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2009

A Cura do Corpo, Alma e Espírito

A Cura do Corpo, Alma e


Espírito

SBPI – Sociedade Brasileira de


Psicanálise Integrativa

“...Muito além de acreditar nas palavras que escrevo, sinto que minha própria vida
está em plena mutação e perplexidade, ante as verdades que nos últimos tempos
tenho visto e vivido, ou seja, a vida tem me ensinado nos últimos dez anos o que
não me ensinou nos últimos vinte ou trinta anos, então me arrisco a escrever que
tudo que aprendo na vida pode e deve ser modificado, ou mesmo transformado. Na
verdade o que é a vida senão um punhado de conhecimento que Deus em sua
sabedoria nos da como “doação da manifestação da Graça”. Sei que o muito
estudar cria bons conhecedores de informações, porém o viver a vida traz aventura
e sabedoria – coisas que só sabe quem vive a vida como se hoje fosse o último
dia...” Paulo Bregantin

Paulo Bregantin
Paulo Bregantin - SBPI Página 1
Trabalho de conclusão de curso de Psicanálise
2009
A Cura do Corpo, Alma e Espírito

SUMÁRIO
A constituição do Ser Humano.............................................................03

Cura – Caos e Cosmo............................................................................05

Entendendo porque julgamos os outros................................................10

A lógica do Raciocínio..........................................................................20

Da dedução, ou Silogismo.....................................................................29

O Corpo.................................................................................................34

Consciência fora da matéria...................................................................35

Níveis quânticos da consciência.............................................................36

O experimento de JACOBO GRIMBERG-ZYLBERBAUM..............37

Experiências fora do Corpo.....................................................................41

A ponte entre Ciência e Religião – TV Cultura 2003.............................44

ConclusãoI: Somos Seres Cósmicos (Alma e


Espírito)....................................................................................................63

ConclusãoII: Como desenvolver a capacidade Cósmica de


relacionamento?........................................................................................65

ConclusãoIII: O que é o “EU” profundo?.................................................68

ConclusãoIV: Metapsicologia x Metapsicanálise......................................73

Bibliografias...............................................................................................84

Agradecimentos.........................................................................................85

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

A constituição do Ser Humano


Acredito que o ser humano é feito de Corpo, alma e Espírito. Sim! Acredito que todas
as pessoas têm individualmente seu Corpo, sua Alma e Seu Espírito e, que cada uma
dessas partes estão interligadas e ao mesmo tempo completamente independentes uma
da outra.

Claro que essa afirmação é de fato uma grande “viagem”ou até mesmo um grande
absurdo no sentido físico e ou espiritual. Sei que alguns lerão e ficarão sem entender
muito, pois as mentes mais “sérias” pensarão no modo cartesiano e creio com essas
idéias pré-concebidas dos filósofos, muitos não internalizarão as palavras que tento
escrever, pois no decorrer da vida, muitas palavras são dispersas com o vento das
filosofias e terminologias(palavras e semânticas).

Muito além de acreditar nas palavras que escrevo, sinto que minha própria vida está em
plena mutação e perplexidade, ante as verdades que nos últimos tempos tenho visto e
vivido, ou seja, a vida tem me ensinado nos últimos cinco a dez anos o que não me
ensinou nos últimos vinte ou trinta anos, então me arrisco a escrever que tudo que
aprendo na vida pode e deve ser modificado, ou mesmo transformado, pois na verdade o
que é a vida senão um punhado de conhecimento que Deus em sua sabedoria nos da
como “doação da manifestação da Graça?”. Sei que o muito estudar cria bom
conhecedores de informações, porém o viver a vida traz aventura e sabedoria – coisas
que só sabe quem vive a vida como se hoje fosse o último dia!!

No descrever a vida como o último dia é ao certo viver entendendo que cada minuto é
não somente uma fração de hora, ou uma mínima parte do dia e um quase nada de
vida...O real é entender que o minuto que vivemos é o tudo, ou seja, o Corpo, Alma e
Espírito manifestado, á isso não podemos negar, pois para nós é somente um minuto,
porém para Deus é o tudo e, o tudo é, nada mais que a manifestação do nada. Como
explicar isso nessas linhas? Entender o Nada nos leva ao conhecimento do tudo, sendo
que o tudo só existe quando descrevemos o próprio nada que em sua essência é a junção
de nada+tudo.

Claro que a vida é o conjunto de Corpo, Alma e Espírito e ao mesmo tempo é o nada no
sentido de que não temos como explicar o Corpo, Alma e Espírito. Para essa teoria
devemos nos despir de toda a armadura de complexo e sabedoria intelectual, pois a
capacidade de entender o nada+tudo é a própria qualificação e sensibilização do puro
pensar, sem muito esperar...é simplesmente viver!

A descrição de ser humano é sintetizada como alguém que tem a vida e é um ser falante,
claro que se falarmos nos garantirá a idéia entre os seres falantes que somos homens e
mulheres, porém não tão simples a isso, somos seres que não somos dessa “Natureza”
que nos rodeia, pois qual o animal, por melhor que seja tem Corpo, Alma e Espírito?
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

No sótão dos meus devaneios, pensei, pensei....Percebi que a vida é um conjunto de


sintomas, sensações e consciência – isso posto, fico tranqüilo em transcrever as
vicissitudes do que cremos, seja corriqueiro e, sobre tudo simples, claro que de um
modo que transplante a simples camada de pensamento singular humano e penetre nos
mais profundo das camadas de meninges – dura-mater - aracnóide e Pia-mater e de
forma pura e clara ultrapasse a osmolalidade de nossas mentes e fixe o âmago de nossas
mentes, permeando dessa forma um vestígio de sabedor.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Cura – Caos e Cosmo


O que é a cura sem a doença? O que é a restauração do Corpo, Alma e Espírito sem a
“queda”? Sim! Queda, erro, perda, desvio do caminho, doença. Todas essas palavras são
sinônimas do CAOS.

O Caos que está estampado no Gênesis, pois quando se escreveu “...a terra era sem
forma e vazia...” tudo estava o verdadeiro caos. Sim todas as estruturas da terra – Água,
Ar, Terra e Fogo – estavam totalmente sem controle e, as coisas em sua totalidade
estavam fora de controle clamando por ordem. A ordem que transformou o caos em
Cura. A Cura que veio através da “palavra”. Palavra que estava sobre todas as palavras.

Palavra que destronou o caos, criando o Cosmo, absolutamente perfeito como vemos e
entendemos hoje, um Cosmo tão perfeito que não sabemos onde começa, nem muito
menos onde termina. Um Cosmo que é alvo de estudo desde os primórdios e sem muitas
explicações. Donde teria vindo a PALAVRA que destruiu o Caos? Donde veio a Cura
que restabeleceu a identidade para a terra? De quem é a voz que disse: “...haja luz e
ouve luz... haja separação entre dia e noite... Essa voz é a cura para a terra e, a cura é
nada mais que restauração do Caos.

A isso podemos inserir o princípio do “nada”, claro! A busca permanente do ser


humano não pelo tudo e sim pelo nada. Nossa mente foi formada para buscar a Deus
através do nada, porém através de nossa evolução perdemos nosso sentido de direção e
em vez de buscarmos o nada, acreditamos que no tudo teremos a verdadeira solução das
angustias e buscas infindáveis.

Vamos falar mais sobre isso... Observe como nossa mente é: Vamos relembrar de uma
história que está contida na bíblia, porém todos nós conhecemos muito bem... É a
história de Salomão e sua sabedoria. Como sabemos Salomão é filho me Davi e
Beteseba. Beteseba é a mulher que fez o Rei Davi cometer adultério e um homicídio,
pois Ele(Rei) se apaixonou por essa mulher quando estava passeando pelo seu pátio em
seu castelo e viu ela tomando um banho de sol nua, logo ele descobriu que ela era
casada com um oficial seu com o nome de Urias. O Rei ficou tão apaixonado por ela
que mandou trazê-la, pois seu marido estava em uma batalha em nome do Rei Davi.
Davi teve relações com ela e ficou grávida, até ai tudo bem...Porém quando o Rei ficou
sabendo da história da gravidez, pensou – Vou trazer de volta Urias da guerra e fazer
com que ele transe com a sua mulher e ninguém vai saber que o filho é meu...Assim o
Rei fez, porém quando Urias chegou não quis ficar com sua mulher , pois disse – meus
homens estão em guerra e eu estou aqui, não vou fazer isso de dormir com minha
mulher... O Rei então não teve outra saída a não ser enviá-lo de volta para a guerra.
Porém ele chamou o líder da tropa e disse: Ponha Urias na linha de frente para que ele
morra! E assim foi... Urias foi colocado na linha de frente e morreu.

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O Rei mandou chamar Betseba para morar com ele. Pensou o Rei: - Agora está tudo
bem... Grande engano. Pois havia um profeta chamado Natã que através de Deus ficou
sabendo do que o Rei fizera. O Profeta foi ter com o Rei e lhe contou uma história:

Rei Davi, vou contar uma história – Era uma vez num reinado um Rei que era muito
rico e tinha muitas e muitas ovelhas e também existia nesse reinado um homem pobre
que tinha uma só ovelha. Em certo dia o Rei recebeu em sua casa um amigo de muito
longe, o Rei convidou o amigo para ficar com ele e jantar naquele dia. No jantar
serviriam uma ovelha cozida. O Rei em vez de matar uma de suas ovelhas, disse para
seus oficiais: Pegue a ovelha daquele pobre, mate e sirva para nós jantarmos e assim foi
feito.

Rei eu te pergunto, disse o Profeta: O Que esse Rei merece em fazer isso com aquela
pessoa pobre?? O Rei Davi respondeu: ELE DEVE MORRER!

O Profeta disse: Isso mesmo Rei Davi – ELE MERECE MORRER! – Digo que é isso
que o Senhor fez quando engravidou a mulher de Urias e ainda mandou matá-lo. Pois o
Senhor tinha todas as mulheres que queria e Urias tinha uma só, e o Senhor á quis e
ainda mandou matá-lo.

Assim diz Deus – disse o Profeta: Esse filho que está no ventre dessa mulher morrerá,
porém você Rei, não morrerá.

O Rei Davi ficou em crise e chorou muito...Porém não teve jeito o filho que nasceu
daquela mulher morreu – Porém depois ela ficou grávida novamente e teve um filho e
chamou seu nome SALOMÃO.

Bem fecha parênteses – Salomão foi conhecido como o Rei mais sábio de todos os
tempos e sua sapiência iniciou-se com um acontecimento muito interessante, que
gostaria de descrever para refletirmos um pouco sobre como nosso pensamento é levado
a pensar somente o que queremos e não observamos o que realmente é fundamental.

A história é: Havia duas mulheres, ambas ficaram grávidas e tiveram seus filhos. Numa
noite as duas foram dormir e uma das mulheres dormiu e rolou para cima de seu filho e
sufocando matou-o. Em uma parte da vigília da noite ela acordou e percebeu o que tinha
feito, então, ela levantou pegou a criança morta e trocou com a outra criança e voltou a
dormir.

De manhã quando as duas acordaram uma das mulheres percebeu que seu filho estava
morto, porém quando olhou percebeu que aquele não era seu filho, e aí começou uma
discussão entre as duas mulheres e ambas foram parar na frente do rei Salomão para que
fosse resolvida a questão, ou seja, de quem era o filho vivo.

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Salomão ouviu as histórias das duas e tomou uma decisão: Mande cortar a criança no
meio de dê uma parte para cada uma das mulheres. A Mãe falsa disse: Tudo bem pode
cortar! A Mãe verdadeira disse: Não faça isso, dê a criança para ela cuidar o filho não é
meu!

