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CENTRO EDUCACIONAL MENNA BARRETO

ARLINDO GONÇALVES DA SILVA


GABRIELI CASTILHO BUENO
LARISSA APARECIDA PEDRO PACHECO
MARIA ISABEL CACHIMARQUE PINTO
RAFAELA PADILHA DE AGUIAR
SAMARA KINAGE MATHEUS

O CONTEXTO ATUAL DO PARTO HUMANIZADO NA LAPA

ARAUCÁRIA
2018
1
ARLINDO GONÇALVES DA SILVA
GABRIELI CASTILHO BUENO
LARISSA APARECIDA PEDRO PACHECO
MARIA ISABEL CACHIMARQUE PINTO
RAFAELA PADILHA DE AGUIAR
SAMARA KINAGE MATHEUS

O CONTEXTO DO PARTO HUMANIZADO NA LAPA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Banca Examinadora como requisito parcial para a
nota do título de Técnico em Enfermagem do Centro
Educacional Menna Barreto.

Orientadora: Bianca Garmus.

ARAUCÁRIA
2018

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TERMO DE APROVAÇÃO

ARLINDO GOÇALVES DA SILVA


GABRIELI CASTILHO BUENO
LARISSA APARECIDA PEDRO PACHECO
MARIA ISABEL CACHIMARQUE PINTO
RAFAELA PADILHA DE AGUIAR
SAMARA KINAGE MATHEUS

O CONTEXTO DO PARTO HUMANIZADO NA LAPA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para


obtenção do curso técnico de enfermagem do Centro Educacional Profissional
Menna Barreto.

_______________________________________________________________
Orientadora: Professora Bianca Garmus

_______________________________________________________________
Avaliador

_______________________________________________________________
Avaliador

_______________________________________________________________
Avaliador

10 de novembro de 2018

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DEDICATÓRIA

Dedicamos o presente trabalho a todas as pessoas


às quais contribuíram diretamente ou indiretamente em nossa formação.

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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que ilumina nossos caminhos, guiando nossos
passos mesmo nos momentos mais difíceis.

“Confia no Deus eterno de todo o seu coração e não se apoie


na sua própria inteligência. Lembre-se de Deus em tudo que
fizer, e ele lhe mostrará o caminho certo. ”
(Prov. 35-6)

Pelas nossas famílias, pelo apoio e amor incondicional.

“Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um


fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer
irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem o consolo
e uma segurança que não se encontra em qualquer outro lugar.

(Bertrand Russell)

A nossa orientadora, Professora Bianca Garmus, a quem temos enorme


prestigio e admiração pela paciência, sabedoria, ética, profissionalismo e
dedicação em tudo que faz.

“O professor medíocre conta. O bom professor explica. O


professor superior demonstra. O grande professor inspira. ”
(William Arthur Ward)

Aos professores da instituição Menna Barreto, pelo apoio emocional,


incentivo e por dividir o conhecimento durante esses 2 anos e 8 meses do
curso técnico em enfermagem.

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele


me adaptar, mas para transforma-lo; se não é possível muda-lo
sem um certo sonho ou projeto de mundo. Devo usar toda
possibilidade que tenha para não apenas falar da minha utopia,
mas participar de práticas com ela coerentes. ”
(Paulo Freire)

5
EPÍGRAFE

Todo dia se aprende algo. O importante é


transformar essas informações em
conhecimento.
“Eu tentei 99 vezes, mas na centésima tentativa
eu consegui, nunca desista de seus objetivos,
mesmo que esses pareçam impossíveis, a
próxima tentativa pode ser vitoriosa. ”
(Albert Einstein)

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Resumo

O presente estudo trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico aliada ao


projeto realizado na Maternidade Humberto Carrano, na cidade da Lapa/PR, a
qual busca resgatar pesquisas já realizadas que comprovam os benefícios do
parto humanizado. Esta pesquisa tem caráter qualitativo, que tem por objetivo
ponderar sobre o trabalho de parto e expectativas das mamães com relação ao
parto. Há uma grande preocupação mundial na classe médica com relação ao
crescente aumento das hospitalizações, intervenções e medicalizações da
mulher parturiente com intenções de induzir, corrigir, acelerar e monitorar o
trabalho de parto. É fundamental que o processo para o parto humanizado seja
reconquistado através da autonomia nas decisões e os insumos tecnológicos
usados com critério, os procedimentos devem ser praticados com único
objetivo de resgatar o parto humanizado, de forma que a mulher volte a ter o
controle sobre o próprio corpo e do seu processo de parturição, trazendo mais
conforto e tranquilidade para ela na hora do parto.

Palavras-chave: Parto Humanizado. Conceito. Resgate. Procedimentos.

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Abstract

The present study is a bibliographic research allied to the project carried out at
the Humberto Carrano Maternity Hospital in the city of Lapa / PR, which seeks
to rescue research already carried out to prove the benefits of humanized
delivery. This research has a qualitative character, whose objective is to
consider the labor and the expectations of the mothers in relation to the
childbirth. There is a great worldwide concern in the medical profession
regarding the increasing hospitalizations, interventions and medicalizations of
women in labor who are intent on inducing, correcting, accelerating and
monitoring labor. It is fundamental that the process for humanized childbirth be
regained through the autonomy in the decisions and the technological inputs
used with criterion, the procedures must be practiced with the sole purpose of
rescuing the humanized childbirth, so that the woman regains control over the
her body and her parturition process, bringing more comfort and tranquility to
her at the time of childbirth.

Keywords: Humanized delivery. Concept. Rescue. Procedures.

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

QUADRO 01- INTERVENÇÕES PROIBIDAS AINDA PRATICADAS PELOS


HOSPITAIS, CONFORME ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE.................21

QUADRO 02 – RECOMENDAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA


SAÚDE NO ATENDIMENTO AO PARTO HUMANIZADO................................47

QUADRO 03 – PROGRAMAS DE HUMANIZAÇÃO NO PRÉ-NATAL E


NASCIMENTO...................................................................................................28

QUADRO 04 – COMPONENTES E OBJETIVOS DO PLANO HUMANIZADO


DO PRÉ-NATAL E NASCIMENTO....................................................................29

QUADRO 05 – SERVIÇOS REALIZADOS PELA MATERNIDADE HUMBERTO


CARRANO EM 2017.........................................................................................34

QUADRO 06 – QUADRO DEMONSTRATIVO DA PALESTRA REALIZADA...35

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................11
1 PARA COMEÇAR, O QUE SIGNIFICA GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ?.....14
1.1. PRÉ-NATAL......................................................................................14
1.2. PARTO..............................................................................................15
1.3. DOULA..............................................................................................15
1.4. TIPOS DE PARTO................................................................................16
2. HUMANIZAR É PRECISO...........................................................................20
2.1. SIM, O PARTO É SEU, É MEU, É NOSSO......................................20
2.2. AS PRINCIPAIS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA A
MULHER................................................................................... ...…24
2.3. AS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA O BEBÊ........25
2.4. O QUE NOS DIZ A LEI SOBRE O PARTO HUMANIZADO.............25

3. MATERNIDADE HUMBERTO CARRANO...................................................31


3.1.VEREDA PARA UM OBJETIVO............................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................37
APÊNDICE........................................................................................................39
APÊNDICE A – Lista de Presenças............................................................39
APÊNDICE B – Questionário Avaliativo......................................................41
APÊNDICE C – Relatório do Projeto...........................................................42
APÊNDICE D – Fotos do dia da Palestra....................................................43
APÊNDICE E – Declaração.........................................................................44
APÊNDICE F – Ofício..................................................................................45
ANEXOS............................................................................................................46
ANEXO A – Recomendações da Organização Mundial da Saúde..............47
ANEXO B – A Poesia de Um Parto.............................................................50
REFERÊNCIAS.................................................................................................53

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INTRODUÇÃO

O parto é um processo caracterizado como natural e fisiológico que


muitas mulheres irão vivenciar no decorrer de suas vidas. É através desse
processo que se mantém a vida.
Durante boa parte da história da humanidade o parto era realizado em
casa, nestes nascimentos as mulheres contavam com a assistência das
famosas parteiras (uma mulher que a comunidade considerasse como mais
experiente).
No século XVIII ocorreu à implantação das cirurgias na assistência ao
parto, foram introduzidas para intervir, resolver casos complicados e ditar
ordens. O parto passou então a ser visto como um ato cirúrgico qualquer e, a
mulher em trabalho de parto sendo chamada de “paciente”, sendo tratada
como doente e impedida de seguir seus instintos e adotar a posição mais
cômoda e fisiológica para ela.
Não há como negar que a cesárea é indispensável quando a mãe e o
feto se encontram em situação de risco, mas isso fez com que as intervenções
passassem a serem usadas sem nenhum motivo, apenas “comodidade” em
casos que não possuem tal necessidade.
Reagindo a esse fato, na década de 80 surge o movimento de
humanização com a finalidade de garantir o parto com naturalidade,
protagonizando a mulher e suas escolhas, considerando o momento como
social, emocional, familiar e espiritual.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um parto humanizado é um
procedimento saudável, pois respeita o processo natural e evita condutas
desnecessárias ou de risco para a mãe e o bebê.
De acordo com o Ministério da Saúde, o parto humanizado requer a
criação de um ambiente acolhedor e a inclusão de procedimentos hospitalares
que rompam com o tradicional isolamento imposto à mulher que vai ter um
filho. Por isso, o órgão considera que, para haver uma assistência humanizada,
é necessária uma atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde.
Dentre os benefícios para a mãe, Andrea Rebello, ginecologista e
obstetra ressalta o emocional, pois a mulher é acolhida e amparada em um
momento que apesar de ser muito especial é de grande fragilidade.

