Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GABARITO
INTERPRETAÇÃO +
ACENTUAÇÃO/REFORMA ORTOGRÁFICA
– 9º ANO
29 de janeiro de 20163 comentários
TEXTO 1:
Defenestração
Luis Fernando Verissimo
Certas palavras têm o significado errado. Falácia, por exemplo, devia ser o nome de
alguma coisa vagamente vegetal. As pessoas deveriam criar falácias em todas as suas
variedades. A Falácia Amazônica. A misteriosa Falácia Negra. Hermeneuta deveria ser
o membro de uma seita de andarilhos herméticos. Onde eles chegassem, tudo se
complicaria.
– Os hermeneutas estão chegando!
– Ih, agora é que ninguém vai entender mais nada…
Os hermeneutas ocupariam a cidade e paralisariam todas as atividades produtivas com
seus enigmas e frases ambíguas. Ao se retirarem deixariam a população prostrada pela
confusão. Levaria semanas até que as coisas recuperassem o seu sentido óbvio. Antes
disso, tudo pareceria ter um sentido oculto. (…)
Traquinagem devia ser uma peça mecânica.
– Vamos ter que trocar a traquinagem. E o vetor está gasto.
Mas nenhuma palavra me fascinava tanto quanto defenestração. A princípio foi o
fascínio da ignorância. Eu não sabia o seu significado, nunca lembrava de procurar no
dicionário e imaginava coisas. Defenestrar devia ser um ato exótico praticado por
poucas pessoas. Tinha até um certo tom lúbrico.
Galanteadores de calçada deviam sussurrar no ouvido das mulheres:
– Defenestras?
A resposta seria um tapa na cara. Mas algumas… Ah, algumas defenestravam.
Também podia ser algo contra pragas e insetos. As pessoas talvez mandassem
defenestrar a casa. Haveria, assim, defenestradores profissionais. Ou quem sabe seria
uma daquelas misteriosas palavras que encerravam os documentos formais? “Nestes
termos, pede defenestração…” Era uma palavra cheia de implicações. Devo até tê-la
usado uma ou outra vez, como em:
– Aquele é um defenestrado.
Dando a entender que era uma pessoa, assim, como dizer? Defenestrada. Mesmo errada,
era a palavra exata. Um dia, finalmente, procurei no dicionário. E aí está o Aurelião que
não me deixa mentir. “Defenestração” vem do francês “defenestration”. Substantivo
feminino. Ato de atirar alguém ou algo pela janela.
Ato de atirar alguém ou algo pela janela! Acabou a minha ignorância, mas não a minha
fascinação. Um ato como este só tem nome próprio e lugar nos dicionários por alguma
razão muito forte. Afinal, não existe, que eu saiba, nenhuma palavra para o ato de atirar
alguém ou algo pela porta, ou escada abaixo. Por que, então, defenestração?
Talvez fosse um hábito francês que caiu em desuso. Como o rapé. Um vício como o
tabagismo ou as drogas, suprimido a tempo. (…)
Quem entre nós nunca sentiu a compulsão de atirar alguém ou algo pela janela? A
basculante foi inventada para desencorajar a defenestração. Toda a arquitetura moderna,
com suas paredes externas de vidro reforçado e sem aberturas, pode ser uma reação
inconsciente a esta volúpia humana, nunca totalmente dominada. Na lua-de-mel, numa
suíte matrimonial no 17º andar.
– Querida…
– Mmmm?
– Há uma coisa que preciso lhe dizer…
– Fala, amor!
– Sou um defenestrador.
E a noiva, em sua inocência, caminha para a cama:
– Estou pronta para experimentar tudo com você!
Em outra ocasião, uma multidão cerca o homem que acaba de cair na calçada. Entre
gemidos, ele aponta para cima e balbucia:
– Fui defenestrado…
Alguém comenta:
– Coitado. E depois ainda atiraram ele pela janela?
Agora mesmo me deu uma estranha compulsão de arrancar o papel da máquina, amassá-
lo e defenestrar esta crônica. Se ela sair é porque resisti.
TEXTO 2:
Os três pássaros do rei Herodes (lenda)
Pela triste estrada de Belém, a Virgem Maria, tendo o Menino Jesus ao colo, fugia do
rei Herodes.
Aflita e triste ia em meio do caminho quando encontrou um pombo, que lhe perguntou:
– Para onde vais, Maria?
– Fugimos da maldade do rei Herodes, – respondeu ela.
Mas como naquele momento se ouvisse o tropel dos soldados que a perseguiam, o
pombo voou assustado.
Continuou Maria a desassossegada viagem e, pouco adiante, encontrou uma codorniz
que lhe fez a mesma pergunta que o pombo e, tal qual este, inteirada do perigo, tratou de
fugir.
Finalmente, encontrou-se com uma cotovia, que, assim que soube do perigo que
assustava a Virgem, escondeu-a e ao menino, atrás de cerrado grupo de árvores que ali
existia.
Os soldados de Herodes encontraram o pombo e dele souberam o caminho seguido
pelos fugitivos.
Mais para a frente a codorniz não hesitou em seguir o exemplo do pombo.
Ao fim de algum tempo de marcha, surgiram à frente da cotovia.
– Viste passar por aqui uma moça com uma criança no regaço?
– Vi, sim – respondeu o pequenino pássaro – Foram por ali.
E indicou aos soldados um caminho que se via ao longe. E assim afastou da Virgem e
de Jesus os seus malvados perseguidores.
Deus castigou o pombo e a codorniz.
O primeiro, que tinha uma linda voz, passou a emitir, desde então, um eterno queixume.
A segunda passou a voar tão baixo, tão baixo, que se tornou presa fácil de qualquer
caçador inexperiente.
E a cotovia recebeu o prêmio de ser a esplêndida anunciadora do sol a cada dia que
desponta.
TEXTO 3:
Oração sem nome
O autor desse poema, quem o sabe? Foi encontrado em pleno campo de batalha, no
bolso de um soldado americano desconhecido; do rapaz estraçalhado por uma
granada, restava apenas intacta esta folha de papel.
Escuta, Deus:
jamais falei contigo.
Hoje quero saudar-te. Bom dia! Como vais?
Sabes? Disseram-me que tu não existes,
e eu, tolo, acreditei que era verdade.
Nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira rasgada por granadas,
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto.
Dito isto, já não tenho muita coisa a te contar:
só que… que… tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque à meia-noite.
Não sinto medo.
Deus, sei que tu velas…
Há! É o clarim! Bom Deus, devo ir embora.
Gostei de ti… vou ter saudade… Quero dizer:
será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta!
Muito amigos não fomos, é verdade.
Mas… sim, estou chorando!
Vês, Deus, penso que já não sou tão mau.
Bem, Deus, tenho de ir.
Sorte é coisa bem rara.
Juro, porém: já não receio a morte.
(Rose Marie Muraro e Frei Raimundo Cintra, As mais belas orações de todos os
tempos)
1. O tratamento com que o jovem soldado se dirigiu a Deus foi um tratamento:
a) familiar
b) irreverente
c) reverencial
d) cerimonioso
2. Antes da guerra, para o jovem, Deus simplesmente:
a) estava afastado
b) não era considerado um amigo
c) não existia
d) não atendia às suas orações
3. A frase que está de acordo com a questão anterior é:
a) “Escuta, Deus”
b) “Disseram-me que tu não existes… e eu, tolo, acreditei”
c) “Muito amigos não fomos”
d) “…vi teu céu estrelado”
4. A descoberta de Deus pelo soldado americano veio através:
a) da luta cruenta
b) do soar do clarim
c) da trincheira rasgada por granadas
d) do céu estrelado
5. O pressentimento da morte aparece numa das expressões do soldado. Que expressão
mostra essa possibilidade?