Salomão percebendo a manifestação do amor da mãe e não deixar matar seu filho disse:
Dê o filho para a mãe que disse: Não mate a criança.

Bem até aí tudo bem, pois é uma história conhecida de todos e o final é feliz... Minha
questão não é a mulher que fica com o filho ou sobre a sabedoria de Salomão. Minha
questão é com a mulher que perdeu!! É o que leva a mulher a montar toda a mentira
para com a outra mulher? Por que ela quis cortar a criança? O que ela tinha em mente
para elaborar contra a outra? Quem somos nós nessa história, pois somos a mulher que
ficou com o filho ou a que não ficou?

Como nossa mente funciona hoje? É como a mulher que falou a verdade? OU como a
mulher que falou e montou toda a mentira? O que é verdade (sabedoria) e o que é
mentira (Pecado)? Como julgar o que a mulher “ruim” fez? Quero dedicar um tem para
que pudéssemos pensar e refletir sobre a mulher que perdeu. Sim! Sobre a doença
psíquica e espiritual que acometeu ela. Hoje muitas pessoas estão vivendo essa questão
paradoxal, buscando o que é uma doença, ou o que nos leva a “montar”mentiras sobre
os outros e ás vezes sobre nós mesmos?

Uma doença é muito mais que uma patologia física, onde somos acometidos por um
problema hereditário, ou algo que contraímos seja lá por qualquer causa. Uma doença é
um distúrbio Espiritual, Psicológico e Físico – Creio que sempre nessa ordem - A isso
inclui-se todas doenças que existem sobre a vida dos seres humanos. Independente das
causas das doenças o Espírito e a Alma são contaminados por processos que estão muito
além de nossos entendimentos, creio até que o pecado que adquirimos como seres
humanos(pecado de Adão), ou seja, a desobediência a Deus – fez a decadência humana
e com isso, estabeleceu um ciclo de pecado(doença) e, que ainda não conseguimos o
entendimento necessário para estancarmos essa doença(pecado).

Claro que não posso deixar de observar as doenças da alma e da parte física de cada
pessoa, não me deterei nessas questões, pois creio que os livros de medicina são mais
que suficientes para satisfazer nossas ansiedades para o conhecimento das doenças.
Minha maior questão é a principal causa das doenças. Sim! Qual é a principal causa das
doenças? Onde está a nascente da Cura para as enfermidades Espirituais, da Alma e
Físicas? Onde poderemos encontrar a Cura?

Creio de todo meu coração que a Cura está na manifestação da GRAÇA de Cristo em
nossas vidas, pois não podemos fechar os olhos para esse tão sublime conhecimento. É
fundamental para todos os seres humanos entender a manifestação da GRAÇA, que está

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além da história de Cristo, pois na Bíblia temos contidas muitas histórias e sei que
muitas e muitas pessoas estão sendo contagiadas e tendo suas vidas modificadas pelas
histórias e pregações sobre a vida de Cristo. Não me deterei sobre isso, sei que são
importantes, porém nesse terei o desejo incessante de descrever a Cura através da
Manifestação da GRAÇA nos dias atuais.

Então o que vem a ser a MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA? Creio que esse seja nossa
maior busca, pois ao encontrarmos essa manifestação da Graça teremos a Cura total de
nossas doenças mais profundas.

Graça é o outro. Sim! Graça é entender a vida como se os outros fôssemos nós mesmos.
É aprender com as outras pessoas. É suportar os outros entendendo que com isso,
viveremos mais e melhor. É estabelecer um contato com o mundo que está a nossa
volta, permitindo que todos e tudo façam parte de nossas vidas. É discernir que o outro
é exatamente o que somos e, sendo assim, não podemos destruí-lo. É renascer para o
outro e morre para nós mesmos... É ser o outro e mortificar a nós mesmos.

A Cura pela Manifestação da Graça é entender que não somos nada sem o outro e, que
quando dedicamos tudo para o outro – ganhamos tudo de volta para nós mesmos. É
entender que a Cura está no cuidado do outro e não na pré-ocupação de satisfazermos a
nós mesmos.

A busca desenfreada por nós mesmos nos levou a destruição total do outro e, com isso,
ficamos independentes e, a independência faz de você uma pessoa DOENTE.

O princípio é modificar de independência para DEPENDENCIA – mutualidade – Sim!


É o exercício de modificar o alvo de nossas vidas – satisfação pessoal – para Satisfação
do outro. Ao exercitarmos esse principio – DEPEDNENCIA- renascemos para nós
mesmos e, um turbilhão de virtudes nascera de seu Espírito, da Alma e Fisicamente.

De certo que para cada passo que damos para a proximidade do outro, somos
compungidos e forçados a caminharmos para trás no sentido de olharmos para nós
mesmos e, isso é o grande mal que acometeu cada ser humano, ou seja, a busca
desenfreada por si mesmo. “Conheça a si mesmo e terá vitória” essa teoria tomou conta
de nossas vidas e nosso cotidiano passou a ser um frenesi de buscas incessantes e
desenfreadas sobre: O que sou? Onde estou? Para Onde vou? Essas questões tomaram o
lugar da real necessidade de cada um de nós – a vida.

Pois a vida se resume em dividir e não manter. A vida se resume em compartilhar e não
individualizar. A vida é por si vários ciclos(Nascimento, vida e morte). A vida é deixar
que os outros interfiram e assim sendo vivamos com mais sabedoria e, não o
reducionismo de acreditar que se eu estou bem o resto que “se dane”. Creio que não
funcionam assim as coisas...

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Acredito que o contato com o Espírito é a principal busca que devemos fazer e, o
Espírito é uma ligação direta que temos com Deus e, sendo Deus nosso criador autor e
consumador de tudo e todos o Espírito DELE está em nós e, para fazermos contato com
ELE temos que nos unir, pois quando me torno um com meu irmão sou parecido com
Deus- pois Deus é a pura manifestação da UNIÃO, pois NELE vemos a manifestação
do Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, a união dos três trás a harmonia que estabeleceu
o mundo e a ordem sobre o Caos foi manifestado. E o fato de parecer com Deus unido
com meu irmão a o estabelecimento da manifestação da Graça em minha vida e na vida
dos que me rodeiam alcançamos a Cura que clama dentro de cada ser humano.

É sublime entender que a manifestação da Graça acontece com a união e não com a
busca frenética individualizada, pois na comunhão entre as pessoas há a liberação de
algo sobrenatural que nos é mostrado através das muitas pessoas que vivem bem mesmo
sem recursos, pois o que garante a alegria é estar bem com os outros. Quem já não
ouviu a frase: “Dinheiro não trás felicidade” Sim quando há Manifestação da Graça os
objetivos mudam, as expectativas são diferentes, as coisas se encaixam de forma
diferente.

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Entendendo por que Julgamos os outros

Antes de caminharmos um pouco mais sobre A Cura do Espírito, Alma e Físico


deveremos observar um pouco como são formados os “julgamentos”em nossa mente e
como construímos conceitos sobre as coisas. Creio que por isso somos pessoas que
acusamos antes de entendermos o outro, criticamos antes de saber o que realmente está
acontecendo.

Veremos como nossa mente cria o “Conceito” ou o “Juízo”.

1. DO CONCEITO ESSENCIALMENTE

Define-se o conceito, - como sendo a primeira operação mental, a mais simples


e elementar, irredutível a nada mais simples, e que consiste no tão só atender mental ao
objeto que se revela como um ser (ou ente).

Em resumo: o conceito é a simples representação mental de um objeto.

Dada a sua importância, como instante inicial do pensamento, assumiu o conceito


outros nomes mais, ainda que com outras conotações, como idéia, noção, apreensão,
intuição.

Entre o conceito e as outras operações mentais. O conceito também se define


negativamente, enquanto se distingue do que pertence à operação seguinte, - o juízo , -
que afirma ou nega.

Neste sentido, a idéia se define como um atender ao objeto, ao qual atinge apenas
como imagem, sem explicitamente nada afirmar, ou negar. Ainda que ao mesmo tempo
possa ocorrer, ou a afirmação, ou a negação, - isto já pertence à operação mental
seguinte, o juízo.

Portanto, o conceito, ainda que se caracterize por apresentar o ente, o faz


simplesmente, sem outros detalhes operacionais. O juízo o afirma. E o raciocínio o
relaciona amplamente.

Contudo, pouca distinção ocorre entre o conceito e o juízo. Não há mesmo


conceitos que não estejam ocupando uma posição no juízo, como sujeito ou como
predicado. Não há idéias isoladas, senão por abstração feita ao juízo no qual elas vivem.

Destaca-se o juízo como élan impulsionador de toda a máquina do pensamento.


Como se disse, não há conceitos senão como partes do juízo. Resta dizer que o
raciocínio não é senão um sistema peculiar de juízos conectados, que produzem novos
juízos.

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O juízo, em concreto, é a totalidade do pensamento. Quando se divide, resulta em


conceitos, e quando se compõe adequadamente, produz novos juízos, dos quais os mais
complexos são os juízos do raciocínio.

Define-se abstração, de abstrair (= separar), como sendo a propriedade do


conhecimento, pela qual apreende uma perspectiva, de um todo concreto. Mesmo
quando esta perspectiva é incapaz de existência separada do concreto, a mente o
conceitua em separado.

Por exemplo, o conceito de humanidade é abstrato, enquanto apreendido em


separado, do todo concreto de homem.

Diferem ligeiramente entre si as operações ditas abstração e análise.

Na abstração a mente divide, considerando um só dos elementos separados. Na


análise a mente divide, considerando todos os elementos separados e não apenas a um
deles.

II – COMPREENSÃO E EXTENSÃO DOS CONCEITOS

. A compreensão do conceito se define como sendo a quantidade dos elementos


de que se constitui seu objeto formal. Cada elemento se chama nota (do latim notum =
conhecimento). O conceito de homem tem, por exemplo, como compreensão as notas
animal e racional que são os seus elementos conhecidos.

A extensão do conceito se refere à quantidade de indivíduos a que se atribui o


conceito formal. O conceito de homem (cuja compreensão é animal racional) tem a
extensão de todos os indivíduos, chamados homem.

Lei da compreensão e extensão do conceito. : a compreensão e a extensão dos


conceitos estão entre si em razão inversa.

Diminui, pois, a compreensão formal do conceito com o crescimento da extensão.


Homem tem mais compreensão (isto é, mais notas), que animal. De outra parte, homem
tem menos extensão (ou número de indivíduos), que animal. Efetivamente, há mais
animais desde que incluídos os homens.

A propriedade da compreensão e da extensão, bem como suas variações, se devem


ao progresso da abstração. Esta permite que os conceitos criem, do mesmo objeto
material concreto, muitos objetos formais, pela simples diminuição de notas
constitutivas. Diminuindo as notas, cresce a generalização da predicabilidade

Classificam-se as idéias quanto à compreensão e extensão. Neste modalidade de


classificação se tomam como pontos de vista da mesma, a compreensão e a extensão.

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Sendo importantes no conceito a compreensão e a extensão, igualmente importantes se


tornam estas classificações.

a) Quanto à compreensão, segundo compreendam uma ou mais notas, os


conceitos, ou idéias, se classificam em:

- idéias simples, como em ser (compreensão simples);

- compostas, como em homem (compreensão composta).

Ainda pela compreensão as idéias podem exercer relações. Então são:

- contraditórias, se as notas se excluem, como em ser e não ser;

- contrárias, se as notas admitem intermediário, como em rico e pobre.

b) Quanto à extensão as idéias se classificam, em singulares, particulares,


universais, se, se atribuem a um, vários, ou todos os indivíduos de uma espécie. Assim
acontece em:

- este homem (singular);

- alguns homens (particular);

- todos os homens (universal)

. Introdução geral à lógica do juízo. É o juízo a mais espontânea das operações


mentais, e por isso todos entendem intuitivamente o que ele é. Exemplo de um juízo, - o
livro é grande.

