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ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
O artigo pauta-se na figura do coordenador dos diferentes cursos oferecidos nas IES1.
Existe a consciência de que a coordenação do trabalho pedagógico não está absoluta-
mente reduzida à atividade do coordenador pedagógico: para dar autenticidade ao
trabalho pedagógico desenvolvido na instituição, há necessidade do envolvimento e
do trabalho dos sujeitos e das instâncias formativas da escola que buscam sentido nas
práticas educativas adotadas, desde as mais singulares, que acontecem no cotidiano e
dentro da sala de aula, até as que norteiam a formação do currículo e do projeto políti-
co pedagógico. No entanto, é indiscutível que o trabalho pedagógico se insere no âma-
go das instituições de ensino e sua especificidade se centraliza no conhecimento e na
práxis educativa; a figura do coordenador pedagógico torna-se, portanto, imprescindí-
vel.
Sabe-se que existe uma distância entre o mundo extra-escolar e o mundo edu-
cacional, principalmente o acadêmico. Sendo assim, o novo ideário de coordenação di-
recionado aos aspectos de qualidade é coerente com a afirmação de Gadotti (1992,
1 IES — sempre que nos referirmos às Instituições de Ensino Superior, adotaremos esta sigla.
p.32) de que “os conhecimentos devem ser próximos à realidade dos alunos e que a
educação deve ajudar a construir um cidadão pleno, consciente dos seus direitos”.
Concebendo-se que não existe receita pronta para ensinar e tendo claro o de-
safio de alcançar os objetivos almejados, busca-se entender e enfrentar essa complexi-
dade através da construção e reconstrução de conceitos preestabelecidos para que, de
fato, a educação atinja seu fim.
A busca intensa está implícita nas ações do coordenador, quando tenta mobi-
lizar o trabalho coletivo. Este se constitui de propostas que fluem, de olhares que se en-
trecruzam e de caminhos cujo sabor é o da tolerância. Segundo José Saramago:
Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente, ainda é pouco.
Quando se tolera, apenas se concede. E essa não é uma relação de igualdade, mas
de superioridade de um sobre o outro. Deveríamos criar uma relação entre as
pessoas, da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância. (SARAMAGO
apud MACEDO, 1991, p. 13).
elo com a educação para alcançar os objetivos comuns, fortalecendo, assim, o projeto
educativo da instituição.
[...] mais importante do que ter um texto bem elaborado, é construirmos o envol-
vimento e o crescimento das pessoas, principalmente dos educadores, no proces-
so de construção do projeto, através de uma participação efetiva naquilo que é
essencial na instituição. Que o planejamento seja do grupo e não para o grupo.
Como sabemos, o problema maior não está tanto em se fazer uma mudança, mas
em sustentá-la. Daí a essencialidade da participação! (VASCONCELLOS, 1995, p.
52).
Certamente, questões desse alcance não podem deixar de ser consideradas pe-
lo coordenador no processo de construção do seu projeto educativo.
Cada indivíduo que assume a função de coordenar um grupo, quer pela imposição de
um cargo, quer por uma necessidade circunstancial, traz uma bagagem própria de
conceitos, valores e sentimentos que vão determinar sua forma de perceber e de rela-
cionar-se com os outros e com as situações que o cercam. Assim, não há um modelo
único de coordenação. Os diferentes momentos pelos quais o grupo passa também irão
exigir formas diferenciadas de coordenação.
O artigo 12º da LDB 9.394/96, inciso I, prevê que: "os estabelecimentos de en-
sino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência
de elaborar e executar sua proposta pedagógica", deixando explícita a idéia de que a
escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa. Assim
sendo, o projeto pedagógico passou a ser objeto prioritário de estudo e de muita dis-
cussão. Nos artigos 13º e 14º subseqüentes, a Lei de Diretrizes e Bases estabelece que:
Sendo assim, concebe-se que todos podem ser agentes do seu próprio saber e
construtores de novos horizontes. No entanto, é preciso considerar que o Projeto Polí-
tico-Pedagógico, será construído com a mediação e intervenção de um gestor líder e
um coordenador articulador de idéias, estimulador de opiniões diferenciadas, e conhe-
cedor da melhor maneira e do momento mais adequado para agir, visando ao sucesso
na aprendizagem e ao desenvolvimento profissional e pessoal dos alunos.
4. CONSIDERAÇÕES PROVISÓRIAS
REFERÊNCIAS
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MACEDO, B. Projeto educativo de escola: do porquê construí-lo á gênese da construção
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