderes, igrejas, o mundo ouve a voz de Deus, mas quando se volta para olhar – e essa é a primeira
coisa que ele enxerga – nos vê. Por isso que a nossa responsabilidade é enorme. Porque quando a voz é
ouvida o sujeito olha é a gente. Não se deixe ver como um “filho de Balaão”. Seja um Elias nesta geração,
profeta que preferiu seguir um caminho de denúncia profética a ter os prazeres momentâneos do poder.
Que Deus tenha misericórdia de nós!

IGREJA 666 - UMA ABERRAÇÃO ESCATOLÓGICA

EXÓRDIO:
Olhando para uma aberração dessas, tenho que dar a mão a palmatória para o pastor que disse que
“hoje, há uma igreja para cada desvio de conduta.”
O schaton de Jesus avisa que haverá tempos difíceis (Kalepoi – tempos selvagens, segundo
Paulo) em meio aos quais se levantarão “falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto
de seduzir, se isto fosse possível, até mesmo os escolhidos” (Mt 24.23,24).

Os textos abaixo contemplam, de forma clara e objetiva, todas as bizarrices que podem
acontecer ao nosso redor, vindas de práticas religiosas grotescas. Aliás, até as produções de
desenhos infantis estão preparando um tipo de “inconsciente coletivo” que aceita bem e mal apenas
como pontos de vista e a vista de um ponto. Nos desenhos atuais o mal vira bem e o bem vira mal e
todos nós – isso fica muito claro na proposta das animações – temos o bem e o mal atuando dentro
do nosso peito e esse mal que está em nós, uma vez liberado, vira bem.
Essa relativização do bem e do mal leva as pessoas a aceitarem, numa boa, as coisas mais
exóticas, mais esdrúxulas, esquisitas, extravagantes, excêntricas que possam aparecer no cenário
religioso.

FALSOS CRISTOS: TENDÊNCIA DA VIRADA DO MILÊNIO

A cada ano cerca de duas mil pessoas, na maioria jovens, saem de suas casas nos Estados Unidos e
no Canadá e nunca mais voltam: elas submergem no labirinto sombrio dos cultos e seitas
messiânicas.

O número de “messias vingadores” (figura caricata do apocalipse) vem aumentando e causando


terror à sociedade.

Desde o caso Manson, depois Jim Jones, nas Guianas, passando por David Koresh, mais
recente, e, por último, a seita “Portão do Céu”, que um tipo de messianismo patológico vem tendo
adesões preocupantes para a sociedade. Isto porque, ultimamente, temos sido surpreendidos por
uma verdadeira avalancha de acontecimentos macabros. Afora todos esses terríveis episódios, há
ainda grupos religiosos que praticam, sem reservas ou qualquer consternação, as mais acintosas
promiscuidades: sexo grupal, bacanais, tudo isso feito como forma de culto. Outros, procurando a
purificação, buscam a vida isolada e a autoflagelação.

Para alguns antropólogos, tais comportamentos fanáticos e ultrarradicais são reações previstas
do novo milênio.

No entanto, a maioria dos sociólogos diz que o desemprego, a fome, as novas doenças, a falta
de respostas e solução à nível social, político, econômico e religioso, têm sido o motivo principal para
as aparições e adesões dessas formas dantescas de expressões messiânicas.

Se os Estados Unidos, Europa, Canadá, Japão, foram invadidos por esse tipo de caricaturas
apocalípticas, no Brasil eles se multiplicam, elegem-se filhos de Deus, pregam o juízo final e se isolam
à espera do Armagedom e da salvação final.

Segundo os números do IBGE, as religiões e seitas que esperam de alguma forma o apocalipse
reúnem 30 milhões de adeptos no Brasil.

[Esta estatística inclui erradamente as igrejas evangélicas. Porém os evangélicos: Congrega- cionais,
Presbiterianos, Metodistas, Batistas, Assembleia de Deus, Quadrangular, etc. não esperam por
um apocalipse-destruição-do-mundo, mas, sim, por um apocalipse-revelação-de-Jesus-Cristo. E
é bom que se diga, em tempo, que a expressão “seita”, usada pela maioria dos pesquisadores tem
sido interpretada de forma errada e às vezes com uma dose excessiva de preconceito religioso.

O sociólogo Lisias Nogueira Negrão, professor da USP, citado pelos articulistas Celina Côrtes,
Eduardo Hollanda e Eduardo Marini no artigo “Profetas ou Malu- cos?” da Revista Veja, tenta
estabelecer a diferença entre religião e seitas, mas acaba errando na etimologia. “Igrejas são grupos
estabelecidos, vinculados à sociedade”, define. “Já as seitas são movimentos emergentes que
apresentam restrição ou desconforto em relação à regra teológica e apresentam contestações aos
valores sociais estabelecidos. A partir do momento em que se acomodam, deixam de ser uma seita
para se tornar uma nova igreja. A palavra seita, aliás, vem de sectarismo, que significa romper,
separar”, completa Negrão. Já o filósofo Mario Sérgio Cortella, professor do Departamento de
Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP, citado no mesmo artigo, dá melhor esclarecimento: “O
próprio cristianismo começou como uma seita. Cristo era judeu, frequentava sinagoga e fundou um
grupo religioso. Lutero, que não era messias como Jesus, também formou uma seita no século XVI.
Liderava um grupo contestador e não dominante. Assim, o protestantismo, na época, também foi
chamado de seita”. Assentado isto, chamar de seita esses movimentos tresloucados é elogio.]

A maioria dos grupos messiânicos vê o apocalipse – de forma errada é lógico – como um


manual de juízos divinos. No Cariri, no sul do Ceará, por exemplo, existem grupos religiosos que
praticam uma religiosidade medieval, transmitida de geração a geração. Buscam no castigo corporal,
para os homens, e nas preces intermináveis, para as mulheres, a garantia da entrada no céu. Esta
teologia remonta aos frades cartuxos espanhóis do primeiro milênio do cristianismo. Perma- neceu
congelada no sertão do Nordeste, estimulada periodicamente por líderes místicos, como o Padre
Ibiapina e o Padre Cícero Romão Batista, o “Padim Cíço”, venerado como santo pelos nordestinos.

Nesse cenário, seitas como os Penitentes do Rosário da Mãe de Deus, do bairro Tiradentes,
em Juazeiro, com cerca de 40 integrantes que se vestem de azul e branco, encontram terreno fértil.
Todos os homens dizem chamar-se José Alves de Jesus e as mulheres Maria Alves de Jesus. Não
fazem sexo nem para procriação. Os penitentes, que se inspiraram nos Borboletas Azuis da
Paraíba, tinham “certeza” de uma coisa: o mundo iria mesmo acabar no ano 2000. José Alves de
Jesus, líder do grupo, garante que, no mundo atual, a exemplo dos tempos de Noé, apenas uns
poucos escolhidos serão salvos. Os seguidores deste messianismo acreditam que o Cariri é a Terra
Prometida, por ser o local onde viveu e pregou o Padre Cícero. “O mundo começou aqui e aqui será
terminado e renovado”, enfatizam.

Especialistas Canadenses calculam que 20 mil novos movimentos religiosos atuam no mundo,
200 deles baseados em cartilhas extremistas que pregam suicí- dios e até assassinatos. É o caso da
seita LINEAMENTO UNIVERSAL SUPE- RIOR, que seus líderes foram suspeitos de estarem
envolvidos na morte de crianças em rituais religiosos em Guaratuba, no litoral do Paraná, e em
Altamira, no Pará, e MENINOS DE DEUS, que em 1989 foram acusados de sequestro de crianças em
Porto Alegre e, em 1993, de abuso sexual de menores na Argentina.

Com os últimos acontecimentos envolvendo grupos religiosos fanáticos, a sociedade precisa


redobrar a vigilância em relação aos grupos já existentes e aos que estão começando a se formar,
coibindo os exageros e mantendo sob constante censura qualquer prática que coloque em risco a
vida humana.

CASOS QUE ABALARAM O MUNDO

Charles Manson – Líder psicopata que passou a maior parte de sua vida na cadeia, mas que
conseguiu com seu discurso juntar adoradores. Na noite de 9 de agosto de 1969, Man son, sob
inspiração demoníaca, mandou quatro de seus discípulos à casa do diretor cinematográfico Roman
Polonski, no luxuoso bairro de Bel Air, em Los Angeles. Polonski filmava em Londres, mas sua
esposa, a atriz Sharon Tate, 26 anos, estava grávida de oito meses e recebia alguns amigos num
jantar íntimo. Ela foi esfaqueada 16 vezes e depois enforcada. Seus convidados também foram
mortos cruelmente.

Jim Jones – Ex-líder evangélico que, após a sua exclusão do quadro de pastores batistas,
fundou a seita chamada Templo do Povo. Num dos seus vários ataques de loucura, transferiu sua
seita de Indianápolis, passando por Redwood Valley, na Califórnia, para as matas sul-americanas.
Este líder messiânico induziu 900 pessoas a tomarem uma mistura de “K-suco” e cianureto. Fazia o
povo cha- má-lo de “pai divino”.

David Koresh – Ex-cantor de rock e fundador da seita “Os Davidianos”, montou um verdadeiro
arsenal num sítio nos subúrbios da cidade de Waco, no Texas.

As autoridades americanas passaram a investigá-los e uma desastrada tropa de choque tentou


invadir o Q.G. dos Davidianos. Foram repelidos à bala. Começava o cerco que terminaria somente no
dia 15 de Abril, com o suicídio coletivo de 80 pessoas. A maneira escolhida por Koresh foi o tiro na
nuca dos fiéis, com os corpos sendo consumidos pelo fogo.

As autoridades americanas até hoje têm de enfrentar o culto dos Davidianos. Um exército de
vingadores de Koresh armou-se contra o governo para protestar. Um destes “soldados” é o
terrorista Tim MacVeigh, que no dia 19 de abril de 1995 explodiu um edifício público em Oklahoma
City, matando 160 pessoas.

John Withcapple – Líder da seita Heaven’s Gate, que causou o suicídio de 39 pessoas, em
San Diego. A estrutura da seita, como a da maioria de seus concorrentes, se dava através de um líder
carismático. As semelhanças entre David Koresh – dos Davidianos – e John Withcapple, do Heaven’s
Gate, são significa- tivas: ambos se diziam o filho de Deus e seu oráculo.

Mas provocar mortes não é privilégio das seitas americanas. Desde 1994, o Templo do Sol,
que se originou na França, espalha mortes nos países de língua francesa. No total, 74 fiéis se
suicidaram em rituais que provocaram o incêndio de casas na França, Canadá e Suíça. A seita
japonesa Aum Shinrikyo não se limitou a matar seus próprios discípulos, em 1995, no Japão.
Comandados pelo guru Shoko Asahara instalaram o pânico no metrô de Tóquio ao contaminar com
gases tóxicos 16 estações. Resultado: dez mortos e 5.500 intoxicados.

GEOGRAFIA DOS FANÁTICOS

1. AMAZONAS

IRMÃOS DA SANTA CRUZ

O peruano Francisco Silva da Cruz fundou a seita numa aldeia ticuna da margem esquerda do
Alto Solimões. Todos os seus 100 integrantes fazem continência, rezam e trabalham 17 horas por dia.

2. MATO GROSSO DO SUL

ASSOCIAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO PARA

A UNIFICAÇÃO DO CRISTIANISMO MUNDIAL

Numa fazenda do município de Jardim, o reverendo coreano Sun Myung Moon reúne 40 jovens
de todo o mundo, mas conta com oito milhões de fiéis em 150 países. É acusado de fazer lavagem
cerebral.

3. PARANÁ

SUPREMA ORDEM UNIVERSAL DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Liderados por um homem que se intitula Inri Cristo, 100 discípulos acreditam estar seguindo a
reencarnação de Jesus num bairro pobre de Curitiba.

LINEAMENTO UNIVERSAL SUPERIOR

Seus líderes foram suspeitos, em 1992, de estar envolvidos na morte de crianças em rituais
religiosos em Guaratuba, no litoral do Paraná, e em Altamira, no Pará.

ORDEM APOSTÓLICA

Seita formada por ex-hippies que adotam nomes em hebraico foi acusada de aliciar menores em
Londrina em 1993. Nos Estados Unidos, eram conhecidos como Jesus Freaks ou Doidões de Jesus.

4. ACRE

UNIÃO VEGETAL

O seringueiro José Gabriel da Costa deu origem a essa ramificação do Santo Daime, que
também ganhou o Brasil pregando a purificação e o autoconheci- mento através do alucinógeno chá
ayahuasca. Possui hoje cerca de mil seguidores.

5. CEARÁ

PENITENTES DO ROSÁRIO DA MÃE DE DEUS


Vestidos de azul e branco, seus 40 integrantes não fazem sexo e todos se chamam José Alves
de Jesus ou Maria Alves de Jesus. Acreditam que o Cariri é a Terra Prometida.

PENITENTES DO SÍTIO CABECEIRAS

Reúnem-se em grupos de 12, liderados por um homem que se intitula decurião. As mulheres
procuram purgar a alma através de orações e os homens recorrem a golpes de chicotes.

6. PARAÍBA

BORBOLETAS AZUIS

Com sede em Campina Grande, a Casa de Caridade Jesus no Horto ficou conhecida depois que
seus 700 adeptos esperaram o dilúvio no dia 13 de maio de 1980. Se resume hoje a 15 fiéis.

7. BRASÍLIA

ORDEM ESPIRITUALISTA CRISTÃ VALE DO AMANHECER

Criada nos anos 60 pela médium sergipana Tia Neiva, a seita promove o sincretismo religioso
ao venerar dos faraós do Egito a Iemanjá. Eles contabilizam 36 mil adeptos no Distrito Federal.

8. RIO DE JANEIRO

CÉU DO MAR

Busca expandir a consciência com o Santo Daime, chá que mistura o cipó jagub e a erva rainha.
Ganhou fama ao cativar artistas. Atrai 200 pessoas a cada reunião.

9. SÃO PAULO

MENINOS DE DEUS

Com origem na pregação de David Moisés Berg, nos Estados Unidos, foi rebatizada mundo
afora. No Brasil, por exemplo, chama-se A Família. Foram acuados, em 1989, de sequestro de
crianças em Porto Alegre e, em 1993, de abuso sexual de menores na Argentina.
MAIS UMA SEITA SATANISTA
José Luis de Jesus Miranda é mais um desses “predestinados excêntricos” que usam seu carisma
para espalhar perturbação, perplexidade numa terra sedenta por novidades exóticas. Diz ser pastor e
utiliza uma tatuagem666 afirmando ser Deus, Jesus e o anticristo ao mesmo tempo. Essa
combinação transforma José Luis de Miranda num mutante, um elemento híbrido, uma subespécie de
categoria taxonômica. Isso vai do jocoso para o dantesco.
Como todos os demais ele é chamado de “papai” pelos seus seguidores. Olha, eu não queria
ser filho de um pai com as combinações acima citadas; ora, convenhamos, os filhos desse “papai”
poder vir a se tornar experimentos de laboratórios científicos.

Imagina um “papai” desses. Ele fala verdade, como “deus”, mas mente como o anticristo.

Veja esta contradição do “três-em-um”:

Miranda visitou a Costa Rica em outubro e realizou uma reunião sem a presença dos “milhares” de
seguidores que ele afirmava ter no país, mas reunindo apenas algumas dúzias de pessoas.

E aí? Na boa, isso é extremamente ridículo! É bater palmas pra maluco!

COMO ACREDITAR NAS INFORMAÇÕES DO PAI DA MENTIRA?


• Ele diz, o 666, que tem milhares de seguidores, chegando a um total de 2 milhões, ao redor do
mundo. Mas como acreditar num deus-jesus-anticristo, um três-em-um? Isso é uma aberração
escatológica.

• Ele diz que não precisa fazer orações a Deus, porque seria Deus orando a Deus. Ele diz que é
o próprio Deus. “O espírito que está em mim é o mesmo espírito que estava em Jesus de Nazaré”,
diz José Luis de Jesus.

• José Luis de Jesus também não se encaixa no molde do líder comum de igreja. De Jesus
zomba dos tradicionais votos de pobreza. Ele diz que a igreja lhe paga como salário 136 mil dólares
por ano, mas ele vive com mais extravagância do que essa quantia permite. Durante uma entrevista,
ele mostrou aos jornalistas da CNN um relógio Rolex coberto de diamantes e disse que ele tem outros
três iguaizinhos. Ele viaja em carros Lexus e BMW blindados, afirma ele, para sua própria segurança.
Quem lhe deu todos esses presentes foram seus devotos seguidores.

• Interessante que todos eles – quase sem exceção – dizem ter tido a visitação de anjos,
profetas que falaram com eles e com mais ninguém. Esta é a “síndrome do profeta único”.

• De Jesus, de 61 anos, cresceu em Porto Rico. Ele tem passagens pela polícia por pequenos
roubos e eraviciado em heroína.

PROFETAS “FALARAM COMIGO”

De Jesus diz que ficou sabendo que ele é o Jesus reencarnado quando num sonho ele
recebeu a visita de anjos.

“Os profetas, eles conversaram comigo. Levou-me tempo para aprender isso, mas eu sou o que eles
estavam aguardando, o que eles vêm aguardando há 2.000 anos”, declara o pseudo-pastor.

Só um ex-viciado em heroína pode ter visão tão estapafúrdia!

OS MAL COMPREENDIDOS:

José Luis de Jesus e seus crentes dizem que a igreja deles — “Creciendo en Gracia”, palavra
espanhola que significa “Crescendo na graça” – é mal compreendida. Os seguidores do movimento
dizem que eles têm prova de que seu pastor é divino e de que sua igreja logo será uma grande
religião no mundo.
A igreja que ele começou a construir 20 anos atrás em Miami não tem nada parecido:

Os seguidores dele fazem protestos contra outras igrejas cristãs em Miami e na América Latina,
tumultuando cultos e missas e esmagando cruzes e estátuas de Jesus.

Um grupo desta seita invadiu o Estádio Nacional Francisco Morazán em São Pedro da Sula
(Honduras) para interromper a Celebração Eucarística que estava sendo realizada.

José Luis de Jesus prega que não há diabo e pecado. Seus seguidores, diz ele, não podem
literalmente cometer erro algum aos olhos de Deus.

A igreja chama-se o “Governo de Deus na Terra” e usa um selo semelhan- te ao selo do


governo dos Estados Unidos. Fazendo a obra de Deus com os carros e relógios mais caros.

Embora o número 666 seja um número geralmente associado a Satanás, não ao Filho de Deus,
José Luis de Jesus diz que o 666 e o anticristo são, como ele, mal compreendidos.

SUAS DOUTRINAS EXÓTICAS

• O anticristo não é o diabo. Ele é o ser que substitui Jesus na Terra.


• O anticristo é a melhor pessoa no mundo. “O anticristo significa: não fixe os olhos em Jesus
porque Jesus de Nazaré não era cristão. O anticristo significa: não fixe os olhos em Jesus Cristo de
Nazaré. Fixe em Jesus após a cruz”.

• O sacrifício de Jesus Cristo, o verdadeiro, acabou de vez com o diabo e o pecado. Por isso,
garante que “estamos todos automaticamente salvos”.

• Jesus de Nazaré não deve ser adorado.

• O número da besta é “como um sinal de solidariedade e salvação”.

• Seus seguidores não podem literalmente cometer erro algum aos olhos de Deus

• Seus encontros são chamados de “a reunião dos deuses”.

• O pecado e satanás não existem.

• Os bispos católicos são chamados de “ministros de satanás”.

• Jesus Miranda se autoproclama “deus”.

• Acredite se quiser: a seita tem até uma escola de samba, a “666”, que fez festa no aeroporto
na última visita de Jesus Miranda ao Brasil. Com sua vinda recente, o autoproclamado “deus”
pretende aumentar sua influência em terras brasileiras.

PS.: A associação do número 666 está presente na Bíblia, no capítulo 13 do livro do Apocalipse
(“Aqui há sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o número da Besta, porque é número de um
homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis”), e tornou-se famosa com o filme de terror “A
Profecia” (1976), em que o personagemDamien, enviado do demônio, leva os números como um
sinal de nascença na cabeça. Também o nome Neron Caesar (César Nero) em grego vertido para o
hebraico representa 666.

AS TATUAGENS

Dezenas de seguidores do porto-riquenho José Luis de Jesús Miranda, que se diz “Jesus Cristo feito
homem”, tatuam-se com o número 666, seguindo as ordens de seu líder religioso.
O líder da igreja mostrou na televisão sua tatuagem com o 666 no braço. Ele pediu a seus fiéis
que fizessem o mesmo, como uma senha de solidariedade e salvação.

Alguns fiéis consultados pela imprensa disseram que o número “não tem nada de satânico”,
como diz a doutrina cristã.
“Não é algo negativo nem satânico, pelo contrário, nós lutamos contra o satanismo”, disse um
homem não identificado após sair da casa de tatuagens.
A Igreja Crescendo em Graça tem investido também na doutrinação de crianças, pelo
ministério “Super-Raça”. Segundo nota da seita,
“o objetivo principal de nosso Pai, Apóstolo e Deus, José Luis de Jesus Miranda, é iluminar os olhos
do entendimento dos filhos de Deus ao redor do mundo através do conhecimento da graça. Isto inclui
os espíritos em vasos de barro adultos e também crianças (...) Cada tema (...) é desenvolvido para as
crianças apoiado como atividades para que assim recebam também o conselho de nosso Apóstolo”.
PERORAÇÃO:
Do que ficou assentado acima, José Luis de Jesus é um novo Jim Jones, David Koresh, Charles
Manson, John Withcapple, Shoko Asahara como tantos outros tresloucados semelhantes que já
passaram pela história.
Mas, para mim, o pior de toda essa inimaginável loucura está no perigoso sintoma que ela me
passa de ver pessoas, aparentemente normais, fazendo escolhas estapafúrdias e dizendo
cinicamente estar seguindo a verdade.
Seguir a mentira dizendo ser verdade; seguir o diabo dizendo estar seguindo a Deus; seguir o
anticristo dizendo estar seguindo Jesus Cristo é dissolução da própria identidade de ser humano.

Bem que Jesus, o verdadeiro, alertou em Mateus 24,5 que muitos viriam em seu nome,
dizendo “eu sou o Cristo”.

Assim as Escrituras Sagradas nos avisam:

“Cuidai que ninguém vos seduza. Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzi- rão
a muitos” (Mt 24, 4-5).

“Então se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. Porque se
levantarão falsos cristos e falsos profetas, que farão milagres a ponto de seduzir, se isto fosse
possível, até mesmo os escolhidos” (Mt 24. 23,24)

“Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos
arrebatadores” (Mt 7.15).

“Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão
amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais,
ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do
bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo
aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta- te também desses” (1 Tm 3.1-5).

“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam
mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada” (1 Tm 4.1,2).

“Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o anticristo vem. Eis que já há muitos
anticristos, por isto conhecemos que é a última hora” (1 Jo 2.18).

“Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque
muitos falsos profetas se levantaram no mundo” (1 Jo 4.1).

Alerta povo de Deus! SOLUS CHRISTUS!

MAIS JESUS E MENOS RELIGIÃO

E se eu lhe disser que Jesus veio para abolir a religião?


E se eu lhe disser que nunca foi a missão de Jesus pertencer a um partido conservador?
E se eu lhe disser que ser conservador não significa que automaticamente você é um cristão?
E só porque você chama algumas pessoas de cegas isso não lhe dá visão automaticamente
Quero dizer, se a religião é tão boa por que causou tantas guerras?
Por que se constrói igrejas enormes, mas não se consegue alimentar os pobres?
A religião diz às mães solteiras que Deus não as ama se elas já estão divorciadas.
Mas no Velho Testamento, Deus realmente chamou pessoas religiosas de prostitutas.
A religião pode pregar sobre a graça, mas o que pratica é outra coisa.
Tendem a ridicularizar o povo de Deus, como fizeram com João Batista.
Eles não podem corrigir os seus problemas, e tentam apenas mascará-los.
Sem perceber que a religião é como jogar perfume sobre um caixão.
O problema com a religião é que ela nunca chega ao centro do problema.
É apenas modificação de um comportamento, como uma longa lista de tarefas.
É como se vestir bem por fora, parecendo bonito e arrumado.
Mas é engraçado que eles faziam isso com as múmias enquanto o corpo apodrecia por baixo daquilo tudo.
Não estou dizendo que não adianta sair na rua com cara de crente, porque há um problema.
Se as pessoas só sabem que você é cristão pelo seu facebook.
Quer dizer, em todos os outros aspectos da vida, você sabe que não tem lógica.
É como dizer que você joga para um time só porque você comprou uma camisa oficial.
Eu sei como é, pois já passei por isso, mas ninguém parecia se importar comigo.
Agir como um garoto crente enquanto é viciado em pornografia.
No domingo vai para a igreja, mas no sábado fica bêbado.
Vivendo como se tivesse sido criado apenas para transar muito e se acabar na balada.
Eu passei minha vida inteira construindo essa fachada bonita.
Mas agora conheço Jesus, vanglorio-me em minha fraqueza.
Porque se a graça é como água, então a igreja deveria ser um oceano.
Não é um museu de pessoas boas, é um hospital para doentes de alma.
Isso significa que eu não preciso esconder meus erros, eu não preciso esconder o meu pecado porque
não depende de mim, eu é que dependo d’Ele
Veja bem porque quando eu era inimigo de Deus certamente não era um fã. Ele olhou para baixo e disse:
“Eu quero esse cara”
É por isso que Jesus odiava religião, e chamou-os de “tolos”.
Você não vê que seguir a Ele é melhor que seguir algumas regras.
Agora vou deixar bem claro: Eu amo a igreja! Eu amo a Bíblia!
E sim, eu acredito na existência do pecado. Mas se Jesus fosse até a sua igreja você o deixaria entrar?
Vale lembrar que Ele foi chamado de glutão e beberrão por homens religiosos.
Mas o filho de Deus nunca suportou auto justificação nem então e nem agora.
De volta ao assunto, uma coisa é vital mencionar: Jesus e a religião estão de lados opostos.

JESUS VERSUS RELIGIÃO

Ele é obra de Deus, mas ela uma invenção de homens.


Ele é a cura, mas ela a infecção.
A religião diz o que você deve fazer,
Jesus diz o que Ele já fez.
A religião diz “escravos”, Jesus diz “filho”.
A religião coloca você em uma prisão,
enquanto Jesus liberta você.
A religião te deixa cego, mas Jesus faz você ver.
E é por isso que a religião e Jesus são coisas tão diferentes
Religião é o homem procurando Deus,
Salvação é Deus procurando o homem
É por isso que a salvação é de graça e o perdão também.
Recebi o perdão de Deus não por causa dos meus méritos, mas apenas pela obediência de Jesus.
Porque Ele recebeu uma coroa de espinhos e o sangue escorreu do seu rosto
Ele sofreu o que todos nós merecíamos, acho que é isso que chamamos de “graça”.
Ao ser assassinado, Ele gritou: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem!”
Porque quando estava pendurado na cruz Ele estava pensando em você.
Ele pagou por todos os nossos pecados e os levou com Ele para o túmulo
É por isso que para quem se ajoelha diante da cruz, Ele diz: “Vem, tem espaço pra mais um”.
E a religião? Não, eu odeio isso.
Na verdade, eu literalmente não suporto mais isso porque quando Jesus disse “está consumado!”
Eu acredito que estava mesmo!
Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o descrente, a sua fé lhe é imputada como
justiça (Romanos 4.5).

O MANDAMENTO DE AMOR QUE ENVOLVE O DÍZIMO E AS OFERTAS

O dízimo neotestamentário não é uma “obrigação legal” como o era no Velho Testamento. O dízimo,
como prática do Novo Testamento, trata-se de uma “obrigação moral”, o que é muito mais contundente
como compromisso, e advém de um sentimento de

. Manutenção

. Provisão

. Cooperação

. Partilha

. Generosidade.

Mas se não é uma “obrigação legal” o é ainda mais porque se trata de uma “obrigação moral”. Isto
em razão do fato de que tanto na “obrigação legal” quanto na “moral” o que é importante mesmo é o
compromisso e este compromisso as pessoas devem tê-lo por amor. Mas o que deve ficar bem claro aqui
é que tanto um quanto o outro (o legal e o moral) deve ser feito com amor, uma vez que também podemos
praticá-lo sem amor.

1) MANUTENÇÃO – “E ordenou ao povo, que morava em Jerusalém, que desse a parte dos
sacerdotes e levitas, para que eles pudessem se dedicar à lei do SENHOR” (1 Crônicas 31.4). Em
Malaquias lemos: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e
não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes" (Malaquias
3:10).

2) PROVISÃO – 1 Timóteo 5.17-18: “17 Os presbíteros que governam bem sejam estimados por
dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; 18 Porque diz a
Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário.” Neste texto, “honra”
tem que significar mais que [meras] estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a
Timóteo “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas.” Honrar estas viúvas é prover para elas (v. 8)
é assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo menciona “honrar” os anciãos que trabalham duramente na
pregação e ensino [da Palavra], imediatamente depois que ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que
ter a mesma coisa em mente – prover e assistir aos anciãos financeiramente, de modo que possam se
dedicar ao trabalho de labutarem na Palavra. Um ensinador é como um boi que deve ser permitido comer
enquanto está debulhando. Em outras palavras, deve ser sustentado e cuidado enquanto está trabalhando
com todo esforço. Ele também é como um operário, o qual é digno de seu salário. Assim a Bíblia
assevera: “Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais milita à sua própria
custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do
leite do gado? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de
Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos
bois? Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve
lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. Se nós vos
semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? Se outros participam
deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes
suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os
que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao
altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do
evangelho” (1 Coríntios 9.6-14).

3) COOPERAÇÃO – Paulo escrevendo aos filipenses fala da sua cooperação para com a Obra de Deus:
“Pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora” (Filipenses 1:5). A igreja que mais
cooperou com a comunidade que estava em Jerusalém foi a igreja da Macedônia: “Também, irmãos, vos
fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação
houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua
generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder,
deram voluntariamente. Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste
serviço, que se fazia para com os santos. E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si
mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus” (2 Coríntios 8.1-5).

4) PARTILHA – “Olhai para Jesus como o padrão e exemplo do vosso contribuir. Procurai a Deus
diligentemente, sede generosos e prontos a compartilhar, para que entesoureis para vós mesmos o
tesouro de uma boa fundação para o futuro, de modo que alcanceis aquela que é a verdadeira vida!” (1
Tm 6.18,19). Assim confirma Paulo: “E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com
aquele que o instrui” (Gálatas 6:6).

5) GENEROSIDADE – Atos 2.44-45: “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em
comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de
mister.” O espírito de amor e generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de própria
vontade e alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e possessões, para ministrarem às
necessidades dos outros santos. Eles chegaram mesmo ao ponto de vender suas terras e casas para
tomarem conta um do outro (Atos 4.34).

O QUE É A IGREJA HOJE?

A igreja está se tornando numa instituição sem referencial, sem centro, um lugar de
encantamentos, magias, exotismo, misticismo, onde acontecem as misturas culturais mais
grotescas, o domínio da aparência, a falta de conteúdo, a presença esmagadora do medo, do
sentimento de culpa associado à punição...

A igreja está se transformando num altar onde se expurga pecados através... de ações meritórias,
moralismos, troca de acusações, juízos, opressões, lugar de gente que tem o “espírito do irmão
do filho pródigo”...

A igreja está se tornando – e isso realmente apavora – num lugar de incentivo ao "evangelho
desencarnado": um estilo de vida que privilegia mais o imaginário em detrimento do real; é a
negação do corpo e da vida, no presente, para pensar só no futuro...

A igreja está se tornando num paraíso artificial, fazendo dos seus cultos reuniões de total e
completa alienação, lugar de anestesia da consciência, uma total negação ao ensino de Jesus
acerca do Reino de Deus.
A igreja está se transformando num "parque de diversões", numa "casa de massagem", um lugar
de encontros vãos, robotizados, mecanizados, androidizados...

A igreja está se transformando num laboratório de experimentos onde o maior empenho é


conseguir transformar Deus a sua imagem e semelhança...

A igreja vem se institucionalizando aceleradamente, perdendo sua razão de ser, hierarquizando-


se cada vez mais e distanciando-se das Boas Novas de Jesus...

A igreja está se transformando num lugar de medo, angústia, neuroses, psicoses,


esquizofrenias...

A igreja hodierna está sendo muito solidária ao poder temporal, enverga-se estranhamente aos
apelos dos "balaques" atuais, invocando as bênção de Deus por homens que - sabe-se - estão
longe de serem, pelo menos, homens de caráter.

A GRANDE VERDADE

A igreja de hoje, nem de longe, se compara com o programa que Jesus estabeleceu para ela nos
evangelhos sinóticos.

O que torna um homem pecador?


9
O evangelista deve entender que, primeiro é essencial a ação regeneradora de Deus, que faz um novo
homem, e então, tudo se faz novo. Para tanto, basta ao evangelista anunciar as boas novas do evangelho,
ou seja, que Cristo foi manifesto em carne, viveu sem pecado por ter sido gerado de Deus, foi crucificado,
ressurgiu e está assentado à destra de Deus.
"Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de
beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" ( Jo 4:10 )
É comum em evangelismo a seguinte pergunta aos descrentes: “Você é bom o suficiente para entrar no
céu por seu próprio merecimento?”, e não pude me furtar a algumas considerações.
É uma estratégia evangelística enfatizar a miserabilidade do homem em pecado para apresentar Cristo, o
redentor, porém, erram ao considerar que a miserabilidade da humanidade decorre das disposições
internas do homem.
Muitos cristãos ainda não compreendem porque o homem é pecador, pois reputam que o pecado está
atrelado ao comportamento, à moral e ao caráter do homem.
O que torna um homem pecador?
O apóstolo Paulo responde, pois ele demonstrou que todos os homens estão destituídos e carecem da
glória de Deus ( Rm 3:23 ). O homem é pecador porque foi destituído, ou seja, está alienado de Deus. É
tido por miserável porque carece, ou seja, necessita da glória de Deus.
Por estar alienado de Deus o homem está destinado ao inferno de fogo, pois o inferno é o lugar destinado
ao diabo e todas as gentes que se esquecem de Deus ( Sl 9:17 ). Estar destinado ao inferno não é uma
questão de merecimento, antes diz de uma condição própria a todos os homens gerados de Adão.
É temerário simplesmente destacar que o homem é ‘merecedor’ do inferno, o que pode levar os pecadores
a considerar a perdição como sendo algo proveniente de questões comportamentais, o que
inexoravelmente acaba promovendo a ideia da salvação pelas obras.
A Bíblia não ensina que o homem é ‘merecedor’ do inferno, ou seja, que o inferno vincula-se a uma
questão meritória, antes ela demonstra que todos que entraram pela porta larga seguem por um caminho
largo que conduz à perdição ( Mt 7:13 -14).
Cristo é a porta estreita, e para entrar por Ele é necessário ao homem nascer de novo ( Jo 3:3 ). Isto indica
que Adão é a porta larga por onde todos os homens entram ao nascer ( 1Co 15:45 ).
Nenhuma questão meritória é destacada com relação à perdição ou a salvação, antes é demonstrado na
Bíblia que o homem é gerado em pecado, ou seja, alienado de Deus ( Sl 51:5 ). Que desde a madre os
homens desviam-se de Deus, e por possuírem um coração corrupto, proferem mentiras desde que
nascem ( Sl 58:3 ; Mt 12:34 ).
A porção dos filhos de Adão é somente este mundo, e estão destinados a saciarem-se somente da ira que
Deus entesourou para eles. Sem qualquer mérito ou demérito, todos os filhos dos homens deste mundo
também serão fartos da ira do Senhor, e dela sobejarão, pois são filhos da ira e da desobediência ( Sl
17:14 ).
É por isso que o apóstolo Paulo reitera o que anunciou o salmista Davi: “Não há um justo se quer” ( Rm
3:10 ). Ou seja: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis” ( Rm 3:12 ).
O que fez com que todos os homens se extraviassem? O apóstolo Paulo anuncia que todos se
extraviaram porque um pecou, e por isso, todos pecaram. Um só foi destituído, e todos foram destituídos
da glória de Deus ( Rm 5:12 ).
Segundo o profeta Miqueias, um homem piedoso pereceu, e desde que ele (Adão) pereceu não há entre
os filhos dos homens um que seja justo. O melhor dos homens é um espinho, e o mais justo não passa de
uma sebe de espinhos, o que demonstra que ser pecador e estar destinado ao inferno não é uma questão
de mérito, antes diz de uma condição própria a todos que são gerados segundo a carne, o sangue e a
vontade do varão ( Jo 1:12 ).
Como ser salvo? Ora, por obras e méritos é impossível, pois a Bíblia é clara: "O melhor deles é como um
espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos" ( Mq 7:4 ). Por mais que um homem tente ser o
mais reto e se destacar como o melhor dos homens, continuará perdido.
Quando se destaca a santidade de Deus em uma pregação, não devemos contrastá-la com questões
comportamentais, antes com a natureza do homem que foi gerado de Adão.
Ora, o pecado é ação/omissão, ou uma condição própria a natureza humana decaída? Já vimos que o
pecado é uma condição, e embora o termo também seja utilizado para designar ações e omissões dos
homens, não são as ações e as omissões que alienaram o homem de Deus, antes ter sido gerado de
Adão.
Jesus mesmo afirma: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do
pecado" ( Jo 8:34 ), ou seja, só é sujeito do verbo ‘pecar’ aqueles que são servos do pecado, por
conseguinte, não é próprio aos servos da justiça figurar como sujeitos do verbo ‘pecar’ ( 1Jo 3:6 e 9).
Quando o homem nasce segundo Adão, nasce na condição de servo do pecado, e, portanto, é pecador.
Todas as suas ações são malignas, e por ser imundo, tudo que realiza é imundo, pois é impossível do
imundo tirar de suas ações algo de puro ( Jo 14:4 ).
Santidade é um dos atributos de Deus, e para o homem ser santo, necessariamente precisa compartilhar
da natureza divina. Por natureza Deus é santo, e por natureza, todos que recebem poder para serem
gerados de novo são santos, ou seja, separados da corrupção que há no mundo "Pelas quais ele nos tem
dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina,
havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo" ( Jo 1:12 ; 2Pe 1:4 ).
Ao anunciar o evangelho, o cristão deve anunciar a mensagem da cruz. Mas, qual é a mensagem da cruz?

