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Tete, 2020
CLÁUDIO SILVÉRIO CIPRIANO
Tete, 2020
AGRADECIMENTOS
Aos meus Tios Baltazar Cipriano, Augusto Cipriano e Laura Mtefula por todo o apoio e
pelos conselhos ao longo desses anos.
Aos meus primos e amigos, Luís dos Santos, Kelvin, Sande, Arcenio e outros, Obrigado
pelos inúmeros conselhos, e frases de motivação. As risadas, que vocês compartilharam
comigo nessa etapa tão desafiadora da vida académica
E à Deus, que em sua infinita sabedoria colocou força em meu coração para vencer essa
etapa de minha vida.
I
DEDICATÓRIA
II
DECLARAÇÃO DE HONRA
Assinatura:_______________________________________
III
EPIGRAFE
“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que
o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas Graças a
Deus, não sou o que era antes”.
IV
RESUMO
V
ABSTRACT
Screening is one of the most commonly used classification operations in the mining
industry, through the separation of particles according to their granulometry, which can
be carried out dry or wet. This technique is performed by industrial and laboratory
sieves, seeking a better separation by size, thus adapting the granulometry of a given
product for later operations, or to the industrial specification. Industrial screening is an
essential operation in the Beneficiation of minerals. However, if performed incorrectly,
it can generate losses, seriously compromising the later stages. In view of this scenario,
some sample tests were carried out, and the efficiency calculations, particle residence
time on the screen, water flow, and vibration frequency were also determined, with the
aim of evaluating the efficiency of the sludge sieve in the plant. primary processing of
the Jindal Africa Company located in Chirodzi - Marara. After collecting the samples in
the feed and in the sieve retained, the efficiency of the sieve was calculated using the
retained form and it was found that the sieve has an average efficiency of 75%, and
taking into account the standard efficiency of these sieves. which is 90% we can
conclude that the process is not efficient, therefore three samples tests were carried out
in order to prove the presence of fines in the retained ones and the presence of coarse in
the passers-by, and the other notable factor that was found was the vibration frequency
that is below the recommended standards and this causes some fine particles to be
retained.
VI
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... I
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... II
EPIGRAFE ..................................................................................................................... IV
RESUMO .........................................................................................................................V
ABSTRACT ................................................................................................................... VI
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
2.3. Hidrografia............................................................................................................. 7
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 39
8. ANEXOS ................................................................................................................ 57
LISTA DE FIGURAS
VII
LISTA DE TABELAS
VIII
LISTA DE ABREVIATURAS
% Percentagem
µm Micrómetro
cal/kg Calorias por quilograma
cm Centímetro
DMS Separação por meio denso
EN Estrada nacional
Hab/Km. Habitantes por quilometro quadrado
jd3 Jardas cúbicos
Kg Quilograma
Kg/h Quilograma por hora
Km Quilómetro
Km2 Quilómetros quadrado
l/h Litros por hora
l/s Litros por segundo
Lda. Limitada
m Metro
m3 Metros cúbicos
m3/ h Metros cúbicos por horas
MAE Ministério de Administração Estatal
Mcel Moçambique celular
mm Milímetro
NW – SE Noroeste – sudeste
NW Noroeste
o
C Graus Celsius
rpm Rotações por minuto
S.d Sem data
SW Sudoeste
t/h Toneladas por horas
t/m2/mm Toneladas por metros quadrados por milímetros
t/m3 Toneladas por metros cúbicos
TDM Telecomunicações de Moçambique
IX
1. INTRODUÇÃO
O peneiramento é um dos métodos mais antigos na área de processamento mineral e, até
hoje, é usado com aplicação comprovada numa variedade de indústrias e nas mais
diferentes áreas. Na área mineral, o peneiramento pode ser utilizado na separação por
tamanho, no desaguamento, na deslamagem, na concentração e em muitas outras
combinações dessas aplicações.
No beneficiamento mineral, fazem-se presentes nas variadas etapas do processo, a partir
de etapas de cominuição de uma rocha progenitora, que devido aos diferentes
mecanismos de quebra envolvidos, gerarão como produtos uma infinidade de partículas
com granulações as mais diversas. Na maioria das vezes, o tratamento de sistemas
particulados ocorre com presença de grande quantidade de água.
A presença de água pode ser utilizada devido a variados parâmetros operacionais, como
no caso da moagem que evita sobreaquecimento do equipamento, na classificação em
que é realizada a separação das espécies de acordo com suas granulometria, por meio de
separação hidráulica, no peneiramento, a presença de água auxilia na separação física
entre as partículas (inclusive, ajuda a mitigar o efeito da elevada área específica de
partículas mais finas, que por ventura acabam aderidas em partículas maiores).
Para avaliar o desempenho de operação de um peneiramento usa-se a palavra eficiência.
A eficiência pode ser descrita como a relação entre a quantidade de partículas menores
que a abertura da tela de peneiramento e que passam por ela e a quantidade total destas
partículas presente na alimentação da peneira.
1
1.1.Formulação do problema
O processo de beneficiamento mineral comporta no seu todo operações unitárias ou
estágios em que o minério contendo o mineral de interesse deverá passar para o seu
beneficiamento/concentração, operações estas tais como: cominuição, classificação
granulométrica/por tamanho, concentração e desaguamento.
2
1.2.Justificativa
No mundo da mineração sempre é importante o uso de diversos equipamentos quer seja
de cominuição, Classificação assim como de Concentração. Cada tipo desses
equipamentos tem uma taxa de operação, para tal estabelece se um padrão de eficiência
para cada tipo de equipamento, onde abaixo do estabelecido considera – se não eficiente
e acima do padrão considera – se eficiente.
A relevância deste estudo está relacionada principalmente com o maior conhecimento
das tecnologias de separação do material por tamanho, utilizando a peneira vibratória
para a deslamagem com injecção de água. Sendo que as etapas subsequentes são
directamente influenciadas pelo tamanho.
3
1.3.Objectivos
4
1.4.Hipóteses
Face a questão apresentada no presente trabalho são apresentadas as seguintes possíveis
hipóteses:
5
2. CARACTERÍSTICA FÍSICO – GEOGRÁFICOS DA REGIÃO DE
ESTUDO
2.1.Localização geográfica da região de estudo
A região de estudo localiza-se no novo distrito de Marara que está localizado a sul do
rio Zambeze que dista 110Km da cidade de Tete, confinando a Norte com os distritos de
Cahora Bassa, Chiúta, Moatize e cidade de Tete; a Este com o distrito de Changara e
Mágoè e a Sul com a província de Manica. (Parlamento Moçambicano, lei de entrada
de, mas distritos em algumas províncias no País, 2013).