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Assim, um parto humanizado é positivo para a saúde, tanto física quanto
mental. Já para o bebê, traz benefícios à imunidade e ao sistema respiratório.
Há pesquisas que dizem que o parto normal está associado a um menor risco
de algumas doenças na infância.
Assim como a mãe, o bebê nascido de um parto humanizado não
sofrerá nenhuma intervenção desnecessária, bem como ficará próximo à mãe,
o que é importante para se estabelecer um vínculo entre os dois.
Para a realização do parto em domicílio, a mulher deve ter uma
gestação sem complicações.
A Organização Mundial de Saúde, em 1996, compreende o parto de
baixo risco de começo espontâneo, com idade gestacional de 37 a 42 semanas
completas, segundo isso, no mundo cerca de 70% a 80% de todas as
gestações podem ser consideradas de baixo risco no começo do trabalho de
parto.
A redução de medicamentos em intervenções é uma tendência
crescente na saúde pública mundial. Em março de 2017, o Ministério da Saúde
anunciou uma série de diretrizes para assegurar um atendimento mais
humanizado para mães e bebês. Diversas delas estão também no documento
da organização mundial de saúde, como a liberdade de posição durante o
parto, o jejum não obrigatório e métodos de alívio da dor que podem ser feitos
sem remédios.
A Organização Mundial de Saúde sugere como cuidados no intraparto
para aliviar o desconforto de mulheres sem outras condições de saúde, mas
que sentem dor durante o nascimento, deve-se priorizar métodos de
relaxamento muscular, respiração, música, massagem, banho de relaxamento,
bolas e outras técnicas de acordo com a preferência da parturiente.
Outro benefício importante do parto humanizado é estimular a mãe e
filho a ficarem juntos logo após o parto.
Além disso, a entidade recomenda que, quando qualquer procedimento
for necessário, a mulher deve participar da tomada de decisões junto à equipe
médica. Parte das diretrizes do documento já havia sido previamente divulgada
em outros artigos da Organização Mundial de Saúde, como banho só depois de
24 horas de vida e outros cuidados para o recém-nascido.

12
O objetivo por meio desse trabalho é trazer e oferecer orientações para
as futuras mamães sobre os incríveis benefícios que o parto humanizado traz,
como o respeito à mãe e ao bebê.
O resultado dessa opção é a experiência de que o parto será a mais
positiva possível para ambos.

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1. PARA COMEÇAR, O QUE SIGNIFICA GESTAÇÃO OU GRAVIDEZ?

Pode-se dizer que a gestação ou gravidez é o estado resultante da


fecundação de um óvulo pelo espermatozoide, envolvendo também o
subsequente desenvolvimento, no útero, do feto que foi gerado pela
fecundação, encerrando-se na expulsão, chamada de “parto” ou “nascimento”.
Essa definição é extremamente técnica diz sobre um dos momentos mais
importantes para a humanidade: a hora em que a espécie terá continuidade.
De acordo com MEHOUDAR a gravidez é:
[...] é o período em que ocorre todo o desenvolvimento do bebê
desde a entrada do espermatozoide ao óvulo, sendo
caracterizado por um período de mudanças fisiológicas para as
mulheres. Esse processo é dividido em meses ou semanas,
onde ocorrerá o desenvolvimento do embrião transformando-o
no feto e correspondentemente ao seu filho. Nessa hora que as
mulheres irão apresentar maiores mudanças no
comportamento emocional e biopsicossocial, demonstrados
pelas crises emocionais, “desejos”, mudanças fisiológicas,
afetando as pessoas que acompanham esse período.
(Mehoudar A., 2012).

1.1 PRÉ-NATAL

Pré-natal é o acompanhamento médico que toda mulher deve ter após a


descoberta da gravidez.
É de relevante importância que o pré-natal seja realizado, porque é ele
que vai manter e garantir integridade das condições de saúde da mãe e do
bebê.
No pré-natal, o qual deve ser realizado durante toda a gravidez, o
médico realizará exames laboratoriais que irão identificar se a futura mamãe
tem algum tipo de doença, como a diabetes, que podem trazer prejuízos à
saúde da mãe e/ou do bebê, entrando com a medicação necessária para o
controle ou extermínio do problema.
É também no pré-natal que o médico acompanha o desenvolvimento do
útero e consequentemente do bebê.
NENE & MARETTI diz:
“[...]designado também de antenatal, anteparto e/ou higiene da
prenhez, a assistência ao pré-natal, compreende todas as
medidas que o obstetra introduz e/ou recomenda (diagnóstica,
preventiva e curativa) durante a gestação (dietética e outras),

14
visando a estruturação hígida do concepto e a manutenção
e/ou melhora das condições de saúde psíquica e física da
grávida. ”
(Neme & Maretti: 117).

O MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006, também aponta a relevância do pré-


natal:
Uma atenção pré-natal e puerperal de
qualidade e humanizada é fundamental para a saúde materna
e neonatal e, para sua humanização e qualificação, faz-se
necessário: construir um novo olhar sobre o processo
saúde/doença, que compreenda a pessoa em sua totalidade
corpo/mente e considere o ambiente social, econômico, cultural
e físico no qual vive; estabelecer novas bases para o
relacionamento dos diversos sujeitos envolvidos na produção
de saúde – profissionais de saúde, usuários(as) e gestores; e a
construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos,
entre os quais estão incluídos os direitos sexuais e os direitos
reprodutivos, com a valorização dos aspectos subjetivos
envolvidos na atenção.
(Ministério da Saúde, 2006).

O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher


desde o início da gravidez, assegurando, no fim da gestação, o nascimento de
uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e neonatal.

1.2 PARTO

É o término fisiológico da gravidez mediante a expulsão do feto


desenvolvido (duração do início da gravidez até o término é entre 37 e 40
semanas de gestação) e da placenta que começa quando o órgão que até
então abrigava e nutria o feto inicia as contrações que conduzem ao momento
do nascimento da criança.

1.3 DOULA

É uma palavra que vem do grego e significa “mulher que serve” e indica
aquela mulher que dá suporte físico e emocional à parturiente. Essa nobre
função na assistência ao parto começa a aparecer no Brasil nos últimos anos.

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DUARTE nos diz que antigamente a parturiente era acompanhada
durante todo o parto por mulheres mais experientes, realmente alguém da
família que já tenham tido filhos. Após o parto, no “resguardo”, durante as
primeiras semanas de vida do bebê, estavam sempre na casa da mulher
parida, cuidando dos afazeres domésticos, cozinhando e ajudando a cuidar das
outras crianças.
Ainda, segundo DUARTE, a doula, antes do parto, orienta o casal sobre
o que esperar do parto e pós-parto. Explica os procedimentos comuns e ajuda
a mulher a se preparar, física e emocionalmente para o parto, das mais
variadas formas. Já durante o parto a doula ajuda a parturiente a encontrar
posições mais confortáveis para o trabalho de parto e parto, mostra formas
eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores,
como banhos, massagens, relaxamento, etc. Após o parto ela vista a nova
família e oferece apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação
à amamentação e cuidados com o bebê.

1.4 TIPOS DE PARTO

16
É fundamental que a mulher conheça as opções disponíveis, para que,
informada, possa decidir o que considera melhor para ela. Vejamos:
Parto Natural: O bebê nasce via vaginal, mas sem nenhuma
intervenção para estimular as contrações ou procedimentos como a
episiotomia para ampliar o canal de parto. Nesse tipo de parto, a mulher é
priorizada e suas necessidades e escolhas são respeitadas, o que faz o parto
mais humanizado. Guimarães reforça que neste tipo de parto não há
praticamente interferência: “O procedimento é somente assistido, não deixa a
mulher ‘de lado’... Espera ela entrar em trabalho de parto, parir
espontaneamente, não tem medicalização etc. É um processo mais da mãe”,
diz.
Parto Normal: Também é um parto vaginal, de início espontâneo e o
bebê ao estar preparado para nascer fica com a cabeça posicionada na pelve.
Apesar de se encontrar na posição correta, podem ocorrer dificuldades na
saída do bebê e, nestes casos, pode ser realizada uma episiotomia. Neste tipo
de parto, podem ocorrer intervenções como a episiotomia e em alguns casos
analgesia e indução de contrações.
Os benefícios do parto normal para o bebê e para a mãe são inúmeros.
O bebê tem a garantia de um pulmão maduro, entra em contato com a mãe já
nos primeiros instantes de vida e tem oportunidade de sugar o peito, já criando
uma ligação entre mãe e filho fora do útero. O bebê também tem menos
chances de adquirir doenças respiratórias etc. Já para a mãe há menos risco
de hemorragia, a sua recuperação será mais rápida entre outros benefícios.
Parto na Água: O nascimento do bebê ocorre dentro de uma piscina ou
banheira. A barriga da mãe fica totalmente encoberta pela água. Nesse parto o
pai pode ficar junto à mãe para ampara-la nesse momento importante. A
gestante entra na água após uma dilatação do colo de útero maior que 5 cm e
com contrações frequentes e intensas. Algumas pessoas têm certo receio em
relação a este tipo de parto e questionam “Será que meu filho não vai se
afogar?”. Mas, isso não acontece, pois, quando o bebê nasce, ainda respira
pelo cordão umbilical por pelo menos vinte segundos, durante os quais
expande seus pulmõezinhos lentamente.