Importa, entretanto, aprofundar o conhecimento sobre o juízo. A lógica faz isto de


maneira meramente formal, mostrando como o juízo se opera.

Em outros momentos, a teoria do conhecimento o examina do ponto de vista da


validade dos conteúdos afirmados, e a psicologia cuida dos aspectos psíquicos do juízo,
enquanto é um fenômeno que surge, apresenta uma certa intensidade em sua eficiência e
finalmente se encerra como um acontecimento, que costuma ser agradável.

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DO JUÍZO ESSENCIALMENTE

Desde o início, pensar é fazer juízos. Se as idéias são elementos indispensáveis,


elas não surgem isoladas no espírito, mas sempre e desde logo conectadas, - na forma de
um juízo, - dispostas umas como sujeito e outras como predicado. E assim, pensar
consiste principalmente em julgar.

Definição do juízo, pelos seus 3 elementos essenciais. O juízo é a operação


mental, na qual uma representação é afirmada de outra, - afirmada, ou como unida, ou
afirmada como separada.

_é o afirmar algo de algo .

Exemplo: a dor é um século; o prazer não é duradouro.

O essencial no juízo é a afirmação, que une ou separa o elemento julgado. Mesmo


em se tratando de negar, o processo operativo, na primeira fase mental da operação, é
uma afirmação, pela qual se declara o afastamento do predicado negado.

A diferença pela qual a afirmação une ou separa ocorre apenas no conteúdo, não na
operação mental em si mesma.

Conforme já sugerido, na definição, o juízo se constitui de três elementos


essenciais:

- sujeito,

- predicado,

- afirmação (ou cópula).

Nos três elementos se encontra expressamente indicada, pela afirmação (terceiro


elemento), que o sujeito (elemento do qual se afirma) e o predicado (elemento que se
afirma unidos ou separado).

Forma e matéria do juízo. Sobretudo a afirmação é essencial ao juízo. Por esta


razão se diz que a afirmação é a forma (= essência) do juízo.

Ao passo que, sujeito e predicado são a matéria do juízo. Quer se tratado sujeito,
quer do predicado, eles são conceitos, e nesta condição se distinguem da afirmação.

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Apenas se faz a afirmação a propósito de algo havido em um dos conceitos


(colocado como predicado), em relação a algo havido no outro (colocado como
sujeito). Resulta, pois, haver distinção entre a forma do juízo (a afirmação) e a
matéria do juízo (os conceitos)..

Funções do sujeito e do predicado como elementos do juízo.

É desigual e inversa a função do sujeito e do predicado, como elementos


compositivos do juízo.

A posição do sujeito, no juízo, é passiva, como quando se lhe predica uma ação.
Embora especificando o juízo, pela variação dos sujeitos, recebe passivamente o
predicado que deles se afirma ou se separa.

Diferentemente, o predicado é o elemento ativo do juízo. Ativamente atribui ao


sujeito algo, para o determinar. Por isso, afeta também a afirmação (é ou não é).

Dali vem que a qualidade do juízo se apresenta complexa. Deverá ser estudada
especialmente:

- primeiro, a qualidade simplesmente como afirmação (que une e divide.);

- depois, pelas modalidades do predicado, ora contingente, ora necessário;

- finalmente pela perspectiva de juízo analítico e juízo sintético.

Em tudo isto, o predicado, ao determinar a qualidade do juízo, é ativo em relação


ao sujeito.

Regras formais do juízo. Do ponto de vista meramente lógico das conexões, o


juízo obedece às seguintes regras essenciais (formais):

1-a.) O juízo analítico é necessariamente verdadeiro. Com efeito, se o sujeito


contém um atributo, não poderia o predicado, obtido por análise, negá-lo.

2-a.) O juízo sintético, de predicação não contraditório da idéia do sujeito, não é


verdadeiro e nem falso na ordem da existência contingente, sendo simplesmente
possível; na ordem do princípio da razão suficiente.

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3-a.) O juízo sintético, de predicado contraditório da idéia do sujeito, é absurdo e


falso.

Tradução do juízo em expressão falada.

Como um todo, constituído, de pelo menos três elementos essenciais, a melhor


tradução do juízo em linguagem é a que destaca em separado cada um deles.
Respectivamente se denominam: sujeito, cópula, predicado.

A qualidade dos juízos e respectiva classificação. A forma do juízo admite apenas


duas variantes essenciais: a afirmação e a negação. Em decorrência os juízos se
qualificam em:

- afirmativos,

- e negativos.

Com exatidão formal, as duas espécies de juízo, se definem pela essência mesma
da operação do juízo: afirmando a união e afirmando a divisão.

Em "a primavera é agradável" o juízo afirma, unindo.

Em "a liberdade não é libertinagem" o juízo afirma, dividindo.

A quantidade dos juízos depende do sujeito, como é fácil de observar pelas


variações que este produz. O juízo, conforme o sujeito for particular, singular,
universal e infinito, é, com os respectivo exemplo:

- particular (Alguma felicidade é duradoura);.

- singular (Pedro é racional);

- universal (Todos os homens são animais racionais).

- infinito, modalidade de universal, com sujeito não determinado segundo a


extensão, mas apenas segundo a compreensão (O homem é racional. Outros exemplos:
"Sábio sem obras é abelha sem mel" (Shaik Sadi). "A esperança é o sonho do homem
acordado" (Aristóteles).

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Quantidade e qualidade combinadas, dos juízos. Combinam-se em todas as


proposições uma indicação de quantidade e outra de qualidade. As relações dali
decorrentes, entre as proposições, oferece oportunidade às mais variadas situações. A
lógica especializada as conduz a exaustivos detalhes.

Quatro são as proposições básicas, designadas tradicionalmente por quatro vogais:

Universal afirmativa (A) – Todo homem é mortal.

Universal negativa (E) – Nenhum homem é espírito puro.

Particular afirmativa (I) – Algum homem é belo.

Particular negativa (O) – Algum homem não é belo.

A afirma, E nega, porém ambas universalmente;

I afirma, O nega, porém ambas particularmente.

Contraditórias, contrárias, subcontrárias. Novas variações ocorrem se, se


compararem os juízos entre si, atendendo ao mesmo tempo à qualidade e quantidade.

Dali resulta haver proposições:

- contraditórias,

- contrárias,

- subcontrárias.

- subalternas.

a) A contradição consiste na pura negação, pela proposição negativa, de uma


afirmativa.

Ocorre a oposição contraditória entre a proposição universal afirmativa e a


proposição particular negativa, e entre a universal negativa e a particular
afirmativa, que tenham os mesmos termos.

Lei das contraditórias:

Duas proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo,


nem falsas ao mesmo tempo.
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b) Contrária é a oposição entre duas proposições universais que têm os


mesmos termos, sendo uma afirmativa e a outra negativa.

Lei das contrárias:

As proposições contrárias não podem ser ambas verdadeiras, porém ambas


poderão ser falsas. Tem, pois, de comum a falsidade. Decorre a universalidade do fato
de ambos os sujeitos serem universais

c) As proposições subcontrárias é a oposição (na inversa das contrárias) entre


duas proposição não universais

Lei das subcontrárias:

As proposições subcontrárias podem ser falsas ao mesmo tempo, todavia não


podem ser verdadeiras ao mesmo tempo.

d) As proposições subalternas se comportam da seguinte maneira:

Lei das subalternas:

- se A é verdadeira, I é verdadeira;

- se A é falsa, I pode ser verdadeira;

- se I é verdadeira, A pode ser falsa;

- se I é falsa, A é falsa.

- o mesmo sucede entre E e O.

O quadro abaixo, referente à qualidade e quantidade dos proposições e


referidas oposições:

(A) Todo homem é justo. Nenhum homem é justo. (E) _contrarias

( I ) Algum homem é justo Algum homem não é justo ( O ). Subcontrárias.

Paulo Bregantin - SBPI Página 17


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

A LÓGICA DO RACIOCÍNIO
Introdução geral à lógica do raciocínio. No caminhar operacional, o último
avanço da mente ocorre no raciocínio, o qual, por meio de cálculos, com suporte em
intermediários, atinge conclusões distantes do ponto de partida. O raciocínio se
aproveita das conexões havidas entre os juízos, para dali calcular conclusões, as quais
ficam apoiadas na validade das referidas conexões, ou seja em sua evidência, verdade e
certeza.

A conclusão do raciocínio não é de evidência imediata. Ela é de evidência virtual,


porque alcançada apenas pela comparação de relações extrínsecas das proposições,
resultando como um efeito decorrente das referidas proposições. Os termos como se
fizeram conhecer na conclusão, pelo fato mesmo de serem apenas efeitos, não estão
incluídos no antecedente, senão potencialmente.

Da verdade e certeza da conclusão raciocinativa se diga o mesmo que de sua


evidência. Acontece pois uma verdade virtual e uma certeza virtual.

O caráter de evidência virtual, verdade virtual e certeza virtual, a propósito do


raciocínio deverá ser sempre destacado. Assim voltaremos a este aspecto,
oportunamente, ao chegarmos à definição real.

Para darmos um exemplo de raciocínio, convém logo dá-lo na forma de suas duas
espécies fundamentais, - dedutiva e indutiva.

Exemplo, na forma de raciocínio dedutivo:

- Se um primeiro é igual a um segundo, e se, por sua vez, o segundo é igual a um


terceiro, conclui-se que o primeiro é igual ao terceiro.

Ou seja:

- Se A é igual a B, e se B é igual a C, deduz-se que A é igual à C.

Exemplo, na forma de raciocínio indutivo:

- (Se Afonso é homem, e se homem é animal racional, conclui-se que Afonso é


animal racional).

A lógica trata do raciocínio, abordando-o de maneira meramente formal,


mostrando como o processo operacionalmente se desempenha.

Paulo Bregantin - SBPI Página 18


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Entre juízo e raciocínio. Na operação do juízo a comparação é simples, e ocorre


diretamente entre dois termos.

Diferentemente, no raciocínio a comparação é complexa, operada com mais de


dois termos e que se coordenam, até finalmente resultarem na conclusão de um novo
conhecimento.

Há, pois, duas espécies de cursividade mental, uma de inferência imediata,


acontecida no juízo, outra de inferência mediata, operada no raciocínio.

Quanto ao uso do termo inferência importa alguma cautela. No plano do


raciocínio prefere-se denominar inferência ao raciocínio indutivo , e não ao dedutivo,
este denominado geralmente silogismo. Mas alargou-se a acepção, de maneira a incluir
também a simples explicitação do conhecimento implícito e operações de conversão das
proposições. Exemplo: se nenhum círculo é quadrado, se infere que nenhum
quadrado é circulo.

Exemplos de raciocínios:

O homem morre, Pedro é homem, logo Pedro morre.

Todos os homens observados têm morrido. Infere-se, que é próprio do homem


morrer.

Divisão do raciocínio em dedutivo e indutivo.

A estrutura exata ou precisa, destas duas modalidades de raciocinar somente se


esclarece com uma exposição relativamente longa, mas, desde o inicio se consegue
observar e descrever características notórias de uma e outra modalidade de racionar.

A dedução, partindo de proposições mais universais, extrai, como virtualmente


contida nas mesmas, uma conclusão menos universal.

O exemplo mais singelo é o dos círculos sucessivamente menores: se o círculo


maior contém o círculo médio, e se o círculo médio contém o menor, é claro que o
círculo menor está contido no maior.