a) “Muito amigos não fomos, é verdade”
b) “…e esta noite pode ser que eu vá bater-te à porta”
c) “Bem, Deus, tenho de ir”
d) “…será cruenta a luta”
6. “Não sinto medo”. Essa frase pode ser resumida em apenas uma palavra:
a) coragem
b) otimismo
c) ilusão
d) temor
7. A expressão que melhor traduz o ambiente de guerra é:
a) “Achei a luz…”
b) “…será cruenta a luta”
c) “… inferno hediondo”
d) “Deus, sei que tu velas…”
8. O encontro com Deus despertou no jovem soldado uma visão de seu mundo interior.
Dessa visão, ele concluiu que:
a) “Sorte é coisa bem rara”
b) “… tenho muito prazer em conhecer-te”
c) “Muito amigos não fomos, é verdade”
d) “… já não sou tão mau”
9. A frase que revela a comoção e o arrependimento do jovem é:
a) “Bom dia!”
b) “Gostei de ti…”
c) “Mas… sim, estou chorando!”
d) “…vou ter saudade”
10. A alternativa INCORRETA a respeito do texto é:
a) O soldado anônimo, em sua análise existencial, confronta conceitos que antes julgava
estarem certos.
b) Por se tratar de um texto poético, há o emprego da linguagem conotativa, como no
uso da expressão “inferno hediondo”, para se referir ao cenário da guerra.
c) A palavra oração, presente no título, justifica-se devido ao diálogo proposto pelo
jovem com Deus.
d) Caso fosse suprimida a introdução precedente ao poema, a interpretação não seria
prejudicada, uma vez que inexistem informações importantes no trecho.
11. Assinala a alternativa correta sobre as palavras do texto:
a) Se retirarmos o acento de apertarás, originar-se-á uma nova palavra.
b) A palavra ataque é proparoxítona.
c) Compreender recebia acento, mas isso mudou com a Reforma Ortográfica.
d) As únicas monossílabas do texto são: só, já, hás.
12. Em qual dos itens abaixo a acentuação gráfica NÃO está devidamente justificada?
a) será: vocábulo oxítono terminado em A
b) porém: vocábulo oxítono terminado em EM
c) há: vocábulo oxítono terminado em A
d) céu: vocábulo com ditongo aberto
13. Assinala a palavra com ditongo aberto que NÃO recebe mais acento:
a) trofeu
b) colmeia
c) papeis
d) ceu
14. Marca a alternativa que preenche as lacunas da frase: Os ______ de ______
exercem as atividades ______.
a) microempresários, Ijuí, tranquilamente
b) micro-empresários, Ijuí, tranquilamente
c) micro-empresários, Ijui, tranqüilamente
d) microempresários, Ijuí, tranqüilamente
15. Por serem proparoxítonos, deveriam estar acentuados todos os vocábulos da opção:
a) rubrica, versiculo, hospede
b) arcaico, camera, avaro
c) leucocito, alcoolatra, folclorico
d) periodo, tematico, erudito
16. Qual dos hiatos NÃO deve ser acentuado?
a) saude
b) contribuia
c) tainha
d) caido
RESPOSTAS:
1. A
2. C
3. B
4. D
5. B
6. A
7. C
8. D
9. C
10. D
11. A
12. C
13. B
14. A
15. C
16. C
**********************
TEXTO 4:
What?
Quando ouvi falar do projeto do deputado Carrion de restringir o uso de palavras
estrangeiras no Rio Grande do Sul, até achei bacana, embora inócuo. Sempre achei um
saco aquelas pessoas que, na tentativa furada de conseguir algum tipo de distinção,
dizem que precisam de um feedback no lugar de um retorno, ou que querem printar
alguma coisa ao invés de imprimir. Para alguns parece que empregar o vocabulário do
inglês, por exemplo, dá àqueles que o usam a mesma sofisticação de alguém que mora
em Nova Iorque tem (ou não). Daí eu vi que o deputado queria que trocassem mouse
por rato e já deixei de simpatizar com a ideia.
Aliás, a forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa
“carência” que sentem. O caso clássico disso é o ambiente de trabalho. Quanto maior o
uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de pedir um
esclarecimento. Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código
para que possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
In: http://ccdoarnaldo.blogspot.com/2011/04/what.html
1. O texto se classifica em:
a) Narrativo
b) Descritivo
c) Lírico
d) Argumentativo
e) Informativo
2. O fato que motivou o autor a escrever o texto foi:
a) O projeto do deputado Carrion, que visava restringir o uso de palavras estrangeiras no
Rio Grande do Sul.
b) Uma viagem a Nova Iorque.
c) A forma como algumas pessoas se expressam.
d) O uso de termos técnicos desnecessários usados por algumas pessoas em seu
ambiente de trabalho.
e) A Reforma Ortográfica.
3. Assinale a opção correta sobre o posicionamento do autor:
a) É totalmente a favor da ideia do deputado.
b) Sempre foi contra a ideia do deputado.
c) Inicialmente, era a contra, mas ao conhecer mais sobre o plano do deputado, passou a
ser a favor.
d) Deixou de simpatizar com a ideia, porque o projeto previa trocar estrangeirismos
muito comuns, que já faziam parte da língua portuguesa.
e) Passou a simpatizar com o projeto, porque seriam proibidos quaisquer
estrangeirismos, já que nosso idioma oficial é a Língua Portuguesa.
4. O autor revela sua opinião sobre quem usa expressões técnicas e de origem
estrangeira em demasia. Sobre isso, assinale a alternativa incorreta:
a) Algumas pessoas se valem de termos em inglês e de termos técnicos de forma
exagerada, principalmente no ambiente corporativo, para chamar a atenção e se
sentirem superiores.
b) Quanto maior o uso de termos técnicos desnecessários, maior é a necessidade de
pedir um esclarecimento.
c) A forma como algumas pessoas se expressam mostram muito uma certa carência.
d) Para se sentirem úteis, importantes, alguns começam a falar em código para que
possam traduzir para os leigos o seu conhecimento.
e) As pessoas que empregam excessivamente palavras estrangeiras no ambiente de
trabalho estão apenas praticando outros idiomas, sobretudo o inglês.
5. A respeito do título do texto, marque a afirmação errada:
a) É um termo em inglês, que traduzido significa: “O quê?”.
b) Foi usado como interrogação.
c) Demonstra as dúvidas do leitor em relação às palavras estranhas que aparecem no
texto.
d) Demonstra o questionamento do autor em relação a um projeto que considera bacana,
mas inócuo.
e) Oferece uma pista ao leitor, pois assim ele pode deduzir que o texto falará sobre
estrangeirismos.
6. A única palavra que não é acentuada pelo mesmo motivo de carência é:
a) topázio
b) água
c) troféu
d) paciência
e) inteligência
7. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra
de: código, já e inócuo.
a) óculos, guaraná, Cláudio
b) lâmina, Cuiabá, aquário
c) biólogo, está, necessária
d) comprássemos, chá, língua
e) impaciência, sofá, dúvida
8. Marca o item em que necessariamente o vocábulo deve receber acento gráfico:
a) da
b) uteis
c) alias
d) ate
e) dai
9. Pela Reforma Ortográfica, a palavra ideia, empregada no texto, não possui mais
acento por ser uma paroxítona com ditongo aberto. A que outra palavra se aplica essa
regra?
a) doi
b) ceu
c) assembleia
d) heroi
e) girassois
10. Assinala a alternativa incorreta:
a) Algumas letras estrangeiras que aparecem no texto não pertencem ao alfabeto
português.
b) Caso agregássemos o prefixo ante à palavra projeto, o vocábulo seria escrito sem
hífen.
c) até, inglês e invés são acentuadas pela mesma regra.
d) “alguém que mora em Nova Iorque tem…” Nesse trecho, o sujeito está no singular e,
por isso, a forma verbal tem não recebe acento.
e) clássico recebe acento por se tratar de uma proparoxítona.