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Parto de Cócoras: Nesse parto a mulher fica de cócoras, e geralmente
o nascimento do bebê é forma mais rápida, pois é auxiliado pela gravidade
devido à posição vertical. Sendo, assim, é mais cômodo para a mulher.
Este tipo de parto respeita o processo fisiológico do parto, assim como
as necessidades e desejos da gestante. Conforme destaca MUNHOZ, 2016:
“Também é humanizado, pode ser realizado no local de
preferência da gestante, existe a participação do companheiro
e possui algumas vantagens como a ausência de métodos
invasivos para alívio da dor, a liberdade de movimentos dada à
mulher no momento do nascimento da criança e a recuperação
imediata. “
(MUNHOZ, Ariane. 2016 – Enfermeira AzimuteMed)

Parto a Fórceps: O parto a fórceps ocorre quando um parto normal evolui


com dificuldades para a saída do bebê.
MUNHOZ explica,
“Fórceps é um instrumento formado por duas partes alongadas
e conectadas que se curvam nas pontas para abrigar a cabeça
do bebê. “
(MUNHOZ, Ariane. 2016 – Enfermeira AzimuteMed)

Nesse tipo de parto ainda é necessário a realização de episiotomia no


períneo para a introdução do fórceps e o posicionamento na cabeça do bebê.
Com o fórceps ajustado, o profissional puxará enquanto a mulher fizer força
para empurrar o bebê durante uma contração. Para a realização do parto a
fórceps vários motivos podem levar ao uso desse método, como por exemplo o
sofrimento do bebê ou a mãe não esteja mais conseguindo fazer força. É uma
técnica polêmica, pois esse tipo de parto pode oferecer risco para o bebê e
para a mãe se o instrumento não for utilizado corretamente pelo profissional,
causando lesões, muitas vezes sérias. Antigamente, o uso de fórceps era
sinônimo de sofrimento, mas, hoje, o instrumento tem um papel inverso,
aliviando o trabalho do parto e poupando desgastes da mãe e do bebê, se
necessário.
Parto Leboyer: Também chamado de “parto sem violência”, é um tipo
de parto onde se tenta não estressar o bebê, tornando sua primeira experiência
fora do útero menos “traumática”. Foi criado pelo médico obstetra francês
Frédérik Leboyer e introduzido no Brasil na década de 1970. A ideia é que o
nascimento seja feito num ambiente tranquilo, e o mais “parecido” possível com
o útero materno. Para isso, Ariane explica que são utilizados pouca luz (para

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não incomodar o bebê); silêncio (principalmente depois do nascimento);
ambiente quente (como o abdômen da mãe), a fim de atenuar o impacto da
diferença entre o mundo intrauterino e extrauterino etc. A amamentação é
precoce e o banho realizado junto com os pais.
Parto Humanizado: O parto humanizado é uma atitude e não um
método. A mulher é a protagonista do nascimento do seu filho, onde as suas
escolhas são respeitadas e discutidas com profissionais com essa visão,
usando da medicina baseada em evidências científicas. A mulher, no parto
humanizado, possui identidade e é única. Ela deve ser chamada pelo nome,
tendo, portanto, um atendimento individualizado e não padronizado. E isso faz
com que o parto seja um desafio, pois é necessária uma mudança de
mentalidade como um todo. Milena, uma doula, nos diz que, no parto
humanizado, “a posição para parir, o tempo mãe/bebê para o nascimento, o
local de nascimento (numa banqueta de parto, na banheira ou no leito) serão
respeitados e o períneo não vai ser cortado sem o consentimento (episiotomia)
da gestante. Essa mulher também tem liberdade para se alimentar e se
movimentar durante o trabalho de parto”.
De uma forma resumida, parto humanizado refere-se ainda a um parto
que é tratado como um processo fisiológico normal que, somente numa minoria
dos casos, necessita de intervenções. No parto humanizado, o profissional
responsável pelo atendimento é um “guia” do processo, pois trabalha em
parceria com a mulher e respeita as escolhas dela dentro do possível,
orientando as decisões e não simplesmente impondo protocolos.

Cesárea: A cesariana é feita por via transabdominal, ou seja, com a


incisão do abdômen da mãe em várias camadas até encontrar o feto dentro do
útero e retirá-lo por esta incisão. Usa-se anestesia, geralmente a raquidiana.
Depois que o bebê é retirado, ocorre a retirada da placenta e a sutura de cada
plano aberto. A cesárea é uma cirurgia de médio ou grande porte e um
procedimento invasivo. “É uma tecnologia criada originalmente para ser usada
somente quando houver risco de vida para o bebê ou para a mãe”, diz Ariane
Munhoz, enfermeira da AzimuteMed. De acordo com a OMS, a taxa ideal de
cesáreas deve ficar em torno de 7% a 10%, não ultrapassando 15%.

19
Alberto Guimarães destaca que a cesárea é indicada em casos que
podem levar a riscos. “Como, por exemplo, descolamento de placenta. Neste
caso a cesárea vai ser a salvação para o bebê respirar; eclâmpsia (condição
rara que provoca convulsões durante a gravidez); durante o parto normal
quando o bebê não ‘desce’, pois, a posição não deu certo para ele nascer e
isso está represando risco à vida dele; quando o neném está na transversal…
Nesses casos são indicações precisas e a cesárea terá bom uso”, diz. Porém,
a cesárea realizada de forma indiscriminada, pode trazer sérios riscos à saúde
da mãe e do bebê.

2. HUMANIZAR É PRECISO

É hora de lembrarmos que o parto é um processo natural. BATISTUTA,


em 2010, nos diz que “a maneira de Parir é a mesma desde as épocas mais
primitivas da humanidade. O que muda é o como nós, médicos, vemos e
entendemos essas mulheres. ”
O parto é uma sabedoria que está no corpo e os genes de cada mulher.
Hoje o cenário que observamos o parto é tratado como um assunto
exclusivamente médico hospitalar, onde em alguns hospitais a taxa de
cesarianas chega a 90% enquanto a taxa recomendada pela Organização
Mundial de Saúde é de 15%. Mas apesar disso, aqui no Brasil a taxa de
mortalidade materno-infantil está entre as maiores do mundo.
Por isso é necessário que se realizem estudos diversos sobre o assunto
e se promova um direcionamento em se mudar o sistema existente.
É relevante que no pré-natal as futuras mamães sejam orientadas para
que elas visualizem a importância do parto humanizado e que essa experiência
seja desejada por elas. Que a mulher tenha consciência que o corpo é dela, o
parto é dela e que esse corpo é perfeito para gerar e dar à luz a um ser

20
humano, um bebê perfeito e essa é uma experiência singular e única, um ato
de amor mais sublime que existe.

2.1 SIM, O PARTO É MEU, É SEU, É NOSSO

O nascimento de um bebê é um acontecimento natural, de maneira


pessoal, sendo algo dividido entre as mulheres e seus familiares. Esse
acontecimento é um dos eventos mais importantes de uma família,
principalmente para a mulher. Práticas associadas ao desenvolvimento e
nascimento são fundamentais para a saúde e bem-estar da futura mamãe e
bebê.
A função reprodutiva e o ciclo da vida, a gravidez, o parto e o
nascimento, sempre figuraram o universo feminino.
O parto e o nascimento se configuram em uma experiência única e
extrema que envolve dor, trabalho e possibilidade de morte, tanto da mãe
quanto do bebê. Por isso é necessária uma compreensão dos diferentes
elementos que compõem essa experiência, a qual conduza a condições
satisfatórias para a realização de um parto humanizado e um nascimento sem
sequelas quer física ou emocional tanto para o bebê quanto para a mamãe.
Até no século passado, as mulheres que contavam com o auxílio das
parteiras eram preparadas para dar à luz na posição agachada, sentada ou em
pé. Pois as parteiras dominavam esta arte, sendo capaz de prestar auxílio na
gravidez e no puerpério e conduzir o parto por experiência própria, sendo
requisitada por sua importância na sociedade.
Atualmente se vem desenvolvendo a ideia do parto humanizado, mas o
que seria isso que está na boca de enfermeiras, médicos, hospitais, ministérios
e secretarias? A ideia de se humanizar o parto vem do fato de que muitos
serviços médicos ignoram as recomendações da Organização Mundial de
Saúde, do Ministério da Saúde e outros órgãos que regulamentam o
atendimento ao parto.
Aqui estão algumas intervenções que são proibidas, mas que muitos
hospitais ainda praticam conforme indicação de DUARTE, em 2005:

21
PORQUE DEVERIA SER
INTERVENÇÃO PORQUE AINDA É FEITA
ABOLIDA
A proibição da presença de
O (a) acompanhante dá mais
um (a) acompanhante, que Alega-se que o acompanhante
tranquilidade à parturiente e
já é garantida por lei atrapalha ou que não há espaço
inibe abusos da equipe
estadual em muitos para eles.
hospitalar.
Estados...
É incômodo para a maioria das
Diz-se que faz acelerar o
mulheres e estudos comprovam
Lavagem intestinal... trabalho de parto e que as fezes
que seu uso não traz as
poderiam contaminar o bebê.
vantagens alegadas.
Pode haver inflamação local e o
crescimento dos pelos é
Raspagem dos pelos É feita porque acredita-se que o
incômodo. Seu uso é
pubianos... parto fica mais "higiênico".
comprovadamente
desnecessário.
Uso de violência verbal e Acredita-se que palavras de O que faz uma mulher gritar e
psicológica, frases do tipo ordem e broncas possam perder o controle no trabalho de
"não grita, ou eu não vou te acalmar mulheres assustadas e parto, geralmente pode ser
ajudar", "na hora de fazer nervosas e assim organizar o resolvido com carinho, um afeto
você não gritou", etc. serviço médico. e um pouco de atenção.
Porque provoca mais
As dores do parto com ocitocina
Uso rotineiro de soro com contrações e assim faz com que
ficam insuportáveis e podem
hormônio ocitocina... o parto seja mais rápido e o
provocar sofrimento fetal.
leito seja liberado.
O jejum provoca fraqueza, o
que pode causar sérios
Diz-se que no caso de uma
Jejum durante o trabalho problemas no parto. O evento
cesárea, pode haver problemas
de parto... de aspiração é tão raro, que
de aspiração do alimento.
não pode ser usado como
justificativa.
Restrição da Alega-se que não há espaço Estudos provaram há muito
movimentação, fazendo nos centros obstétricos para as tempo que a mulher deve ter
com que a mulher fique mulheres caminharem e liberdade de posição e
deitada durante todo o mudarem de posição. Diz-se movimentação durante todo o
trabalho de parto... que é mais "seguro". trabalho de parto e parto.
Parto em posição
Faz o parto ser mais lento,
ginecológica, com a mulher Facilita a ação e intervenção do
diminui a oxigenação do bebê, é
deitada de costas com as médico.
desconfortável para a mulher.
pernas para o alto...
Uso rotineiro de Alega-se que a episiotomia é Aumenta a chance de
episiotomia (corte para necessária. Na verdade, há sangramentos, inflamações e
aumentar a abertura da uma grande desinformação dos infecções. Pode causar
vagina) em 70-80% dos médicos e serviços médicos problemas na relação sexual.
partos normais, quando o sobre a necessidade desse Pode provocar incontinência
recomendado é 15-20%... procedimento. urinária.
O pós-parto é o momento mais
Separação do bebê logo importante para a mãe e o bebê
após o parto, sem que ele estabelecerem o vínculo. A
É feito para que o bebê seja
e a mãe possam se tocar, amamentação precoce faz a
examinado e lavado.
se olhar e ter a primeira saída da placenta ser mais
chance de amamentação... rápida, com menos
sangramento.