2.2.Relevo
O relevo da área de estudo está constituído por sedimentos do karroo inferior, os grés,
as areias tilite e cascalho representam os tipos litológicos característicos de planície com
uma altitude de cerca de 250m; como ponto mais alto da área, observa-se a cadeia
montanhosa de Dzimica com uma altitude de 800m, na localidade de Mufa Caconde. O
relevo apresenta constrangimento para a prática de agricultura e a sua susceptibilidade
da erosão dos solos no povoado de Nhantsanga ponte e Cassoca mais concretamente na
região de Nhamachola, é uma outra componente social que causa preocupações, as
autoridades locais que tem estado motivado procurando nelas tentando encontrar
6
soluções concretas, para a estiagem prolongada, fraca retenção de água superficial, na
maioria parte do distrito, este facto representa um constrangimento para a pratica de
agricultura. Neste distrito predomina um relevo variado com cota entre 300 a 1970m de
altitude (MAE, 2005)
2.3.Hidrografia
A área do projecto encontra-se localizada na bacia hidrográfica do rio Zambeze. No
entanto, existem apenas alguns riachos sazonais que atravessam a área do projecto e
drenam para os rios toda a precipitação que é recebida nesta região. Todos os rios e
riachos são sazonais e fluem apenas em resposta directa às estações chuvosas,
permanecendo na maior parte secos para o resto do ano. Assim sendo, o escoamento
superficial da área ocorre apenas durante a estação chuvosa e o padrão de drenagem
geral da área é menorítico.
O rio Nhaconhe e os seus afluentes drenam a parte ocidental e norte da área do projecto
e o rio Nhaconhe flui em direcção ao nordeste, no padrão dendrítico através da planície
inclinada ao encontro do rio Sanangoe (um afluente do rio Zambeze) no exterior da área
do projecto. O rio chirodzi e os seus afluentes drenam a parte sudoeste e norte da área
do projecto, e os afluentes do Mefideze também drenam na parte sul e leste da área do
projecto. (MAE, 2005).
2.4.Clima
O distrito de Marara pertencia antes ao distrito de Changara que é caracterizado pelo
clima tropical seco dividido em duas estações. Uma é seca e a outra é chuvosa que
começa no mês de Dezembro e estende-se até Abril com uma pluviosidade total de
750mm por ano. A maior parte de chuva cai entre Dezembro e Janeiro. A temperatura
durante o tempo seco é variável chegando a atingir 40ºC durante o dia, e 25ºC durante
as noites, a média diária da temperatura do ar na área do projecto é de 26,5º C, com uma
amplitude térmica anual variando entre 12º C e 46º C. As médias anuais máximas e
mínimas são de 32,5º C e 20,5º C respectivamente.
As temperaturas mínimas ocorrem durante as noites de inverno, entre os meses de Maio
e Agosto, período de estiagem acentuada no qual a temperatura média é de 22º C sendo
o mês de Julho o mais frio. As temperaturas máximas registam-se entre os meses de
Novembro e Fevereiro, período em que se registam as chuvas. A temperatura media no
mês mais quente Novembro é de 28º C. (MAE, 2005).
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2.5.Solos
É dominada por solos residuais derivados, na maioria, de rochas metamórficas e
eruptivas do soco Pré-Câmbrico, em particular, do complexo gnaisso-granítico do
Moçambique Belt. São solos de textura variável, profundos e muito profundos. Destas
geoformas do terreno resultam vários agrupamentos de solos destacando-se os
seguintes; solos castanho-acinzentados, castanho-avermelhado de textura média e os
argilosos vermelhos derivados de rochas calcárias de profundidade moderada, e ao
longo das linhas de drenagem, ocorrem solos mais recentes, os aluvionares de textura
média e fina ou simples de textura estratificada (MAE, 2005).
2.6.Vegetação
A vegetação desta zona é do tipo savana, cercada de grandes árvores como, pau-rosa,
pau-preto, chanfuta, ngonzo, embondeiros e arbustos como, Maçaniqueiras, Micaias,
Pau-ferro entre outros. O capim durante o período de verão encontra-se seco quase
amarelado e em pouca quantidade em relação ao tempo chuvoso. A sua qualidade
herbácea fortifica-se excelentemente e é convidativa para fazer qualquer tipo de
pesquisa. (MAE, 2005).
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2.8.Economia e serviços
A população desta região dedica-se ao comércio livre, bancas de vendas de produtos da
primeira necessidade, bebidas alcoólicas e vendas ambulatórias. Alguns deles (homens
tanto como mulheres), estão empregados na empresa e outros dedicam-se na extracção
do ouro aluvionar através do método de garimpagem, extracção de pequena escala de
argilas e fabrico de tijolos.
As principais culturas são o milho, a mapira, feijão jogo, feijão-nhemba e mandioca. A
população local é muito conservadora dos hábitos e costumes dos seus antepassados, a
dança tradicional Mafuwe é muito praticada tanto como ritos de iniciação aos rapazes e
raparigas.
2.9.Geologia da região
A geologia da Província de Tete é dominada estruturalmente pelo Rift do Zambeze, com
uma tendência mais ou menos de W-E a partir da fronteira da Zâmbia com o Zimbabwe,
ao longo de Cahora Bassa, oscilando na orientação SE-SSE através de Tete e na costa.
O vale do rift formado sobre as rochas de base proterozóicas desenvolve-se numa zona
de tectonismo extensionalactivo e de deposição sedimentar.
9
no entanto o carvão ocorre em quase todas as partes dos sedimentos da parte inferior do
super grupo do Karoo e é bem desenvolvido no grupo inferior de ECCA. (MAE, 2005).
2.10. Estratigrafia
A estratigrafia desta região é caracterizada pela existência de rochas pertencente ao
Jurássico enquadrando-se num ambiente geológico essencialmente caracterizado por
formação vulcânica que afectaram o sistema de karroo na presente área, atravessadas
por falhas de gravidade e normal. Estas falhas duma forma comum são interceptadas
pelos furos de sondas e nesses casos afectam as camadas de carvão. A direcção dos
estratos na parte norte e centro da área NW SE e a inclinação de 5 a 7º em direcção
WNW. A rocha dolomítica é a rocha que se encontra mais próxima das zonas de falhas
perto de furos mais não afectou as camadas de carvão. (MAE, (2005).