RESPOSTAS:
1. D
2. A
3. D
4. E
5. C
6. C
7. D
8. B
9. C
10. A
**********************
TEXTO 5:
O velho e o sítio
Encontrar aberta a cancela do sítio me perturba… Penso nos portões dos condomínios, e
por um instante aquela cancela escancarada é mais impenetrável. Sinto que, ao cruzar a
cancela, não estarei entrando em algum lugar, mas saindo de todos os outros. Dali avisto
todo o vale e seus limites, mas ainda assim é como se o vale cercasse o mundo e eu
agora entrasse num lado de fora. Após a besta hesitação, percebo que é esse mesmo o
meu desejo. Piso o chão do sítio e caio fora. Piso o chão do sítio, e para me garantir
decido fechar a cancela atrás de mim. Só que ela está agarrada ao chão, incrustada e
integrada ao barro seco. Quando deixei o sítio pela última vez, há cinco anos, devo ter
largado a cancela aberta e nunca mais ninguém a veio fechar.
(…) o velho sentado no tamborete faz um grande esforço para erguer a cabeça, e é o
tempo que necessitava para reconhecer nosso antigo caseiro. Deixou crescer os cabelos
que, à parte as raízes brancas, parecem ter mergulhado num balde de asfalto. A pele do
seu rosto resultou mais pálida e murcha do que já era, e ele me fita com um ar
interrogativo que não consigo interpretar; talvez se pergunte quem sou eu. Penso em lhe
dar um tapa nas costas e dizer “há quantos anos, meu tio”, mas a intimidade soaria falsa.
Meu pai entraria soltando uma gargalhada na cara do velho, passaria a mão naquele
cabelo gorduroso, talvez chutasse o tamborete e dissesse “levanta daí, sacana!”. Meu pai
tinha talento para gritar com os empregados; xingava, botava na rua, chamava de volta,
despedia de novo, e no seu enterro estavam todos lá. Eu, se disser “há quantos anos,
meu tio”, pode ser que o ofenda, porque é outro idioma.
Sem aviso, o velho dá um pulo de sapo e vai para o centro da cozinha, apontando para
mim. Usa o calção amarrado com barbante abaixo da cintura, e suas pernas cinzentas
ainda são musculosas, as canelas finas; é como se ele fosse de uma raça mista, que não
envelhecesse por igual. Aproxima-se com molejo de jogador, mas com o tórax cavado e
os braços caídos, papeira, a boca de lábios grossos aberta com três dentes, os olhos azuis
já encharcados. E abraça-me, beija-me, recua um passo, fica me olhando como um cego
olha, não nos olhos, mas em torno do meu rosto, como que procurando minha aura.
“Deus lhe abençoe, Deus lhe abençoe”, diz. Depois pergunta “que é de Osbênio?, Que é
de Clair?” e entendo que ele esperava outra pessoa, algum parente, quem sabe.
Um cacho de bananas verdes no chão da cozinha lembra-me que passei o dia a chá e
bolacha. Na geladeira, que é um móvel atarracado de abrir por cima, encontro um jarro
d’água, uma panela com arroz e uma tigela de goiaba em calda. Instalo-me com a tigela
à mesa, onde antigamente os empregados comiam. O velho adivinha que pretendo
passar uns tempos no sítio, e emociona-se novamente. Cai sentado na cadeira ao lado, e
seus olhos voltam a se encharcar, desta vez com lágrimas azedas. Conta o velho que a
mulher morreu há dois anos, que ele mesmo está muito doente, que os filhos sumiram
no mundo. Tapa uma narina para assuar a outra, e conta que com ele só restaram as
crianças. Que os outros, os de fora, foram chegando e dominando tudo, o celeiro, a casa
de caseiro, a casa dos hóspedes, e contrataram gente estranha, e derrubaram a estrebaria
e comeram os cavalos. E que os outros, os de fora, só estão esperando ele morrer para
tomar posse da casa, por isso que ele dorme ali na despensa, e os netos espalhados na
sala e pelos quartos. Conta que os patrões nunca aparecem, mas, quando aparecerem,
vão ter um bom dum aborrecimento.
Bilhete ao futuro
Affonso Romano de Sant’Anna
Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-
ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete
ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século
passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros
expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do
fabuloso futuro.
Apesar de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos
em casa antes de sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas todos
devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca
posta nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas
pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos
os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais
cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a quantidade de gente sem noção, de
puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a
dizer, sempre.
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o
fulano reclamando do que o sicrano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a
reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já
aparecem outros status reclamando… e eu estou reclamando dessa gente que como eu
só reclama e não faz nada.
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta em nada, só desabafa e daqui a
pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama
daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto mais a
gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se
expor totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e
totalmente com o que está escrito (todos têm o direito de achar legal, simplesmente),
curtir não significa “dar em cima” e assim por diante. Temos que entender que assim
como temos nossas preferências quanto à comida, e manias quanto as nossas coisas,
também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede social não significa
mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação. Sim,
aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta
um bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra
entorpecer o corpo de vitamina D. Pense nisso!
Disponível em: http://thefirstimpressionsofme.blogspot.com.br/
1) O texto classifica-se em:
( ) narrativo ( ) argumentativo ( ) informativo ( ) descritivo
2) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
3) No primeiro parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada
ambiente social.
4) Por que a palavra “respeitados” foi escrita de forma diferente?
5) Qual é o problema apresentado no texto?
6) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
7) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a
autora revela sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual.
O que ela sugere?
8) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero
textual comentário serve para expormos uma curta análise de um determinado assunto,
permitindo que manifestemos a nossa opinião, concordando ou discordando.
9) Você já se sentiu incomodado ao ler algo desagradável nas redes sociais? Ou já
postou algo e depois se arrependeu?
10) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto.
Respostas:
1) (x) argumentativo
2) Ela se refere ao convívio social cibernético.
3) Ambiente social cibernético, virtual: “teclado, mouse, tela, o curtir, o compartilhar, o
tweetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar.”
Ambiente social físico, real: “toque, olhares silenciosos cheios de significados,
presença, corpo.”
4) Para destacar o que a autora considera importante, mostrando a relação entre esta
palavra e o tema “etiqueta”, “educação”.
5) A falta de educação e de bom-senso por parte de algumas pessoas na convivência
pela Internet, sobretudo em sites de relacionamento.
6) Entender que todos têm suas diferenças, agir com educação e respeito.
7) A autora sugere “um bom diálogo frente-a-frente, sair pra dar uma pedalada num dia
de sol pra entorpecer o corpo de vitamina D”, ou seja, não ficar preso às redes sociais.
8) Resposta pessoal.
9) Resposta pessoal.
10) Resposta possível: A charge se relaciona com o texto à medida que mostra o quanto
algumas pessoas expõem sua vida nos sites de relacionamento. Sem ponderar, exibem
todo o tipo de conteúdo, que é instantaneamente visualizado, compartilhado, podendo se
estender até aos desconhecidos.
**************************
Telegrama
Carlos Drummond de Andrade
Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?
Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.
Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.
Telegrama telegrama telegrama.
Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos nas letras mortais:
Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso
apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial
abraço.
Atanágoras Falcão.
1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?
2) O que é um estafeta?
3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o
fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta
com rosto de Parca”?
4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras hipóteses, sofrimento
prévio e carece.
5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.
6) Há “emoção na cidade”. Por quê?
7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?
8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?
9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?
10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis
sugerir?
11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é?
O que o poeta pretende com isso?
12) Quem era Atanágoras Falcão?
13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?
Respostas:
1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta poderia lhe causar a
morte, pois uma mensagem trazida às pressas geralmente não é boa.
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento antecipado, precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma notícia inusitada que
desperta a curiosidade das pessoas.
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que viram o estafeta
chegar, alarmando umas às outras.
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T, reforçando o título e o
objeto que serviu de tema para o texto (Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e aproveitar para fazer
campanha política.
**************************
O açúcar
Ferreira Gullar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manha em Ipanema.
9) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?
10) Escreva com as suas palavras a mensagem que o poeta deseja transmitir.
Respostas:
1) (x) se desmancha, (x) se dilui
2) (x) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
3) (x) Realizamos uma dura tarefa.
4) “homens de vida difícil e árdua produziram este açúcar”
5) (x) ao açúcar refinado
6) É comparado ao beijo de moça, água na pele, flor que se dissolve na boca.
