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Patricia Rodrigues
Arci Dirceu Wastowski
Alexandre Couto Rodrigues
(Organizadores)
ENGENHARIAS NA
EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
Santa Maria
FACOS - UFSM
2015
O trabalho Engenharias na extensão universitária de Mariza Camargo [et al.] está
licenciado com uma Licença Creative Commons
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
CDU 628
504
ISBN 978-85-8384-009-1
FACOS - UFSM
Cidade Universitária - Prédio 21
Camobi, Santa Maria - RS - Brasil
Fone/Fax: 55 3220 8491
CEP 97 105-900
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 07
Genesio Mario da Rosa1, Cibele Zeni2, Ariana de Borba Taffarel3, Mariel Buzatto Quevedo4, Mateus
Mann Wastowski5, Arci Dirceu Wastowski6, Márcia Gabriel7, Leandra Calazans Mann8,
Júlia Caetano Manfio9, Juliano Cesar da Silva10
1. INTRODUÇÃO
1 Prof. Dr. em Engenharia Agrícola, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen.
E-mail: genesio@ct.ufsm.br
2 Aluna de Graduação do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
Campus de Frederico Westphalen
3 Aluna do Ensino Médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
4 Aluno do Ensino Médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
5 Aluno do Ensino Médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
6 Prof. Dr. em Química Industrial, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen
7 Graduada em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen
8 Professora da Escola Estadual Técnica José Cañellas
9 Aluna de Graduação do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
Campus de Frederico Westphalen
10 Aluno de Graduação do curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico
Westphalen
DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DE NITROGÊNIO LIXIVIADO NO SOLO, PELO
USO DE DIFERENTES FONTES DE NITROGÊNIO EM
LISÍMETROS DE DRENAGEM
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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oxigênio, essas ligações formam um ângulo de 105°, criando um dipolo (Figura
1). Essa característica permite a água ser considerada como solvente universal,
por ligar-se a partículas positivas e negativas (RIGHES, 2000) e, assim, dissolve
um maior número de moléculas do que qualquer outro solvente.
Segundo Taiz & Zeiger (2009), isto se deve em parte ao pequeno tamanho de
suas moléculas e em parte à sua natureza polar, a qual a torna particularmente
um bom solvente para substâncias ionizáveis. As moléculas de água orientam-
-se em torno dos íons e solutos polares em solução e protegem, efetivamente,
suas cargas elétricas. Esta “proteção” decresce as interações eletrostáticas en-
tre as substâncias carregadas e aumenta, assim, sua solubilidade. Além disso,
os pólos das moléculas de água podem orientar-se próximos a grupos de ma-
cromoléculas carregados ou parcialmente carregados, formando as chamadas
películas de hidratação. As pontes de hidrogênio entre as macromoléculas e a
água reduzem as interações entre as macromoléculas, colocando-as em solução
(RIGHES, 2000).
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Desde o início da civilização humana, o homem busca estabelecer-se em lo-
cais abundantes em água, elemento indispensável à vida humana e para o culti-
vo do solo. No entanto a antropização, pelo uso exaustivo do solo, não raras ás
vezes, provoca seu empobrecimento e, por conseguinte, a necessidade da busca
de novas áreas e com isso, chega-se a extrema diminuição das áreas de matas
nativas, com consequência evidente nos fluxos de movimentação de água na at-
mosfera. Uma dessas consequências é a modificação na recarga nos mananciais
que, em razão da pouca cobertura vegetal do solo, causa a elevação rápida dos
volumes de água nos rios e lagos pelo rápido escoamento superficial da água
precipitada e pela pouca capacidade de infiltração da água no solo, causado pelo
aumento na densidade do solo, quando comparado às áreas de mata.
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pode vir a prejudicar a cultura a ser implantada, bem como contaminar o solo e
a água. Além disto, é importante atentar aos fatores biológicos que possam vir
a interferir na composição do dejeto, bem como as transformações que possam
vir a sofrer na esterqueira e com o contato com o solo.
As características químicas dos dejetos suínos, de acordo com Scherer (2001),
apresentam alto potencial de uso como fertilizantes, sendo possível através de
seu uso substituir total ou parcialmente a recomendação indicada como aduba-
ção química, obtendo-se também dessa forma a redução de custos da adubação
das culturas.
Aplicação criteriosa de dejetos, segundo Zamparetti e Gaya (2004), exige
atenção a alguns fatores como o tipo de solo, por exemplo, sendo que se o mes-
mo for muito raso ou pedregoso, a aplicação excessiva de dejetos pode vir a con-
taminar os corpos hídricos, assim como, o revolvimento do solo adubado deve
ser evitado a fim de que não ocorram perdas de nutrientes e erosão.
Para Silva & Araujo (2003) a prática de adubação orgânica é capaz de pro-
porcionar melhorias das propriedades físico-químicas e biológicas do solo, as-
sim, aumentando também, a produtividade e fertilidade. Porém, ao aplicar os
resíduos orgânicos diretamente no solo podem ocorrer danos às culturas tendo
em vista a rápida decomposição microbiana da matéria orgânica que aumenta a
temperatura e libera produtos que podem, em excesso, ser tóxicos.
As transformações dos compostos nitrogenados, sendo este de fonte orgâ-
nicas ou minerais, no ciclo do nitrogênio, resultantes do metabolismo microbia-
no que ocorrem em processos de nitrificação, desnitrificação, fixação, oxidação
aneróbica do amônio (via nitrito) e redução do nitrato são apresentados na fi-
gura 3. Nesta pode-se concluir que o nitrato pode movimenta-se através da água
lixiviada no solo, ou seja, acompanhar os movimentos descendentes da água
durante as precipitações pluviais. Por ser esse um ânion não é retido no solo
devido à predominância de cargas negativas, por isso, apresenta grande poten-
cial de lixiviação, que em quantidades elevadas pode causar sérios problemas de
poluição das águas subterrâneas.
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Recomenda-se que as condições físicas do solo sejam aproximadas as do solo
externo, além de que o lençol freático no interior do mesmo seja controlado a
fim de que a umidade não venha a tornar as condições de dentro do lisímetros
diferente do solo externo, bem como a cultura conduzida nos lisímetros deve
ser a mesma que no ambiente externo a ele, evitando-se assim o efeito de Oasis.
Segundo Bernardo et al. (2006), os lisímetros podem ser divididos em dois
grupos: os lisímetros de pesáveis – pesagem mecânica, flutuante e hidráulico - e
não pesáveis – de drenagem e percolação.
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O nitrito presente na água para consumo humano tem efeito mais rápido
e pronunciado do que o nitrato. Segundo Neira et al. (2008), se o nitrito for
ingerido diretamente, pode ocasionar meta-hemoglobinemia independente da
faixa etária do consumidor. Portanto, fontes de água potável contendo altas
concentrações de nitrato causam efeitos negativos para a saúde.
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Assim como o nitrato, o nitrito também causa meta-hemoglobinemia, além
disso, nitrosaminas e nitrosamidas surgem como produtos da reação do nitrato
quando ingerido ou formado por meio da redução bacteriana do nitrato, com as
aminas secundárias ou terciárias e aminas presentes nos alimentos.
3. METODOLOGIA UTILIZADA
Figura 5: Reunião realizada nas dependências da Escola Estadual Técnica José Cañellas
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3.2 Atividades de Condução de Experimento de Lixiviação de
Nitrogênio
Nesta segunda fase foram realizadas as avaliação e condução do experi-
mento propriamente dito, onde para a avaliação da contaminação da água, por
nitrogênio total, oriundo de dejeto suíno, cama de aviário e nitrogênio mineral
(uréia), foi utilizado um conjunto de lisímetros de drenagem. O conjunto de
lisímetros consiste em 12 caixas, fabricada em fibra de vidro com dimensões
de 1,40 m x 0,95 cm e 1,00 m de profundidade, esse conjunto de lisímetros está
protegido por uma cobertura de polietilenos EVA (Acetato de Vinil Etileno),
sustentado por uma estrutura metálica (Figura 8).
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Por meio de titulação com ácido sulfúrico, utilizado com indicador misto,
vermelho de metila e verde de bromocresol, determina-se a quantidade de áci-
do bórico que reagiu com amônia, resultando a fórmula química:
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zada com o auxílio de regadores plásticos. Sendo que a água utilizada foi obtida
do reservatório de acumulação (açude) próximo da área experimental. Como
forma de evitar contaminações e consequente erro experimental, em cada ir-
rigação foram coletadas amostras da água utilizada nos lisímetros. Na tabela
1 são apresentadas as médias dos valores obtidos ao longo das análises para
nitrato (NO3-), nitrito (NO2-), amônia (NH3) e nitrogênio total encontrada na
água usada na irrigação dos lisimetros.
Tabela 1: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitro-
gênio total em mg/L encontrado em água utilizada para elevar a capacidade de campo dos
lisímetros de drenagem.
Percebe-se que a água utilizada para elevar a capacidade de campo nos li-
símetros, está dentro dos níveis estabelecidos pela resolução CONAMA Nº
357/2005. Aos valores observados na água lixiviada nos tratamentos com dife-
rentes fontes nitrogenadas foram descontados os valores observados nos re-
sultados encontrados na água usada para irrigação, a fim de assegurar maior
confiabilidade aos resultados encontrados.
Na tabela 2 são apresentados os valores observados na primeira análise
realizada aos 39 Dias Antes da Semeadura (DAS) da cultura de aveia, ocorrida
no dia 17 de maio de 2013.
Tabela 2: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitro-
gênio total em mg/L encontrado em água coletas dos lisímetros de drenagem aos 39 Dias
Antes da Semeadura da aveia.
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Tabela 3: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitro-
gênio total em mg/L encontrado em água coletas dos lisímetros de drenagem aos 6 Dias
Antes da Semeadura da aveia.
Tabela 4: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitrogê-
nio total em mg/L encontrado em água coletas dos lisímetros de drenagem aos 24 Dias Após
a Semeadura (DAS) da aveia.
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A partir dos dados coletados na análise do mês de julho pode-se perceber
um aumento nos níveis de nitrogênio, em especial, de nitrato (NO3-) e nitro-
gênio total, sendo que em todos os tratamentos estes estão acima dos valores
permitidos pela resolução CONAMA Nº 357/2005. Este aumento na concentra-
ção de nitrato pode ser explicado devido a oxidação ocorrida no solo a partir da
amônia e do nitrogênio orgânico.
A quarta avaliação dos níveis de Nitrogênio ocorreu dia 22 de agosto, 59
Dias Após a Semeadura (DAS). Os valores observados são apresentados na Ta-
bela 5.
Tabela 5: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitrogê-
nio total em mg/L observados na água coleta dos lisímetros de drenagem aos 59 dias após a
Semeadura (DAS) da aveia.
A observação dos valores obtidos nessa análise, indicam uma redução nos
níveis de amônia (NH3) e nitrato (NO3-), por outro lado, tem-se aumento nos
níveis de nitrito (NO2-) para todos os tratamentos, também em função da oxi-
dação ocorrida no solo.
No dia 25 de setembro ocorreu a quinta análise (93 DAS), neste estádio as
plantas estavam do estádio reprodutivo, início do florescimento. Na tabela 6
são apresentados os valores observados na avaliação da água lixiviada.
Tabela 6: Média de concentração de amônia (NH3), nitrato (NO3-), nitrito (NO2-) e nitro-
gênio total em mg/L encontrado em água coletas dos lisímetros de drenagem aos 93 Dias
Após a Semeadura (DAS) da aveia.