2.11. Hidrogeologia
A água subterrânea ocorre em condições de nível freático em metamórficos e é
transmitida através de fissuras e juntas, os enquanto arenito é poroso, pouco
consolidado e contém água nas suas aberturas intersticiais, metamórficos são
impermeáveis de natureza e apenas desenvolveram porosidade secundária, enquanto o
arenito apresenta uma porosidade primária. Prevê-se que o lençol freático na zona da
jazida de carvão esteja a uma profundidade de 10 a 12 metros abaixo da superfície da
terra durante o período pré-monção, e de 8 a 10 metros abaixo da superfície da terra
durante o período pós-monção. A profundidade da água na zona na área do projecto
vária de 5 a 30 m abaixo do nível do solo durante o período pré-monção, enquanto no
período pós-monção a sua profundidade vária de 1 a 26 m abaixo do nível do solo. A
flutuação dos níveis de água é, portanto, significativa devido à baixa condutividade
hidráulica nos metamórficos, mas flutuação é ainda mais reduzida nos em arenito
devido ao melhor rendimento específico e a captação da água subterrânea na área do
projecto é limitada devido a existência de apenas alguns poços abertos para fins
potáveis, o movimento das águas subterrâneas é controlado principalmente pela
condutividade hidráulica dos aquíferos e pelo gradiente hidráulico, também o
movimento das águas subterrâneas ocorre principalmente através das fissuras e juntas
dos metamórficos, estratificação e aberturas intersticiais do arenito (MAE, (2005)
10
2.12. Jazigos e ocorrências minerais
O jazigo mais importante da região é o de carvão mineral que se encontra na bacia
carbonífera de Chirodzi, porem este carvão é de qualidade invejável, constitui uma
riqueza excepcional para Moçambique é um caso raro no mundo. O carvão que se
encontra nessa bacia carbonífera é hulha gorda segundo a classificação de Legray e
apresenta os seguintes teores: cinza 14% a 23%, material volátil 16% a 20%, enxofre
0,85% a 95% e o poder calorífico 7264cal/kg. Humidade 2%.
11
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1.Carvão Mineral
O carvão mineral ou simplesmente carvão – é um combustível fóssil sólido formado a
partir da matéria orgânica de vegetais depositados em bacias sedimentares. Por acção de
pressão e temperatura em ambiente sem contacto com o ar, em decorrência de
soterramento e actividade orogénica, os restos vegetais ao longo do tempo geológico se
solidificam, perdem oxigénio e hidrogénio e se enriquecem em carbono, em um
processo denominado carbonificação.
12
3.2.Breve Histórico das Peneiras Vibratórias
Bilhões de toneladas de minério em seu estado natural são extraídos da terra todos os
anos e processados de diversas maneiras para se tornarem úteis à humanidade. É seguro
dizer que a grande maioria desses materiais passa sobre superfícies de peneiramento
(Allis-Chalmers, 1953).
3.3.Peneiramento
De acordo com Chaves (2009), o peneiramento consiste na separação de uma população
de partículas em duas fracções de tamanhos diferentes, mediante a sua apresentação a
um gabarito de abertura fixa predeterminada. Cada partícula tem apenas a possibilidade
de passar ou de ficar retida. Os dois produtos chamam-se oversize, ou retido, e
undersize, ou passante. Os gabaritos podem ser grelhas de barras paralelas, telas de
malhas quadradas, telas de malhas rectangulares, telas de malhas alongadas, telas de
fios paralelos, chapas perfuradas ou placas fundidas.
13
para receber os blocos gerados durante a detonação na mina e evitar que matacões
adentrem o britador primário. Já uma peneira vibratória com a função de desaguamento
pode ser equipada com telas de aberturas próximas a 0,3 mm, actuando mais como um
filtro para permitir a passagem de água (Chaves, 2009).
Dentre os muitos tipos e modelos de peneiras existentes, cada uma delas possui
atributos específicos, que variam de acordo com a etapa no processo de beneficiamento
e sua aplicação. Equipamentos industriais para peneiramento podem ser subdivididos
genericamente em grelhas fixas, grelhas vibratórias inclinadas, peneiras vibratórias
inclinadas, peneiras vibratórias horizontais, peneiras de alta frequência, peneiras
vibratórias para moinho SAG, tromel (peneiras rotativas), entre outras. (Chaves, 2009).
14
Figura 2: Conjunto de peneiras de laboratório
Fonte: Gaudin, 1939
15
Muitas especificações de produtos em mineração são feitas através da percentagem dos
passantes em determinado tamanho, sendo que essa verificação é feita com base nas
peneiras de laboratório com tamanhos padronizados. Peneiras de laboratório são
também utilizadas para determinar a eficiência do peneiramento industrial e analisar o
desempenho de equipamentos, como britadores e moinhos (Chaves, 2009).
16
Figura 3:Grelha fixa da Jindal
Fonte: Autor, 2020
3.3.2.2.Grelhas Vibratórias
As grelhas vibratórias são equipamentos extremamente robustos, pois recebem o
minério ROM, que podem ter matacões da ordem de algumas toneladas. O
comprimento desses equipamentos é encurtado para aumentar a resistência à flexão e
evitar danos prematuros (Chaves, 2009).
Observa-se que embora sejam equipamentos robustos, grelhas vibratórias não são
projectadas para receber alimentação directa via caminhão ou pá carregadora. Elas
devem ser alimentadas de forma controlada, sem que os blocos caiam de grandes alturas
ou assumam grandes velocidades. Isto é obtido preferencialmente com uma britador
primário. O excesso de finos alimentados ao britador causam abrasão, desgaste e
redução de capacidade. Assim, a eficiência não é uma consideração primordial, sendo
que grelhas vibratórias apresentam valores de eficiência entre 60% e 70%. A Figura a
seguir apresenta a imagem de uma grelha vibratória na fase final do processo de
fabricação (Chaves, 2009).
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Figura 4: Grelha vibratória M-4628 de grande porte
Fonte: Metso Minerals, 2005.