22
Tabela 01 (DUARTE, Ana Cris - Amigas do parto).

Podemos inferir que o caminho é longo até que as mulheres tenham


acesso a um parto seguro, acolhedor e que respeite suas necessidades físicas,
emocionais, psicológicas, sociais e espirituais.
O parto humanizado é muito mais quer um procedimento comum, ou o
direito a uma vaga na maternidade, ou o direito a seis consultas de pré-natal.
Humanizar o parto é dar às mulheres o direito de um atendimento priorizando
suas necessidades. Não é só um tipo de parto, é um processo que envolve
respeito, direito de escolha, não interferência e visão holística (o ser como um
todo). Humanizar o parto é dar uma assistência mais humanizada à mãe e ao
bebê.
Além das vantagens para a parturiente, o parto humanizado traz
vantagens também para o bebê. Nesse tipo de procedimento, o bebê tem
tempo para se preparar para vir ao mundo. A maturação final do pulmão ocorre
durante o trabalho de parto. Imunização natural no momento da passagem do
bebê pelo canal vaginal e uma maior ligação entre mãe-filho.
Deve-se lembrar que o parto separa dois corpos que até então viviam
juntos, um dentro do outro, numa relação de dependência e contato íntimo. Por
isso ambiente deve ser tranquilo, equilibrado, harmônico e os profissionais que
estão em contato com a parturiente devem proporcionar a ela, pois o
sentimento de perda e esvaziamento que parturiente vivência nesse momento
é intensa e muito particular.
Cabe aos profissionais relacionados à saúde buscar e transmitir as
informações e orientações sobre as vantagens que a medicina científica aponta
para a humanização do parto e nascimento (OMS, 2008).
DINIZ, em 1997, pondera que:

“As humanizações da assistência, nas suas muitas versões,


expressam uma mudança na compreensão do parto como
experiência humana e, para quem o assiste uma mudança no
que fazer diante do sofrimento do outro humano. “
(DINIZ, 1997)

23
LARGURA, em 1998, diz que “humanizar o parto é respeitar e criar
condições para que todas as dimensões do ser humano sejam atendidas:
espirituais, psicológicas, biológicas e social. “
A Organização Mundial de Saúde acrescenta:

“Humanizar o parto é um conjunto de condutas e


procedimentos que promovem o parto e o nascimentos
saudáveis, pois respeita o processo natural e evita condutas
desnecessárias ou de risco para a mãe e o bebê. “
(OMS, 2000)

ARAGÃO (2009) reforça que a humanização do cuidado sugere aos


enfermeiros que priorizem a autonomia, respeitando a fisiologia natural do
processo de parto, oferecendo suporte emocional a parturiente e família,
procurando agir com intervenções somente quando necessário, observando os
aspectos sociocultural do processo parturitivo, para garantir assim seus
direitos.
Conforme o Manual Técnico de Assistência Pré-natal do Ministério da
Saúde do Brasil, 2000, “ a humanização da assistência ao parto pressupõe a
relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as
mulheres durante o processo de parturição” tendo-se que levar em conta a não
intervenção e reconhecendo a mulher como protagonista do seu corpo durante
a gestação, parto e nascimento do seu bebê.
Ainda conforme citado no manual:
“[...] seria direito da mulher a escolha do local do nascimento e
o apoio da presença de um acompanhante que a mesma
deseje, e também promover o bem-estar físico e emocional
durante todo o processo, desde a gestação até o nascimento,
bem como aceitar a sua recusa a certas condutas que lhe
causem dor ou constrangimento. ”
(BRASIL, Ministério da Saúde. Manual Técnico de Assistência
Pré-natal, 200).

MORAES, 2006, corrobora que:

Humanizar é acreditar na fisiologia da gestação e do parto.


Humanizar é respeitar esta fisiologia, e apenas acompanhá-la.
Humanizar é perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos
culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e de
sua família. Humanizar é devolver o protagonismo do parto à
mulher. É garantir-lhe o direito de conhecimento e escolha.
(MORAES, Eleonora. Texto. 2006)

24
2.2 AS PRINCIPAIS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA A
MULHER

O parto humanizado oferece para a mulher a possibilidade de receber


técnicas de relaxamento como, por exemplo, massagens, banhos mornos, e
música para aliviar a dor, etc. Essas técnicas permitem que a mulher tenha
uma participação mais ativa e autônoma da mulher durante o trabalho de parto.
Outra vantagem é que a mulher pode escolher um acompanhante além
de ter a liberdade de escolha quanto à posição de parto que lhe traga mais
conforto para o momento da expulsão durante o trabalho de parto.
A partir do momento que o parto seja natural, a alimentação não precisa
ser suspensa, podendo ser mantida e oferecida de maneira natural, com
alimentos leves que forneçam energia, como frutas e sucos.
O parto humanizado ocasiona menos riscos como os expostos por uma
cirurgia, como infecção e efeitos colaterais da anestesia e dos medicamentos.
Ele também oferece maior facilidade de adaptação ao pós-parto, uma
vez que não haverá a ferida e a dor resultantes da cirurgia ou a dificuldade em
se movimentar.
O ambiente nesse tipo de parto é mais aconchegante, favorecendo o
conforto da mulher e o acompanhante, além de proporcionar maior privacidade.
As condutas do parto humanizado são recomendadas pela Organização
Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde Brasileiro.

2.3 AS VANTAGENS DO PARTO HUMANIZADO PARA O BEBÊ

25
O parto humanizado para o bebê é de grande valia, pois os riscos de
ocorrer doenças respiratórias e haver passagem de secreção do parto para o
pulmão do bebê (bronco-aspiração) são menores.
Além disso, há o início precoce da amamentação, uma vez que o leite
materno desce mais rápido após o parto, já que não há efeitos colaterais da
anestesia e do pós-cirúrgico.
O bebê que nasce de um parto humanizado tem melhores índices de
vitalidade, redução de intervenções, como a aspiração com sonda. Há um
menor risco associado às manobras cirúrgicas e não há o afastamento da mãe
logo após ao parto.
O principal objetivo do parto humanizado é resgatar o nascimento pela
sua simplicidade e promover mudanças no comportamento e nas atitudes dos
profissionais envolvidos no processo.

2.4 O QUE NOS DIZ A LEI SOBRE O PARTO HUMANIZADO

A Organização Mundial da Saúde organizou uma série de condutas


claramente úteis, claramente prejudiciais ou ineficazes e condutas utilizadas de
formas inapropriadas e de modo inadequado, nos anexos acrescentamos
essas recomendações para apreciação. Essas condutas deveriam ser
observadas por todos os Países como normas para se obter um parto mais
humanizado, trazendo benefícios para as mães e os bebês, bem como
evitando a mortalidade materno-infantil e neo-infantil.
O Brasil ainda caminha rumo à humanização do parto e do nascimento.
Todas as diretrizes como Portarias, Decretos e Leis que tratam de unificar e
abranger toda a população brasileira, garantindo o direito de a parturiente ter
um parto humanizado em um ambiente acolhedor, tranquilo em que suas
decisões sejam respeitadas trazendo conforto para ela e o bebê em um
momento tão especial e ao mesmo tempo difícil e doloroso, são criadas de
forma morosa e por partes, principalmente no âmbito federal.
Mas, um ponto positivo para o Ministério da Saúde é que ele sabe como
é importante o acompanhamento do trabalho de parto e parto, para garantir a

26
redução do índice de morbimortalidade materna e do bebê, e considera a
necessidade do aperfeiçoamento da assistência ao parto normal criou o
Programa de Humanização ao Pré-natal e nascimento. No entanto, apesar das
Diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que salientam boas práticas de
atenção ao parto e ao nascimento focadas em evidências científicas e
respeitam que o parto é um evento natural, o qual não necessita de gerência,
mas sim de cuidados.
O modelo brasileiro de atenção ao parto “normal” mais comum, inclusive
nos hospitais de ensino, é tecnocrático e centrado no médico e a mortalidade
tanto da mãe quanto do bebê ainda é um obstáculo à saúde pública.
Nesse contexto, o Ministério da Saúde vem tentando praticar o seu
papel regulamentador e gerenciador, estabelecendo um conjunto de ações,
através de portarias ministeriais com o objetivo de estimular a melhoria da
assistência obstétrica. Acompanhar às mulheres no momento do parto e
nascimento com segurança e dignidade é compromisso fundamental do
Ministério da Saúde. O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento
estabelecem os princípios da atenção que deve ser prestada e exorta estados,
municípios e serviços de saúde a cumprirem seu papel, propiciando a cada
mulher o direito de cidadania mais elementar, dar à luz, recebendo uma
assistência humanizada e de boa qualidade.
Em 1986, O Ministério da Saúde cria uma Lei que regulamenta o
exercício da enfermagem, a assistência ao parto normal conduzida por
ENFERMEIRA OBSTETRA é prevista na Lei 7.498/86, sendo assim um direito
do profissional que o assiste e da mulher que o recebe ter este acesso e
informação, considerando a formação e capacitação técnica e científica destas
profissionais; proporcionando uma maior satisfação da mulher e de sua família
ao obter uma assistência diferenciada e Humanizada do nascimento.
Lei 7.498/86 -Decreto-Lei 94.406/87 Parágrafo único - às
profissionais referidas no inciso II do Art. 6º desta Lei (o titular
do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfª. Obstétrica,
conferido nos termos da lei;), incumbe, ainda:
a) Assistência à parturiente e ao parto normal;
b) Identificação das distocias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
c) Realização de episiotomia, episiorrafia e aplicação de
anestesia local, quando necessária.