 Que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (os que haviam se perdido) ( 1Tm 1:15 );
 Se for possível, esclareça porque os homens se perderam, ou seja, destacando a incredulidade de
Adão, e que, por causa dele, todos foram destituídos da comunhão com Deus ( 1Co 15:22 );
 Destaque também que a obra redentora de Cristo é fazer com

que o homem volte a compartilhar da glória que perdeu, e que para compartilhar da natureza divina
é necessário ser gerado de novo ( Jo 17:22 ).

Como evangelista o cristão deve entender que é essencial que primeiro Deus efetue a limpeza do homem
pelo lavar regenerador da palavra, que se resume nos tópicos elencados acima. O evangelista não pode
agir como os escribas e fariseus, que ‘limpavam’ o exterior dos homens, mas o interior continuava imundo.
Os escribas e fariseus queriam limpar os homens tornando-os prosélitos, e o ‘produto’ que utilizavam era a
religiosidade, a legalidade, a moralidade, o formalismo e o ritualismo. ‘Limpavam’ somente o exterior dos
seus seguidores, como o fazem muitas religiões e sistemas filosóficos ao longo dos séculos.
Nenhum homem ou sistema religioso possui o poder necessário para limpar o interior do homem. Somente
Deus, através da sua palavra encarnada, que é poder para salvação de todos que creem, limpa o homem
completamente, pois ele concede um novo coração e um novo espírito "Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e
também do grego" ( Rm 1:16 ).
Jesus mesmo disse que o interior somente Deus pode lavar ( Mt 23:25 ), o que é possível somente através
da palavra do evangelho "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" ( Jo 15:3 ).
Quando Deus efetua o lavar regenerador ( 1Pe 1:23 ), primeiro é limpo o interior, e como conseqüência, o
exterior também fica limpo ( Mt 23:26 ). Ele arranca o coração de pedra e coloca um coração de carne,
pois somente Deus tem poder para criá-los de novo “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e coloca em
mim um espírito reto” ( Sl 51:10 ) "E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e
tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne" ( Ez 11:19 ).
É por isso que o salmista pede a Deus que o limpe ( Sl 51:7 ), pois a limpeza que Deus efetua começa
com a troca do coração e do espírito, pois e operado um novo nascimento.
O evangelista deve entender que, primeiro é essencial a ação regeneradora de Deus, que faz um novo
homem, e então, tudo se faz novo. Para tanto, basta ao evangelista anunciar as boas novas do evangelho,
ou seja, que Cristo foi manifesto em carne, viveu sem pecado por ter sido gerado de Deus, foi crucificado,
ressurgiu e está assentado à destra de Deus.
Somente quando o novo convertido estiver com o entendimento cativo em obediência a Cristo, estará apto
a ser orientado a que deixe os comportamentos considerados pela sociedade como perniciosos.
Somente quando o homem entende a extensão do amor de Deus demonstrado em Cristo estará apto a ser
repreendido em tudo, como assevera o apóstolo Paulo "Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E
estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência" ( 2Co 10:5 ;
Ef 3:18 ).
Antes de pedir aos homens que se portem de modo digno é necessário anunciar-lhes a mensagem do
evangelho, ou seja, a vocação com que será chamado das trevas para a maravilhosa luz. Após ouvir a
mensagem do evangelho, o homem que antes era trevas e que após crer passou a ser luz no Senhor,
estará apto a andar na condição de filho da luz "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no
SENHOR; andai como filhos da luz" ( Ef 5:8 ).
Por que este alerta aos evangelistas? Porque em nossos dias o evangelho de Cristo está em terceiro
plano e os discursos dos púlpitos transformaram-se no evangelho moral, ético, social ou da prosperidade.
Muitos levantam uma bandeira contra o homossexualismo, o aborto, a eutanásia, reforma agrária, etc., e
entendem que este seria o evangelho de Cristo.
Será que nunca leram a recomendação de Jesus? Deixa os mortos que enterrem seus mortos! Anunciar o
reino de Deus não é o mesmo que se ocupar das questões próprias aos mortos "Mas Jesus lhe observou:
Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus" ( Lc 9:60 ).
Jesus alertou que os pobres sempre estarão entre os homens, porém, muitos querem que o evangelho
seja um modelo de transformação socioeconômico "Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a
mim não me haveis de ter sempre" ( Mt 26:11 ).
Esquecem da recomendação das escrituras que diz: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está
sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda" ( Ap 22:11 ).
Levantar bandeiras contra o uso de drogas, álcool, sexo, vida noturna, etc., não livra ninguém do caminho
de perdição.
Jesus mesmo disse: "E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim,
não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" ( Jo 12:47 ). Ora, se Cristo não veio julgar o mundo,
visto que sob o mundo já pesa uma condenação, como os seguidores de Cristo se propõe a levantar uma
bandeira contra as ações dos homens sob o domínio do pecado?
Qual a função do evangelista? Anunciar as palavras de Cristo, e se não ouvirem, não são passíveis de
julgamento, uma vez que a humanidade já está condenada, porque não crê no nome do filho de
Deus "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no
nome do unigênito Filho de Deus" ( Jo 3:18 ).
A função do pregador não é ‘limpar’ o imundo com leis, preceitos e regras, pois será um trabalho inútil.
Convencer os ouvintes a deixarem de fumar, beber, roubar, furtar, não mentir, não os conduzirá a Deus,
pois o caminho a Deus é Cristo.
Os fariseus e escribas utilizavam vários preceitos na tentativa de conduzir o homem a Deus, mas não
conseguiam. A conformidade comportamental com a lei não conduz ninguém a Deus, pois para cumprir a
lei de Deus só é possível àqueles que forem circuncidados no coração por Deus "E o SENHOR teu Deus
circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com
todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas" ( Dt 30:6 ).

TODO HOMEM É PECADOR

ROMANOS [3]:23 Todos pecaram.


I JOÃO [1]:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade
não está em nós.
ECLESIASTES [7]:20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
TIAGO [2]:10 Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado
de todos.
ROMANOS [14]:23 Aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da
fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.
SALMO [39]:5 Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de
ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.

O PECADOR NÃO PODE SALVAR A SÍ MESMO


POR SUA BONDADE OU SUAS OBRAS :
ROMANOS [3]:10,12 Não há justo, nem sequer um… Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis.
Não há quem faça o bem, não há nem um só.
GÁLATAS [2]:16 O homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos
também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei.
TITO [3]:5 Não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou.
EFÉSIOS [2]:8,9 Pela graça sois salvos, por s gentios, e eles à vem de vós, é dom de Deus; não vem das
obras, para que ninguém se glorie.

NEM POR SEU DINHEIRO :


ISAíAS [52]:3 Sem dinheiro sereis resgatados.
I PEDRO [1]:18,19 Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados… mas com
precioso sangue de Cristo.

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NEM PELA RELIGIÃO :
TIAGO [2]:19 Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem.
TIAGO [1]:26 Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua
religião é vã.
MATEUS [15]:8,9 Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em
vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.
MATEUS [7]:22,23 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e
em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

NEM PODE TIRAR SEUS PRÓPRIOS PECADOS :


JEREMIAS [2]:22Ainda que te laves com salitre, e uses muito sabão, a mancha da tua iniqüidade está
diante de mim, diz o Senhor Deus

O PECADOR ESTÁ PERDIDO


ROMANOS [6]:23 O salário do pecado é a morte.
EZEQUIEL [18]:4 A alma que pecar, essa morrerá.
EFÉSIOS [2]:1 Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados.
JOÃO [8]:24 Se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.
ISAíAS [59]:2 As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.
JOÃO [3]:3 Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
JOÃO [3]:18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome
do unigênito Filho de Deus.
JOÃO [3]:36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida,
mas sobre ele permanece a ira de Deus.
MATEUS [25]:41,46 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos… E irão eles para o castigo eterno, mas os justos
para a vida eterna.
APOCALIPSE [21]:8 Quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos
adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de
fogo e enxofre, que é a segunda morte.
MATEUS [13]:49,50 Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e
lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

CRISTO MORREU PELOS NOSSOS PECADOS.


ROMANOS [5]:8 Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores,
Cristo morreu por nós.
I PEDRO [2]:24 Levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos
para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
I PEDRO [3]:18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito.
ISAíAS [53]:5,6 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.Todos
nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez
cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
I JOÃO [2]:1,2 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e
não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
JOÃO [1]:29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo.

Só Jesus pode perdoar nossos pecados e nos dá uma nova vida.


1 João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça.
João 14:6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

Para se libertar dos pecados você precisa aceitar a Jesus e procurar seguir seus mandamentos, procure
uma igreja mais próxima e fale com os dirigentes que você deseja aceitar a Jesus.
Mateus 10:
32 Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está
nos céus.
33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos
céus.

O HOMEM PECA PORQUE É PECADOR OU É PECADOR PORQUE PECA?

Até hoje sabe-se muito pouco, talvez quase nada, dessa questão bimilenar. Alguns – para não dizer
a grande maioria – não tiveram nem chance de conhecer as teorias antigas que rodearam este tema por
tantos séculos. Ora, se nem o conhecimento das correntes de pensamentos se tem, imagine as novas que
invadiram os espaços sagrados da teologia tradicional, interpretando e aculturando a linguagem bíblica
nas categorias filosóficas e científicas do nosso tempo.
Quero, no entanto, adiantar ao leitor que este assunto não tem por objetivo entrar nos méritos e no lingua-
jar da teologia sistemática. Primeiro porque não é este o nosso objetivo. Segundo, porque não desejo
enfadar o leitor com teorias e querelas teológicas sobre o pecado original. Por outro lado, não quero ser
também demasiado simplório na exposição de motivos – pois, fatalmente, cairia no indesejável axioma
dogmático da penalidade da raça humana por relação biológica com Adão, cabeça federal da humanidade.
Isto porque esta forma agostiniana de pensar elimina, por assim dizer, responsabilidades pessoais
e promove uma mentalidade ao nível de um determinismo fatalista.
Reflitamos: Se o homem nasce pecador, qual a responsabilidade que lhe cabe, pelo menos neste
aspecto da herança da corrupção moral, uma vez que sua natureza lhe foi imputada? E como pode lhe ser
imputada a culpa de seu pecado, se não pode se arrepender do pecado de Adão?
Esta interpretação, ao que parece, coloca Deus em posição de estranha corresponsabilidade pela
situação degenerada da raça humana e, por conseguinte, fá-lo devedor permanente ao homem, que, por
sua vez, recebe a salvação em Cristo como pagamento da dívida divina para com ele, pelo fato de Deus
saber, de antemão, que Adão ia pecar. Afora isso, ainda há uma dívida divina concernente ao livre-arbítrio,
que, levando-se em conta o estado pecaminoso em que nasce o homem, passa a ser um tipo de liberdade
condicionada. Se livre-arbítrio equivale a escolha livre, que liberdade tem o homem-vítima-da-natureza-
adâmica, uma vez que toda sua escolha é comandada pela sua natureza corrompida?
Aqueles que advogam este pensamento não sabem que estão transformando o homem-
réu em homem-vítima. Mais: esta maneira de pensar ratifica também a teoria calvinista da
predestinação. Sim, porque se o homem nasce pecador, ele, por assim dizer, está morto espiritualmente.
Partindo desse pressuposto, se está dizendo que o homem não tem, por si só, a mínima condição de
receber o plano de salvação de Deus em Cristo Jesus. Logo, só a escolha divina pode transformar este
estado de insensibilidade em que o homem se encontra quando está sem Deus, fazendo com que ele
ressuscite para a Graça Salvadora, até então inexistente e despercebida em sua vida. Ora, esta posição
teológica deve ser mais aprofundada – porque faz de Deus um tirano, que é capaz de condenar ao
suplício infernal todos os homens e, alguns, a um duplo juízo: o de nascer pecador e o de não ser um dos
escolhidos para a salvação em Cristo.
Exatamente por achar essa ideia incompatível com as descobertas científicas mais recentes e com a
coerência teológica, que Paul Tillich, teólogo contemporâneo, declara que esta concepção de pecado
original implica uma valorização negativa do homem e uma visão pessimista de si mesmo, tornando-o
incapaz de transformar técnica, política e pedagogicamente o mundo.
Embora o pensamento do teólogo alemão seja profundamente diferente das posições tradicionais e,
ainda pelo fato de em outras declarações apontar o episódio da queda do homem-Adão – dito em suas
próprias palavras – “como forma mitológica da narrativa bíblica”,Tillich é feliz quando assevera que a
forma de pensar dos antigos teólogos sobre a questão do pecado original implica uma perigosa
valorização negativa do homem.
Já não basta – diz Tillich – a avalancha de situações pelas quais o homem tem de passar? Já não
bastam os desafios que a vida o impõem, colocaremos um jugo a mais no homem sobre o qual não tem
chance de se libertar (só se for um eleito)? Isso é crueldade! (O parêntese é meu.)
O grande culpado de o homem estar sob essa condenação é Agostinho. Foi ele que sistematizou o
pensamento que o pecado de Adão foi o pecado de toda a raça, um pecado de caráter coletivo porque
toda raça estava seminalmente em Adão. Agostinho dizia que em virtude da unidade orgânica da raça em
Adão e por ser ele o cabeça, o representante de todos, Deus imputou o pecado dele imediatamente em
toda sua posteridade. Assim, todos têm a mesma responsabilidade e culpa do seu pecado e Deus pode
justamente considerar condenável e culpada a natureza corrompida com que nascemos.
O Bispo de Hipona foi muito infeliz na sua tese, primeiramente porque deixa as crianças inocentes
em total estado de abandono e de condenação, de modo que teve de criar olimbus infantum. Por outro
lado, o grupo que defende a teoria de Agostinho, com a atenuante da inculpabilidade da criança inocente,
joga por terra todo o argumento agostiniano da herança da corrupção moral. Pois, se uma criança inocente
não está sob a mira do juízo de Deus, então significa que o homem não nasce pecador.
Um outro disparate na colocação agostiniana é que ela prevê reciprocidade nos fatos. Ou seja: se
herdamos o pecado de Adão, podemos herdar também a justiça de nossos pais crentes.
Finalmente, o maior equívoco cometido por Agostinho foi citar versículos solto na Bíblia para apoiar
suas ideias absurdas e heréticas, tais como:
1. Salmo 51.5: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Os que
ousaram interpretar este salmo pelas vias doutrinárias, caíram na absurda conclusão de que o texto
sinaliza para a teologia do pecado original. O equívoco é de proporções tão alarmantes que, hoje, muitos
corifeus da teologia evangélica advogam esta ideia. Mas a dificuldade da maioria dos intérpretes dos
Salmos da Bíblia surge, primariamente, da sua natureza, ou seja, aquilo que são.
A grande massa cristã, por defender o fundamento da inspiração – a Bíblia é a Palavra de Deus –,
toma por certo que a Escritura Sagrada é somente palavras da parte de Deus para as pessoas. Mas se
esquecem que a Bíblia também contém palavras faladas para Deus ou acerca de Deus e nem por isso
deixam de ser a Palavra de Deus.
Os Salmos são exatamente isso. Isto quer dizer que os Salmos são basicamente orações e hinos,
pela sua própria natureza são dirigidos a Deus ou expressam verdadesacerca de Deus em cânticos.
O que não se pode esquecer, no entanto, é que os Salmos são poemas, mas não são poemas
comuns; são poemas musicais. Um poema musical não pode se lido da mesma maneira que uma epístola,
ou uma narrativa, ou uma seção da lei. Tem a intenção de apelar às emoções, de evocar sentimentos
mais do que pensamento proposicional, e de estimular uma resposta do indivíduo que vai além de um
entendimento meramente cognitivo de certos fatos.
Os Salmos não podem ser vistos como repositórios doutrinários, embora tenha o seu conteúdo
teológico. É perigoso, muito perigoso mesmo, ler um Salmo como se ensinasse um sistema de doutrinas,
da mesma maneira que é perigoso fazer isso com a narrativa.
Imagine o leitor se fôssemos ler os Salmos com um sentido doutrinário, o que faríamos, por exemplo,
com o Salmo 137.8 e 9, que exibe o desejo de que as crianças babilônicas sejam esmagadas contra as
pedras? Se lido doutrinariamente, este Salmo estaria ensinando a desejar sempre o pior aos nossos
adversários – sentimento totalmente incompatível com o ensinamento de Jesus no Novo Testamento.
Portanto, quando o salmista, no Salmo 51, versículo 5, diz: “... em pecado me concebeu minha
mãe”, decerto não está procurando estabelecer a doutrina de que a concepção é pecaminosa, ou que
todas as concepções são pecaminosas, ou ainda que sua mãe era pecadora por ter ficado grávida, nem
que a criança já nasce pecadora, nem qualquer coisa semelhante. O salmista empregou a hipérbole – o
exagero com propósito deliberado – a fim de expressar de modo enfático e vívido que é um pecador.
Aviso: quando você agora ler um Salmo, cuidado para não derivar dele ideias que nunca foram
pretendidas pelo poeta musical que foi inspirado para escrevê-lo.
2. Romanos 3.10-12: “Como está escrito: ‘Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não
há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem,
não há nem um só’”.
Em primeiro lugar, Paulo, nesse texto, está declarando que não há nenhuma diferença, em termos
morais, entre judeu e não judeu: todos estão em condição de culpados diante de Deus. Em segundo lugar,
esse texto é resultado de várias observações que Paulo fez do comportamento dos judeus e dos não
judeus, concluindo que todos haviam se extraviado e se tornado inúteis.
3. Romanos 3.23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Observe o leitor
que a palavra anterior a esse versículo é “...porque não há diferença”. Paulo continua declarando que não
há, diante de Deus, nenhuma diferença entre judeu e não judeu, porque todos pecaram. A ideia aqui é a
do pecado de cada indivíduo, como em Romanos 3.9-20.
A ideia de uma glória perdida ou de uma imagem perdida, que tem tido tanta influência na história da
doutrina, não é encontrada na Bíblia. Na Bíblia, a imagem de Deus transmitida na criação nunca é
mencionada como perdida, e a glória de Deus, que é a futura imagem de Deus, na redenção, ainda não foi
alcançada pelo homem pecador. A queda, em Romanos 3.23, é o fato de o homem ficar aquém, e não
de ter caído de, como no pensamento agostiniano.
4. Romanos 5.12: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.
Agostinho, baseando-se neste texto, desenvolveu a sua doutrina do pecado original, entendido como
culpa herdada, e o resultado foi um quadro lúgubre de crianças não batizadas “no limbo”. É significativo
que até os eruditos católicos romanos, contaminados em grande parte por este desastre teológico, agora
estão dizendo abertamente que esta doutrina não se encontra nas Escrituras.
É bom que fique claro ao leitor que a negação do pecado original, entendido como culpa herdada ou
transgressão herdada, não é uma negação das consequências que ocorrem naqueles que repetem o tipo
adâmico da transgressão do Adão histórico (Rm 5.14).
O que fica bem claro neste texto é que a pessoa nasce, em um mundo de pecado, com tendências
para a transgressão, e o aprendizado da lei aumenta o pecado, levando-o a ser verdadeira transgressão.
Em nenhum lugar da epístola aos romanos Paulo diz que todos compartilham da culpa e
transgressão pessoais de Adão antes da sua própria transgressão, ou que todos compartilham da graça e
justiça pessoais de Cristo antes de um ato de fé. Não há universalismo na culpa sem que
hajaresponsabilidade pessoal, como não há universalismo na salvação sem que haja fé pessoal.
Agostinho levou a teologia a desviar-se pela trilha da culpa universal, e Orígenes, pelo caminho da
salvação universal.
5. Efésios 2.1-3: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados; em que noutro tempo
andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da
vossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como
os outros também”. O texto descreve a vida na sociedade greco-romana nos dias de Paulo como é
enxergada do ponto de vista cristão. O texto sugere que a vida humana é vista sob a influência maligna de
poderes infernais, que conservam o homem na servidão tirânica.
A expressão “... por natureza filhos da ira” é um termo hebraico, que significa merecedores da
condenação judicial de Deus. Não existe evidência, aqui, ou em outro lugar na Bíblia, da noção de culpa
original ou para se pensar na ira como emoção indecisa ou vingativa, indigna de Deus. Paulo declara o
fato objetivo de que os homens (quando sem Cristo) sob juízo divino, em virtude das escolhas morais que
fizeram, e estas, por sua vez, são ditadas pela sua natureza deformada (Rm 1.18-22).
Agostinho, bem como muitos ensinadores atuais, cometem um grave erro ao ensinarem, com base
em versículos isolados e mal interpretados, a doutrina do pecado por herança adâmica – pois é
completamente herética e antibíblica.
Ao ouvirem esta exposição, os defensores do pecado original, ou seja, da corrupção moral herdada,
hastiam sua bandeira e perguntam: Primeiro: se o homem não nasce pecador, para que Jesus morreu
por ele? Segundo: pode o homem vir a preterir o sacrifício de Cristo, pelo fato de conseguir viver vida
sem pecado?
Respondemos a estas duas perguntas primeiramente asseverando que é impossível a qualquer ser
humano, na idade da razão, viver uma vida sem pecar, mesmo que more num “Himalaia” da vida, ausente
completamente dos achaques de um mundo moralmente poluído. Não esqueçamos que Adão não nasceu
em pecado e quando cometeu o seu primeiro delito vivia num lugar extremamente afastado das
contradições e ambiguidades hodiernas. O que levou Adão a pecar certamente não foi a inclinação do
velho homem ou sua natureza corrompida, como dizem muitos por aí, e nem porque o meio em que
vivia estava pervertido. Adão era perfeito como criatura de Deus. Adão era um homem livre. Não era um
robô, um androide. Era um ser livre, porque Deus assim o criou. O que eu estou tentando salientar é que o
primeiro homem criado por Deus nasceu com possibilidade de pecar, mas não com necessidade de
pecar.

VAMOS, DE UMA VEZ POR TODAS, ENTENDER ESTA DECLARAÇÃO.


O homem, criado por Deus, nasceu com a capacidade de escolher entre o certo e o errado. Então
quando eu digo que Adão era um homem livre para escolher, eu estou declarando que a liberdade do
homem implica sempre na possibilidade de se praticar o certo ou o errado. Isto quer dizer que Adão, o
primeiro homem, não pecou porque estava destinado a fazê-lo. Ele não transgrediu porque era “carne
ruim”. Adão caiu sem nenhuma necessidade de cair. Muito pelo contrário. Tudo lhe favorecia no Éden para
uma escolha acertada. Adão pecou por livre e espontânea vontade e no uso das suas prerrogativas de
homem-livre.
Os que atribuem maldade ao homem por ser homem, não veem a situação sob a perspectiva da
teologia bíblica.
Ora, todo homem nasce com possibilidade de errar, mas sem necessidade interior que lhe afronte
vida a fora. Seria extremamente injusto se o homem fosse colocado em desvantagem no teste da sua
obediência a Deus. Pois, como lutar contra impulsos interiores incontroláveis?
A visão que se tem da perversão humana a partir do pecado de Adão, é que o homem peca por
necessidade congênita de pecar. Pecar é, nesta acepção, algo que faz parte da natureza humana; é algo
imposto ao ser humano. Não pecar sempre será algo impossível para o homem e esforço inglório. Aliás, é
mesmo impossível para o homem pervertido por natureza cumprir a vontade de Deus. Por outro lado
afirmamos novamente que o homem peca não porque nasce com uma natureza humana deficiente, no
sentido moral, mas simplesmente porque escolhe viver afastado de Deus e do seu amor.
O que ocorre é que, infelizmente, o homem, ao longo de suas muitas escolhas erradas, vai
deformando a sua natureza humana por não desejar viver vida de louvor a Deus. Isto posto, não é a
humanidade do homem que é ruim, má, contrária a Deus, mas, sim, a deformação desta natureza humana
pelas vias dos atos pecaminosos.
A pior sentença que se pode dar a um ser humano é condená-lo a ter que viver vida de constante
repressão com relação aos seus próprios impulsos naturais. Ora, não são os impulsos naturais em si que
são ruins, mas a sua degeneração, a sua deturpação, o seu uso pervertido.
O homem natureza-humana é aquele nascido com possibilidade de pecar, mas sem
necessidade de pecar. Agora, quando Paulo fala do homem-natureza-humana-pecaminosa está se
referindo àquele que, ao longo de sua existência, escolhe viver vida distante dos princípios divinos. Isto
posto, ele não peca porque é pecador, mas ele é pecador porque peca, ou seja, ele se torna pecaminoso
através das suas práticas pecaminosas.
Assentado isso, não é a humanidade do homem – como muitos dizem – que é ruim, má,
contraditória, contrária a Deus, mas, sim, a sua natureza-humana-deformada, em face das constantes
escolhas erradas que vai fazendo ao longo da vida.

UM ARRAZOADO TEOLÓGICO-ANTROPOLÓGICO DA SEXUALIDADE NA BÍBLIA

Após a ministração de ontem à tarde sobre o capítulo 19 de Mateus, em Barueri, SP, algumas
questões foram levantadas sobre a sexualidade. Na tentativa de responder as difíceis perguntas desse
texto – e do assunto em si – ponho diante dos irmãos esta sucinta pesquisa.
Peço misericórdia aos críticos azedos e compreensão aos de boa vontade. Ponho-me aqui como
alguém que gosta de estudar a Palavra de Deus e não um suprassumo na área do conhecimento bíblico.
Eu reconheço que não faço parte desse egrégio colegiado. Mas sou um ardoroso pesquisador bíblico e
estudioso das línguas originais.
Com esta introdução, passo a apresentação da pesquisa:
Tradicionalmente tem prevalecido uma abordagem legalista e moralista da sexualidade na Bíblia. O
enfoque tradicional busca definir dentro da sexualidade aquilo que seria, ou não, “pecado”. Em geral a
ênfase no pecado na sexualidade não leva em consideração as diferenças históricas entre aqueles que
formularam os textos bíblicos e os dias de hoje. No entanto a leitura científica mostra que não há um só
modelo de sexualidade na Bíblia, não obstante ser possível verificar que sempre os textos bíblicos têm a
intenção de “regulamentar” a sexualidade. No que tange a alguns modelos de sexualidade na Bíblia, estes
nunca poderiam ter considerado mudanças recentes como a emancipação feminina (independência
econômica, social, política e cultural das mulheres em relação aos homens incluindo o uso massivo de
métodos anticoncepcionais), a predominância de relações sexuais que não visam à procriação e a busca
cada vez menor de geração de filhos/as.
A partir de uma abordagem teológico-antropológica pode-se ver, no Antigo Testamento, quatro
“modelos” fundamentais:
1. o modelo procriativo patriarcal (principalmente em Gn 12-50);
2. o modelo poligâmico monárquico (principalmente em 1 e 2 Sm; 1 e 2 Rs; 1 e 2 Cr);
3. o modelo moralista e legalista (Esdras e Neemias, Levítico e outros escritos sacerdotais do
Pentateuco) e
4. o modelo erótico-afetivo (Cântico dos Cânticos, e releituras de outros textos numa ótica de gênero).
No Novo Testamento buscamos descrever como é tratado o tema da sexualidade nos Evangelhos e
nas Epístolas. Como este estudo tem por objetivo ser apenas um arrazoado, ao mesmo tempo em que são
analisados os textos bíblicos, também é feita uma análise comparativa da sexualidade na atualidade.
1. O MODELO PROCRIATIVO PATRIARCAL – Pelo próprio enunciado, percebe-se que este
modelo tem a procriação como critério central. Portanto, qualquer forma de sexualidade que não tenha a
procriação como consequência é rejeitada (Onã em Gn 38.8-10), ou é considerada doença ou distúrbio
como a “esterilidade” (Sarai em Gn 11.30; Rebeca em Gn 25.21 e Raquel em Gn 29.31).
O uso por mim da palavra “modelo” não significa, em hipótese alguma, que a Bíblia proponha
“paradigmas” de sexualidade, mas que, estudando os textos bíblicos, inferimos certas características que
indicam como era a relação interpessoal e de gênero na sexualidade vivida e registrada em diferentes
momentos da sua história.
Na Bíblia, o sexo forçado sempre é condenado nos textos bíblicos, mesmo que seja heterossexual,
como no caso de estupro (Diná em Siquém – Gn 34.5; Sara e o Faraó Abimeleque em Gn 12.17s e Gn
20.2s). O modelo procriativo envolve também a luta pela herança.
Dentro desta luta de poder hereditário as mulheres têm a materni- dade como instrumento de
influência (Sara e Agar: Gn 16.1-6 e 21.9-21; Raquel e Lia: Gn 29.31-35; Ana e Penina: 1 Sm 1.1-6). A luta
pelo poder reprodutivo é uma luta pela cidadania feminina dentro do clã admitindo estratégias ousadas e
criativas que não respeitam padrões rígidos de moralidade como pode se constatar no exemplo de Tamar
(Gn 38.12-30).
Hoje algumas igrejas buscam orientação no modelo de sexualidade exclusivamente procriativa,
como se a sexualidade pudesse ser admitida na atualidade sem o prazer. No AT as “servas” eram
indicadas pelas esposas que tinham problemas de fertilidade.
Assumir o modelo procriativo na atualidade também leva a se posicionar contra os métodos
anticoncepcionais considerando-os “não naturais”. Alguns métodos naturais também são condenados
como o “coito interrompido” (chamado onanismo) e a masturbação masculina e feminina.
A orientação procriativa torna pecaminosa a harmonia entre desejo sexual e planejamento familiar
além de dificultar o autoconhecimento sexual de homens e mulheres (com prejuízos para sua vida sexual
posterior) e a prevenção de todas as doenças sexualmente transmissíveis.
O modelo procriativo aplicado na atualidade mantém a competição entre as mulheres que vêm na
geração de filhos/as o sentido maior ou até único da relação com o parceiro. O “status” de mãe torna a
mulher teológica e socialmente aceita e valorizada levando a uma certa desvalorização das outras
capacidades humanas femininas.
2. O modelo poligâmico monárquico – No modelo poligâ- mico monárquico o Rei tem direito a ter
inúmeras mulheres divididas em dois grupos: princesas e concubinas (1 Rs 11.3). O harém monárquico
não é diretamente condenado nos textos bíblicos como mostra a história de Davi em 2 Sm 5.13 (o Rei só
se separa delas depois de serem “usadas” pelo seu filho Absalão, cf. 2 Sm 16.20-22 e 20.3).
O acúmulo de mulheres, condenado no caso de Salomão (1 Rs 11.1-4), se deve ao fato de elas
serem estrangeiras e levarem o rei a adorar outras divindades. Mas não há nenhuma condenação do
modelo monárquico de sexualidade, como tal.
Apesar de, na época, as relações sexuais em geral gerarem “filhos e filhas” a procriação não era o
critério central do modelo monárquico, já que o rei precisaria de apenas um “herdeiro” para lhe suceder
no trono e não de muitos como nas famílias camponesas (1 Cr 3.9). A sexualidade é nada mais do que
mais uma das expressões do poder do Rei! Uma grande quantidade de princesas mostraria a pluralidade
de relações diplomáticas e comerciais. Uma grande quantidade de concubinas mostraria o poder do rei
sobre o povo.
O harém não era apenas uma vitrine de mulheres bonitas, mas era governado pela rainha-mãe que
se dedicava a preparação dos futuros funcionários reais além de ter influência tanto na política interna
quanto exterior (cf. 2 Rs 10.13 e Dn 5.10).
A prostituição comercial (apenas feminina, em hebraico “tsanah”) estava diretamente ligada à vida
nas cidades monárquicas. No entanto não parece haver uma abordagem moralista desta profissão.
Raabe, uma prostituta da cidade, é uma das principais heroínas da luta pela terra (Js 2.1-3 e 6.23-25).
Raabe passará depois a morar junto com as tribos, figurará na genealogia de Jesus (Mt 1.5) e será
declarada salva pela Igreja Cristã (Hb 11.31 e Tg 2.25).
3. O modelo moralista e legalista – O modelo moralista e legalista é implantado pelo poder
sacerdotal que assume o governo de Jerusalém sob o domínio Persa entre aproximadamente 450 e 400
a.C. (cf. Esdras 4). A missão de Esdras era implementar a obediência de uma nova versão da lei judaica
que garantiria a ordem interna e a submissão externa ao Império Persa (cf. Ed 7.11-17).
Esdras usa a sexualidade para eliminar o convívio dos homens judeus com mulheres de outros
povos (Ed 9-10). Neste sentido pode se afirmar que é um modelo racista e xenófobo, não porque
visasse necessariamente a pureza étnica, mas porque as mulheres estrangeiras são usadas como “bode
expiatório” (Ed 9.1.11.14).
Dentro deste modelo se impõe a monogamia proibindo que um homem tenha mais de uma parceira
(Lv 18.18). O corpo passa a ser visto com desconfiança como sexualmente “tentador” levando a proibir a
nudez (Lv 18.19 e 20.11s). Enfim a nova ordem sacerdotal faz com que nenhum aspecto da vida, incluindo
a sexualidade, escape do controle do estado religioso.
A sexualidade é definitivamente banida como elemento cultual (Lv 18.21), a homossexualidade
masculina é condenada explicitamente (Lv 18.22), a prática de atos sexuais com animais também é
proibida (Lv 18.23) assim como todas as formas de incesto ou relações sexuais intra-familiares (Lv
20.11s).
Todos os preceitos sacerdotais são invariavelmente androcêntricos. Uma prova do androcentrismo
do modelo é que em nenhum momento a mulher é proibida de ver a “nudez” de um parente pelo simples
fato de ela não ser mais do que uma propriedade do homem (Êx 20.10). A única proibição dirigida à
mulher é ter relações sexuais com animais (Lv 20.16). No caso de indenização a mulher vale sempre bem
menos que o homem (Lv 27.1s).
Alguns princípios morais deste modelo permaneceram na sociedade ocidental, tais como o ideal
monogâmico, a condenação da chamada zoofilia (relações sexuais com animais) e a prática cultual da
sexualidade.
Neste modelo vemos que as relações sexuais são reguladas mais do ponto de vista legal ou moral
do que pelo amor e pelo prazer na sexualidade.
4. O modelo erótico-afetivo – Este modelo tem sua maior expressão bíblica no Cântico dos
Cânticos motivando as mais diversas controvérsias e interpretações tanto no judaísmo quanto no
cristianismo. As muitas leituras feitas podem ser resumidas em três grupos:
Alegóricas: negam a centralidade da sexualidade dentro do Cântico dos Cânticos, e interpretam o
texto a partir de outros textos bíblicos.
Naturais: afirmam a centralidade da sexualidade, e procuram, em geral, manter-se dentro de uma
intertextualidade bíblica.
Míticas ou litúrgicas ou cultuais: afirmam a centralidade da sexualidade, mas enfatizando as
evidências literárias e arqueológicas do contexto extra-bíblico.
Em geral as leituras alegóricas têm sido superadas pela força das imagens do próprio texto. As
leituras cultuais têm servido mais para fornecer informações complementares em relação ao sentido
teológico da sexualidade no Antigo Oriente, mas alguns poemas da coletânea do Cântico dos Cânticos
mostram uma intimidade maior do que a meramente cultual.
As leituras naturais têm conseguido explicar melhor o sentido das palavras e das imagens do
Cântico dos Cânticos e é neste sentido que ele serve para exemplificar o modelo de sexualidade que
chamamos de “erótico-afetivo”.
O Cântico dos Cânticos pertence como produto final à época entre 400 e 300 a.C. ou entre o período
persa e o começo do período grego. Mesmo não sendo um panfleto contra o modelo moralista e legalista
de sexualidade imposto na época de Esdras não há por que duvidar que tenha tido, nesta época, uma
função de contestação e resistência especialmente por parte das mulheres. A coletânea poética
predominante feminina contesta também a exploração contra a mulher camponesa (Ct 1.6), a violência
contra as mulheres na cidade (Ct 5.7) e a vida no harém real (6.9).
O elemento central do modelo erótico-afetivo é o desejo. Expressões como: “Que me beije” (1.2) ou
“Ele é totalmente desejável” (5.16) expressam a intensidade do desejo. Não visa à reprodução, mas o
prazer como plena realização do amor que é chamado de “labareda de Javé” (8.5).
Dentro do modelo erótico-afetivo a sexualidade oferece uma forma de contemplação de toda a vida
seguindo o sentido comum a todo o Antigo Oriente.
Realizar-se sexualmente com a pessoa amada é estar em harmonia com toda a criação e leva a
alcançar todos os outros prazeres da vida. Amar é desejar cada parte do corpo da pessoa amada. A nudez
aqui não é má nem perigosa, mas é uma janela para o amor (Ct 2.9).
A leitura alegórica foi a forma encontrada tanto por judeus quanto por cristãos para des-
erotizarestes poemas de amor impedindo que servissem como modelo de sexualidade alternativo aos
anteriormente apresentados. O corpo exaltado, o prazer amoroso, a participação ativa da mulher são
elementos que questionam a sexualidade procriativa, opressiva, moralista e androcêntrica.
O modelo erótico-afetivo não deixa dúvidas de que a sexualidade é dom de Deus. No primeiro relato
da criação em Gn 1.28a o dom de divino é apresentado através da fecundidade: “E Deus os abençoou e
lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos...”. No entanto, no Cântico dos Cânticos o erotismo é dom em si,
com ou sem a fecundidade. No Cântico dos Cânticos o desejo sexual é atribuído a ambos os sexos e é
visto parte integrante do sentimento do amor (Ct 2.1-3 e 8.7).
Já no segundo relato da criação, o desejo é visto como um mal para a mulher provocando sua
dominação por parte do homem: “E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua
gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará” (Gn
3.16). As diferenças entre o que se entende por dom de Deus em Gênesis 1-3 e no Cântico dos Cânticos
levaram a afirmar que os poemas do Cântico dos Cânticos seriam uma releitura dos relatos de Gênesis
buscando resgatar o paraíso perdido. O Cântico dos Cânticos também não tem como motivação originária
ser uma releitura de Gênesis 1-3 mas, mesmo sem querer, acaba sendo nas suas consequências
teológicas especialmente, no que se refere à sexualidade e às relações de gênero.
O Cântico dos Cânticos trata da centralidade do erotismo, do desejo, do companheirismo erótico-
amoroso, do amor sem barreiras entre um homem e uma mulher.
5. Sexualidade, pecado e acolhimento nos Evange- lhos – Pretender estudar como a sexualidade
é tratada nos Evangelhos é um desafio novo e difícil, pois este não é seu foco central. No entanto, a
questão da sexualidade do ponto de vista teológico e antropológico pode ser abordada a partir de dois
ângulos:
a) Os momentos onde Jesus e/ou seus discípulos tratam de assuntos relativos à sexualidade;
b) A análise de listas de preceitos morais onde esta questão é mencionada. Dentro do primeiro
enfoque destaca-se o tratamento dado por Jesus ao assunto da prostituição feminina: Em Mateus 21.31b:
“Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”.
O termo grego usado é “porné” (literalmente “a imoral”). Em Lucas 7.37 a mulher é chamada de “pecadora
da cidade” (em grego “polei amartolos”) é destacada pela sua fé e, neste caso, não é colocada a
recomendação “não pequeis mais” mas apenas as afirmações de Jesus: “Perdoados são os teus pecados”
(Lc 7.48b) e “tua fé te salvou, vai-te em paz” (Lc 7.50). Quer dizer que para Jesus a questão central no é o
rótulo de “pecadora” pelo qual era conhecida, mas sua grande fé que era ignorada pelos fariseus
moralistas.
Este primeiro relato é sacerdotal e, portanto, fornece o embasa- mento etiológico para a visão
moralista e legalista.
O Evangelho segundo João apresenta outras duas situações que podem ser ligadas à sexualidade:
A primeira situação é o diálogo de Jesus com a mulher Samaritana. Jesus afirma que ela já teve cinco
maridos e o atual não é seu marido (Jo 4.16–18). Isto quer dizer que os cinco foram maridos de verdade
(?), mas o atual não era dela (Jo 4.41,42).
No episódio da condenação da mulher surpreendida cometendo adultério (Jo 8.3s) Jesus faz uma
importante afirmação ao dizer: “Nem eu tampouco te condeno” (v.11b). Poderia ter dito apenas “eu te
perdôo”. No entanto termina dizendo: “Vai e não peques mais” (v.11c) a mesma expressão usada na cura
de um homem doente (5.14). Jesus não dá ênfase ao “pecado” que teria levado essa mulher à morte, mas
ao fato de todos, mesmo seus algozes, serem igualmente pecadores, fato que impossibilita a condenação.
No segundo enfoque encontramos listas que surgem do debate entre Jesus e a visão moralista e
legalista dos fariseus. A primeira refere-se especificamente ao divórcio e ao adultério. No Evangelho
segundo Marcos a argumentação segue o seguinte esquema: A lei de Moisés autoriza o divórcio (em
grego apostasion) e o repúdio (em grego apoluo). O uso de duas palavras para descrever o fato em
questão mostra que se tratava de um divórcio unilateral perpetrado pelo homem (Dt 24.1-3).
Jesus coloca acima da lei o princípio da unidade matrimonial no corpo (citando Gn 2.24).
Posteriormente, em particular, esclarece seus discípulos sobre o sentido do adultério (Mc 10.1-12).
Neste caso Jesus propõe a indissolubilidade absoluta do matrimônio (que será contradito pelo apóstolo
Paulo em 1 Cor 7.15: “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito
à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz”).
Na comunidade de Mateus, onde predominavam judeus conver- tidos, a discussão sobre questões
legais era mais intensa e complicada. O assunto do adultério é mencionado duas vezes (talvez porque
alguns resistissem à ideia de não poder se divorciar quando a lei de Moisés o autorizava). O primeiro texto
está em Mateus 5.31,32.
Neste caso o uso dos termos é invertido: “Aquele que repudiar sua mulher lhe dando carta de
divórcio” quando em Marcos se dizia: “escrever [lavrar] carta de divórcio e repudiar” (10.4). Neste sentido a
comunidade de Mateus quer dizer que o que Jesus esta proibindo é repudiar unilateralmente a
mulher (que na época ficava sem nenhum amparo legal) e não necessariamente o divórcio. Também neste
texto não aparece a explicação sobre a indissolubilidade do matrimônio como em Marcos.
No segundo texto de Mateus (19.7-10) a questão é recolocada com a salvaguarda de que, quem
encontrar sua mulher praticando “relações sexuais ilícitas” (em grego porneia) pode sim repudiá-la
(flexibilizando o conceito de indissolubili- dade) e que não seria possível casar com “uma mulher
repudiada”, ou seja, flagrada cometendo adultério. Esta flexibilização é feita na ótica exclusiva do homem
(não como em Marcos que diz que seria proibido tanto para homem quanto para a mulher casar com
pessoas repudiadas ou divorciadas).
Em Mateus 15.19 e Marcos 7.20-23 aparecem listas de “imoralidades” dentro das quais aparecem a
“porneia” (imorali- dade) e “moixeia” (adultério) que são as únicas ligadas diretamente à sexualidade. Em
Marcos, onde a lista é maior, aparece também o termo “asélgeia” (cujo sentido direto é “vício” mas que
também pode ser interpretado como “libertinagem”). A conotação sexual deste último não é clara. O termo
grego “moixea” é o mesmo que aparece em Marcos 10.4s aplicado tanto para homem quanto para mulher.
Já o termo “porneia” está mal traduzido como “prostituição” já que ele significa “imoralidade sexual de
qualquer tipo”.
Os evangelhos não esclarecem mais sobre o que deve ser ou não
considerado porneia,esclarecimento que pode se buscar analisando as epístolas como será feito mais
adiante. Estas listas não descrevem uma lei, mas são um apelo ao coração (tes kardias). No caso da
sexualidade pode se dizer que o que sente “o coração” é essencial.
6. Ética sexual nas epístolas paulinas – O apóstolo Paulo também condena a porneia em 1 Co
5.1-8 e 7.1-7 (onde tem sempre conotação heterossexual visando principal- mente evitar o incesto). Em
outros textos como 1 Co 6.12-20; 2 Co 12.19-21; Gl 5.16-26; Ef 5.1-20 e 1 Ts 4.1-6, a imoralidade sexual
(porneia) é também vinculada aos cultos gregos dos quais o apóstolo queria diferenciar a vida das
comunidades cristãs. A ética sexual paulina propõe: A valoriza- ção da pessoa independentemente do
casamento (1 Co 7.7-8.25-28); A har- monia das relações entre homens e mulheres e nos grupos
familiares e por extensão nas comunidades cristãs (1 Co 7.1b-6); Em 1 Co 12.21 e Gl 5.9 o apóstolo usa
“porneia” e “aselgeia” como dois problemas diferentes e não como sinônimos. Efésios 4.19 associa
“aselgeia” às impurezas e à ganância (“pleonexia”) mesmo que as traduções busquem lhe dar conotação
sexual e não econômica. Só no texto tardio de 2 Pedro 2.7 aparece como condenação a má conduta do
povo de Sodoma para com Ló (seria então uma condenação à violência sexual?).
A ética não é imposta, mas é apresentada como um aconselha- mento pastoral a partir da
experiência concreta da comunidade (1 Co 7.1a).
Um texto interessante para a discussão bíblico-cultural da sexua- lidade está em Rm 1.26: “Pelo que
Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no
contrário à natureza”. O texto trata-se do “sexo anal” em relações heterossexuais dentro de práticas
orgiásticas que, na época, sempre tinham conotação religiosa.
Como entender o subsídio oferecido pela Bíblia para a sexualidade humana?
Se a Bíblia, como é levantado neste arrazoado, possui diversos modelos e entendimentos da
sexualidade dependendo das circunstâncias históricas, sociais e culturais é possível perce- ber que o
mesmo acontece na atualidade. Não seria correto tomar uma das formas e dizer que esta seja a única
santa, natural ou salutar. Os textos que se referem à sexualidade na Bíblia devem ser lidos dentro dos
seus respectivos contextos históricos e culturais assim como qualquer outro texto bíblico sobre qualquer
outro aspecto da vida.
Comparando as diferentes concepções fixadas na Bíblia através da experiência do Povo de Deus,
podem se encontrar princípios gerais orientadores para a atualidade sem pretender que eles sejam
imutáveis nem aplicáveis universalmente.
Não cabe dúvida, especialmente, a partir do evento Jesus Cristo, de que, dentre todos os princípios,
o principal é o AMOR: João 13.35: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor
uns aos outros”; 1 Coríntios 13.13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três;
porém o maior destes é o amor”; Mateus 22.37-40: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

