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ARAUCÁRIA
2018
1
ARLINDO GONÇALVES DA SILVA
GABRIELI CASTILHO BUENO
LARISSA APARECIDA PEDRO PACHECO
MARIA ISABEL CACHIMARQUE PINTO
RAFAELA PADILHA DE AGUIAR
SAMARA KINAGE MATHEUS
ARAUCÁRIA
2018
2
TERMO DE APROVAÇÃO
_______________________________________________________________
Orientadora: Professora Bianca Garmus
_______________________________________________________________
Avaliador
_______________________________________________________________
Avaliador
_______________________________________________________________
Avaliador
10 de novembro de 2018
3
DEDICATÓRIA
4
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que ilumina nossos caminhos, guiando nossos
passos mesmo nos momentos mais difíceis.
5
EPÍGRAFE
6
Resumo
7
Abstract
The present study is a bibliographic research allied to the project carried out at
the Humberto Carrano Maternity Hospital in the city of Lapa / PR, which seeks
to rescue research already carried out to prove the benefits of humanized
delivery. This research has a qualitative character, whose objective is to
consider the labor and the expectations of the mothers in relation to the
childbirth. There is a great worldwide concern in the medical profession
regarding the increasing hospitalizations, interventions and medicalizations of
women in labor who are intent on inducing, correcting, accelerating and
monitoring labor. It is fundamental that the process for humanized childbirth be
regained through the autonomy in the decisions and the technological inputs
used with criterion, the procedures must be practiced with the sole purpose of
rescuing the humanized childbirth, so that the woman regains control over the
her body and her parturition process, bringing more comfort and tranquility to
her at the time of childbirth.
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LISTA DE TABELAS E QUADROS
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................11
1 PARA COMEÇAR, O QUE SIGNIFICA GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ?.....14
1.1. PRÉ-NATAL......................................................................................14
1.2. PARTO..............................................................................................15
1.3. DOULA..............................................................................................15
1.4. TIPOS DE PARTO................................................................................16
2. HUMANIZAR É PRECISO...........................................................................20
2.1. SIM, O PARTO É SEU, É MEU, É NOSSO......................................20
2.2. AS PRINCIPAIS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA A
MULHER................................................................................... ...…24
2.3. AS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA O BEBÊ........25
2.4. O QUE NOS DIZ A LEI SOBRE O PARTO HUMANIZADO.............25
10
INTRODUÇÃO
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Assim, um parto humanizado é positivo para a saúde, tanto física quanto
mental. Já para o bebê, traz benefícios à imunidade e ao sistema respiratório.
Há pesquisas que dizem que o parto normal está associado a um menor risco
de algumas doenças na infância.
Assim como a mãe, o bebê nascido de um parto humanizado não
sofrerá nenhuma intervenção desnecessária, bem como ficará próximo à mãe,
o que é importante para se estabelecer um vínculo entre os dois.
Para a realização do parto em domicílio, a mulher deve ter uma
gestação sem complicações.
A Organização Mundial de Saúde, em 1996, compreende o parto de
baixo risco de começo espontâneo, com idade gestacional de 37 a 42 semanas
completas, segundo isso, no mundo cerca de 70% a 80% de todas as
gestações podem ser consideradas de baixo risco no começo do trabalho de
parto.
A redução de medicamentos em intervenções é uma tendência
crescente na saúde pública mundial. Em março de 2017, o Ministério da Saúde
anunciou uma série de diretrizes para assegurar um atendimento mais
humanizado para mães e bebês. Diversas delas estão também no documento
da organização mundial de saúde, como a liberdade de posição durante o
parto, o jejum não obrigatório e métodos de alívio da dor que podem ser feitos
sem remédios.
A Organização Mundial de Saúde sugere como cuidados no intraparto
para aliviar o desconforto de mulheres sem outras condições de saúde, mas
que sentem dor durante o nascimento, deve-se priorizar métodos de
relaxamento muscular, respiração, música, massagem, banho de relaxamento,
bolas e outras técnicas de acordo com a preferência da parturiente.
Outro benefício importante do parto humanizado é estimular a mãe e
filho a ficarem juntos logo após o parto.
Além disso, a entidade recomenda que, quando qualquer procedimento
for necessário, a mulher deve participar da tomada de decisões junto à equipe
médica. Parte das diretrizes do documento já havia sido previamente divulgada
em outros artigos da Organização Mundial de Saúde, como banho só depois de
24 horas de vida e outros cuidados para o recém-nascido.
12
O objetivo por meio desse trabalho é trazer e oferecer orientações para
as futuras mamães sobre os incríveis benefícios que o parto humanizado traz,
como o respeito à mãe e ao bebê.
O resultado dessa opção é a experiência de que o parto será a mais
positiva possível para ambos.