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Figura 9: Média dos níveis de amônia, nitrito + nitrato e nitrogênio total em mg/L
encontrado em água coletas dos lisímetros de drenagem em relação a data de coleta,
durante a condução do experimento.
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5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
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USO DE DIFERENTES FONTES DE NITROGÊNIO EM
LISÍMETROS DE DRENAGEM
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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR
DE CHUVAS PENDULAR DE PEQUENO PORTE
1. INTRODUÇÃO
Estudos sobre o efeito das chuvas em atributos do solo são difíceis de serem
realizados com chuva natural, pois não se tem controle sobre a duração, inten-
sidade, distribuição e tipo de chuva. Uma alternativa que se apresenta é a utili-
zação de simuladores de chuvas que permitem controlar as características das
mesmas e tem a vantagem de poderem ser utilizados a qualquer tempo. Este
tipo de equipamento já vem sendo utilizado em estudos de manejo de solos há
bastante tempo (SOUZA, 2004).
O simulador de chuvas é considerado o método de determinação da infiltra-
ção de água no solo que melhor representa a realidade do local, por simular as
condições típicas de chuvas naturais, como velocidade de impacto e distribui-
ção do tamanho das gotas da chuva, intensidade de precipitação, ângulo de im-
pacto das gotas e capacidade de reproduzir a intensidade e a duração das chuvas
intensas (BRANDÃO et al., 2004).
Segundo Meyer, McCune (1958 apud MONTEBELLER et al., 2001) para os
simuladores de chuva serem considerados equipamentos com confiabilidade,
eles devem produzir gotas de diâmetro médio similar àquela da chuva natural,
apresentar velocidade de impacto das gotas no solo o mais próximo possível
da velocidade terminal das gotas de chuva, produzir precipitações com energia
1 Professor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, Campus de
Frederico Westphalen. E-mail: renatospohr@smail.ufsm.br
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
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vel de ¾” de diâmetro e uma motobomba de ½ cv de potência.
A motobomba e o motor de 12 volts são alimentado a partir de um gerador
a gasolina capaz de produzir 1200 watts de potência, que quando em funcio-
nando parte da água utilizada retorna ao reservatório a partir de uma calha de
recolhimento instalada 5 cm abaixo do bico. Essa calha possui uma abertura de
7,5 cm por onde o jato de água passa em direção a superfície do solo (Figura 2).
A intensidade de chuva é controlada por uma válvula solenoide acionada por
um temporizador digital cíclico (Figura 1). Essa, é instalada na saída da tubula-
ção de recalque após o registro de gaveta. O temporizador digital e as tomadas
de energia (para a motobomba, para o motor de 12 volts e para a válvula solenoi-
de) foram montadas em uma caixa de passagem em termoplástico com chave
individual para cada tomada de energia cuja pressão é medida a 0,10 m da saída
do bocal, utilizando-se um manômetro antivibrante, com saída angular.
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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
Figura 2: Detalhe do simulador de chuva com bico pendular e estacionário (A e C), da calha
de recolhimento do excesso de água (B) e das calhas com espaço útil de 1,2 x 1,0 m, subdivi-
didos em três parcelas de 0,4 x 1,0 m instaladas sob o simulador de chuvas (D).
36
eficientes de uniformidade de Cristiansen (CUC), Coeficiente de Uniformidade
Estatístico (CUE) e a Uniformidade de distribuição (CUD) para cada intensida-
de testada (BERNARDO, 2002):
Equação 1
Equação 2
Equação 3
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 37
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
Figura 4: Detalhe da passagem das bandejas com farinha de trigo sob o simulador
de chuvas para determinação do diâmetro de gota
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Figura 5: Detalhe das fotografias digitais com grânulos de farinha retidos em dois
diâmetros de peneiras, 0,85 (A) e 2,00 mm (B).
Figura 6: Curva de ajuste para relação entre massa de grânulos de farinha e diâmetro
de gota utilizando valores observados em calibrações feitas em laboratório por diversos
autores. Adaptado de Conceição (2002)
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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
4. RESULTADO DA CALIBRAÇÃO
40
Dessa forma, o controle da intensidade de precipitação passou a ser realiza-
do pela variação de tempo de abertura e fechamento da válvula solenoide posi-
cionada na saída da moto bomba responsável pelo recalque da água do reserva-
tório até o bico aspersor, e essa relação foi estabelecida fixando-se o tempo de
fechamento em 2,5 segundos e o tempo de abertura em 2,5; 5; 7,5 e 10 segundos,
respectivamente, 50%, 33, 25 e 20% do tempo fechado (Figura 7).
A pressão foi mantida em 30 kPa e o controle de tempo foi realizado com um
temporizador digital cíclico, pois quando a válvula solenoide permanecia aberta
ininterruptamente, a intensidade de precipitação produzida era de 106 mm/h.
Assim, foi possível produzir uma intensidade de precipitação que variou de 63 a
106 mm/h e foi possível simular uma gama maior de eventos de chuva tornando
os testes mais próximos das condições de chuva natural.
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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
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Quadro 1: Resultados do coeficiente de uniformidade de Christihansens (CUC), coeficiente
de uniformidade estatístico (CUE) e coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) para
diferentes intensidades de precipitação (IP).
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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
representa pouco para um bico com abertura grande (6,2 mm) e que segundo
o fabricante, pode operar a pressões que variam de 30 a 3500 kPa. Estes resul-
tados estão muito próximos aos citados por Meyer & Harmon (1979), Hudson
(1993), Cerdà et al. (1997) e Carvalho et al. (2012).
Na figura 9 é apresentada a média do volume de água acumulado em função
do diâmetro de gota para as cinco pressões testadas com a variação e para a
pressão de 30 kPa. Observou-se uma pequena variação dos valores da pressão
de 30 kPa em relação a média e o desvio padrão para as cinco pressões testadas
foi maior para os maiores diâmetros, isto era esperado uma vez que este indi-
cador usa valores absolutos no cálculo. Porém, em termos relativos, a maior
variação (provocado pela mudança na pressão), 15%, ocorreu no diâmetro da
primeira peneira (0,25 mm) que resultou em um diâmetro médio de gota de
0,43 mm. Para as demais peneiras, o efeito da variação da pressão no diâmetro
de gota provocou variações inferiores a 10%.
Isto comprova o reduzido efeito de diferentes pressões (de 20 para 40 kPa)
no diâmetro de gota. Neste caso, pode-se afirmar que a variação de pressão (de
20 a 40 kPa) não afetam o diâmetro médio de gota do simulador de chuvas. Isto
é importante, pois garante que pequenas oscilações na pressão, que normal-
mente ocorrem, não causarão efeitos significativos nas características da chuva,
como o diâmetro médio, velocidade e energia cinética da gota.
Figura 9: Relação entre diâmetro de gota e volume acumulado para a pressão de 30 kPa,
para a média e a variação relativa no diâmetro em função das
cinco pressões testadas (20, 25, 30, 35 e 40 kPa).
44
A relação entre a energia cinética da chuva produzida pelo simulador e a
energia cinética da chuva natural (Figura 10), correspondeu a valores acima de
84% para a pressão de 30 kPa. Na medida em que há uma redução na intensi-
dade de precipitação, há um incremento na relação entre as energias cinéticas,
chegando ao valor máximo de 88,5% para uma intensidade de 63 mm/h. Estes
resultados podem ainda ser melhores na medida em que há um aumento na
pressão, uma vez que haverá um incremento na intensidade da precipitação
e consequentemente a relação entre as energias cinéticas (simulador / chuva
natural) pode ultrapassar os 100 % (Figura 11).
Na Figura 11 observa-se (exceto para a pressão de 20 kPa) um incremento
na relação entre as energias cinéticas a medida em que se aumenta a pressão,
chegando a 102% com uma pressão de 40 kPa e uma intensidade de precipitação
de 113 mm/h. Com este resultado é possível afirmar que o simulador de chuvas
atende e supera o critério de que a relação entre a energia cinética do simulador
de chuvas e a energia natural deve estar acima de 75%.
Figura 10: : Relação entre a energia cinética da gota produzida pelo simulador de
chuvas a uma pressão de 30 kPa e a energia cinética da chuva natural em
diferentes intensidades de precipitação
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 45
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
Figura 11: Relação entre a energia cinética da gota produzida pelo simulador de chuvas
e a energia cinética da chuva natural (EC/ECN) e intensidade da
precipitação sob diferentes pressões de serviço.
5. AVALIAÇÃO A CAMPO
46
campo foi realizada coletando-se amostras indeformadas de solo 24 horas após
uma chuva de 60 mm conforme metodologia descrita em Bernardo (2002).
Os resultados de escoamento superficial no solo obtidos através do simu-
lador de chuva foram ajustados com a utilização da equação derivada do mo-
delo matemático determinado por Smith, conforme descrito por Carlesso et al.
(2011):
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 47
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
48
Neste sentido, locais que dispõe de energia elétrica não requerem a utilização
do gerador o que pode reduzir o custo do simulador de chuvas.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 49
CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM SIMULADOR DE CHUVAS PENDULAR
DE PEQUENO PORTE
8. AGRADECIMENTOS
Ao CNPq e a Vale SA pelo financiamento do projeto e concessão de bolsas
através da Chamada CNPq/VALE S.A. Nº 05/2012.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
50
HUDSON, N.W. Field measurement of soil erosion and runoff. FAO Soils Bulletin 68,
Food and Agriculture Organization of the United Nations, Rome. 1993. 139 p.
HUMPHRY, J. B.; DANIEL, T. C.; EDWARDS, D. R.; SHARPLEY, A. N. A portablerainfallsi-
mulator forplot–scalerunoffstudies. American Society of Agricultural Engineers, v.18,
n.2, p.199–204, 2002.
MEYER, L. D.; HARMON, W. C. Multiple intensity rainfall simulator for erosion rese-
arch on row sideslopes. Transactions of the ASAE, v. 22, n.1, p.100-103, 1979.
MILLER, W. P. A solenoid–operated, variable intensity rainfall simulator.Soil Scienc So-
ciety of America Journal. v. 51, n.3, p. 832–834, 1987.
MONTEBELLER, C. A.; CARVALHO, D. F.; ALVES SOBRINHO, T.; NUNES A.C.S.; RUBIO,
E. Avaliação hidráulica de um simulador de chuvas pendular. Revista Brasileira de Enge-
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REZENDE. R. Desempenho de um sistema de irrigação pivô-central quanto à unifor-
midade e eficiência de aplicação de água abaixo e acima da superfície do solo. 1992. 86
p. Dissertação (Mestrado) Escora Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, USP, Piracicaba,
SP, 1992.
SOUZA, M. D. Desenvolvimento e utilização de um simulador de chuvas para es-
tudos de atributos físicos e químicos do solo relacionados a impactos ambientais.
Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2004. 20 p. (Embrapa Meio Ambiente. Documentos,
37).
STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R. S. D.; KLAM, E.; NASCIMENTO, P. C.; SCHNEI-
DER, P.; GIASSON, E.; PINTO, L. F. S. Solos do Rio Grande do Sul. 2 ed. Porto Alegre: Ed.