27
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento foi instituído
pelo Ministério da Saúde através da Portaria/GM nº 569, de 1/6/2000,
subsidiado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante,
ao recém-nascido e à mãe no período pós-parto, considerando como
prioridades a redução das altas taxas de morbimortalidade materna, peri e
neonatal registradas no país; a adoção de medidas que assegurem a melhoria
do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da
assistência ao parto, puerpério e neonatal.
Além disso, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento
propõe ampliar as ações já adotadas pelo Ministério da Saúde na área de
atenção à gestante, como os investimentos nas redes estaduais de assistência
à gestação de alto risco, o incremento do custeio de procedimentos
específicos, e outras ações como a Maternidade Segura, o Projeto de
Capacitação de Parteiras Tradicionais além da destinação de recursos para o
treinamento e capacitação de profissionais diretamente ligados a esta área de
atenção, e a realização de investimentos nas unidades hospitalares integrantes
destas redes.
O objetivo primordial do Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento é assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantes e
ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania.
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento fundamenta-se
nos preceitos de que a humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal é
condição primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério.
A humanização compreende pelo menos dois aspectos fundamentais. O
primeiro diz respeito à convicção de que é dever das unidades de saúde
receber com dignidade a mulher, seus familiares e o recém-nascido. Isto requer
atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde e a organização da
instituição de modo a criar um ambiente acolhedor e a instituir rotinas
hospitalares que rompam com o tradicional isolamento imposto à mulher. O
outro se refere à adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos
para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas
intervencionistas desnecessárias, que embora tradicionalmente realizadas não

28
beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam
maiores riscos para ambos.
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está
estruturada em princípios como o direito da mulher ao acesso a atendimento
digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério, bem como o
direito da mulher de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que
será atendida no momento do parto.
Esse programa também prevê que toda a gestante tem direito à
assistência ao parto e ao puerpério e que essa seja realizada de forma
humanizada e segura, assim como o recém-nascido tem direito a uma
assistência neonatal de forma humanizada e segura.
Em relação ao adequado acompanhamento pré-natal e assistência à
gestante e a puérpera deverão ser realizadas as seguintes atividades abaixo
discriminadas de acordo do PHPN – Programa de Humanização no Pré-natal e
Nascimento:
1. Realizar a primeira consulta de pré-natal até o 4° mês de gestação;
2. Garantir os seguintes procedimentos:
2.1.Realização de, no mínimo, seis consultas de acompanhamento pré-
natal, sendo, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no
segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação.
2.2. Realização de uma consulta no puerpério, até quarenta e dois dias
após o nascimento.
2.3 Realização dos seguintes exames laboratoriais:
a) ABO-Rh, na primeira consulta;
b) VDRL, um exame na primeira consulta e outro na trigésima semana
da gestação;
c) Urina, um exame na primeira consulta e outro na trigésima semana
da gestação;
d) Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro na
trigésima semana da gestação;
e) HB/Ht, na primeira consulta.
2.4 Oferta de Testagem anti-HIV, com um exame na primeira consulta,
naqueles municípios com população acima de cinquenta mil habitantes.
2.5 Aplicação de vacina antitetânica dose imunizante, segunda, do
esquema recomendado ou dose de reforço em mulheres já imunizadas.
2.6 Realização de atividades educativas.

29
2.7 Classificação de risco gestacional a ser realizada na primeira
consulta e nas consultas subsequentes.
2.8 garantir às gestantes classificadas como de risco, atendimento ou
acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou
hospitalar à gestação de alto risco.

Quadro 3 (Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento –


PHPN - Ministério da Saúde - Portaria/GM nº 569, de 1/6/2000).

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN) integra


três componentes, cada um com objetivos específicos como descritos a seguir:
 Componente I - Incentivo à Assistência Pré-natal - objetiva estimular
estados e municípios a realizarem o acompanhamento pré-natal
adequado e o cadastramento das gestantes, de acordo com os
princípios e critérios estabelecidos, instituindo, para tanto, incentivos
financeiros.
 Componente II – Organização, Regulação e Investimentos na
Assistência Obstétrica e Neonatal – objetiva o desenvolvimento de
condições técnicas e operacionais para a organização e regulação da
assistência obstétrica e neonatal, através da estruturação de Centrais
de Regulação e de sistemas móveis de atendimento pré e inter-
hospitalares; e ainda financiamento a hospitais públicos e filantrópicos,
integrantes do Sistema Único de Saúde. Estes 9 hospitais devem
prestar assistência obstétrica e neonatal, resultando no incremento da
qualidade assistencial e da capacidade instalada.
 Componente III – Nova Sistemática de Pagamento da Assistência ao
Parto – objetiva a melhoria do custeio da assistência ao parto nos
hospitais integrantes do Sistema de Informações Hospitalares -
SIH/SUS. Para esse fim eleva o valor e a forma de remuneração dos
procedimentos da tabela relativos ao parto, além do adicional sobre
estes valores para os hospitais que prestarem assistência às gestantes
do Programa e para as quais tenha sido cumprido o acompanhamento
pré-natal completo.
Quadro 4 - (Ministério da Saúde do Brasil, 2002)

30
Em 2005, criou-se a Lei nº 11.108 de 07 de abril, a qual garante às
parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema único de Saúde – SUS.
Em 2014, o SUS lança os Cadernos Humanizados que tratam de vários
assuntos dentre eles o parto e nascimento humanizado, assuntos contidos nos
cadernos de nº 4 e 5.
Já a Portaria nº 371, de 07 de maio de 2014, institui diretrizes para a
organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido (RN) no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 25 de março de 2015, no Estado de São Paulo é criada a 1ª Lei que
assegura o direito ao parto humanizado nos estabelecimentos públicos de
saúde do estado, oriunda do projeto de Lei nº 712/13 do Deputado Carlos
Bezerra Jr. – PSBD.
Em outros estados há projetos semelhantes, mas infelizmente a
institucionalização do parto humanizado caminha a passos lentos, pois os
entraves burocráticos/políticos são grandes.

3. MATERNIDADE HUMBERTO CARRANO


A Maternidade Municipal Humberto Carrano se localiza no município da
Lapa, estado do Paraná.
De acordo com o site oficial da Prefeitura da Lapa, na maternidade
Humberto Carrano:
“[...] é realizado atendimentos de baixa e média complexidade
para gestantes, parturientes e recém-natos até vinte e oito dias.
Proporciona também condições de internamento de recém-
nascidos patológicos, prematuros e casos que necessitem de
fototerapia. Atende urgências e emergências ginecológicas.
Integra a REDE MÃE PARANAENSE desde 2014 e realiza

31
atendimento de gestantes de risco habitual do Município de
Campo do Tenente e da Lapa, sempre pelo SUS”.
(Prefeitura Municipal da Lapa. Site Oficial, 2017)

A Maternidade possui vinte leitos e de acordo como relatórios da


Secretaria de Saúde em “ 2017 houve 594 nascidos vivos, sendo 308 partos
normais, um percentual de 52,10%; e 285 partos cesariana, 47,90%. “
O relatório anual do ano de 2017, da Secretaria Municipal de Saúde,
ainda evidencia que nesse período “ não ocorreu nenhum óbito materno
interno, mas ocorreu quatro casos de óbito fetais que, conforme investigação
do Comitê Municipal, teve como causas “algumas afecções originárias no
período perinatal”.
A unidade hospitalar funciona 24 horas e conta com equipe
multiprofissional de 12 (doze) médicos concursados, entre gineco-obstetra,
anestesiologistas, neonatologistas e auxiliares de cirurgia. Ainda conta com
suporte de alguns plantonistas terceirizados para fechar a escala mensal.
Possui equipe de enfermagem com enfermeira nas 24 horas.
Conforme informações da Administração da Maternidade, um dos
desejos da Maternidade é adequar os serviços conforme a Resolução – RDC
nº 36, de 03 de junho de 2008, da ANVISA, com o objetivo de estabelecer
padrões fundamentados na qualificação, na humanização da atenção e gestão,
e na redução e controle de riscos aos usuários e meio ambiente. Espera poder
contar com recursos federais e/ou estaduais para uma ampliação no prédio e
melhoria nas instalações das salas de parto e no alojamento para os médicos.
A gestão atual da Maternidade em suas políticas públicas segue a
Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal, no âmbito do Sistema
Único de Saúde – 100% SUS, e são desenvolvidas ações de promoção,
prevenção e assistência à saúde de gestantes e recém-nascidos, promovendo
a ampliação do acesso com qualidade da assistência obstétrica e neonatal.
Seguindo as normas do Hospital Amigo da Criança, que adota os dez passos
para o sucesso do aleitamento materno, foi implantado o quarto passo, que é o
contato pele a pele precoce dos bebês que nascem saudáveis com a sua mãe
na primeira hora, ainda na sala de parto, logo após o nascimento, para o
sucesso na amamentação, não rompendo o vínculo mãe e filho.