A expressão “porneia”, que, na leitura do Novo Testamento, tem sempre o sentido de abranger todo tipo
de imoralidades sexuais, não pode ficar presa apenas a essa compreensão, uma vez que os apelos
sociais e suas mudanças sempre impõem sobre a sociedade nova leitura das necessidades, como um tipo
de acomodação contextual. Um exemplo bem claro para isso é a independência da mulher no cenário
mundial. Hoje a mulher estuda mais do que os homens, trabalha, às vezes sustenta a casa, é líder, chefia
homens e tem participação efetiva na sociedade. Isto quer dizer que a expressão grega mh epi
porneia (me epy porneia – a não ser por imoralidades sexuais), restringida a uma única acepção, já não
atende as demandas atuais. Isto porque esta concepção estava dentro de uma cosmovisão androcêntrica.
Só que a sociedade evoluiu e a mulher se libertou. Hoje, existem outras questões que levam um homem e
uma mulher romperem com o casamento: mentiras, distorção de caráter, falsidade, infidelidade em níveis
diferenciados, ausências, indiferença, agressividade, falta de dinheiro, incompatibilidades exacerbadas
que levam a um desgaste irreversível, falta de periodicidade sexual, e tantas outras questões.
O que deve ficar bem claro para o leitor é que as palavras, em qualquer língua, ganham novas acepções a
partir da própria deriva e das necessidades que se apresentam. Por exemplo, a palavra “alma” hoje é
entendida por nós como psiquismo; a palavra “espírito” pode ser compreendida como o nosso lado
emocional, profundidade, internalidade, introspectividade, espiritualidade, etc. Antes esta palavra abrangia
uma série de coisas diferentes das que hoje entendemos. Quando nós lemos em coríntios o texto que diz:
“E osespíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32), o que estamos lendo de fato? É
lógico que aí o texto está falando de “reações emocionais”. Ou seja: eu posso controlar as minhas
emoções!

O que torna um homem pecador?


9
O evangelista deve entender que, primeiro é essencial a ação regeneradora de Deus, que faz um novo
homem, e então, tudo se faz novo. Para tanto, basta ao evangelista anunciar as boas novas do evangelho,
ou seja, que Cristo foi manifesto em carne, viveu sem pecado por ter sido gerado de Deus, foi crucificado,
ressurgiu e está assentado à destra de Deus.
"Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de
beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva" ( Jo 4:10 )
É comum em evangelismo a seguinte pergunta aos descrentes: “Você é bom o suficiente para entrar no
céu por seu próprio merecimento?”, e não pude me furtar a algumas considerações.
É uma estratégia evangelística enfatizar a miserabilidade do homem em pecado para apresentar Cristo, o
redentor, porém, erram ao considerar que a miserabilidade da humanidade decorre das disposições
internas do homem.
Muitos cristãos ainda não compreendem porque o homem é pecador, pois reputam que o pecado está
atrelado ao comportamento, à moral e ao caráter do homem.
O que torna um homem pecador?
O apóstolo Paulo responde, pois ele demonstrou que todos os homens estão destituídos e carecem da
glória de Deus ( Rm 3:23 ). O homem é pecador porque foi destituído, ou seja, está alienado de Deus. É
tido por miserável porque carece, ou seja, necessita da glória de Deus.
Por estar alienado de Deus o homem está destinado ao inferno de fogo, pois o inferno é o lugar destinado
ao diabo e todas as gentes que se esquecem de Deus ( Sl 9:17 ). Estar destinado ao inferno não é uma
questão de merecimento, antes diz de uma condição própria a todos os homens gerados de Adão.
É temerário simplesmente destacar que o homem é ‘merecedor’ do inferno, o que pode levar os pecadores
a considerar a perdição como sendo algo proveniente de questões comportamentais, o que
inexoravelmente acaba promovendo a ideia da salvação pelas obras.
A Bíblia não ensina que o homem é ‘merecedor’ do inferno, ou seja, que o inferno vincula-se a uma
questão meritória, antes ela demonstra que todos que entraram pela porta larga seguem por um caminho
largo que conduz à perdição ( Mt 7:13 -14).
Cristo é a porta estreita, e para entrar por Ele é necessário ao homem nascer de novo ( Jo 3:3 ). Isto indica
que Adão é a porta larga por onde todos os homens entram ao nascer ( 1Co 15:45 ).
Nenhuma questão meritória é destacada com relação à perdição ou a salvação, antes é demonstrado na
Bíblia que o homem é gerado em pecado, ou seja, alienado de Deus ( Sl 51:5 ). Que desde a madre os
homens desviam-se de Deus, e por possuírem um coração corrupto, proferem mentiras desde que
nascem ( Sl 58:3 ; Mt 12:34 ).
A porção dos filhos de Adão é somente este mundo, e estão destinados a saciarem-se somente da ira que
Deus entesourou para eles. Sem qualquer mérito ou demérito, todos os filhos dos homens deste mundo
também serão fartos da ira do Senhor, e dela sobejarão, pois são filhos da ira e da desobediência ( Sl
17:14 ).
É por isso que o apóstolo Paulo reitera o que anunciou o salmista Davi: “Não há um justo se quer” ( Rm
3:10 ). Ou seja: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis” ( Rm 3:12 ).
O que fez com que todos os homens se extraviassem? O apóstolo Paulo anuncia que todos se
extraviaram porque um pecou, e por isso, todos pecaram. Um só foi destituído, e todos foram destituídos
da glória de Deus ( Rm 5:12 ).
Segundo o profeta Miqueias, um homem piedoso pereceu, e desde que ele (Adão) pereceu não há entre
os filhos dos homens um que seja justo. O melhor dos homens é um espinho, e o mais justo não passa de
uma sebe de espinhos, o que demonstra que ser pecador e estar destinado ao inferno não é uma questão
de mérito, antes diz de uma condição própria a todos que são gerados segundo a carne, o sangue e a
vontade do varão ( Jo 1:12 ).
Como ser salvo? Ora, por obras e méritos é impossível, pois a Bíblia é clara: "O melhor deles é como um
espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos" ( Mq 7:4 ). Por mais que um homem tente ser o
mais reto e se destacar como o melhor dos homens, continuará perdido.
Quando se destaca a santidade de Deus em uma pregação, não devemos contrastá-la com questões
comportamentais, antes com a natureza do homem que foi gerado de Adão.
Ora, o pecado é ação/omissão, ou uma condição própria a natureza humana decaída? Já vimos que o
pecado é uma condição, e embora o termo também seja utilizado para designar ações e omissões dos
homens, não são as ações e as omissões que alienaram o homem de Deus, antes ter sido gerado de
Adão.
Jesus mesmo afirma: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do
pecado" ( Jo 8:34 ), ou seja, só é sujeito do verbo ‘pecar’ aqueles que são servos do pecado, por
conseguinte, não é próprio aos servos da justiça figurar como sujeitos do verbo ‘pecar’ ( 1Jo 3:6 e 9).
Quando o homem nasce segundo Adão, nasce na condição de servo do pecado, e, portanto, é pecador.
Todas as suas ações são malignas, e por ser imundo, tudo que realiza é imundo, pois é impossível do
imundo tirar de suas ações algo de puro ( Jo 14:4 ).
Santidade é um dos atributos de Deus, e para o homem ser santo, necessariamente precisa compartilhar
da natureza divina. Por natureza Deus é santo, e por natureza, todos que recebem poder para serem
gerados de novo são santos, ou seja, separados da corrupção que há no mundo "Pelas quais ele nos tem
dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina,
havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo" ( Jo 1:12 ; 2Pe 1:4 ).
Ao anunciar o evangelho, o cristão deve anunciar a mensagem da cruz. Mas, qual é a mensagem da cruz?

 Que Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (os que haviam se perdido) ( 1Tm 1:15 );
 Se for possível, esclareça porque os homens se perderam, ou seja, destacando a incredulidade de
Adão, e que, por causa dele, todos foram destituídos da comunhão com Deus ( 1Co 15:22 );
 Destaque também que a obra redentora de Cristo é fazer com

que o homem volte a compartilhar da glória que perdeu, e que para compartilhar da natureza divina
é necessário ser gerado de novo ( Jo 17:22 ).

Como evangelista o cristão deve entender que é essencial que primeiro Deus efetue a limpeza do homem
pelo lavar regenerador da palavra, que se resume nos tópicos elencados acima. O evangelista não pode
agir como os escribas e fariseus, que ‘limpavam’ o exterior dos homens, mas o interior continuava imundo.
Os escribas e fariseus queriam limpar os homens tornando-os prosélitos, e o ‘produto’ que utilizavam era a
religiosidade, a legalidade, a moralidade, o formalismo e o ritualismo. ‘Limpavam’ somente o exterior dos
seus seguidores, como o fazem muitas religiões e sistemas filosóficos ao longo dos séculos.
Nenhum homem ou sistema religioso possui o poder necessário para limpar o interior do homem. Somente
Deus, através da sua palavra encarnada, que é poder para salvação de todos que creem, limpa o homem
completamente, pois ele concede um novo coração e um novo espírito "Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e
também do grego" ( Rm 1:16 ).
Jesus mesmo disse que o interior somente Deus pode lavar ( Mt 23:25 ), o que é possível somente através
da palavra do evangelho "Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado" ( Jo 15:3 ).
Quando Deus efetua o lavar regenerador ( 1Pe 1:23 ), primeiro é limpo o interior, e como conseqüência, o
exterior também fica limpo ( Mt 23:26 ). Ele arranca o coração de pedra e coloca um coração de carne,
pois somente Deus tem poder para criá-los de novo “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e coloca em
mim um espírito reto” ( Sl 51:10 ) "E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e
tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne" ( Ez 11:19 ).
É por isso que o salmista pede a Deus que o limpe ( Sl 51:7 ), pois a limpeza que Deus efetua começa
com a troca do coração e do espírito, pois e operado um novo nascimento.
O evangelista deve entender que, primeiro é essencial a ação regeneradora de Deus, que faz um novo
homem, e então, tudo se faz novo. Para tanto, basta ao evangelista anunciar as boas novas do evangelho,
ou seja, que Cristo foi manifesto em carne, viveu sem pecado por ter sido gerado de Deus, foi crucificado,
ressurgiu e está assentado à destra de Deus.
Somente quando o novo convertido estiver com o entendimento cativo em obediência a Cristo, estará apto
a ser orientado a que deixe os comportamentos considerados pela sociedade como perniciosos.
Somente quando o homem entende a extensão do amor de Deus demonstrado em Cristo estará apto a ser
repreendido em tudo, como assevera o apóstolo Paulo "Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; E
estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência" ( 2Co 10:5 ;
Ef 3:18 ).
Antes de pedir aos homens que se portem de modo digno é necessário anunciar-lhes a mensagem do
evangelho, ou seja, a vocação com que será chamado das trevas para a maravilhosa luz. Após ouvir a
mensagem do evangelho, o homem que antes era trevas e que após crer passou a ser luz no Senhor,
estará apto a andar na condição de filho da luz "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no
SENHOR; andai como filhos da luz" ( Ef 5:8 ).
Por que este alerta aos evangelistas? Porque em nossos dias o evangelho de Cristo está em terceiro
plano e os discursos dos púlpitos transformaram-se no evangelho moral, ético, social ou da prosperidade.
Muitos levantam uma bandeira contra o homossexualismo, o aborto, a eutanásia, reforma agrária, etc., e
entendem que este seria o evangelho de Cristo.
Será que nunca leram a recomendação de Jesus? Deixa os mortos que enterrem seus mortos! Anunciar o
reino de Deus não é o mesmo que se ocupar das questões próprias aos mortos "Mas Jesus lhe observou:
Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos; porém tu vai e anuncia o reino de Deus" ( Lc 9:60 ).
Jesus alertou que os pobres sempre estarão entre os homens, porém, muitos querem que o evangelho
seja um modelo de transformação socioeconômico "Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a
mim não me haveis de ter sempre" ( Mt 26:11 ).
Esquecem da recomendação das escrituras que diz: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está
sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda" ( Ap 22:11 ).
Levantar bandeiras contra o uso de drogas, álcool, sexo, vida noturna, etc., não livra ninguém do caminho
de perdição.
Jesus mesmo disse: "E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim,
não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" ( Jo 12:47 ). Ora, se Cristo não veio julgar o mundo,
visto que sob o mundo já pesa uma condenação, como os seguidores de Cristo se propõe a levantar uma
bandeira contra as ações dos homens sob o domínio do pecado?
Qual a função do evangelista? Anunciar as palavras de Cristo, e se não ouvirem, não são passíveis de
julgamento, uma vez que a humanidade já está condenada, porque não crê no nome do filho de
Deus "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no
nome do unigênito Filho de Deus" ( Jo 3:18 ).
A função do pregador não é ‘limpar’ o imundo com leis, preceitos e regras, pois será um trabalho inútil.
Convencer os ouvintes a deixarem de fumar, beber, roubar, furtar, não mentir, não os conduzirá a Deus,
pois o caminho a Deus é Cristo.
Os fariseus e escribas utilizavam vários preceitos na tentativa de conduzir o homem a Deus, mas não
conseguiam. A conformidade comportamental com a lei não conduz ninguém a Deus, pois para cumprir a
lei de Deus só é possível àqueles que forem circuncidados no coração por Deus "E o SENHOR teu Deus
circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com
todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas" ( Dt 30:6 ).

TODO HOMEM É PECADOR

ROMANOS [3]:23 Todos pecaram.


I JOÃO [1]:8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade
não está em nós.
ECLESIASTES [7]:20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
TIAGO [2]:10 Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado
de todos.
ROMANOS [14]:23 Aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da
fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.
SALMO [39]:5 Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de
ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.

O PECADOR NÃO PODE SALVAR A SÍ MESMO


POR SUA BONDADE OU SUAS OBRAS :
ROMANOS [3]:10,12 Não há justo, nem sequer um… Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis.
Não há quem faça o bem, não há nem um só.
GÁLATAS [2]:16 O homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos
também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei.
TITO [3]:5 Não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua
misericórdia, nos salvou.
EFÉSIOS [2]:8,9 Pela graça sois salvos, por s gentios, e eles à vem de vós, é dom de Deus; não vem das
obras, para que ninguém se glorie.

NEM POR SEU DINHEIRO :


ISAíAS [52]:3 Sem dinheiro sereis resgatados.
I PEDRO [1]:18,19 Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados… mas com
precioso sangue de Cristo.

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NEM PELA RELIGIÃO :


TIAGO [2]:19 Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem.
TIAGO [1]:26 Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua
religião é vã.
MATEUS [15]:8,9 Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em
vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.
MATEUS [7]:22,23 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e
em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi
claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.

NEM PODE TIRAR SEUS PRÓPRIOS PECADOS :


JEREMIAS [2]:22Ainda que te laves com salitre, e uses muito sabão, a mancha da tua iniqüidade está
diante de mim, diz o Senhor Deus

O PECADOR ESTÁ PERDIDO


ROMANOS [6]:23 O salário do pecado é a morte.
EZEQUIEL [18]:4 A alma que pecar, essa morrerá.
EFÉSIOS [2]:1 Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados.
JOÃO [8]:24 Se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.
ISAíAS [59]:2 As vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus.
JOÃO [3]:3 Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
JOÃO [3]:18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome
do unigênito Filho de Deus.
JOÃO [3]:36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida,
mas sobre ele permanece a ira de Deus.
MATEUS [25]:41,46 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos… E irão eles para o castigo eterno, mas os justos
para a vida eterna.
APOCALIPSE [21]:8 Quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos
adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de
fogo e enxofre, que é a segunda morte.
MATEUS [13]:49,50 Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e
lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes.

CRISTO MORREU PELOS NOSSOS PECADOS.


ROMANOS [5]:8 Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores,
Cristo morreu por nós.
I PEDRO [2]:24 Levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos
para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
I PEDRO [3]:18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito.
ISAíAS [53]:5,6 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.Todos
nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez
cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
I JOÃO [2]:1,2 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e
não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
JOÃO [1]:29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo.

Só Jesus pode perdoar nossos pecados e nos dá uma nova vida.


1 João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos
purificar de toda a injustiça.
João 14:6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.

Para se libertar dos pecados você precisa aceitar a Jesus e procurar seguir seus mandamentos, procure
uma igreja mais próxima e fale com os dirigentes que você deseja aceitar a Jesus.
Mateus 10:
32 Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está
nos céus.
33 Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos
céus.

O HOMEM PECA PORQUE É PECADOR OU É PECADOR PORQUE PECA?


Até hoje sabe-se muito pouco, talvez quase nada, dessa questão bimilenar. Alguns – para não dizer
a grande maioria – não tiveram nem chance de conhecer as teorias antigas que rodearam este tema por
tantos séculos. Ora, se nem o conhecimento das correntes de pensamentos se tem, imagine as novas que
invadiram os espaços sagrados da teologia tradicional, interpretando e aculturando a linguagem bíblica
nas categorias filosóficas e científicas do nosso tempo.
Quero, no entanto, adiantar ao leitor que este assunto não tem por objetivo entrar nos méritos e no lingua-
jar da teologia sistemática. Primeiro porque não é este o nosso objetivo. Segundo, porque não desejo
enfadar o leitor com teorias e querelas teológicas sobre o pecado original. Por outro lado, não quero ser
também demasiado simplório na exposição de motivos – pois, fatalmente, cairia no indesejável axioma
dogmático da penalidade da raça humana por relação biológica com Adão, cabeça federal da humanidade.
Isto porque esta forma agostiniana de pensar elimina, por assim dizer, responsabilidades pessoais
e promove uma mentalidade ao nível de um determinismo fatalista.
Reflitamos: Se o homem nasce pecador, qual a responsabilidade que lhe cabe, pelo menos neste
aspecto da herança da corrupção moral, uma vez que sua natureza lhe foi imputada? E como pode lhe ser
imputada a culpa de seu pecado, se não pode se arrepender do pecado de Adão?
Esta interpretação, ao que parece, coloca Deus em posição de estranha corresponsabilidade pela
situação degenerada da raça humana e, por conseguinte, fá-lo devedor permanente ao homem, que, por
sua vez, recebe a salvação em Cristo como pagamento da dívida divina para com ele, pelo fato de Deus
saber, de antemão, que Adão ia pecar. Afora isso, ainda há uma dívida divina concernente ao livre-arbítrio,
que, levando-se em conta o estado pecaminoso em que nasce o homem, passa a ser um tipo de liberdade
condicionada. Se livre-arbítrio equivale a escolha livre, que liberdade tem o homem-vítima-da-natureza-
adâmica, uma vez que toda sua escolha é comandada pela sua natureza corrompida?
Aqueles que advogam este pensamento não sabem que estão transformando o homem-
réu em homem-vítima. Mais: esta maneira de pensar ratifica também a teoria calvinista da
predestinação. Sim, porque se o homem nasce pecador, ele, por assim dizer, está morto espiritualmente.
Partindo desse pressuposto, se está dizendo que o homem não tem, por si só, a mínima condição de
receber o plano de salvação de Deus em Cristo Jesus. Logo, só a escolha divina pode transformar este
estado de insensibilidade em que o homem se encontra quando está sem Deus, fazendo com que ele
ressuscite para a Graça Salvadora, até então inexistente e despercebida em sua vida. Ora, esta posição
teológica deve ser mais aprofundada – porque faz de Deus um tirano, que é capaz de condenar ao
suplício infernal todos os homens e, alguns, a um duplo juízo: o de nascer pecador e o de não ser um dos
escolhidos para a salvação em Cristo.
Exatamente por achar essa ideia incompatível com as descobertas científicas mais recentes e com a
coerência teológica, que Paul Tillich, teólogo contemporâneo, declara que esta concepção de pecado
original implica uma valorização negativa do homem e uma visão pessimista de si mesmo, tornando-o
incapaz de transformar técnica, política e pedagogicamente o mundo.
Embora o pensamento do teólogo alemão seja profundamente diferente das posições tradicionais e,
ainda pelo fato de em outras declarações apontar o episódio da queda do homem-Adão – dito em suas
próprias palavras – “como forma mitológica da narrativa bíblica”,Tillich é feliz quando assevera que a
forma de pensar dos antigos teólogos sobre a questão do pecado original implica uma perigosa
valorização negativa do homem.
Já não basta – diz Tillich – a avalancha de situações pelas quais o homem tem de passar? Já não
bastam os desafios que a vida o impõem, colocaremos um jugo a mais no homem sobre o qual não tem
chance de se libertar (só se for um eleito)? Isso é crueldade! (O parêntese é meu.)
O grande culpado de o homem estar sob essa condenação é Agostinho. Foi ele que sistematizou o
pensamento que o pecado de Adão foi o pecado de toda a raça, um pecado de caráter coletivo porque
toda raça estava seminalmente em Adão. Agostinho dizia que em virtude da unidade orgânica da raça em
Adão e por ser ele o cabeça, o representante de todos, Deus imputou o pecado dele imediatamente em
toda sua posteridade. Assim, todos têm a mesma responsabilidade e culpa do seu pecado e Deus pode
justamente considerar condenável e culpada a natureza corrompida com que nascemos.
O Bispo de Hipona foi muito infeliz na sua tese, primeiramente porque deixa as crianças inocentes
em total estado de abandono e de condenação, de modo que teve de criar olimbus infantum. Por outro
lado, o grupo que defende a teoria de Agostinho, com a atenuante da inculpabilidade da criança inocente,
joga por terra todo o argumento agostiniano da herança da corrupção moral. Pois, se uma criança inocente
não está sob a mira do juízo de Deus, então significa que o homem não nasce pecador.
Um outro disparate na colocação agostiniana é que ela prevê reciprocidade nos fatos. Ou seja: se
herdamos o pecado de Adão, podemos herdar também a justiça de nossos pais crentes.
Finalmente, o maior equívoco cometido por Agostinho foi citar versículos solto na Bíblia para apoiar
suas ideias absurdas e heréticas, tais como:
1. Salmo 51.5: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. Os que
ousaram interpretar este salmo pelas vias doutrinárias, caíram na absurda conclusão de que o texto
sinaliza para a teologia do pecado original. O equívoco é de proporções tão alarmantes que, hoje, muitos
corifeus da teologia evangélica advogam esta ideia. Mas a dificuldade da maioria dos intérpretes dos
Salmos da Bíblia surge, primariamente, da sua natureza, ou seja, aquilo que são.
A grande massa cristã, por defender o fundamento da inspiração – a Bíblia é a Palavra de Deus –,
toma por certo que a Escritura Sagrada é somente palavras da parte de Deus para as pessoas. Mas se
esquecem que a Bíblia também contém palavras faladas para Deus ou acerca de Deus e nem por isso
deixam de ser a Palavra de Deus.
Os Salmos são exatamente isso. Isto quer dizer que os Salmos são basicamente orações e hinos,
pela sua própria natureza são dirigidos a Deus ou expressam verdadesacerca de Deus em cânticos.
O que não se pode esquecer, no entanto, é que os Salmos são poemas, mas não são poemas
comuns; são poemas musicais. Um poema musical não pode se lido da mesma maneira que uma epístola,
ou uma narrativa, ou uma seção da lei. Tem a intenção de apelar às emoções, de evocar sentimentos
mais do que pensamento proposicional, e de estimular uma resposta do indivíduo que vai além de um
entendimento meramente cognitivo de certos fatos.
Os Salmos não podem ser vistos como repositórios doutrinários, embora tenha o seu conteúdo
teológico. É perigoso, muito perigoso mesmo, ler um Salmo como se ensinasse um sistema de doutrinas,
da mesma maneira que é perigoso fazer isso com a narrativa.
Imagine o leitor se fôssemos ler os Salmos com um sentido doutrinário, o que faríamos, por exemplo,
com o Salmo 137.8 e 9, que exibe o desejo de que as crianças babilônicas sejam esmagadas contra as
pedras? Se lido doutrinariamente, este Salmo estaria ensinando a desejar sempre o pior aos nossos
adversários – sentimento totalmente incompatível com o ensinamento de Jesus no Novo Testamento.
Portanto, quando o salmista, no Salmo 51, versículo 5, diz: “... em pecado me concebeu minha
mãe”, decerto não está procurando estabelecer a doutrina de que a concepção é pecaminosa, ou que
todas as concepções são pecaminosas, ou ainda que sua mãe era pecadora por ter ficado grávida, nem
que a criança já nasce pecadora, nem qualquer coisa semelhante. O salmista empregou a hipérbole – o
exagero com propósito deliberado – a fim de expressar de modo enfático e vívido que é um pecador.
Aviso: quando você agora ler um Salmo, cuidado para não derivar dele ideias que nunca foram
pretendidas pelo poeta musical que foi inspirado para escrevê-lo.
2. Romanos 3.10-12: “Como está escrito: ‘Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não
há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem,
não há nem um só’”.
Em primeiro lugar, Paulo, nesse texto, está declarando que não há nenhuma diferença, em termos
morais, entre judeu e não judeu: todos estão em condição de culpados diante de Deus. Em segundo lugar,
esse texto é resultado de várias observações que Paulo fez do comportamento dos judeus e dos não
judeus, concluindo que todos haviam se extraviado e se tornado inúteis.
3. Romanos 3.23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. Observe o leitor
que a palavra anterior a esse versículo é “...porque não há diferença”. Paulo continua declarando que não
há, diante de Deus, nenhuma diferença entre judeu e não judeu, porque todos pecaram. A ideia aqui é a
do pecado de cada indivíduo, como em Romanos 3.9-20.
A ideia de uma glória perdida ou de uma imagem perdida, que tem tido tanta influência na história da
doutrina, não é encontrada na Bíblia. Na Bíblia, a imagem de Deus transmitida na criação nunca é
mencionada como perdida, e a glória de Deus, que é a futura imagem de Deus, na redenção, ainda não foi
alcançada pelo homem pecador. A queda, em Romanos 3.23, é o fato de o homem ficar aquém, e não
de ter caído de, como no pensamento agostiniano.
4. Romanos 5.12: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.
Agostinho, baseando-se neste texto, desenvolveu a sua doutrina do pecado original, entendido como
culpa herdada, e o resultado foi um quadro lúgubre de crianças não batizadas “no limbo”. É significativo
que até os eruditos católicos romanos, contaminados em grande parte por este desastre teológico, agora
estão dizendo abertamente que esta doutrina não se encontra nas Escrituras.
É bom que fique claro ao leitor que a negação do pecado original, entendido como culpa herdada ou
transgressão herdada, não é uma negação das consequências que ocorrem naqueles que repetem o tipo
adâmico da transgressão do Adão histórico (Rm 5.14).
O que fica bem claro neste texto é que a pessoa nasce, em um mundo de pecado, com tendências
para a transgressão, e o aprendizado da lei aumenta o pecado, levando-o a ser verdadeira transgressão.
Em nenhum lugar da epístola aos romanos Paulo diz que todos compartilham da culpa e
transgressão pessoais de Adão antes da sua própria transgressão, ou que todos compartilham da graça e
justiça pessoais de Cristo antes de um ato de fé. Não há universalismo na culpa sem que
hajaresponsabilidade pessoal, como não há universalismo na salvação sem que haja fé pessoal.
Agostinho levou a teologia a desviar-se pela trilha da culpa universal, e Orígenes, pelo caminho da
salvação universal.
5. Efésios 2.1-3: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados; em que noutro tempo
andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da
vossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como
os outros também”. O texto descreve a vida na sociedade greco-romana nos dias de Paulo como é
enxergada do ponto de vista cristão. O texto sugere que a vida humana é vista sob a influência maligna de
poderes infernais, que conservam o homem na servidão tirânica.
A expressão “... por natureza filhos da ira” é um termo hebraico, que significa merecedores da
condenação judicial de Deus. Não existe evidência, aqui, ou em outro lugar na Bíblia, da noção de culpa
original ou para se pensar na ira como emoção indecisa ou vingativa, indigna de Deus. Paulo declara o
fato objetivo de que os homens (quando sem Cristo) sob juízo divino, em virtude das escolhas morais que
fizeram, e estas, por sua vez, são ditadas pela sua natureza deformada (Rm 1.18-22).
Agostinho, bem como muitos ensinadores atuais, cometem um grave erro ao ensinarem, com base
em versículos isolados e mal interpretados, a doutrina do pecado por herança adâmica – pois é
completamente herética e antibíblica.
Ao ouvirem esta exposição, os defensores do pecado original, ou seja, da corrupção moral herdada,
hastiam sua bandeira e perguntam: Primeiro: se o homem não nasce pecador, para que Jesus morreu
por ele? Segundo: pode o homem vir a preterir o sacrifício de Cristo, pelo fato de conseguir viver vida
sem pecado?
Respondemos a estas duas perguntas primeiramente asseverando que é impossível a qualquer ser
humano, na idade da razão, viver uma vida sem pecar, mesmo que more num “Himalaia” da vida, ausente
completamente dos achaques de um mundo moralmente poluído. Não esqueçamos que Adão não nasceu
em pecado e quando cometeu o seu primeiro delito vivia num lugar extremamente afastado das
contradições e ambiguidades hodiernas. O que levou Adão a pecar certamente não foi a inclinação do
velho homem ou sua natureza corrompida, como dizem muitos por aí, e nem porque o meio em que
vivia estava pervertido. Adão era perfeito como criatura de Deus. Adão era um homem livre. Não era um
robô, um androide. Era um ser livre, porque Deus assim o criou. O que eu estou tentando salientar é que o
primeiro homem criado por Deus nasceu com possibilidade de pecar, mas não com necessidade de
pecar.