Paulo Bregantin - SBPI Página 19


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

A indução, partindo de proposições menos universais (fatos singulares), alcança


uma outra mais universal (a natureza, ou lei), também virtualmente contida.

De acordo com a tendência, do mais universal, para o menos, cabe dedução;


do menos para o mais, indução.

Paulo Bregantin - SBPI Página 20


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

DA DEDUÇÃO, OU SILOGISMO
A dedução, ou silogismo, é a parte mais fascinante da lógica raciocinativa.
Oferece um quê da precisão matemática.

I - DO SILOGISMO ESSENCIALMENTE.

. Define-se o silogismo, em definição essencial, como a operação que, da relação


de dois termos com um terceiro, alcança um novo conhecimento, - a relação dos dois
primeiros entre si, e qual esta relação.

Componentes do silogismo. O raciocínio silogístico se formula com três juízos


de conteúdo específico. Por mais variações que se introduzam neles, devem continuar
em suas funções peculiares, dentro da mecânica raciocinativa.

Observemo-los neste exemplo:

Quem tem saúde poderá viver muito tempo (1-o. juízo);

Ora, Pedro tem saúde (2-o. juízo);

Logo, Pedro poderá viver muito tempo (3-o. juízo).

O primeiro juízo apresentado afirma especificamente a relação (ou conexão), entre


a saúde e o viver muito tempo. Este primeiro juízo, por ser eminentemente geral,
admite, - nesta condição, - exercer-se como um princípio, capaz de ordenar logicamente
o menor sob o que é maior.

O segundo juízo, do mencionado raciocínio, afirma a conexão extrínseca havida


entre dois componentes. No exemplo indicado se trata da conexão entre Pedro e a saúde.
Esta declaração é, logicamente, ordenável sob outra que lhe é maior.

Finalmente o terceiro juízo, - anotado no raciocínio que serviu de exemplo, -


afirma uma relação intermediária, a conexão entre Pedro e sua possibilidade de viver
muito tempo. Esta afirmação é distinta especificamente do conteúdo expresso nos juízos
anteriores. Todavia se encontra neles virtualmente contido. Por isso assume a posição
de conclusão.

Nomes dos componentes, ou das partes internas do silogismo.

Os dois primeiros juízos do silogismo levam o nome conjunto de antecedente.

Paulo Bregantin - SBPI Página 21


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

O ultimo juízo, - como decorrente, - leva o nome de conseqüente..

Cada juízo do antecedente, separadamente, se denomina premissa .

O sujeito e o predicado, de uma premissa, se chamam os termos da premissa.

Denomina-se termo médio, aquele termo que aparece duas vezes no antecedente.
Não reaparece o termo médio no conseqüente, onde apenas os outros extremos se
unem.

Considerando que o predicado é mais universal que o sujeito, denomina-se:

Termo maior (T), ao predicado do conseqüente;

Termo menor (t). ao sujeito do conseqüente de termo

Por inferência se denominam:

- premissa maior, aquela em que se encontra o termo maior (predicado do


conseqüente);

- premissa menor, aquela em que, respectivamente, se acha o termo menor


(sujeito do conseqüente).

Seja o exemplo:

O homem é um ser racional (premissa maior);

Ora, Pedro é um homem (premissa menor);

Logo, Pedro (termo menor) é um ser racional (termo maior).

No caso, o termo médio é "homem", portanto aparece duas vezes no antecedente, e


nenhuma vez no conseqüente.

Convencionalmente o termo maior é indicado pela maiúscula (T), o menor pela


minúscula (t), o médio pela sua inicial (M).

Duas formas de enunciação do princípio geral do silogismo. As conexões de


dois termos com um terceiro se podem dar em dois planos, - na ordem da compreensão
e na da extensão .
Paulo Bregantin - SBPI Página 22
A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Dali a dupla maneira de enunciar o princípio geral do silogismo.

Do ponto de vista da compreensão, o princípio geral do silogismo reza da seguinte


maneira:

- duas coisas idênticas a uma terceira são idênticas entre si;

se uma é idêntica e a outra não é, não são idênticas entre si.

Do ponto de vista da extensão, o princípio geral do silogismo se formula da


seguinte maneira:

- o que é dito universalmente de todos, é dito para cada um dos inferiores;

o que é negado de todos, é dito para nenhum dos inferiores.

Este princípio do silogismo se particulariza em:

- o que é dito universalmente de um sujeito, é afirmado de tudo o que está


contido nele;

- o que é negado universalmente de um sujeito é negado também de tudo o que


está contido neste sujeito.

Ambas as perspectivas, - de compreensão e extensão, - participam na estrutura do


silogismo.

A compreensão, todavia é logicamente anterior, porque dela deriva o efeito formal


da extensão.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Apenas por abstração se pode isolar a extensão. O isolamento da extensão


resulta em corruptela da realidade integral, quando tratada como se fosse toda a
realidade. Observe-se, agora, como o princípio do silogismo funciona. No exemplo, o
termo médio assume a posição de sujeito, do qual se processam as afirmações:

Todo homem (M) é racional (T);

Ora, Pedro (t) é homem (M);

Logo, Pedro é racional.

Atenda-se primeiramente para o que acontece com "homem", na posição de termo


médio (M). O que dele se diz, ou se nega, seja na ordem da compreensão, seja na da
extensão, é dito ou negado, num segundo tempo de cada elemento contido

Ali se pode observar que "homem" é o termo médio, do qual se exerce uma
afirmação. Aplicado o princípio - de que tudo o que dele se afirma universalmente, é
afirmado de tudo o que está contido nele, - resulta que, ao se saber que Pedro está
contido, que também deste se deve afirmar. Por isso, colocada a segunda premissa
(Pedro), decorre a conclusão: Pedro é racional.

Regras particulares do silogismo. As 8 regras tradicionais.

O princípio geral (ou regra suprema) do silogismo pode desdobrar-se em regras


particulares, atingindo as premissas e os termos separadamente.

Tradicionalmente são oito as regras do silogismo. Das regras, quatro se referem


aos termos e quatro às premissas.

1-a. regra – O silogismo deve ter três termos: menor, médio, maior.

Isto decorre do termo médio, que, para unir, precisa pelo menos mais dois termos.

Paulo Bregantin - SBPI Página 24


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Contra a 1-a. regra do silogismo se encontra o sofisma de palavras , porquanto


palavras morfologicamente idênticas podem significar coisas diferentes, elevando pois
para mais de três termos o silogismo. Eis o velho exemplo de famoso sofisma de
palavras:

O cão ladra;

ora, o cão é uma constelação;

logo, uma constelação ladra.

2-a. regra – Nenhum termo pode figurar na conclusão com maior extensão que
nas premissas.

Na verdade, o efeito não pode ser maior que a causa. A conclusão, contida no atual
(o antecedente), só poderia ser menor.

3-a. regra – A conclusão não deve conter o termo médio.

Verdadeiramente, a condição depende como evidência virtual, do termo médio.


Este, por definição, lhe é anterior, na ordem da evidência, e não pode ter a condição do
termo que dele depende.

4-a. regra – O termo médio deve ser tomado uma vez, pelo menos, em toda sua
extensão, nas premissas.

Do contrário, o termo médio poderia ter uma extensão na maior e outra na menor,
com o risco do duplo sentido, o que não ocorrerá, se pelo menos tiver a totalidade da
extensão em uma das premissas.

5-a. regra – De duas premissas negativas nada se conclui.

É que os termos, depois de negarem uma relação com um terceiro termo, não
logram converter a este em um efetivo termo médio, isto é, intermediário.

6-a. regra – De duas premissas afirmativas não se deduz conclusão negativa. É


óbvio que dois extremos convindo entre si, no termo médio, não podem a seguir negar-
se.

7-a. regra – A conclusão se deduz, seguindo a parte mais fraca, isto é, a premissa
particular ou a negativa.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Porquanto, se alguns A são B, e todos os B são C, não se estabeleceu uma ligação


de todos os A com B (que é o termo médio), de sorte a não se poder encaminhar uma
dedução universal, que todos os A sejam C.

O mesmo acontecerá se a particularidade for posta em C, em vez de em A. No caso


de uma premissa ser negativa, sucede também algo similar, - em favor da mais fraca,
isto é, a negativa, - porque o termo médio B, obstacula a conexão: Se A é B, mas B não
é C, não se conclui que A é C, mas que A não é C.

8-a. regra – De duas premissas particulares não resulta conclusão.

Efetivamente, em tal condição, as premissas podem não conectar-se. Somente,


com uma universal, elas necessariamente se envolveriam.

Isto sucede em todas as hipóteses:

- em premissas particulares em que ambas são afirmativas;

- em premissas particulares em que ambas são negativas;

- em que uma é afirmativa, outra negativa.

O dilema é o silogismo cujo antecedente oferece uma disjunção tal, que,


assegurando uma ou outra, segue a mesma conclusão.

A alternativa do dilema pode ser categórica na primeira premissa. Exemplo:

A ou B é verdadeira;

se A é verdadeira, C é verdadeira;

se B é verdadeira, C é verdadeira;

logo, C é verdadeira.

Outro exemplo de dilema de alternativa categórica:

O guarda estava em seu posto, ou não estava;

se estava e não gritou, não cumpriu o dever;

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se não estava, faltou ao dever; logo, em ambos os casos não cumpriu o dever.

Pode a alternativa ser hipotética. Exemplo:

Se A é verdadeira, B, ou C é verdadeira;

se B é verdadeira, D é verdadeira;

se C é verdadeira, D é verdadeira;

logo, se A é verdadeira, D é verdadeira.

A índole do dilema é a preferência pelas proposições contraditórias, de sorte a


impor uma opção.

O uso do dilema é freqüente nas disputas e nas causas jurídicas.

Na filosofia com freqüência as questões se encaminham para os becos difíceis dos


dilemas, buscando os filósofos hábeis sair deles.

Situações paradoxais, com caráter de dilema:

Ou há o mal ou não há; ou Deus pode mas não quer, e não é benevolente; ou quer,
mas não pode afastá-lo, e é não onipotente.

Ou há determinismo e o homem não é livre; ou não há determinismo e o homem é


livre.

O argumento a fortiori infere de uma proposição outra proposição, por haver


para a segunda as mesmas, ou até mais razões, que para a primeira. Exemplos:

"Quem pode o mais, pode o menos".

"Se se tem o direito de matar o ladrão, com mais razão ao assassino" (Cícero, Pro
Milone).

Semelhantemente disse Ulpiano: "Para aquele a quem o mais é lícito, o menos não
deve ser ilícito" (Digesto, L.50, título XVII, n.21).

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. Figuras do silogismo são as quatro disposições que se podem dar aos termos, -
sujeito e predicado,- que o compõem.

1-a. figura – o termo médio é sujeito na premissa maior e predicado na premissa


menor:

o homem (M) é um animal racional (T);

ora, Pedro (t) é um homem (M);

logo, Pedro (t) é um animal racional (T).

Regra da 1-a. figura – A maior deve ser universal; a menor, afirmativa.

2-a. figura – O termo médio é predicado em ambas as premissas:

Todo losango (T) é quadrilátero (M);

Ora, nenhum triângulo (t) é quadrilátero (M);

Logo, nenhum triângulo (t) é losango (T).

Regra da 2-a. figura – Uma das duas premissas tem que ser afirmativa; a maior
deve ser universal.

3-a. figura – O termo médio é sujeito em ambas as premissas:

Todos os homens (M) são seres racionais (T);

Ora, todos os homens (M) são corpos (t);

Logo, alguns corpos (t) são seres racionais (T).

Regra da 3-a. figura – A menor deve ser afirmativa; a conclusão particular.