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1. PARA COMEÇAR, O QUE SIGNIFICA GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ?
1.1 PRÉ-NATAL
14
visando a estruturação hígida do concepto e a manutenção
e/ou melhora das condições de saúde psíquica e física da
grávida. ”
(Neme & Maretti: 117).
1.2 PARTO
1.3 DOULA
É uma palavra que vem do grego e significa “mulher que serve” e indica
aquela mulher que dá suporte físico e emocional à parturiente. Essa nobre
função na assistência ao parto começa a aparecer no Brasil nos últimos anos.
15
DUARTE nos diz que antigamente a parturiente era acompanhada
durante todo o parto por mulheres mais experientes, realmente alguém da
família que já tenham tido filhos. Após o parto, no “resguardo”, durante as
primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher
parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando e ajudando a cuidar das
outras crianças.
Ainda, segundo DUARTE, a doula, antes do parto, orienta o casal sobre
o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda
a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais
variadas formas. Já durante o parto a doula ajuda a parturiente a encontrar
posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas
eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores,
como banhos, massagens, relaxamento, etc. Após o parto ela vista a nova
família e oferece apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação
à amamentação e cuidados com o bebê.
16
É fundamental que a mulher conheça as opções disponíveis, para que,
informada, possa decidir o que considera melhor para ela. Vejamos:
Parto Natural: O bebê nasce via vaginal, mas sem nenhuma
intervenção para estimular as contrações ou procedimentos como a
episiotomia para ampliar o canal de parto. Nesse tipo de parto, a mulher é
priorizada e suas necessidades e escolhas são respeitadas, o que faz o parto
mais humanizado. Guimarães reforça que neste tipo de parto não há
praticamente interferência: “O procedimento é somente assistido, não deixa a
mulher ‘de lado’... Espera ela entrar em trabalho de parto, parir
espontaneamente, não tem medicalização etc. É um processo mais da mãe”,
diz.
Parto Normal: Também é um parto vaginal, de início espontâneo e o
bebê ao estar preparado para nascer fica com a cabeça posicionada na pelve.
Apesar de se encontrar na posição correta, podem ocorrer dificuldades na
saída do bebê e, nestes casos, pode ser realizada uma episiotomia. Neste tipo
de parto, podem ocorrer intervenções como a episiotomia e em alguns casos
analgesia e indução de contrações.
Os benefícios do parto normal para o bebê e para a mãe são inúmeros.
O bebê tem a garantia de um pulmão maduro, entra em contato com a mãe já
nos primeiros instantes de vida e tem oportunidade de sugar o peito, já criando
uma ligação entre mãe e filho fora do útero. O bebê também tem menos
chances de adquirir doenças respiratórias etc. Já para a mãe há menos risco
de hemorragia, a sua recuperação será mais rápida entre outros benefícios.
Parto na Água: O nascimento do bebê ocorre dentro de uma piscina ou
banheira. A barriga da mãe fica totalmente encoberta pela água. Nesse parto o
pai pode ficar junto à mãe para ampara-la nesse momento importante. A
gestante entra na água após uma dilatação do colo de útero maior que 5 cm e
com contrações frequentes e intensas. Algumas pessoas têm certo receio em
relação a este tipo de parto e questionam “Será que meu filho não vai se
afogar?”. Mas, isso não acontece, pois, quando o bebê nasce, ainda respira
pelo cordão umbilical por pelo menos vinte segundos, durante os quais
expande seus pulmõezinhos lentamente.
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Parto de Cócoras: Nesse parto a mulher fica de cócoras, e geralmente
o nascimento do bebê é forma mais rápida, pois é auxiliado pela gravidade
devido à posição vertical. Sendo, assim, é mais cômodo para a mulher.
Este tipo de parto respeita o processo fisiológico do parto, assim como
as necessidades e desejos da gestante. Conforme destaca MUNHOZ, 2016:
“Também é humanizado, pode ser realizado no local de
preferência da gestante, existe a participação do companheiro
e possui algumas vantagens como a ausência de métodos
invasivos para alívio da dor, a liberdade de movimentos dada à
mulher no momento do nascimento da criança e a recuperação
imediata. “
(MUNHOZ, Ariane. 2016 – Enfermeira AzimuteMed)
18
não incomodar o bebê); silêncio (principalmente depois do nascimento);
ambiente quente (como o abdômen da mãe), a fim de atenuar o impacto da
diferença entre o mundo intrauterino e extrauterino etc. A amamentação é
precoce e o banho realizado junto com os pais.