3.3.2.3.Peneiras de Escalpe
Peneiras vibratórias de escalpe têm função similar às grelhas vibratórias, ou seja, a
remoção de finos para a etapa posterior do processo. Peneiras de escalpe também não
precisam alcançar eficiências muito elevadas. Valores típicos de eficiência para esse
grupo estão entre 70% e 80% (Metso Minerals, 2005).
18
aplicada em uma mineração, ainda que as capacidades específicas e as eficiências
estipuladas sejam idênticas (Metso Minerals, 2005).
A título de comparação, uma peneira de escalpe com 1,52 m (5’) de largura e 4,27 m
(14’) de comprimento para uma mineração pode ter uma massa total de 4,7 t, enquanto
uma peneira de escalpe em uma pedreira, de mesmas dimensões, pode ter massa total de
3,9 t, ou seja, 17% menor. A Figura abaixo apresenta a imagem de uma peneira
vibratória inclinada (Metso Minerals, 2005).
3.3.2.4.Peneiras de “Classificação”
Embora o termo não seja correto, as assim denominadas pela indústria como peneiras
vibratórias de classificação são muito similares às de escalpe, porém apresentam
estruturas menos reforçadas. Isso se deve ao fato de o tamanho máximo de alimentação
de peneiras de “classificação” ser significativamente menor, da ordem de 150 mm. Em
geral, são divididas em três grupos: peneiras de classificação grosseira, com tamanhos
de partículas que variam entre 50 mm e 200 mm, de classificação média, entre 5 mm e
50 mm, e de classificação fina, para partículas menores que 5 mm (Gallery, 2007).
As peneiras inclinadas operam normalmente com ângulos que variam entre 15º e 35º,
transportando material a uma velocidade de 18 m a 36 m/min. O movimento da
partícula é circular, num plano vertical. A vibração é responsável pelo alçamento das
19
partículas, produzindo a estratificação. O deslocamento das partículas se dá por meio do
impulso transmitido pelo movimento vibratório e pela inclinação (Gallery, 2007).
20
3.3.2.5.Peneiras Modulares (BANANA SCREEN)
As peneiras com perfil banana recebem essa denominação por apresentarem ao longo do
seu comprimento diferentes inclinações. A peneira é subdividida em três partes, sendo
que a primeira, responsável por receber a alimentação, tem a maior inclinação,
geralmente de 25°. A alta inclinação permite que o fluxo de material alcance maior
velocidade e, por consequência, rápida estratificação (Kelly e Spotswood, 1982).
A segunda parte da peneira tem uma inclinação similar à das peneiras inclinadas
convencionais, com 20°, cujo intuito é reduzir a velocidade do material e proporcionar
um tempo adequado para o processo de separação. O último terço da peneira tem a
menor inclinação, 15°, proporcionando uma redução ainda maior da velocidade e
garantindo, assim, mais chances para peneirar o tamanho crítico, também chamado de
nearsize (Kelly e Spotswood, 1982).
A inclinação dos deques para o peneiramento a seco é diferente do processo com sprays
de lavagem. Em via húmida a peneira do tipo banana também começa com 25°, contudo
a inclinação da segunda parte é menor e a descarga tende a 0º. Caso a peneira com
lavagem terminasse em 15º de inclinação, maior quantidade de água seria carreada para
o oversize, arrastando os finos e reduzindo a eficiência do peneiramento (Kelly e
Spotswood, 1982).
Figura 7: Desenho esquemático dos perfis de inclinação de uma peneira modular; b) perfil de
profundidade nas regiões de alimentação e de descarga.
Fonte: Linatex Vibrating Screens, 2011
3.3.2.6.Peneiras Horizontais
Peneiras vibratórias horizontais apresentam como principal característica o deque
horizontal ou em ângulos próximos ao horizontal, tanto positivo como negativo. Na sua
22
grande maioria, possui movimento linear gerado por mecanismo de caixa ou par de
vibradores girando em sentidos opostos. Por contar somente com impulso do
movimento linear, a velocidade de transporte do material sobre a tela é relativamente
baixa, em geral entre 12 m e 18 m/min, o que reduz a capacidade de tais equipamentos
(Keller e Stahl, 1994).
23
aço e a maior durabilidade e flexibilidade do poliuretano, trazendo os benefícios de cada
um deles às aplicações mais difíceis (Cleary, 2003).
3.3.3.1.Telas de Borracha
Telas de borracha estão progressivamente ganhando mais espaços em aplicações na
mineração, pois estão disponíveis em uma variedade muito grande de tamanhos e têm
vida útil consideravelmente maior, quando comparadas a telas convencionais, feitas em
aço. No entanto, as telas de borracha podem apresentar uma redução significativa na
área livre e, por consequência, requerer áreas maiores de peneiramento para obter uma
mesma eficiência na separação, se comparadas às de aço (Cleary, 2003).
Por sua vez, as telas de borracha podem apresentar diferentes áreas livres para uma
mesma abertura, mediante a variação da espessura de borracha entre os furos. A Figura
10 apresenta três tipos de malhas de borracha com áreas livres bastante diferentes entre
si.
A segunda tela mostrada é um modelo que privilegia a vida útil em detrimento da área
livre. É comumente utilizada para aplicações mais severas, com minérios muito
abrasivos, e sua área livre pode ser reduzida para até 30%. O terceiro modelo segue o
caminho oposto, privilegiando a maior área livre (maior capacidade) em detrimento da
vida útil (Cleary, 2003).
24
3.3.3.2.Telas de Poliuretano
Semelhante às telas de borracha, o custo inicial de telas de poliuretano é mais elevado
quando comparado ao aço convencional. No entanto, a gama de produtos não é tão
diversificada quanto as superfícies em aço ou borracha, devido à maior limitação de uso
de telas de poliuretano para partículas muito grosseiras. As telas em poliuretano são
bastante utilizadas tanto em peneiramento a seco como húmido na faixa de aberturas
média a fina, porém é nesse último processo que mostra uma grande vantagem sobre as
telas de borracha pela acção lubrificante em contacto com a água, bem como a
possibilidade de fabricar telas de aberturas muito finas, o que não é possível nas telas de
borracha. Assim, as telas de poliuretano são as mais recomendadas para peneiramento
com lavagem em materiais finos, inclusive desaguamento, em que a demanda seja por
um bom controle de produto. De maneira geral, no Brasil não são usadas telas em
poliuretano em classificação a seco de aberturas médias ou finas, embora em países
como o Chile seja comum tal emprego (Hilden, 2008).