4-a. figura, chamada Galênica – O termo médio é predicado na maior e sujeito na


menor:

Todos os cavalos (T) têm cascos (M);

Ora, todos os que têm cascos (M) são vertebrados (t);

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Logo, alguns vertebrados (t) são cavalos (T).

Regra da 4-a. figura – Se a maior é afirmativa a menor é universal; se a menor é


afirmativa, a conclusão é particular; nos dois modos negativos, a maior deve ser
universal.

Não basta simplesmente mudar a posição dos termos, como se alterássemos apenas
a estrutura exterior das figuras. Dali a razão das regras especiais de cada uma.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

O Corpo
O Corpo não é o que vemos ou percebemos, pois nossos olhos, como todos sabem,
somente reflete aquilo que nossa retina “entende”que vê, logo acreditar que o Corpo é o
que vemos é pura e simplesmente crer o que nos ensinaram e moldaram em nossa
mente, através dos arquétipos que Jung muito nos ensina, onde de forma sincrônica
todos nós nos ligamos e entendemos que o que é um dia já foi e, por isso, repetimos os
pensamentos e as coisas...Bem não quero falar sobre isso, pois acredito que o Corpo é
em si uma manifestação da anatomia e fisiologia que o ser humano apresenta.

Bem como Anatomia podemos dizer que somos o que refletimos no espelho, ou seja,
nossa fisionomia, nossas curvas, nossos cabelos e formas, mesmo crendo que o que
vemos não é necessariamente o que é, não têm como crer de outra forma. Claro que isso
é fundamental para entendermos que somos nada mais que um monte de pele, ossos,
nervos entre outras coisas que a medicina tem nos mostrado. O Corpo é o que nos leva
para todos os locais visíveis e nos permite sentir, cheira, tocar, ver e ouvir. Sim! Os
cinco sentidos são o que nos permitem afirmar que temos um corpo e somos “alguém”.

É muito comum dizermos que “somos o que pensamos” nesse sentido o corpo nasce de
dentro para fora, ou seja, não somos o que vemos mais sim o que vem de dentro de cada
um de nós, isso é muito delicado de se tratar, pois no dia á dia de nossas vidas cremos
que somos o que olhamos no espelho, porém o ser humano é muito mais que isso, de
certa maneira, são individuais e coletivos, temos nossos desejos e sentidos
individualizados e ao mesmo tempo somos seres sincronizados com outros seres e
vivemos juntamente com outros reinos(animais, vegetais, espirituais...).

Ouvi outro dia de um amigo uma experiência muito interessante que me fez refletir
sobre o que somos e em que momento estamos vivendo, ou mesmo em que espaço de
tempo estamos vivendo – segundo meu amigo ele assistiu o que vou relatar na
Discovery:

“Existe uma bactéria que para reproduzir-se necessita de um ciclo: A bactéria se aloja
no cérebro de uma formiga, fazendo com que a formiga torne-se um “zumbi” a
formiga é levada a uma certa folha e fica paralisada bem na ponta da folha. Essa folha é
alimento de coelhos. Ao comer a folha o animal come também a formiga, dentro do
animal a bactéria se desenvolve e mantém sua vida.”

Veja esse ciclo, poderemos observar muitas coisas relacionadas com nosso corpo, a
primeira questão é: Quem somos nesse ciclo de vida? Somos a bactéria, a formiga, a
folha, o animal...Sim! Por vezes a questão é descobrir exatamente quem somos no ciclo
de nossas vidas e das vidas de todos?

Paulo Bregantin - SBPI Página 30


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Se formos a bactéria logo nosso maior projeto de vida é dar continuidade a vida,
mesmo que os que estejam ao nosso lado transformem-se em “zumbis” mesmo que tudo
a nossa volta sirva somente para nossos desejos, anseios e necessidades, quando temos
como objetivo único o manter a “nossa” própria vida sem preocuparmos com os outros,
somos iguais uma bactéria, que para ter vida necessita de tirar a vida de outros. Creio
que não é isso que nosso corpo deve ser aqui na terra, pois acredito que nós somos
muito mais que simplesmente “bactérias” buscando objetivos de reprodução custe o que
custar, somos muito mais que isso, somos a essência de Deus, somos a plenitude da
criação Divina, a imagem e semelhança de Deus, somos feituras do Divino e por
sermos isso, temos como necessidade básica ter e manter um relacionamento com o
Sagrado, o Divino, sim! Com seu Deus.

Se formos a Formiga, teremos que repensar o que significa corpo, pois estamos
deixando nossa mente aberta para que “outros”seres invadam nossos pensamentos e
dominem todos nossos sentidos, dessa forma nos tornamos inúteis para nós mesmos e
para os outros. Nossa mente é o próprio domínio de todo o corpo, somos motivados a
viver em virtude de nossa mente – uma mente sadia, torna o todo o corpo sadio –
quando desprezamos o aprendizado e os relacionamentos novos, abrimos espaços para
“bactérias”entrarem em nossas mentes e isso nos fará perder por completo tudo o que
somos e desejamos, necessitamos então de uma nova consciência do que é consciência,
necessitamos de uma nova mente para que possamos entender o que é mente...Creia
para mantermos um corpo sadio e mais ainda, para entendermos o que é um corpo,
necessitamos de uma mudança profunda em nossa mente, isso significa, uma mudança
de atitudes, de pensamentos, de como ver, sentir, avaliar, ou mesmo de rever tudo que
foi visto e reanalizar todas as situações.

O corpo é então uma carcaça para conduzir nossa alma e nossa consciência? O corpo é
enfim somente um alojamento das sensações e sentimentos? Será que o corpo é
materialização da energia?

Bem para respondermos essas questões temos que conhecer um pouco de física quântica
e, isso, é sem dúvida uma quebra de paradigma, pois quando falamos em física
quântica, nos abstraiamos no sentido de por não entender o que realmente significa a
física quântica, nos tornamos arredios aos aprendizados que podemos entender ante a
essa ciência. Sim! O obscuro nos assusta, bem como a falta de conhecimento nos limita
a não realização de nossos objetivos na vida. Creio até que, por isso, muitos passam
pela vida sem conhecer realmente as oportunidades que ela nos oferece.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Vamos lançar aqui as seguintes hipóteses:

1- A consciência (ou mente) será tratada por nós como um objeto quântico,
sujeita, portanto a todas as leis que regem os objetos quânticos.

2- A consciência pode interagir com outras obedecendo as mesmas leis de


qualquer outro objeto quântico, como dois elétrons, por exemplo.

3- Duas consciências podem ser tratadas como objetos quânticos


correlacionados, como pares de elétrons ou fótons correlacionados, como vêm
anteriormente ao estudarmos o paradoxo EPR.

4- As consciências, sendo tratadas como objetos quânticos


correlacionados, devem interagir entre si através da não-localidade, ou seja, sem troca
de nenhum sinal através do espaço-tempo.

5- Dessa maneira, mensagens podem ser transmitidas a qualquer ponto do


universo material sem a troca de nenhum sinal eletromagnético, sendo, portanto,
uma interação instantânea, como se as consciências jamais pudessem ser
isoladas ou separadas umas das outras, da mesma forma que pares de elétrons
correlacionados não podem ser separados.

Através desse modelo podemos explicar muitos fenômenos ufológicos, tais


como:

a) A comunicação telepática entre um extraterrestre e um ser humano,


estando um diante do outro ou a grandes distâncias, onde o extraterrestre
não se encontre presente, mas apenas enviando uma mensagem telepática
que é captada por sensitivos especiais ou indivíduos contatados.

b) Percepção de imagens à distância de objetos, fatos ou


acontecimentos ligados a seres extraterrestres.

c) Sonhos e imagens impregnados na mente durante o sono que


sugerem contatos com seres extraterrestres.

d) Experiências extrafisicas e extracorpóreas (viagem astral) onde a


consciência esteja atuando fora da matéria em ambientes que
acreditamos ser um deslocamento da consciência para outros
subuniversos quânticos onde operam as consciências extraterrestres.

e) Imagens pré-cognitivas de eventos ufológicos que de uma certa


maneira podem ser impregnadas nas mentes humanas revelando eventos
futuros de contatos ufológicos, aparições de objetos nos céus, etc.

Paulo Bregantin - SBPI Página 32


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

f) Como os seres extraterrestres podem manipular nossas


consciências a ponto de apagar de nossas mentes todas as lembranças
dos contatos com eles.

Todos esses fatos podem ser esclarecidos e compreendidos sem que precisemos ser
místicos ou esotéricos. A nova física já possui ferramentas importantes para embasar
tais teorias e nossa intenção é mostrar a todos que o modelo da consciência quântica
pode ser um caminho para explicarmos a fenomenologia da PES, bem como da ação dos
seres extraterrestres, quando envolve nossas consciências no processo de interação com
eles.

Acredito que seres muito mais avançados que nós já tenham desenvolvido modelos
substanciais para compreenderem suas próprias consciências e como elas podem
interagir com outras e até mesmo interagir com a matéria. Esses seres poderiam até
construir suas tecnologias baseando-se nesses modelos quânticos da consciência e assim
elaborar amplificadores mentais para aumentar a capacidade de suas mentes, podendo
interagir com as nossas, introduzindo ou retirando delas todos os dados ou tudo o que
bem entendessem.

Suas ações telepáticas seriam amplificadas por aparatos tecnológicos e sintonizadas


especificamente com outra consciência em um suposto estado de “singlet” (objetos
quânticos correlacionados). Dessa forma poderiam contatar telepaticamente e enviar
mensagens somente às pessoas desejadas. Por exemplo, em um grupo de pessoas
reunidas somente uma poderia estar captando as mensagens. Eles estariam sintonizando
apenas uma mente escolhida deixando de fora todas as outras.

Através do modelo da consciência quântica podemos notar que duas mentes podem
estar em estado "singlet", correlacionadas como dois pares de elétrons, relacionando-se
entre si como se não existisse nenhuma distância entre ambas, como se as mentes
estivessem praticamente ligadas e fossem uma única mente ou um único objeto quântico
conectado.

Nesse caso o eu, ou a minha consciência, pode ser tratada como um objeto quântico
exatamente como o elétron. Dessa maneira podemos pensar que a consciência é na
verdade um campo de energia que se estende até o infinito. A consciência pode ser
tratada como uma dualidade partícula-onda. Da mesma maneira que o elétron, ela seria
uma condensação local do campo, como vimos nos capítulos anteriores. Assim, aquilo
que nós imaginamos como sendo o meu “eu”, a minha mente ou o meu ser, não
passariam de condensações locais do CAMPO CONSCIENTE CÓSMICO.

Paulo Bregantin - SBPI Página 33


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Podemos supor que a individualidade não passe de uma consciência altamente


condensada e adensada num ponto e que o campo da consciência se estenda até o
infinito à sua volta. Nesse modelo, todos os outros seres do Universo não passariam de
condensações locais do CAMPO CÓSMICO CONSCIENTE. Assim pensando, todas as
consciências estariam conectadas umas às outras, sendo, portanto, impossível separá-
las, da mesma maneira que não podemos separar e isolar de nenhuma forma objetos
quânticos.

Filosoficamente falando, a nova física e esse modelo quântico da consciência, trariam


de novo à tona uma antiga discussão sobre a unidade de todas as coisas do Universo.
Todos nós somos um, dizem os sábios. Talvez eles nunca estivessem errados nessa
afirmação e só agora podemos, através dessa nova linguagem, revisar esses velhos
conceitos e discuti-los dentro de uma ótica científica.

Paulo Bregantin - SBPI Página 34


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

CONSCIÊNCIA FORA DA MATÉRIA


Através desse modelo quântico da consciência podemos explorar um aspecto muito
interessante e um dos mais controvertidos da natureza humana até os dias de hoje: a
consciência fora da matéria ou vida fora da matéria.