VAMOS, DE UMA VEZ POR TODAS, ENTENDER ESTA DECLARAÇÃO.


O homem, criado por Deus, nasceu com a capacidade de escolher entre o certo e o errado. Então
quando eu digo que Adão era um homem livre para escolher, eu estou declarando que a liberdade do
homem implica sempre na possibilidade de se praticar o certo ou o errado. Isto quer dizer que Adão, o
primeiro homem, não pecou porque estava destinado a fazê-lo. Ele não transgrediu porque era “carne
ruim”. Adão caiu sem nenhuma necessidade de cair. Muito pelo contrário. Tudo lhe favorecia no Éden para
uma escolha acertada. Adão pecou por livre e espontânea vontade e no uso das suas prerrogativas de
homem-livre.
Os que atribuem maldade ao homem por ser homem, não veem a situação sob a perspectiva da
teologia bíblica.
Ora, todo homem nasce com possibilidade de errar, mas sem necessidade interior que lhe afronte
vida a fora. Seria extremamente injusto se o homem fosse colocado em desvantagem no teste da sua
obediência a Deus. Pois, como lutar contra impulsos interiores incontroláveis?
A visão que se tem da perversão humana a partir do pecado de Adão, é que o homem peca por
necessidade congênita de pecar. Pecar é, nesta acepção, algo que faz parte da natureza humana; é algo
imposto ao ser humano. Não pecar sempre será algo impossível para o homem e esforço inglório. Aliás, é
mesmo impossível para o homem pervertido por natureza cumprir a vontade de Deus. Por outro lado
afirmamos novamente que o homem peca não porque nasce com uma natureza humana deficiente, no
sentido moral, mas simplesmente porque escolhe viver afastado de Deus e do seu amor.
O que ocorre é que, infelizmente, o homem, ao longo de suas muitas escolhas erradas, vai
deformando a sua natureza humana por não desejar viver vida de louvor a Deus. Isto posto, não é a
humanidade do homem que é ruim, má, contrária a Deus, mas, sim, a deformação desta natureza humana
pelas vias dos atos pecaminosos.
A pior sentença que se pode dar a um ser humano é condená-lo a ter que viver vida de constante
repressão com relação aos seus próprios impulsos naturais. Ora, não são os impulsos naturais em si que
são ruins, mas a sua degeneração, a sua deturpação, o seu uso pervertido.
O homem natureza-humana é aquele nascido com possibilidade de pecar, mas sem
necessidade de pecar. Agora, quando Paulo fala do homem-natureza-humana-pecaminosa está se
referindo àquele que, ao longo de sua existência, escolhe viver vida distante dos princípios divinos. Isto
posto, ele não peca porque é pecador, mas ele é pecador porque peca, ou seja, ele se torna pecaminoso
através das suas práticas pecaminosas.
Assentado isso, não é a humanidade do homem – como muitos dizem – que é ruim, má,
contraditória, contrária a Deus, mas, sim, a sua natureza-humana-deformada, em face das constantes
escolhas erradas que vai fazendo ao longo da vida.
UM ARRAZOADO TEOLÓGICO-ANTROPOLÓGICO DA SEXUALIDADE NA BÍBLIA

Após a ministração de ontem à tarde sobre o capítulo 19 de Mateus, em Barueri, SP, algumas
questões foram levantadas sobre a sexualidade. Na tentativa de responder as difíceis perguntas desse
texto – e do assunto em si – ponho diante dos irmãos esta sucinta pesquisa.
Peço misericórdia aos críticos azedos e compreensão aos de boa vontade. Ponho-me aqui como
alguém que gosta de estudar a Palavra de Deus e não um suprassumo na área do conhecimento bíblico.
Eu reconheço que não faço parte desse egrégio colegiado. Mas sou um ardoroso pesquisador bíblico e
estudioso das línguas originais.
Com esta introdução, passo a apresentação da pesquisa:
Tradicionalmente tem prevalecido uma abordagem legalista e moralista da sexualidade na Bíblia. O
enfoque tradicional busca definir dentro da sexualidade aquilo que seria, ou não, “pecado”. Em geral a
ênfase no pecado na sexualidade não leva em consideração as diferenças históricas entre aqueles que
formularam os textos bíblicos e os dias de hoje. No entanto a leitura científica mostra que não há um só
modelo de sexualidade na Bíblia, não obstante ser possível verificar que sempre os textos bíblicos têm a
intenção de “regulamentar” a sexualidade. No que tange a alguns modelos de sexualidade na Bíblia, estes
nunca poderiam ter considerado mudanças recentes como a emancipação feminina (independência
econômica, social, política e cultural das mulheres em relação aos homens incluindo o uso massivo de
métodos anticoncepcionais), a predominância de relações sexuais que não visam à procriação e a busca
cada vez menor de geração de filhos/as.
A partir de uma abordagem teológico-antropológica pode-se ver, no Antigo Testamento, quatro
“modelos” fundamentais:
1. o modelo procriativo patriarcal (principalmente em Gn 12-50);
2. o modelo poligâmico monárquico (principalmente em 1 e 2 Sm; 1 e 2 Rs; 1 e 2 Cr);
3. o modelo moralista e legalista (Esdras e Neemias, Levítico e outros escritos sacerdotais do
Pentateuco) e
4. o modelo erótico-afetivo (Cântico dos Cânticos, e releituras de outros textos numa ótica de gênero).
No Novo Testamento buscamos descrever como é tratado o tema da sexualidade nos Evangelhos e
nas Epístolas. Como este estudo tem por objetivo ser apenas um arrazoado, ao mesmo tempo em que são
analisados os textos bíblicos, também é feita uma análise comparativa da sexualidade na atualidade.
1. O MODELO PROCRIATIVO PATRIARCAL – Pelo próprio enunciado, percebe-se que este
modelo tem a procriação como critério central. Portanto, qualquer forma de sexualidade que não tenha a
procriação como consequência é rejeitada (Onã em Gn 38.8-10), ou é considerada doença ou distúrbio
como a “esterilidade” (Sarai em Gn 11.30; Rebeca em Gn 25.21 e Raquel em Gn 29.31).
O uso por mim da palavra “modelo” não significa, em hipótese alguma, que a Bíblia proponha
“paradigmas” de sexualidade, mas que, estudando os textos bíblicos, inferimos certas características que
indicam como era a relação interpessoal e de gênero na sexualidade vivida e registrada em diferentes
momentos da sua história.
Na Bíblia, o sexo forçado sempre é condenado nos textos bíblicos, mesmo que seja heterossexual,
como no caso de estupro (Diná em Siquém – Gn 34.5; Sara e o Faraó Abimeleque em Gn 12.17s e Gn
20.2s). O modelo procriativo envolve também a luta pela herança.
Dentro desta luta de poder hereditário as mulheres têm a materni- dade como instrumento de
influência (Sara e Agar: Gn 16.1-6 e 21.9-21; Raquel e Lia: Gn 29.31-35; Ana e Penina: 1 Sm 1.1-6). A luta
pelo poder reprodutivo é uma luta pela cidadania feminina dentro do clã admitindo estratégias ousadas e
criativas que não respeitam padrões rígidos de moralidade como pode se constatar no exemplo de Tamar
(Gn 38.12-30).
Hoje algumas igrejas buscam orientação no modelo de sexualidade exclusivamente procriativa,
como se a sexualidade pudesse ser admitida na atualidade sem o prazer. No AT as “servas” eram
indicadas pelas esposas que tinham problemas de fertilidade.
Assumir o modelo procriativo na atualidade também leva a se posicionar contra os métodos
anticoncepcionais considerando-os “não naturais”. Alguns métodos naturais também são condenados
como o “coito interrompido” (chamado onanismo) e a masturbação masculina e feminina.
A orientação procriativa torna pecaminosa a harmonia entre desejo sexual e planejamento familiar
além de dificultar o autoconhecimento sexual de homens e mulheres (com prejuízos para sua vida sexual
posterior) e a prevenção de todas as doenças sexualmente transmissíveis.
O modelo procriativo aplicado na atualidade mantém a competição entre as mulheres que vêm na
geração de filhos/as o sentido maior ou até único da relação com o parceiro. O “status” de mãe torna a
mulher teológica e socialmente aceita e valorizada levando a uma certa desvalorização das outras
capacidades humanas femininas.
2. O modelo poligâmico monárquico – No modelo poligâ- mico monárquico o Rei tem direito a ter
inúmeras mulheres divididas em dois grupos: princesas e concubinas (1 Rs 11.3). O harém monárquico
não é diretamente condenado nos textos bíblicos como mostra a história de Davi em 2 Sm 5.13 (o Rei só
se separa delas depois de serem “usadas” pelo seu filho Absalão, cf. 2 Sm 16.20-22 e 20.3).
O acúmulo de mulheres, condenado no caso de Salomão (1 Rs 11.1-4), se deve ao fato de elas
serem estrangeiras e levarem o rei a adorar outras divindades. Mas não há nenhuma condenação do
modelo monárquico de sexualidade, como tal.
Apesar de, na época, as relações sexuais em geral gerarem “filhos e filhas” a procriação não era o
critério central do modelo monárquico, já que o rei precisaria de apenas um “herdeiro” para lhe suceder
no trono e não de muitos como nas famílias camponesas (1 Cr 3.9). A sexualidade é nada mais do que
mais uma das expressões do poder do Rei! Uma grande quantidade de princesas mostraria a pluralidade
de relações diplomáticas e comerciais. Uma grande quantidade de concubinas mostraria o poder do rei
sobre o povo.
O harém não era apenas uma vitrine de mulheres bonitas, mas era governado pela rainha-mãe que
se dedicava a preparação dos futuros funcionários reais além de ter influência tanto na política interna
quanto exterior (cf. 2 Rs 10.13 e Dn 5.10).
A prostituição comercial (apenas feminina, em hebraico “tsanah”) estava diretamente ligada à vida
nas cidades monárquicas. No entanto não parece haver uma abordagem moralista desta profissão.
Raabe, uma prostituta da cidade, é uma das principais heroínas da luta pela terra (Js 2.1-3 e 6.23-25).
Raabe passará depois a morar junto com as tribos, figurará na genealogia de Jesus (Mt 1.5) e será
declarada salva pela Igreja Cristã (Hb 11.31 e Tg 2.25).
3. O modelo moralista e legalista – O modelo moralista e legalista é implantado pelo poder
sacerdotal que assume o governo de Jerusalém sob o domínio Persa entre aproximadamente 450 e 400
a.C. (cf. Esdras 4). A missão de Esdras era implementar a obediência de uma nova versão da lei judaica
que garantiria a ordem interna e a submissão externa ao Império Persa (cf. Ed 7.11-17).
Esdras usa a sexualidade para eliminar o convívio dos homens judeus com mulheres de outros
povos (Ed 9-10). Neste sentido pode se afirmar que é um modelo racista e xenófobo, não porque
visasse necessariamente a pureza étnica, mas porque as mulheres estrangeiras são usadas como “bode
expiatório” (Ed 9.1.11.14).
Dentro deste modelo se impõe a monogamia proibindo que um homem tenha mais de uma parceira
(Lv 18.18). O corpo passa a ser visto com desconfiança como sexualmente “tentador” levando a proibir a
nudez (Lv 18.19 e 20.11s). Enfim a nova ordem sacerdotal faz com que nenhum aspecto da vida, incluindo
a sexualidade, escape do controle do estado religioso.
A sexualidade é definitivamente banida como elemento cultual (Lv 18.21), a homossexualidade
masculina é condenada explicitamente (Lv 18.22), a prática de atos sexuais com animais também é
proibida (Lv 18.23) assim como todas as formas de incesto ou relações sexuais intra-familiares (Lv
20.11s).
Todos os preceitos sacerdotais são invariavelmente androcêntricos. Uma prova do androcentrismo
do modelo é que em nenhum momento a mulher é proibida de ver a “nudez” de um parente pelo simples
fato de ela não ser mais do que uma propriedade do homem (Êx 20.10). A única proibição dirigida à
mulher é ter relações sexuais com animais (Lv 20.16). No caso de indenização a mulher vale sempre bem
menos que o homem (Lv 27.1s).
Alguns princípios morais deste modelo permaneceram na sociedade ocidental, tais como o ideal
monogâmico, a condenação da chamada zoofilia (relações sexuais com animais) e a prática cultual da
sexualidade.
Neste modelo vemos que as relações sexuais são reguladas mais do ponto de vista legal ou moral
do que pelo amor e pelo prazer na sexualidade.
4. O modelo erótico-afetivo – Este modelo tem sua maior expressão bíblica no Cântico dos
Cânticos motivando as mais diversas controvérsias e interpretações tanto no judaísmo quanto no
cristianismo. As muitas leituras feitas podem ser resumidas em três grupos:
Alegóricas: negam a centralidade da sexualidade dentro do Cântico dos Cânticos, e interpretam o
texto a partir de outros textos bíblicos.
Naturais: afirmam a centralidade da sexualidade, e procuram, em geral, manter-se dentro de uma
intertextualidade bíblica.
Míticas ou litúrgicas ou cultuais: afirmam a centralidade da sexualidade, mas enfatizando as
evidências literárias e arqueológicas do contexto extra-bíblico.
Em geral as leituras alegóricas têm sido superadas pela força das imagens do próprio texto. As
leituras cultuais têm servido mais para fornecer informações complementares em relação ao sentido
teológico da sexualidade no Antigo Oriente, mas alguns poemas da coletânea do Cântico dos Cânticos
mostram uma intimidade maior do que a meramente cultual.
As leituras naturais têm conseguido explicar melhor o sentido das palavras e das imagens do
Cântico dos Cânticos e é neste sentido que ele serve para exemplificar o modelo de sexualidade que
chamamos de “erótico-afetivo”.
O Cântico dos Cânticos pertence como produto final à época entre 400 e 300 a.C. ou entre o período
persa e o começo do período grego. Mesmo não sendo um panfleto contra o modelo moralista e legalista
de sexualidade imposto na época de Esdras não há por que duvidar que tenha tido, nesta época, uma
função de contestação e resistência especialmente por parte das mulheres. A coletânea poética
predominante feminina contesta também a exploração contra a mulher camponesa (Ct 1.6), a violência
contra as mulheres na cidade (Ct 5.7) e a vida no harém real (6.9).
O elemento central do modelo erótico-afetivo é o desejo. Expressões como: “Que me beije” (1.2) ou
“Ele é totalmente desejável” (5.16) expressam a intensidade do desejo. Não visa à reprodução, mas o
prazer como plena realização do amor que é chamado de “labareda de Javé” (8.5).
Dentro do modelo erótico-afetivo a sexualidade oferece uma forma de contemplação de toda a vida
seguindo o sentido comum a todo o Antigo Oriente.
Realizar-se sexualmente com a pessoa amada é estar em harmonia com toda a criação e leva a
alcançar todos os outros prazeres da vida. Amar é desejar cada parte do corpo da pessoa amada. A nudez
aqui não é má nem perigosa, mas é uma janela para o amor (Ct 2.9).
A leitura alegórica foi a forma encontrada tanto por judeus quanto por cristãos para des-
erotizarestes poemas de amor impedindo que servissem como modelo de sexualidade alternativo aos
anteriormente apresentados. O corpo exaltado, o prazer amoroso, a participação ativa da mulher são
elementos que questionam a sexualidade procriativa, opressiva, moralista e androcêntrica.
O modelo erótico-afetivo não deixa dúvidas de que a sexualidade é dom de Deus. No primeiro relato
da criação em Gn 1.28a o dom de divino é apresentado através da fecundidade: “E Deus os abençoou e
lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos...”. No entanto, no Cântico dos Cânticos o erotismo é dom em si,
com ou sem a fecundidade. No Cântico dos Cânticos o desejo sexual é atribuído a ambos os sexos e é
visto parte integrante do sentimento do amor (Ct 2.1-3 e 8.7).
Já no segundo relato da criação, o desejo é visto como um mal para a mulher provocando sua
dominação por parte do homem: “E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua
gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará” (Gn
3.16). As diferenças entre o que se entende por dom de Deus em Gênesis 1-3 e no Cântico dos Cânticos
levaram a afirmar que os poemas do Cântico dos Cânticos seriam uma releitura dos relatos de Gênesis
buscando resgatar o paraíso perdido. O Cântico dos Cânticos também não tem como motivação originária
ser uma releitura de Gênesis 1-3 mas, mesmo sem querer, acaba sendo nas suas consequências
teológicas especialmente, no que se refere à sexualidade e às relações de gênero.
O Cântico dos Cânticos trata da centralidade do erotismo, do desejo, do companheirismo erótico-
amoroso, do amor sem barreiras entre um homem e uma mulher.
5. Sexualidade, pecado e acolhimento nos Evange- lhos – Pretender estudar como a sexualidade
é tratada nos Evangelhos é um desafio novo e difícil, pois este não é seu foco central. No entanto, a
questão da sexualidade do ponto de vista teológico e antropológico pode ser abordada a partir de dois
ângulos:
a) Os momentos onde Jesus e/ou seus discípulos tratam de assuntos relativos à sexualidade;
b) A análise de listas de preceitos morais onde esta questão é mencionada. Dentro do primeiro
enfoque destaca-se o tratamento dado por Jesus ao assunto da prostituição feminina: Em Mateus 21.31b:
“Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus”.
O termo grego usado é “porné” (literalmente “a imoral”). Em Lucas 7.37 a mulher é chamada de “pecadora
da cidade” (em grego “polei amartolos”) é destacada pela sua fé e, neste caso, não é colocada a
recomendação “não pequeis mais” mas apenas as afirmações de Jesus: “Perdoados são os teus pecados”
(Lc 7.48b) e “tua fé te salvou, vai-te em paz” (Lc 7.50). Quer dizer que para Jesus a questão central no é o
rótulo de “pecadora” pelo qual era conhecida, mas sua grande fé que era ignorada pelos fariseus
moralistas.
Este primeiro relato é sacerdotal e, portanto, fornece o embasa- mento etiológico para a visão
moralista e legalista.
O Evangelho segundo João apresenta outras duas situações que podem ser ligadas à sexualidade:
A primeira situação é o diálogo de Jesus com a mulher Samaritana. Jesus afirma que ela já teve cinco
maridos e o atual não é seu marido (Jo 4.16–18). Isto quer dizer que os cinco foram maridos de verdade
(?), mas o atual não era dela (Jo 4.41,42).
No episódio da condenação da mulher surpreendida cometendo adultério (Jo 8.3s) Jesus faz uma
importante afirmação ao dizer: “Nem eu tampouco te condeno” (v.11b). Poderia ter dito apenas “eu te
perdôo”. No entanto termina dizendo: “Vai e não peques mais” (v.11c) a mesma expressão usada na cura
de um homem doente (5.14). Jesus não dá ênfase ao “pecado” que teria levado essa mulher à morte, mas
ao fato de todos, mesmo seus algozes, serem igualmente pecadores, fato que impossibilita a condenação.
No segundo enfoque encontramos listas que surgem do debate entre Jesus e a visão moralista e
legalista dos fariseus. A primeira refere-se especificamente ao divórcio e ao adultério. No Evangelho
segundo Marcos a argumentação segue o seguinte esquema: A lei de Moisés autoriza o divórcio (em
grego apostasion) e o repúdio (em grego apoluo). O uso de duas palavras para descrever o fato em
questão mostra que se tratava de um divórcio unilateral perpetrado pelo homem (Dt 24.1-3).
Jesus coloca acima da lei o princípio da unidade matrimonial no corpo (citando Gn 2.24).
Posteriormente, em particular, esclarece seus discípulos sobre o sentido do adultério (Mc 10.1-12).
Neste caso Jesus propõe a indissolubilidade absoluta do matrimônio (que será contradito pelo apóstolo
Paulo em 1 Cor 7.15: “Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não fica sujeito
à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz”).
Na comunidade de Mateus, onde predominavam judeus conver- tidos, a discussão sobre questões
legais era mais intensa e complicada. O assunto do adultério é mencionado duas vezes (talvez porque
alguns resistissem à ideia de não poder se divorciar quando a lei de Moisés o autorizava). O primeiro texto
está em Mateus 5.31,32.
Neste caso o uso dos termos é invertido: “Aquele que repudiar sua mulher lhe dando carta de
divórcio” quando em Marcos se dizia: “escrever [lavrar] carta de divórcio e repudiar” (10.4). Neste sentido a
comunidade de Mateus quer dizer que o que Jesus esta proibindo é repudiar unilateralmente a
mulher (que na época ficava sem nenhum amparo legal) e não necessariamente o divórcio. Também neste
texto não aparece a explicação sobre a indissolubilidade do matrimônio como em Marcos.
No segundo texto de Mateus (19.7-10) a questão é recolocada com a salvaguarda de que, quem
encontrar sua mulher praticando “relações sexuais ilícitas” (em grego porneia) pode sim repudiá-la
(flexibilizando o conceito de indissolubili- dade) e que não seria possível casar com “uma mulher
repudiada”, ou seja, flagrada cometendo adultério. Esta flexibilização é feita na ótica exclusiva do homem
(não como em Marcos que diz que seria proibido tanto para homem quanto para a mulher casar com
pessoas repudiadas ou divorciadas).
Em Mateus 15.19 e Marcos 7.20-23 aparecem listas de “imoralidades” dentro das quais aparecem a
“porneia” (imorali- dade) e “moixeia” (adultério) que são as únicas ligadas diretamente à sexualidade. Em
Marcos, onde a lista é maior, aparece também o termo “asélgeia” (cujo sentido direto é “vício” mas que
também pode ser interpretado como “libertinagem”). A conotação sexual deste último não é clara. O termo
grego “moixea” é o mesmo que aparece em Marcos 10.4s aplicado tanto para homem quanto para mulher.
Já o termo “porneia” está mal traduzido como “prostituição” já que ele significa “imoralidade sexual de
qualquer tipo”.
Os evangelhos não esclarecem mais sobre o que deve ser ou não
considerado porneia,esclarecimento que pode se buscar analisando as epístolas como será feito mais
adiante. Estas listas não descrevem uma lei, mas são um apelo ao coração (tes kardias). No caso da
sexualidade pode se dizer que o que sente “o coração” é essencial.
6. Ética sexual nas epístolas paulinas – O apóstolo Paulo também condena a porneia em 1 Co
5.1-8 e 7.1-7 (onde tem sempre conotação heterossexual visando principal- mente evitar o incesto). Em
outros textos como 1 Co 6.12-20; 2 Co 12.19-21; Gl 5.16-26; Ef 5.1-20 e 1 Ts 4.1-6, a imoralidade sexual
(porneia) é também vinculada aos cultos gregos dos quais o apóstolo queria diferenciar a vida das
comunidades cristãs. A ética sexual paulina propõe: A valoriza- ção da pessoa independentemente do
casamento (1 Co 7.7-8.25-28); A har- monia das relações entre homens e mulheres e nos grupos
familiares e por extensão nas comunidades cristãs (1 Co 7.1b-6); Em 1 Co 12.21 e Gl 5.9 o apóstolo usa
“porneia” e “aselgeia” como dois problemas diferentes e não como sinônimos. Efésios 4.19 associa
“aselgeia” às impurezas e à ganância (“pleonexia”) mesmo que as traduções busquem lhe dar conotação
sexual e não econômica. Só no texto tardio de 2 Pedro 2.7 aparece como condenação a má conduta do
povo de Sodoma para com Ló (seria então uma condenação à violência sexual?).
A ética não é imposta, mas é apresentada como um aconselha- mento pastoral a partir da
experiência concreta da comunidade (1 Co 7.1a).
Um texto interessante para a discussão bíblico-cultural da sexua- lidade está em Rm 1.26: “Pelo que
Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no
contrário à natureza”. O texto trata-se do “sexo anal” em relações heterossexuais dentro de práticas
orgiásticas que, na época, sempre tinham conotação religiosa.
Como entender o subsídio oferecido pela Bíblia para a sexualidade humana?
Se a Bíblia, como é levantado neste arrazoado, possui diversos modelos e entendimentos da
sexualidade dependendo das circunstâncias históricas, sociais e culturais é possível perce- ber que o
mesmo acontece na atualidade. Não seria correto tomar uma das formas e dizer que esta seja a única
santa, natural ou salutar. Os textos que se referem à sexualidade na Bíblia devem ser lidos dentro dos
seus respectivos contextos históricos e culturais assim como qualquer outro texto bíblico sobre qualquer
outro aspecto da vida.
Comparando as diferentes concepções fixadas na Bíblia através da experiência do Povo de Deus,
podem se encontrar princípios gerais orientadores para a atualidade sem pretender que eles sejam
imutáveis nem aplicáveis universalmente.
Não cabe dúvida, especialmente, a partir do evento Jesus Cristo, de que, dentre todos os princípios,
o principal é o AMOR: João 13.35: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor
uns aos outros”; 1 Coríntios 13.13: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três;
porém o maior destes é o amor”; Mateus 22.37-40: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro
mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”.

A expressão “porneia”, que, na leitura do Novo Testamento, tem sempre o sentido de abranger todo tipo
de imoralidades sexuais, não pode ficar presa apenas a essa compreensão, uma vez que os apelos
sociais e suas mudanças sempre impõem sobre a sociedade nova leitura das necessidades, como um tipo
de acomodação contextual. Um exemplo bem claro para isso é a independência da mulher no cenário
mundial. Hoje a mulher estuda mais do que os homens, trabalha, às vezes sustenta a casa, é líder, chefia
homens e tem participação efetiva na sociedade. Isto quer dizer que a expressão grega mh epi
porneia (me epy porneia – a não ser por imoralidades sexuais), restringida a uma única acepção, já não
atende as demandas atuais. Isto porque esta concepção estava dentro de uma cosmovisão androcêntrica.
Só que a sociedade evoluiu e a mulher se libertou. Hoje, existem outras questões que levam um homem e
uma mulher romperem com o casamento: mentiras, distorção de caráter, falsidade, infidelidade em níveis
diferenciados, ausências, indiferença, agressividade, falta de dinheiro, incompatibilidades exacerbadas
que levam a um desgaste irreversível, falta de periodicidade sexual, e tantas outras questões.
O que deve ficar bem claro para o leitor é que as palavras, em qualquer língua, ganham novas acepções a
partir da própria deriva e das necessidades que se apresentam. Por exemplo, a palavra “alma” hoje é
entendida por nós como psiquismo; a palavra “espírito” pode ser compreendida como o nosso lado
emocional, profundidade, internalidade, introspectividade, espiritualidade, etc. Antes esta palavra abrangia
uma série de coisas diferentes das que hoje entendemos. Quando nós lemos em coríntios o texto que diz:
“E osespíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1 Co 14.32), o que estamos lendo de fato? É
lógico que aí o texto está falando de “reações emocionais”. Ou seja: eu posso controlar as minhas
emoções!

OROU, ACONTECEU?!!!!!!!!!!
“Pai, não deixe que os meus sentimentos falem mais alto do que a Tua voz!
Diante do magico-supersticioso da prática da oração entre o povo evangélico – alguns segmentos –
coloco à disposição do leitor 40 Pensamentos sobre a oração objetivando levar os evangélicos a
repensarem a ORAÇÃO. Se não, vejamos:

1. A oração deve ser feita sob a ótica da SOBERANIA de Deus. Não existe ORAÇÃO FORTE, mas sim um
DEUS TODO-PODEROSO que ouve o mais frágil dos cristãos na sua mais humilde oração (2 Coríntios
12.10).
2. Não é uma GRANDE FÉ, quando oramos, que resolve nossos problemas, mas a FIDELIDADE DE
DEUS, que não nos deixa desamparados (1 Coríntios 10.13).

3. Devemos orar entendendo que a oração é apenas um meio de entrarmos em comunhão com Deus e
não um fim em si mesmo.

4. Devemos orar não para controlar o sobrenatural de Deus. Isso não é da alçada dos homens.

5. Devemos orar não a partir da visão de um deus-quebra-galho, shazan, resolvedor-mor dos nossos
problemas. Quando oramos, não esqueçamos, estamos na presença de Deus e não de um “ídolo da
sorte!”

6. Devemos orar apenas para dizer a Deus o quanto Ele é tudo na nossa existência.

7. Devemos orar a Deus sem segundas intenções. Mas como uma criança que se deita para ser afagada
pela mãe.

8. A oração, ao contrário do que muitos imaginam, deve nos fazer mais humanos do que divinos, pois
estamos na presença do Todo-Poderoso!

9. Não devemos fazer da oração um “canto de sereia” para convencer a Deus a nos ouvir. A Bíblia diz que
não devemos orar como aqueles que ficam se repetindo na oração como se ela (a oração) fosse um
mantra.

10. A oração a Deus deve se transformar em descanso de alma e repouso para as nossas inquietudes.

11. Devemos orar não para “romper em fé” e ter respostas imediatas de Deus, mas para ter forças e
equilíbrio para suportar passar por aquilo que o nosso desejo não alcançou e Deus não quis nos dar.

12. Não devemos orar para forçar as mãos de Deus na direção das nossas necessidades, mas para
estender as nossas mãos até onde estão as de Deus.

13. Devemos orar sabendo que Deus conhece as nossas “reais” necessidades. Portanto, orar não é forçar
uma situação diante de Deus pra ver se conseguimos alguma coisa. Por isso não tenho poder para
declarar, determinar nada na oração. Deus é quem manda. Ele é o Soberano de toda a Terra!

14. Devemos orar porque enquanto oramos perdemos a força do “eu quero” e ganhamos a certeza de
depender só de Deus.

15. Devemos orar a Deus não para que Ele faça a nossa vontade, mas para que Ele faça a dEle em nossa
vida.

16. Devemos orar não para forçar Deus a ouvir nossa voz, mas para conseguirmos ouvir o que Ele tem
para dizer aos arcanos da nossa alma.

17. O maior desafio da oração é conseguir sair do mesquinho “ouve que o teu servo fala” para o universal
“fala que o teu servo ouve”.

18. Devemos orar agradecendo a Deus pela Graça de podermos orar.

19. A maior guerra espiritual travada na oração é a guerra entre as vontades. É a minha vontade que
precisa - e geralmente não quer - se submeter à vontade de Deus.

20. A oração que resolve é a que não resolve por si só, pois não é a oração pela oração que nos traz a
solução, mas a oração que é feita a Jesus, autor e consumador da nossa fé.

21. Os problemas, às vezes, nos fazem orar pouco ou nem orar, porque nos tiram do foco divino. Mas os
problemas, ao contrário, devem nos fazer orar mais, na medida em que eu creia que eles, quais forem
eles, são sempre vulneráveis diante do poder Deus.
22. A oração mostra o quanto eu preciso de Deus para viver e às vezes sobreviver.

23. Orar não é tanto entrar no sobrenatural de Deus como no seu natural. A dimensão do sobrenatural de
Deus que precisamos experimentar é o seu cuidado, amor e proteção, coisas naturais de um Deus que
intervém.

24. Orar sem a obrigação de ter que ser respondido é descobrir a eficácia do propósito da oração:
ESCUTAR A VOZ DE DEUS.

25. Quando ajoelhamos diante de Deus temos sempre dois propósitos: a) Falar com Ele e b) ter a resposta
dEle. Agora, quando você ajoelhar diante de Deus tenha em mente esses dois bons objetivos: a) Buscar o
silêncio da alma para não ser dominado pela inquietude e b) ouvir a voz da necessidade dos outros,
porque da sua necessidade cuida Deus.

26. O mal na oração dos que oram é quando oram para terem poder. Deveriam, porém, orar mais para
terem amor, misericórdia e justiça da parte de Deus.

27. A oração vira fetiche quando é concebida como fórmula mágica para resolver problemas difíceis. Não
é a oração que tem poder, mas o Deus para quem dirigimos as nossas orações.

28. Precisamos escapar do infeliz jargão que vem motivando as orações em nossas igrejas: “quando a
igreja ora, alguma coisa acontece!” Isso nos leva fatalmente à infeliz ideia do “ora que melhora da Idade
Média”. O que acontece aqui é que a pontuação do milagre incide sobre “a oração que faz algo acontecer”
e não sobre o Deus ao qual devemos submeter à nossa vontade e que decide, como Soberano que é, o
que vai ou não acontecer à nossa existência.

29. A oração deve começar com agradecimento, prosseguir com agradecimento e terminar com o coração
agradecido diante de Deus.

30. Na oração se faz pedido e não imposições a Deus. Nossas orações só são atendidas quando Deus
resolve atender. Razão: Deus não negocia a sua Soberania nem mesmo com a “oração mais poderosa”.

31. Para orar não é necessário fazer tipo, tipo de oração. Mas orar é o desejo da alma querendo estar com
Deus.

32. A oração deve se transformar no “venha o teu reino” para todos e não no comum “venha a nós”, que
termina sendo só para um grupo específico, e, ao final, transforma-se no famigerado “venha a nós e ao
vosso reino nada”.

33. A frase “eu estou orando por você” é a mentira mais religiosa que existe na vida de uma maioria
gigantesca de evangélicos. A pior mesmo é aquela clássica “vou orar por você!”, mas com a mão à frente
para a pessoa nem chegar perto.

34. Ou você é uma pessoa QUE SE ENCHE DE ORAÇÃO OU A ORAÇÃO COMEÇA A ENCHER VOCÊ!
Pior é quando as pessoas se enchem de si mesmas na oração.

35. Quando um pastor ora por uma pessoa pedindo a Deus que lhe cure e lhe dê vitória e a pessoa sai da
sua presença sem ser curada e sem vitória com relação ao seu problema, duas coisas acontecem: a
pessoa sai pensando que o pastor é “tão bonzinho” que pede misericórdia por ela, mas Deus é “tão ruim”
que não ouve a oração do pastor.

36. A oração é vista como termômetro que mede espiritualidade. Por isso oramos mais para impressionar
os homens do que a Deus.

37. A oração em voz alta é uma coisa, mas quando vira gritos descompassados de quem quer ser mais
ouvido do que os outros, torna-se comumente o grito do “leão irado” que trazemos dentro do peito: o
orgulho e a prepotência.
38. Pessoas que, antes de saírem de casa, acostumaram-se ORAR DE PORTAS FECHADAS, estão
orando com medo. E orar com medo do diabo é não conhecer a Soberania do Deus para quem dirigimos
nossas orações. LEMBRETE: As únicas portas que devemos fechar é a da nossa PRESUNÇÃO e a da
nossa INDISCRIÇÃO.

39. Antes que o dia termine, cuide para não deixar seus sonhos encostados no canto das lamentações,
abandonados ao parecer do impossível. Não sem ao menos tentar, não sem ao menos idealizar um plano
de metas. Comece orando, ore mais um pouco, prossiga em oração e, um recado, não pare de orar.

40. A oração que resulta de uma atitude social, solidária e fraterna, é a que mais se aproxima dos
ensinamentos de JESUS.