Parto Humanizado: O parto humanizado é uma atitude e não um
método. A mulher é a protagonista do nascimento do seu filho, onde as suas
escolhas são respeitadas e discutidas com profissionais com essa visão,
usando da medicina baseada em evidências científicas. A mulher, no parto
humanizado, possui identidade e é única. Ela deve ser chamada pelo nome,
tendo, portanto, um atendimento individualizado e não padronizado. E isso faz
com que o parto seja um desafio, pois é necessária uma mudança de
mentalidade como um todo. Milena, uma doula, nos diz que, no parto
humanizado, “a posição para parir, o tempo mãe/bebê para o nascimento, o
local de nascimento (numa banqueta de parto, na banheira ou no leito) serão
respeitados e o períneo não vai ser cortado sem o consentimento (episiotomia)
da gestante. Essa mulher também tem liberdade para se alimentar e se
movimentar durante o trabalho de parto”.
De uma forma resumida, parto humanizado refere-se ainda a um parto
que é tratado como um processo fisiológico normal que, somente numa minoria
dos casos, necessita de intervenções. No parto humanizado, o profissional
responsável pelo atendimento é um “guia” do processo, pois trabalha em
parceria com a mulher e respeita as escolhas dela dentro do possível,
orientando as decisões e não simplesmente impondo protocolos.
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Alberto Guimarães destaca que a cesárea é indicada em casos que
podem levar a riscos. “Como, por exemplo, descolamento de placenta. Neste
caso a cesárea vai ser a salvação para o bebê respirar; eclâmpsia (condição
rara que provoca convulsões durante a gravidez); durante o parto normal
quando o bebê não ‘desce’, pois, a posição não deu certo para ele nascer e
isso está represando risco à vida dele; quando o neném está na transversal…
Nesses casos são indicações precisas e a cesárea terá bom uso”, diz. Porém,
a cesárea realizada de forma indiscriminada, pode trazer sérios riscos à saúde
da mãe e do bebê.
2. HUMANIZAR É PRECISO
20
humano, um bebê perfeito e essa é uma experiência singular e única, um ato
de amor mais sublime que existe.
21
PORQUE DEVERIA SER
INTERVENÇÃO PORQUE AINDA É FEITA
ABOLIDA
A proibição da presença de
O (a) acompanhante dá mais
um (a) acompanhante, que Alega-se que o acompanhante
tranquilidade à parturiente e
já é garantida por lei atrapalha ou que não há espaço
inibe abusos da equipe
estadual em muitos para eles.
hospitalar.
Estados...
É incômodo para a maioria das
Diz-se que faz acelerar o
mulheres e estudos comprovam
Lavagem intestinal... trabalho de parto e que as fezes
que seu uso não traz as
poderiam contaminar o bebê.
vantagens alegadas.
Pode haver inflamação local e o
crescimento dos pelos é
Raspagem dos pelos É feita porque acredita-se que o
incômodo. Seu uso é
pubianos... parto fica mais "higiênico".
comprovadamente
desnecessário.
Uso de violência verbal e Acredita-se que palavras de O que faz uma mulher gritar e
psicológica, frases do tipo ordem e broncas possam perder o controle no trabalho de
"não grita, ou eu não vou te acalmar mulheres assustadas e parto, geralmente pode ser
ajudar", "na hora de fazer nervosas e assim organizar o resolvido com carinho, um afeto
você não gritou", etc. serviço médico. e um pouco de atenção.
Porque provoca mais
As dores do parto com ocitocina
Uso rotineiro de soro com contrações e assim faz com que
ficam insuportáveis e podem
hormônio ocitocina... o parto seja mais rápido e o
provocar sofrimento fetal.
leito seja liberado.
O jejum provoca fraqueza, o
que pode causar sérios
Diz-se que no caso de uma
Jejum durante o trabalho problemas no parto. O evento
cesárea, pode haver problemas
de parto... de aspiração é tão raro, que
de aspiração do alimento.
não pode ser usado como
justificativa.
Restrição da Alega-se que não há espaço Estudos provaram há muito
movimentação, fazendo nos centros obstétricos para as tempo que a mulher deve ter
com que a mulher fique mulheres caminharem e liberdade de posição e
deitada durante todo o mudarem de posição. Diz-se movimentação durante todo o
trabalho de parto... que é mais "seguro". trabalho de parto e parto.
Parto em posição
Faz o parto ser mais lento,
ginecológica, com a mulher Facilita a ação e intervenção do
diminui a oxigenação do bebê, é
deitada de costas com as médico.
desconfortável para a mulher.
pernas para o alto...
Uso rotineiro de Alega-se que a episiotomia é Aumenta a chance de
episiotomia (corte para necessária. Na verdade, há sangramentos, inflamações e
aumentar a abertura da uma grande desinformação dos infecções. Pode causar
vagina) em 70-80% dos médicos e serviços médicos problemas na relação sexual.
partos normais, quando o sobre a necessidade desse Pode provocar incontinência
recomendado é 15-20%... procedimento. urinária.