25
Fonte: Hilden, 2008
A vazão de água para a peneira (V) pode ser calculada pela equação mostrada na Tabela
1:
Formula 𝑽 = 𝑲𝒑 × 𝒄
Onde: V – Vazão de Agua m3/h;
Kp – constante de proporcionalidade (1 – 1,5 material limpo, e 1,5
– 3 material com argila);
C – capacidade da peneira.
Fonte: Galery et al, 2007
26
com eficiência razoável de peneiramento. A húmido, o peneiramento industrial
compreende uma granulometria de até 0,4 mm, sendo que recentemente tem sido
possível peneirar partículas mais finas, da ordem de 50 µm (Correia, 2010).
3.3.5.1.Estratificação
Segundo Peralta ( 2008) a estratificação é o processo de segregação de partículas que
resulta do movimento vibratório. As partículas maiores, devido à maior quantidade de
movimento, são lançadas a alturas maiores, posicionando-se em camadas superiores,
enquanto as partículas menores são lançadas a alturas menores e também escoam por
espaços vazios, sendo assim conduzidas a camadas inferiores do deque. O resultado é,
portanto, uma segregação em virtude do tamanho, o que favorece a separação por
tamanho sobre a tela da peneira. Os factores inter-relacionados que afectam a
estratificação são:
De uma maneira geral, quanto mais larga a peneira, maior sua capacidade, e, quando
mais cumprida, maior será sua eficiência, como referência, três minutos de agitação de
um peneiramento em laboratório corresponde ao percurso de uma camada sobre um
deck (superfície) de 60 metros de cumprimento.
27
A segregação e estratificação é um fenómeno que a vibração faz que as partículas
menores se desloquem ate o fundo da peneira e as maiores se elevem até a superfície da
camada.
É difícil antecipar a espessura da camada de peneiramento, mas esta aceitada que sobre
o deck se formam três regiões:
De forma pratica a espessura da camada da alimentação sobre o deck não deve exceder
a 4 vezes a abertura, para o material que tenha uma densidade de 1.600 Kg/m3, ou 2,5 a
3 vezes a abertura para um material de densidade aparente de 800Kg/m3.
Figura 13: Representação de uma peneira vibratória inclinada, com detalhe das três regiões (I, II
e III) e da camada de peneiramento
Fonte: Guilfeng E Xin, 2011
3.3.5.2.Superfície da peneira
A superfície de peneiramento pode aumentar a probabilidade de passagem segundo as
dimensões das partículas, uma superfície rectangular invés da quadrada aumenta a
probabilidade de passagem, ainda mais se as partículas foram na forma de lajes (Peralta
2010).
28
Figura 14: Influência da forma e dimensão ‘d’ das partículas comparadas com o tamanho da
abertura da peneira ‘a’.
Fonte: Peralta, 2010
A maioria das peneiras trabalha efectivamente com ângulos entre 12 e 18°, outras
trabalham com ângulos reduzidos ou ângulos negativos (horizontais) e no caso das
electromagnéticas (alta frequência) com inclinações ate 35°.
29
𝑘
𝑡= 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1.
𝛼
3.3.5.4.Probabilidade de Separação
A probabilidade de separação de uma dada partícula é função da relação entre seu
tamanho e a abertura da tela. Quanto menor for o tamanho da partícula em relação à
abertura da tela, mais facilmente ela passará (Metso Minerals, 2005).
As partículas com tamanho 50% superior à abertura da tela têm importância reduzida
para o resultado do peneiramento, pois seguem facilmente ao oversize. A quantidade
relativa dessas partículas influencia principalmente o desgaste e a energia consumida
pela peneira (Metso Minerals, 2005).
As partículas de tamanho na faixa entre a abertura e 50% superior a esta também ficam
retidas, porém afectam com maior intensidade o desempenho do peneiramento. Essas
partículas precisam fazer várias tentativas para passar pela abertura e, por isso,
aumentam o risco de ficarem presas à tela (Metso Minerals, 2005).
Partículas com tamanho inferior a 50% da abertura não apresentam muita influência no
peneiramento, uma vez que atravessam facilmente as malhas.
Partículas com tamanho muito menor do que 50% da abertura não deveriam influenciar
no peneiramento, porém acabam diminuindo a eficiência em várias aplicações. Quando
o minério está bem seco ou próximo à humidade zero, essas partículas tendem a passar
directo pela abertura. No entanto, quando o minério está húmido, há uma tendência de
30
as partículas superfinas se unirem ou grudarem nas mais grosseiras, ocasionando
ineficiências no peneiramento. É quando se faz necessário o peneiramento em via
húmida, no qual as partículas são lavadas e os finos são forçados a passar por entre as
telas (Metso Minerals, 2005).
31
Taxa de Alimentação – A capacidade do peneiramento é definida como a razão
óptima de alimentação para encontrar as especificações requeridas dos produtos.
Essa taxa, usualmente expressa como fluxo de massa seca (t/h), é um dos
factores mais críticos que afectam o peneiramento. A capacidade da peneira
determinará o número de peneiras requeridas. No caso do peneiramento
industrial, o excesso na alimentação (kg/h) da peneira resultará na direcção
errada das partículas e fluído para o fluxo retido, além da redução da vida útil da
tela (Colman, 1980). Dependendo de outros factores, a taxa óptima de
alimentação pode ser feita até certo ponto sem uma diminuição significativa da
eficiência. A capacidade de uma tela é determinada por meio de ensaios
completos para optimizar todos os factores que afectam a performance do
peneiramento.
Percentagem de Sólidos – Em analogia ao item anterior, partículas da fracção
passante são transportadas pelo fluído (água) através das aberturas da tela. Neste
caso, o volume de água necessário ao peneiramento afectará sua eficiência, que
aumenta quando a percentagem de sólidos na polpa de alimentação diminui
(Colman, 1980). Na prática, utiliza-se um valor da ordem de 20% de sólidos,
independente da densidade dos sólidos. Por exemplo, eficiência elevada poderia
ser obtida nos casos em que a percentagem de sólidos está situada em torno de
45% de sólidos na alimentação. Este é um caso típico de polpa de areia com
densidade 2,6, ou seja, material com baixa quantidade de finos;
A coesão entre as partículas tende a reter fino no material grosso. A coesão
aumenta com a humidade do material; quando a operação é feita com o sólido
seco, este efeito é pouco importante (Colman, 1980);
A aderência das partículas à tela também é uma dificuldade que não pode ser
antecipada teoricamente. Partículas mais finas que a abertura da peneira ficam
retidas porque, à medida que a operação ocorre, as malhas das telas vão ficando
menores, chegando até a entupir. Esta é uma das causas da presença de finos no
material grosso (Colman, 1980).
