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Edvard Munch

“O Grito”
Prof. Michele Wilbert
Especialista em Arte-Educação
Especialista em Informática Educativa
2020
Autor: Edvard Munch

Data: 1893

Técnica: óleo sobre tela, têmpera e giz


pastel sobre cartão.

Medidas: 91 x 73,5 cm

Onde: Galeria Nacional de Oslo, Noruega.


O Grito é uma série de quatro pinturas do norueguês
Edvard Munch, 1893. A obra representa uma figura
andrógina num momento de profunda angústia e
desespero existencial. O plano de fundo é a doca de
Oslofjord (em Oslo, Noruega) ao pôr-do-Sol.

O Grito é considerado uma das obras mais importantes


do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de
ícone cultural, como a Mona Lisa de Leonardo da Vinci.
Pintada pela primeira vez em 1893, a tela foi ganhando
três novas versões com o passar do tempo.

Historicamente a obra de Munch é classificada como


iniciadora do expressionismo (um importante movimento
modernista da primeira parte do século XX). As suas telas
são densas e abordam temas difíceis como a solidão, a
melancolia, a ansiedade e o medo.
QUEM FOI EDVARD MUNCH
• Apesar de nascido em Løten, um pequeno vilarejo
localizado ao norte de Oslo (Noruega), em 1863, Edvard
Munch mudou-se com a família ainda pequeno para
Kristiania.
• Munch ficou órfão de mãe muito jovem, a senhora faleceu
com tuberculose quando o garoto tinha apenas cinco anos.
A sua irmã Sophie morreu da mesma doença quando tinha
14 anos. O pintor veio a ser criado pelo pai, que sofria com
uma doença mental.
• Foi em Kristiania que Edvard resolveu se tornar um artista e
mergulhou de vez no universo da educação artística.
• Vale lembrar que a família de Munch já possuía parentes
próximos famosos no mundo das artes como o pintor Jacob
Munch e o historiador Peter Munch.
• Já na década de 1880, o jovem artista Munch resolveu
explorar nas suas telas as suas próprias vivências
emocionais deixando de lado a experiência naturalista que
então vigorava e pregava interpretações objetivas do
observável.
• O que Munch fez foi adiantar aquele que seria o caminho da
arte ao ir em direção à subjetividade e a introspecção
abordando temas duros como a ansiedade, a melancolia, o
medo e a morte.
• Em 1889, Munch deixou Kristiania. O artista viveu em
Paris e Berlim, onde desenvolveu a sua arte tendo se
tornando um dos grandes expoentes do expressionismo
alemão. Apenas em 1909 o artista resolveu regressar
para a sua terra natal onde permaneceu até a sua
morte em 1944.
• Apesar de ter ficado conhecido pela pintura, Munch
também trabalhou com fotografia, cinema e novas
mídias.
• Após a sua morte, as obras não foram herdadas pela
família, mas foram doadas ao governo norueguês para que
fossem expostas em museus e em vários edifícios públicos
na Noruega. Um total de 15.400 impressões, 4.500
desenhos, aquarelas, seis esculturas além de objetos
pessoais como livros e cadernos de anotações foram
doados.
• Como forma de retribuição e com desejo de manter as
obras do grande artista reunidas, o governo norueguês
ergueu o Museu de Arte Munch, em Oslo, sob a concepção
dos arquitetos Gunnar Fougner e Einar Myklebust.
• O museu foi inaugurado em 1963, vinte e três anos
após a morte de Edvard, e precisou passar por reformas
após o roubo das telas O grito e Madonna, em 2004.
SIGNIFICADO DO O GRITO DE EDVARD MUNCH

• O quadro O Grito é uma obra de arte expressionista


que simboliza o sentimento de angústia do ser
humano.
• Esta é uma das pinturas mais populares de todos os
tempos e é uma obra que revela várias características
de Munch: a força expressiva das linhas, redução das
formas e o valor simbólico da cor.
• Também eram transmitidas nas suas pinturas várias
emoções humanas, visíveis na expressividade forte dos
rostos representados.
• As emoções e conflitos psicológicos eram
frequentemente abordados pelo artista, e por isso ele
foi considerado um precursor do Expressionismo
alemão.
• As primeiras obras do artista norueguês foram
baseadas no trabalho de Vincent Van Gogh e Paul
Gauguin.
• Edvard Munch pintou quatro versões de O grito.
Atualmente, três estão em museus e uma está na posse de
um empresário estadunidense, que comprou o quadro por
119 milhões de dólares, um recorde na venda de obras de
arte.
• A primeira versão foi criada em 1893 e pintada a óleo sobre
tela e as outras três versões foram criadas com outras
técnicas até 1910.
• O Grito inspirou outras formas de arte, como a saga de
filmes O Grito, onde serial killers usam máscaras baseadas
na expressão da personagem principal do quadro.
• A icônica obra O Grito exibe uma figura humana que olha
aterrorizada para o espectador. O cenário é uma ponte e há
também duas pessoas que caminham sem notar o
desespero da personagem principal.
• Tal personagem é exibida em traços sinuosos e sombrios.
Não possui feições masculinas nem femininas, podendo
representar qualquer ser humano, tal qual uma figura
andrógena.
• Especula-se que essa obra seja um autorretrato do artista, o
qual teve uma vida emocional bastante atordoada.
• Em 1892, Munch registrou em seu diário o que viria a ser o
impulso para a produção de sua mais célebre obra.