O pós-parto é o momento mais
Separação do bebê logo importante para a mãe e o bebê
após o parto, sem que ele estabelecerem o vínculo. A
É feito para que o bebê seja
e a mãe possam se tocar, amamentação precoce faz a
examinado e lavado.
se olhar e ter a primeira saída da placenta ser mais
chance de amamentação... rápida, com menos
sangramento.
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Tabela 01 (DUARTE, Ana Cris - Amigas do parto).
23
LARGURA, em 1998, diz que “humanizar o parto é respeitar e criar
condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas:
espirituais, psicológicas, biológicas e social. “
A Organização Mundial de Saúde acrescenta:
24
2.2 AS PRINCIPAIS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA A
MULHER
25
O parto humanizado para o bebê é de grande valia, pois os riscos de
ocorrer doenças respiratórias e haver passagem de secreção do parto para o
pulmão do bebê (bronco-aspiração) são menores.
Além disso, há o início precoce da amamentação, uma vez que o leite
materno desce mais rápido após o parto, já que não há efeitos colaterais da
anestesia e do pós-cirúrgico.
O bebê que nasce de um parto humanizado tem melhores índices de
vitalidade, redução de intervenções, como a aspiração com sonda. Há um
menor risco associado às manobras cirúrgicas e não há o afastamento da mãe
logo após ao parto.
O principal objetivo do parto humanizado é resgatar o nascimento pela
sua simplicidade e promover mudanças no comportamento e nas atitudes dos
profissionais envolvidos no processo.
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redução do índice de morbimortalidade materna e do bebê, e considera a
necessidade do aperfeiçoamento da assistência ao parto normal criou o
Programa de Humanização ao Pré-natal e nascimento. No entanto, apesar das
Diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que salientam boas práticas de
atenção ao parto e ao nascimento focadas em evidências científicas e
respeitam que o parto é um evento natural, o qual não necessita de gerência,
mas sim de cuidados.
O modelo brasileiro de atenção ao parto “normal” mais comum, inclusive
nos hospitais de ensino, é tecnocrático e centrado no médico e a mortalidade
tanto da mãe quanto do bebê ainda é um obstáculo à saúde pública.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde vem tentando praticar o seu
papel regulamentador e gerenciador, estabelecendo um conjunto de ações,
através de portarias ministeriais com o objetivo de estimular a melhoria da
assistência obstétrica. Acompanhar às mulheres no momento do parto e
nascimento com segurança e dignidade é compromisso fundamental do
Ministério da Saúde. O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento
estabelecem os princípios da atenção que deve ser prestada e exorta estados,
municípios e serviços de saúde a cumprirem seu papel, propiciando a cada
mulher o direito de cidadania mais elementar, dar à luz, recebendo uma
assistência humanizada e de boa qualidade.
Em 1986, O Ministério da Saúde cria uma Lei que regulamenta o
exercício da enfermagem, a assistência ao parto normal conduzida por
ENFERMEIRA OBSTETRA é prevista na Lei 7.498/86, sendo assim um direito
do profissional que o assiste e da mulher que o recebe ter este acesso e
informação, considerando a formação e capacitação técnica e científica destas
profissionais; proporcionando uma maior satisfação da mulher e de sua família
ao obter uma assistência diferenciada e Humanizada do nascimento.
Lei 7.498/86 -Decreto-Lei 94.406/87 Parágrafo único - às
profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei (o titular
do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfª. Obstétrica,
conferido nos termos da lei;), incumbe, ainda:
a) Assistência à parturiente e ao parto normal;
b) Identificação das distocias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
c) Realização de episiotomia, episiorrafia e aplicação de
anestesia local, quando necessária.
27
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento foi instituído
pelo Ministério da Saúde através da Portaria/GM nº 569, de 1/6/2000,
subsidiado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante,
ao recém-nascido e à mãe no período pós-parto, considerando como
prioridades a redução das altas taxas de morbimortalidade materna, peri e
neonatal registradas no país; a adoção de medidas que assegurem a melhoria
do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da
assistência ao parto, puerpério e neonatal.
Além disso, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento
propõe ampliar as ações já adotadas pelo Ministério da Saúde na área de
atenção à gestante, como os investimentos nas redes estaduais de assistência
à gestação de alto risco, o incremento do custeio de procedimentos
específicos, e outras ações como a Maternidade Segura, o Projeto de
Capacitação de Parteiras Tradicionais além da destinação de recursos para o
treinamento e capacitação de profissionais diretamente ligados a esta área de
atenção, e a realização de investimentos nas unidades hospitalares integrantes
destas redes.
O objetivo primordial do Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento é assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e
ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania.
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento fundamenta-se
nos preceitos de que a humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal é
condição primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério.