A ciência oficial trata a consciência como sendo fruto de uma evolução biológica,
existindo apenas como resultado dela. Essa é a conhecida teoria ascendente, onde a
consciência é gerada no interior de estruturas biológicas avançadas como os seres
humanos.

Atualmente os físicos quânticos estão questionando essa teoria e dando uma nova
interpretação para a consciência baseada em fenômenos quânticos. A consciência e a
própria vida não seriam frutos do acaso ou de um acidente da natureza e existindo
somente no planeta Terra. A nova física abre portas para discussões acerca da natureza
real da consciência e tudo aponta para uma consciência anterior à matéria. A
consciência existiria independente da matéria ou do corpo biológico. Na verdade, o
corpo biológico é que seria resultado da consciência, sendo planejado, com toda sua
complexidade, em outros subuniversos, onde a própria consciência estaria presente. A
consciência e as inteligências que habitariam esses subuniversos superiores planejariam
e executariam estruturas biológicas para que a consciência pudesse manifestar-se nesta
dimensão mais densa do Universo.

O fato de não nos lembrarmos de nossas vidas anteriores nem os contatados de suas
experiências ufológicas, leva-nos a formular um modelo de níveis quânticos para a
consciência. Vamos expor aqui tais idéias como um exercício para lançar luz à
compreensão de fenômenos ufológicos até então inexplicáveis.

Paulo Bregantin - SBPI Página 35


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

NÍVEIS QUÂNTICOS DA CONSCIÊNCIA

Da mesma maneira que para o átomo de hidrogênio, podemos estabelecer para a


consciência um modelo de níveis quânticos, pois a consciência será tratada por nós
como um objeto quântico e, portanto ela deverá obedecer todos os parâmetros da física
quântica.

Vamos dividir a consciência em 3 níveis quânticos de energia que batizaremos de:

N=1 como área consciente

N=2 como área subconsciente

N=3 como área inconsciente

Notem que no desenho acima temos que essas áreas são sempre separadas por uma
barreira quântica entre os níveis de energia da consciência.

Na área consciente ou N=1 temos a formação daquilo que chamamos de memória e área
de dados de todas as informações obtidas nesta vida. É a nossa personalidade fruto de
nossa vivência neste mundo e nesta vida atual.

Na área subconsciente de N=2 temos uma zona onde dados são armazenados numa
freqüência muita mais baixa que na área consciente. Nessa área são gerados os nossos
sonhos e milhares de outros fatos que influenciam nossa personalidade. Porém, quando
estamos conscientes não podemos acessá-la livremente, pois toda nossa mente está
atuando numa freqüência quântica muita mais alta. Quando estamos relaxados ou em
transe, como no caso de experiências com hipnose, podemos acessar essas áreas e
extrair dados que não estão na área consciente.

Já na área inconsciente de N=3 o nível de energia quântica é muito mais baixo e sua
freqüência característica também. Nesta zona de nossa consciência estão armazenados
todos os dados de nossas experiências fora da matéria e de nossas vidas anteriores, ou
seja, toda nossa memória cósmica. Podemos assim supor que nossa consciência é
praticamente imortal, sendo mortal apenas os corpos biológicos, veículos de nossas
consciências neste subuniverso quântico n=1.

CONSCIÊNCIA E IL

UMINAÇÃO

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Um salto quântico da consciência

O conceito de iluminação para os orientais pode muito bem estar ligado a alguns
mestres que em vida conseguiram acessar dados de sua área inconsciente. Um ser que
consiga conectar todos os níveis quânticos de sua consciência poderá se tornar um ser
com consciência cósmica e lembrar-se de informações e dados adquiridos em milhões
de anos, por onde quer que tenha andado sua consciência antes da vida aqui na Terra.
Um estado de supra consciência poderá instalar-se e a persona dessa vida desaparecer
por completo, fundindo-se com a consciência total.

Talvez fosse isso que os grandes mestres e avatares do passado queriam nos dizer
quando falavam:

“Conheça a si mesmo e conhecerás a Deus.”

Toda sabedoria cósmica e toda experiência da consciência, oriundas de outros


universos, estariam armazenadas em nós mesmos, bastando apenas, para serem
conhecidas, acessarmos esses dados que estariam alojados em um estado quântico
superior de nossas próprias consciências.

Esse modelo quântico da consciência nos permite abrir portas para consolidar e cruzar
informações de várias culturas e tentar compreender ensinamentos antigos com uma
ótica totalmente cientifica e moderna.

Fenômenos ufológicos terão mais clareza quando discutidos sob esse novo prisma e
esse novo modelo da consciência. A questão da vida após a morte também será fácil de
ser levada a um nível científico, deixando-se de lado as questões religiosas.

Como atingir esses estados superiores da consciência e nos tornarmos iluminados?

A resposta é muito simples do ponto de vista da física quântica. Basta que alteremos
a freqüência quântica de nossa consciência, ou tecnicamente falando, realizarmos um
SALTO QUÂNTICO EM NOSSA CONSCIÊNCIA. Uma consciência que esteja
operando no nível quântico N=1 deverá alterar toda sua freqüência quântica para perder
energia e fazer com que sua característica de individualidade torne-se menos acentuada.
Em termos técnicos significaria o seguinte: quando a consciência está operando no nível
quântico N=1 ela está vibrando com uma freqüência muito alta, portanto possui um
comprimento de onda associado muito curto, e isso faz com que o pacote de ondas
associado ao modelo dessa consciência ocupe uma região do espaço muito mais restrita
para ser localizada, da mesma maneira que estudamos esse fato para o conceito da
partícula e solidez do elétron.

Nesse caso temos uma consciência muito densa e restrita numa pequena região do
espaço-tempo.
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Mas à medida que baixarmos a freqüência quântica da consciência de tal forma que ela
possa operar um salto quântico e passar para o nível N=2 ou mesmo o nível mais baixo
de N=3, sua estrutura como pacote de onda irá alterar-se de forma extremamente
significativa.

O pacote de onda associado a essa consciência terá seu comprimento de onda


aumentado e se espalhará numa região muito maior do espaço-tempo ao seu redor,
dando assim uma noção de expansão da consciência.

Como podemos ver no desenho acima, o pacote de ondas associado à consciência, neste
caso, se estende por uma região muito maior que no primeiro caso, onde a consciência
operava no nível quântico N=1. Esse aspecto ondulatório dos objetos quânticos nos
permite dar uma nova interpretação para a consciência e termos a chave para que a
humanidade possa sair de vez desse estado denso de sua consciência e dar um salto
evolutivo significativo em nossa civilização. Acredito que esse salto quântico da
consciência será a chave para a grande transformação da humanidade.

Na medida em que desenvolvermos teorias mais consistentes sobre a natureza de nossas


consciências e de como elas funcionam, poderemos desenvolver técnicas e até mesmo
tecnologias que facilitem operar saltos quânticos e assim experimentarmos estados
elevados em nossas mentes sem o uso de drogas químicas ou mecanismos destrutivos ao
ser.

Os antigos mestres orientais da Índia e da China, desenvolveram técnicas como ioga, tai
chi e muitas outras técnicas de relaxamento e meditação. Essas técnicas fazem com que
naturalmente nossa freqüência quântica cerebral baixe vertiginosamente. Quando nossa
consciência atinge esses estados mais calmos e relaxados podemos vislumbrar
disposições novas em nosso ser e os fenômenos de PES (Percepção Extra Sensorial) são
mais consistentes. A meditação e outras técnicas similares levam nossas consciências a
operar um SALTO QUÂNTICO, nos conduzindo assim a estados alterados de nossa
consciência ou à ILUMINAÇÃO.

Civilizações extraterrestres dominariam com facilidade essas técnicas e poderiam fazer


com que suas consciências estivessem constantemente operando nesses estados
superiores, possuindo, portanto, uma supra consciência, e serem, de nosso ponto de
vista, seres iluminados. Temos que adquirir uma nova visão sobre essas raças que nos
visitam, pois só assim estaremos aptos a manter um contato mais saudável com esses
seres das estrelas.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

O EXPERIMENTO DE JACOBO GRIMBERG-ZYLBERBAUM

O neurofisiologista mexicano Jacobo Grimberg-Zylberbaum e seus colaboradores


realizaram recentemente um experimento que vem reforçar nosso modelo da
consciência quântica e da não localidade para fenômenos de interações psíquicas.

Esse experimento é o equivalente cerebral do experimento de Aspect realizado com os


fótons e foi montado da seguinte maneira: dois sujeitos são instruídos a interagirem
durante um período de cerca de 30 a 40 minutos, até começarem a sentir que se
estabeleceu uma conexão ou uma comunicação direta entre ambos. Depois, os dois são
colocados separados em gaiolas de Faraday, um espaço metálico que tem como objetivo
bloquear todos os sinais eletromagnéticos que possam eventualmente entrar ou sair
desse espaço. Sem que um dos indivíduos saiba, o outro é submetido a um sinal
luminoso piscante que produz um sinal evocado, ou seja, uma resposta eletro fisiológica
produzida por um estímulo sensorial medido por um eletro-encefalograma no cérebro
estimulado pela luz. Porém, espantosamente, o cérebro do outro parceiro, o não
estimulado, que mantém a comunicação direta com o estimulado, acusa também uma
atividade eletro fisiológica denominada potencial de transferência, muito parecida com
a forma e força do potencial evocado no cérebro estimulado. Em contraste a esse
fenômeno, sujeitos de controle não demonstram quaisquer potenciais de transferência.

Aqui podemos levantar a seguinte pergunta:

Como ambos puderam interagir sem que houvesse qualquer troca de sinais
eletromagnéticos? Uma mensagem foi trocada entre os dois, mas como isso aconteceu?
Mesmo que a distância entre eles fosse praticamente infinita, esse fenômeno
ocorreria.

A explicação é bem simples, se tratarmos as consciências como objetos quânticos


correlacionados. A não-localidade age nos dois cérebros-mente como um sistema
correlacionado. A correlação estabelecida entre os dois cérebros é mantida através da
consciência não-local, em virtude da natureza quântica do cérebro.

É importante salientarmos que essa experiência não viola a lei da causalidade, pois
nenhum dos participantes comunicou qualquer experiência consciente relacionada com
o aparecimento do potencial de transferência. Nenhuma informação do nível subjetivo
foi transferida. O colapso não-local e a semelhança dos potenciais evocados e
transferidos dos sujeitos devem ser encarados como um ato de sincronicidade. A
importância da correlação torna-se clara apenas após a comparação dos potenciais. Essa
situação é totalmente semelhante ao experimento de Aspect.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Notem a importância dessa experiência, que pode trazer muita luz à nova interpretação
da consciência quântica. Ela nos abre caminho para supormos que é possível interagir à
distância sem que haja um sinal trocado entre os sujeitos. Apenas a capacidade de
percepção dos envolvidos é que deve ser ampliada, e certos sensitivos naturais possuem
essa capacidade.

As inteligências extraterrestres certamente conhecem muito bem esse campo, pois a


fenomenologia ufológica tem nos mostrado uma gama enorme de fenômenos onde a
única explicação lógica para eles é lançarmos mão da teoria quântica da consciência.

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EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO


Vamos discutir agora um fenômeno conhecido como experiência fora do corpo,
popularmente conhecido como projeção astral ou desdobramento consciente. Na
casuística ufológica são muitos os relatos de contatos com seres extraterrestres através
das experiências fora do corpo. Esses contatos podem se dar enquanto o sujeito está
dormindo ou em uma espécie de transe induzido.