OS 10 MANDAMENTOS DO MALEDICENTE

Primeiro Mandamento:

1 – Não deixe de falar mal dos outros para não perder a prática.

Segundo Mandamento:

2 – Não deixe de procurar, sempre, as pessoas de sucesso para falar mal.

Terceiro Mandamento:

3 – Não deixe de falar bem daquele que as pessoas dizem que é bom, utilizando-se de duplo
sentido, e torça para que ele erre.

Quarto Mandamento:

4 – Não deixe de procurar aqueles que você tem certeza que lhe darão ouvidos.

Quinto Mandamento:
5 – Não deixe de mostrar jeito confiante ao falar mal dos outros, para que seus ouvintes
acreditem em você.

Sexto Mandamento:

6 – Não fale só mal dos outros. Procure falar, ao mesmo tempo, bem e mal de uma pessoa, para
que ninguém perceba a sua real intenção.

Sétimo Mandamento:

7 – Não deixe de procurar os descontentes, os rebeldes e os simples, pois eles lhe darão
ouvidos.

Oitavo Mandamento:
8 – Não comece criticando, comece falando bem da pessoa que você quer destruir para depois
salientar os aspectos negativos dela. Faça isso com maestria e tom piedoso.

Nono Mandamento:

9 – Não deixe de falar mal dos outros para não perder a prática.
Décimo Mandamento:
10 – Não deixe de destruir, com palavras, a base mais forte de quem você quer derrubar, porque,
no final, ele também cairá.

Estes mandamentos têm tudo a ver com os passos dados pelo MALEDICENTE com o objetivo de
destruir aquele que passa a ser o seu alvo.

POR QUE AS IGREJAS ESTÃO FAZENDO A OPÇÃO PELO MÁGICO-SUPERSTICIOSO NOS


SEUS CULTOS?

Esta é uma reflexão sobre o comportamento de algumas igrejas brasileiras que insistem em
querer se SECULARIZAR, de um lado, e se SACRALIZAR, de outro, e sobre o desafio atual
desta mesma igreja que precisa ser Igreja de Deus em meio a tantas distorções e expressões
caricatas, para que não lhe seja RETIRADO O CASTIÇAL.

A superstição nos arraiais evangélicos está ultrapassando todos os limites da coerência, do bom
senso e sobretudo dos ensinamentos deixados por Jesus a todos nós. O sistema sacrificalista –
detonado por Jesus – está de volta com força total.

1. A RESPONSABILIDADE É NOSSA. O que tem prevalecido nos formatos dos nossos


cultos é a inclusão de elementos culturalmente comprometidos e amalgamados e uma ênfase
desmedida no diabo, terminando por retirar responsabilidades do ser humano.

2. PÂNICO NO MEIO EVANGÉLICO. Os crentes pentecostais e pós-pentecostais estão em


PÂNICO com tanta maldição, anjos da morte, machados do além, desgraças, infortúnios, diabos,
demônios, CULPA, que acabaram por esquecer sobre quem manda de fato no jogo da vida e nos
destinos do mundo. LEMBRE: "MAIOR É O QUE ESTÁ CONOSCO!"

3. ABAIXO A OPRESSÃO DO MEDO. Igreja não é lugar onde se promove o medo como
elemento de motivação para seus membros virem aos cultos. As pessoas devem ir às igrejas com
o sentimento lúcido de reconhecimento, agradecimento e pelo prazer de levar a Deus o seu
máximo tributo. A Igreja de Jesus Cristo é lugar de LIBERTAÇÃO de consciências dominadas
pelo medo. Não podemos fazer o contrário da proposta deixada pelo Filho de Deus.

4. NÃO ESTAMOS PREGANDO O EVANGELHO DE JESUS. O Evangelho apregoado por


Jesus, nem de longe, parece com esse que nós divulgamos hoje. Conseguimos constantinizá-
lo,romanizá-lo, amalgamá-lo e finalmente esvaziá-lo do seu objetivo principal – libertação. O
evangelho de hoje mais aprisiona do que liberta; isto porque a libertação que anunciamos não é a
da consciência, mente, percepção, visão de mundo.

5. IGREJA NÃO É LUGAR PARA SUPERSTIÇÕES. Uma grande quantidade de igrejas


pentecostais clássicas e pós-pentecostais estão formatando seus cultos à maneira mágico-
supersticiosas, trazendo verdadeira histeria coletiva aos seus ambientes. Não é isso que Jesus
nos ensinou e nos ensina. Devemos levar as pessoas que vão às igrejas o descanso, a paz e
sobretudo a consciência que Ele (Jesus) tem TODO O PODER NOS CÉUS E NA TERRA.

6. SÓ PROMESSAS. As promessas que estão sendo feitas dos púlpitos evangélicos são
comprometedoras. Será que os lixos que trazemos de anos na vida são retirados por uma
“oração forte” ou é preciso caminhar a caminhada cristã, vencendo as etapas da vida e matando
os leões, dia a dia, que há dentro de nós? Promessas mediáticas para soluções imediatas são
placebos, mentiras. Espiritualidade tem a ver com busca intensa, constante e profunda. Não tem
a ver com a pressa deste milênio.
7. "CANETAS UNGIDAS PARA CONCURSO" É O FIM DA PICADA. ALGUÉM ESTÁ
SENDO MUITO VIGARISTA OU ESTÃO NOS ACHANDO UM BANDO DE TOLOS
INCONSEQUENTES.

8. PARCERIA LUCRATIVA. O inventor dessas canetas MILAGROSAS deva ter certamente


se inspirado numa parceria lucrativa com uma fábrica de canetas – a bic, por exemplo. Absurdum!
Todo o meu repúdio a um negócio desses. Isso é justamente a tentação do diabo lançada sobre
Jesus: transformar “pedras” em pães. Charlatanismo de marca maior e com todos os ingredientes
da tentação no deserto.

9. RELIGIÃO DO MEDO. A conduta da religião é a de reprimir o que possa provocar UMA


NÃO REAÇÃO AO MEDO por parte do povo em relação à própria religião. Algumas igrejas
insistem em viver fundamentalmente do medo dos seus membros.

10. MEDO DOS DEMÔNIOS. “O medo da ação do demônio é muito mais eficiente que a
doçura da presença de Deus”. Este é um dos fatos que pervadem a maioria das igrejas ditas
pentecostais e pós-pentecostais. É bem verdadeira a assertiva do professor da UNICAMP
Leandro Karnal: “O medo enche mais as igrejas do que o amor”.

11. A VINDA DE JESUS. A sinistrose escatológica ensinada em alguns púlpitos cristãos


mantém o povo evangélico debaixo de uma expectativa amedrontadora. Esse milenarismo
insuflado no povo é o que o mantém em estado de submissão.

12. NÃO ENTENDO. Por que as pessoas têm tanto medo do conhecimento? Parecem
gostar de viver mais nas sombras da ignorância de uma espiritualidade construída pelo medo e
pela superstição do que enfrentar suas limitações e lutarem, com garra, para terem acesso a
novos saberes que possam libertá-los da mesmice e da ignorância.

A MINHA PERGUNTA FINAL:

“Até quando vamos viver no estreito e asfixiante espaço do ‘Engana Que Eu Gosto?!!!’”

PROSSEGUIR SEM DESISTIR ATÉ ALCANÇAR O ALVO PROPOSTO

Mais um ano que se desvanece, dissipa-se, extingue-se, desaparece, apaga-se, dissolve-se e com ele vai
todo tipo de emoção vivido: alegrias, tristezas, dores, doenças, perdas, conquistas, reparações, traições,
angús-tias, dissabores, méritos, deméritos, paixões, amores e uma lista sem fim que poderíamos nomear
aqui.

Cada final de ano serve para uma reavaliação, um exame, um inventário de tudo quanto fizemos ou
deixamos de fazer; coisas para tirar das nossas vidas, coisas para recolocar, fatos passados que
desejamos esquecer, fatos novos que necessitamos realizar...

Mas há algumas coisas novas nessa nossa reflexão sobre a vida que não podemos deixar passar
despercebidas. São três olhares que devemos ter neste exato momento do nosso existir:
a – Um olhar para trás – fazendo uma retrospectiva da nossa vida, uma contagem dos nossos dias.

b – Um olhar para dentro – uma introspecção a fim de vasculhar e limpar a alma diante de Deus, uma
faxina com dimensões espirituais.

c – Um olhar para frente – nossa prospecção, visão projetada, estendida, arrojada, uma visão maior que
nos prepare para o futuro.
Após esse mergulho retrospectivo, introspectivo e prospectivo, eu devo parar a fim de entender o
que o apóstolo Paulo está falando aos filipenses para uma tomada de posição com respeito ao futuro que
se avizinha diante de nós.
Diante do que o apóstolo dos gentios me faz enxergar nas entrelinhas do texto que ele escreveu,
inspirado por Deus, posso dizer que há um alvo a ser perseguido por mim e esse alvo não pode ser eu
mesmo. Para tanto,
TRÊS COISAS PRECISO “ESQUECER” PARA CORRER A CORRIDA DA MINHA EXISTÊNCIA
1) Devo “esquecer” a mim mesmo pelo alvo que tenho à minha frente. Paulo está dizendo que para
avançar nos propósitos de Deus eu não posso lembrar de mim. A maioria das pessoas se dedica a Deus
parcialmente, por conta dos seus outros motivos, como sobrevi- vência, ambição, emulação, senso de
segurança. Paulo está nos concla- mando a trocar tudo isso por um “Alvo Elevadíssimo” de vida:
“...alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus” (Fp 3:12). Para chegar a essa salvação
completa não devemos poupar esforços, até mesmo esquecendo as coisas boas que a vida pode nos
proporcionar.
2) Esquecer o que eu não quero esquecer. Como esquecer o que eu não quero (e às vezes não
consigo) esquecer? Há coisas que são esquecíveis; outras há, no entanto, que são inesquecíveis. Paulo
está motivado a envolver-se total e completamente com a obra de Deus (sua vocação) e fará de
tudo para chegar ao “prêmio” da sua vocação – a salvação completa.
3) Esquecer o que eu preciso deixar no passado. Paulo deixou muita coisa do seu passado para
trás que lhe trazia mágoa, angústia, desilusão. Por exemplo, ter participado da morte de Estêvão; as
igrejas que ele abria e que eram invadidas por judaizantes que desfaziam tudo que ele ensinava; igrejas
que não prosperaram por problemas conjunturais; traições promovidas por oficiais da sua confiança;
rejeição de algumas igrejas que não respeitavam o seu apostolado. Eu não posso nunca esquecer quem
sou eu e os meus propósitos diante de Deus para não me tornar apenas alguém magoado, amargurado e
desiludido.

Esses três esquecimentos me colocam no asfalto da existência diante de três decisões:


TRÊS DECISÕES DEVO TOMAR PARA CHEGAR AO ALVO
1) Prosseguir como um alvo-meta da vida (nunca desistir). Paulo fala sobre duas coisas
importantes que o fazem prosseguir:

a). Ele diz que ainda não alcançou o alvo (a ressurreição dos mortos). Quem acha que já
chegou onde deveria chegar, não consegue mais nada na vida cristã. A razão é simples: só nos
movimentamos por motivação. Paulo tinha a motivação de querer chegar a experiência de uma salvação
completa.

b). Ele não é perfeito (Fp 3:12). Paulo não se sentia “comple- to”. Havia algumas coisas na vida
do apóstolo que precisavam de com- pletude. Ele queria plenitude na sua vocação.

2) Prosseguir (no grego, é esticar-se, inclinar o corpo para frente, como numa corrida e chegada
final)como se tudo na vida dependesse disso. Este é o modo de Deus nos fazer descobrir novos
horizontes na sua obra: fazendo-nos prosseguir. Ele disse para Daniel: “Tu, porém, vai até o fim”. Disse
também para Elias, quando este sentiu terminada a sua tarefa como profeta: “E o anjo do SENHOR tornou
segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o caminho” (1 Rs 19:7).
Reanimou o próprio apóstolo Paulo quando este foi resistido, blasfemado pelos judeus e por isso queria
sair da cidade de Corinto: “E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales;
porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus” (At 18:9-11). Isto porque a
ordem de Deus é sempre de prosseguirmos, avançarmos; nada pode nos parar a não ser nós mesmos ou
Deus.

3) Prosseguir como o “ir avante” da existência. A maturidade cristã nos ensina que a “vida não é
uma corrida de velocidade, e sim de resistência.” Prosseguir é a palavra de ordem para não nos
embaraçarmos. Assim dizia o grande Nietzsche:

Depois que cansei de procurar aprendi a encontrar.


Depois que um vento me opôs resistência,
velejo com todos os ventos.

PERORAÇÃO:
Do exposto, só me resta contar-lhes a história de um camundongo medroso, pois retrata a vida de
alguns de nós:
Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato. Um mágico teve
pena dele e o transformou em gato.
Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mágico o transformou em cão.
Então, ele começou a temer a pantera e o mágico o transformou em pantera.
Foi quando ele se encheu de medo do caçador. A essas alturas, o mágico desistiu. Transformou-o
em camundongo novamente e disse:

“Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem a coragem de um camundongo”.
PÚLPITO - LUGAR DE PODER

EXÓRDIO:

Púlpito é lugar de poder por conta da sua áurea relevância na liturgia; pela sua influência, seu
objetivo, propósito e fim.
Púlpito é lugar de poder, porque é ele que norteia, dirige e coloca limites na reunião.
Púlpito é lugar de poder pelas influências que exerce sobre a Igreja, informando e formando
pessoas.
Púlpito é lugar de poder, porque, além de influenciar, informar e formar pessoas, ele ordena o culto
de adoração a Deus.
Púlpito é lugar de poder, porque sua voz comumente é prioridade no culto.
Púlpito é lugar de poder, porque o que dele advém resulta sempre em juízo de valor para a igreja.
Finalmente, púlpito é lugar de poder, porque é dele que saem as instruções para o povo; é onde se
ajuíza o certo e o errado; é a instituição falando.

PÚLPITOS TOTALITÁRIOS

A. São púlpitos absolutos, onde o que fala, fala como se fosse a última palavra.
B. São púlpitos que pararam de ouvir faz muito tempo. Falam, mas não ouvem.
C. São púlpitos que dão ordens, mas são os primeiros a descompri-los.

PÚLPITOS ELITIZADOS

A. São púlpitos oligárquicos. Só a elite fala; outros não têm condições de falar.
B. São púlpitos de um «punhado», não de todos. Só os poucos, em muitos cultos, falam. Ninguém
mais.
C. São púlpitos que mantêm o monopólio do poder.

PÚLPITOS DEMOCRÁTICOS

A. São púlpitos onde todos falam. A palavra é franqueada a todos. Mas, todos os que pregam, não
têm condições de pregar.
B. Esses púlpitos são de todos e de ninguém ao mesmo tempo. Neste caso, o púlpito se torna o
lugar mais barganhado da igreja.
C. São púlpitos que têm a voz do povo, mas, por vezes, não ouve a voz de Deus. São os púlpitos
que agradam a todos, mas desagradam a Deus.

PÚLPITOS LEGALISTAS

A. Púlpitos cheios de leis, normas, regras, ordens, imposições em nome de Deus.


B. São púlpitos que só pregam condenação, maldição, inferno e o peso das mãos de Deus.
C. São púlpitos da letra, da doutrina tradicionalista, mas com prática contrária da que dizem.
Mandam, mas não fazem; impõem, mas são os primeiros a quebrarem promessas e palavras.

PÚLPITOS MISERICORDIOSOS

A. São púlpitos que pregam graça, bênção de Deus e absolvição. Nunca se veem como donos da
verdade, mas compartilham o amor de Deus.
B. São púlpitos que pregam compaixão, perdão; se fazem ouvir com voz de misericórdia.
C. São púlpitos que não condenam, absolvem; não matam, dão vida; não expulsam, aproximam; não
excluem, disciplinam.

PÚLPITOS IDEALISTAS

A. São púlpitos proféticos, motivados, animados, cheios de projetos e vanguardas.


B. São púlpitos que pregam novos modelos, novos parâmetros, novos momentos, novas conquistas,
sem deixar que o novo seja idolatrado.
C. São púlpitos cheios de utopias, sonhos, ideais. Objetivam mostrar que existe sempre outro lado
da história que ainda não estamos enxergando.

PÚLPITOS ORTODOXOS

A. São púlpitos fechados, parados, sem vida, porque a vida que têm é só aquela que acreditam que
podem ter e não a que, em Jesus, são chamados a viver.
B. São púlpitos que se ufanam de não fazerem o que todos estão fazendo, porque acham que o
«não fazer» agrada mais a Deus do que «o fazer», mesmo que errado.
C. São púlpitos que acham que só eles são os corretos da história. Geralmente as mensagens
desses púlpitos são afirmações de conteúdo saudosista; são púlpitos institucionalizados.

PÚLPITOS LIBERAIS

A. São púlpitos abertos a coisas novas. Têm facilidade em mudar sua forma de ser dependendo das
circunstâncias.
B. São púlpitos que formam seu fundamento em cima de momentos que possam lhes dar uma nova
visão e um novo momento de vida.
C. São púlpitos que buscam renovação o tempo todo e, para isto, não colocam nenhum obstáculo
para viver nova experiência.

PÚLPITOS POPULARES

A. São púlpitos informais que pregam mensagens para alegrar o «povão», mas sem nenhum sentido
profundo nos seus temas.
B. São púlpitos que lidam com a Palavra de Deus de forma irreverente, banalizando o sagrado e
tornando-o elemento utilitário para serviço do povo.
C. Os púlpitos populares comumente vulgarizam a palavra, não se importando no que isso pode
trazer ao futuro da igreja. O alvo fundamental dos púlpitos populares é agradar o povo e nada mais.

PÚLPITOS DOMESTICADOS

A. São púlpitos que perderam a visão do maior projeto de Jesus entre os homens: a liberdade.
B. São púlpitos que só se preocupam em manter o povo acomodado. Não têm voz profética; não
denunciam as instituições de morte; púlpitos que perderam por completo a sua razão de existirem.
C. Os púlpitos domesticados têm uma característica que sobressai em comparação a todas as
demais: a verdade nestes púlpitos é pregada pela metade, ou seja, são meias verdades que são as piores
mentiras. O que é fundamental nas mensagens pregadas nestes púlpitos é que elas não libertam;
oprimem.

PÚLPITOS EMOCIONAIS

A. São púlpitos que se deixam vencer pelos apelos do povo. Por isso em vez de pregarem o que o
povo necessita, pregam o que o povo gosta.
B. São púlpitos que fazem o povo chorar, arrepiar-se, mas têm ausência de conteúdo e base bíblica.
C. Os púlpitos emocionais usam jargões em vez da Palavra de Deus; pregam mensagens
barulhentas, mas sem consciência. São púlpitos da «boca quente», mas são «frios» quando se trata de
conhecimento do senhorio do Espírito Santo.

PÚLPITOS INTOLERANTES
A. São púlpitos intransigentes, severos, rígidos. Púlpitos onde o alvo do pregador é falar mal de todo
mundo; é debulhar a vida dos irmãos, julgá-los, condená-los.
B. Os pregadores destes púlpitos têm «complexo de Deus»: pensam que podem julgar e condenar
seus ouvintes.
C. São mensagens de destrato, de um «salvador» que salva a alma humana para aterrorizá-la com
cobranças descabidas. Os pregadores destes púlpitos se ufanam de serem «quebra ossos» dos coitados
irmãos que já não têm lugar para serem quebrados na vida. Não existe coisa pior do que ser ouvinte de
púlpitos intolerantes. Não há céu nestes púlpitos; só inferno.

PÚLPITOS «CONTA PRÓPRIA»

A. São púlpitos irreverentes, vulgares, púlpitos que se curvam à banalidade, sem a mínima
reverência diante do Todo-Poderoso.
B. São púlpitos nos quais seus pregadores acham que são divinos e disputam vaga para serem a
4a pessoa da Trindade.
C. São púlpitos que glorificam a «visão», a «revelação» do pregador mais do que a Palavra de Deus.
Geralmente, os «profetas únicos», os «nova visão», os construtores dos «anjos morones», os que se
intitulam o «4o homem da Trindade», enfim, os paladinos das «verdades reveladas», originam-se dos
púlpitos «conta própria».

PÚLPITOS COMPROMETIDOS

A. São púlpitos alinhados com a máfia do poder, que cedem, sem a mínima culpa, lugar para os
elogios ostentatórios, abusivos, repugnantes, desagradáveis.
B. São púlpitos que para satisfazerem uma vaidade comprometem o seu futuro.
C. São púlpitos homologados: falam sem compromisso com a verdade; fingem, portanto,
honestidade, mas já a perderam faz muito tempo.

PÚLPITOS COERENTES

A. São púlpitos que procuram ter conduta irrepreensível; são púlpitos de um só rosto; uma só linha, e
não se curvam às tentações das novidades, mesmo que sejam vantajosas.
B. São púlpitos coerentes nos quais ouvimos sempre mensagens bíblicas embasadas,
fundamentadas, conscientes.

C. São púlpitos não homologados, púlpitos que procuram ser eminentemente proféticos no seu
combate contra as estruturas de morte, formadoras de um «senso comum» antibíblico.

PERORAÇÃO:

Diante do exposto, deixo com o leitor a ideia dos vários tipos de púlpitos existentes dentro da
pluralidade que o cristianismo atual nos oferece. Alguns profundamente comprometidos com a verdade
bíblica e com a santidade da coerência; outros, deixando a desejar, prosseguem doentes e adoecendo o
povo que os ouve. Faça, portanto, um estudo criterioso de todos os púlpitos aqui apresentados e saiba
apontar aquele do qual você está recebendo a mensagem de Deus.

RESPOSTA DE JESUS PARA AS TRAGÉDIAS DA VIDA

A maioria das pessoas envida todos os esforços para tentar explicar a dor, elaborando
uma espiritualidade da doença, da provação, do sofrimento padecido em honra da fé na pessoa de
Jesus ou em consonância com qualquer dogma que seja. Alguns desses esforçados autores, curiosa-
mente, apontam na direção de que Deus quer fazer conosco um tratamento e por isso devemos resistir
até ao final. Outros, mais rigorosos, apelam para o dogma da retribuição, inferindo que por trás de toda a
dor está alguma falha ou culpa não confessada. Um terceiro grupo, extremamente simplista, deduz que a
dor que alguém esteja passando trata-se de uma “prova” divina, que, afinal, redunda em glória e
exaltação. Há aqueles ainda que culpam o diabo, e pronto. Finalmente, há pouco tempo um grupo de
pessoas excêntricas começou a adotar a ideia de uma possível influência hereditária. Ou seja: sofremos
por causa da nossa árvore genealógica maldita.
Haja argumentos para tentar explicar a difícil situação a que foi acometida a família
do Marco, Ângela e a menina Ana Juilia (in memoriam), principalmente quando se trata de dar uma
resposta plausível ao fatídico que ocorreu.
Exatamente na época de Jesus aconteceram duas tragédiasmuito comentadas nas ruas de
Jerusalém.
Uma tragédia faz referência a Pilatos que misturara o sangue de alguns Galileus com o sangue dos
sacrifícios que eles ofereciam em seu culto fora de lugar, fora do Templo de Jerusalém.
Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como
Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a
Deus (Lucas 13.1).
A outra acontece logo depois:
E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima
deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? (Lucas 13.4).
Há um alvoroço na cidade e Jesus estava andando pelo país... Então, chegaram as notícias:

“O Senhor soube? Soube o que Pilatos fez? Soube o que houve com os crentes na torre que caiu?”

O cerne da questão aqui é que eles queriam um juízo, uma explicação, uma condenação, uma lógica
moral para os dois acontecidos. Afinal, esse negócio de tragédia – na cabeça de muitos evangélicos,
principalmente os pentecostais –, é coisa para descrente e para crente em pecado; pois a teologia dos
crentes sempre foi a dos “amigos de Jó”: tragédia é fruto de pecado; e é sempre juízo de Deus contra o
pecador.
Desse modo pensam muitos, exceto quando a casa que cai é a deles!
Mas quando a casa cai e a residência é a do descrente ou a do crente “desviado ou em pecado”,
então, está tudo explicado!
Jesus, porém, ouviu as insinuações que as “questões” induziam ao pensar, e, sem falar delas,
apenas disse:

... Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram
mais do que os outros galileus?
De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão
morrer como eles morreram.
E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles.
Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém?
De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão
morrer como eles morreram (Lucas 13.2-5).
Para Jesus telhados que caem são apenas telhados que caem; e podem cair sobre a cabeça de
qualquer um. Para cair, basta estar no alto, e, para matar, basta que haja gente em baixo.
No entanto, sabendo como os “crentes das notícias de tragédias” são como pessoas inomináveis,
Jesus apenas disse:
Não é o modo da morte que conta. É o modo da vida que conta. Se vocês continuarem a viver assim,
morrendo, sem Deus, porém cheios de religião, ainda que vocês morram de velhos, todos, todavia,
independentemente do modo da morte, perecereis para a eternidade; posto que cuidam apenas de
julgar os mortos, e não aprendem a viver a vida dos vivos!
Não importa o modo da morte. Importa sim o modo da vida; pois, se não mudarmos de mente,
todos,igualmente, veremos não um céu de gesso cair na nossa cabeça, mas veremos os céus mesmo,
desabando sobre nós e sobre nossas incuráveis arrogâncias.
Nosso papel é orar por todos e não criticar quem quer que seja que morreu. Devemos orar também
para que, não pelo telhado ou pelas mortes, mas pela vida, que os responsáveis espirituais por este povo
agora ainda mais perdido e confuso convertam-se à vida que é; e que não é como eles ensinam ao povo
que seja; e a prova disso é que os telhados caem e não há ninguém que possa decretar ao contrário.
O convite de Jesus não é para que se pondere sobre as tragédias, mas sim sobre a vida que nunca
é trágica, mesmo quando as tragédias se abatem sobre ela.
Tal vida não julga a Graça de Deus por dinheiro, prosperidade ou sucesso humano; mas,
exclusivamente, pelo testemunho de coerência com o Evangelho, ainda que se esteja morrendo a morte
mais louca e insana, como a de João Batista, cuja cabeça foi servida em um prato a fim de que Herodes
fizesse a corte de uma jovem que ele desejava.

CONCLUSÃO:

Para terminar esta primeira palestra, preciso ressaltar, pelo menos, sete pontos que são
absolutamente singulares na tarefa de explicar o trágico a partir da ótica de Jesus. Se não, vejamos:

l Ponto 1 – Não devemos tentar explicar os desígnios de Deus a fim de reparar coisas que eu penso
que estão erradas.

l Ponto 2 – Tragédia não acontece apenas na vida de não crente ou de crente que esteja em
pecado.

l Ponto 3 – Para Jesus telhados que caem são apenas telhados que caem; e podem cair sobre a
cabeça de qualquer um.

l Ponto 4 – A “teologia da recompensa” por feitos sagrados não resiste a um aprofundamento


quando se trata de fatídico.

l Ponto 5 – Não há nenhuma explicação para a tragédia senão aquela que a Bíblia nos dá: “O que
acontece com o justo, acontece com o injusto”.
l Ponto 6 – O estranho da tragédia é o momento de explicá-la na altura que precisa ser explicada.

l Ponto 7 – As perguntas por quê, para quê, como, só agravam a desilusão de quem não sabe
explicar o que aconteceu.

SANTOS, SEGUNDO A PALAVRA DE DEUS

O maior desafio que temos na vida cristã não é o de nos tornarmos “santos”, mas sim de sermos
transformados em pessoas autênticas, originais, segundo o padrão exigido por Jesus.

INTRODUÇÃO:

Antes de dizer qualquer outra coisa, gostaria de salientar que um grande avivamento só começa quando
passamos a conhecer, na medida certa, o que significa ser “santo”, “santidade”, “santificação” à luz do
Novo Testamento. Temos problemas sérios com os avivamentos porque geralmente eles desembocam
num movimento de santidade. E aí por desconhecermos biblicamente esta questão terminamos por
cometer as piores sandices. A razão fundamental por que eu estou falando isso é que precisamos,
desesperadamente, aprender o que Jesus nos ensinou acerca da “santidade” e da “santificação”.

É pensando – com todo cuidado, é lógico – em ajudar pessoas que estão literalmente prisioneiras
dos seus desejos e concepções que ponho esta reflexão diante dos irmãos e irmãs.

I – SANTIDADE E SANTIFICAÇÃO

Uma e outra palavra devem ser reestudadas por nós. Primeiramente, porque foram muito mal
interpretadas. Em segundo lugar, sua ideia comprometida acabou por construir na mente das pessoas um
biotipo comportamental.

A. ANALISANDO A EXPRESSÃO SANTIDADE. Qualidade de quem é santo. Deus é santo no sentido de ser
O Diferente, O Separado. Algo ou alguém que é «hagios» (no gr. a (gioj) é diferente ou separado no
sentido de ser distinto das outras coisas e das coisas comuns. De maneira que este termo, «hagiazein»,
contém duas ideias:

1. Significa separar para uma tarefa especial. Quando Deus chamou Jeremias disse: «... e, antes
que nascesse, te santifiquei, te dei por profeta às nações» (Jr 1.5). Os filhos de Arão foram «santificados»
(separados dos demais) para que servissem o sacerdócio (Ex 28.41).

2. Mas «hagiazein» não significa somente separar para uma tarefa especial. Também implica em
equipar alguém com as qualidades de mente, coração e caráter que resultam necessárias para levar a
cabo essa tarefa. Se alguém é separado para servir a Deus deve ter uma medida de bondade e sabedoria
de Deus. Quem quer servir a um Deus santo deve ser santo também. A expressão está ligada quase que
estritamente ao atributo moral de Deus.

B. ANALISANDO A EXPRESSÃO SANTIFICAÇÃO. Deus nos declara primeiramente justificado e


concomitantemente nos torna participantes da sua santidade. Significa, então, que nós somos santos por
uma questão de participação e não de «consagração expiatória».

C. ISTO QUER DIZER QUE SANTOS, NÃO POR MÉRITOS ALCANÇADOS, MAS PELO FATO DE DEUS NOS TORNAR
PARTICIPANTES DA SUA SANTIDADE. A linguagem paulina impõe esta ideia, quando ele usa a expressão «aos
santos» repetidas vezes nas suas epístolas. O verbo que o apóstolo usa se encontra no PARTICÍPIO
PERFEITO PASSIVO. Isto quer dizer que a voz do verbo é passiva, ou seja, não é o sujeito que pratica a
ação, mas o sujeito sofre a ação. Conclusão: não somos nós que nos santificamos; Deus, sim, nos faz
parte da sua santidade.

D. Ora, convenhamos, se a santificação serve para dar às pessoas um sentido incomum de vida e
serve também para equipar uma pessoa com valores de mente, de coração e caráter, nós estamos muito
distantes desta realidade.
II – SA NTIFICADOS NA VERDADE
A. Ninguém pode se santificar POR CONTA PRÓPRIA, ou seja, a partir dos seus próprios conceitos,
ideias. Deus nos torna participantes da Sua santidade.

B. TIPOS DE SANTIFICAÇÃO:

1. SANTIFICAÇÃO COMPENSATÓRIA. Aquela em que a pessoa, por conta própria, procura compensar
todos os seus erros, trocando com Deus um pouco do seu tempo pelas bênçãos divinas.

2. SANTIFICAÇÃO EXPIATÓRIA. Nossas consagrações – no sentido mais objetivo da palavra – mais


parecem expiações pelos pecados do que um ato, pura e simplesmente, de dedicação a Deus.

3. SANTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA. É compulsória porque a pessoa faz por obrigação e não pelo
prazer de estar na presença de Deus.

4. SANTIFICAÇÃO EMULATÓRIA. As pessoas fazem para compe- tirem com outras. Ou, na melhor das
hipóteses, fazem induzidas por aqueles que estão fazendo com sucesso. Fazem para competir.

5. SANTIFICAÇÃO AUTORITÁRIA. As pessoas que fazem esse tipo de santificação pensam que são
mais do que as outras. Ou seja: só se santificam para provar sua ascensão sobre as demais.

C. Ninguém consegue ser santo por conta própria. Os que tentam sozinhos só conseguem é aflição
de espírito.

D. OUTROS TIPOS DE SANTIFICAÇÃO:

1. SANTIFICAÇÃO EVENTUAL. É aquela que acontece eventual- mente na vida da pessoa. De mês
em mês há uma recaída e uma santificação.

2. SANTIFICAÇÃO CONVENIENTE. A mais das vezes temos pessoas se santificando por razões
eminentemente convenientes. Querem de Deus alguma coisa e por isso se santificam.

3. SANTIFICAÇÃO À PROCURA DO PODER. É aquele tipo de santificação que as pessoas comumente


fazem para obter o poder de Deus.

4. SANTIFICAÇÃO DO JEJUM. De quando em quando nos deparamos com aqueles que vivem
jejuando, mas fazendo do jejum um meio para obter de Deus alguma coisa.

E. O jugo que algumas pessoas carregam é muito maior do que elas podem suportar. É o jugo de
uma consciência doente e inquieta na presença de Deus. O jejum deve ser o resultado por estarmos na
presença de Deus e não a causa de entrarmos na presença de Deus.

F. A santificação deve ser consentânea com a Palavra de Deus e não algo da nossa cabeça.

III – O QUE JESUS QUERIA DIZER COM A PALAVRA SANTO

O que precisa ficar bem claro a você, leitor, é o real sentido da palavra “santo” para Jesus. Até
porque Jesus é o nosso paradigma, o nosso modelo, nosso arquétipo, nosso referencial maior.

. Ser santo para Jesus é buscar ser essencialmente humano, ser parte da história, porém vivendo a
presença de Deus no mundo.

. Ser santo para Jesus tem relação com a busca de uma sociedade sem desigualdades e onde os
mais fracos jamais sejam despojados.

. Ser santo para Jesus é viver a alegria do conhecimento de Deus com oração e fé e é sofrer as
angústias da história como resultado dos nossos vínculos com um padrão que o mundo não conhece.

. Ser santo para Jesus é ser separado, não dos pagãos, como Israel equivocadamente tentou, mas é
viver a diferença radical dos valores do Reino de Deus em meio às sociedades pagãs.
. Ser santo para Jesus é ter na paixão dos profetas a motivação existencial para o nosso
enfrentamento histórico do mal.

. Ser santo para Jesus é, mesmo em dia de sábado, trabalhar a favor da santidade de vida.

. Ser santo para Jesus é colocar o valor da vida acima do valor das coisas, mesmo aquelas mais
«sagradas» (entre aspas).

. Ser santo para Jesus é entender que o altar diante do qual Deus nos quer ver prostrados não é
apenas o altar do templo, mas também os altares ensanguentados dos corpos dos nossos irmãos de
história e que estão caídos nas esquinas da vida.

. Ser santo para Jesus é viver a misericórdia no agitado ambiente secular, em vez de viver a
quietude alienada do ambiente religioso que não tem janelas para a história da dor humana.

. Ser santo para Jesus é acreditar que a santidade não se polui quando toca com amor aquilo que é
sujo.

. Ser santo para Jesus é não temer ser mal interpretado pela mente daqueles que estão sujos de
pretensa santidade.

. Ser santo para Jesus é ser autêntico, original, sincero e não viver de hipocrisia.

. Para Jesus ser santo é ser verdadeiro para com a nossa condição humana: é ter coragem de
chorar em público; de admitir perdas e saudades; de gritar de dor; de confessar depressão; de pedir ajuda
emocional; de se confessar cansado; de dizer tenho sede; de confessar que a privacidade é um direito e
uma necessidade de sobrevivência.

. Ser santo para Jesus é continuar sendo de Deus mesmo em meio ao mais profundo e implacável
silêncio divino.

CONCLUSÃO:

Portanto, não santificamos a Deus com a nossa noção de sermos secretários de Deus, achando que
sabemos tudo sobre Ele, achando que discernimos toda a sua vontade, como se tivéssemos todas as
manhãs uma entrevista marcada com Ele, na qual nos mostrasse detalhadamente todos os caminhos da
vida. Não santificamos a Deus quando todo o nosso interesse em relação a Ele é sermos «ajudados».
Ofendemos a Deus não somente pela negação do seu poder, mas também pela súplica egocêntrica,
egoísta.

Não se santifica a Deus estabelecendo um lugar para Ele morar, caindo nas teologias pagãs do
«lugar santo».

Finalmente – e isso é muito importante dizer – não sejamos santos pelo orgulho de sermos
diferentes. Não sejamos santos por um dia e nos outros nos tornemos pessoas insensíveis. Sejamos
santos segundo a medida que nos ensinou Jesus através da sua vida e história.