A humanização compreende pelo menos dois aspectos fundamentais. O
primeiro diz respeito à convicção de que é dever das unidades de saúde
receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido. Isto requer
atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde e a organização da
instituição de modo a criar um ambiente acolhedor e a instituir rotinas
hospitalares que rompam com o tradicional isolamento imposto à mulher. O
outro se refere à adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos
para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas
intervencionistas desnecessárias, que embora tradicionalmente realizadas não
28
beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam
maiores riscos para ambos.
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está
estruturada em princípios como o direito da mulher ao acesso a atendimento
digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério, bem como o
direito da mulher de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que
será atendida no momento do parto.
Esse programa também prevê que toda a gestante tem direito à
assistência ao parto e ao puerpério e que essa seja realizada de forma
humanizada e segura, assim como o recém-nascido tem direito a uma
assistência neonatal de forma humanizada e segura.
Em relação ao adequado acompanhamento pré-natal e assistência à
gestante e a puérpera deverão ser realizadas as seguintes atividades abaixo
discriminadas de acordo do PHPN – Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento:
1. Realizar a primeira consulta de pré-natal até o 4° mês de gestação;
2. Garantir os seguintes procedimentos:
2.1.Realização de, no mínimo, seis consultas de acompanhamento pré-
natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no
segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação.
2.2. Realização de uma consulta no puerpério, até quarenta e dois dias
após o nascimento.
2.3 Realização dos seguintes exames laboratoriais:
a) ABO-Rh, na primeira consulta;
b) VDRL, um exame na primeira consulta e outro na trigésima semana
da gestação;
c) Urina, um exame na primeira consulta e outro na trigésima semana
da gestação;
d) Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro na
trigésima semana da gestação;
e) HB/Ht, na primeira consulta.
2.4 Oferta de Testagem anti-HIV, com um exame na primeira consulta,
naqueles municípios com população acima de cinquenta mil habitantes.
2.5 Aplicação de vacina antitetânica dose imunizante, segunda, do
esquema recomendado ou dose de reforço em mulheres já imunizadas.
2.6 Realização de atividades educativas.
29
2.7 Classificação de risco gestacional a ser realizada na primeira
consulta e nas consultas subsequentes.
2.8 garantir às gestantes classificadas como de risco, atendimento ou
acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou
hospitalar à gestação de alto risco.
30
Em 2005, criou-se a Lei nº 11.108 de 07 de abril, a qual garante às
parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema único de Saúde – SUS.
Em 2014, o SUS lança os Cadernos Humanizados que tratam de vários
assuntos dentre eles o parto e nascimento humanizado, assuntos contidos nos
cadernos de nº 4 e 5.
Já a Portaria nº 371, de 07 de maio de 2014, institui diretrizes para a
organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido (RN) no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 25 de março de 2015, no Estado de São Paulo é criada a 1ª Lei que
assegura o direito ao parto humanizado nos estabelecimentos públicos de
saúde do estado, oriunda do projeto de Lei nº 712/13 do Deputado Carlos
Bezerra Jr. – PSBD.
Em outros estados há projetos semelhantes, mas infelizmente a
institucionalização do parto humanizado caminha a passos lentos, pois os
entraves burocráticos/políticos são grandes.
31
atendimento de gestantes de risco habitual do Município de
Campo do Tenente e da Lapa, sempre pelo SUS”.
(Prefeitura Municipal da Lapa. Site Oficial, 2017)
32
A Diretora Thaís Cangussú enfatiza que na atenção ao parto, a
Maternidade mantém restrita e rigorosa observância da garantia do direito da
gestante à presença de acompanhante durante o trabalho de pré-parto, parto e
pós-parto imediato, nos termos da Lei nº 11.108/2005, da Portaria MS
2.418/2005, e do item 9.1 da RDC n. 36/2008 da ANVISA.
De acordo com o relatório anual da Secretaria de Saúde de 2017, a
Maternidade possui uma farmácia que garante os medicamentos essenciais
para o atendimento das situações normais e das principais intercorrências do
parto, dentre os quais se destacam: A) sulfato de magnésio; B) corticóide; C)
hidralazina; E) metildopa; F) nifedipina; G) vitamina K.
A Maternidade ainda garante a realização, no momento do parto, das
testagens rápidas de HIV e VDRL (essenciais para se evitar a transmissão
vertical do HIV e da sífilis); e de administração da imunoglobulina anti-Rh às
mulheres isoimunizadas (mãe com fator Rh negativo e feto com fator Rh
positivo).
Também propicia a transferência da gestante e/ou do neonato em
transporte adequado, mediante vaga assegurada em outra unidade, quando
situação de gestantes de alto risco, conforme pactuação (referência para o
Hospital do Rocio em Campo Largo).