Um dos casos mais famosos na casuística ufológica nacional se encontra descrito no


livro Mergulho no Hiperespaço, do saudoso General Moacyr Uchoa. O general descreve
uma série de contatos com seres extraterrestres de aparência humana, sendo um deles,
seu guia nessa experiência, com o nome de Yogarin. O mais interessante desses relatos
se encontra exatamente na forma e no ambiente em que se deram esses contatos. Ele nos
relata que entrava numa espécie de transe e, logo após, sua consciência, ou seu corpo
astral, era conduzido ao interior de naves espaciais e em ambientes que, segundo ele, se
encontravam numa região do Universo que ele não compreendia muito bem. Seu corpo
ficava em estado de transe aqui na Terra, enquanto sua consciência viajava para
ambientes extrafisicos que o general batizou de Hiperespaço. Em um desses contatos,
ele chega a descrever uma viagem feita em corpo astral para outro planeta fora de nosso
sistema solar no interior de uma nave extraterrestre.

A riqueza de detalhes narrada por ele sobre suas experiências, bem como sua
seriedade e integridade, nos leva a crer na realidade delas, que não podem ser encaradas
apenas como sonhos ou delírios. Aparentemente ele estava muitos anos à frente dos
ufólogos, participando de vivências profundas nesses contatos. Ele mostrou uma
natureza extrafísica e multidimensional desses seres que muitos ufólogos não possuem
capacidade para compreender, nem ferramentas ou instrumentos científicos para discuti-
la.

Os ufólogos científicos temem estudar esse tipo de fenomenologia dentro da ufologia,


pois têm medo de se envolver com coisas que parecem estar mais ligadas ao campo do
misticismo e das religiões, como o espiritismo ou o orientalismo. Falar em projeção
astral, espírito ou experiências fora da matéria em congressos de ufologia cientifica é
uma heresia para eles. Por isso, o general nunca conseguiu ser levado a sério e seu
trabalho nunca é citado nesse meio.

Talvez agora, dando um tratamento mais científico a esses fenômenos, possamos tirar
da prateleira inúmeros casos envolvendo esse tipo de casuística e darmos a eles a
merecida importância, pois já temos ferramentas significativas para discutirmos essa
realidade tão expressiva e sempre presente nos fenômenos ufológicos.

CONSCIÊNCIA QUÂNTICA E EXPERIÊNCIAS FORA DO CORPO

Vamos analisar o modelo da consciência quântica do ponto de vista da física quântica


para podermos explicar a possibilidade da consciência operar fora do corpo
físico.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Nesse modelo, podemos dizer que a consciência não está totalmente presa e restrita ao
corpo material. Na teoria demonstrada anteriormente sobre campos de consciência,
baseada no modelo de campo de energia da estrutura das partículas elementares,
pudemos ver que a consciência não possui uma dimensão especifica geométrica, que
possa ser medida através de instrumentos, para que se possa avaliar suas dimensões e
suas coordenadas relativas a um sistema referencial no espaço-tempo adjacente. Isso
nos leva a afirmar que a consciência não está totalmente restrita ao corpo físico do ser
humano, nem alojada especificamente no cérebro.

Aqui surge novamente a famosa discussão da dualidade cartesiana corpo e mente,


matéria e espírito. Nós somos condicionados a aceitar que a mente, ou a consciência, só
pode existir e manifestar-se dentro de cérebros biológicos e que não podemos ter essa
mesma consciência agindo e interagindo fora desse invólucro físico. No entanto, através
dessa nova visão da consciência quântica, vemos que a consciência não se encontra
fisicamente restrita a uma área específica do espaço-tempo. Na verdade, seu campo
estrutural se estende até o infinito, possuindo apenas sua parte mais adensada numa
certa região desse espaço-tempo, definida pela maior densidade de probabilidade que é
especificada pelo quadrado da função de onda associada a essa mesma consciência. O
raciocínio é o mesmo para todos os objetos quânticos em questão, basta ver o modelo
do pacote de onda associado à consciência e veremos que ele se estende até
praticamente o infinito, porém somente onde o quadrado da função de onde associado a
ela nos fornece o local físico no espaço-tempo com maior probabilidade de ela se
encontrar ali.

No caso, isto quer dizer que, quando a freqüência do pacote de ondas associado à
consciência é maior, temos a possibilidade de encontrar essa consciência extremamente
adensada e restrita a uma pequena região do espaço-tempo, como vimos no modelo
anterior. Somente nesse caso, de alta densidade do campo de consciência cósmica
associada a essa mente, poderemos ter uma consciência agregada à matéria ou fixada no
interior de um cérebro.

Notem que a consciência em nosso modelo acima não possui uma dimensão física
definida. Na verdade, ela se estende até o infinito teoricamente falando. Apenas sua
parte mais densa se encontra aparentemente em uma região mais definida. A não-
localidade da consciência leva-nos a pensar que não podemos mais associar
simplesmente consciência a um cérebro ou a um corpo. Somos forçados a pensar em
nossas consciências como algo mais expandido que pode transcender a matéria e nossa
realidade como indivíduos encarnados e enclausurados nesses corpos e cérebros
biológicos.

Mas como já vimos anteriormente, quando as freqüências cerebrais, ou da consciência,


são alteradas, o pacote de ondas associado a ela também muda radicalmente sua
freqüência, o que faz com que esse estado de solidez e localização da consciência num
espaço-tempo restrito ao corpo perca totalmente sua identidade. A consciência passa a
não mais identificar-se unicamente com seu corpo biológico podendo assim
experimentar sensações de estar fora do corpo físico.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Em um estado de transe induzido por relaxamento, meditação ou em estado de sono


profundo, essa freqüência associada à consciência muda radicalmente mudando portanto
totalmente o conceito de uma consciência restrita ao corpo físico. Através desse modelo,
podemos explicar de forma clara o deslocamento da consciência fora do corpo, bem
como a ação da consciência em outros subuniversos quânticos superiores.

Creio que essa entrevista também nos ajudará a captar as informações quânticas e
espiritualidade, pois ao meu modo de avaliar, num mundo mais perto do que
imaginamos a física quântica e a espiritualidade se fundem para que nós como humanos
entendamos que estamos interligados com vários mundos e com todas as espécies
existentes no universo e, que o próprio DEUS – O SER SUPREMO – O GRANDE
“EU”SOU, está em todo o comando de todas as coisas o tempo todo, todo o tempo.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

A Ponte entre a Ciência e a Religião


TV Cultura (2003)

Amit Goswami, indiano PhD em física quântica e autor do livro "O Universo
Autoconsciente" foi entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura.

A bancada de entrevistadores foi formada por Mário Sérgio Cortella, filósofo e


professor do Depto. de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP; Cláudio Renato
Weber Abramo, jornalista e mestre em filosofia da ciência; Pierre Weil, educador e
reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília; Rose Marie Muraro,
escritora e editora; Leonor Lia Beatriz Diskin Pawlowicz, jornalista e Presidente da
Associação Palas Athena; Joel Sales Giglio, psiquiatra, ex-chefe do Depto.de
Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp, analista junguiano da Associação
Junguiana do Brasil e membro da International Association for Analitical Psychology;
Carlos Ziller Camenietzki, físico, Doutor em filosofia e pesquisador do Museu de
Astronomia do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu gostaria que o
senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao longo do século XX os
cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade. A
impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão
mudando. O senhor poderia nos explicar o porque dessa aproximação entre a ciência e a
espiritualidade?

Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para
uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica. Ao
mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia Transpessoal, em Biologia
evolucionista, e em Medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a
Física Quântica causou na Física, na virada do século, seria baseada nessas transições
contínuas, não apenas movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade.
Não apenas transferência local de informações, mas transferência não-local de
informações. E, finalmente, o conceito de causalidade descendente. É um conceito
interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a causalidade subia a partir da base:
partículas elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro é
tudo. O cérebro nos dá consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos,
na Física Quântica que a consciência é necessária, o observador é necessário. É o
observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e
objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria
paradoxos. Em vez disso, cresceu a idéia de que é a consciência que também é causal.
Assim, cresceu a idéia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a
Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo,
interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade
ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a
consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real. Esses são os três
conceitos revolucionários. Então, se houver causalidade descendente, se pudermos

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista
do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser,
a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas.

Rose Marie Muraro: O que mais me espanta na Física é o problema da medição


quântica de Heisenberg, que você, realmente, acha que deve ter um observador olhando
e que modifica a realidade, por exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de
saber... isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu gostaria de
saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se há um observador supremo, na
sua opinião, e se ele cria matéria ou como se faz esse fenômeno?

Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque.. qual é o papel do
observador? É a pergunta que abre a integração entre Física e espiritualidade. Na Física
Quântica, por sete décadas, tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se
que a Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria
mais objetiva. A famosa disputa entre Bohr e Einstein, a que se refere essa disputa,
basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há
fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência.. mas
atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não
está completa, a menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a
menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso
se tornou a base da nova ciência. É a ciência que, aos poucos, mas com certeza, vem
integrando os conceitos científicos e espirituais.

Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como fato, que teria
crescido a idéia de que haveria uma causalidade no sentido inverso àqueles do
tradicional que se considera, e daí saltou para a afirmação de que isso abriria a porta
para a entrada de Deus. A minha pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa
idéia cresceu aonde? Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão de mundo? E...
dois, o porque Deus entrou aí nessa equação?

Amit Goswami: Na Física Quântica há um movimento contínuo. A Física Quântica


prevê isso. Não há dúvida que a Matemática Quântica é muito capaz, muito competente,
e ela prevê o desenvolvimento de ondas de possibilidades, a matéria é retratada como
ondas de possibilidades. O modo como elas se espalham é totalmente previsto pela
Física Quântica. Mas agora temos probabilidades de possibilidades. Nenhum evento
real é previsto pela Física Quântica. Para conectar a Física Quântica a observações reais,
embora não vejamos possibilidades e probabilidades, na verdade vemos realidades. Esse
é o problema das medições quânticas. E luta-se com esse problema há décadas, como eu
já disse, mas nenhuma solução materialista, uma solução mantida dentro da primazia da
matéria foi bem sucedida. Por outro lado, se considerarmos que é a consciência que
escolhe entre as possibilidades, teremos uma resposta, mas a resposta não é matemática.
Teremos de sair da matemática. Não existe Matemática Quântica para este evento de
mudança de possibilidades em eventos reais, que os físicos chamam de „colapso da
onda de possibilidade em realidade‟. É essa descontinuidade do colapso que nos obriga
a buscar uma resposta fora da Física. O que é interessante é que se postularmos que a
consciência, o observador, causa o colapso da onda de possibilidades, escolhendo a
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

realidade que está ocorrendo, podemos fazer a pergunta: qual é a natureza da


consciência? E encontraremos uma resposta surpreendente. Essa consciência que
escolhe e causa o colapso da onda de possibilidades não é a consciência individual do
observador. Em vez disso, é uma consciência cósmica. O observador não causa o
colapso em um estado de consciência normal, mas em um estado de consciência
anormal, no qual ele é parte da consciência cósmica. Isso é muito interessante. O que é a
consciência cósmica diante do conceito de Deus, do qual os místicos e teólogos falam?

Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o senhor é originado
de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o hinduísmo, como religião, tem uma
profusão de deuses ou de divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300
milhões de deidades dentro da religião hindu. De outro lado, seu pai foi um guru
brâmane, o senhor tem um irmão que é filósofo. Esta mescla de situações induziu no
senhor uma compreensão em relação a um ponto de chegada, na religião, partindo da
Física, ou o senhor já partiu da religião e, por isso, chegou até a Física e supõe que a
Física Quântica é uma das formas de praticar teologia?