EMATER, 2008.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 51
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E
QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO
DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO DO
ALTO URUGUAI (RS)
Malva Andrea Mancuso1, Jairo José Manfio2, Joseane Schroeder3, Andressa Gabriela Gluscza4,
Juliane Sapper Griebeler5, Diogo Gabriel Sperandio6, Emanuel Kerkhoff7, Igor Pessotto Pretto8, Natalia Centenaro9
1 introdução
1 Coordenadora: Professora do Curso Engenharia Ambiental e Sanitária Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
Campus de Frederico Westphalen. E-mail: malvamancuso@ufsm.br
2 Professor: Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW (UFSM/FW).
3 Discente: Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária - Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, Campus de
Frederico Westphalen.
4 Discente: Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária- Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, Campus de
Frederico Westphalen.
5 Discente: Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária- Universidade Federal de Santa Maria- UFSM, Campus de
Frederico Westphalen.
6 Discente: Curso Técnico em Agropecuária. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW (UFSM/FW).
7 Discente: Curso Técnico em Agropecuária. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW (UFSM/FW).
8 Discente: Curso Técnico em Agropecuária. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW (UFSM/FW).
9 Discente: Curso Técnico em Agropecuária. Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW (UFSM/FW).
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
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2. QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA
REGIÃO DO ALTO URUGUAI (RS)
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 55
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
guardando uma estreita relação com as litologias que mantém contato e com
os produtos das atividades humanas, adquiridos ao longo do trajeto, podendo
ocorrer variabilidade espacial na qualidade das águas dentro do mesmo sistema.
Considerando a importância da qualidade dessa água que é consumida, em
geral, sem tratamento prévio, o estudo teve por objetivo realizar a análise das
características geoquímica das águas subterrâneas exploradas do Sistema Aquí-
fero Serra Geral - SASG, nos municípios de Frederico Westphalen, Cristal do
Sul, Rodeio Bonito, Ametista do Sul e Taquaruçu do Sul localizados na região
noroeste do Rio Grande do Sul.
2.1 Metodologia
A análise das características das águas subterrâneas exploradas do Sistema
Aquífero Serra Geral - SASG, foi realizada a partir de dados geoquímicos de 47
poços, constantes em fichas de cadastro da perfuração dos poços, compiladas
e disponibilizadas pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM. As análises foram
complementadas por informações constantes na base de dados hidrogeológica
digital do SIAGAS (CPRM, acesso em 2014).
A área selecionada para a realização desta fase do estudo compreendeu os
municípios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Rodeio Bonito e Ametista
do Sul, localizados na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul (Figura 1).
56
A espacialização das informações constantes nas fichas técnicas foi realiza-
da por meio do software ArcGIS 10 (ESRI, 2014).
Os dados geoquímicos foram utilizados para a elaboração do diagrama de
Piper, por meio do software Qualigraf 2009 (BRASIL, 2012). O diagrama foi con-
feccionado tendo como entrada as concentrações de HCO3-, CO32-, Cl-, SO42- Ca2+,
Mg2+, Na+ e K+ da água do poço. Entretanto, entre os dados dos 47 poços utili-
zados neste estudo, somente 5 poços apresentaram as análises dos elementos
necessários para elaboração do diagrama de Piper.
No que se refere aos parâmetros de qualidade da água para consumo hu-
mano, um dos principais problemas para o abastecimento das comunidades da
região, citado pela 19ª Coordenadoria Regional de Saúde (19ª CRS) e por órgãos
de Vigilância Sanitária, refere-se à existência de concentrações de flúor acima
do Valo Máximo Permitido. Relatórios elaborados pela 19ª Coordenadoria Re-
gional de Saúde (19ª CRS) indicam o comprometimento do abastecimento de
comunidades isoladas que recebem água de poços instalados na SASG.
Nesse sentido, foram direcionados estudos comparativos para avaliar a evo-
lução das concentrações do íon fluoreto nas águas exploradas do SASG entre os
anos de 2010 e 2012 (a partir da base de dados do Sistema de Vigilância do Flúor
na água para consumo humano - VIGIFLUOR) e em 2013 (a partir da coleta e
análise de amostras de água subterrânea). A área deste estudo compreendeu os
municípios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Ametista
do Sul e Taquaruçu do Sul (RS).
Para efeito de comparação com a base de dados do VIGIFLUOR, em 2013,
foram realizadas campanhas de cadastramento de poços e coleta de 95 amos-
tras de água subterrânea para análise de (F-), com o auxílio da Companhia de
Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM. Os dados coletados constam atualmen-
te no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), da CPRM. As
análises de (F-) existentes foram complementadas no Laboratório de Recursos
Hídricos da UFSM/FW, com a utilização de um eletrodo de íon específico de (F-)
combinado, marca Hanna, código HI-98402 (Figura 2).
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 57
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
A B
Figura 2: Coleta e análise de amostras de águas subterrâneas. A) Coleta realizada em poço pela
CPRM (2013). B) Análise da concentração do íon fluoreto (LARH/UFSM/FW) (2013)
58
cada como sulfatada sódica. Observa-se, entretanto que poços localizados nos
municípios de Ametista do Sul e Frederico Westphalen apresentam concentra-
ções elevadas de Sulfato (até 427 mg/L) e Sódio (233 mg/L).
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 59
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
Tabela 1- Qualidade das águas subterrâneas do Sistema Aquífero serra Geral (SASG) nos
municípios de Frederico Westphalen, Cristal do Sul, Rodeio Bonito e Ametista do Sul (RS)
60
HCO3- = Bicarbonatos (mg/L); CO32- = Carbonatos (mg/L); Cl- = Cloretos (mg/L); Ca2+ =
Cálcio (mg/L); Mg2+ = Magnésio (mg/L); K+ = Potássio (mg/L); SO42- = Sulfatos (mg/L); Na+
= Sódio total (mg/L); pH – potencial hidrogeniônico; CE = Condutividade (µS/cm à 25 ºC);
SDT = Sólidos dissolvidos totais (mg/L).
Segundo Portela Filho et al. (2005), quanto aos íons e minerais liberados,
as águas do SASG são identificadas predominantemente como águas bicarbo-
natadas cálcicas, mas também podem ser constatadas tendências para águas
bicarbonatadas cálcico-sódicas e cálcico-magnesianas e bicarbonatadas sódicas.
Quanto à salinidade, as águas dos poços apresentaram valores inferiores a
280 mg/L de Sólidos Dissolvidos Totais na maioria das amostras (90%). Sendo
esse valor ultrapassado em 5 poços da área de estudo, atingindo valores de 987,2
mg/L, em águas sulfatadas sódicas (p-702/CAT.1, Frederico Westphalen).
Em relação ao pH, os valores observados encontram-se entre 7,3 e 10. Entre-
tanto, 53% das águas apresentaram pH superior a 9. Mobus (1987) afirma que o
aumento do pH é proporcional à quantidade de águas bicarbonatadas sódicas.
Segundo Machado e Freitas (2005), nas águas do SASG, valores maiores de
pH (entre 9 e 10), salinidade e teores de sódio podem ser encontrados nas áreas
influenciadas por descargas ascendentes do Sistema Aquífero Guarani.
Com vista a analisar a adequabilidade das águas do SASG utilizadas para
abastecimento público nos municípios estudados, foram comparadas as con-
centrações dos elementos presentes nas amostras de águas analisadas com os
padrões de potabilidade constantes na Portaria nº. 2.914, de 12 de dezembro de
2011, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Observa-se que a Portaria estabe-
lece valores para os seguintes parâmetros: cloretos, dureza total, sulfato, sódios
dissolvidos totais (SDT), fluoreto e pH.
O Valor Máximo Permitido (VMP) para cloretos estabelecido pela Portaria
nº. 2.914/2011 é de 250 mg/L. Observa-se que as águas não apresentaram con-
centrações superiores ao estabelecido pela Portaria, sendo o maior valor encon-
trado de 113 mg/L, nos poços p 702/CAT1 e 6100/FDW1. A maioria dos poços
apresentaram valores entre 0 e 14 mg/L de cloretos.
Segundo a FUNASA (BRASIL, 2009), a Dureza Total é calculada como sendo
a soma das concentrações de íons Ca2+ e Mg2+ na água, expressos como carbona-
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 61
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
62
Tabela 2 – Análise das concentrações do íon fluoreto, em águas de abastecimento dos mu-
nicípios de Ametista do Sul, Cristal do Sul, Frederico Westphalen e Taquaruçu do Sul, em 2010.
Em 2011, 13,7% das 255 amostras coletadas estavam fora do padrão de pota-
bilidade para consumo humano, considerando os três sistemas analisados, SAC,
SAI e SAA. Dessas, nove amostras apresentaram valores acima do máximo per-
mitido pela legislação (Tabela 3), sendo 6,55 mg/L, o valor máximo encontrado
no município de Cristal do Sul pelo Sistema de Abastecimento Público/Privado.
Tabela 3 – Análise das concentrações do íon fluoreto, em águas de abastecimento dos mu-
nicípios de Ametista do Sul, Cristal do Sul, Frederico Westphalen e Taquaruçu do Sul, em 2011.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 63
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
Tabela 4 – Análise das concentrações do íon fluoreto, em águas de abastecimento dos mu-
nicípios de Ametista do Sul, Cristal do Sul, Frederico Westphalen e Taquaruçu do Sul, em 2012.
64
concentrações do íon fluoreto superiores ao máximo permitido para consumo
humano sem prévio tratamento (1,5 mg/L) (Portaria nº. 2.914/2011 do Ministé-
rio da Saúde, BRASIL, 2011) (Figura 4).
Os seguintes municípios destacam-se pela elevada incidência de concentra-
ções do íon fluoreto acima do VMP nas águas de poços utilizadas para abaste-
cimento público: Ametista do Sul (56%), Frederico Westphalen (28%) e Rodeio
Bonito (23%) (Figura 4).
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 65
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
66
Numa segunda fase, foi abordada a qualidade da água em meio urbano, após
o tratamento, durante a distribuição e estocagem, alertando para a necessidade
de vigilância por parte dos moradores quanto à limpeza das caixas d’água e/
ou reservatórios, para evitar a contaminação da água destinada ao consumo
familiar.
Neste ponto, a atividade foca no educando que ao apropriar-se de informa-
ções sobre a limpeza e higienização de caixas d’água, capacita-se para promover
ações de consumo consciente junto a suas famílias ou condomínios.
A proposta das atividades educativas sobre disponibilidade de água própria
para o consumo humano teve por objetivo atingir alunos de educação infantil e
séries iniciais do ensino fundamental. Nesse sentido foram elaborados dois pla-
nos de aula. Um primeiro Plano de Aula com objetivo de abordar a quantidade
de água no planeta, seus usos e medidas para evitar o desperdício e um segundo
Plano de Aula com objetivo de enfatizar a qualidade da água utilizada para con-
sumo e alertar sobre possíveis contaminações. Este material contou, também,
com a elaboração de um folder com orientações sobre limpeza e desinfecção de
caixas d’água.
A água é essencial e insubstituível para todos os seres vivos, seja como meio
de vida de espécies vegetais e animais, como elemento representativo de va-
lores sociais e culturais, seja como fator de produção de bens de consumo de
produtos agrícolas.
A água potável de boa qualidade é utilizada para preparar alimentos, saciar a
sede, higiene e asseio corporal, limpeza de utensílios domésticos e da habitação,
ou seja, é fundamental para a saúde e o bem estar humano.