Ainda mantém a presença obrigatória de pediatra ou de outro
profissional capacitado em reanimação neonatal na sala de parto.
Oferta também, nos prazos preconizados nos protocolos do SUS, do
Teste do Pezinho (triagem neonatal), do Teste do Olhinho (teste do reflexo
vermelho), Teste do Coraçãozinho (triagem das doenças cardíacas graves) e
do Teste da Orelhinha (triagem auditiva neonatal ou emissões fotoacústicas
evocadas), nos termos da Lei nº 8.069/90 (artigo 10), da Lei 58 Complementar
Estadual nº 398/2009, da Lei Estadual nº 8.863/2006 e da Lei Federal nº
12.303/2010.
A equipe de enfermagem estimula a amamentação e garante seu início
na sala de parto; a Maternidade proporciona alojamento conjunto para a mãe e
o recém-nascido saudável desde o nascimento, favorecendo o vínculo mãe /
bebê. Garante a presença de acompanhante ao recém-nascido, quando este
necessitar de internação, nos termos do artigo 12 da Lei n. 8.069/90.
33
A equipe da Maternidade já no momento da alta é faz o agendamento da
primeira consulta para o RN em serviço da rede e orienta a mulher para a
consulta do puerpério.
A Direção ainda relatou que o serviço de ecografia de urgência em 2017
continuou garantido através do contrato com um prestador terceirizado; os
exames de cardiotografia são realizados em todas as pacientes gestantes do
Sistema de Saúde dentro da própria Maternidade; os exames de sangue são
realizados por empresa terceirizada, o Laboratório Becker, e em finais de
semana e feriados pelo laboratório do Hospital São Sebastião; os exames
anatomopatológicos são feitos pelo Laborcentro Curitiba, laboratório
credenciado junto ao Estado.
Dentro do possível, a gestão municipal tem mantido esforços para a
ampliação e melhoria no atendimento às mulheres, procurando realizar os
objetivos tanto da Rede Cegonha como da rede Mãe Paranaense,
proporcionando acolhimento, vínculo precoce e partos com segurança a todas
as gestantes, informações fornecidas pela Diretora Thais Cangussú.
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Laqueadura 20 38 32 28 39 54
Laparotomia 1 0 0 00
Cardiotocografias 290 338 526 386 683
Teste da orelhinha * 601 386 703 574 598
Teste do pezinho 200 627 537 601
Teste do coraçãozinho 199 627 487 570
Teste do olhinho 200 627 485 600
Outros 27
procedim. /Cirurgias /DIU 14 8 3 5 19
Consultas médicas 3951 4263
3821 4136 3.630 3.922
Observação 486 571
540 569 281 381
Ecografias 420 396 71 154
73.61 25.237
Procedimentos enfermagem 64.742 53.469 4 48836 34.194
Procedimentos Nutricionista 615 720 318 0 00
Transferência Araucária 26 22 2 5 00
Transferência C. Largo - 59
H.Rocio 23 22 58 21
Transferência 03
Curitiba/outros 13 15 6 2
Transf. Pequeno Príncipe 1 0 0 1 00
Pacientes outros municípios 110 136 112 104 169
Tabela 05
Fonte: Relatórios Quadrimestrais – Secretaria Municipal de Saúde – Prefeitura da
Lapa/PR.
OBS: Os dados referem-se a todos os atendimentos, inclusive de mulheres
residentes em outros municípios.
Nota: Firmado Protocolo entre a Lapa e Fazenda Rio Grande.
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Busca-se também através de entrevistas com as parturientes,
apresentar relatos de como foi realizado o acompanhamento do pré-natal, do
trabalho de parto e do parto.
Esse projeto, além de ser realizado na Maternidade Humberto Carrano
foi estendido até a Clínica da Mulher onde como parte prática foi realizada uma
palestra na Clínica da Mulher onde compareceram 49 pessoas. Além da
palestra realizou-se um questionário de avaliação a respeito do parto
humanizado e constatou-se o que se segue no quadro abaixo.
Palestra Tema: O parto humanizado.
Participantes........................................................................49 pessoas
Participantes homens .........................................................07 homens
Mulheres .............................................................................42 mulheres
Gestantes............................................................................25 gestantes
Participaram ativamente da palestra com perguntas..........25 pessoas
Pessoas já ouviram falar em parto humanizado.................13 pessoas
Pessoas que não conheciam o assunto..............................33 pessoas
Mulheres que já realizaram o parto humanizado................02 mulheres
Das 25 gestantes presentes, eram solteiras........................05 mulheres
DA GESTAÇÃO
1ª gestação 11 mulheres
2ª gestação 10 mulheres
3ª gestação 4 mulheres
DO PERÍODO GESTACIONAL
Da 1ª a 10ª semana 3 mulheres
Da 11ª a 20ª semana 8 mulheres
Da 21ª a 30ª semana 9 mulheres
Da 31ª a 42ª semana 5 mulheres
Quadro 06
Todas as futuras mamães e demais presentes disseram que a palestra
foi muito satisfatória e os ajudaram a compreender melhor o que é o parto
humanizado.