“Caminhava com dois amigos pelo passeio, o sol se punha, o


céu se tornou repentinamente vermelho, eu me detive;
cansado, apoiei-me na grade - sobre a cidade e o braço de
mar azul-escuro via apenas sangue e línguas de fogo - meus
amigos continuaram a andar e eu permanecia preso no
mesmo lugar, tremendo de medo - e sentia que uma gritaria
infinda penetrava toda a natureza.”
• Nessa tela, Munch nos apresenta um ser envolto em
medo e angústia. Os traços empregados pelo artista são
ondulados e imprecisos.
• A figura quase se funde à paisagem, integrando-se à
natureza, ao passo que distancia-se dos vultos
longilíneos que aparecem ao fundo.
• As cores escolhidas são vibrantes, entretanto, a
sensação que fica é de extrema tristeza.
ANÁLISE DO QUADRO O GRITO DE EDVARD MUNCH

• Nesta pintura, é possível ver três pessoas: uma em


destaque com uma expressão de angústia e duas mais
longe, no fundo de uma ponte. É possível ver o céu
pintado com cores quentes e um lago.
• Esta obra de arte revela alguém em desespero e se
enquadra com o sentimento do artista, que durante a
sua vida enfrentou vários problemas psicológicos e
vários conflitos familiares.
• As formas distorcidas e a expressão do personagem revelam
a dor e as dificuldades que a vida pode apresentar,
resultando no grito, uma forma de expressão desse
sentimento.
• Uma entrada no diário de Munch, com a data de 22 de
Janeiro de 1892, conta o episódio em que o artista estava
passeando em Oslo perto de um fiorde com dois amigos e
ao passar por uma ponte, sentiu um misto de melancolia e
ansiedade.
• O artista teve uma crise nervosa em 1908, quando morava
em Berlim e, por isso, decidiu voltar para a Noruega, onde
viveu os últimos 20 anos da sua vida em solidão.
AS QUATRO VERSÕES DE “O GRITO”
1. Versão de 1893
• A primeira versão da obra-prima de
Munch foi pintada no ano de 1893 e
atualmente pertence ao acervo da
Galeria Nacional de Oslo. A primeira
versão foi realizada em óleo e pastel
sobre cartão e é provavelmente a versão
mais conhecida da tela.
• Uma curiosidade: há um esboço na
parte de trás do papelão. Especula-se
que Munch estivesse com uma crise
psicótica quando criou esse trabalho,
embora os historiadores discordem
sobre se um espectador ou ele mesmo
arranhou o pequeno grafite no céu da
obra.
2. Segunda versão, também de 1893
• No mesmo ano Munch fez uma versão
da imagem com lápis de cor. A obra
encontra-se igualmente na Galeria
Nacional de Oslo.
• Este trabalho também é debatido
como outra possível primeira versão
de O Grito. Alguns historiadores da
arte consideram este trabalho menos
acabado que os outros e observam
que as cores são mais desbotadas. Por
outro lado, a peça nunca foi
maltratada por ladrões, uma marca a
seu favor.
3. Terceira versão, 1895
• A terceira versão, feita dois anos
mais tarde, foi uma experiência
realizada em pastel sobre cartão e
possui cores mais vivas: o céu
derrete em tons de laranja, azul e
amarelo, a alma retorcida ostenta
uma narina azul e uma marrom.
• Atualmente a obra pertence a um
colecionador particular que
arrematou o trabalho em um leilão
em maio de 2002. O Grito, versão
de 1895, foi vendida por 119,9
milhões de dólares.
4. Quarta versão, 1910
• Alguns historiadores da arte acreditam
que Munch tenha criado esta peça como
uma réplica depois de vender a pintura de
1893. Especialistas dizem que a forma
fantasmagórica em primeiro plano parece
mais assustadora nessa do que nas
primeiras versões porque apresenta
globos oculares em suas enormes órbitas
sem a exata marcação dos olhos.
• A versão acima, produzida em têmpera
sobre cartão, teve um destino trágico após
ter sido furtada da Galeria Nacional de
Oslo em 2004. Apesar de ter sido
recuperada dois anos mais tarde, a tela
apresentava danos irreparáveis causados
por água em um canto inferior.
O GRITO NA CULTURA POPULAR

• Em 1961, a revista Time colocou O Grito em destaque,


como capa da sua edição dedicada aos complexos de
culpa e ansiedade.
• Nos anos 80, Andy Warhol realizou uma série de
trabalhos dedicados à obra de Munch que incluiu uma
reinterpretação de O Grito.
• Ghostface, o assassino psicopata da série de filmes
Scream (Pânico, em português), esconde a sua
identidade sob uma máscara inspirada n’O Grito. A
mesma máscara aparece no filme Scary Movie, sátira
de Scream.
• No filme Looney Tunes de Volta a Acão, Pernalonga e
Patolino entram no quadro e esbarram no homem, que
começa a gritar. Em seguida Pernalonga pisa no pé de
Hortelino, que grita fazendo uma expressão igual à do
quadro.
• O quadro apareceu duas vezes na série Os Simpsons. A
primeira aparição foi na abertura do episódio Treehouse of
Horror IV (Casa da árvore dos horrores, parte IV, em
português), exibido nos Estados Unidos em 1993. A segunda
vez ocorreu no episódio See Homer Run, de 2005, na qual o
roubo das duas versões da pintura foi satirizado.
• O quadro também pode ser visto na série Os Feiticeiros de
Waverly Place do Disney Channel, quando a personagem
Alex Russo (Selena Gomez) transforma todos os quadros do
museu em personagens reais para ajudá-la á responder as
questões de um teste. Também podem ser vistos outros
quadros famosos no episódio como Monalisa de Da Vinci.
• Na capa do mangá Fragmentos do Horror (Ma no
Kakera) escrito e ilustrado por Junji Ito, o personagem
Tomio é a representação do homem gritando no
quadro original. A história onde o mesmo grita aparece
no capítulo 03.
• No capítulo 714 do anime e no episódio 644 do mangá
de One Piece, o personagem Brook é transformado em
uma caricatura do quadro.

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