Toda a biota de ecossistema terrestre, assim como o homem, necessita de
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 67
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
água doce para sobreviver, entretanto 97,5% são salgadas e 1,72% estão armaze-
nados nas calotas polares e geleiras, restando aproximadamente apenas 0,78%
da água doce disponível em rios, lagos e subsolo acessível ao consumo (TUN-
DISI, 2005).
O Brasil possui a maior disponibilidade hídrica do planeta, com cerca de
13,8%, sendo que 68,5% dos recursos hídricos estão localizados na região Norte,
que possui 7% da população brasileira; 6% estão na região Sudeste, com quase
43% da população; 3% estão na região Nordeste, onde habita 29% da população
(TUNDISI, 2005).
Os efeitos na qualidade e na quantidade da água disponível, relacionados
com o rápido crescimento da população mundial e com a concentração dessa
população em megalópoles, já são evidentes em várias partes do mundo. Ob-
serva-se atualmente, falta de água em distintas cidades do Brasil, como foi o
caso da cidade de São Paulo no verão de 2014, com os níveis de águas dos reser-
vatórios em estado crítico. O racionamento de água nos períodos de estiagem
(secos) está vinculado a fatores como o aumento do consumo, a falta de água em
função da escassez de chuvas, problemas de qualidade, entre outros.
Portanto, apesar de o Brasil possuir recursos hídricos abundantes, a disponi-
bilidade varia muito de uma região para outra. Destacam-se, entre as principais
causas da diminuição da água potável, o crescente aumento do consumo, muitas
vezes vinculado ao desperdício, e a poluição das águas superficiais e subterrâne-
as por esgotos domésticos e resíduos provenientes da indústria e da agricultura.
3.1.1 Objetivos
1)Identificar a distribuição e a disponibilidade de água própria para o consu-
mo humano na superfície terrestre, analisando as causas naturais e sociais que
afetam sua oferta - situações como consumo excessivo, poluição, desperdício e
ausência ou precariedade dos serviços de saneamento básico;
2)Reconhecer e analisar práticas e situações que comprometem a disponibi-
lidade de água e incentivar a indicação de propostas para o uso sustentável do
recurso;
3)Mostrar aos alunos que com pequenas mudanças de hábitos podemos
68
contribuir para conservar nossas águas, aprendendo a controlar a poluição e a
consumir sem desperdício.
3.1.2 Metodologia
Utilizando os Banners “Água no Planeta” como material didático para reali-
zação das atividades (Figura 5) sugerem-se as seguintes etapas:
1)Abordagem do tema: Questionar sobre a importância da água na vida das
pessoas e na natureza. Estimular para que citem a utilidade da água no dia-a-
-dia (dirão que usam para beber, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos,
etc.). Explicar que todos os seres vivos necessitam de água para manter suas
funções vitais e que muitos têm na água seu habitat. Onde encontramos água?
De onde vem a água que você bebe em casa? E na sua escola, de onde vem?
2)Noções de quantidades e Proporção: Para compreender que a água é um
recurso escasso no planeta e que o uso irresponsável desse recurso pode preju-
dicar a sobrevivência dos seres vivos, realize com a turma a demonstração da
distribuição da água no planeta.
Materiais necessários: Balde de 20 litros, 2 Garrafas descartáveis de 500 mL,
Forma de gelo, Pedrinhas, 2 Copos medida de remédio, Copo graduado em mL.
Procedimentos:
2.a. Colocar 20 litros de água em um balde. Esta parcela de água passa a
representar toda a água existente na natureza (oceanos, mares, lagos, rios, ge-
leiras, vapor atmosférico, aquíferos, umidade do solo e rochas, água presente
nas plantas e animais);
2.b. Destes 20 litros retirar 500 mL, que representam a água doce;
2.c. Neste momento começar a comparar os volumes. Os 19,5 litros presen-
tes no balde equivalem a 97,5% do volume total de água existente no planeta
que são salgados e inapropriados para o consumo humano. Os outros 500 mL
equivalentes a 2,5% são de água doce, no entanto nem toda está água está dis-
ponível para o consumo;
2.d. Dos 500 mL, retirar, com auxílio do copo graduado, um volume apro-
ximado de 344 mL e depositar em uma forma de gelo. Este volume equivale a
68,9% da água doce passa a representar a água encontrada na natureza na forma
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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
70
3.2 Qualidade da água para consumo humano (Plano de Aula 2)
Área do Conhecimento: Ciências
Tema: Meio Ambiente e Saúde
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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
72
com a criação de peixes que se alimentam do caramujo, como a Tilápia, o Tam-
baqui e o Piau. Esses peixes podem ser consumidos pelas pessoas sem risco de
contaminação.
Outras doenças podem ser transmitidas por mosquitos, como é o caso da
dengue, da febre amarela e da malária. Muitos mosquitos põem ovos na água
parada. Dos ovos saem larvas que depois se tornam mosquitos adultos. Uma
forma de combater as doenças transmitidas por mosquitos é tampar caixas-
-d'água, tanques e outros reservatórios de água.
Como a água tratada pode ser contaminada? E nascentes e poços? A água
de abastecimento passa por um tratamento rigoroso e somente depois é dis-
tribuída para as residências, onde existem ligações domiciliares. Ali, a água é
armazenada em caixas d’água. É nessa etapa que pode ocorrer a contaminação.
Também as nascentes, minas e cisternas, que são fontes de suprimento de água,
podem apresentar contaminação, seja por se localizarem na proximidade de
fossas, onde há grande presença de matéria orgânica, ou pelo acesso de animais,
água de chuvas ou outras fontes de contaminação e poluição.
Atualmente, a secretaria de Vigilância Sanitária alerta para a necessidade de
conscientizar os consumidores quanto à importância do controle da qualidade
da água consumida e do seu tratamento.
3.2.1 Objetivos
Tendo como foco a água potável, o objetivo da aula é enfatizar que além de
ter água disponível é necessário que a água tenha qualidades físicas, químicas e
bacteriológicas que permitam o seu consumo.
Os objetivos específicos são:
1)Identificar casos de águas inadequadas para consumo (cor e odor);
2)Alertar quanto à importância do tratamento da água;
3)Alertar quanto aos problemas que podem ser encontrados nos poços onde
a água é utilizada para abastecimento;
4)Conscientização das crianças quanto ao perigo e problemas que podem
gerar ao consumir água de má qualidade;
5)Identificar as principais doenças veiculadas pela água;
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 73
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
3.2.2 Metodologia
Utilizando o Banner “Qualidade da Água para Crianças” e vídeos como ma-
terial didático para realização das atividades (Figura 6) sugerem-se as seguintes
etapas:
1)Problematização: Num primeiro momento, questionar os alunos sobre o
que sabem a respeito de doenças causadas pelo uso ou consumo de água conta-
minada. Em seguida, o professor apresenta o tema de forma expositiva, abrin-
do espaço para comentários.
2)Alternativas de material visual: outros vídeos relacionados ao tema
são: O troco da natureza WWF (http://www.youtube.com/watch?v=EvtfK_
sNGpM&NR=1) e O que é água Contaminada? (http://www.youtube.com/watc
h?v=Q3R17sBncls&feature=related);
3)Discussão: Após a exibição dos vídeos, deve ser incentivada a discussão
sobre a qualidade da água que consumimos: Qual a origem da água consumida
pela comunidade? A água é tratada? Os moradores colaboram para a conserva-
ção dos mananciais? Existem casos de hospitalização com sintomas de vômitos
e diarreias?
Os vídeos exibidos no Youtube podem ser baixados em um computador,
para tanto existem tutoriais disponíveis no próprio site, que ensinam como
salvar os vídeos, caso não disponha de sinal de internet na sala de aula.
74
Figura 6: Banner: Qualidade da Água para Crianças.
Fonte: Mancuso et al. 2013c http://w3.ufsm.br/cesnors/images/banner_qualidade_
da_%C3%A1gua_Menor.pdf
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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
76
Figura 7: Folder: Limpeza de Caixa d’água. A) Frente. B) Verso.
Fonte: Mancuso et al. 2013d http://w3.ufsm.br/cesnors/images/FolderCaixaDeAgua.pdf
4. CONCLUSÕES
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CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
DO ALTO URUGUAI (RS)
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turmas multiseriadas de 18 de alunos com idades de 5 a 12 anos, na Associação
Frederiquense de Proteção ao Menor em 2014 (Frederico Westphalen, RS).
Entre as atividades realizadas destacam-se a produção de materiais didá-
ticos como banner, panfletos, cartilha de educação ambiental e os experimen-
tos demonstrativos sobre a quantidade da água disponível para o consumo no
planeta e a limpeza e desinfecção de caixas d’água, destinados às crianças. Os
materiais didáticos demonstraram-se eficientes como “fio condutor” das ativi-
dades descritas na cartilha orientadora.
Os materiais produzidos foram distribuídos em escolas públicas do muni-
cípio de Frederico Westphalen (RS) e na Secretaria de Vigilância Sanitária do
mesmo município. Os Banners e o folder podem ser acessados no endereço ele-
trônico <http://w3.ufsm.br/cesnors/index.php/component/content/article/2-
-uncategorised/755-laboratorio-de-recursos-hidricos-larh> e reproduzidos.
Utilizando a transversalidade da educação ambiental no processo de ensino
aprendizagem foi possível disseminar conhecimentos relevantes sobre a pre-
servação e conservação dos recursos hídricos além desenvolver o senso crítico
quanto aos direitos e deveres em relação ao meio ambiente com atitudes de
respeito e solidariedade.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 79
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE E QUANTIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNE-
AS UTILIZADAS PARA O ABASTECIMENTO DE MUNICÍPIOS DA REGIÃO
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA
QUE ABASTECE O MUNICÍPIO DE FREDERICO
WESTPHALEN-RS
Arci Dirceu Wastowski1, Daniele Kunde2, Marcos Roberto Benso3, Leandra Calazans Mann4, Genesio Mario da Rosa5,
Renata dos Santos6, Roberta Cristine da Silva7, Leonardo Berta da Silva8, Matheus Rizzati Feron9
1. INTRODUÇÃO
1 Prof. Dr. em Química, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen. E-mail: was-
towski@ufsm.br
2 Aluno(a) de Graduação do curso de Engenharia Ambiental e Santária, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
Campus de Frederico Westphalen.
3 Aluno(a) de Graduação do curso de Engenharia Ambiental e Santária, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM,
Campus de Frederico Westphalen.
4 Prof. da Escola Estadual Técnica José Cañellas
5 Prof. Dr. em Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen.
6 Aluno(a) de ensino médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
7 Aluno(a) de ensino médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
8 Aluno(a) de ensino médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
9 Aluno(a) de ensino médio da Escola Estadual Técnica José Cañellas
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO
DE FREDERICO WESTPHALEN-RS
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Figura 1: Esquema de um poço tubular em regiões de rochas cristalinas.
A parte visível do poço pode ser observada na figura 2, onde aparece o nú-
mero de cadastro da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e
disponível no sistema SIAGAS.
O SIAGAS é um sistema de informações de águas subterrâneas desenvolvi-
do pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), que é composto por uma base de da-
dos de poços permanentemente atualizados, e de módulos capazes de realizar
consultas, pesquisas, extração e geração de relatórios.