36
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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mecanicamente, ao se hospitalizar o nascimento e se criar um formato único e
padronizado para as mulheres, aperfeiçoando uma rotina para o evento do
parto, onde o médico e a instituição hospital são os protagonistas favorecendo
a equipe e criando uma linha vertical de médico no topo e paciente abaixo.
A assistência ao parto humanizado quebra o atendimento rígido e nos
leva à confiança na fisiologia e nos traz o obstare (palavra latina que originou a
palavra obstetrícia, significa estar ao lado), a mulher é a protagonista de todo o
processo do evento do parto. A mulher e o médico mantêm uma relação
horizontal.
A qualidade de vida do homem envolve uma evolução inerente a todo
ser humano com todos os segmentos concernentes ao ciclo da vida e ao
conjunto de sentimentos e transformações que a acompanham. Todas as fases
que o ser humano passa, todas as experiências, sejam de felicidade ou dor,
que acompanham a humanidade, devem ser respeitadas no evento do parto de
forma natural. Todos nascem, crescem e morrem e nesse interim muitas
experiências corroboram para o desenvolvimento do ser humano. Não há como
evitar as experiências. Elas são naturais e inerente ao homem. Assim como o
parto, ele faz parte da fisiologia da fêmea.
Ao final desse trabalho pode-se inferir que ainda tem um longo caminho
a se percorrer, tanto na Lapa quanto no Brasil, para institucionalizar o parto
humanizado, principalmente, no Sistema Único de Saúde, pois se está
caminhando a passos de tartaruga.
Através desse projeto, pode-se aproximar das expectativas e do querer
das mulheres gestantes, aquelas que participaram da palestra, quanto aos
aspectos da assistência ao pré-parto e parto, o que evidenciou a inevitabilidade
de ampliação do debate sobre a assistência de humanização do parto,
eliminando toda a apologia à sua implantação e a promoção à reflexão crítica
de docentes, discentes, profissionais da saúde e mulheres sobre as práticas e
saberes à atenção no processo de parir e nascer, enfatizando o protagonismo
das mulheres e de seus bebês eliminando assim os paradigmas existentes que
distanciam da fisiologia natural humana.
Através da prática do projeto pode-se concluir que é salutar a
importância do parto humanizado tanto para a mulher como para o bebê. Por
isso é necessário que se promova estudos corroborando cientificamente sobre
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as vantagens do parto humanizado e direcionando a uma mudança do sistema
para que se institucionalize essa assistência humanizada à mulher e ao bebê.
Vivenciou-se que humanizar o parto é acreditar que a mulher possui
uma fisiologia natural de gestar e parir, é respeitar essa fisiologia e estar ao
lado da mulher acompanhando-a, observando-a e percebendo que ela está
inserida em um universo onde ela é única, por isso se deve refletir acerca e
principalmente respeitar seus aspectos culturais, individuais, psíquicos e
emocionais da qual ela faz parte.
Humanizar é saber que toda mulher é protagonista da sua história e ela
tem o direito de conhecer e escolher a experiência de assistência de parto que
quer ter.
APÊNDICE
Apêndice A – Lista de Presença da Palestra
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40
41
Apêndice B – Questionário de Avaliação
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Apêndice C – Relatório do Projeto
43
Apêndice D – Fotos tiradas no dia da Palestra
Folder da Palestra
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Alguns participantes da Palestra
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Apêndice E - Declaração
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Apêndice F - Ofício
Oficio encaminhado para o prefeito da Lapa para instalação de uma banheira na sala de pré-parto.
(CONTINUAÇÃO DO PROJETO)
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ANEXO A
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3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto.
4. Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa.
5. Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.
6. Exame retal.
7. Uso de pelvimetria radiográfica.
8. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito
delas não possa ser controlado.
9. Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e
parto.
10. Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período
expulsivo.
11. Massagens ou distensão do períneo durante o parto.
12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar
hemorragias.
13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação.
14. Lavagem rotineira do útero depois do parto.
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Exploração manual do útero depois do parto.
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ANEXO B
A Poesia de um Parto
O parto. O nascimento.
Tem muitas fases. Tem muitos momentos.
O primeiro, a antecipação. A contração de Braxton Hiccs. Lá pelas 28
Semanas.
Você sente a barriga dura. Mas não dói. Você se rói. Mas não dói.
Quando o bebê quer nascer, seu pulmão termina de amadurecer.
Começa a liberar o hormônio do amor, a ocitocina.