7) Mesa do consumidor – Mercearia – Usina – Canaviais.
8) A vida amarga dos homens que trabalham nos canaviais.
9) Porque vivem em lugares distantes, onde não há hospital nem escola. Não sabem ler,
morrem cedo.
10) Resposta pessoal.
INTERPRETAÇÕES VARIADAS – 7º ANO
29 de janeiro de 201610 comentários
TEXTO 1:
A Borboleta e o Casulo
Quando a lagarta, tornada crisálida, concluiu praticamente a sua transformação em
lepidóptero, resta-lhe passar uma prova para se tornar verdadeiramente borboleta. Tem
de conseguir romper o casulo no seio do qual se operou a transformação, a fim de se
libertar dele e iniciar o seu voo.
É precisamente graças a esta última prova e à força que ela exige que a borboleta
acumule nas suas jovens asas, que esta desenvolve a musculatura de que terá
necessidade depois para voar.
Quem ignorar este dado importante e, imaginando ‘ajudar’ uma borboleta a nascer,
romper o casulo em seu lugar, assistirá ao nascimento de um lepidóptero totalmente
incapaz de voar. Esta não terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para
construir a força de que teria necessidade para lançar-se seguidamente no céu.
TEXTO 2:
A lição da borboleta
Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo e um homem ficou observando o
esforço da borboleta para fazer com que o seu corpo passasse por ali e ganhasse a
liberdade. Por um instante, ela parou, parecendo que tinha perdido as forças para
continuar. Então, o homem decidiu ajudar e, com uma tesoura, cortou delicadamente o
casulo. A borboleta saiu facilmente. Mas, seu corpo era pequeno e tinha as asas
amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque esperava que, a qualquer
momento, as asas dela se abrissem e ela saísse voando.
Nada disso aconteceu. A borboleta ficou ali rastejando, com o corpo murcho e as asas
encolhidas e nunca foi capaz de voar! O homem, que em sua gentileza e vontade de
ajudar, não compreendeu que o casulo apertado e o esforço eram necessários para a
borboleta vencer essa barreira. Era o desafio da natureza para mantê-la viva. O seu
corpo se fortaleceria e ela estaria pronta para voar assim que se libertasse do casulo.
Algumas vezes, o esforço é tudo o que precisamos na vida. Se Deus nos permitisse
passar pela vida sem obstáculos, não seríamos como somos hoje. A força vem das
dificuldades, a sabedoria, dos problemas que temos que resolver. A prosperidade, do
cérebro e músculos para trabalhar. A coragem vem do perigo para superar e, às vezes, a
gente se pergunta: “não recebi nada do que pedi a Deus”. Mas, na verdade, recebemos
tudo o que precisamos. E nem percebemos.
A prosperidade vem………………..
A coragem vem…………………
O nariz
Luis Fernando Verissimo
Era um dentista respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na
faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes, mas de uma sólida
reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz
postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um
daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes.
Sentou-se à mesa de almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira,
quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
– O que é isso? – perguntou a mulher, sorrindo menos.
– Isto o quê?
– Esse nariz.
– Ah, vi numa vitrina, entrei e comprei.
– Logo você, papai…
Depois do almoço ele foi recostar-se no sofá da sala como fazia todos os dias. A mulher
impacientou-se.
– Tire esse negócio.
– Por quê?
– Brincadeira tem hora.
– Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-
se para a porta. A mulher interpelou:
– Aonde é que você vai?
– Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
– Mas com esse nariz?
– Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem
lentes. – Se fosse uma gravata nova, você não diria nada. Só porque é um nariz…
– Pense nos vizinhos, pense nos clientes.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risada, fizeram
perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
– Ele enlouqueceu?
– Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi
ele assim.
Naquela noite, ele tomou seu banho, como fazia sempre antes de dormir. Depois vestiu
o pijama e o nariz postiço e foi deitar.
– Você vai usar este nariz na cama? – perguntou a mulher.
– Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
– Mas, por quê?
– Por que não?
Dormiu logo. A mulher passou a metade da noite olhando para o nariz de borracha. De
madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava
acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo
trocado por um nariz postiço.
– Papai…
– Sim, minha filha.
– Podemos conversar?
– Claro.
– É sobre esse seu nariz…
– O meu nariz, outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
– Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra, um homem como
você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
– O nariz é meu e vou continuar a usar.
– Mas por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do
prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais
vida social.
– Não tem porque não quer…
– Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
– Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai. Continuo o mesmo
homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
– Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
– Mas, mas…
– Minha filha…
– Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai.
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista pediu
demissão, pois não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava
aproximar-se dele. Seu pedido de demissão foi mandado pelo correio. Os amigos mais
chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um
psiquiatra.
– Você vai concordar – disse o psiquiatra depois de concluir que não havia nada de
errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho…
– Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa
e dois por cento do meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir,
nem de pensar, nem de me comportar. Continuo sendo um ótimo dentista, um bom
marido, dom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como antes. Mas as pessoas
me repudiam todo o resto por casa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer
dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
– É… – disse o psiquiatra. – talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se entregou. Continua
a usar nariz postiço. Porque agora não á mais uma questão de nariz. Agora é uma
questão de princípios.
1) O texto tem características que fazem parte de qual gênero narrativo?
2) O texto discute vários aspectos da vida social moderna; contudo, um deles se destaca.
Das palavras seguintes, qual traduz o assunto central do texto?
a) a moda b) o comportamento c) o casamento d) beleza
Por quê?
Ruth Rocha
O nosso time estava cheio de amigos. O que nós não tínhamos era a bola de futebol. Só
bola de meia, mas não é a mesma coisa.
Bom mesmo é bola de couro, como a do Caloca.
Mas, toda vez que nós íamos jogar com Caloca, acontecia a mesma coisa. E era só o juiz
marcar qualquer falta do Caloca que ele gritava logo:
– Assim eu não jogo mais! Dá aqui a minha bola!
– Ah, Caloca, não vá embora, tenha espírito esportivo, jogo é jogo…
– Espírito esportivo, nada! – berrava Caloca. – E não me chame de Caloca, meu nome é
Carlos Alberto!
E assim, Carlos Alberto acabava com tudo que era jogo.
A coisa começou a complicar mesmo, quando resolvemos entrar no campeonato do
nosso bairro. Nós precisávamos treinar com bola de verdade para não estranhar na hora
do jogo.
Mas os treinos nunca chegavam ao fim. Carlos Alberto estava sempre procurando
encrenca:
– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!
– Se eu não for o capitão do time, vou embora!
– Se o treino for muito cedo, eu não trago a bola!
E quando não se fazia o que ele queria, já sabe, levava a bola embora e adeus, treino.
Catapimba, que era o secretário do clube, resolveu fazer uma reunião:
– Esta reunião é para resolver o caso do Carlos Alberto. Cada vez que ele se zanga,
carrega a bola e acaba com o treino.
Carlos Alberto pulou, vermelhinho de raiva:
– A bola é minha, eu carrego quantas vezes eu quiser!
– Pois é isso mesmo! – disse o Beto, zangado. – É por isso que nós não vamos ganhar
campeonato nenhum!
– Pois, azar de vocês, eu não jogo mais nessa droga de time, que nem bola tem.
E Caloca saiu pisando duro, com a bola debaixo do braço.
Aí, Carlos Alberto resolveu jogar bola sozinho. Nós passávamos pela casa dele e
víamos. Ele batia bola com a parede. Acho que a parede era o único amigo que ele
tinha. Mas eu acho que jogar com a parede não deve ser muito divertido.
Porque, depois de três dias, o Carlos Alberto não aguentou mais. Apareceu lá no
campinho.
– Se vocês me deixarem jogar, eu empresto a minha bola.
Carlos Alberto estava outro. Jogava direitinho e não criava caso com ninguém.
E, quando nós ganhamos o jogo final do campeonato, todo mundo se abraçou gritando:
– Viva o Estrela-d’Alva Futebol Clube!
– Viva!