O SIAGAS (http://siagasweb.cprm.gov.br/layout/index.php) é desenvol-
vido e mantido pelo SGB, a partir do mapeamento e pesquisa hidrogeológica
em todo o país, permite a gestão adequada da informação hidrogeológica e a
sua integração com outros sistemas. O Conselho Nacional de Recursos Hídri-
cos - CNRH, através da Moção N. 038, de 7 de dezembro de 2006, recomendou
a adoção do SIAGAS, pelos órgãos gestores estaduais, Secretarias dos Governos
Estaduais, Agência Nacional de Águas - ANA e Usuários dos Recursos Hídricos
Subterrâneos, como base nacional compartilhada para armazenagem, manu-
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO
DE FREDERICO WESTPHALEN-RS
2.2 Amostragem
A coleta de amostras em campo é, provavelmente, o passo mais importante
de um monitoramento de qualidade de água. Da correta execução dos proce-
dimentos depende a confiabilidade dos resultados finais e, portanto, as ações
resultantes da interpretação dos dados gerados.
Material necessário para coleta de água em campo:
• GPS;
• Máquina fotográfica para registrar o local da coleta;
• Caixa térmica ou caixa de isopor com gelo reciclável ou gelo picado;
• Termômetro 0 a 50 ºC para determinação da temperatura da água;
• Equipamento ou material para determinação de pH;
• Equipamento ou material para determinação de condutividade;
• Caneta própria para escrita em vidro ou plástico com tinta resistente a água
ou etiqueta adesiva e fita transparente larga para colocar por cima da etiqueta
e proteger da umidade;
Ficha para incluir os dados da coleta. Deve-se anotar na ficha de coleta o
endereço completo do local e se possível tomar as coordenadas (latitude e lon-
gitude), através de GPS.
Obs.: Para análise in loco usa-se uma sonda multiparâmetros. As sondas
86
mais básicas medem valores de temperatura, condutividade elétrica e oxigênio
dissolvido e valores indicados para números básicos de sais e oxigênio dissol-
vidos na água. As sondas mais sofisticadas chegam a mensurar 25 parâmetros
entre aqueles primários e secundários, dependendo da aplicação. Para aqueles
que desejam um monitoramento mais rigoroso, hoje estão disponíveis sensores
Íons Seletivos (ISE) que medem íons específicos como amônia, nitratos e clore-
tos, porém com a limitação de apenas operarem por tempo inferior a seis meses.
As amostras de água subterrânea deverão ser coletadas utilizando métodos
padronizados em pontos de amostragem que sejam representativos da área de
interesse (Resol. 396/08 do CONAMA, NBR-12.212-2006 e NBR-12.244-2006).
No caso da amostragem ser realizada em poços tubulares, que estão em uso,
coleta-se uma amostra preferencialmente na válvula de saída do poço (Figura
3), ou então na entrada do reservatório (Figura 4).
As amostras são coletadas diretamente na saída da bomba de cada poço,
sendo bombeada água por 3 a 4 minutos e descartada e somente após este tem-
po foi realizada a coleta.
Para poços que não estão em uso ou em funcionamento deve-se ligar uma
bomba e bombear a água durante aproximadamente 20 a 30 minutos, para as-
segurar a integridade das amostras e evitar a água estagnada. (para obter-se a
água do fluxo laminar).
Se no poço em questão não houver uma bomba instalada deve se inserir uma
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bomba para realizar a coleta ou realizar a coleta utilizando-se um coletor (Fi-
gura 5).
Figura 5: Coleta de uma amostra da água com o uso de um coletor para poços tubulares.
88
de DBO e DQO, bem como do teor de sólidos filtráveis e não filtráveis ou de
qualquer parâmetro nessas frações, pois os componentes dos resíduos em sus-
pensão se alteram com o congelamento e posterior descongelamento.
2) Refrigeração: Manter as amostras entre 1 °C e 4 °C preservará a maioria
das características físicas, químicas e biológicas em curto prazo (< 24 horas) e
como tal e recomendado para todas as amostras entre coleta e entrega para o
laboratório. É recomendado para amostras microbiológicas ser refrigerada en-
tre 2 °C e 10 °C. O gelo pode ser rapidamente usado para resfriar amostras para
4 °C antes do transporte
3) Adição de agentes químicos: é um método de preservação mais conve-
niente, quando possível, pois oferece o maior grau de estabilização da amostra
e por maior espaço de tempo. No entanto, não é possível recorrer a adições
químicas em casos de determinação de parâmetros biológicos como a DBO, con-
tagem de microrganismos, etc., e em casos de ocorrência de interferências de
análises químicas.
As recomendações quanto ao tipo de frasco para coleta, quantidade de
amostra necessária, forma de preservação e o prazo entre a coleta e o início de
análise para os parâmetros de maior interesse são apresentados no Quadro 1.
Podem ocorrer algumas pequenas diferenças entre os referenciais de alguns
autores.
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Figura 6: Coletor de água para poços tubulares.
2- Cap soldável de 50 mm (Figura 8). A parte superior deve ser furada para
prender o desrosqueador/girador e a corda. Estes mesmos furos iram ajudar no
processo de enchimento do amostrador e retirada da água.
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2.4.1 Sondas Multiparâmetros
Tecnologias que medem parâmetros básicos de qualidade de água têm sido
comercialmente viáveis e largamente utilizadas para controle de processos,
para cumprimento de leis ambientais e outros. Estas tecnologias são rápidas e
relativamente de rápido manuseio em base contínua ou para acesso à distância.
O maior propósito é detectar alterações físicas ou químicas na qualidade da
água, sugerindo ou indicando contaminantes, para análises em linha (on line)
e em campo (in situ), armazenar dados em dataloggers e transferir estes dados
para computadores e posterior análise (Figura 12).
A maior vantagem da aplicação deste tipo de tecnologia consiste em usar
sensores de grandezas físicas e químicas de forma simultânea e em rotina. As-
sim, se percebe a estabilidade das características de determinados parâmetros
de forma que qualquer alteração possa indicar problemas de contaminação ou
proporcionar um acompanhamento analítico para proporcionar um histórico
do comportamento da água em questão.
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO
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- Substâncias de origem vegetal: cor, acidez, sabor;
-Sílica e argilas; turbidez.
Dissolvidas
- Compreende uma grande variedade de substâncias de origem mineral
(principalmente sais de cálcio e magnésio) compostos orgânicos e gases, que
dão origem a alterações na qualidade da água, cujos efeitos dependem da sua
composição e concentração e de reações químicas com outra substancias, em
geral possuem diâmetro menor que 1,2 µm.
A avaliação da qualidade de água, importante ferramenta na gestão de re-
cursos hídricos, passa pela obtenção de dados confiáveis dos corpos d’água de
interesse. A Organização Mundial da Saúde sugere três formas básicas para ob-
tenção destes dados (DERISIO, 1992):
Monitoramento: Prevê o levantamento sistemático de dados em pontos de
amostragem selecionados. Visa acompanhar a evolução das condições de quali-
dade de água ao longo do tempo;
Vigilância: Implica em uma avaliação contínua da qualidade da água. Bus-
ca detectar alterações instantâneas de modo a permitir providências imediatas
para resolver ou contornar o problema;
Estudo especial: é projetado para atender as necessidades de um estudo em
particular. Geralmente é feito através de campanhas intensivas e de determina-
da duração.
Segundo Magalhães Júnior (2000), o monitoramento da qualidade da água
deve ser visto como um processo essencial à implantação dos instrumentos de
gestão das águas, já que permite a obtenção de informações estratégicas, acom-
panhamentos das medidas efetivas, atualização do banco de dados e atualiza-
ção das decisões. Este mesmo autor relata a importância de ser ter um banco de
dados como instrumento de gestão, sob pena de tentar-se gerenciar o que não
se conhece.
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determinado ponto e inversamente proporcional a 1 + 0,019 * (T – 25), onde T
é a temperatura do ambiente no momento da medição. Utilizando esse modelo
podemos gerar um gráfico que demonstra essa variação (Figura 13).
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1) estéticos: uma água que possui alta turbidez tem uma aparência mais es-
cura, o que remete a poluição de um corpo hídrico, gerando impacto visual;
2) de filtrabilidade: para a etapa de filtração em uma Estação de Tratamento de
Água (ETA) ou em uma Estação de Tratamento de Águas Residuárias (ETAR), de-
terminar a turbidez é muito importante para dimensionar os filtros, consideran-
do que quanto mais turva a água, maior a complexidade e o preço do tratamento;
3)de desinfecção: em águas turvas, devido às partículas suspensas provin-
das de águas residuárias, os organismos patogênicos podem ficar agregados a
esses sólidos suspensos, dessa forma estando menos suscetíveis à ação de agen-
tes desinfetantes.
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Os efeitos dos STD na água afetam as suas propriedades organolépticas
como o sabor. Grandes quantidades de sólidos dissolvidos, o que significa uma
alta concentração de sais tornam a água insípida, contudo valores muito baixos
de sólidos dissolvidos causam o mesmo efeito, sendo necessária uma quantia
mínima de sais dissolvidos na água para que essa seja potável (WHO, 2008).
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DE FREDERICO WESTPHALEN-RS
4 - nitrito (NO2-);
5- nitrato (NO3-).
102
tas espécies não suportam concentrações acima de 5 mg/L. Além disso, como
visto anteriormente, a amônia provoca consumo de oxigênio dissolvido das
águas naturais ao ser oxidada biologicamente, a chamada DBO de segundo es-
tágio. Por estes motivos, a concentração de nitrogênio amoniacal é importante
parâmetro de classificação das águas naturais e normalmente utilizado na cons-
tituição de índices de qualidade de água.
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loração rósea adquire a cor azulada à medida que vai se formando o borato de
amônio (NH4H2BO3), conforme a reação: (GALVANI, 2006).
104
3. PONTOS DE COLETA DOS POÇOS NO MUNICÍPIO DE
FREDERICO WESTPHALEN - RS
Foram visitados 61 poços no município de Frederico Westphalen (Figura
15), sendo que 40 foram possíveis de coleta e análise (Tabela 2). Muitos poços
estavam lacrados ou não estavam em uso, e até secos, o que impossibilitou a
coleta da água.
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO
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Tabela 1- Resultados da análise da água pela sonda multiparâmetros dos 61 poços visitados no
município de Frederico Westphalen – RS.
Legenda: Temp: Temperatura (ºC); Baro (mb): Barômetro - Pressão atmosférica em milési-
106
mos de bar; Turb (NTU): Turbidez - Unidades Nefelométricas de Turbidez; pH: Potencial Hi-
drogeônico; pHmv: pH medido em milivolts; ORP (REDOX): Potencial de redução (reações
de redução-oxidação ou oxirredução); DO (mg/L): Oxigênio dissolvido; EC (µS/cm a 25 ºC):
Condutividade Elétrica µS/cm a 25 ºC; RES (Ohms.cm): Resistividade - ohm (símbolo: Ω);
TDS (mg/L): Sólidos Totais Dissolvidos - mg/L; SAL (ppt): Salinidade - parte por trilhão;
Lat: latitude; Lon: Longitude e Alt: Altura.
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Essa alteração é possível de ser explicada, pois como coloca Libânio (2010) é
comum a presença de Ferro insolúvel (Fe3+), que forma precipitados que podem
alterar os valores encontrados para a turbidez.
Na tabela 4, estão dispostos os valores da condutividade elétrica, esse parâ-
metro, porém, não possui um limite na legislação. Os valores da condutividade
elétrica estão relacionados com os sais que estão ionizados na água, além disso,
é usada para aproximar o valor de sólidos dissolvidos.
108
Tabela 5- Valores de TDS (Sólidos Totais Dissolvidos) em mg/L distribuídos em frequência.