32
A Diretora Thaís Cangussú enfatiza que na atenção ao parto, a
Maternidade mantém restrita e rigorosa observância da garantia do direito da
gestante à presença de acompanhante durante o trabalho de pré-parto, parto e
pós-parto imediato, nos termos da Lei nº 11.108/2005, da Portaria MS
2.418/2005, e do item 9.1 da RDC n. 36/2008 da ANVISA.
De acordo com o relatório anual da Secretaria de Saúde de 2017, a
Maternidade possui uma farmácia que garante os medicamentos essenciais
para o atendimento das situações normais e das principais intercorrências do
parto, dentre os quais se destacam: A) sulfato de magnésio; B) corticóide; C)
hidralazina; E) metildopa; F) nifedipina; G) vitamina K.
A Maternidade ainda garante a realização, no momento do parto, das
testagens rápidas de HIV e VDRL (essenciais para se evitar a transmissão
vertical do HIV e da sífilis); e de administração da imunoglobulina anti-Rh às
mulheres isoimunizadas (mãe com fator Rh negativo e feto com fator Rh
positivo).
Também propicia a transferência da gestante e/ou do neonato em
transporte adequado, mediante vaga assegurada em outra unidade, quando
situação de gestantes de alto risco, conforme pactuação (referência para o
Hospital do Rocio em Campo Largo).
Ainda mantém a presença obrigatória de pediatra ou de outro
profissional capacitado em reanimação neonatal na sala de parto.
Oferta também, nos prazos preconizados nos protocolos do SUS, do
Teste do Pezinho (triagem neonatal), do Teste do Olhinho (teste do reflexo
vermelho), Teste do Coraçãozinho (triagem das doenças cardíacas graves) e
do Teste da Orelhinha (triagem auditiva neonatal ou emissões fotoacústicas
evocadas), nos termos da Lei nº 8.069/90 (artigo 10), da Lei 58 Complementar
Estadual nº 398/2009, da Lei Estadual nº 8.863/2006 e da Lei Federal nº
12.303/2010.
A equipe de enfermagem estimula a amamentação e garante seu início
na sala de parto; a Maternidade proporciona alojamento conjunto para a mãe e
o recém-nascido saudável desde o nascimento, favorecendo o vínculo mãe /
bebê. Garante a presença de acompanhante ao recém-nascido, quando este
necessitar de internação, nos termos do artigo 12 da Lei n. 8.069/90.

33
A equipe da Maternidade já no momento da alta é faz o agendamento da
primeira consulta para o RN em serviço da rede e orienta a mulher para a
consulta do puerpério.
A Direção ainda relatou que o serviço de ecografia de urgência em 2017
continuou garantido através do contrato com um prestador terceirizado; os
exames de cardiotografia são realizados em todas as pacientes gestantes do
Sistema de Saúde dentro da própria Maternidade; os exames de sangue são
realizados por empresa terceirizada, o Laboratório Becker, e em finais de
semana e feriados pelo laboratório do Hospital São Sebastião; os exames
anatomopatológicos são feitos pelo Laborcentro Curitiba, laboratório
credenciado junto ao Estado.
Dentro do possível, a gestão municipal tem mantido esforços para a
ampliação e melhoria no atendimento às mulheres, procurando realizar os
objetivos tanto da Rede Cegonha como da rede Mãe Paranaense,
proporcionando acolhimento, vínculo precoce e partos com segurança a todas
as gestantes, informações fornecidas pela Diretora Thais Cangussú.

ATIVIDADES REALIZADAS EM 2017:


Conforme informações da Direção da Maternidade, no mês de agosto,
dentro da Semana Mundial do Aleitamento Materno foi realizado o Curso de
Atualização do Serviço de Aleitamento para os servidores da Maternidade e
das Equipes de Saúde da Família.
Possui três Comissões vigentes: CCIH, Aleitamento Materno, Segurança
do Paciente e Morbimortalidade Materna e Neonatal, com reuniões periódicas.

Serviços realizados - anos 2012 a 2017


MATERNIDADE MUNICIPAL HUMBERTO CARRANO
ATENDIMENTOS 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Total de Internamentos 1097 945 981 999 833 875
Internamento obstétrico 990 845 789 833 755 818
Internamento Recém- 57
nascido 107 100 135 171 72
Parto Normal 368 339 337 368 310 308
Parto Cesárea 265 216 257 237 228 285
Parto com fórceps 9 7 4 5 13
Parto domiciliar 1 0 1 2 00
Parto em transito 0 1 0 0 00
Curetagem 99 73 96 82 67 75

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Laqueadura 20 38 32 28 39 54
Laparotomia 1 0 0 00
Cardiotocografias 290 338 526 386 683
Teste da orelhinha * 601 386 703 574 598
Teste do pezinho 200 627 537 601
Teste do coraçãozinho 199 627 487 570
Teste do olhinho 200 627 485 600
Outros 27
procedim. /Cirurgias /DIU 14 8 3 5 19
Consultas médicas 3951 4263
3821 4136 3.630 3.922
Observação 486 571
540 569 281 381
Ecografias 420 396 71 154
73.61 25.237
Procedimentos enfermagem 64.742 53.469 4 48836 34.194
Procedimentos Nutricionista 615 720 318 0 00
Transferência Araucária 26 22 2 5 00
Transferência C. Largo - 59
H.Rocio 23 22 58 21
Transferência 03
Curitiba/outros 13 15 6 2
Transf. Pequeno Príncipe 1 0 0 1 00
Pacientes outros municípios 110 136 112 104 169
Tabela 05
Fonte: Relatórios Quadrimestrais – Secretaria Municipal de Saúde – Prefeitura da
Lapa/PR.
OBS: Os dados referem-se a todos os atendimentos, inclusive de mulheres
residentes em outros municípios.
Nota: Firmado Protocolo entre a Lapa e Fazenda Rio Grande.

3.1 Vereda para um objetivo

Esse trabalho bibliográfico faz parte de um projeto desenvolvido na


Maternidade Humberto Carrano, na cidade da Lapa – PR.
O projeto cujo tema é o objeto de estudo dessa monografia, tem como
objetivo central reiterar e ratificar os benefícios que o parto e nascimento
humanizado trazem para a parturiente e o bebê com mais conforto,
tranquilidade em um momento de extrema alegria e dor.
Além da monografia há a parte prática do projeto em que a equipe busca
fazer um trabalho orientativo e informativo para as futuras mamães sobre o
parto humanizado demonstrando a importância sobre o conhecimento dos
procedimentos utilizados na hora do parto.

35
Busca-se também através de entrevistas com as parturientes,
apresentar relatos de como foi realizado o acompanhamento do pré-natal, do
trabalho de parto e do parto.
Esse projeto, além de ser realizado na Maternidade Humberto Carrano
foi estendido até a Clínica da Mulher onde como parte prática foi realizada uma
palestra na Clínica da Mulher onde compareceram 49 pessoas. Além da
palestra realizou-se um questionário de avaliação a respeito do parto
humanizado e constatou-se o que se segue no quadro abaixo.
Palestra Tema: O parto humanizado.
Participantes........................................................................49 pessoas
Participantes homens .........................................................07 homens
Mulheres .............................................................................42 mulheres
Gestantes............................................................................25 gestantes
Participaram ativamente da palestra com perguntas..........25 pessoas
Pessoas já ouviram falar em parto humanizado.................13 pessoas
Pessoas que não conheciam o assunto..............................33 pessoas
Mulheres que já realizaram o parto humanizado................02 mulheres
Das 25 gestantes presentes, eram solteiras........................05 mulheres
DA GESTAÇÃO
1ª gestação 11 mulheres
2ª gestação 10 mulheres
3ª gestação 4 mulheres
DO PERÍODO GESTACIONAL
Da 1ª a 10ª semana 3 mulheres
Da 11ª a 20ª semana 8 mulheres
Da 21ª a 30ª semana 9 mulheres
Da 31ª a 42ª semana 5 mulheres
Quadro 06
Todas as futuras mamães e demais presentes disseram que a palestra
foi muito satisfatória e os ajudaram a compreender melhor o que é o parto
humanizado.

36
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Parto Humanizado” é um tema atual que está na boca de todos.


Para o Ministério da Saúde até um tempo atrás o parto humanizado era
o direito das gestantes a terem seis consultas de pré-natal e a permissão do
acompanhante, do pai, poder entrar na sala de parto.
O termo “Parto Humanizado” abarca um significado maior do que
apenas um tipo de parto. É um processo e não um produto que é entregue
pronto. É um processo que encaminha o homem para ser cada vez mais
humano, que o torna mais consciente de um acontecimento que sempre foi
instintivo e natural para a humanidade e por algum tempo interferiu-se

37
mecanicamente, ao se hospitalizar o nascimento e se criar um formato único e
padronizado para as mulheres, aperfeiçoando uma rotina para o evento do
parto, onde o médico e a instituição hospital são os protagonistas favorecendo
a equipe e criando uma linha vertical de médico no topo e paciente abaixo.
A assistência ao parto humanizado quebra o atendimento rígido e nos
leva à confiança na fisiologia e nos traz o obstare (palavra latina que originou a
palavra obstetrícia, significa estar ao lado), a mulher é a protagonista de todo o
processo do evento do parto. A mulher e o médico mantêm uma relação
horizontal.
A qualidade de vida do homem envolve uma evolução inerente a todo
ser humano com todos os segmentos concernentes ao ciclo da vida e ao
conjunto de sentimentos e transformações que a acompanham. Todas as fases
que o ser humano passa, todas as experiências, sejam de felicidade ou dor,
que acompanham a humanidade, devem ser respeitadas no evento do parto de
forma natural. Todos nascem, crescem e morrem e nesse interim muitas
experiências corroboram para o desenvolvimento do ser humano. Não há como
evitar as experiências. Elas são naturais e inerente ao homem. Assim como o
parto, ele faz parte da fisiologia da fêmea.
Ao final desse trabalho pode-se inferir que ainda tem um longo caminho
a se percorrer, tanto na Lapa quanto no Brasil, para institucionalizar o parto
humanizado, principalmente, no Sistema Único de Saúde, pois se está
caminhando a passos de tartaruga.
Através desse projeto, pode-se aproximar das expectativas e do querer
das mulheres gestantes, aquelas que participaram da palestra, quanto aos
aspectos da assistência ao pré-parto e parto, o que evidenciou a inevitabilidade
de ampliação do debate sobre a assistência de humanização do parto,
eliminando toda a apologia à sua implantação e a promoção à reflexão crítica
de docentes, discentes, profissionais da saúde e mulheres sobre as práticas e
saberes à atenção no processo de parir e nascer, enfatizando o protagonismo
das mulheres e de seus bebês eliminando assim os paradigmas existentes que
distanciam da fisiologia natural humana.
Através da prática do projeto pode-se concluir que é salutar a
importância do parto humanizado tanto para a mulher como para o bebê. Por
isso é necessário que se promova estudos corroborando cientificamente sobre

38
as vantagens do parto humanizado e direcionando a uma mudança do sistema
para que se institucionalize essa assistência humanizada à mulher e ao bebê.
Vivenciou-se que humanizar o parto é acreditar que a mulher possui
uma fisiologia natural de gestar e parir, é respeitar essa fisiologia e estar ao
lado da mulher acompanhando-a, observando-a e percebendo que ela está
inserida em um universo onde ela é única, por isso se deve refletir acerca e
principalmente respeitar seus aspectos culturais, individuais, psíquicos e
emocionais da qual ela faz parte.
Humanizar é saber que toda mulher é protagonista da sua história e ela
tem o direito de conhecer e escolher a experiência de assistência de parto que
quer ter.