𝑃
𝐸 = 𝑎𝐴 × 100 Equação 2
Onde:
32
E = é eficiência
P = é o passante em t/h
A = é alimentação em t/h
A frequência de vibração varia normalmente entre 660 rpm a 3400 rpm dependendo do
tamanho da abertura. A maioria dos peneiramentos via seca tem frequência na faixa de
1000 +/- 200 rpm. Frequências mais rápidas são em geral utilizadas em pequenas
aberturas, como as peneiras de alta frequência, que são empregadas exclusivamente em
aplicação com partículas muito finas (Foreman, 1991).
33
3.3.8. Efeito da Umidade
Peneiramento de minérios secos ou com excesso de água (baixa percentagem de
sólidos) é relativamente fácil, contudo baixas humidades, como 2% ou 3%, já podem
causar graves problemas no processo. Em particular, o peneiramento de materiais como
argila, fertilizantes e alguns produtos químicos tem baixíssima tolerância à humidade.
Em geral, quanto menor a abertura de peneiramento, menor é a humidade deletéria à
eficiência de classificação (Faço, 1994).
O desempenho do peneiramento conduzido sob humidade natural pode ser afectado por
duas principais razões. A primeira é o fenómeno de cegamento, causado pelas partículas
húmidas e muito finas que aderem progressivamente aos fios do peneiramento, em
especial nos cantos, até que no limite tapam completamente a abertura, impedindo a
passagem do minério. A segunda razão é o efeito da cobertura de partículas aderidas
umas às outras, causando um efeito de cimentação (Faço, 1994).
Quando ocorre cegamento de telas com humidades relativamente mais baixas, uma
alternativa é usar aquecedores eléctricos nas telas das peneiras. Contudo, esse método
pode dobrar o preço de aquisição da peneira. O uso de aquecedores também não tem se
mostrado eficaz para o peneiramento de minérios difíceis e se encontra em desuso
(Faço, 1994).
A técnica mais utilizada até recentemente para minérios mais problemáticos era o
peneiramento em via húmida (com sprays de lavagem). O fluxo de água pressurizada
faz com que as partículas finas, que ficaram aderidas à tela ou às partículas mais
grosseiras, se soltem e sejam encaminhadas ao undersize (Faço, 1994).
34
última com humidades entre 15% e 25%. A zona de peneiramento impossível é
denominada de humidade crítica.
35
ressaltar que existe uma relação entre o tamanho máximo de partícula que pode passar
numa determinada abertura e as dimensões do fragmento passante (Gupta e Yan, 2006).
Para uma grelha, onde se tem apenas o afastamento livre entre as barras, este determina
o tamanho máximo da menor dimensão da partícula que atravessa as barras paralelas.
Para aberturas quadradas ou rectangulares é definida a largura máxima. O fato de ser
quadrada ou rectangular tem pouca influência, visto que a malha rectangular é colocada
apenas para compensar a perda de área real de passagem pela inclinação dos
equipamentos de peneiramento, embora também algumas vezes seja para atender à
forma lamelar do material (Gupta e Yan, 2006).
As dimensões máximas mencionadas anteriormente não são as reais, pois uma partícula
de tamanho “a” pode não passar através de uma abertura “a”. Assim, em uma abertura
“a” só irão passar partículas Ka, sendo K um factor de redução(14). Para 0<K< 0,5 as
partículas passam livremente; 0,5<K<0,85 as partículas passam com dificuldade, sendo
esta a fracção crítica de separação; 0,85<K<1,00 o material praticamente não passa pela
abertura.
Os dados necessários para selecção e dimensionamento de equipamentos são:
a) Características do material a ser peneirado, tais como:
Densidade e humidade; forma das partículas; tamanho máximo da alimentação;
presença de materiais argilosos; distribuição granulométrica; densidade e
humidade; temperatura, entre outros
b) Capacidade;
c) Faixas de separação do produto;
d) Eficiência desejada;
e) Tipo de serviço; Lavagem classificação final, classificação intermediária, etc.
f) Limitação ou não de espaço e peso;
g) Grau de conhecimento do material e do produto desejado.
A selecção das peneiras deve ser feita em função das características do material e
do tipo de serviço a que ela irá se prestar (Gupta e Yan, 2006).
Dimensionar os equipamentos significa calcular as dimensões das suas superfícies em
função da capacidade requerida, ou seja, da quantidade de material com características e
condições determinadas que deve passar pelo equipamento por um tempo determinado
(hora). No caso das peneiras, duas condições independentes devem ser atendidas; área
da tela e espessura do leito (Gupta e Yan, 2006).
36
3.4.1. Balanço de Massas
Um dos princípios fundamentais da engenharia é o balanço de massas ou balanço
material, e baseia-se no princípio de conservação de massa.
Lei de Lavoisier
Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) propôs a chamada Lei de Lavoisier, que diz
que: “A massa não pode ser criada nem destruída, porém, pode ser transformada”
3.4.1.1.Tipos De Balanço
Dois tipos de balanços de materiais podem ser descritos:
Balanço integral e
Balanço diferencial.
3.4.1.2.Balanço diferencial
Indica o que está acontecendo em um sistema em um determinado instante de tempo.
Cada termo da equação do balanço é uma taxa, e tem as unidades da quantidade
dividida por uma unidade de tempo.
Exemplos: kg/h, t/h, m3/h, L/h, etc.
Este é o tipo de balanço que mais nos interessa no processamento mineral pois os
equipamentos usados são de operação contínua. dividida por uma unidade de tempo.
37
Equação para o cálculo das massas na peneira
𝐴 = 𝑃+ 𝑅 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5.
Onde: A: Alimentação t/h
P: passantes (undersize) na peneira ou crivo em t/h
R: retidos (oversize) na peneira ou crivo em t/h
38
4. METODOLOGIA
Todos os testes e ensaios necessários para a realização desta monografia foram
executados nos laboratórios da empresa Jindal Africa em Chirodzi –Tete. Para a
execução do presente Trabalho, foram utilizados vários Materiais e Métodos, de forma a
tornar fácil o Trabalho.