SEUS ERROS NÃO DEFINEM VOCÊ, ELES GUIAM VOCÊ


A culpa coroe, machuca, dói por dentro. Nos faz nos sentirmos um lixo, uma pessoa
completamente impotente e imperfeita.
Esta visão falsa da vida tortura milhões de pessoas ao redor do mundo, porém chegou a
hora de olhar a situação pela óptica da vida.
É preciso que você entenda que toda culpa é pretensão! Sim, a pretensão de ser melhor
do que você realmente era, de ter feito melhor do que você realmente podia, de saber aquilo que
você não tinha conhecimento, de ser aquilo que você ainda não tinha condições pra ser.
Essa culpa que você sente aí dentro é a sua cabeça cobrando você por não ser aquela
pessoa perfeita que você imaginava. Ou seja, toda culpa é vaidade.
Vaidade não é se vestir bem ou cuidar da aparência. Vaidade é querer aparentar aquilo
que não somos.
Por que você ainda alimenta essa imagem falsa de você? Por que motivo você se importa
tanto em querer aparecer pros outros, fingir ser o que não é? Por que toda essa vergonha de
errar? Essa pretensão de ser perfeito?
Todo mundo erra!
Eu erro, você erra, os outros erram… e daí?!
Você não precisa se culpar por errar. A culpa é um sentimento inútil. É a sua alma fazendo
doer dentro de você, para que você perceba que essa ideia de ter sido o que você não tinha
condições é uma ideia falsa. É crueldade exigir de si mesmo algo que você não podia dar.
É preciso entender que na vida tudo são situações. Em cada situação você sempre fez o
melhor que pode, de acordo com o que sabia e podia. Largue essa pretensão de acertar sempre.
Não se martirize, tudo está bem…
Quando percebemos que nos equivocamos precisamos usar a nossa inteligência, porque
nos torturar não vai adiantar de nada. Temos que olhar tudo de modo consciente sabendo que o
que foi não volta mais, mas que de alguma forma aquela situação foi o melhor que pode
acontecer, pois de algum jeito a vida precisava dela pra ensinar algo. Por isso precisamos
assumir nossa responsabilidade, que é nossa habilidade de gerar respostas.
Sim, fizemos aquilo, assumimos isso sem culpa ou vergonha. Pois estamos aprendendo, e
como crianças na eternidade alguns tombos fazem parte dessa caminhada evolutiva rumo ao
infinito. Fizemos o que podíamos fazer, e se não foi bom, agora temos o discernimento pra saber
o que será melhor da próxima vez. Se nosso poder de criação criou aquela situação ruim em
nossa ignorância, com esse mesmo poder temos a capacidade de agora criar algo melhor, não
pra concertar o que foi, mas pra construir algo novo com maior qualidade.
Afinal, é pra isso que servem os erros.
Os erros sempre nos dão importantes lições quando usamos nossa inteligência para
analisá-los. São como setas no caminho que nos ajudam a escolher o melhor caminho a seguir.
Por isso jamais podem ser usados pra definir alguém.
Vou então lhe contar uma história sobre isso:
“Dizem que um dia um velho Mestre caminhava com seu discípulo. Eles passaram
por uma cidade com má fama, onde as pessoas faziam os mais perversos atos:
matavam, roubavam, estupravam, ofendiam… Por fim os dois conseguiram passar
por ela sem serem incomodados, e ao chegarem ao topo de um monte, já distante da
cidade, o discípulo disse:
– Nossa, Mestre, fico tão feliz de ter seguido o caminho da luz. Veja aquelas pessoas,
como são ruins! Sou grato de não ser como elas.
O mestre olhou para ele serenamente, e após alguns instantes disse.
– Você se considera melhor do que elas por isso?
O discípulo assentiu com a cabeça.
– Claro Mestre, eu sigo o caminho do bem. Não há como me comparar com elas.
Deus um dia deverá condená-las pelo que fazem.
Então o mestre calmamente tirou de dentro de sua túnica uma pedrinha e a sujou de
lama. Depois disse ao seu discípulo.
– Isso que tenho aqui é um diamante que eu estava pensando em dar a você. Mas acho
que você não o quer mais.
O discípulo de olhos arregalados indagou:
– Mas por que não, Mestre?
– Porque ele agora está sujo de lama.
– Mestre, mesmo sujo de lama o diamante não perde o seu valor!
O Mestre sorriu.
– Tão qual, por mais que uma pessoa se afunde no lamaçal dos enganos não perde o
valor divino que sua alma tem.
Foi assim que o discípulo compreendeu que nossos erros não definem o que somos, e
nem nos tornam melhores ou piores do que os outros.”(Salmos 5:1 e Isaías 43:2)
Ou seja, não deixe que os outros julguem você por seus erros (João 8: 10-11 e Mateus 7:
1-5), muito menos que você se julgue por eles. Os erros que cometemos não nos torna nem
melhores ou piores do que os outros. “Seus erros jamais vão dizer o que você é (Lucas 11 – O
filho pródigo).
Eles jamais vão poder defini-lo, porque você é muito mais do que uma atitude equivocada
(Gálatas 4: 1-7)
Você não é o que você fez, o que você disse ou o que você pensou. Por isso largue a
culpa, abandone o que foi, esqueça o passado” (Apocalipse 21:5)
Você é muito mais do que isso. Você é um pedaço do Infinito. Um ato divino a passar na
larga avenida da criação. Um valioso diamante, que por mais que se misture no lamaçal dos
enganos não perde o seu valor interior.
Não use seus erros para se julgar, mas pra se guiar! É pra isso que eles servem, pois só
através deles poderemos saber o que é melhor para nós. Alguém que não erra, fatalmente é
alguém que não cresce, e principalmente alguém que não vive.
Por isso largue essa culpa. Deixe isso passar, abandone o que foi, use a inteligência pra
analisar o que passou. Se solte, se ame e viva sem medo de errar de novo. Pois independente do
que acontecer você vai estar com você pra se gostar e aprender com o que a vida quer ensinar
sem precisar se maltratar pra isso!
Porque você é um ser em evolução na eternidade da vida, com o direito de acertar, de
errar de viver e acima de tudo de se perdoar, de deixar o passado para trás sem culpa ou medo
de ser feliz!
Apegue-se ao grande amor de Deus (João 3,16). Ele não olhou para nossos erros.
Ele simplesmente nos amou, derramou um oceano de graças sobre nós e nos deu um
novo começo (João 8, 1-11). “Pela graça somos salvos” (Efésios 2, 8-9).
Não importa onde você está, como você está. Deus quer que você saiba o quanto és
amado e quão longe ele foi para te salvar. Todo seu erro, todo o seu pecado foi pago por Jesus
na Cruz. Hoje você é livre, você é livre. Aceite o perdão DELE e descubra como você pode viver
limpo pelo sangue de Jesus.
Vá como uma nova pessoa e não peque mais (João 8: 4-11)

SOMOS SERES PASSIONAIS?


Nós somos seres passionais, porque temos paixões. As paixões como o amor, o ódio, a cólera, a
vingança, a tristeza, a alegria, a generosidade, a avareza, elas atuam, agem sobre o nosso caráter, nossa
índole e produzem bons e maus resultados.
A imagem que os antigos usavam para falar sobre as paixões que atuam em nossa existência era a
de um barquinho solto no mar durante a tempestade. Ou seja: o barquinho fica à deriva, sem destino. É
porque as paixões fazem isso conosco, por isso é preciso a educação do nosso temperamento, do nosso
caráter, que é a educação da nossa vontade.
A nossa vontade recebendo uma formação racional nos ajuda a escolher entre o bem e o mal, entre
o vício e a virtude. A ética, portanto, é essa educação da vontade, pela razão, para a vida justa, bela e
feliz, à qual nós estamos destinados por natureza.
Aquilo que chamamos de transgressão é aquilo que não é considerado ético em um determinado
momento, mas que pode ser ético amanhã.
Anotório França diz:
É impossível determinar se uma doutrina hoje é funesta nos seus primeiros efeitos não será amanhã
amplamente benfazeja. Todas as ideias sobre as quais a sociedade repousa foram subversivas antes de
serem tutelares.
É como já dizia Kant que duas coisas chamavam a sua atenção: a) as estrelas no céu e b) a norma
moral estabelecida dentro dele próprio.

Burlap – A figura mais insidiosa do livro CONTRATEMPO, escrito de Huxley. Mas ele usava uma
frase de efeito por onde passava. Ele perguntava as pessoas: “O que é a vida?”.

RESPIRANDO A LIBERDADE DO EVANGELHO DE JESUS

Deus disse a Abraão:

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra
que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu
serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra. Assim partiu Abrão como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com
ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã” (Gênesis 12.1-4).
Ao descobri a real mensagem sobre o Reino de Deus no Novo Testamento, entendi que o Evangelho
é um chamado à liberdade. Segundo Rubem Alves, “a Bíblia toda é a história da luta de Deus que quer
que os homens sejam livres, contra os próprios homens que preferem a domesticação, a escravidão e a
idolatria. Culmina esta história com o advento do Senhor Jesus que é, a um só tempo, o homem livre e o
Deus que liberta. Fé, portanto, é liberdade. É abertura ao futuro. É a confiança de deixar para trás as
coisas que já ficaram para trás para lançar-se, como Abraão, para um futuro novo. Por isso, fé é vida.”
Só conseguimos viver a vida prometida por Jesus quando a vivemos num permanente transferir-se
do presente para um futuro imediato. Morte, ao contrário, é a vitória do passado. É o fixar-se naquilo que já
foi. Uma das conceituações do pecado, à luz da Bíblia, é amar mais o passado que o futuro, amar mais o
velho que o novo, amar mais os mortos e a morte que os vivos e a vida. Quando Jesus chamava os
fariseus de sepulcros caiados, Ele indicava que a sua religião, por ser a preservação do passado, era
realmente o culto à morte.
Todos os movimentos de revitalização pelos quais a igreja passou trazem consigo o germe da
descoberta da liberdade. A Reforma Protestante, por exemplo, foi o movimento de emigração de uma
instituição que transformou a proclamação da liberdade no culto da autoridade, da lei, da estrutura, e da
morte. Isso era a própria inversão e negação da liberdade que o Evangelho apregoa, ensina, razão por
que Lutero protestou, resistiu e emigrou para formar, fora da terra da servidão, uma nova comunidade
baseada na vida, no amor e na liberdade.
De acordo com Rubem Alves (ideia com a qual eu concordo), esta é a situação em que se
encontram as denominações em nosso Brasil. Triunfa o autoritarismo sobre a comunidade, as estruturas
sobre a pessoa; o passado sobre o futuro; a lei sobre o amor; a morte sobre a vida.
Estou convencido de que as Igrejas Evangélicas do Brasil e tantas outras semelhantes, hoje, são
uma dantesca reedição da ressurreição dos aspectos mais repulsivos do Catolicismo Medieval.
Tenho por certo que a comunidade de fé já emigrou – também deixei ficar em Israel sete mil: todos
os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou, 1 Reis 19:18 –, pois nenhuma
estrutura legal e de poder pode contê-la, ou domesticá-la. Assim como no Êxodo ela abandonou as
panelas de carne do Egito para peregrinar no deserto, assim como os profetas abandonaram e
desprezaram toda a estrutura oficial, para viver espalhada, escondida, incógnita no mundo, o amor e a
verdade frequentemente nos obrigam a emigrar. Abraão emigrou.
Os tempos de Abraão assemelham-se – e muito – aos nossos. Havia mais templos e deuses do que
homens em Ur dos Caldeus. Fazendo um passeio socrático pelas nossas vias metropolitanas e baixadas,
percebi o retorno à exacerbação de cultos e adoradores. O “deus” que se adora hoje, na maioria dos
templos, é um deus à imagem e semelhança dos homens. Os homens tentam subjugar Deus a um ídolo
da sorte. Por isso Deus mandou Abraão, no seu tempo, emigrar. Também os profetas emigraram por
fé para fora das instituições reconhecidas.
A aparição de João Batista resulta de uma intervenção de Deus no sacerdócio de Israel que estava
completamente comprometido com o poder e por isso corrompido. Em Lucas 3.1-3 lemos:
E no ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes
tetrarca da Galileia, e seu irmão Filipe tetrarca da Itureia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca
de Abilene, sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, VEIO NO DESERTO A PALAVRA DE DEUS A
JOÃO, filho de Zacarias.
Neste texto, se vê que o próprio Deus EMIGROU. Trocou os luxuosos templos e santuários pelo
deserto e chamou um homem, filho de sacerdote, João, que não tinha nenhuma característica que o
assemelhasse aos profissionais do templo. A ele foi concedido o direito de mostrar quem era o cordeiro
para expiação de todos os pecados de Israel – “Eis O CORDEIRO DE DEUS, que tira o pecado do
mundo”. Deus o tornou, ao mesmo tempo, profeta e sacerdote.
Jesus, sem sombra de dúvida, foi um emigrante permanente: deslocou-se da interioridade
protegida de uma instituição toda poderosa para um deserto de comunhão e proximidade com o Pai
celestial. A vocação pela liberdade é a vocação para emigrar. Daí a afirmação neotestamentária de que
não temos casa ou terra permanente. Vivemos pela esperança de algo novo. Segundo o Novo
Testamento, o Espírito se encontra onde se encontra a liberdade. Não há liberdade em igrejas,
denominações que vivem de passado, as quais insistem em fazer o culto da morte. É hora, portanto, de
buscar a comunidade do Espírito, a igreja que tem a vocação, dada por Deus, de ser absolutamente livre.

O que significam as expressões “Chuva Temporã” e “Chuva Serôdia”?