A temperatura dos poços (Tabela 6) ficou entre 18 e 24,6 ºC, não possuindo
grande variação, tendo o seu desvio padrão igual 1,52, podendo-se, dessa forma,
inferir que esse parâmetro se demonstrou homogênio.
A salinidade (Tabela 7) ficou entre os valores 40 e 260 mg/L. A Resolução
CONAMA 537 (2005) estabelece para águas doces a concentração de sais infe-
rior a 500 mg/L, logo os valores encontrados nos poços estão abaixo do valor
máximo permitido.
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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA QUE ABASTECE O MUNICÍPIO
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4.2 Em laboratório
A avaliação dos resultados foi feita com base nos padrões de potabilidade es-
tabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para águas
doces. A Portaria nº 518 do Ministério da Saúde obtém os mesmos limites para
água de consumo humano, com exceção do nitrogênio amoniacal que está defi-
nido por 1,5 mg/L.
Após o levantamento dos resultados, pode-se observar na tabela 8 a quan-
tidade de amostras (e a percentagem) que se encontram, dentro do permitido
pela legislação. E na tabela 9, a quantidade de amostras (e a percentagem) que
não se encaixam na legislação.
5. CONCLUSÕES
110
Através da técnica utilizada de Kjedahl, foi possível avaliar a presença de ni-
trogênio amoniacal, nitrato e nitrito com valores acima dos limites permitidos
para fins de consumo humano. Nota-se que nos poços localizados dentro do
município, a quantificação desses compostos foi mais elevada comparada com
os valores obtidos de poços localizados na área rural da cidade. Isso se deve,
portanto, ao acúmulo de esgotos domésticos e industriais bem como a dispo-
sição inadequada de resíduos sólidos urbanos e industriais excessivos na área
urbana. Os poços que apresentaram teor elevado de NH3, não deveriam estar
disponíveis para fins de consumo humano.
A Portaria nº 518 do Ministério da Saúde recomenda que, no sistema de
distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5. Então, as 16 amos-
tras que apresentaram seu pH acima de 9,5 não se enquadrando nos limites
permitidos.
Dentre os poços que não se enquadraram na legislação, dois deles obtive-
ram valores anômalos quanto à concentração de NO3- e NO2-, ambos localiza-
dos dentro do perímetro urbano cidade de Frederico Westphalen, enquanto os
demais em sua maioria estão localizados no interior do município de Frederico
Westphalen – RS.
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Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 113
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA
PROPOSTA DE INCENTIVO DA ENGENHARIA
1. INTRODUÇÃO
1 Eng. Florestal, Tutor do Grupo PET Florestal da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico
Westphalen. Prof. Dr. do Depto. de Engenharia Florestal. E-mail: cantarelli@ufsm.br
2 Acadêmico de Eng. Florestal, Ex-Bolsista CNPq/VALE S.A. – Forma-Engenharia, Membro do Grupo PET Florestal
da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, Campus de Frederico Westphalen. E-mail: fe_rusch@yahoo.com.br
3 Fundado em 2006, apesar de recente, o curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria-
-UFSM, Campus de Frederico Westphalen, obteve conceito 5 em seu reconhecimento junto ao Ministério da Educa-
ção, em maio de 2012.
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
Selecionar propostas para apoio financeiro a projetos que visem estimular a for-
mação de engenheiros no Brasil, combatendo a evasão que ocorre principalmen-
te nos primeiros anos dos cursos de engenharia e despertando o interesse voca-
cional dos alunos de ensino médio pela profissão de engenheiro e pela pesquisa
cientifica e tecnológica, por meio de forte interação com escolas do ensino médio.
(BRASIL, 2012, p. 07).
116
futuros egressos capacitados profissionalmente para reverter o quadro regional
de degradação ambiental.
4 O PET foi criado em 1979 e durante 20 anos, permaneceu sob o acompanhamento e avaliação da Capes. O programa
passou a ser vinculado à Secretaria de Educação Superior – SESU/MEC, a partir do ano 2000. Formado por grupos
tutoriais de aprendizagem, o PET propicia aos alunos participantes, sob a orientação de um tutor, a realização de
atividades extracurriculares que complementem a formação acadêmica do estudante e atendam às necessidades
do próprio curso de graduação, visando à integração no mercado profissional como também o desenvolvimento de
estudos de programas de pós-graduação. O “PET Florestal”, do curso de Engenharia Florestal da UFSM, Campus Fre-
derico Westphalen foi criado em janeiro de 2013 para apoiar atividades acadêmicas que integram ensino, pesquisa
e extensão.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 117
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
118
2.1 Estimular a Permanência de Acadêmicos do Curso de
Engenharia Florestal, Através do Desenvolvimento de
Atividades de Reengenharia
Muitas vezes se ouve profissionais das mais diversas carreiras, definirem
seu conhecimento técnico adquirido após a formação acadêmica. Em entrevis-
tas com profissionais da Engenharia Florestal, é freqüente relatar que o percen-
tual do conhecimento atual, estima-se que somente 30 a 40% foram adquiridos
nas aulas dentro da universidade. Nesse sentido algumas reflexões devem ser
revistas, seja na estrutura universitária, seja na forma de aprendizado.
Schon (1983) fala que a preparação dos profissionais deveria centrar-se em
potencializar sua capacidade de reflexão na ação, de maneira que adquiram ha-
bilidade de aprendizagem permanente na medida em que solucionam proble-
mas. Delors (1997), por sua vez, fala que não é possível que uma pessoa recorra
a uma reserva de conhecimentos adotados no momento de sua formação para
resolver um problema atual profissional.
Pesquisas recentes, órgãos e entidades governamentais vêm alertando so-
bre a importância da relação entre a teoria e a prática profissional, uma vez que
estas, são indissociáveis e fundamentais para a formação integral do acadêmico.
O Banco Mundial (2002) vem advertindo sobre o perigo de que os países em
desenvolvimento aumentem sua marginalidade se não forem capazes de gerar
e usar conhecimento relevante com seus sistemas de educação terciária.
A inevitável aceleração tecnológica no campo das comunicações torna im-
prescindível que se definam claramente as competências mínimas para que o
futuro profissional enfrente o mundo do trabalho e para uma constante adap-
tação aos requerimentos dos novos postos de emprego (CERI, 1998).
A forma de condução das disciplinas será o fator determinante para a pre-
paração dos futuros profissionais. Geralmente, as disciplinas são tratadas de
forma isolada, abordado unicamente os conteúdos de sua ementa, desconsi-
derando suas implicações e relações com os demais temas que compõem a En-
genharia Florestal. Assim, o acadêmico tem acesso ao conhecimento de forma
fragmentada, tornando ainda mais complexo o entendimento pleno das áreas
de atuação da carreira florestal. E o mais preocupante, é que este modelo des-
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 119
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
5 O instrumento de coleta de dados foi encaminhado via e-mail para todos os 73 alunos egressos do curso de Enge-
nharia Florestal, no formato de um questionário, formado por 12 questões, que são elas: Nome completo; Endereço
de e-mail; Telefone; Semestre e ano em que se formou; Atualmente você está trabalhando? Sim ( ) Não ( ); Área
de atuação*: Iniciativa privada ( ) Autônomo ( ) Setor Público ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado
( ) Estudando para concurso ( ); Referente ao item anterior, qual o motivo que o levou a esta escolha?; Quais as
dificuldades encontradas no mercado de trabalho?; Em sua opinião qual a carência encontrada na grade curricular
do curso, que dificultou a sua estabilidade
120
Tabela 1 - Número de alunos formados nas respectivas turmas.
*Cabe salientar que no primeiro semestre de 2013, houve a formatura de mais uma turma do
curso de Engenharia Florestal, porém devido ao pequeno espaço de tempo entre o evento e a
análise do perfil dos alunos egressos, a turma não foi contabilizada no levantamento.
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A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
Tabela 2 – Perfil de atuação dos alunos egresso do curso de Engenharia Florestal, UFSM/FW.
Nota-se que 27% dos alunos egressos estão trabalhando na iniciativa privada,
em empresas diversas do setor florestal como produção de mudas, consultoria e
projetos ambientais de diversos fins. O maior percentual confirma que a missão do
curso de Engenharia Florestal está sendo alcançada, o qual busca formar profissio-
nais capazes de desenvolver atividades profissionais em diversas áreas de atuação.
Apresentando o segundo maior porcentual (25%), encontram-se os egressos
122
que estão cursando mestrado, sendo que a maioria destes desenvolvem pesqui-
sa nas áreas de manejo florestal, silvicultura, sensoriamento remoto, tecnologia
da madeira, morfogênese e biotecnologia e recursos hídricos respectivamente
em ordem decrescente.
Na sequencia, representando 21%, observam-se os egressos que estão tra-
balhando como autônomos, sendo atuantes nas áreas de consultoria ambiental,
topografia e projetos florestais. Tal informação é de suma importância, pois
ressalta que o curso forma também, profissionais com espírito empreendedor,
sendo esta característica muito importante e necessária no Sul do país.
Os alunos egressos que estão estudando para concursos em geral represen-
tam 15%. Dos demais, 8% estão trabalhando no setor público; 3% estão fazen-
do especializações não diretamente ligadas ao setor florestal como na área de
Engenharia da Segurança do Trabalho; por fim, 1%, ou seja, um egresso está
fazendo doutorado na área de Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais.
De modo geral, analisando a questão 10 do questionário que aborda o tripé
“ensino, pesquisa e extensão”, que é à base do curso de Engenharia Florestal da
Universidade Federal de Santa Maria, campus Frederico Westphalen, observa-
-se que os alunos egressos durante a graduação notaram uma maior carência na
área de extensão e pesquisa respectivamente. Porém, nota-se que mesmo tendo
eles abordado a carência em pesquisa durante a graduação, 26% dos egressos
estão fazendo pós-graduação, ou seja, desenvolvendo pesquisa. Cabe salientar
que nenhum egresso sentiu deficiência no ensino durante todo o período de
graduação.
Analisando a remuneração dos egressos que estão trabalhando no setor pú-
blico e privado, ambos o salário permanece entre mil a três mil reais, sendo que
apenas dois dos 72 alunos egressos que responderam o questionário ganham o
piso salarial referente à profissão de Engenheiro (a) Florestal, sendo este de seis
salários mínimos referentes a uma jornada de trabalho de 6 horas, segundo a
Norma interna N° 002/2009 da Câmara Especializada de Engenharia Florestal.
Cabe salientar que os egressos que estão no mestrado e doutorado ganham bol-
sa de auxílio, sendo que esta também não passa de três mil reais.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 123
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
3. REVISÃO DE LITERATURA
124
indissociáveis, e que tem na sociedade e em sua interação com ela, um fator im-
portante para avaliação e retorno de sua atuação. Esta relação pressupõe uma
troca constante entre a universidade e o aluno, onde o ser humano, investido
de sua capacidade de busca de conhecimento, informação e aperfeiçoamento,
encontra cada vez mais nas Instituições de Ensino, espaço tanto para o aprendi-
zado intelectual e formador, como um instrumento que permitirá desenvolver
habilidades e encontrar instrumentos para uma troca maior com o meio exter-
no, podendo interagir com ele e influenciá-lo, sendo a universidade a promoto-
ra de saber e conhecimento que entende a sociedade e propõe mudanças a esta
realidade (LOUSADA e MARTINS; 2005).