APÊNDICE
Apêndice A – Lista de Presença da Palestra

39
40
41
Apêndice B – Questionário de Avaliação

42
Apêndice C – Relatório do Projeto

Aos quatorze dias do mês de setembro, às 14 horas, realizou-se uma


palestra com público diverso, na Clínica da Mulher, cidade da Lapa – PR.
O tema abordado foi: “Parto Humanizado”. A palestra teve duração de
três horas. Houve a participação de grande parte dos presentes e conforme
“feedback” realizado o aproveitamento foi de 100%.
Todos os presentes compreenderam a importância do tema e aprovaram
a palestra. Foi sugerido por algumas gestantes que se oferecessem mais
palestras como essa sobre outros assuntos pertinentes à gestação, trabalho de
parto e parto.
Após o desenvolvimento da palestra solicitou-se que as mulheres que
tinham dúvidas a respeito do assunto e que pudessem permanecer no local
para colaborar com uma pesquisa para levantamento de dados. Assim ao
efetuar a pesquisa foi realizado um diálogo informal para tirar eventuais
dúvidas que no momento da palestra talvez não se sentissem à vontade para
explanar em público.
Nessa conversa duas mães relataram que tiveram a oportunidade de
realizarem o parto humanizado como recomendaram, que sentiram dor, mas foi
uma dor momentânea. Elas tiveram a chance de utilizarem técnicas para
diminuir as dores das contrações. Disseram que gostaram bastante da
assistência que tiveram e que foi muito vantajoso esse processo, visto que a
recuperação foi instantânea e o bebê nasceu na hora certa e foi direto para os
seus braços, podendo amamenta-lo logo após o nascimento.

43
Apêndice D – Fotos tiradas no dia da Palestra

Frente clínica da Mulher – chegada para palestrar

Mulheres que irão participar da palestra assinando a Lista de Presença

Folder da Palestra

44
Alguns participantes da Palestra

Exposição do Folder da Palestra na Clínica da Mulher e Gestante lendo.

Doação de materiais de apoio para parto humanizado – bola e barras de apoio

45
Apêndice E - Declaração

Declaração de entrega dos materiais para a instituição Humberto Carrano.

46
Apêndice F - Ofício

Oficio encaminhado para o prefeito da Lapa para instalação de uma banheira na sala de pré-parto.

(CONTINUAÇÃO DO PROJETO)

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ANEXO A

Recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) no


Atendimento ao Parto Normal

A) Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas


1. Plano individual determinando onde e por quem o parto será
realizado, feito em conjunto com a mulher durante a gestação, e
comunicado a seu marido/companheiro e, se aplicável, a sua
família.
2. Avaliar os fatores de risco da gravidez durante o cuidado pré-natal,
reavaliado a cada contato com o sistema de saúde e no momento
do primeiro contato com o prestador de serviços durante o trabalho
de parto e parto. 
3. Monitorar o bem-estar físico e emocional da mulher ao longo do
trabalho de parto e parto, assim como ao término do processo do
nascimento. 
4. Oferecer líquidos por via oral durante o trabalho de parto e parto. 
5. Respeitar a escolha da mãe sobre o local do parto, após ter
recebido informações. 
6. Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico
onde o parto for viável e seguro e onde a mulher se sentir segura e
confiante. 
7. Respeito ao direito da mulher à privacidade no local do parto. 
8. Apoio empático pelos prestadores de serviço durante o trabalho de
parto e parto. 
9. Respeitar a escolha da mulher quanto ao acompanhante durante o
trabalho de parto e parto. 
10. Oferecer às mulheres todas as informações e explicações que
desejarem. 
11. Não utilizar métodos invasivos nem métodos farmacológicos para
alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e sim métodos
como massagem e técnicas de relaxamento. 
12. Fazer monitorização fetal com ausculta intermitente. 
13. Usar materiais descartáveis ou realizar desinfeção apropriada de
materiais reutilizáveis ao longo do trabalho de parto e parto. 
14. Usar luvas no exame vaginal, durante o nascimento do bebê e na
dequitação da placenta. 
15.  Liberdade de posição e movimento durante o trabalho do parto. 
16. Estímulo a posições não supinas (deitadas) durante o trabalho de
parto e parto. 
17. Monitorar cuidadosamente o progresso do trabalho do parto, por
exemplo pelo uso do partograma da OMS. 
18. Utilizar ocitocina profilática na terceira fase do trabalho de parto em
mulheres com um risco de hemorragia pós-parto, ou que correm
perigo em consequência de uma pequena perda de sangue. 
19. Esterilizar adequadamente o corte do cordão. 
20. Prevenir hipotermia do bebê. 
21. Realizar precocemente contato pele a pele, entre mãe e filho,
dando apoio ao início da amamentação na primeira hora do pós-
parto, conforme diretrizes da OMS sobre o aleitamento materno. 
22. Examinar rotineiramente a placenta e as membranas.
 
B) Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser eliminadas
1. Uso rotineiro de enema. 
2. Uso rotineiro de raspagem dos pelos púbicos. 

48
3. Infusão intravenosa rotineira em trabalho de parto. 
4. Inserção profilática rotineira de cânula intravenosa. 
5. Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto. 
6. Exame retal. 
7. Uso de pelvimetria radiográfica. 
8. Administração de ocitócicos a qualquer hora antes do parto de tal modo que o efeito
delas não possa ser controlado. 
9. Uso rotineiro da posição de litotomia com ou sem estribos durante o trabalho de parto e
parto. 
10. Esforços de puxo prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o período
expulsivo. 
11. Massagens ou distensão do períneo durante o parto. 
12. Uso de tabletes orais de ergometrina na dequitação para prevenir ou controlar
hemorragias. 
13. Uso rotineiro de ergometrina parenteral na dequitação. 
14. Lavagem rotineira do útero depois do parto. 

Revisão rotineira (exploração manual) do útero depois do parto.


C) Condutas frequentemente utilizadas de forma
inapropriadas 
1. Método não farmacológico de alívio da dor durante o
trabalho de parto, como ervas, imersão em água e
estimulação nervosa.
2. Uso rotineiro de amniotomia precoce (romper a bolsa
d’água) durante o início do trabalho de parto. 
3. Pressão no fundo uterino durante o trabalho de parto e
parto. 
4. Manobras relacionadas à proteção ao períneo e ao
manejo do polo cefálico no momento do parto. 
5. Manipulação ativa do feto no momento de nascimento. 
6. Utilização de ocitocina rotineira, tração controlada do
cordão ou combinação de ambas durante a
dequitação. 
7. Clampeamento precoce do cordão umbilical. 

Estimulação do mamilo para aumentar contrações uterinas


durante a dequitação.
 
D)  Condutas frequentemente utilizadas de modo inadequado  
 
1. Restrição de comida e líquidos durante o trabalho de parto. 
2. Controle da dor por agentes sistêmicos. 
3. Controle da dor através de analgesia peridural. 
4. Monitoramento eletrônico fetal.
5. Utilização de máscaras e aventais estéreis durante o atendimento ao parto. 
6. Exames vaginais frequentes e repetidos especialmente por mais de um prestador de
serviços. 
7. Correção da dinâmica com a utilização de ocitocina. 
8. Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do
trabalho de parto. 
9. Cateterização da bexiga. 
10. Estímulo para o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa ou quase
completa, antes que a própria mulher sinta o puxo involuntário. 
11. Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto,
como por exemplo uma hora, se as condições maternas e do feto forem boas e se
houver progresso do trabalho de parto. 
12. Parto operatório (cesariana). 
13. Uso liberal ou rotineiro de episiotomia. 

49
Exploração manual do útero depois do parto.

Tabela 02 - Essa tabela de recomendações é a "parte 5" do Manual de Parto


Humanizado do Projeto Luz - JICA

50
ANEXO B

A Poesia de um Parto

O parto. O nascimento.
Tem muitas fases. Tem muitos momentos.
O primeiro, a antecipação. A contração de Braxton Hiccs. Lá pelas 28
Semanas.
Você sente a barriga dura. Mas não dói. Você se rói. Mas não dói.
Quando o bebê quer nascer, seu pulmão termina de amadurecer.
Começa a liberar o hormônio do amor, a ocitocina.
Na surdina, você sente a contração.
Ou sai o tampão. Ou a bolsa rompe.
Mas sem contração, não tem dilatação.
Começa de mansinho.
Se vier bem fraquinho, no pé da barriga, é só o pré-parto.
O intervalo é maior. Quinze minutos! Vinte? Dez? É contração irregular.
Nada com o que se preocupar. São os pródromos. A maratona está para
começar.
Mas chega uma hora em que elas começam a ritmar.
E a contração começa a vir mais regular.
É hora de caminhar. Consegue agachar?
Dá umas reboladas, se tá amargo. O açúcar pode estar no fundo.
Não duvide nenhum segundo da sua capacidade de aguentar.
A dor não é maior que você. A dor é você.
É o que o seu corpo é capaz de suportar.
A contração vem em ondas.
Vem a dor, a barriga endurece, a dor aumenta, a barriga enrijece.
A dor atinge um pico, você vocaliza só um tico, porque no começo ainda não
dói tanto.
A dor diminui, a barriga amolece, a dor diminui mais e a barriga descansa, a
dor some e você sorri.
Pronto, passou. Aquela contração acabou.
Você nunca mais vai senti-la. Outras virão.
Talvez mais fracas, talvez mais fortes. Mas aquela já foi vencida.