As chuvas temporã e serôdia, são usadas na Bíblia como um termo simbólico do derramamento do
Espírito Santo. Esses termos estão relacionados com a estação das chuvas anuais da Palestina.
A chuva Temporã caía durante o outono no tempo de semear a terra garantindo assim, a colheita do
inverno. Sem essa chuva a semente não germinava, por isso, essa chuva era necessária para fazer brotar
a semente.
A chuva serôdia caia durante as primeiras semanas da primavera antes da colheita, ela era necessária
para fazer com que a plantação amadurecesse para a colheita.
Simbolicamente, a chuva Temporã significa o derramamento do Espírito Santo que aconteceu no início
da igreja primitiva (Atos, capítulo 2). Essa manifestação do Espírito Santo, veio para germinar a semente
do evangelho que estava sendo semeada.
A chuva Serôdia representa o derramamento do Espírito Santo que se manifestará nos últimos dias da
história deste mundo e irá preparar a terra para a colheita que Cristo realizará na sua 2ª vinda.. Cremos
que a chuva serôdia é um acontecimento futuro. No entanto é possível que individualmente recebamos
“respingos” dessa chuva.
A chuva temporã capacitou os apóstolos para realizar sua obra prodigiosa.
A chuva serôdia será um dos maiores acontecimentos da história da igreja. Tem dois propósitos
principais: a) Fortalecer o povo de Deus para enfrentar o tempo de angústia e estar em pé durante as 7
pragas. b) Capacitar a igreja para dar o último alerta a este mundo caído (terminar a obra da pregação). A
promessa da chuva serôdia (dom do Espírito Santo) foi dada aos cristãos sob condições especiais.
Precisamos sentir nossa pecaminosidade, submeter-nos completamente a Deus e buscar com fé e oração
o poder do Espírito Santo. A chuva temporã precisa ser experimentada hoje para que estejamos em
condições de receber a chuva serôdia. Esse experimentar hoje é alcançado pela confissão e abandono
de todo o pecado. É necessário estar disposto a ser usado e guiado pelo Espírito; eliminar todas as
discussões e despojar-se completamente do Eu.
A grande questão agora é esta: que estamos nós fazendo, ou permitindo que Deus faça, para que venha
sobre nós a chuva serôdia e logo Cristo volte à terra para nos buscar para o reino celestial?
A Chuva Serôdia
A palavra “serôdia” é a tradução do termo hebraico MALQOWSH, que aparece 6 vezes no AT (Prov.
16:15; Jer. 3:3; Osé. 6:3; Joel 2:23; e Amos 7:1 – este último, não com relação explícita à chuva, mas ao
seu resultado). Esta chuva, chamada na Bíblia de “serôdia”, ocorria entre os meses de março e abril, e
servia para amadurecer os campos na Palestina, preparando-os para a colheita.
Historicamente, os Adventista fazem uma analogia entre a chuva serôdia “literal”, e a chuva serôdia
“espiritual”, que, como mencionei acima, cremos que será uma dotação especial do poder do Espírito que
servirá para capacitar e mover à Igreja para a última pregação do Evangelho, antes do selamento, das
pragas e da volta gloriosa do Senhor Jesus.
I. Haverá um novo “Pentecostes” no tempo final da Igreja (Osé. 6:3)
A. No Pentecostes da Igreja Primitiva houve um preparo especial.
1. Os discípulos buscaram a preparação necessária para receber o poder do Espírito (cf. At 1:1-8). É uma
OBRIGAÇÃO da Igreja Adventista hoje se preparar mais e melhor para o recebimento desta manifestação
plena do Espírito Santo. Os cultos frior, monótonos e sem vida, bem como as orações ritualísticas,
enfadonhas e mecânicas, precisam dar lugar à uma vida de consagração e evidente busca do poder de
Deus.
“Se o cumprimento da promessa não é visto como poderia ser, é porque a promessa não é apreciada
como devia ser. Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito” – Ellen White, Atos dos
Apóstolos, p. 50.
B. Como receber a chuva serôdia?
1. Amar ao Senhor de todo coração (cf. Deut. 11:13-14). Somente os que colocam Deus em primeiríssimo
lugar (acima dos estudos, família, esportes, dinheiro, etc.) podem se dizer entre este grupo que O ama de
TODO o coração.
2. Pedir o derramamento abundante do Espírito (cf. Zac. 10:1). Isso não significa apenas repetir aquelas
“rezas” que freqüentemente vemos em alguns cultos, mas buscar o poder de Deus com o objetivo real e
sincero de repartí-lo com outros, em especial com os que perecem nas trevas do pecado e da apostasia
doutrinária. Não adianta “rezar” pela descida do Espírito Santo, enquanto, por exemplo, nossas comissões
de igreja se reunem apenas para disciplinar membros ou discutir quanto será gasto na reforma do ar
condicionado; Deus está esperando para ver Sua Igreja se levantar deste estado laodiceano, e ir em
busca do pecador, onde ele estiver.
“O Espírito Santo virá a todos os que estão pedindo o pão da vida para dá-lo a seus vizinhos” – Ellen
White, Testemunhos para a Igreja, vol. 6, p. 90.
“Ponham de parte os cristãos toda dissensão, e entreguem-se a Deus para a salvação dos perdidos. Com
fé peçam a bênção prometida, e ela virá” – Ellen White, Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 211.
3. Esperar com paciência e vigilância (Tiago 5:7-9). Isso quer dizer que não devemos nos desesperar se o
Espírito ainda não veio, mas também não podemos nos acomodar achando que Ele só virá quando Deus
quiser… porque Deus já quer há muito tempo.
II. A Ação do Espírito Santo no Tempo do Fim
A. Jesus explicou qual seria a obra do Espírito (João 14:15-18; 16:1-16). Ele traria ao mundo a certeza da
existêncai do pecado, e que a única porta de salvação é a fé no sacrifício do Senhor e Salvador Jesus.
B. O Espírito Santo constrói a personalidade cristã em nós (cf. 2Co 3:17-18). O verdadeiro crente batizado
no Espírito Santo demonstra em sua vida os atributos deste batismo. Ira, ciúmes, egoísmo, críticas,
picuinhas, rivalidades, etc., nada diz faz parte da vida do crente batizado no Espírito Santo de Deus.
“A comunicação do Espírito é a transmissão da vida de Cristo. Reveste o que O recebe com os atributos
de Cristo” – Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, p. 805.
“Os que se acham sob a influência do Espírito de Deus, não serão fanáticos, mas calmos e firmes, isentos
de extravagância em idéias, palavras e ações” – Ellen White, Obreiros Evangélicos, p. 289.
C. Produz os frutos de uma vida regenerada (Gál. 5:22-25). Talvez esta seja uma das evidências de que
ainda precisamos buscar com mais dedicação o batismo do Espírito, em especial para a pregação nestes
últimos dias. Ainda vemos muita falta de consagração entre nós (egoísmo, intrigas, ciúmes, vinganças,
crueldade, etc.), o que mostra que ainda não tomamos consciência da gravidade da situação.
“Quando pusermos nosso coração em união com Cristo, e nossa vida em harmonia com Sua obra, o
Espírito que caiu sobre os discípulos no dia de Pentecostes há de ser derramado sobre nós” – Ellen White,
Serviço Cristão, p. 252.
III. Haverá uma Contrafação da Chuva Serôdia
A. Babilônia utilizará astúcia para enganar o povo
1. Grandes milagres serão realizados entre as igrejas apóstatas, produzindo um falso reavivamento (cf.
Apoc. 13:11-14). É por isso que não podemos depositar nossa fé em milagres ou maravilhas
sobrenaturais. A verdadeira fé não depende de milagres para se firmar. E o inimigo sabe disso, por isso
ele tem operado tanta “cura” e “maravilhas” nas igrejas apostatadas da verdadeira fé apostólica.
“Por intermédio dos anjos, haverá constante comunicação entre o Céu e a Terra. E Satanás, circundado
por anjos maus e alegando ser Deus, realizará milagres de toda espécie, para enganar, se possível, os
próprios escolhidos. O povo de Deus não encon-trará sua segurança na realização de milagres; pois
Satanás imitaria todo milagre que fosse efetuado. O provado e experimentado povo de Deus encontrará
sua segu-rança e poder no sinal referido em Êxodo 31:12-18. Devem basear-se na Palavra viva: ‘Está
Escrito’ Este é o único fundamento sobre o qual podem colocar-se com segurança. Os que quebraram seu
concerto com Deus estarão naquele dia sem espe-rança e sem Deus no mundo” – Ellen White,
Meditações Matinais (1995), p. 262.
2. Muitos prodígios serão realizados “em nome de Jesus” (cf. Mat. 7:21-23). Esta é uma das porções mais
tristes da Bíblia, pois mostra a decepção que muitos falsos crentes enfrentarão quando forem confrontados
no Tribunal de Cristo, e verificarem que suas igrejas apostatadas não tinham a unção do verdadeiro
Espírito Santo.
IV. Como Identificar o Erro?
A. O verdadeiro Espírito é concedido aos que obedecem (cf. At 5:32)
Portanto, não podemos crer que uma comunidade de crentes que escolhem desobedecer a Deus,
menosprezando Sua Santa Lei, como temos visto tão freqüentemente, seja agraciada com a dotação do
Santo Espírito. A Bíblia é tão dura neste ponto que adverte de que até mesmo as orações destes falsos
“crentes” são abominadas por Deus (cf. Prov. 28:9).
B. A Igreja de Deus possui 2 características principais (cf. Apoc. 14:12):
1. A fé em Jesus – uma Igreja, para se considerar a representante da Verdade de Deus, não pode pregar
uma mensagem que retire de Jesus a personalidade Divino-Humana que a Bíblia dá a Ele, e muito menos
diminuir Seu papel como mediador e único intercessor entre Deus e o pecador, uma vez que somente
através do sacrifício perfeito e plenamente eficaz da Cruz do Calvário é que se abriu para nós a porta da
graça de Deus.
2. A guarda dos 10 mandamentos – o Apocalipse é cristalino ao identificar a Igreja Verdadeira como
aquela que guarda os mandamentos de Deus. Passando por esta “peneira”, vemos que são poucos os
que podem se considerar “santos” nos tempos em que estamos vivendo, pois a grande maioria despreza
arrogantemente os mandamentos do Senhor, em especial o 2º e o 4º.
CONCLUSÃO
O maior poder do Universo está à disposição do povo de Deus para estes últimos dias. Um poder ainda
maior do que o que revestiu os discípulos no Pentecostes – na chuva temporã.
Devemos nos preparar para recebermos este poder, se quisermos estar entre os que terminarão a obra do
Senhor, antes de Sua vinda.
A chuva serôdia
Pedi ao Senhor chuva no tempo das chuvas serôdias, ao Senhor, que faz as nuvens de chuva, dá aos
homens aguaceiro e a cada um, erva no campo. Zacarias 10:1.
Sob a figura das chuvas temporã e serôdia, que caem nas terras orientais ao tempo da semeadura e da
colheita, os profetas hebreus predisseram a dotação de graça espiritual em medida extraordinária à igreja
de Deus. O derramamento do Espírito nos dias dos apóstolos foi o começo da primeira chuva, ou temporã,
e glorioso foi o resultado. … Ao avizinhar-se o fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça
espiritual é prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do homem. Esse derramamento do
Espírito é comparado com a queda da chuva serôdia; e é por esse poder adicional que os cristãos devem
fazer as suas petições ao Senhor da seara “no tempo da chuva serôdia”.
Assim como Cristo foi glorificado no dia de Pentecoste, Ele será outra vez glorificado no encerramento da
obra do evangelho, quando preparará um povo para enfrentar a prova final, no conflito final da grande
controvérsia.
Ver-se-ão… muitos correndo de uma parte para outra, constrangidos pelo Espírito de Deus, para levar a
luz a outros. A verdade, a Palavra de Deus, é como um fogo em seus ossos, enchendo-os de ardente
desejo de esclarecer os que se assentam nas trevas. Muitos, mesmo entre os iletrados, proclamam agora
as palavras do Senhor. Crianças são impelidas pelo Espírito a ir e declarar a mensagem do Céu. O
Espírito será derramado sobre todos quantos se submeterem a Suas sugestões e… proclamarão a
verdade com a força do poder do Espírito.
A menos, porém, que os membros da igreja de Deus hoje estejam em viva associação com a Fonte de
todo o crescimento espiritual, não estarão prontos para o tempo da ceifa. A menos que mantenham suas
lâmpadas espevitadas e ardendo, deixarão de receber a graça adicional em tempos de especial
necessidade.
Necessita-se da graça divina no começo, da graça divina em cada passo de avanço; só a graça divina
pode completar a obra. Não há lugar para nós descansarmos em descuidada atitude. … Pela oração como
pela fé devemos buscar continuamente mais do Espírito.
Ellen G. White, Cuidado de Deus, pág. 232.
Preciosidade da oração secreta
Confiai nEle, ó povo, em todos os tempos; derramai perante Ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.
Salmos 62:8.
Uma profunda intuição de nossa necessidade e um grande desejo de receber as coisas que pedimos,
devem caracterizar nossas orações, do contrário não serão ouvidas. Não nos devemos, porém, cansar,
deixando de fazer nossas petições porque não recebemos resposta imediata. “… se faz violência ao reino
dos Céus, e pela força se apoderam dele.” Mateus 11:12. A violência de que aqui se fala é um santo
fervor, como o manifestado por Jacó. Não precisamos tentar agitar-nos, na procura de uma sensação
intensa; mas sim devemos, calma e persistentemente, elevar nossas petições ao trono da graça. Nossa
obra é humilhar o coração perante Deus, confessando nossos pecados, e com fé nos aproximarmos de
Deus. … É propósito de Deus revelar-Se em Sua providência e Sua graça. O objetivo de nossas orações
tem de ser a glória de Deus, não nossa própria glorificação.
Honrou-nos Deus, mostrando quão grande valor nos atribui. Somos comprados por um preço — o
precioso sangue do Filho de Deus. Quando os por Ele adquiridos seguirem conscienciosamente a Palavra
do Senhor, Sua bênção repousará sobre eles em resposta a suas orações. “Ainda assim, agora mesmo
diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é
misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficência.” Joel 2:12, 13. — The
Review and Herald, 9 de Fevereiro de 1897.
Na oração secreta deve a pessoa mostrar-se tal qual é, aos olhos perscrutadores de Deus. … Quão
preciosa é a oração secreta — a pessoa comungando com Deus! A oração secreta só deve ser ouvida por
Deus, que ouve orações. Nenhum ouvido curioso deve partilhar do assunto das petições. Calma, porém,
fervorosamente, deve o espírito dilatar-se para Deus; e suave e permanente será a influência que
procederá dAquele que vê em segredo, cujo ouvido está atento à oração que provém do coração. Aquele
que, com fé simples, mantém comunhão com Deus, atrairá a si divinos raios de luz, que o fortalecerão e
susterão no conflito com Satanás.
Ellen G. White, Cuidado de Deus, pág. 144.
Oração humilde, perseverante
Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos
e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu
fruto. Tiago 5:17, 18.
Importantes lições nos são apresentadas na vida de Elias. Quando, no Monte Carmelo, ele orou por
chuva, sua fé foi provada, mas ele perseverou em sua petição a Deus. O servo observava enquanto Elias
estava em oração. Seis vezes voltou ele de sua observação, dizendo: Não há nada — nenhuma nuvem,
nenhum sinal de chuva. Mas o profeta não desistiu, desanimado. Continuou a recapitular sua vida, a ver
onde deixara de honrar a Deus. … À medida que esquadrinhava o coração, parecia ser cada vez menos,
tanto na própria estima como aos olhos de Deus. Parecia-lhe que não era nada, e Deus era tudo; e
quando ele chegou ao ponto de renúncia do próprio eu, enquanto se apegava ao Salvador como sua única
força e justiça, veio a resposta. Apareceu o servo, dizendo: “Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de
um homem, subindo do mar.” 1 Reis 18:44.
Temos um Deus cujo ouvido não está cerrado às nossas petições; e se Lhe provamos a palavra, Ele
honrará nossa fé. Ele quer que tenhamos todos os nossos interesses entrelaçados com os Seus, e então,
pode com segurança abençoar-nos; pois então não tomaremos para nós a glória ao termos a bênção, mas
renderemos todo o louvor a Deus. Ele não atende sempre nossas orações à primeira vez que a Ele
clamamos; pois, se assim fizesse, tomaríamos por certo ter direito a todas as bênçãos e favores que nos
concedesse. Em vez de esquadrinhar nosso coração a ver se abrigávamos qualquer mal, se
condescendíamos com qualquer pecado, podíamos tornar-nos descuidosos, e deixar de compreender
nossa dependência dEle.
Elias humilhou-se até chegar a uma condição em que não poderia tomar a glória para si. Esta é a
condição sob a qual o Senhor ouve a oração, pois assim Lhe daremos o louvor. … Unicamente Deus é
digno de ser glorificado.
Ellen G. White, Cuidado de Deus, pág. 101.
O que há de Elias em cada um de nós
“Eis que Eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; Ele converterá
o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que Eu não venha e fira a Terra com
maldição” (Ml 4:5-6).
“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que
não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu” (Tg 5:17).
Os textos acima reúnem duas informações importantíssimas para o povo de Deus em nossos dias.
Malaquias termina seu livro profetizando a respeito da vinda de Elias, antes do aparecimento do Messias.
Naturalmente, o profeta estava prevenindo sua nação para o fato de que o Senhor visitaria Seu povo e
que este deveria estar preparado. Deus abençoou Seus filhos, utilizando um homem com o poder e a
virtude de Elias.
No que diz respeito ao primeiro aparecimento de Jesus, essa profecia se cumpriu em João Batista. No
entanto, Jesus em breve voltará! Essa é a nossa mais solene esperança. Antes disso, o mundo precisa ser
preparado. Assim como essa profecia foi aplicada a João Batista, ela também se refere àqueles que
devem proclamar as três mensagens angélicas.
O problema é que, quando se examina a vida de Elias, tem-se a impressão de que ele é um tipo quase
não humano. Imitá-lo parece algo impossível. Temos mais facilidade em nos identificar com personagens
como Davi (que pecou vergonhosamente e foi perdoado); com Pedro (que traiu o Senhor mas se tornou
um poderoso apóstolo); e com tantos outros pecadores como nós. Mas Elias parece aos nossos olhos
como alguém impossível de ser imitado. Tiago 5:17 aumenta essa nossa perplexidade diante de
Elias quando o apresenta como “semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos”. Como pode ser
semelhante a nós um homem que orou para que não chovesse por três anos e meio e depois orou para
que caísse fogo do céu? Que características de Elias fazem parte de nossa vida? Como o profeta se
portou diante de todas as dificuldades que enfrentou como anunciador da justiça? Como podemos nos
identificar com um homem assim?
Inconformado com a idolatria – Elias estava inconformado com a apostasia predominante em seu
tempo. Os últimos versículos de 1 Reis 16 pintam um lamentável quadro do Israel governado por Acabe. O
verso 31 diz que Acabe andou nos pecados de Jeroboão, ou seja, adorava a Jeová utilizando imagens de
escultura para representá-Lo. Além disso, os versos 31-33 mencionam o casamento de Acabe, em jugo
desigual com Jezabel, a qual introduziu o culto a Baal em Israel, com toda a licenciosidade que isso
implicava. “Ao Elias ver Israel aprofundar-se mais e mais na idolatria, seu coração ficou angustiado e
sua indignação foi nele despertada” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 119). Hoje, a situação não é
diferente!
“O presente século é tão verdadeiramente de idolatria como aquele em que Elias viveu. Pode não haver
nenhum altar externamente visível; pode não haver nenhuma imagem sobre a qual os olhos repousem,
contudo, milhares estão seguindo após os deuses deste mundo – riquezas, fama, prazeres e
as agradáveis fábulas que permitem ao homem seguir as inclinações do coração não regenerado” (Ibid., p.
177).
Assim como a do tempo de Elias, a geração da qual fazemos parte é extremamente corrupta. É inegável
que esse é um ponto de identificação entre nós e ele. Para mantermos nossa proximidade com
o profeta, resta-nos, então, não nos conformarmos com “este século” (Rm 12:2.)
Postura diferente – Precisamos de uma postura totalmente avessa às práticas pecaminosas
prevalecentes em nossa época. Elias fazia questão de ser diferente. O detalhe é que ele não fazia isso por
uma questão de capricho. Ele foi transformado pela contemplação da Palavra de Deus. À medida que nos
achegarmos a Deus, nós nos distanciaremos do padrão imoral do mundo. Trata-se de uma consequência
natural. Se isso for uma realidade em nossa vida, algo de Elias haverá em nós.
Elias foi um homem de perseverante oração. Tiago 5:17 menciona que Elias orou “com instância”. Na
verdade, essa oração teve como parâmetro uma exortação divina apresentada em Deuteronômio 11:16,
17. Nesta passagem, Moisés adverte o povo para o fato de que a
idolatria resultaria em terrível estiagem. Nos dias do rei Acabe, apesar de toda a sua impiedade, havia
prosperidade, por causa da regularidade das chuvas. Então, Elias orou insistentemente para que Deus
interrompesse a chuva, fazendo o povo se lembrar de Sua Palavra.
“Em angústia de alma ele suplicou a Deus que detivesse em seu ímpio curso o povo outrora favorecido,
visitando-o com juízos, se necessário fosse, a fim de que pudesse ser levado a ver em sua verdadeira luz
seu afastamento do Céu. […] A oração de Elias foi respondida. […] Havia chegado o tempo em que Deus
devia falar-lhes por meio de juízos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 120).
Isso indica que a coragem que Elias manifestou em comparecer diante de Acabe não era inerente a ele
mesmo – vinha de Deus. O profeta falava com base em uma resposta à oração. Assim como a palavra de
Deus, por meio de Josué, se havia cumprido com a morte dos dois filhos de Hiel (1Re 16:34), ela também
se cumpriria por meio de Elias no tocante à estiagem.
É importante mencionar ainda o fato de que Baal era considerado um deus provedor de chuva, uma vez
que, na mente de seus adoradores, ele era responsável pelos fenômenos naturais. O profeta orou
insistentemente para que fosse desfeita a mentirosa impressão de que Baal estava “abençoando”
Israel por meio da chuva. Só havia um meio
de conseguir isso: Deus “fechar” o céu. Foi com esse propósito que Elias orou.
Oração incessante – A atitude de oração de Elias nos ensina uma importante lição: devemos orar para
que Deus contenha a onda de impiedade predominante em nossos dias, mediante o cumprimento de Suas
promessas, como o derramamento da chuva serôdia sobre nós. A perseverante oração de Elias também
nos ensina a não desanimar em nossos esforços missionários, mesmo quando a conjuntura da sociedade
parece indicar que não há mais solução para as pessoas. Deus sabe como salvá-las de seus ímpios
caminhos. Nossa parte consiste em orar e agir conforme o mandado do Senhor.
Elias aprendeu a depender de Deus. Após a severa mensagem que ele pronunciou perante o ímpio rei,
dizendo que não choveria sobre a terra, “veio-lhe a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, vai para o
lado oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão. Beberás da torrente; e ordenei
aos corvos que ali mesmo te sustentem. Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor; retirou-se e habitou
junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão” (1Rs 17:2-5). Por que Deus o mandou àquele lugar? Por
que ficar perto de um riozinho num lugar totalmente desconhecido? O que Deus pretendia com isso?
A verdade era que ali o Senhor tinha importantes lições a ensinar a Seu servo. O local era solitário e ermo.
Ali, Elias deveria aprender a confiar plenamente em Deus e em Sua providência. Elias era apenas o
instrumento de Deus. É verdade que a mensagem que ele tinha era poderosa, mas ela vinha de Deus.
Talvez a pequena Querite fosse um meio de Deus lembrar Elias a respeito disso. Os corvos “garçons”
também eram instrumentos de Deus para lembrá-lo de que o Senhor sempre provê para Seus servos fiéis
tudo de que necessitam. Elias só estava naquela situação porque tinha resolvido fazer o que Deus
esperava dele.
Quando assim fazemos, podemos confiar na providência e no cuidado de Deus. Não devemos permitir que
o comodismo e o amor às coisas da Terra nos impeçam de fazer a obra que Deus espera de
nós. Naturalmente, uma posição ao lado da verdade causará perseguição por parte daqueles que não se
submetem a Deus. Mas, aonde quer que formos, se estivermos cumprindo a comissão divina, seremos
cuidados por Ele. Embora fosse um poderoso profeta, Elias não podia se manter por si mesmo. Era
totalmente dependente de Deus. Está aí outro ponto que nos liga a esse grande homem. Mesmo que não
saibamos, todos dependemos de Deus para tudo. Como diz o apóstolo Paulo: “nEle vivemos, e nos
movemos, e existimos” (At 17:28). Elias entendeu isso. Alguns fecham os olhos para essa realidade, mas
o fato é que, assim como nós, “sujeito aos mesmos sentimentos”, Elias aprendeu a depender de Deus.
Mensagem perturbadora – A mensagem que Elias pregava era de arrependimento. Após três anos sem
chuva sobre a terra, Deus enviou Elias ao encontro de Acabe. Esse encontro explosivo teve, no início, o
seguinte diálogo. “És tu, ó perturbador de Israel? Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas
tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins. Agora, pois,
manda ajuntar a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas
de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem na mesa de Jezabel. Então, enviou Acabe
mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo. Então, Elias se chegou a
todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; se é
Baal, segui-o. […] Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele;
Elias restaurou o altar do Senhor, que estava em ruínas” (1Rs 18:17-21, 30).
A expressão com a qual Acabe chamou Elias – “perturbador de Israel” – é usada outra vez na Bíblia em 1
Crônicas 2:7, em referência ao pecado de Acã, que perturbou Israel quando se apropriou “das coisas
condenadas”. Essa expressão é referência aos objetos dos quais ele se havia apropriado indevidamente
em Jericó (Js 7:1). Obviamente, essa expressão não era apropriada para Elias, mas caía como uma luva
no caso de Acabe. E Elias não sonegou essa informação ao rei. O fato de o rei ter-se unido à
ímpia Jezabel, fazendo o povo seguir seu caminho, produziu a terrível “perturbação” que veio sobre Israel.
Na verdade, Jezabel era a “coisa condenada” de Acabe.
Elias não titubeou em deixar claro para Acabe que o pecado dele era responsável por aquela terrível
calamidade. Nesse momento, o profeta chamou o pecado pelo seu nome exato. O senhor espera
exatamente isso de nós.
“Há necessidade hoje da voz de severa repreensão, pois graves pecados têm separado de Deus o povo. A
infidelidade está depressa tornando-se moda. ‘Não queremos que Este reine sobre nós’ (Lc 19:14), é a
linguagem de milhares. Os sermões macios tão frequentemente pregados não deixam
impressão duradoura; a trombeta não dá um sonido certo. Os homens não são atingidos no coração pelas
claras, cortantes verdades da Palavra de Deus” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 140).
Não é tempo de dissimularmos a verdade. Devemos pregá-la claramente. As pessoas devem ser levadas
a entender a terrível situação em que se encontram. Nossa vida deve adverti-las, não só nossas palavras.
Que nossas palavras sejam coerentes com nossa vida!
Vale da decisão – O profeta expandiu a influência de sua advertência para o povo reunido no Carmelo.
Ele exortou os israelitas para que eles deixassem de oscilar entre Deus e Baal. Era hora de decisão. O
mundo espera isso de nós. As pessoas estão no vale da decisão e precisamos levá-las ao conhecimento
da verdade e à decisão ao lado do que é certo. Essa mensagem também é para o povo de Deus. Elias
não coxeava entre Deus e Baal. Ele estava do lado do Senhor. Por isso, podia pregar com tal autoridade.
Se quisermos ser como Elias, precisamos nos definir ao lado de Deus e de Sua Palavra.
Naturalmente, isso envolverá sérias renúncias, mas Deus poderá nos usar como usou Elias. O verso 30
acrescenta que “Elias restaurou o altar do Senhor que estava em ruínas”. O secularismo tem tentado
arruinar a verdade. A onda de relativismos morais tem militado contra as imutáveis verdades da revelação
bíblica. Precisamos restaurar isso.
Somos reparadores de brechas. Devemos exaltar a verdade.
Ellen G. White apresenta o seguinte pensamento: “A maior necessidade do mundo é a de homens –
homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo da alma sejam verdadeiros e
honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja
tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que
caiam os céus” (Educação, p. 57).
Exatamente como na época de Elias, o mundo de hoje precisa de homens como os que estão descritos
nessa célebre passagem do Espírito de Profecia. Elias era assim. O mundo em que ele viveu também
necessitou de um homem com essa envergadura. Esse é, sem dúvida, outro aspecto que nos liga a Elias.
Nosso profeta não sonegou a mensagem que tinha. Resta-nos imitá-lo também neste ponto.
O episódio do Carmelo foi memorável. O Senhor respondeu com fogo e
consumiu a oferta de Elias. Houve conversão em massa, mas algo estranho aconteceria no coração do
profeta.
Um profeta deprimido – Elias se escondeu em uma “caverna”, devido à ira de Jezabel. O homem cujo
nome significava “Jeová é Deus” temeu a mulher cujo nome significava “Baal é deus”. Elias havia sido
usado por Deus para lembrar ao povo o significado de seu próprio nome e havia sido bem-sucedido, mas
estranhamente se esqueceu disso e acreditou, por algum tempo, que Baal era deus. Ele empreendeu uma
fuga que o levou a um dos mais importantes lugares da história de Israel: Horebe, o monte de Deus.
Embora aquele lugar fosse importante, Deus não queria que Elias estivesse ali naquele
momento. O profeta tinha uma missão e estava fugindo dela, primeiro pedindo a morte no caminho, depois
se escondendo em uma caverna. Sem dúvida, esse foi um momento de terrível incredulidade do profeta.
Ele duvidou que o Deus que havia mandado fogo do céu poderia livrá-lo das mãos da ímpia Jezabel.
“Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento e extremo desencorajamento –
dias em que só predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor de Seus filhos
na Terra; dias em que o dissabor mortifica o coração, de maneira que a morte pareça preferível à vida. É
então que muitos perdem sua confiança em Deus, e são levados à escravidão da dúvida, ao cativeiro da
incredulidade. Pudéssemos em tais ocasiões discernir com intuição espiritual o significado das
providências de Deus, veríamos anjos procurando salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se por firmar
nossos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jorrariam para dentro
do ser” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 162).
Esse episódio da vida de Elias parece mais adequado a uma comparação com nossa vida. Nessa fase da
vida do profeta, vemos confluências mais expressivas com nosso jeito de ser. Acho que, se a Bíblia não
houvesse registrado esse fato e Tiago não nos tivesse informado que Elias “era semelhante a nós”,
tenderíamos a achar que Elias não teria sido humano. É que muitas vezes nos sentimos assim. Temos
medo dos desafios que estão à nossa frente, fugimos e nos escondemos em cavernas. Mas Deus não nos
abandona lá. Existem muitas “cavernas” nas quais nos escondemos. Existe a caverna do medo, da
indiferença, da preguiça, do orgulho espiritual, da falta de amor.
Não é na caverna que Deus nos quer, mesmo que seja uma caverna do Monte Horebe. Muitos de nós
queremos desculpar nossa omissão, fugindo para o “Horebe” de nosso ufanismo religioso, por exemplo.
Deitamo-nos em nosso berço esplêndido de um adventismo interno e esquecemos que as pessoas lá fora
precisam de nós. Horebe foi o lugar em que Deus outorgou a Lei a Seu povo. Quando isso ocorreu, era
essencial que Moisés estivesse lá. Mas não era esse o caso de Elias. A Lei já havia sido dada. A missão
dele era levá-la àqueles que a estavam desprezando. Somos tentados a cometer o mesmo erro. Em
vez de pregarmos, ficamos ensimesmados como se essa fosse a religião que Deus espera de nós. O fato
é que posturas assim maquiam nossa lamentável situação espiritual. Esse é o pecado de Laodiceia. No
entanto, o Senhor não desamparou Seu servo.
“Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não! Ele não amava menos Seu servo quando este
se sentiu abandonado de Deus e dos homens, do que quando, em resposta à sua oração, flamejou fogo
do céu e iluminou o topo do monte” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 166).
1 Reis 19:9 apresenta um lindo detalhe que às vezes nos passa despercebido. Deus disse a Elias, quando
o profeta estava no interior da caverna: “Que fazes aqui, Elias?” Observe o advérbio de lugar que Deus
usou: “aqui”. Esse termo indica que o Senhor estava dentro da caverna com Elias. Se Ele não estivesse lá,
poderia ter dito: “Que fazes aí, Elias?” Deus resolveu ir à caverna onde Seu servo estava para
tirá-lo de lá, curando-o de sua depressão.
Deus deseja usar conosco o mesmo método. No verso 15, Deus diz a Elias: “Vai”. É assim que Deus cura
nossas crises espirituais. Ele nos dá a oportunidade de continuar a obra que Ele espera de nós. É como se
Ele nos dissesse: “Eu ainda continuo contando com você. Seu erro não muda nada em nossa relação. Eu
amo você.” Isso é lindo demais! Deus nunca desiste de nós. Esse tipo de postura de Deus, à qual
comumente chamamos de graça, é que nos mantém vivos. Se não fosse isso, não haveria esperança para
nós.
Elias subiu para o Céu. O fato é que Elias foi e cumpriu aquilo que Deus esperava dele. Ungiu Hazael rei
sobre a Síria, Jeú, rei sobre Israel e Eliseu como profeta em Israel. Todas essas atitudes eram
politicamente necessárias naquele momento para que a reforma iniciada pelo profeta continuasse. Elias
continuou servindo ao Senhor e Deus o tomou para Si, fazendo-o “um tipo dos santos que estarão vivendo
na Terra por ocasião do segundo advento de Cristo, e que serão ‘transformados num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta (1Co 15:51, 52) sem provar a morte’” (Ibid., p. 227).
Essa é a recompensa para todos aqueles que, em nossos dias, vivem “no espírito e poder de Elias” (Lc
1:17).
Texto de Vinícius Mendes de Oliveira, professor de Língua Portuguesa, mestrando em Ciências
Sociais na UFRB e aluno do 6º período do SALT – IAENE, Cachoeira, Ba. Publicado na RA de
Maio/2011.
Mensagens Angelicais do Espaço Sideral
Os anjos são seres reais! Às vezes chamados de querubins ou serafins, esses poderosos espíritos
ministradores aparecem por toda a história da Bíblia. Muitas vezes eles são vistos protegendo e guiando o
povo de Deus, e outras vezes punindo o mal -, mas uma de suas missões mais importantes é a de revelar
e explicar as profecias divinas. Você sabia que Deus disse algo especial através de Seus anjos às
pessoas do nosso mundo agitado? Em Apocalipse 14, Deus revela algumas mensagens impressionantes
dos últimos dias codificadas no simbolismo dos três anjos voando. Tão significativas são essas
mensagens, que, quando forem concluídas, Jesus retorna! Este guia vai lhe dar uma visão geral sobre o
assunto, e os próximos guias de estudo irão apresentar outros detalhes incríveis dessa mensagem
especial que Deus nos envia.
1. Por que estamos estudando o livro de Apocalipse? Acaso ele não está selado?
Resposta: Há seis razões cruciais para o estudo Apocalipse:
A. Ele nunca foi selado (Apocalipse 22:10). A milenar controvérsia entre Cristo e Satanás, além das
estratégias e planos tortuosos do diabo nos últimos dias, estão expostos no Apocalipse. Satanás não pode
enganar facilmente as pessoas que estão antecipadamente conscientes de seus enganos, por isso ele
espera que as pessoas acreditem que o livro do Apocalipse está selado.
B. O próprio nome “Apocalipse” significa “revelação”, “abertura”, – completamente o oposto de ser algo
selado. Ele sempre esteve aberto.
C. O Apocalipse é o livro de Jesus de uma forma única. Ele começa assim: “Revelação de Jesus Cristo.”
Ele ainda fornece uma descrição dEle em Apocalipse 1:13-16. Nenhum outro livro da Bíblia revela Jesus,
as Suas últimas instruções e os planos para a Sua obra e seu povo, como o Apocalipse.
D. O livro de Apocalipse foi escrito principalmente para as pessoas dos nossos dias – que vivem pouco
antes da volta de Jesus (Apocalipse 1:1-3; 3:11, 22:06, 7, 12, 20).
E. Uma bênção especial é pronunciada sobre aqueles que lêem Apocalipse e acatam os seus conselhos
(Apocalipse 1:3, 22:7).
F. Olivro de Apocalipse descreve o povo e a igreja de Deus do fim dos tempos com uma espantosa
clareza. Ele faz a Bíblia ganhar vida quando você vê os acontecimentos dos últimos dias descritos em
Apocalipse ocorrendo. Ele também diz precisamente o que a igreja de Deus deve estar pregando nos
últimos dias (Apocalipse 14:6-14). Este Guia de Estudo irá apresentar uma dessas mensagens para que
você possa reconhecê-la quando a escutar.
Nota: Antes de prosseguir, por favor, abra sua Bíblia e leia Apocalipse 14:6-14.
2. Deus comissionou a Sua Igreja para levar o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15). Como é
que Ele simboliza essa obra sagrada em Apocalipse?
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar…E outro anjo seguiu,
dizendo…E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz…” (Apocalipse 14: 6-9).
Resposta: A palavra “anjo” literalmente significa “mensageiro”, por isso, é apropriado que Deus use três
anjos para simbolizar a pregação de Sua tríplice mensagem do evangelho para os últimos dias. Deus usa
o simbolismo de anjos para nos lembrar que o poder sobrenatural vai acompanhar as mensagens.
3. Quais os dois pontos cruciais que Apocalipse 14:6 revela sobre a mensagem de Deus para os
últimos dias?
“E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam
sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).
Resposta: Os dois pontos cruciais são: (1) que se trata do “evangelho eterno”, e (2) que deve ser pregado
a todas as pessoas na terra. As mensagens dos três anjos enfatizam o evangelho, o qual deixa claro que
as pessoas são salvas pela fé e aceitação de Jesus Cristo (Atos 4:12, Marcos 10:26, 27). Como não existe
nenhum outro meio de salvação, é uma obra diabólica declarar que há outro caminho.
Enganos de Satanás
Embora sejam muitos os enganos de Satanás, dois são muito eficazes:
(1) a salvação pelas obras e (2) a salvação no pecado. Estes dois enganos são descobertos e revelados
nas mensagens dos três anjos. Muitos, sem perceber, adotaram um desses dois erros e estão tentando
construir a sua salvação em cima deles – um feito absolutamente impossível.
4. Quais são os quatro pontos distintos que a mensagem do primeiro anjo cobre?
“Dizendo com grande voz: Temam a Deus e glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem
aquele que fez os céus, a terra, o mar e as fontes das águas”. (Apocalipse 14:7).
Resposta:
A. Temam a Deus. Isso significa que devemos reverenciar a Deus e olhar para Ele com amor, confiança e
respeito – ansiosos por fazer Sua vontade. Isto nos guarda do mal. “pelo temor do SENHOR os homens se
desviam do pecado.” (Provérbios 16:6). Salomão, o sábio, também disse: “Teme a Deus, e guarda os seus
mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.” (Eclesiastes 12:13).
B. Glorifiquem a Deus. Nós cumprimos esse mandamento quando obedecemos, louvamos e
agradecemos a Deus por Sua bondade para conosco. Um dos grandes pecados dos últimos dias é a
ingratidão (2 Timóteo 3:1, 2).
C. Chegou a hora do Seu juízo. Isso indica que todos são responsáveis perante Deus, e isso é uma
declaração clara de que o juízo está em sessão.
D. Adorem o Criador. Este mandamento rejeita a idolatria de todos os tipos – incluindo a adoração a si
mesmo – e repudia totalmente a evolução, a qual nega que Deus é o Criador e Redentor. (Muitos livros e
programas de rádio de hoje em dia enfatizam o valor do eu e da auto-estima, que conduzem à auto-
adoração. A auto-estima do cristão reside em Cristo, que faz com que seus filhos sejam filhos e filhas do
rei do Céu.
O evangelho inclui a criação e redenção do mundo pelo Senhor Deus dos céus. Adorar o Criador inclui
adorá-Lo no dia em que Ele separou como memorial da Criação (o sábado do sétimo dia). Que a
referência, em Apocalipse 14:7 é em relação ao sábado é aclarada pelo fato de que as palavras “fez o céu
e a terra, e o mar” foram extraídas diretamente do mandamento do sábado em (Êxodo 20:11) e usadas
aqui. Nossas verdadeiras raízes são encontradas somente em Deus, que no princípio nos fez à Sua
imagem. Aqueles que não adoram a Deus como Criador – não importa o que mais eles possam adorar –
nunca podem descobrir suas verdadeiras raízes.
5. Que declaração solene que o segundo anjo faz sobre a Babilônia? O que o anjo de Apocalipse 18
ordena o povo de Deus fazer?
“E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu babilônia” (Apocalipse 14:8). “vi descer do céu outro anjo… E
clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande babilônia … E ouvi outra voz do céu,
que dizia: Sai dela, povo meu” (Apocalipse 18:1-4).
Resposta: O segundo anjo solenemente declara que “Babilônia é caída”, e a voz do céu, insta a todo o
povo de Deus para sair de Babilônia, ao mesmo tempo. A menos que você saiba o que é a Babilônia, você
pode facilmente acabar nela. Pense sobre isso. Você poderia estar na Babilônia agora?
6. Sobre o que nos adverte solenemente a mensagem do terceiro anjo?
“E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e
receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, Também este beberá do vinho da ira de Deus” (Apocalipse
14:9-10).
Resposta: A mensagem do terceiro anjo adverte às pessoas para que não adorem a besta e a sua
imagem e não recebam a sua marca em suas testas ou mãos. O primeiro anjo ordena verdadeira
adoração. O terceiro anjo fala das terríveis consequências relacionadas com a falsa adoração. Você sabe
ao certo quem é a besta? E o que é sua marca? A menos que você saiba positivamente quem é a besta e
qual a sua marca, você pode acabar adorando a besta sem se dar conta.
7. Que quatro elementos descritivos Deus apresenta em Apocalipse 14:12 a respeito de Seu povo
que aceita e segue as mensagens dos três anjos?
“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.” (Apocalipse 14:12).
Resposta:
A. São pacientes, perseverantes e fiéis até o fim – uma grande tarefa para a geração do “faça agora”. O
povo de Deus dá testemunho através de sua paciência e conduta amorosa.
B. Eles são santos, ou santificados, porque eles estão totalmente do lado de Deus.
C. Eles guardam os mandamentos de Deus. Esse povo de Deus obedece com alegria aos Seus Dez
Mandamentos e todos os outros mandamentos que Ele lhes deu. Seu principal objetivo é agradar Aquele a
quem amam (1 João 3:22). (O Guia de Estudo número 6 fornece mais informações sobre os Dez
Mandamentos).
D. Eles têm a fé de Jesus. Isso também pode ser traduzido como “fé em Jesus.” Em qualquer caso, o povo
de Deus segue plenamente a Jesus e confia plenamente Nele.
8. O que acontece imediatamente após o ensino da mensagens dos três anjos a todos os povos?
“Olhei, e diante de mim estava uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, alguém “semelhante a um
filho de homem”. Ele estava com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão.” (Apocalipse
14:14)
Resposta: Imediatamente após o ensino das mensagens dos três anjos a cada pessoa, Jesus voltará nas
nuvens (Seu segundo advento) para levar Seu povo para o seu lar celestial. Com sua aparição começa o
grande milênio de Apocalipse 20. (O Guia de Estudo 12 dá mais informações sobre o milênio. E o Guia de
Estudo 8 apresenta os detalhes da segunda vinda de Jesus).
9. Em 2 Pedro 1:12, o apóstolo fala da “verdade presente”. O que ele quer dizer com isso?
Resposta: A verdade presente é um aspecto do evangelho eterno que tem particular urgência durante um
determinado tempo. Exemplos:
A. A mensagem de Noé acerca do dilúvio (Gênesis 6 e 7; 2 Pedro 2:5). Noé era um pregador da justiça.
Ele ensinou sobre o amor de Deus, como também alertou a respeito de uma inundação vindoura que
destruiria o mundo. A mensagem do dilúvio era a “verdade presente” para a época. O seu apelo urgente
era “entrem na arca.” E era tão importante que teria sido imoral não pregá-lo.
B. A Mensagem de Jonas a Nínive (Jonas 3:4). A “Verdade Presente” de Jonas era que Nínive seria
destruída em 40 dias. Jonas também exaltou o Salvador, e a cidade se arrependeu. Omitir, no entanto, o
aviso dos 40 dias teria sido imperdoável. Era a verdade presente, que se encaixava aquele momento de
forma especial.
C. A mensagem de João Batista (Mateus 3:1-3, Lucas 1:17). A “verdade presente” de João era que Jesus,
o Messias, estava prestes a aparecer. Seu trabalho era apresentar o evangelho e preparar as pessoas
para a primeira vinda de Jesus. Omitir este elemento do evangelho a respeito da primeira vinda seria
impensável.
D. As três mensagens angélicas (Apocalipse 14:6-14). A “Verdade presente” de Deus para hoje está
contida nas mensagens dos três anjos. Obviamente, a salvação através de Jesus Cristo somente, é o
ponto central dessas mensagens. No entanto, a “verdade presente” dos três anjos também tem sido dada
para preparar as pessoas para a segunda vinda de Jesus e para abrir os olhos delas para os geniais e
altamente convincentes enganos de Satanás. A menos que as pessoas entendam estas mensagens,