– Viva o Catapimba!
– Viva!
– Viva o Carlos Alberto!
– Viva!
Então o Carlos Alberto gritou:
– Ei, pessoal, não me chamem de Carlos Alberto! Podem me chamar de Caloca!
Futebol na raça
Criado na Inglaterra em 1863, ele desembarcou no Brasil 31 anos depois, na forma de
uma bola trazida debaixo do braço pelo estudante paulista Charles Miller. Chegou
elitista, racista e excludente. Quando se organizaram os primeiros campeonatos, lá pelo
começo do século, era esporte de branco, rico, praticado em clubes fechados ou colégios
seletos. Negros e pobres estavam simplesmente proibidos de chegar perto dos
gramados, mas mesmo à distância, perceberam o jogo e deles se agradaram.
Estava ali uma brincadeira feita sob medida para pobre. Não exige equipamento
especial além de um objeto qualquer que possa ser chutado como se fosse bola. Pode ser
praticado na rua, no pátio da escola, no fundo do quintal. O número e o tipo de jogador
dependem apenas de combinação entre as partes. Jogam o forte e o fraco, o baixinho e o
altão, o gordo e o magro. (…)
Maurício Cardoso. Revista Veja.
9) Compare esse texto com O dono da bola e assinale as alternativas corretas:
( ) Os dois textos tratam do mesmo assunto.
( ) O dono da bola é um texto informativo que traz dados sobre o futebol.
( ) Futebol na raça é um texto informativo e O dono da bola é a narração de uma
história.
( ) A frase “O futebol chegou elitista, racista e excludente” não combina com o futebol
de rua onde todos podem jogar.
10) Faça uma relação das palavras-chaves empregadas nos dois textos, ou seja, das
expressões mais diretamente ligadas ao futebol. (No mínimo 10!)
Respostas:
1- Carlos Alberto (Caloca).
2- Participa. (Verifica-se em “Nós passávamos pela casa dele…/E, quando nós
ganhamos o jogo final do campeonato…”)
3- “– Se o Beto jogar de centroavante, eu não jogo!”
4- A reunião era para resolver o caso de Carlos Alberto, que só criava confusão.
5- Estrela-d’Alva Futebol Clube.
6- Resposta pessoal.
7- 2,4,1,3
8- 2, 1, 3, 1, 1, 3, 1, 3, 1
9- Apenas a 2ª opção não deve ser marcada, pois está incorreta.
10- Bola, time, juiz, falta, campeonato, centroavante, capitão, treino, clube, jogo…
**************************
O homem e a galinha
Ruth Rocha
Era uma vez um homem que tinha uma galinha. Era uma galinha como as outras.
Um dia a galinha botou um ovo de ouro. O homem ficou contente. Chamou a mulher:
– Olha o ovo que a galinha botou.
A mulher ficou contente:
– Vamos ficar ricos!
E a mulher começou a tratar bem da galinha.
Todos os dias a mulher dava mingau para a galinha. Dava pão-de-ló, dava até sorvete. E
a galinha todos os dias botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo todo com a galinha? Nunca vi galinha comer pão-de-ló… Muito
menos sorvete!
Vai que a mulher falou:
– É, mas esta é diferente. Ela bota ovos de ouro!
O marido não quis conversa:
– Acaba com isso, mulher. Galinha come é farelo.
Aí a mulher disse:
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim! – o marido respondeu.
A mulher todos os dias dava farelo à galinha. E a galinha botava um ovo de ouro.
Vai que o marido disse:
– Farelo está muito caro, mulher, um dinheirão! A galinha pode muito bem comer
milho.
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim. – respondeu o marido.
Aí a mulher começou a dar milho pra galinha. E todos os dias a galinha botava um ovo
de ouro.
Vai que o marido disse:
– Pra que este luxo de dar milho pra galinha? Ela que cate o de-comer no quintal!
– E se ela não botar mais ovos de ouro?
– Bota sim – o marido falou.
Aí a mulher soltou a galinha no quintal. Ela catava sozinha a comida dela. Todos os dias
a galinha botava um ovo de ouro.
Um dia a galinha encontrou o portão aberto.
Foi embora e não voltou mais.
Dizem, eu não sei, que ela agora está numa boa casa onde tratam dela a pão-de-ló.
01 – De acordo com o texto, por que a cigarra não possuía provisão na despensa?
a) Porque passou o verão comendo.
b) Porque passou o verão cantando.
c) Porque se esqueceu de guardar.
d) Porque tudo estragou durante o verão.
02 – Qual a solução encontrada pela cigarra para resolver seu problema?
a) Saiu em busca de trabalho.
b) Mendigou pelos arredores.
c) Pediu ajuda a alguém próximo à ela.
d) Aproveitou para fazer uma dieta.
03 – Observe o contexto em que as seguintes palavras estão e assinale a opção em que o
significado não corresponde à palavra retirada do texto:
a) provisão: mantimentos
b) obsequiosa: que presta favores
c) imprevidente: precavida, cautelosa
d) sem mora: sem demora
04 – As fábulas têm o propósito de passar ensinamentos. A partir do ponto de vista da
formiga, qual ditado popular melhor representaria a moral dessa fábula?
a) Primeiro o dever, depois o prazer.
b) Nem tudo que reluz é ouro.
c) Quem sai na chuva é pra se molhar.
d) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
05 – Observando a situação da cigarra, que ditado popular melhor representaria o
ensinamento da fábula?
a) Nunca troque o certo pelo duvidoso.
b) Casa de ferreiro; espeto de pau.
c) Pobre de quem pede ajuda a quem só sabe fazer o mal.
d) Filho de peixe, peixinho é.
06 – Chamamos de ironia o modo de expressão que consiste em dizer o contrário do que
realmente se pensa, com a intenção de ridicularizar. Assim, em qual dos trechos
podemos perceber que a personagem utilizou a ironia em sua fala?
a) “Antes de agosto chegar […] pago com juros…”
b) “Eu cantava, sim Senhora, noite e dia…”
c) “Que fizeste até outro dia?”
d) “Tu cantavas? Que beleza!”
07 – Dependendo do contexto em que as palavras se encontram, elas podem assumir
outros significados. Em qual frase a palavra dança foi utilizada com o mesmo sentido do
texto?
a) Mariana aprendeu uma nova dança.
b) Se não estudar, você dança na prova.
c) Ele dança sem vontade.
d) Faltam dois minutos para a apresentação do grupo de dança.
08 – Pelo que lemos na fábula, qual a qualidade poderia ser atribuída à formiga?
a) mesquinha
b) generosa
c) solidária
d) impaciente
Respostas: 1-b, 2-c, 3-c, 4-a, 5-c, 6-d, 7-b, 8-a
***************************
A velha contrabandista
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela
fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da
Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou
ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que
diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no odontólogo e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha
saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e
dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela
montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no
outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na
lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela
levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo.
Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela
levava no saco era areia.
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa
de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não
conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora
está passando por aqui todos os dias?
– É lambreta.
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o narrador citou os
dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade?
6) Qual é a grande surpresa da história?
7) Organize corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos.
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de
lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco
no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava
no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe
dissesse qual era o contrabando que fazia.
Respostas:
1- Carregava areia.
2- Quis dizer que os fiscais eram experientes.
3- Estava se referindo aos dentes postiços, artificiais.
4- Resposta esperada: Carregava sacos de areia na garupa para distrair a atenção dos
guardas sobre o verdadeiro contrabando.
5- Quando o guarda lhe jurou que não contaria a verdade a ninguém.
6- O final, quando a velhinha revela que contrabandeava lambretas.
7- 3, 2, 7, 1, 4, 5, 6
******************************
Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o
tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele
não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas
tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. (…)
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma
semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco
para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta
anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele
precisou recomeçar.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do
abacateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos
calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de
machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos
atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se
servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em vias de vendê-los para
fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento.
Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou
uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia,
construiu edifícios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores.
Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem
cursos nos Estados Unidos e Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E
trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer
que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho
eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E
então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em
tornar férteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto
as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profissão.