Contudo, observa-se atualmente que mudanças vêm ocorrendo de forma
muito rápida, informações propagam-se com mais velocidade, a partir do uso
das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), o que é um desafio
educacional desde a escola até a universidade. Portanto, será feito uma breve
análise do contexto educacional e suas relações com a formação inicial e conti-
nuada dos vindouros profissionais.
A educação do futuro tende cada vez mais, a se tornar permanente, constan-
te, não formal, difusa, multi-institucional e viabilizada pela tecnologia, assim,
a função da instituição educacional como lugar privilegiado de conhecimento
está seriamente ameaçado, uma vez que o papel atual do professor que, na
maioria das vezes, não passa de transmissor de informações, pode vir a ser as-
sumido pelas novas tecnologias. Logo, conforme Chaves (1998), surgem novas
exigências para as escolas, universidades e para os estudantes em geral. Nessa
perspectiva, há uma mudança radical nas práticas pedagógicas, na formação de
professores, no ensino, na aprendizagem, e, principalmente, na troca de sabe-
res e na formação autônoma de cada indivíduo.
Deste modo, por um lado, as instituições educacionais necessitam se trans-
formar profundamente, passando de locais em que a informação é simples-
mente transmitida, para locais em que a informação é discutida, criticamente
analisada, relacionada com valores e interesses, inserida no contexto do pla-
nejamento da vida do indivíduo, dos grupos sociais e do trabalho coletivo, ou
seja, sendo colocada a serviço da definição de objetivos pessoais e coletivos, da
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 125
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
(...) a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conheci-
mentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competên-
cia deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. O
professor torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a
seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das
aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbó-
lica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc.
126
(CASTELLS, 1999). A partir dela, tudo está conectado, encurtam-se as barreiras
geográficas, culturais e sociais. Portanto, o ensino já não pode deixar de se arti-
cular com dinâmicas mais amplas que extrapolam as salas de aula.
Assim, é evidente o quanto é necessário o indivíduo dar-se conta de que precisa
a cada dia buscar, aperfeiçoar, questionar e modificar o seu saber, porque ele é mu-
tável, assim como a sociedade em que está inserido. Logo, o desafio da educação
pós-moderna compreende a capacidade de definir e comandar a modernidade. Na
máxima de Demo, o desenvolvimento “além de ser moderno, carece ser próprio”.
Todavia, é preciso ressaltar que, apesar de o usuário estar instrumentaliza-
do com um teclado, pode ocorrer a confusão de que as novas tecnologias ofere-
cem o risco de se tornar um fim em si, instigar a facilidade e desviar o usuário
de seu mundo interior e de sua criação de sentido. Ao contrário, essas novas tec-
nologias favorecem novas formas de acesso ao saber pela navegação, a caça de
informação, novos estilos de raciocínio e de conhecimento, como a simulação.
Esses saberes podem ser compartilhados por um grande número de indivíduos
e, assim, aumentam o potencial de inteligência coletiva dos seres humanos.
É claro que esse fenômeno, de acordo com Alava (2002), é intrincado e
ambivalente. Num primeiro momento, a utilização das novas tecnologias não
conduz, necessariamente, ao desenvolvimento da inteligência, mas oferece um
ambiente propício a esse desenvolvimento. E num segundo, esses ambientes
apresentam riscos de isolamento, de sobrecarga cognitiva (estresse da comu-
nicação do trabalho na tela), de dificuldades físicas (ambiente que provoca difi-
culdades visuais, dor nas costas), de dependência (assiduidade à navegação, aos
jogos virtuais), de dominação (reforço dos centros de decisão, monopólio das
potências econômicas nas redes), de exploração (teletrabalho, deslocamento,
participação), de empobrecimento do saber (dados vazios e não reflexivos de
informação, falsa igualdade de saberes) e de exclusão (a exclusão digital está
ligada diretamente ao processo de inclusão social).
Cabe, assim, à educação desenvolver as potencialidades positivas da cibercul-
tura, para que nos tornemos mais humanos, reflexivos e capazes de aplicar as no-
vas tecnologias a favor de uma sociedade mais igualitária, justa e fraterna, para
tanto, o indivíduo necessita desenvolver a capacidade de reflexão consciente.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 127
A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
Nesse sentido, para que o homem se perceba como parte mutável e adaptá-
vel da sociedade, é necessário que ele tenha compreensão de sua condição como
ser histórico e social, para assim poder transformar e se adequar às exigências
de uma nova realidade. Em um ponto de vista moderno, Demo (2000, p. 29)
teoriza que na qualidade educativa da população “busca-se lançar o desafio de
formação do sujeito histórico capaz de desenhar o roteiro de seu destino e de
nele participar ativamente”.
Essas mudanças implicam também nos meios e nos modos de produção, re-
sultado da revolução tecnológica e cientifica. A partir disso, há uma redefinição
e diferenciação no papel do trabalhador, uma vez que a natureza do trabalho
e a relação econômica entre as pessoas e as nações estão sofrendo enormes
mudanças, modificando a natureza do que atualmente podemos entender por
profissão. Nesse sentido, ocorrem profundas transformações no conhecimento
ao passar de uma produção física para outra produção humana chamada sa-
ber. Além disso, afetam valores sociais, econômicos, alteram noções básicas
de percepção do tempo e do espaço, interferem no modo de ser, relacionar-se,
pensar, trabalhar, produzir, enfim, reconfiguram as organizações e as formas
de relações sociais. Essa revolução tem como conseqüência o acréscimo da ne-
cessidade de formação, pois se torna urgente não só inovar nos setores de alta
tecnologia como também formar recursos humanos altamente qualificados. As
novas tecnologias, sendo assim, através da informação, acabam por criar e per-
mitir novos espaços de conhecimento, como é o caso do ciberespaço. Este é, um
espaço social e político que não pode ser avaliado sem passar pelas analises
sociológicas da educação e dos desafios da industrialização dos conhecimentos.
Nessa perspectiva, o ciberespaço não pode ser reduzido a um espaço tecnoló-
gico que permite assegurar melhor a transmissão passiva de saberes. A emergên-
cia de novos dispositivos de formação abertos na universidade, no campo da for-
mação profissional, nos bancos das escolas ou no interior dos estabelecimentos
escolares tende a colocar novamente na ordem do dia idéias antigas, mas sempre
atuais, de trabalho colaborativo, de autonomia dos aprendizes e métodos ativos.
Assim, o ciberespaço é concebido e estruturado de modo a ser, antes de tudo,
um espaço social de comunicação e de trabalho em grupo. Portanto, o saber
128
já não é mais o produto pré-construído e “midiaticamente” difundido, mas o
resultado de um trabalho de construção individual ou coletivo a partir de infor-
mações ou de situações midiaticamente concebidas para oferecer ao aluno ou ao
estudante oportunidades de mediação.
Na educação, a internet traz um potencial inovador ímpar, pois permite su-
perar as paredes da sala de aula, com a troca de idéias com alunos de outras ci-
dades e países, intercâmbio entre os educadores, nacional e internacionalmen-
te, pesquisa on-line em bancos de dados, assinatura de revistas eletrônicas e o
compartilhamento de experiências em comum. Esse novo ambiente de aprendi-
zagem não reside mais apenas na escola, mas também nos lares e nas empresas.
Essa nova dinâmica de aprendizado possibilita que todos os membros de
um grupo partilhem e controlem idéias e todos aprendam com as experiências
e conhecimentos de todos. Portanto, espera-se que os usuários sejam leitores,
quando entrarem em contato com as informações; autores, quando produzirem
as suas próprias informações; e colaboradores, quando com interação com os
demais participantes. O grande obstáculo está em aprender a lidar com as redes
e constituir uma comunidade de aprendizagem.
Assim, com todos os desafios apresentados, espera-se que, no decorrer dos
tempos, a educação do futuro consiga avançar e superar as barreiras, rumo à
democratização do conhecimento e do saber
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A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
130
nharia Florestal. Sabemos que isso raramente ocorre assim como a bioquímica,
Geologia, zoologia, desenho técnico e morfologia vegetal.
A disciplina de Iniciação a Engenharia Florestal, tem um papel fundamental
na apresentação das áreas que os alunos vão estudar durante o curso. É im-
portante também inserir a participação de profissionais que estão atuando nas
diversas áreas, isso faz com que aproxime a formação acadêmica com a vida
profissional. Outro fator importante é a valorização das entidades de classe e
conselhos profissionais que devem ser valorizados e inseridos aos futuros pro-
fissionais.
A partir do 2º semestre os alunos já poderiam ingressar no sistema coope-
rativo de aprendizado, conforme Figura 2. Para isso faz-se necessário às univer-
sidades possuírem áreas disponíveis para fazer plantios florestais assim como
uma floresta nativa que possua fitogeografia representativa, possibilitando ser
uma floresta-escola. Na disciplina de Botânica Sistemática os alunos devem
conhecer as famílias, gêneros e espécies florestais em práticas a campo, com a
avaliação do seu conhecimento sendo questionadas as árvores da floresta nati-
va. Por exemplo a prova final seria uma ida a floresta e o professor perguntar
que família pertence essa árvore? Qual gênero?
O essencial da idéia, é que o professor identifique o objetivo principal da
disciplina e a avaliação do conhecimento seja prático, deixando as avaliações
teóricas para conhecimentos secundários da disciplina.
A partir do 3º semestre teríamos uma união maior das disciplinas: Divisão
da turma em grupos de no máximo cinco alunos. Alunos de Silvicultura devem
apreender como coletar, beneficiar, armazenar sementes; produzir mudas flo-
restais e projetar um viveiro florestal. Então o objetivo principal seria alcançado
num semestre se o professor avalia-se o conhecimento dos alunos através de
uma atividade de coleta de sementes, quebra de dormência e plantio no viveiro.
Essa atividade deveria ser desenvolvida com acompanhamento semanal duran-
te as aulas práticas.
Os alunos seriam aprovados se conseguissem desenvolver as atividades
igualmente aos demais membros do grupo e no final do semestre apresentas-
sem as mudas florestais com vigor e sanidade. Ao mesmo tempo nas aulas de
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A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
132
implantados e produzidos a partir das disciplinas voltadas para a silvicultura e
manejo florestal.
Se analisarmos as diversas grades curriculares dos cursos de Engenharia
Florestal, juntamente com a criatividade dos diferentes perfis de docentes exis-
tentes na América Latina, poderemos ter inúmeras possibilidades de integra-
lização curricular, sempre atentos a vocação profissional da região geográfica
onde está a universidade.
No caso da Universidade Federal de Santa Maria, temos no 4º semestre o
currículo as disciplinas de: Fitogeografia Florestal; Tratos e Métodos Silvicultu-
rais; Economia Rural; Sociologia Rural “A”; Cartografia; Topografia e Elementos
de Geodésia; Experimentação Florestal; Fertilidade do Solo.
Para o 5º semestre o currículo apresenta as disciplinas de: Biometria Flores-
tal; Dendrologia; Ecologia Florestal I; Genética Florestal; Propriedades Físico-
-mecânicas da Madeira; Fitopatologia Florestal; Manejo e Conservação do Solo.
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A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
134
Para 9º semestre o currículo apresenta as disciplinas de: Manejo de Áreas
Silvestres; Manejo Florestal; Parques e Arborização Florestal; Silvicultura Apli-
cada; Tecnologia da Madeira II; Estruturas e Construções em Madeira e Geo-
processamento.