51
É uma a menos na corrida!
A contração faz a barriga dura. E isso dura por uns 40 segundos. Ou um
minuto.
E a cada 3 minutos, tudo volta a acontecer. É a fase latente.
Começou o trabalho de parto - o segundo ato.
E aí você pensa que já dominou tudo. Mas você se engana.
E a contração se torna insana. Pode durar horas. Pode levar teu sono.
Não há mais posição?
Entre no chuveiro. Deixe a água escorrer.
Peça uma massagem. Deixe a dor acontecer. Ela faz parte. Aceite-a como uma
amiga.
Ela te faz dilatar.
Tá duro de aguentar? Dá uma dormida. Faça algo o tempo inteiro.
Essa é a fase ativa. Tem esse nome por uma boa razão!
Haverá um momento, porém, que você pode se indagar: onde é que eu fui
parar?
É a partolândia, um mundo para onde a mulher vai para voltar mais forte.
A partolândia é o seu Norte. Siga seu instinto.
Você pode pensar - mas pra que, se eu posso simplesmente deixar rolar?
Parar de me preocupar?
Me deixa aqui ficar na minha piscina, no meu chuveiro, ficarei o dia inteiro se
preciso for.
Onde eu estou? Estou na Partolândia. Trazendo o meu bebê ao mundo.
E aí você sente... sente o que?
Que vontade louca é essa de rebolar?
De onde veio essa força?
Eu estava tão cansada que até pensava em desistir.
Onde é que eu estava com a cabeça?
Mas espera... cabeça? Uma cabeça? Me dá um espelho... olha, tem cabelo!
É ele! É o meu bebê! Ele quer nascer! Há, se eu não consigo!
Já estou lá, na reta final! O expulsivo! Sinto queimar, um círculo de fogo!
Sinto sair, sinto fluir. Será que já posso parir?
Você faz mais uma força. Torça! Estamos aqui. Chegamos longe.
Tá na hora de agir. Eu sei parir.

52
E você faz mais uma força, sem pressa. Que tá bom à beça.
Pode sorrir, já não sente mais dor. Pode sentir todo esse amor.
E ele vem, escorregando, e desce apaixonando.
E é amparado por braços amorosos, e levado ao seio da mãe.
E a olha encantado, e o pai babado, e a mãe de alma lavada, dá uma risada.
Ou até uma chorada. Tempos depois, o bebê vai mamar.
Isso pode ajudar no nascimento da placenta.
Aguenta que é agora é canja. O corpo da mulher de tudo manja.
Num parto a jato, ou num parto demorado, tudo é espera, é entrega.
Num parto respeitoso, humanizado,
Todo centímetro de endeusamento da mulher é necessário.
Pois se a mulher em trabalho de parto não está se sentindo uma deusa,
Alguém está fazendo isso errado.
Andrea Nobre, 2015.

53
REFÊRENCIAS

ALMEIDA, Nilsa Alves Marques et al. A humanização no cuidado à


parturição. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2005;7(3):355-9. Disponível em:
http://www.fen.ufg.br/revista/revista7_3/revisao_02.htm. Acesso em: 04 Set
2018.

ARAGÂO, Carolina de Oliveira. Assistência de Enfermagem ao Parto


Normal Humanizado. Jul. 2009b. Disponível em:
www.webartigos.com/.../assistencia-deenfermagem-ao-parto-normal-
humanizado/20670/. Acesso em: 03 de setembro de 2018.

BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a


regulamentação de exercício da Enfermagem e dá outras providências.
Diário Oficial da República Federal do Brasil, Brasília, DF, 26 de jun. 1986.
Seção 1, p. 9273-9275.

................, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar


(ANS). O modelo de atenção obstétrica no setor da Saúde Suplementar no
Brasil: cenários e perspectivas. Agência Nacional de Saúde Suplementar –
ANS, Rio de Janeiro, 158 p., 2008.

................., Ministério da Saúde. Portaria GM, nº 888, de 12 de julho de 1999.


Institui o Projeto de Casas de Parto e Maternidades-Modelo no âmbito do SUS,
1999.

.................., Portaria nº 985 de 5 de agosto de 1999. Dispõe sobre Criar o


Centro de Parto Normal, no âmbito do SUS, para o atendimento à mulher
no período gravídico-puerperal. Brasília 1999.

.................., Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área


Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: Assistência
humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde; p. 199, 2001.

..................., Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada –


manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da
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Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno nº 5).

...................., MINISTÉRIO DA SAÚDE, www.saude.gov.br. Acessado:


setembro de 2018.

..................., Ministério da Saúde do Brasil. Manual Técnico de Assistência


Pré-natal.2000.

CUNHA, F 1989. De como os modismos influenciam as condutas


médicas. Femina, Revista da Federação Brasileira das Sociedades de
Ginecologia e Obstetrícia 19(11):934-936.        

54
DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no
Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. Saúde Coletiva
10(3):627, 2005.

............., Carmen Simone Grilo. Assistência ao parto e relações de gênero:


elementos para uma releitura médico-social. Dissertação (mestrado).
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de
Medicina Preventiva. Orientador: José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres,
1996.

................ Entre a técnica e os direitos humanos: possibilidades e limites


da humanização da assistência ao parto. Tese (doutorado). Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo. Departamento de Medicina
Preventiva. Orientador: José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres, 2001.

.............., “Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos


sentidos de um movimento” In: Ciência & Saúde Coletiva, 10 (3). São Paulo,
2005. pp. 627-637.

.............., Simone Grilo e DUARTE, Ana Cristina. Parto normal ou cesárea?


O que toda mulher deve saber (e todo homem também). São Paulo: Editora
UNESP, 2004.

DUARTE, Ana Cristina. Dor do parto. Amigas do Parto. 2005. Disponível em:
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................, Ana Cristina. Parto Humanizado. 2005. Disponível:


http://www.amigasdoparto.com.br/partohumanizado.html. Acesso em: 14 set.
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................., Ana Cristina. Tipos de Parto. Amigas do Parto. 2005. Disponível


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................, Ana Cris. Tipos de Parto. Imagens artísticas antigas e históricas


de partos. 2010. Disponível em: http://www.amigasdoparto.com.br/tipos.html>.
Acessado em: 05 de setembro. 2018.

.................., Ana Cris. Lidando com a dor no parto. Disponível em:


http://www.amigasdoparto.com.br/dor2.html. Acesso em 05/09/2018

GUALDA, Dulce Maria Rosa. Eu conheço minha natureza: um estudo


etnográfico da vivência do parto. São Paulo: Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo. Tese de Doutorado. 1993.

LAPA, Prefeitura Municipal. Site Oficial. Acesso em 05/2018.

55
LARGURA, Marília. Assistência ao parto no Brasil. Aspectos
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crítica. 2ª ed. São Paulo: [s.n.], 2000.

MAGALHÃES, F. Lições de clínica obstétrica. 2ª ed. Livraria Castilho, Rio de


Janeiro. 2016.    

MEHOUDAR, A. Da gravidez aos cuidados do bebê – um manual para pais


e profissionais. 1º ed. São Paulo, ed. Summus editorial, 2012

MORAES, Eleonora de. Tipos de Parto? Que classificação é essa? Despertar


do Parto. (2008). Disponível em:
<Http://www.despertardoparto.com.br/home/artigosporeleonora/tiposdepartoqu
eclassifica%c3%a7%c3%a3o%c3%a9essa/tabid/380/default.aspx>. Acesso
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MORETTI, Cristiane Gouveia. Intercorrências físicas e emocionais no


puerpério e suas relações com intervenções na assistência
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NOBRE, Andrea. A poesia de um parto. Disponível em:


https://www.facebook.com/gravideznaoedoenca/posts/a-poesia-de-um-partoby-andreia-
nobre. Acesso em 08 de setembro de 2018.

O RENASCIMENTO DO PARTO. Um filme de ÉRICA DE PAULA e EDUARDO


CHAUVECK (Brasil, 2013, 90min) Direção: EDUARDO CHAUVET.
Orenascimentodoparto.com.br /www.masterbrasil.com

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Assistência ao parto normal: um


guia prático. Genebra: Saúde Materna e Neonatal/Unidade de Maternidade
Segura Saúde Reprodutiva e da Família, 1996.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Maternidade Segura.


Assistência ao Parto Normal: um guia prático. Genebra: OMS: 1996.

SECRETARIA ESTADO PERNAMBUCO. Humanização do parto. Nasce o


respeito: informações práticas sobres seus direitos. Cadernos informativos.
Organização, Assessoria Ministerial de Comunicação. 2015

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (BR). Lei nº. 11.108, de 07 de abril de 2005:


altera a Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir as parturientes
o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-
parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS [página na
Internet]. Brasília (DF); 2005 [acesso em 2018 setembro 05]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004- 2006/2005/Lei/L11108.htm.

PROJETO LUZ-JICA. Manual do Parto Humanizado. Fortaleza, 2000.

56
REDE DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO. Um pouco de
nossa história. Disponível em: http://www.rehuna.org.br. Acesso em 17
setembro. 2018.

REDE NACIONAL FEMINISTA DE SAÚDE E DIREITOS REPRODUTIVOS


(RNFSDR). Dossiê Humanização do parto. 
http://www.redesaude.org.br/dossies/html/dossiehumanizacaodoparto.html.
Acesso em 2018, setembro.         

57

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