PARTE 1 – Interpretação
1) Este texto se classifica em: ( ) narrativo ( ) informativo ( ) poético
2) O narrador participa da história: ( ) sim ( ) não
3) Quantos parágrafos há no texto? ( ) 10 ( ) 8 ( ) 9
4) Reescreve as frases, substituindo as palavras ou expressões destacadas pelos
sinônimos do quadro:
5) Escreve uma frase empregando o verbo apanhar em sentido diferente do que foi
usado no texto.
6) Assinala as características do personagem principal:
( ) compulsivo
( ) amigo do meio ambiente
( ) de inteligência diminuta
( ) alegre
( ) obsessivo
( ) destruidor
7) Responde:
a) O narrador diz que “naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico,
felizmente”. O que ele quis dar a entender com a palavra felizmente?
b) O narrador afirma que o cérebro do personagem era diminuto e que ele demorou a
encontrar uma solução. Que relação o autor pretende estabelecer entre a destruição da
natureza e a inteligência?
PARTE 3 – Acentuação
1) Justifica o uso do acento das seguintes palavras retiradas do texto:
árvores
até –
só –
más –
só –
2) Retira do texto 3 proparoxítonas:
3) Relaciona:
(1) oxítona ( ) menor ( ) natureza
(2) paroxítona ( ) folhas ( ) perder
(3) proparoxítona ( ) fábricas ( ) buscar
Respostas:
PARTE 1
1- Narrativo
2- Não participa.
3- 8
4- a) O desbastamento das árvores tinha espantado os pássaros.
b) O seu cérebro era insignificante.
c) Chegaram máquinas do exterior.
d) Eles voltaram experientes.
e) Costumava pegar a tesoura da mãe e ia para o quintal.
5- Reposta pessoal.
6- compulsivo, obsessivo, destruidor, de inteligência diminuta
7- a) O narrador usa a palavra felizmente porque o plástico é um material que polui
muito mais, demora a se decompor, prejudica o meio ambiente.
b) Pessoas inteligentes não destroem a natureza, pois sabem que precisamos dela.
c) Antes havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo
jabuticabeiras, era um quintal enorme, que parecia uma chácara. Depois, sem árvores,
sem plantas, o quintal ficou silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha
afugentado pássaros e destruído ninhos.
d) Resposta pessoal
e) A mãe incentivava o filho a cortar as folhas, achava aquilo bom, pois tinha medo de
que o menino saísse para a rua e encontrasse más companhias. Ela influenciou
negativamente a educação do filho; sem querer, ajudou-o a se tornar um destruidor da
natureza.
f) Reposta pessoal
g) Resposta pessoal
8-a) imensas, pequeno
b) atraindo, construindo, desvantagem
****************************
Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é um pesadelo na
vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu estrelado. Não foram os astros que
perderam o frescor, a humanidade é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a
noite. A poluição luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (…) Para
chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países começaram a
organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A ideia é que as luzes das cidades
fossem apagadas por alguns instantes. (…)
TEXTO 1:
A liberdade e o consumo
Quantos morreram pela liberdade de sua pátria? Quantos foram presos ou espancados
pela liberdade de dizer o que pensam? Quantos lutaram pela libertação dos escravos?
Mas vivemos hoje em uma sociedade em que a maioria já não sofre agressões a essas
liberdades tão vitais, cuja conquista ou reconquista desencadeou descomunais energias
físicas e intelectuais. Nosso apetite pela liberdade se aburguesou. Foi atraído
(corrompido?) pelas tentações da sociedade de consumo.
O que é percebido como liberdade para um pacato cidadão contemporâneo que vota,
fala o que quer, vive sob o manto da lei (ainda que capenga) e tem direito de mover-se
livremente?
Uma ”liberdade” recente é o telefone celular. É o gostinho todo especial de ser capaz de
falar com qualquer pessoa, em qualquer momento, onde quer que se esteja. Importante?
Para algumas pessoas, é uma revolução no cotidiano e na profissão. Para outras, é
apenas o prazer de saber que a distância não mais cerceia a comunicação, por boba que
seja.
Gabarito:
1- D
2- E
3- A
4- B
5- E
6- B
7- C
8- C
9- B
10- D
11- C
12- D
13- D
14- A
15- D
16- C
17- A
18- E
19- B
20- D
************************
TEXTO 2:
Química da digestão
Para viver, entre outras coisas, precisamos de energia. Como não podemos tirar energia
da luz do sol para viver, como os vegetais, essa energia usada pelo nosso organismo
vem das reações químicas que acontecem nas nossas células.
Podemos nos comparar a uma fábrica que funciona 24 horas por dia. Vivemos fazendo e
refazendo os materiais de nossas células. Quando andamos, cantamos, pensamos,
trabalhamos ou brincamos, estamos consumindo energia química gerada pelo nosso
próprio organismo. E o nosso combustível vem dos alimentos que comemos.
A energia necessária para todas essas transformações é produzida pela reação química
entre esses componentes mais simples, que são o nosso combustível e o oxigênio do ar.
Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem chamas, que se faz dentro
de pequenas formações que existem nas células, as mitocôndrias, que são nossas
verdadeiras usinas de energia.
1 – O texto afirma que o nosso corpo pode ser comparado a uma fábrica porque:
a) reage quimicamente pela combustão
b) move-se a base de gasolina ou álcool
c) produz energia a partir dos alimentos
d) utiliza oxigênio como combustível
e) Funciona 22 horas por dia
2 – “Tudo isso também consome energia” (3º parágrafo ). No trecho, a expressão em
destaque se refere a:
a) Fermentos digestivos
b) combustíveis
c) reações químicas
d) usinas de energia
e) energia
3 – Depois de processadas pelos fermentos digestivos, as substâncias são levadas para:
a) a boca
b) as células
c) o estômago
d) os intestinos
e) o esôfago
4 – As mitocôndrias são essenciais para o funcionamento do nosso corpo porque são
responsáveis por:
a) digerir os alimentos
b) produzir energia
c) renovar as células
d) transportar o oxigênio
e) limpar nosso sangue
5 – Este texto pode ser considerado um artigo de divulgação científica porque apresenta:
a) explicação detalhada sobre um acontecimento recente
b) expressões coloquiais para exemplificar o processo da digestão
c) linguagem figurada para descrever o processo de combustão
d) vocabulário técnico para explicar a química da digestão
e) uma explicação muito complexa
6 – O texto trata:
a) da constituição do aparelho digestivo
b) da digestão como fonte de energia
c) dos cuidados para uma boa alimentação
d) dos elementos que compõem o corpo humano
e) do processo da degustação
7 – “Essa é uma verdadeira combustão, mas uma combustão sem chamas”. O termo
destacado poderia ser substituído por qualquer uma das expressões abaixo, exceto:
a) porém
b) contudo
c) todavia
d) entretanto
e) porque
8 – Leia a oração: “Divulgou-se muito a manifestação dos caras-pintadas”. Se
colocarmos manifestação no plural, quantas outras palavras serão alteradas?
a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) nenhuma
9 – Assinale a alternativa CORRETA com relação à concordância verbal.
a) Quais de vocês cometeu o maior pecado?
b) Fui eu que pagou as despesas.
c) Falta três segundos para o término da partida.
d) Mais de cem pessoas foi testemunha do assalto.
e) Dezenas de estudantes foram prejudicados.
10 – Qual a alternativa em que a concordância está errada?
a) Precisam-se de funcionários.
b) Necessita-se de pedreiros.
c) Vende-se gelo cristal.
d) Compram-se revistas e jornais velhos.
e) Parabenizou-se a diretora.
11 – Qual a alternativa que completa as frases corretamente?
– O relógio ………….. sete horas.
– Naquela relojoaria ………… relógios.