Na surdina, você sente a contração.
Ou sai o tampão. Ou a bolsa rompe.
Mas sem contração, não tem dilatação.
Começa de mansinho.
Se vier bem fraquinho, no pé da barriga, é só o pré-parto.
O intervalo é maior. Quinze minutos! Vinte? Dez? É contração irregular.
Nada com o que se preocupar. São os pródromos. A maratona está para
começar.
Mas chega uma hora em que elas começam a ritmar.
E a contração começa a vir mais regular.
É hora de caminhar. Consegue agachar?
Dá umas reboladas, se tá amargo. O açúcar pode estar no fundo.
Não duvide nenhum segundo da sua capacidade de aguentar.
A dor não é maior que você. A dor é você.
É o que o seu corpo é capaz de suportar.
A contração vem em ondas.
Vem a dor, a barriga endurece, a dor aumenta, a barriga enrijece.
A dor atinge um pico, você vocaliza só um tico, porque no começo ainda não
dói tanto.
A dor diminui, a barriga amolece, a dor diminui mais e a barriga descansa, a
dor some e você sorri.
Pronto, passou. Aquela contração acabou.
Você nunca mais vai senti-la. Outras virão.
Talvez mais fracas, talvez mais fortes. Mas aquela já foi vencida.
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É uma a menos na corrida!
A contração faz a barriga dura. E isso dura por uns 40 segundos. Ou um
minuto.
E a cada 3 minutos, tudo volta a acontecer. É a fase latente.
Começou o trabalho de parto - o segundo ato.
E aí você pensa que já dominou tudo. Mas você se engana.
E a contração se torna insana. Pode durar horas. Pode levar teu sono.
Não há mais posição?
Entre no chuveiro. Deixe a água escorrer.
Peça uma massagem. Deixe a dor acontecer. Ela faz parte. Aceite-a como uma
amiga.
Ela te faz dilatar.
Tá duro de aguentar? Dá uma dormida. Faça algo o tempo inteiro.
Essa é a fase ativa. Tem esse nome por uma boa razão!
Haverá um momento, porém, que você pode se indagar: onde é que eu fui
parar?
É a partolândia, um mundo para onde a mulher vai para voltar mais forte.
A partolândia é o seu Norte. Siga seu instinto.
Você pode pensar - mas pra que, se eu posso simplesmente deixar rolar?
Parar de me preocupar?
Me deixa aqui ficar na minha piscina, no meu chuveiro, ficarei o dia inteiro se
preciso for.
Onde eu estou? Estou na Partolândia. Trazendo o meu bebê ao mundo.
E aí você sente... sente o que?
Que vontade louca é essa de rebolar?
De onde veio essa força?
Eu estava tão cansada que até pensava em desistir.
Onde é que eu estava com a cabeça?
Mas espera... cabeça? Uma cabeça? Me dá um espelho... olha, tem cabelo!
É ele! É o meu bebê! Ele quer nascer! Há, se eu não consigo!
Já estou lá, na reta final! O expulsivo! Sinto queimar, um círculo de fogo!
Sinto sair, sinto fluir. Será que já posso parir?
Você faz mais uma força. Torça! Estamos aqui. Chegamos longe.
Tá na hora de agir. Eu sei parir.
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E você faz mais uma força, sem pressa. Que tá bom à beça.
Pode sorrir, já não sente mais dor. Pode sentir todo esse amor.
E ele vem, escorregando, e desce apaixonando.
E é amparado por braços amorosos, e levado ao seio da mãe.
E a olha encantado, e o pai babado, e a mãe de alma lavada, dá uma risada.
Ou até uma chorada. Tempos depois, o bebê vai mamar.
Isso pode ajudar no nascimento da placenta.
Aguenta que é agora é canja. O corpo da mulher de tudo manja.
Num parto a jato, ou num parto demorado, tudo é espera, é entrega.
Num parto respeitoso, humanizado,
Todo centímetro de endeusamento da mulher é necessário.
Pois se a mulher em trabalho de parto não está se sentindo uma deusa,
Alguém está fazendo isso errado.
Andrea Nobre, 2015.
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REFÊRENCIAS
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DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no
Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. Saúde Coletiva
10(3):627, 2005.
DUARTE, Ana Cristina. Dor do parto. Amigas do Parto. 2005. Disponível em:
<http://www.amigasdoparto.com.br/dor.html>. Acessado em: 05 de setembro.
2018.
55
LARGURA, Marília. Assistência ao parto no Brasil. Aspectos
espirituais, psicológicos, biológicos e sociais. Uma análise
crítica. 2ª ed. São Paulo: [s.n.], 2000.
56
REDE DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO. Um pouco de
nossa história. Disponível em: http://www.rehuna.org.br. Acesso em 17
setembro. 2018.
57