4.1.Material e Métodos
A metodologia utilizada neste trabalho incluiu as seguintes etapas:
Analise do
material da
alimentação
Coleta de
amostra na Secagem, Analise do
peneira Homogeneização, material
Analise
primária quartejamento e Passante
granulométrica
(alimentação, pesagem das
retido, e amostras.
passante)
Planta primaria Analise do
material
Retido
Laboratorio Jindal
39
3ª Etapa: Análise dos dados
Para essa fase foram analisados dados reais obtidos na sala de controlo da empresa, e
também foram realizados 3 ensaios de peneiramento no laboratório da Jindal com as
amostras colectadas (alimentação, passante e retido), as amostras da alimentação e do
retido passaram pela secagem natural e a amostra passante que contem grande
quantidade de agua foi submetida ao forno (Dry Oven) para retirada de humidade. E
depois todo o material passou pelo processo de quartejamento e pesagem ate obter – se
a amostra representativa, Após passar por essas etapas o material foi submetido ao
processo de Analise Granulométrica (peneiramento). Para todas as amostra foram
usadas peneiras de Série Tyler com Aberturas de 22.791, 13.395, 9.472, 6.698, 4.736,
2.368, 1.184, 0,8, e 0.592 mm; Também foram realizadas comparações entre as
informações colhidas na pesquisa bibliográfica e as informações encontradas da área em
estudo.
40
5. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
41
Figura 19: Peneira de deslamagem da Jindal.
Fonte: Autor, 2020
Modelo SB1-30-88
Referencia numero J 5733 CS
Projecto C8161/02/003
Tag numero 210-SR-055
Peso com excitadores 13645 KG
Peso sem excitadores 11566 KG
Data do fabrico 31/05/2012
Numero de motores 1
Frequência de Vibração 1700 rpm
Inclinações da peneira 30o/15o/5o
Outros dados
Largura da Comprimento Largura Comprimento Altura Massa kW
plataforma da plataforma total total (mm) Geral (kg)
(mm) (mm) (mm) (mm)
42
5.2. Análise e discussão de resultados
A peneira primaria de deslamagem encontra-se na planta primaria de separação por
meio denso, e tem uma capacidade de peneirar 400 t/h, o material passante entra no
tanque primário dos finos e alimenta o circuito de beneficiamento dos finos (Espirais) e
o retido é direccionado ao tanque de mistura onde se mistura com a magnetite e
alimenta o ciclone primário.
A tabela 3 foi obtida a partir dos dados recolhidos na sala de controlo (control room) da
Empresa, numa entrevista com os operadores e também foram extraídas outras
informações nas Balanças das bandas transportadoras que transportam o material para a
planta primaria da empresa.
Total Media
Fonte: Autor, 2020
43
Depois de obter – se esses três dados (alimentação, retido e passante) usou-se as
seguintes formulas de balanço de massa para achar as percentagens dos retidos e
passantes para a construção do gráfico 1:
𝑃(𝑡⁄ℎ) 𝑅(𝑡⁄ℎ)
𝑃(%) = 𝐴(𝑡⁄ℎ) × 100 e 𝑅(%) = 𝐴(𝑡⁄ℎ) × 100 𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 9 𝑒 10
100.0
(%) Percentagens
80.0 37.14 33.33 43.21 32.40 30.53 35.91 33.73 33.67 38.39 36.48
60.0 Passantes
40.0 Retidos
62.86 66.67 56.79 67.6 69.47 64.09 66.27 66.33 61.61 63.52
20.0
0.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Numero de Amostras
Segundo o gráfico, o material retido varia de 56,79% a 69.09%, analisando esses dados
verifica – se uma grande diferença quanto aos valores previstos pela empresa que
seriam de: (85% retido e 15% passante) tendo em conta que o material que alimenta a
peneira é proveniente da britagem primaria com granulometria abaixo de 150mm, passa
por peneiramento a seco com abertura das malhas de 50mm, o passante é direccionado
ao silo onde alimenta a peneira de deslamagem primaria, o retido passa pela moagem
primária e retorna ao processo.
44
5.2.1. Cálculo da eficiência no peneiramento
Para o cálculo da eficiência a seguir os dados usados foram os retidos tendo em conta
que para este processo de deslamagem o retido é considerado o nosso concentrado. Com
os dados da tabela 3 efectuou – se o cálculo da primeira amostra usando a formula da
eficiência dos retidos e também usando o retido teórico de 85%.
A1nalisando a eficiência dos retidos na tabela 6 verifica – se que as 9 amostras não estão
no padrão da eficiência teórica mínima que é de 80%, apenas uma amostra que se
encontra dentro deste padrão, e nenhuma amostra atingiu a eficiência teórica
recomendada de 90% ou máxima de 95% como mostra o gráfico abaixo.
45
Gráfico 2: Representação gráfica da eficiência dos retidos
GRÁFICO DE EFICIÊNCIA
100.00
90.00
% Eficiencia dos retidos
50.00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
numero de amostras
No gráfico 2 nota – se que a eficiência media da peneira ronda nos 75%, e tendo em
conta que apenas uma amostra atingiu o padrão mínimo de eficiência, fez – se alguns
estudos e análise de modo a propor melhorias para a empresa.
46
Tabela 6: Análise da amostra na alimentação.
A tabela acima demostrou que as peneiras com aberturas maiores reterão um total de
2047.8g do material grosso, que representa 81.91% do processo. oque significa que
452.29g cerca de 18.09% é o material passante que contamina o retido.
47
A tabela 8 ilustra os resultados do ensaio da amostra passante (oversize), que é o
material que alimenta os espirais primários, e sua composição basicamente é composta
por material de baixa granulometria.
Para essa análise o material passante na abertura de 0,8mm é de 2042g que corresponde
a 81,69%, e o material retido é de 457,91g que correspondem a 18,31%, essa ultima
percentagem representa o material grosso que devia ser retido no processo de
peneiramento.
48
ANALISE GRANULOMETRICA
120
100
% passante acumulada
80
60 ALIMENTAÇÃO
RETIDOS
40 PASSANTES
20
0
0.5 1 2 4 8 16 32
Abertura (mm)
Figura 20: Análise granulométrica dos ensaios realizados
49
Assim sendo há uma grande necessidade de se realizar uma manutenção do
equipamento de modo a aumentar a eficiência do mesmo.