– Ontem ………. bons filmes no cinema.
a) batem – consertam-se – havia
b) bate – consertam-se – havia
c) bateram – conserta-se – houveram
d) batem – consertam-se – haviam
e) bate – conserta-se – havia
12 – Em que item há um erro de concordância verbal?
a) Já soaram duas horas no relógio da torre.
b) Eu com o meu amigo Paulo entramos na sociedade.
c) Fazem dois meses que o visitei.
d) Fui eu quem apresentei esta solução.
e) Há muitos candidatos a essa vaga.
13 – Indique a alternativa que preenche adequadamente as lacunas da frase: “_________
anos que o homem se pergunta: Se não _______ medos, como _________ esperanças?”
a) Faz – houvesse – existiriam
b) Fazem – houvesse – existiriam
c) Fazem – houvessem – existiriam
d) Faz – houvesse – existia
e) Faz – houvessem – existiria
14 – Assinale a única frase que pode ser preenchida com a primeira forma verbal entre
parênteses.
a) O roqueiro e a atriz _____ o evento num grande espetáculo. (transformou –
transformaram)
b) A maioria dos indivíduos __________ com uma vida digna. (sonha sonham)
c) O chefe da seção com o gerente _______ a argumentos de força para estimular seus
funcionários. (recorreu – recorreram)
d) Já ________ dez horas e nada dele chegar. (é – são)
e) __________ se muitas mercadorias ruins. (Encontra Encontram)
15 – O enunciado “Vossa Excelência não deve fazer prevalecer os seus interesses sobre
os de vossos eleitores” foi usado por um deputado para criticar um colega de
parlamento. Quanto aos pronomes que compõem a forma de tratamento do período,
pode se afirmar que:
a) estão todos corretos;
b) está incorreto o emprego do possessivo vossos;
c) está incorreto o emprego do pronome de tratamento Vossa Excelência, para um
deputado;
d) está incorreto o emprego do possessivo seus;
e) estão todos incorretos.
16 – A alternativa que respeita a norma culta é:
a) Campinas ficam no Estado de São Paulo.
b) Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveram.
c) Haviam muitas crianças no parque ontem.
d) Tempos atrás, viviam-se com mais tranquilidade.
e) Da cidade à ilha é uma hora e quarenta minutos.
17 – Leia as frases:
I. Infelizmente, há excessos no uso de agrotóxicos.
II. Consomem-se muitos alimentos com agrotóxicos.
III. Manaus são a campeã no abuso de agrotóxicos.
Está(ao) correta(s), quanto à concordância verbal:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) II e III
Gabarito:
1- C
2- C
3- B
4- B
5- D
6- B
7- E
8- B
9- E
10- A
11- B
12- C
13- B
14- B
15- B
16- E
17- D
18- C
19- B
20- Alugam-se apartamentos.
INTERPRETAÇÃO +
CONCORDÂNCIA NOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário
As novelas e a educação
Provavelmente não há outro país onde as novelas, esta atração televisiva de presença
mundial, tenham caído tanto no gosto popular como no Brasil.
Do ponto de vista da influência nos costumes, ouso dizer que esse tipo de programa foi,
entre nós, mais benéfico que maléfico. Se analisarmos os efeitos sobre a visão de mundo
do brasileiro médio que as novelas já exerceram, concluiremos que hoje somos (até
certo ponto, ao menos) um país melhor também graças a elas.
O fato é que, com o potencial de influência que têm, as novelas podem ser mais do que
mero entretenimento e se tornar instrumentos eficazes de apoio à formação das pessoas.
Tais programas também poderiam servir para orientar a escolha profissional de rapazes
e moças. Para tanto, bastaria que mostrassem, de modo consistente, a realidade das
várias ocupações do mundo do trabalho – o que seria de enorme valia para muitos
jovens brasileiros.
As novelas, forma de arte na qual somos mestres, podem contribuir e muito para elevar
os brasileiros a mais altos padrões de princípios morais e cívicos, conhecimento e
desenvolvimento pessoal.
Emílio Odebrecht
1- O tema do texto é:
a) a importância artística das novelas
b) a influência das novelas na educação e costumes dos brasileiros
c) as famílias representadas nas telenovelas
d) a conduta dos atores na vida real
e) a repercussão das telenovelas no Brasil
2- No texto, o autor:
a) apresenta fatos que orientam como as personagens devem agir em cada capítulo da
novela.
b) defende a ideia de que as novelas devem ir além da mera função de entretenimento.
c) descreve em detalhes o perfil do brasileiro médio e de sua preferência pelas
telenovelas.
d) informa a respeito dos efeitos positivos que as telenovelas têm provocado nas
decisões políticas do país.
e) divulga resultados de um estudo acerca dos efeitos nocivos das telenovelas sobre o
comportamento das famílias brasileiras.
3- O autor reconhece que, graças às telenovelas:
a) as pessoas adotam comportamentos mais maléficos do que benéficos em suas vidas.
b) todas as pessoas puderam adotar padrões de comportamento éticos e morais.
c) temas importantes puderam ser debatidos, tais como o planejamento familiar e a
participação da mulher no mercado de trabalho.
d) a divulgação de novos hábitos e modismos estendeu-se a todas as regiões do país.
e) foram implantados mecanismos eficazes de apoio à formação educacional dos jovens
brasileiros.
4- Em: “Ao falar em formação, penso no incentivo à agregação familiar,
na disseminação de valores…”, sem alteração de sentido, a palavra em destaque poderia
ser substituída por:
a) dispersão
b) propagação
c) recuperação
d) declínio
e) vulgarização
5- Todas as opções se referem à novela, exceto:
a) “esta atração televisiva de presença mundial”
b) “esse tipo de programa”
c) “Tais programas”
d) “canais educativos”
e)” forma de arte na qual somos mestres”
6- Há ERRO de concordância em:
a) atos e coisas más
b) serraria e estábulo conservados
c) cercas e trilhos abandonados
d) dificuldades e obstáculo intransponível
e) fazendas e engenho prósperas
7- Enumere a segunda coluna pela primeira (regra do adjetivo posposto):
(1) velhos (2) velhas
( ) camisa e calça …………..
( ) chapéu e calça ………….
( ) calça e chapéu ………….
( ) chapéu e paletó ………..
( ) chapéu e camisa ……….
a) 2 – 1 – 1 – 1 – 2
b) 2 – 2 – 1 – 1 – 2
c) 1 – 2 – 2 – 2 – 2
d) 1 – 2 – 1 – 1 – 2
e) 2 – 1 – 1 – 1 – 1
8- A flexão MASCULINA do adjetivo só é admissível em:
a) Entrego-lhe inclusas as cópias solicitadas.
b) Vi o mercado e as ruas repletas de gente.
c) É necessária a paciência.
d) Enviam-lhe anexas as folhas de pagamento.
e) É proibida a entrada.
9- Todas as concordâncias estão corretas, EXCETO:
a) Nosso time teve menas chances de gols.
b) É necessário serenidade.
c) Eles adquiriram bastantes posses.
d) Elas próprias confessaram a verdade.
e) É meio-dia e meia.
10- Marque a opção que preenche corretamente as lacunas:
(I) Era aproximadamente meio-dia e …….. quando a ambulância chegou.
(II) Decepção é ……… para aprender.
(III) Apesar da superpopulação do alojamento, havia ……. acomodações para os
homens.
(IV) Os documentos dos candidatos seguiram……… às fichas de inscrição.
a) meia – bom – bastantes – anexos
b) meio – bom – bastantes – anexo
c) meia – boa – bastante – anexo
d) meio – boa – bastante – anexos
e) meia – bom – bastantes – anexas
11- Todas as palavras grifadas admitem as duas concordâncias indicadas, EXCETO:
a) Dei-lhe um vestido e uma blusa vermelhos. (ou vermelha)
b) Conservo um nome e um amor guardado. (ou guardados)
c) Aquele foi um beijo e um abraço demorado. (ou demorados)
d) Tratava-se de um ladrão e assassino perigoso. (ou perigosos)
e) Explicada a teoria e os métodos, passemos ao trabalho. (ou explicados)
12- Assinale a frase correta:
a) Ela mesmo confirmou a realização do encontro.
b) A reedição da obra é necessário urgentemente.
c) Ela ficou meia preocupada com a notícia.
d) Muito obrigado, meu amor! – falou emocionada.
e) Em anexo vão nossas últimas fotografias.