Restando para 10º semestre o estágio extra-curricular que deverá ser de-
senvolvido em uma instituição privada ou pública. Ainda é necessário o acadê-
mico cumprir uma carga horária de 390 horas com atividades flexíveis, como
disciplinas complementares (180 horas) e participação de eventos, congressos,
semanas acadêmicas (210 horas).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A REENGENHARIA FLORESTAL: UMA PROPOSTA DE INCENTIVO
DA ENGENHARIA
5. AGRADECIMENTOS
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Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 137
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA
COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS
EM ESCOLA DE ENSINO MÉDIO
Patricia Rodrigues1, Alexandre Couto Rodrigues2, Mariza Camargo3, Cristiane Graepin4, Francieli Neuhaus5
1. INTRODUÇÃO
cultivo de hortas ou jardins, visto que, grande parte dos resíduos domésticos
descartados diariamente são materiais orgânicos que podem ser reaproveitados.
140
Contudo, atividades como estas, que valorizam o reaproveitamento de re-
cursos orgânicos e que podem ser trabalhadas no campo pedagógico, ainda são
consideradas incipientes no país.
Engenharias na E x t e n s ã o U n i v e r s i tá r i a 141
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS
ORGÂNICOS EM ESCOLA DE ENSINO MÉDIO
Além dos debates oficiais, dois, entre os incontáveis eventos paralelos, foram
marcantes: a "1ª Jornada Internacional de Educação Ambiental", um dos en-
contros do Fórum Global atraiu cerca de 600 educadores do mundo todo; e o
"Workshop sobre Educação Ambiental" organizado pelo MEC (IBRAM, 2012).
142
Agenda 21: subscrita pelos governantes de mais de 170 países que participaram
da conferência oficial, dedicou todo o Capítulo 36 a "Promoção do Ensino, da
Conscientização e do Treinamento". Este capítulo contém um conjunto de pro-
postas que ratificaram, mais uma vez, as recomendações de Tbilisi, reforçando
ainda a urgência em envolver todos os setores da sociedade através da educação
formal e não-formal. Além disso, a conscientização e o treinamento são mencio-
nados em outros capítulos, já que estas são necessidades que permeiam todas as
áreas. Carta Brasileira para a Educação Ambiental: produzida no Workshop
coordenado pelo MEC, destacou, entre outros, que deve haver um compromisso
real do poder público federal, estadual e municipal, para se cumprir a legislação
brasileira visando à introdução da Educação Ambiental em todos os níveis de
ensino. Também propôs o estímulo a participação das comunidades direta ou
indiretamente envolvidas e das instituições de ensino superior.Tratado de Edu-
cação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global:
resultante da Jornada de Educação Ambiental, elaborado pelo fórum das ONGs,
explicita-se o compromisso da sociedade civil para a construção de um modelo
mais humano e harmônico de desenvolvimento, onde se reconhecem os direitos
humanos da terceira geração, a perspectiva de gênero, o direito e a importância
das diferenças e o direito à vida, baseados em uma ética biocêntrica e do amor
(IBRAM, 2012).
Também por ocasião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento foram definidas as finalidades da Educação Ambien-
tal, tendo sido estabelecidas as seguintes metas:
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A Constituição de 1988, capítulo VI, do Meio Ambiente, art. 225, parágrafo 1º,
inciso VI, ao atribuir ao Poder Público a promoção da Educação Ambiental em to-
dos os níveis de ensino, bem como a conscientização da sociedade para a preser-
vação do ambiente, compromete-se com uma tarefa que se apresenta ao mesmo
tempo urgente e complexa. Essa tarefa é, inclusive, reafirmada pela Política Na-
cional de Educação Ambiental, sancionada pela lei federal 9.795/99, que se refere
à Educação Ambiental como componente essencial e permanente da educação
nacional em todas suas modalidades e níveis de ensino, abrangendo processos
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhe-
cimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do
meio ambiente (artigos 1º e 2º) (ROSALEN; BAROLLI, 2007).
Vinte anos após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (Rio-92), em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tor-
nou-se, mais uma vez, sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvol-
vimento Sustentável. O encontro recebeu o nome de Rio+20 e visou renovar o
engajamento dos líderes mundiais com o desenvolvimento sustentável do pla-
neta. Foram debatidos a contribuição da chamada economia verde para o desen-
volvimento sustentável e a eliminação da pobreza, com foco sobre a questão da
estrutura de governança internacional na área do desenvolvimento sustentável
(http://www.tst.jus.br/web/rio20#).
No decorrer das atividades referentes à Rio+20 correu a publicação da Re-
solução Nº 2, proveniente do Conselho Nacional de Educação, que estabelece as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (BRASIL, 2012) a
serem observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições de Educação Bá-
sica e de Educação Superior, que então veio a orientar a implementação do que
já havia sido determinado pela Constituição Federal e pela Lei nº 9.795, de 1999,
144
a qual dispõe sobre a Educação Ambiental (EA) e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA).
Tal como Martha Tristão (2005), acredita-se que é possível crescer com o
trabalho coletivo. E o enfoque às questões ambientais parece ser um caminho
viável para se avançar neste propósito, pois permite que sejam abordadas fun-
damentações teóricas e práticas baseadas no diálogo, no respeito à diversidade
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O foco das palestras (Figuras 1 e 2) direcionou-se para questões norteadoras
de como gerenciar e melhorar as relações entre a sociedade humana e o meio
ambiente de modo integrado e sustentável.
Assim, procurou-se destacar os benefícios do processo de compostagem,
como sendo uma forma simples, segura e econômica de se atenuar os impactos
ambientais ocasionados pela disposição ambientalmente incorreta desses resí-
duos orgânicos no meio ambiente ou mesmo em aterros sanitários, diminuindo
a vida útil dos mesmos.
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Figura 7: Bolsista Fabrício Fassini apre- Figura 8: Bolsista Natália Cecchin Rodri-
sentando o ciclo da matéria orgânica. gues explicando as fases da compostagem.
Figura 9: Bolsista Daniel Barbieri apre- Figura 10: Bolsista Cláudia Maciel An-
sentado os benefícios da compostagem. drioli explanando condições necessárias
para que ocorra compostagem.
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Figura 11: Primeira camada feita com Figura 12: Segunda camada composta
palhas. com material orgânico domiciliar e esterco
bovino.
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Figura 13: Duas camadas alternadas de Figura 14: Perfil das duas primeiras
palha e de material orgânico e esterco camadas de palha e de material orgânico
bovino. domiciliar e esterco bovino.
Figura 15: A umidade ideal da pilha Figura 16: Montagem de mais uma
deve ficar em torno de 50%. camada com esterco bovino.
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Figura 19: Última camada montada com Figura 20: Primeira pilha de composta-
palhas. gem pronta, aparência de uma pirâmide
de base quadrada.
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Figura 25: Umidificação da pilha em Figura 26: Oito pilhas em processo de
construção. compostagem.
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Figura 29: Atividades de educação Figura 30: Aulas práticas a respeito do
ambiental durante o revolvimento das processo de compostagem.
pilhas.
Embora as temperaturas mais elevadas não devam ultrapassar os 70 ºC no
interior das pilhas, é muito importante que o composto possa chegar próximo à
essa temperatura, pois esta é uma forma de se eliminar bactérias, vírus, proto-
zoários, fungos, larvas de insetos e a germinação de algumas plantas invasoras.
O controle da temperatura pode ser realizado a partir do uso de um termô-
metro apropriado, sendo que no momento da medição este equipamento deve
atingir uma profundidade de 40 a 60 cm no centro da pilha (Figuras 31 e 32).
Figura 31: Uso de uma estaca para abrir Figura 32: Introdução do termômetro
um orifício na pilha para introdução do acoplado à uma estaca para atingir a
termômetro. profundidade desejada.
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ta orgânica. Começou-se o preparo do solo, fazendo-se o revolvimento na pro-
fundidade de 20 a 30 cm, misturando-se ao solo o composto orgânico produzido
através da compostagem. Depois, foram marcadas com estacas as dimensões
dos canteiros (1,0 a 1,20 m de largura e espaçamento entre canteiros de 40 a 50
cm), que em seguida passaram a ser montadas com enxada. Toda montagem
dos canteiros obedeceu a uma planta baixa elaborada pelos bolsistas da escola,
sendo que detalhes e esboço desta referida planta serão apresentados na próxi-
ma seção deste texto.
Nas Figuras 35 e 36 pode-se perceber que todo o espaço do pátio da escola Ma-
dre Tereza onde foram montadas inicialmente oito pilhas de compostagem, que
no decorrer do processo foram agrupadas em quatro pilhas (Figura 34), posterior-
mente construiu-se os sete canteiros da horta orgânica, idealizada pelo projeto.
Figura 33: Oito pilhas em processo de Figura 34: As oito pilhas foram unidas e deram
maturação. origem a quatro novas pilhas de compostagem.
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2.3 Abordagem de Geometria na Construção da Horta
Entre os conteúdos de Matemática da Educação Básica, os conceitos de
Geometria podem ser facilmente relacionados com o cotidiano dos alunos. As
formas geométricas, por exemplo, estão presentes em todos os lugares e po-
dem ser visualizadas e interpretadas intuitivamente nas construções civis, nas
embalagens, na agricultura, nas praças, etc.
Neste sentido, acredita-se que o ensino de Matemática quando aliado à reali-
dade dos educandos estimula o interesse e a curiosidade, ajudando-os a compre-
ender e resolver situações do dia-a-dia.
Então, quando se idealizou o desenvolvimento deste projeto, que previa a
construção de pilhas de compostagem e posterior horta orgânica no Instituto
Madre Tereza, percebeu-se que nestas ações poderiam ser explorados alguns
conceitos de Geometria, tanto plana como espacial, favorecendo a aplicabilida-
de da Matemática associada à Educação Ambiental.
Desde a escolha do local para se fazer a compostagem, observou-se que este
apresentava uma área com forma irregular (Figura 3). Depois, na construção da
primeira pilha de compostagem fez-se a exploração do conceito de quadrado
(base da pilha), bem como foi possível estudar a forma espacial da pilha, que
depois de pronta, se configurou como uma pirâmide de base quadrada.
Em cada camada erguida para construção de uma pilha eram realizadas me-
didas tanto de largura como de espessura do material orgânico depositado, bem
como, eram realizadas estimativas do volume de água utilizado para irrigar su-
perficialmente cada uma destas camadas.
Todas estas medidas foram sendo periodicamente computadas pelos bol-
sistas da escola, e ao final da montagem das oito pilhas de compostagem eles
tinham um panorama geral da quantidade de material utilizado.
As temperaturas foram monitoradas durante o processo de composta-
gem configurando-se como mais um tópico associado à aplicabilidade dos
conceitos matemáticos (Quadro 1). Todo este tratamento relacionado aos
dados coletados favoreceu a análise e interpretação do controle de tempe-
ratura.
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Figura 40: Planta baixa do local destinado à horta orgânica.
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Área da sementeira:
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no dia-a-dia das pessoas com muito mais relevância do que se pode imaginar, o
que demonstra valer a pena conhecer mais de perto a ciência dos números.
3. CONCLUSÃO
4. Referências Bibliográficas
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Reitor Paulo Afonso Burmann
Vice-reitor Paulo Bayard Dias Gonçalves
Diretor do CCSH Mauri Leodir Löbler
Chefe do Departamento Sandra Rúbia da Silva
de Ciências da Comunicação