Para que se tenha um tempo óptimo em que as partículas permanecerão sobre a tela da
peneira afim de atingir uma boa eficiência no processo de peneiramento, calculou – se o
tempo de permanência das partículas sobre a tela, e estabeleceu-se uma expressão de
proporcionalidade inversa, tomando como base os dados dos ângulos de inclinação da
peneira (α) acima, e adoptando uma constante de proporcionalidade (k) que é igual a
200 teremos:.
50
Depois de calcular os tempos 1, 2 e 3, pode se afirmar que o tempo total de permanência
das partículas sobre a tela é de 60 segundos.
5.2.2.2.Frequência de vibração
A vibração e um factor muito importante para a eficiência das peneiras, e é também
muito importante para o processo de deslamagem ser bem sucedido, pois a vibração
proporciona a estratificação do sistema. Com isso haverá passagem de partículas mais
finas através de espaços entre partículas grossas.
51
ultrafinos, e para que o processo seja eficiênte é necessário operar o equipamento com a
vazão de agua padronizada.
Quanto a frequência de vibração: a peneira opera com uma frequência de 1700 rpm,
abaixo dos parâmetros de 1759.03 rpm e isso faz com que o processo de estratificação
seja deficiente, e consequentemente alguns finos acabem por não passar nas malhas da
peneira e acabem por contaminar o material retido.
Também a empresa opera com uma vazão de água não padronizada, e por forma a
padronizar essa vazão o autor construiu a seguinte tabela:
52
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1.Conclusão
Depois de várias análises dos dados obtidos na empresa constatou – se que a peneira
tem uma media de 75% de eficiência, e tendo em conta a eficiência padrão destas
peneiras que é 90% podemos concluir que o processo não é eficiente.
E para se provar que existem algumas irregularidades na peneira foram efectuadas três
análises, a primeira analise foi com a amostra da alimentação, a segunda foi com a
amostra do material retido, e a ultima análise foi com a amostra do material passante. E
foi possível provar segundo as amostras que o material que alimenta a peneira é
composta por 72,60% de material grosso e 27,40% de finos, quanto a analise de
material retido no processo é composto por 81,91% de material realmente grosso e
18,09% faz parte dos finos que deveriam passar pelas telas, e o material passante é
composto por 81,69% de material fino e os 18,31% são grossos que deviam ser retidos
pela peneira. Depois destas análises concluiu – se que a peneira opera com telas
apresentado defeitos, e para que a peneira aumente a sua eficiência é necessário trocar
todas as telas com defeitos.
Também foram realizados alguns cálculos com intuito de propor alguns parâmetros
operacionais para o peneiramento e verificou – se que:
O tempo de permanência foi de 60 segundos, esse tempo é considerado óptimo para as
peneiras modulares, isso por estas apresentam vários declives ao longo do deck com
ângulos de inclinação 30º na parte inicial, 15º na parte central e chega na parte final
com 5º e com isso a velocidade das partículas diminui conforme vai diminuindo o
ângulo.
Frequência de vibração que a empresa utiliza é de 1700 rpm, abaixo dos parâmetros
recomendados de 1759.03 rpm e isso justifica o porquê que há partículas finas afectando
o material retido, e para que o processo de estratificação ocorra com sucesso há uma
necessidade de aumentar a frequência de vibração.
A empresa também opera com uma vazão de água variando de 298,8m3/h a 342m3/h
sem ter em conta a quantidade do material que alimenta a peneira, para optimizar esse
processo recomenda – se que ao diminuir a alimentação em qualquer outra percentagem
também diminua – se a vazão de água para a mesma percentagem para que o processo
seja eficiente.
53
6.2.Recomendações
Existem muitos aspectos a serem melhorados para a maximização da produção, para
a segurança dos trabalhadores e para a conservação do meio ambiente, mas
concentrando – se apenas na segurança dos trabalhadores e no tema em questão tenho as
seguintes recomendações:
54
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
55
14) GUILFENG, W. and XIN, T. Screening efficiency and screen length of a
linear vibrating screen using DEM 3D simulation. Mining Science and
Technology (China), 2011, p. 451-455.
15) GUPTA, A. and YAN, D.Y. Mineral Processing Design and Operation: An
Introduction. Amsterdam: Elsevier, 2006. 693 p.
16) HILDEN, M. M. A dimensional analysis approach to the scale-up and
modelling of industrial screens. JKMRC, jan. 2008.
17) JINDAL Steel África chirodzi & Power Limited Lda, Historial da Jindal,
Chirodzi, 2016.
18) KELLER, K. and STAHL, W. Vibration dewatering. Chemical Engineering
and Processing. v. 33, 1994, p. 331-336.
19) KELLY, E.G. e SPOTSWOOD, D.J. Introduction to Mineral Processing. New
York, Wiley, 1982
20) MAE. Perfil do Distrito de Marara. Província de Tete. Ministério da
Administração Estatal. Série Perfis Distritais. Maputo, Moçambique, 2005.
21) MELLOR. S. H. An introduction to crushing and screening. Nottingham: The
Institute of Quarrying, 1990.
22) METSO. Manual de britagem. 6ta edição. Metso-Minerals. SP. 14 Cap. 2005
23) METSO-MINERALS. Basics in minerals processing. USA, 2002.
24) PERALTA, M.(S.d), Peneiramento = Screening = Cribado(tamizado),
encontrado em
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAop0AD/peneiramento-industrial
apuntesaula-parte-2.
25) SAMPAIO, J.A., SILVA, F.A.N.G. Análise granulométrica por peneiramento.
In: SAMPAIO, J.A., FRANÇA, S.C.A., BRAGA, P.F.A. (Eds.) Tratamento de
minérios: Práticas laboratoriais. Rio de Janeiro: CETEM, 2007, p. 55-74.
26) VALADÃO, G. E.S.; ARAÚJO, A. C. Introdução ao Tratamento de
Minérios. 1ª ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2007.
Paginas Web:
56
8. ANEXOS
Anexo 1: Peneiras para Analise das Amostras – Anexo 2: Secagem das Amostra
Anexo 3: Quartejador usado na Empresa – Anexo 4: Sprays lançando agua suja na Peneira
57
Anexo 5: Fluxograma da planta de beneficiamento da Jindal Africa
58