13- “É …… discussão entre homens e mulheres …… ao mesmo ideal, pois já se disse
…… vezes que de uma discussão, ainda que …… acalorada, nasce a luz.”
a) bom – voltados – bastantes – meio
b) bom – voltadas – bastante – meia
c) boa – voltadas – bastantes – meio
d) boa – voltados – bastante – meia
e) boa – voltados – bastantes – meias
14- Ainda …… furiosa, mas com …… violência, proferia injúrias …….. para
escandalizar.
a) meia – menas – bastantes
b) meia – menos – bastante
c) meio – menos – bastante
d) meio – menos – bastantes
e) meio – menas – bastantes
15- “Entrada é ……, mas a permanência é …….”
a) permitida – proibida
b) permitido – proibido
c) permitida – proibido
d) permitido – proibido
e) permitido – proibida
16- “Os cientistas encontraram …… fórmulas e meios para realizar a experiência.”
a) novo
b) nova
c) novos
d) novas
e) n.d.a.
17- Aponte a alternativa em que a concordância está incorreta:
a) Seguem anexas as fotos solicitadas.
b) As cartas seguirão em anexas.
c) As cartas seguirão em anexo.
d) Todos estavam presentes, menos as pessoas que deviam estar.
e) Vinha com bolsos e mãos cheios de dinheiro.
18- Assinale a frase que contraria a norma culta quanto à concordância nominal.
a) Falou bastantes verdades.
b) Já estou quites com o colégio.
c) Nós continuávamos alerta.
d) Haverá menos dificuldades na prova.
e) Como não tinham outra companhia, os irmãos viajaram sós.
19- Observe as frases:
I. Simpáticas dançarinas e malabaristas animavam a festa.
II. Muito obrigada! – disse a moça.
III. É necessária liberdade de expressão.
IV. A pobre senhora ficou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
Há concordância inaceitável em:
a) I e II
b) II, III e IV
c) II
d) III
e) IV
20- A frase deste aviso está correta? Justifique.
Gabarito:
1- B
2- B
3- C
4- B
5- D
6- E
7- E
8- B
9- A
10- A
11- E
12- E
13- A
14- D
15- E
16- D
17- B
18- B
19- D
20- Não. A expressão “permitido” deve ser invariável quando o sujeito não é
determinado por artigo ou por certos pronomes. O correto seria “Permitido entrada
somente de funcionários”.
INTERPRETAÇÃO +
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
29 de janeiro de 2016Deixe um comentário
Papos
Luis Fernando Verissimo
– Me disseram…
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto e “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais… Ou é “digo-te”? – O quê?
– Digo-te que você…
– O “te” e o “você” não combinam.
– Lhe digo?
– Também não. O que você ia me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a
cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?
– Partir-te a cara.
– Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.
– É para o seu bem.
– Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender.
Mais uma correção e eu…
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem?
– Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo e elitismo!
– Se você prefere falar errado…
– Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou
entenderem-me?
– No caso… não sei.
– Ah, não sabe? Não o sabes? Sabes-lo não?
– Esquece.
– Não. Como “esquece”? Você prefere falar errado? E o certo é “esquece” ou
“esqueça”? Ilumine-me. Me diga. Ensines-lo-me, vamos.
– Depende.
– Depende. Perfeito. Não o sabes. Ensinar-me-lo-ias se o soubesses, mas não
sabes-o.
– Está bem, está bem. Desculpe. Fale como quiser.
– Agradeço-lhe a permissão para falar errado que mas dás. Mas não posso
mais dizer-lo-te o que dizer-te-ia.
– Por quê?
– Porque, com todo este papo, esqueci-lo.
GRAMÁTICA
11. Complete as lacunas com “eu” ou “mim”:
I. Eles partiram antes de _____.
II. Eles partiram antes de _____ partir.
III. Há alguma coisa para _____ fazer?
IV. Para _____, a seleção brasileira é a favorita.
V. Preciso de férias para _____ viajar.
a) mim – eu – mim – mim – mim
b) mim – eu – eu – mim – eu
c) eu – mim – eu – mim – mim
d) mim – mim – mim – eu – eu
e) eu – eu – mim – mim- mim
12. Julgue as proposições como verdadeiras ou falsas:
I. O pronome pessoal do caso reto “eu” não deve ser empregado antes de verbos no
infinitivo.
II. O pronome oblíquo “mim” não deve ser empregado antes de verbos no infinitivo.
III. O pronome oblíquo “mim” pode ser empregado antes de um verbo no infinitivo
desde que haja uma vírgula sinalizando pausa para uma alteração na ordem direta da
frase.
a) F – F – F
b) V – V – V
c) V – F – F
d) F – V – V
e) F – V – F
13. Assinale a única frase correta quanto ao uso dos pronomes pessoais:
a) Para mim, viver em Veneza é um luxo.
b) Fizemos os relatórios para mim apresentar.
c) Quando chegará o relatório para mim fazer?
d) Entre eu e você não existem diferenças.
e) Você não vive sem eu.
14. Assinale o item em que há erro no emprego do pronome demonstrativo:
a) Por favor, ajude-me a trazer aqueles pacotes que estão na outra sala.
b) Por que você anda sempre com estas mãos enfiadas nos bolsos?
c) Qual o manequim desse vestido que você está usando?
d) Estes seus olhos azuis são como dois oceanos!
e) Tens notícias daquele garoto que conhecemos sábado?
15. Assinale o tratamento dado a um prefeito:
a) Vossa Majestade
b) Vossa Santidade
c) Vossa Excelência
d) Vossa Magnificência
e) Vossa Meritíssima
16. Marque a opção que apresenta um pronome possessivo:
a) Todos a ensinavam a respeitar a natureza.
b) Ele estava muito nervoso.
c) A mulher cuja lembrança me dói nem sabe que existo.
d) Esse homem foi detido, pois ameaçou o policial.
e) Entenda que as suas promessas já não valem nada.
17. “Visitei o sítio da amiga de Paula, o qual muito me encantou.” Usou-se o qual no
lugar de que:
a) por uma questão de estilo;
b) pois só o qual é pronome relativo;
c) pois tanto faz usar um ou outro;
d) pois ali só caberia um pronome relativo;
e) para evitar-se ambiguidade (duplo sentido).
18. Em qual frase existe um pronome indefinido?
a) Quantos deixaram de pagar?
b) Existe isso mesmo?
c) Ninguém vai conseguir ir devido ao trânsito.
d) Você devia ir a um salão e se cuidar!
e) Os operários que aderiram a greve lutam por seus direitos.
19. Assinale a alternativa que apresenta um erro de colocação pronominal:
a) Alguns alunos fizeram a lição, outros se fizeram de desentendidos.
b) Contar-lhe-emos toda a verdade sobre o assunto.
c) Me perdi porque anotei seu endereço de maneira errada!
d) Por favor, peça-lhe que venha ao meu escritório.
e) Nunca se queixou dos problemas, era resignado e otimista.
20. Sobre a colocação pronominal estão corretas as seguintes proposições:
I. Diante de pronomes relativos, que, quem, qual, onde etc., o uso da próclise é
facultativo.
II. Diante das conjunções subordinativas que, como, embora etc., o uso da próclise é
obrigatório.
III. Quando o verbo não inicia a oração e quando o verbo estiver no infinitivo não
flexionado precedido de palavra negativa ou de preposição, pode-se usar,
indiferentemente, próclise ou ênclise.
IV. A mesóclise só é obrigatória quando se combinam dois fatores: verbo no futuro
iniciando a oração e ausência de palavra atrativa exigindo próclise.
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III e IV
d) I e II
e) Todas estão corretas.
Gabarito:
1- B
2- A
3- C
4- A
5- B
6- D
7- B
8- B
9- C
10- C
11- B
12- D
13- A
14- B
15- C
16- E
17- E
18- C
19- C
20- B