Satanás certamente irá enganá-las e destruí-las. Jesus sabia que precisaríamos dessas três mensagens
especiais dadas amorosamente. Elas não devem ser omitidas. Por favor, orem com seriedade quando
você examiná-las ponto por ponto, nos próximos oito Guias de Estudo.
Algumas de suas descobertas podem ser surpreendentes. Seu coração vai ser tremendamente agitado.
Você vai sentir Jesus falando com você! Afinal, elas são Suas mensagens.
10. Quem viria para dar uma mensagem da “verdade presente”, antes do grande dia do Senhor?
“Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias 4:5)
Resposta: Elias, o profeta. Há algo significativo sobre Elias e sua mensagem, como veremos nas
próximas perguntas.
11. O que fez Elias para que o Senhor o tomasse como exemplo?
Nota: Por favor, abra sua Bíblia e leia atentamente 1 Reis 18:17-40 antes de responder esta pergunta.
Resposta: Elias exortou o povo a decidirem a quem eles iriam servir (verso 21). A nação era quase
totalmente idólatra. As pessoas tinham abandonado o verdadeiro Deus e Seus mandamentos. Havia um
profeta de Deus, Elias, e 450 profetas pagãos de Baal (versículo 22). Elias sugeriu que ele e os idólatras
construissem um altar cada um e colocassem lenha e um touro sobre elas. Ele então sugeriu que eles
pedissem ao verdadeiro Deus para revelar-se ateando fogo ao seu altar. O deus pagão não respondeu,
mas o verdadeiro Deus de Elias enviou fogo do céu e queimou o sacrifício de Elias.
A Mensagem exigia uma decisão
A mensagem de Elias veio em um momento de profunda crise espiritual e apostasia nacional. Ela veio
com grande poder do céu que parou as atividades diárias e atraiu a atenção nacional. Elias, em seguida,
insistiu que as pessoas decidissem a quem servir, Deus ou Baal. Profundamente comovido e plenamente
convencido, o povo escolheu Deus (v. 39).
12. A mensagem de Elias tinha uma aplicação dupla. Aplicava-se a uma “verdade presente” que
tinha o objetivo de preparar as pessoas para o primeiro advento de Jesus, e esta mesma
mensagem também procurava preparar as pessoas para o segundo advento de Cristo. Quem Jesus
disse que pregaria a mensagem de Elias para preparar o povo para o Seu primeiro advento?
“…não surgiu ninguém maior do que João Batista”. “E se vocês quiserem aceitar, este é o Elias que havia
de vir.” ( Mateus 11:11, 14)
Resposta: Jesus disse que a pregação de João Batista para preparar o povo para o Seu primeiro advento,
foi a mensagem de Elias. A mensagem de João, como nos dias de Elias, proclamou a verdade de forma
clara e, em seguida, insistiu em uma decisão. A Bíblia diz que João Batista “, iria diante dele no espírito e
poder de Elias” (Lc 1:17).
13. Como sabemos que a profecia tem uma segunda aplicação para o nosso tempo um pouco antes
da segunda vinda de Jesus?
“Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e terrível dia do Senhor.” (Malaquias 4:5) O
sol se tornará em trevas, e a lua em sangue; antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” (Joel
2:31)
Resposta: Por favor note que dois eventos ocorrerão antes da vinda do “grande e terrível dia do Senhor”
mencionado em Joel 2:31. Primeiro, a vinda de Elias. E segundo, os tremendos sinais nos céus. Isso nos
ajuda a localizar os dois eventos. O dia escuro ocorreu em 19 maio de 1780. Naquela mesma noite, a lua
apareceu como sangue. Mateus 24:29 inclui mais um sinal – a queda das estrelas, que teve lugar em 13
de novembro de 1833. A partir disso, sabemos que a mensagem de Elias do fim dos tempos devia
começar algum tempo próximo ou após 1833 – antes da vinda do grande dia do Senhor.
A segunda mensagem de Elias, após os sinais nos céus
É óbvio que a “mensagem de Elias”, proclamada por João Batista não se aplica à segunda “mensagem de
Elias”, porque os grandes sinais de Deus no céu, apareceram mais de 1.700 anos depois que João pregou
sua mensagem. A mensagem de Elias de Joel 2:31 tinha que começar após os sinais do céu em 1833 e
devia preparar as pessoas para a segunda vinda de Jesus. A tripla mensagem da “verdade presente” de
Apocalipse 14:6-14 se encaixa perfeitamente aqui. Começou por volta de 1844 e está preparando as
pessoas no mundo inteiro para a segunda vinda de Jesus (versículo 14), que terá lugar após a tríplice
mensagem atingir cada pessoa na Terra. (Para mais detalhes sobre a data de 1844 consulte os Guias de
Estudo 18 e 19).
A Mensagem exige uma decisão
Elias insistiu que o mal fosse afrontado e que todos deveriam decidir a quem servir. Assim é com a tríplice
mensagem de Deus para nós hoje. A decisão deve ser tomada. A tríplice mensagem de Deus desmascara
Satanás e seus planos. Ela revela claramente o amor de Deus e Seus requisitos. Deus está chamando as
pessoas de hoje de volta à verdadeira adoração – adoração à Deus somente. Servir e adorar
conscientemente qualquer pessoa ou qualquer outra coisa neste momento chave da história nos levará a
deslealdade e resultará em morte eterna. Deus milagrosamente tocou o coração do povo nos dias de Elias
(1 Reis 18:37, 39) e nos dias de João Batista. Ele vai fazer o mesmo nestes últimos dias quando as
pessoas respondem às mensagens dos três anjos (Apocalipse 18:1).
14. Que outras bênçãos maravilhosas a pregação de Elias (ou a mensagem dos três anjos) trará?
“…Elias…fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para
seus pais” (Malaquias 4:5, 6)
Resposta: Louvado seja o Senhor! A Mensagem de Elias ou a mensagem dos três anjos, atrairá os
membros da família para um relacionamento celestial de amor e alegria. Que promessa bendita!
15. A palavra “evangelho” significa “boa notícia”. As mensagens dos três anjos de Apocalipse
capítulo 14 fornecem uma boa notícia?
Resposta: Sim, de fato! Vamos rever as boas notícias que tenho encontrado neste panorama da
mensagens dos três anjos:
A. Todos terão a oportunidade de ouvir e compreender o evangelho dos últimos dias. Nenhuma pessoa
será esquecida.
B. O planos brilhantes e poderosos do diabo, para enganar e destruir as pessoas, nos serão revelados,
assim não precisamos ser enganados.
C. O poder sobrenatural do céu vai acompanhar a pregação da mensagem de Deus nos últimos dias.
D. O povo de Deus vai ser paciente. Ele os chama de “santos”.
E. O povo de Deus terá a fé de Jesus.
F. O povo de Deus obedecerá aos Seus mandamentos por amor.
G. Deus nos ama tanto que enviou uma mensagem especial para nos preparar para a segunda vinda de
Jesus.
H. A mensagem de Deus para estes últimos dias vai unir os membros da família em amor e unidade.
I. A ênfase principal da mensagem dos três anjos é que a salvação foi fornecida para todos através de
Jesus Cristo. Ele nos dá Sua justiça para cobrir nosso passado e para que cresçamos em graça e
possamos realmente ser como Ele. Com Ele, não podemos falhar. Sem Ele, não podemos vencer.
Um pensamento adicional
Alguns aspectos da mensagem dos três anjos, que serão explicados nos próximos Guias de Estudo são:
A. A Hora do julgamento de Deus chegou!
B. Saia da Babilônia caída.
C. Não receba a marca da besta.
Muito mais boas notícias lhe serão reveladas quando você em oração estudar estes assuntos nos
próximos oito Guias de Estudo. Você ficará surpreso e contente com algumas coisas, e ficará chocado e
triste com outras. Alguns pontos podem ser muito difíceis de aceitar. Jesus enviou uma mensagem
especial do céu para ajudar e guiar a cada um de nós, pessoalmente, nos últimos dias. Nada pode ser
mais importante para ouvir, compreender completamente e seguir.
As 3 Mensagens Angélicas: O Último Convite de Salvação
A Tríplice Mensagem Angélica – Conforme Apocalipse 14:6-12.
Na metade do século XIX, estudiosos das escrituras das mais variadas denominações protestantes,
descobriram o resumo de toda a mensagem apocalíptica relativa a volta gloriosa de Jesus nas 3
mensagens angélicas do capítulo 14 do Apocalipse. Essas 3 mensagens foram consideradas o último e
grande alerta que deve ser dado ao mundo relativos a nossa salvação pessoal, antes que termine o tempo
da graça, antes que Jesus deixe de ser o nosso advogado onisciente perante o Pai.
As 3 mensagens também trazem novas e inéditas responsabilidades ao povo de Deus. Agora eles não
devem apenas pregar a conversão e a obediência, mas também a volta do Senhor e a diferença entre
obedecer a lei Deus e a lei dos homens (estes personificados pela falsa religião e o Estado). As 3
mensagens são equivalentes a mensagem primitiva do dilúvio. Na antiguidade os que quisessem se
salvar, deveriam se abrigar na Arca. No entanto, o mundo escarneceu de Noé e sua família e todos se
perderam. As 3 mensagens falam da preparação que os filhos de Deus devem ter para estarem de pé na
volta do Senhor. Não dar atenção a elas equivale a rejeitar os fundamentos do evangelho e acabar se
perdendo.
A Mensagem do Primeiro Anjo:
Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que assentam sobre a
Terra, e a cada nação e tribo e língua e povo, dizendo em grande voz: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois
é chegada a hora do seu juizo e adorai aquele que fez o céu, a terra e o mar e as fontes das águas”. Ap
14:6 e 7.
O primeiro anjo tem um evangelho eterno para pregar a toda a população da Terra. Que evangelho é
esse? E porque ele é eterno? O centro desse evangelho é que Deus amou o mundo de tal maneira que
entregou o seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:15).
Certamente esse evangelho é eterno porque existia essa idéia de salvar o homem desde a fundação do
mundo, desde tempos imemoriais (Ap 13:8 e Colossenses 1:26 e 2:2). Tanto que desde Adão e Eva se
sacrificava-se um cordeiro que simbolizaria a morte do messias.
Dessa forma, o primeiro anjo não prega novidade nehuma, a não a ser a fé que foi revelada aos santos:
que Deus se fez carne e habitou entre nós. Mas ele também simboliza um movimento mundial que busca
levar essa mensagem não somente a todas as nações, mas a toda tribo, língua e povo. É a mensagem de
que o Juízo investigativo já começou no céu e Jesus está voltando para buscar os seus filhos. O anjo faz
um menção de parte do quarto mandamento da lei de Deus ao dizer que devemos “adorar aquele que fez
o céu, a terra, o mar e a fontes das águas”.
Repare: “Porque em seis dias fez o Senhor, o céu, a terra, o mar e ao sétimo dia descansou, por isso
Deus abençoou e santificou o dia de sábado”. (Exôdo 20)
E porque ele menciona o quarto mandamento? Porque é o único que identifica o Deus que adoramos, ou
seja, aquele que criou tudo o que existe. Por isso ele é digno de adoração. Por isso Deus separou o
Sábado para nós o adorarmos. Nosso Deus é Jesus o Senhor do Sábado.
A Mensagem do Segundo Anjo:
Enquanto a primeira mensagem enfoca o evangelho e o Deus verdadeiro a segunda mensagem diz:
“Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as
nações do vinho da fúria da sua prostituição”.
De acordo com a Profecia das Nações, 5 nações imperiais perseguiriam o povo de Deus até a volta de
Jesus. A Primeira delas (considerando a profecia, porque senão seria a terceira nação perseguidora após
o Egito e a Assíria) foi Babilônia em torno de 600 A.C. Babilônia adorava o deus sol no primeiro dia da
semana e se deleitava em imagens de escultura. Tambem misturava o Estado com a Religião e alcançava
muitos povos com sua influência. è a herdeira da Torre de Babel, simbolizando confusão de povos pagãos.
Assim, no Apocalipse Babilônia simboliza uma Religião-Estado que tem práticas semelhantes. Em
apocalipse 17 se vê claramente a alusão de uma Igreja controlando a política das nações e ela tem um
nome: “Babilônia, mãe das prostitutas e abominações da Terra”. Ap 17:5. Dessa forma Babilônia tem filhas
com práticas semelhantes e simboliza não apenas um Estado-Igreja, mas todos os grupos religiosos que
se opõe a verdade do evangelho eterno, ou seja: adoramos o Deus criador e seu Filho que morreu na
cruz, o Senhor que é adorado aos Sábados.
O segundo anjo simbolicamente é retratado com uma bíblia na mão com a seguinte pergunta: quantos
grupos religiosos sobrevivem a prova da Palavra de Deus? O fim da mensagem está em Ap 18:4: “Retirai-
vos dela povo meu para não serdes cúmplices em seus pecados e para não receberdes os seus
flagelos”. Assim , o resumo dessa mensagem é: abandone os grupos religiosos falsos que não obedecem
a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada.
A Mensagem do Terceiro Anjo
As 2 mensagens anteriores identificavam o evangelho eterno, o Deus criador e enfocava que o povo de
Deus deve se separar do mundo e as falsas organizações religiosas. O último anjo diz:
E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e
receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou,
não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e
diante do Cordeiro.
E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que
adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.
Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
O Terceiro Anjo fala que aquele que receber o sinal da Besta se perderá. Vimos na página A Marca da
Besta e o Selo de Deus que o Selo de Deus é o quarto mandamento da lei de Deus. É a assinatura divina
que identifica o Deus criador: a santificação sabática. Assim, a marca da Besta será quando a falsa
religião e o Estado se unirem para perseguirem os que obedecem os 10 mandamentos. Isso fica claro no
versículo 12:
“Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”
Não importa o que aconteça, o povo de Deus lhe obedece os (10) mandamentos o que inclui o sábado e
mantém a fé em Jesus, o autor de nossa esperança. O versículo 12 também identifica a Igreja virgem
representada em Apocalipse 12( veja a página no indice):
Ap 12:17: “Irou-se o Dragão (satanás) contra a mulher ( no caso a virgem: a Igreja pura) e foi fazer guerra
com os restantes da sua descendência: os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho
de Jesus”. Ap 19:10 “O testemunho de Jesus é o espírito (dom) de profecia”.
Quando satanás se irar contra a pequena Igreja verdadeira, e a Religião que também é um Estado for
glorificada e amada pelos homens, Jesus voltará para salvar os seus Filhos. De que lado você pretenderá
estar?
As Profecias Bíblicas: O que se Cumpriu, O que está se Cumprindo, O que vai se Cumprir
1. INTRODUÇÃO
Apresentamos uma relação das profecias que se encontram nas Sagradas Escrituras, que serve para
estudos ou para confirmação da Bíblia como a palavra verdadeira e fiel de Deus aos homens. As profecias
estão relacionadas de forma sucinta, apenas mencionadas, sem comentário a seu respeito. O objetivo foi
permitir em pouco espaço divulgar o conjunto profético que já se cumpriu, que está se cumprindo e que
ainda se cumprirá. A todos os que desejam enriquecer a sua fé na Bíblia, principalmente com relação aos
acontecimentos que ainda estão pela frente, este material, temos certeza, trará contribuições concretas.
Profecia é a capacidade de falar com autoridade de parte de Deus, ou em seu nome, já que serve para
predizer acontecimentos futuros ou declarar a sua vontade para o presente (ver Êxodo 3:10, 14 e 15; Deut.
18:15 e 18; II Sam. 23:2; Mateus 11:9 e 10; II S. Pedro 1:21). A profecia é o meio escolhido por Deus para
comunicar-se com o homem (ver Núm. 12:6; Amós 3:7). A Bíblia chegou aos homens por este dom (ver II
Tim. 3:16; II S. Pedro 1:20 e 21). As escrituras testificam de Jesus, e o dom de profecia é apropriadamente
chamado “o testemunho de Jesus” (Apoc. 19:10; João 5:39; Apoc. 12:17). O dom de profecia manifesta-
se por meio de visões, sonhos ou inspiração especial que chega à mente (ver Núm. 12:6; Apoc. 1:1-3); e
então o instrumento humano converte-se no porta-voz de Deus (ver II Sam. 23:2; Mateus 3:3; II S. Pedro
1:21). Deus tem o propósito de que este importante dom do Espírito estivesse com Sua igreja até o fim dos
tempos (ver Joel 2:28 e 29; Apoc. 12:17; 19:10). Na realidade, deve ser o sinal para identificar a
verdadeira igreja de Deus nos últimos dias (Apoc. 12:17; 19:10). Isto é muito razoável, porque Deus
sempre tem usado este meio para revelar-se e transmitir suas mensagens ao mundo desde a queda de
Adão.
Sobre a profecia em geral, registram-se os seguintes versículos:
– É predição sobre acontecimentos futuros: Gênesis 49:1; Números 24:14; Dan 2:45
– Deus é seu autor: Isaias 44:7; 45:21;
– Deus as dá, por meio de Cristo: Apocalipse 1:1;
– Um dom de Cristo: Efésios 4:11; Apocalipse 11:3;
– Um dom do Espírito Santo: I Cor. 12:10;
– Não vem por vontade de homem: II Pedro 1:21;
– Dadas desde o princípio: Lucas 1:70;
– É uma palavra certa: II Pedro 1:19;
– Deus cumpre-a: Isaias 44:26; Atos 3:18;
– Cristo, seu grande tema: Atos 3:22-24; 10:43; I Pedro 1:10-11
– Cumpridas em Cristo: Lucas 24:44;
– Seu dom prometido: Joel 2:28; Atos 2:16 e 17;
– Para o benefício de outras gerações: I Pedro 1:12;
– Uma luz em lugar escuro: I Pedro 1:19;
– Não vem de particular elucidação: II Pedro 1:20;
– Não a desprezemos: I Tessalonicenses 5:20;
– Demos-lhe ouvidos: II Pedro 1:19;
– Recebamo-lha com fé: II Coríntios 20:20; Lucas 24:25;
– Bênção de lê-la, ouví-la e observa-la: Apoc. 1:3; 22:7;
– Culpa de pretender possuir o dom de profecia: Jeremias 14:14; 23:13 e 14; Ezequiel 13:2 e 3.
Serão castigados os que:
– Não lhe derem ouvidos: Neemias 9:30
– Adicionarem ou subtraírem algo: Apoc. 22:18 e 19;
– Fingir possuir seu dom: Deut. 18:20; Jeremias 14:15 e 23:15;
– Fingir estar convertidos: Números 24:2-9; I Sam. 19:20-23; Mateus 7:22; João 11:49-51; I Cor. 13:2;
– Como deve ser testada: Deut. 13:1-3; 18:22.
2 – PROFECIAS QUE JÁ SE CUMPRIRAM
Do cativeiro dos judeus
– Sua predição: Deut.: 28:36; I Reis 14:15; Isaias 39:7; Jeremias 13:19; 25:8 a 12; Amós 7:11; Lucas
21:24.
– Seu Cumprimento: II Reis 15:29; 17:6; 18:11; 24:14; 25:11; II Crôn. 28:5. O cativeiro durou de 606 a 538
aC.
Da conversão dos gentios
– Passagens em que foi profetizada: Gên. 22:18; Salmos 22:27; 86:9; Isaias 9:2; 49:6; 60:3; Daniel 7:14;
Oséias 2:23; Efésios 3:6.
– Exemplos do cumprimento: Atos 2:41; 2:47; 4:4; 5:14; 6:7; 9:31; 11:1, 21 e 24; 13:12 e 48; 14:1; 15:7;
16:5 e 33-34; 17:4; 18:6 e 8; 28:28; Apoc. 11:15
Da destruição de Babilônia
– Profecias: Salmo 137:8; Isaias 13:19; 14:22; 21:9; 43:14; 47:1; 48:14; Jeremias 25:12; 50:1, 51:1; Daniel
2:37 a 39; 5:26 a 28.
– Babilônia foi conquistada pelos Medo Persas em 539 aC, sendo destruída em parte por Xerxes mais
tarde, estando em completa ruína na época de 20 aC. Conforme a profecia, nunca mais foi reconstruída. A
mesma profecia refere-se também à babilônia espiritual, o grande poder religioso no fim dos tempos, como
se pode ver em Apoc. cap 18 e 19.
Da destruição de Jerusalém
– Isaias 3:1; Jeremias 9:11; 19:8; 21:10; 25:18; Amós 2:5; Miquéias 3:12; Mateus 23:37 e 38; 24:15 a 21;
Lucas 19:43 e 44; 21:24.
– Jerusalém foi destruída em 70 dC.
O grande período profético dos 2.300 anos de 457 aC a 1844.
Foi profetizado através de Daniel, que haveria um período de 2.300 anos, que se iniciaria no ano 457 aC,
com o decreto da reconstrução de Jerusalém (Dan. 9:25) e concluiria com o início do juízo investigativo no
céu, em 1844. Dan 8:14. Este grande período divide-se em sub-períodos.
Primeiro sub-período, de 490 anos, que se inicia em 457 aC e termina em 34 da nossa era. Foi destinado
ao povo judeu para que aceitasse a Jesus Cristo (Atos 8:1 a 3 e 26:9 a 12), que como se sabe, com a
apedrejamento de Estevão, em 34, rejeitaram de vez o evangelho. Nesse ano inicia-se outro sub-período
de 1810 anos, até 1844, de pregação do evangelho aos gentios (não judeus) (Atos 13:46 e Dan 8:14). O
primeiro sub-período divide-se em outros períodos menores, como, os 49 anos, de 457 aC até 408 aC,
para a reconstrução dos muros de Jerusalém (Esdras 6:14; 7:6-26; Dan 9:25. Mais outros 434 anos se
passaram até a unção de Jesus Cristo (Dan 9:25 e 26), até o ano 34. Para o final deste último período,
Daniel profetizou um pequeno período de uma semana profética, 7 anos literais, do ano 27 a 34 dC. No
ano 27 Jesus foi ungido (S. Mateus 3:13, 17 e Atos 10:38. Na metade da semana, foi crucificado, em 31,
(Dan 9:26,27) e no ano 34 Estevão foi apedrejado (Atos 7:59-60; 6:8-15 e 8:1).
O terceiro sub-período, que se cumpriu fielmente, durou 1260 anos de perseguição aos que seguiam a
Bíblia integralmente (Apoc. 11:2 e 3; 12:6 e 14; 13:5, e Dan. 7:25 e 12:7; Dan 9:22 – 27), que durou de
538, com o estabelecimento firme do papado, até 1798, com a deposição do Papa Pio VI pelo general
francês Bertier, em 10/02/1798. Nesta data iniciou-se o tempo de fim (Dan. 12:9 e 4). Nesta data também
terminou a grande perseguição (fogueiras, inquisição, arena de leões, gladiadores, leis dominicais, união
da igreja com o estado, etc.) O que aconteceu durante os 1260 anos denomina-se o período da idade
escura da humanidade, onde os maiores horrores aconteceram e que degradou espiritualmente o mundo,
levando a desconfiança sobre a verdadeira intenção dos religiosos. Foram denominados “ópio do povo”,
por líderes que não conheciam o verdadeiro evangelho.
Este grande período de Daniel 8:14 pode ser melhor estudado num diagrama preparado para tal fim,
disponível aos que o desejarem.
Em síntese, as profecias de Daniel envolvem 16 cenários futuros:
1) Babilônia perderia a hegemonia
2) Seria substituída pela Medo-Pérsia
3) Este reino seria inferior am glória e riqueza à Babilônia, e assim sucessivamente, cada reino inferior ao
seu precedente
4) A Medo-Pérsia seria substituída pela Grécia
5) A Grécia seria substituída por Roma
6) Roma seria dividida em 10 reinos
7) Roma seria forte e fraca ao mesmo tempo
8) Haveria tentativas de implantar um reino mundial
9) Haveria alianças com semente humana
10) Estas tentativas de união não atingiriam seu objetivo
11) A figura apoteótica de Cristo sobre as nações
12) Sua segunda vinda – pedra cortada sem mãos
13) A pedra abarcaria o mundo todo
14) Não haveria mais impérios locais
15) Desmoronamento total da babilônia e de suas riquezas
16) Implantação do Reino de CRISTO
Pelo cálculo da probabilidade, as profecias de Daniel tem apenas uma possibilidade em
437.893.890.380.859.375 tentativas para dar certo integralmente, nessa ordem. Só DEUS conhece o fim
desde o princípio.
– A grande profecia de Daniel 2:31-45, sobre a estátua que representa os reinos desde o império
babilônico até os últimos dias. Todos os versículos referem-se a Daniel cap. 2.
– Cabeça de ouro (32, 37 e 38): Reino babilônico – de 606 a 538 aC;
– Peito de prata (32 e 39): Medo-Pércia – de 538 a 331 aC;
– Ventre e coxas de bronze (32 e 39): Grécia – de 331 a 168 aC;
– Pernas de ferro (33 e 40): Roma – de 168 aC a 476 dC;
– Pés em barro e ferro: Divisão o reino de Roma em dez reinos, que jamais formariam um império mundial;
– Não haverá mais império mundial: (43) – houveram casamentos entre nobres na Europa, porém não
mais uniram-se os reinos divididos;
– A pedra que destruiu a estátua: (44 e 45) – é a profecia da segunda vinda de Jesus a este mundo.
– A grande profecia de Daniel 7 – os 4 animais. Todos os capítulos e versículos referem-se ao livro de
Daniel.
– Leão com asas de águia (7:4): Reino da Babilônia, de 606 a 538 aC;
– Urso, que trazia entre os dentes três costelas (7:5): Império Medo-Persa, de 538 a 331. As três costelas
simbolizam os principais poderes deste reino, ou seja, a Lídia, Babilônia e Egito.
– Leopardo, com quatro asas e quatro cabeças (7:6): Império grego de Alexandre o Grande, de 331 a 163.
As quatro asas significam um reino muito veloz, como realmente foi, conquistou o mundo em menos de
uma década, um feito sem precedentes. As quatro cabeças representam os quatro reinos em que se
dividiu este império em 301 aC, que foram dominados por Ptolomeu, Cassandro, Seleuco e Lisímaco.
– Animal terrível e espantoso (Daniel não comparou com animais conhecidos), forte, com dentes de ferro e
dez chifres e mais um chifre pequeno (7:7 e 8): Trata-se do império romano, de 168 aC a 476 dC. Os
dentes de ferro representam a força destruidora deste reino; os dez chifres representam dez reinos
bárbaros que sucederam Roma, ou seja os Ostrogodos, Visigodos, Francos, Vândalos, Suevos,
Alamanos, Anglo-saxões, Hérulos, Lombardos e Burgúndios. O chifre pequeno representa Roma Papal,
pequena no início mas que cresceu e superou os demais em poder.
Profecias relacionadas ao capítulo 7 de Daniel:
– O animal foi morto (v. 11) refere-se a destruição de poder romano por ocasião da segunda vinda de
Cristo, ainda a ocorrer;
– Foi tirado o domínio dos outros animais anteriores (v. 12) refere-se aos reinos anteriores que perderam o
poder, porém seus habitantes não foram exterminados, como será no caso do quarto animal, quando da
segunda vinda de Cristo;
– Segunda vinda de cristo (v.13 e 14), refere-se a retorno de Cristo, ainda a ocorrer;
– O capítulo 7 de Daniel contém outras profecias que são detalhes da grande profecia acima mencionada.
Estas profecias foram omitidas aqui para não tornar a relação profética muito extensa.
A grande profecia de Daniel capítulo 8, especificamente sobre os tempos finais. Em síntese, os
elementos da profecia são:
– Um carneiro com dois chifres (reis da Média e da Pérsia);
– Surgiu um bode com um chifre notável entre os olhos (A Grécia, e o chifre, o seu primeiro rei) e destruiu
o reino Medo-Persa;
– O chifre notável foi quebrado e em seu lugar vieram quatro chifres, significando os quatro reis que
sucederam a Alexandre o Grande, com força inferior;
– De um dos quatro chifres saiu um chifre pequeno, que se tornou muito forte, para o oriente e para a terra
gloriosa, cresceu até os céus (…) engrandeceu-se etc. Refere-se a Roma como império e a Roma papal,
esta tornando-se um poder mundial, muito forte no período da Idade Média, perseguindo os cristãos que
queriam obedecer fielmente os princípios bíblicos. Roma papal havia gradativamente alterado estes
princípios, dando cumprimento à profecia. Há muitos detalhes a mais nesta profecia que merecem melhor
atenção, em estudo particular.
– A profecia das sete igrejas, que se refere a história da igreja de Deus antecipadamente descrita.
Apocalipse cap. 2 e 3.
Esta profecia encontra-se em Apocalipse capítulo 2 e 3. Apresentamos apenas as informações mais
importantes a respeito. Esta profecia pode ser melhor estudada em diagrama que está disponível aos
interessados.
– Primeira igreja: Éfeso, de 34 a 100 – Boas obras;
– Segunda igreja: Esmirna, de 100 a 313 – Igreja perseguida;
– Terceira igreja: Pérgamo, de 313 a 538 – Igreja popularizada;
– Quarta igreja: Tiatira, de 538 a 1517 – Igreja deturpada;
– Quinta igreja: Sardes, de 1517 a 1833 – Reforma espiritual;
– Sexta Igreja: Filadélfia, de 1833 a 1844 Igreja missionária;
– Sétima igreja: Laodicéia, de 1844 até o fim – Igreja morna.
– A profecia dos sete selos, que se refere à natureza da luta em que se envolvem as respectivas igrejas.
Esta profecia encontra-se em Apocalipse capítulo 6. Como a anterior, serão apresentadas apenas
informações importantes. Também pode ser melhor estudado no diagrama acima mencionado.
– Primeiro selo – cavalo branco: de 34 a 100 – pureza;
– Segundo selo – cavalo vermelho: de 100 a 313 – perseguição;
– Terceiro selo – cavalo preto: de 313 a 538 – apostasia;
– Quarto selo – cavalo amarelo: de 538 a 1517 – trevas espirituais;
– Quinto selo – reforma espiritual: de 1517 a 1755 – almas em baixo do altar;
– Sexto selo – mensagem do advento: de 1755 a … – sinais do fim;
– Sétimo selo Apoc 8:1 – é a segunda vinda de Jesus Cristo, que não se cumpriu ainda, como sabemos.
As sete trombetas, que se refere as guerras de natureza política mas com conseqüências no mundo
religioso. Igualmente apenas faremos referência. Pode ser estudado em diagrama. Apoc. 8: 6-13; 9:1-21;
10:15-19.
– Primeira trombeta: Invasão da Europa pelos Godos comandados por Alarico (Apoc. 8:6-7), com
destruição de Roma.
– Segunda trombeta: Invasão pelos Vândalos de Genserico, vindo pelo mar e destruindo Roma em 455,
saquendo-a por 14 dias e posterior destruição da esquadra naval com morte de 1/3 do exército romano,
cerca de 30.000 soldados.
– Terceira trombeta: Invasão pelos Hunos de Átila, que em 452, na batalha às margens do Marne,
eliminou 150.000 soldados romanos.
– Quarta trombeta: Invasão dos Érulos de Odoacro, que destruiu definitivamente o Império Romano
Ocidental, em 476, sendo deposto Rômulo, o último dos Césares.
– Quinta trombeta: Período de muitas guerras, onde se distinguiram as conquistas dos Sarracenos,
Maomé e os Otomanos, e que culminou com a Queda de Constantinopla, em 1453, e o fim do Império
Romano Oriental. Terminou de todo o império romano.
– Sexta trombeta: Foi o período de supremacia turca e árabe, e que terminou em 11 de agosto de 1840
com o fim da supremacia turca e a queda do império otomano.
– Sétima trombeta, está em vigor, com nações iradas e preparo para o fim do mundo e segunda volta de
Cristo.
– O escurecimento do Sol e da Lua e a chuva de meteoritos
Marcos 13:24 e 25; Isaias 13:10; Ezequiel 32:7; Joel 2:10; 11 e 30 a 32; Apoc 6;12 a 14; Lucas 21:25. Isto
se cumpriu, quanto em 19/05/1780 ocorreu o escurecimento do Sol e a noite a Lua ficou como saco de
silício, e em 13/11/1833 ocorreu a chuva de meteoritos, na América do Norte.
– O movimento religioso do séc. XIX, previsto no cap. 10 de Apocalipse.
– As duas testemunhas (velho e novo testamentos) oprimidas pelo papado, Apoc. 11:3-6.
– As duas testemunhas mortas pela França, Apoc. 11:7-14.
As profecias de Apocalipse 12
Apenas apresentamos os tópicos mais relevantes.
– A vitória de Cristo contra Satanás na Terra, (v. 1-5).
– A Igreja no deserto perseguida pelo papado, (v. 6-15).
– A reforma do séc. XVI (v. 16).
– Dragão vermelho (v. 3 – 4): representa o Império Romano e Satanás;
– tinha 7 cabeças (3 – 4): os fortes poderes romanos;
– dez chifres (3 – 4): divisão do império romano em 10 reinos, formando a Europa;
– cauda de dragão (3 – 4): representa a força do poder romano;
– parou diante da mulher (3 – 4): representa Herodes que quis matar Jesus;
– deu luz a um filho (5): Maria gerou a Jesus;
– a mulher fugiu para o deserto (6): Maria, com José, fugiram para o Egito escapando de Herodes;
– outra vez a mulher foi sustentada no deserto, por 1 tempo (1 ano profético), tempos (2 anos proféticos) e
metade de um tempo (meio ano profético) perfazendo 1260 anos literais: Trata-se da grande perseguição
que a Igreja católica empreendeu contra os seguidores da Bíblia, por 1260 anos, Idade Média, de 538 a
1798. Em 538, o Edito de Justiniano punia com pena de morte aos que não obedecessem o Bispo de
Roma. Neste ano (538) foi estabelecido o Papa em Roma. Durante o Séc. V, aplica-se com todo o rigor a
guarda do Domingo, até então muitos católicos ainda observavam o Sábado. Em 787, o Concílio de Nicéia
estabelece o culto às imagens. Em 800, a lei dominical de Carlos Magno proíbe trabalho no Domingo. Em
1229 estabeleceu-se o tribunal da inquisição, que durou 500 anos. No Séc XII surgem os reformadores,
movimento que culminou com o Protesto de Spira em 19/04/1529 e com a pregação das 95 teses de
Lutero, em 31/10/1517, contra Roma. Em 1773, ocorreu o fim da grande perseguição (aqueles dias foram
abreviados) e em 1798 cai o Papa pela espada de Napoleão.
– O dragão irou-se (outra vez) contra a mulher (igreja) (17): novamente, no fim da história, a igreja do
Papa promoverá perseguição aos que guardam a Bíblia.
As profecias de Apocalipse 13
A primeira besta ou o papado na Idade Média, Apoc. 13:1-10.
– A besta que saiu do mar (Europa, onde tem muita gente), que tinha 7 cabeças e 10 chifres (v.7):
Interpretação idem a Apoc 7:3 a 4.
– A besta é ferida de morte (3 a 4): Em 10/02/1798, Napoleão Bonaparte depos o Papa, que morreu em
29/08/1799.
– A chaga mortal foi curada (3 e 4): Em 14/03/1800 foi eleito novo Papa, Pio VII;
– e toda a terra se maravilhou após a besta (3 a 4): O mundo todo, cada vez mais, admira o papa, desde o
seu reestabelecimento.
– Fez guerra contra os santos (5 – 10): Novamente referindo-se a grande perseguição já mencionada
anteriormente, por 1260 anos, de 538 a 1798.
A segunda besta ou os Estados Unidos, Apoc. 13:11.
– A besta que subiu da terra (11): Veio da terra, onde haviam na época poucos habitantes, ou seja, a
América do Norte. Trata-se dos Estados Unidos da América, cuja independência foi proclamada em
04/07/1776, firmando-se como a nação mais poderosa do mundo.
– Tinha dois chifres de cordeiro (11): Representa a liberdade civil e religiosa nos EUA, garantidas pela
constituição.
– Falava como o dragão (Satanás) (11): Por fim, os EUA falarão do mesmo modo como o papado, unindo-
se a ele. É a atual união do protestantismo com a Igreja Católica, em breve com o apoio formal do estado
americano. Os EUA darão força ao papado.
– Exercerá o poder da primeira besta (12): Fará o que o papado fez durante os 1260 anos. (é futuro
próximo)
– Para adorar a primeira (papado) besta (12): Confirma a aliança dos EUA com o Vaticano. (é futuro
próximo)
– Grandes sinais (13): Trata-se das maravilhas e prodígios realizados pelo espiritismo, que também se une
ao catolicismo. Isto já é uma realidade hoje.
– Engana os que habitam na terra (14): Novamente voltarão os protestantes a seguir os preceitos da Igreja
Católica, o que aliás já ocorre a tempo. O protestantismo (dos reformadores) foi esquecido pelos
protestantes. É o atual ecumenismo ou união das igrejas, unindo catolicismo, protestantismo e espiritismo.
– Morte aos que não adorassem a imagem da besta (15): O protestantismo é a imagem (semelhança) da
besta (papado), que unido ao estado (assim se concede vida a imagem da besta, que recebe poder
formal), repetirá o que ocorreu na grande perseguição dos 1260 anos.
– Impondo o sinal da besta (16 e 17): O sinal da besta é a guarda do Domingo, não bíblico, instituído pelo
Edito de Constantino, em 07/03/321, como o dia do Sol, que o papado sancionou mais tarde como o “dia
do Senhor”. Foi adotado pelo protestantismo no século 17. Os EUA decretarão a imposição da guarda do
Domingo.
– Número da besta (18) – 666: refere-se ao Papa, identificado na inscrição constante em sua coroa,
comparada com os números romanos, ou seja: V (5); I (1); C (100); A: R: I (1); V (5); S; F; I (1); L (50); I
(1); I (1); D (500); E; I (1); PERFAZENDO 666 DE APOC 13:18.
– A grande Babilônia do Apocalipse, cap. 17.
A maior parte destas profecias já se cumpriu ou está em pleno cumprimento. Pouco delas está pela frente.
Sobre os oponentes de Deus e seu povo – Em Apocalipse
– Roma e as nações modernas: Caps. 8; 9 e 11:15;
– O Papado, na idade média e futuro: Caps. 13; 12; 11:3-6;
– A revolução francesa inimiga da Bíblia: Cap. 11
– O protestantismo norte-americano: Cap. 13:11-18
– A grande Babilônia: Caps. 14:8; 18:1-4; 17; 16:13.
3 PROFECIAS ACERCA DE JESUS, QUE JÁ SE CUMPRIRAM
As profecias estão ordenadas cronologicamente e acompanhadas pelo seu cumprimento.
– Seria “semente de uma mulher”
Profecia: Gênesis 3:15
Cumprimento: Gálatas 4:4; Lucas 2:7; Apoc. 12:5; Mat. 1:18
– Seria descendente de Abraão
Profecia: Gênesis 18:18 (12:3)
Cumprimento: Atos 3:25; Mateus 1:1; Lucas 3:34; Gál. 3:16
– Seria descendente de Isaque (filho de Abraão)
Profecia: Gênesis 17:19
Cumprimento: Mateus 1:2; Lucas 3:34
– Seria descendente de Jacó (filho de Isaque)
Profecia: Números 24:17 e Gênesis 28:14
Cumprimento: Lucas 3:34; Mateus 1:2
– Descenderia da Tribo de Judá
Profecia: Gênesis 49:10
Cumprimento: Lucas 3:33; Mateus 1:2-3
– Descendente de Davi
Profecia: Jer. 23:5 e 6
Cumprimento: Mateus 22:41-46
– Seria herdeiro do trono de Davi
Profecia: Isaias 9:7 e 11:1-5; II Samuel 7:13
Cumprimento: Mateus 1:1 e 6
– Seu lugar de nascimento
Profecia: Miqueias 5:2
Cumprimento Mateus 2:1; Lucas 2:4-7
– A época de nascimento
Profecia: Daniel 9:25
Lucas: 2:1-2 e 2: 3-7
– Nascido de uma virgem
Profecia: Isaias 7:14
Cumprimento: Mateus 1:18; Lucas 1:26-35
– A matança dos meninos
Profecia: Jeremias 31:15
Cumprimento: Mateus 2:16-18
– A fuga para o Egito
Profecia: Oséias 11:1
Cumprimento: Mateus 2:14 e 15
– João Batista preparando o caminho
Profecia: Malaq. 3:1; Isa. 40:3; II Reis 1:8
Cumprimento: Mat. 3:3; Marc. 1:4 e 6
– Seu ministério na Galiléia
Profecia: Isaias 9:1 e 2
Cumprimento: Mateus 4:12-16
– Iria curar doenças, carregando Ele mesmo nossos sofrimentos
Profecia: Isaias 53:4
Cumprimento: Mat. 8:17
– Seu ministério na região de Zebulom e Naftali
Profecia: 9:1
Cumprimento: 4:15-16
– Como profeta
Profecia: Deuteronômios 18:15
Cumprimento: João 6:14; 1:45; Atos 3:19-26
– Como servo de DEUS
Profecia: Isaias 42:1-4
Cumprimento: Mateus 12:18-21
– Falaria por parábolas
Profecia: Salmos 78:2
Cumprimento: 13:35
– Seria sacerdote como Melquisedeque
Profecia: Salmos 110:4
Cumprimento: Habacuque 6:20; 5:5 e 6; 7:15-17
– O desprezo por parte do judeus
Profecia: Isaias 53:3
Cumprimento: João 1:11; 5:43; Lucas 4:29; 17:25; 23:18
– Algumas de suas características
Profecia: Isaias 11:2; Salmos 45:7; Isaias 11:3 e 4
Cumprimento: Lucas 2:52; 4:18
– Sua entrada triunfal em Jerusalém
Profecia: Zacarias 9:9; Isaias 62:11
Cumprimento: João 12:12-14; Mateus 21:1-11
– Seria traído por um amigo
Profecia: Salmos 41:9
Cumprimento: Marcos 14:10 e 43-45; Mateus 26:14-16
– Seria vendido por trinta moedas de prata
Profecia: Zacarias 11:12 e 13
Cumprimento: Mateus 26:15; 27:3-10
– O dinheiro seria devolvido para comprar um campo de um oleiro
Profecia: Zacarias 11:13
Cumprimento: Mateus 27:6 e 7; 27:3-5; 8-10
– O lugar de Judas deveria ser ocupado por outro
Profecia: Salmos 109:7 e 8
Cumprimento: Atos 1:16-20
– Testemunhas falsas o acusariam
Profecia: Salmos 27:12; 35:11
Cumprimento: Mateus 26:60 e 61
– Permaneceria em silêncio quando acusado
Profecia: Isaias 53:7; Salmos 38:13-14
Cumprimento: Mateus 26:62 e 63; 27:12-14
– Seria golpeado e cuspido
Profecia: Isaias 50:6
Cumprimento: Marcos 14:65; 15:17; João 19:1-3; 18:22
– Seria odiado sem motivo
Profecia: Salmos 69:4; 109:3-5
Cumprimento: João 15:23-25
– Sofreria em substituição a nós
Profecia: Isaias 53:4-6 e 12;
Cumprimento: Mateus 8:16 e 17; Rom. 4:25; I Col. 15:3
– Seria crucificado com pecadores
Profecia: Isaias 53:12
Cumprimento: Mateus 27:38; 15:27 e 28; Lucas 23:33
– Suas mãos e pés seriam traspassados
Profecia: Salmos 22:16; Zacarias 12:10
Cumprimento: João 20:27; 19:37; 20:25 e 26
– Seria escarnecido e insultado
Profecia: Salmos 22:6-8
Cumprimento: Mateus 27:30-44; Marcos 15:29-32
– Dariam a Ele fel e vinagre
Profecia: Salmos 69:21
Cumprimento: João 19:29; Mateus 27:34 e 48
– Ouviria palavras proféticas com zombaria
Profecia: Salmos 22:8
Cumprimento: Mateus 27:43
– Oraria por seus inimigos
Profecia: Salmos 109:4; Isaias 53:12
Cumprimento: Lucas 23:34
– Seu lado seria traspassado
Profecia: Zacarias 12:10
Cumprimento: João 19:34
– Os soldados lançariam sortes sobre suas roupas
Profecia: Salmos 22:18
Cumprimento: Marcos 15:24; João 19:24
– Seus ossos não seriam quebrados
Profecia: Salmos 34:20; Êxodo 12:46
Cumprimento: João 19:33
– Seria sepultado com os ricos
Profecia: Isaias 53:9
Cumprimento: Mateus 27:57-60
– Sua ressurreição
Profecia: Salmos 16:10, 110; Isa. 53:8, 10; Zac. 6:12 e 13; Mateus 16:21; Atos 2: 24; 8:32 e 33
Cumprimento: Mateus 28:9; Lucas 24:36-48
– Sua ascensão
Profecia: Salmos 68:18
Cumprimento: Lucas 24:50 e 51; Atos 1:9
4. PROFECIAS QUE ESTÃO SE CUMPRINDO
(Retratam com fidelidade os dias atuais, embora escritas a 2.000 anos atrás, ou mais, se forem do velho
testamento)
– Da propagação do evangelho
Isaias 2:2 e 3; 29:18; 52:7; 61:1; Dan. 12:3-10; Miq. 4:1; Mateus 24:14; 28:18-20; Marcos 13:10; 16:15;
Lucas 24:14 e 47; Atos 1:8 e 2:17-21 (=Isa. 2:2-3); Colossenses 1:28; Apocalipse 14:6
– Dos últimos dias, suas condições econômicas e políticas
II Tim. 3:1 e 13; Mateus 24:6-7; Marcos 13:7-8; Luc. 21:9-11
– Do juízo final
Joel 2:11 e 31; Sofonias 1:14; Malaquias 4:1; Mateus 25:31 – 32; Habacuque 9:27 e 10:25; II Pedro 2:9;
3:7; I João 4:17; Romanos 2:5; II Tim. 1:12; Judas 6 e 15; Apoc. 6:17 e 20:12.
– Do derramamento do Espírito Santo
Isaias 32:15 e 59:21; Ezequiel 39:29; Joel 2:28; Zacarias 12:10; Mateus 3:11; Lucas 11:13 e 24:49; João
7:39, 14:16 e 16:7; Atos 1:8, 2:38 e 2:17-21; Rom. 5:5; Tito 3:5-6.
– Da perseguição da Igreja
Mateus 10:17 e 24:9; Lucas 21:12; Joel 15:20 e 16:2; II Tim. 3:12; Apoc. 2:10.
– Sinais do fim do mundo
Mateus capítulo 24; Marcos 13:6 a 32; Lucas 21:7 a 19
– Falsos cristos
Mateus 24:5 e 24; Marcos 13:6 e 22
– Contexto social (de corrupção e imoralidade) nos tempos do fim
II Timóteo 3:1-6 e 13; Lucas 17:26 e 28; II Pedro 3:3; Dan 12:9-10; Rom. 1:28-32; 3:10-18
– Angústia no fim dos tempos
S. Lucas 21:11 e 26
– Situação moral e homossexualismo
Rom. 1:18-27
– Sobre os zombadores das profecias, nos últimos tempos
II Pedro 3:3 e 4
– Os pés da estátua
Daniel capítulo 2:44 e 45
– Sobre a aparente “paz e segurança”, antes do fim
I Tes. 5:2 e 3
– Sobre a apostasia antes da vinda de Cristo
II Tes. 2:3 a 6; 11 e 12; I Tim. 1:19; 4:1 a 5; II Tim. 4:1-4; Heb.3:12; II Pedro 3:17; Lucas 18:8; Rom. 1:18-
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Profecias em cumprimento no Apocalipse
– A Igreja de Laodicéia, cap. 3:14-22.
– A Corte do Universo, cap. 4.
– Quatro anjos detendo os ventos, cap. 7:1.
– A Igreja que adora no santuário, cap. 11:1-2.
– A sétima trombeta ou o movimento do advento, cap. 11:15-18.
– As duas primeiras mensagens angélicas, cap. 14:6-8.
5. PROFECIAS QUE AINDA SE CUMPRIRÃO
Estas profecias encontram-se todas no livro do Apocalipse.
Profecias que se cumprirão durante a crise final:
– O selamento do povo de Deus, cap. 7:2-8.
– A Lei de Deus vista no santuário, cap. 11:2-8.
– O povo do advento perseguido, cap. 12:17.
– A opressão da segunda besta nos Estados Unidos, cap. 13:12-18.
– A destruição da terra pelo fogo, cap. 14:10; 20:10 e 15; 21:8
– O terceiro anjo e o sinal da besta, cap. 14;9-13.
– A vindima das uvas ímpias, cap. 14:17-20.
– Sobre o fim do tempo de graça (ou de escolha): Cap. 15:1, 5-8;
– As sete pragas: Cap 16;
– Sobre os três últimos impérios, cap. 17:9 e 10
– Sobre a ação final de Satanás, 17:11
– Sobre a organização do mundo para a batalha final, 17:12-14
– Sobre a revolta das nações contra a Besta, 17:16-17
– O alto clamor de terceiro anjo, cap. 18:1-4;
– A queda de babilônia (poder papal): Caps 18 e 19;
Profecias que se cumprirão após a crise final:
– A abertura do sétimo selo, cap. 8:1;
– A segunda vinda de Cristo: Caps. 1:7; 3:3 e 11 14:14-20; 19:11-21;
– Todo o olho O verá: cap 1:7
– O milênio, após a segunda vinda: cap. 20;
– A prisão milenar de Satanás, cap. 20:1-3.
Profecias que se cumprirão na Nova Jerusalém
– A nova Jerusalém: Cap. 21 e 22;
– Uma multidão incontável vitoriosa, cap. 7:9-17; 14:1-5; 15:2-4;
– Os 144.000 na glória, cap. 14:1-5;
– O regozijo da vitória dos 144.000 contra a besta, cap. 15:2-4;
– A festa das bodas do Cordeiro, cap. 19:1-10;
– O juízo dos ímpios no milênio: Cap 20:4-6.
Profecia a cumprir-se no fim do milênio
– O juízo executivo dos anjos e dos ímpios, cap. 20:7-10.
Profecias a cumprirem-se na restauração
– Novo céu e nova terra: Cap. 21:1-8; 7:13-17
– A metrópole da Nova Terra, cap. 21:9-22.
– Epílogo, cap. 22:6-21.
Profecias que se encontram em outros livros;
– A destruição da terra por fogo (trata-se da execução do juízo final, ou a segunda morte): II Pedro 2:4;
3:7; Malaquias 4:1; Mateus 3:12; 5:22 e 29; 10:28; 13:42; 18:9; 23:15 e 33; Isaias: 33:14; 66:24; I Tes. 1:8
e 9; II Ped. 3:7 e 10-12; marcos 9:43; Lucas 12:5; Tiago 3:6.
– O dia escuro antes da 2a Vinda: Isaias 13:9-11; Jó 34:20; Ezeq. 32: 7-8;
– Haverá um grande julgamento: Mateus 25:31 a 46; Dan. 7:10 e 22;
– A terra será destruída com a vinda de Cristo: II Pedro 3:10
– Os reinos deste mundo serão destruídos com a vinda de Cristo: Dan 7:12-26
– Haverá novo céu e nova terra: II Pedro 3:13; Daniel 7:14 e 18; João 14:3; Isaías 65:17-25 (as
características do novo Céu); I Cor. 2:9
– A segunda vinda de Jesus: Daniel 2:44 e 45; 7:13 e 14; Mat. 24:44; Atos 1:11; II Ped. 3:10
– Aqueles que O traspassaram, o verão: João 19:37 (Zaq. 12:10); Apoc. 1:7 (todos O verão)
– Falsos profetas nos tempos finais: Mateus 24:4-5, 11 e 24; I João 4: 1; II João 7;
– Revelação do Anti-Cristo, no final dos tempos: II Tess. 2:3, 4, 7, 9 e 10 a 12; João 4:3;
– Ministério do engano: Atos 20: 29 a 30; II Tess. 2: 3 a 12;
– Tempos de angústia (apreensão, insegurança): Daniel 12:1; Isaias 13:9 a 11; 34:1 a 4; Ezequiel 32: 8 a
10; Lucas 21:26; Apoc. 6: 15 a 17;
– Fim do sistema Papal: Dan. 7:11 e 26;
– O Reino de Cristo será eterno: Dan 7:18;
– Os santos tomarão parte no julgamento, por 1000 anos: I Corr. 6:2 e 3; Apoc. 20:4.
Bibliografia consultada
BÍBLIA VIDA NOVA. São Paulo – SP, CPB, 1990.
CAIJ, Fernando. Preparação para a crise final. Santo André, SP. CPB, 1975.
Comentário Bíblico Adventista, Publicaciones Interamericanas, Division Hispana de la Pacific Press
Publishing Assiciation (EUA). v. 4, p 206-7 e v. 6, p 766.
DANIEL S.D.A.B.C, FAT, 1979.
GOMES, Edson Pereira. Diagrama histórico religioso da terra. Castro, Paraná. Kugler Artes Gráficas Ltda,
1978.
MELLO, Araceli S. As verdades dobre as profecias do Apocalipse. São Paulo, 1982.
THOMPSON, Frank Charles. Bíblia de referência Thompson. Ed. Vida, 1993.
WITE. E. G. O Grande conflito. Santo André, SP. CPB, 1981.
Organização: Prof. Sikberto R. Marks

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