Amit Goswami: Obrigado pela pergunta, porque costumam me perguntar se minha


formação como indiano hindu afeta o modo como pratico a Física. Na verdade, fui
materialista por um bom tempo. Fui físico materialista dos 14 anos de idade até cerca de
45 anos. O materialismo foi importante para mim. Eu trabalhei com ele, filosofei nele,
cresci nele. Eu obtive sucesso em Física dentro da Física materialista. Mas quando
comecei a trabalhar no problema da medição quântica, eu realmente tentei resolvê-lo
dentro do materialismo. Enquanto todos nós trabalhávamos, falei com muitos físicos
que trabalhavam no problema (este é o problema mais estudado da Física, um dos mais
estudados). E todos tentávamos resolver este paradoxo: se a consciência é um fenômeno
cerebral, obedece à Física Quântica, como a observação consciente de um evento pode
causar o colapso da onda de possibilidades levando ao evento real que estamos vendo?
A consciência em si é uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na
possibilidade. Assim, eu tive de abandonar esse pensamento materialista. Embora fosse
interessante, em minha vida pessoal eu sentia necessidade de mudar. Alguns
consideraram uma transição de meia-idade, e os dois problemas, crescimento na vida
pessoal e o problema da medição quântica, se confundiram, e eu comecei a ver a
consciência não apenas como um problema físico, mas também como um problema
pessoal. O que é que deixa alguém feliz? Qual é a natureza da consciência, da qual as
pessoas falam quando se pensa além do materialismo? Então, comecei a meditar e a me
aproximar de alguns místicos, e isso ajudou. E um dia, quando falava com um místico, e
ele me dava a tradicional visão mística do mundo, que eu já ouvira muitas vezes antes,
mas, de algum modo, essa conversa causou uma nova impressão em mim. Eu pude ver,
eu realmente vi além do pensamento, tive a percepção de que a consciência é a base do
ser, e essa percepção soluciona o problema da medição quântica. Não só isso: pode ser
usada como base para a ciência. Normalmente, os cientistas presumem que a ciência
deve ser objetiva, etc, mas eu vi, naquele momento, que a ciência deve ser objetiva até
um certo ponto. Eu chamo de objetividade fraca, mas isso pode ser alcançado nessa
nova Metafísica. Consciência é a base de todos os seres. Então, para mim, foi o
contrário, eu fui da Física para a espiritualidade, sob o aspecto da Física. Porque minha
formação espiritual, embora em retrospecto, eu possa dizer que foi saudável, deve ter
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sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas conscientemente foi o oposto. Eu vim de
uma questão muito inquietante, de como resolver um problema físico, um problema do
mundo, pois esse é o problema mais importante do século XX. E a partir disso, esse
salto conceitual, esse salto quântico perceptivo me fez reconhecer que o modo como
espiritualistas vêem a consciência é o modo certo de ver a consciência. E esse modo de
ver a consciência resolve o problema da medição quântica. Ele nos dá a base para uma
nova ciência.

Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo mais atrás no sentido
da própria Física clássica. Porque nós sabemos, hoje em dia, que os fundadores da
Física clássica, Newton, Descartes e outros grandes cientistas do século XVII, para eles,
para os projetos científicos que propunham, Deus era uma parte constitutiva inseparável
do mundo que eles imaginavam, seja como sendo quem garantia a eficácia, eficiência, o
funcionamento das leis do mundo, seja como alguém que operava os próprios
fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do mundo da ciência ao
longo do século XVIII, século XIX, ou século XX, talvez, até os anos 50 tenha sido o
ápice dessa questão, os cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada
de falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu estudo e a sua reflexão
esteja tentando recolocar no seu próprio lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei,
algumas idéias do próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria
de saber se essa aproximação do Deus do Newton, o que garantia que as leis naturais
funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo com a consciência, supra-consciência
que o senhor propõe como sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a
realidade estaria constituída?

Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física clássica, no início,
não separavam Deus, como disse, mas então, aos poucos, descobriu-se que Deus não era
necessário. Depois que Deus estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser
guardião de seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer. Mas na
Física Quântica, há o problema da medição. Como as possibilidades tornam-se eventos
reais, temos espaço para uma consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há
uma semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na subespiritualidade
tradicional, não na mente popular. A mente popular considera Deus um imperador, um
super-humano sentado no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que
esteja claro que não estamos falando em Deus dessa forma, mas Deus nessa consciência
mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse tipo de Deus está retornando porque, se
você se recorda, o debate entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou
Deus intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres biológicos. E então
surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos teólogos, porque antes, apesar de Newton, os
teólogos podiam citar o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos,
óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque se dizia que a
evolução ocorria... mas ela era natural? Darwin disse que ela era natural. Oportunidade
e necessidade. Não há necessidade de Deus na evolução e não há necessidade de Deus
na biologia. Então, no século XX, surgiu o behaviorismo e a idéia de que temos livre-
arbítrio subjetivo. Essa idéia também foi superada, porque experimentos mostraram que
somos muito condicionados, não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física
Quântica também cresceu ao mesmo tempo que o behaviorismo, e a Física Quântica tem
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uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O mundo não está determinado como
imaginamos. Deus não é o guardião. O princípio da incerteza levou à onda de
possibilidades, depois o colapso da onda de possibilidades para a introdução da idéia do
colapso da consciência. Paradoxalmente, fomos criados contra essa idéia, mas nos anos
90, eu, Henry Stab, Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo
pode ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a consciência que causa o
colapso da onda de possibilidades em eventos reais é uma consciência cósmica. E o
evento do colapso em si nos dá a separação matéria-objeto do mundo. Assim, não só
resolvemos o problema da medição quântica como também demos uma nova resposta
de como a consciência de um torna-se várias. Como ela se divide em matérias e objetos,
para poder ver a si mesma. E essa idéia de que o mundo é um jogo da consciência, um
jogo de Deus, que é uma idéia muito mística, voltou à tona. Então, podemos voltar à
biologia. Deus intervém na biologia? Deus intervém na vida das pessoas? Essas
perguntas continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em um jornal sobre Biologia
evolucionista, que há muitos furos conhecidos na teoria darwiniana. Esses furos são
chamados sinais de pontuação. A teoria da evolução de Darwin explica alguns estágios
homeostáticos da evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças
ambientais. Mas não explica como uma espécie torna-se outra. Essa especiação,
mudança de uma espécie em outra, é uma nova mudança na evolução, não está na teoria
de Darwin. Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de fósseis. Não temos
uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil tornou-se um pássaro. A idéia é
que sejam sinais de pontuação, estágios muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto
seja um salto quântico, um salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a
consciência interveio, não de um modo subjetivo, de um modo caprichoso, mas de um
modo muito objetivo.. muito objetivo, e essas idéias objetivas ficam claras com o
trabalho de Rupert Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser objetivo. Mas, sem
dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade descendente. Não se pode explicar a
Biologia evolucionista só com a causalidade ascendente. Essa é a coisa mais
interessante, a partir do pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o
guardião, pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não precisamos de
Deus. Agora, estamos fechando o círculo, e vemos que não só precisamos de Deus: há
movimentos descontínuos no mundo para os quais não existe explicação matemática ou
lógica. Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário. Deus age de forma objetiva,
bem definida. A consciência cósmica não é subjetiva, não é a consciência individual que
afeta o mundo. Isso ocorre de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A
ciência detém seu poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a
descontinuidade, temos a interconectividade e podemos falar sobre vários assuntos dos
quais os místicos tradicionalmente falam.

Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador do ponto de vista
do telespectador, e estou um pouco com medo de que alguns já desligaram o aparelho
diante do alto nível científico do debate, que é necessário e indispensável. Eu queria
ressaltar a importância da sua presença aqui em termos mais simples. Para o
telespectador... tem telespectadores que acreditam em Deus, acreditam em
espiritualidade e tem outros que não acreditam em Deus, não acreditam... são os
materialistas versus os espiritualistas. Entre os dois têm os que não sabem ou os que
nem se interessem para isto. Nestas três categorias, a sua presença aqui tem uma
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

importância muito grande. Ela tem uma importância porque nesse século que passou,
nós estivemos assistindo a três grandes movimentos: o primeiro movimento, em que
muitos espiritualistas, muitas pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas
“provas”, pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na matéria. E
nisso foram até muitos sacerdotes de várias religiões. Largaram a batina, largaram a sua
fé e se transformaram em protagonistas do materialismo. Estamos assistindo,
atualmente, a um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo, dois amigos meus. Um,
Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e hoje ele é monge budista tibetano. O
outro era astrofísico, colega seu, largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos
assistindo a um movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma terceira saída,
e que me parece a mais conveniente e a mais razoável, a mais holística, que é a minha
também. A sua, como Física Quântica, fez com que, vindo do materialismo, não caísse
no extremo do espiritualismo, mas integrou os dois. Eu fiz isso também como
psicólogo, através da psicologia transpessoal... o senhor através da Física Quântica, eu,
através da Psicologia Transpessoal... e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o
tempo todo. A minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os
telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit Goswami ficasse no
meio do caminho e fizesse um encontro dentro dele, da razão da Física, da razão
materialista, e do outro lado, da Intuição? Falou nos seus amigos místicos, mas pela
minha experiência eu sei que a segurança pela qual eu falo, não é apenas racional, ela é
baseada numa experiência chamada interior, chamada subjetiva, chame como quiser, de
luz, e de saber mais ou menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua
experiência que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino, racional, e o lado
feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a sua pessoa? Eu acho que isso
nos vai reconciliar com os telespectadores.

Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às vezes, eu digo que
todos nós, todas as pessoas, espectadores, cientistas, o orador, todos aqui, todos nós
temos dois lados. Um é semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de
objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que é místico e ouve
diretamente, intuitivamente, e desenvolve seu retrato do mundo baseado nessa
percepção intuitiva. O que ocorre nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo
antes de essa integração começar, é que começamos a entender a natureza da
criatividade. E a falsa idéia de que cientistas só trabalham com idéias racionais e
matemáticas, está, aos poucos, caindo. Einstein disse isso muito claramente: “Não
descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional”. As pessoas não
levam a sério tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era
importante. Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando que
os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas
para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático; nem tudo é pensamento
racional. Você perguntou sobre minha experiência pessoal. Eu já compartilhei a
experiência fundamental pessoal que tive quando troquei... nem devo dizer que troquei,
eu tive uma percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaço-tempo. Eu estava
fora do espaço-tempo, experimentando diretamente a consciência como a base do ser. É
esse tipo de experiência que dá a base para ficarmos convencidos, para termos certeza
de que a realidade é algo mais do que o espaço-tempo no mundo em movimento faz
parecer. Este é o escopo fundamental para o ponto de encontro dos cientistas e
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

espiritualistas. Porque os espiritualistas ouviram esse chamado, essa intuição, muito


antes. Os cientistas também a ouviram. Mas por eles sempre expressarem suas
percepções em termos de lógica, em termos de razão, isso ocorre mais tarde. Eles
esquecem a origem de seu trabalho, a origem de sua percepção. Já para os
espiritualistas, a percepção leva à transformação do modo de vida. Assim, eles nunca
esquecem que foi a intuição que trouxe a felicidade, foi ela que os fez quem são. Essa é
a diferença. Cientistas usam a intuição para desenvolver sistemas que estão fora deles, o
que chamo de criatividade externa. E isso torna-se uma camuflagem dos verdadeiros
mecanismos do mundo para eles. Enquanto espiritualistas mantêm-se com a percepção,
mudam suas vidas, e incidentalmente, mudam o mundo externo. Mas eles sabem que
aquela percepção que tiveram é a coisa fundamental que gere o mundo. Para eles, a
consciência é cósmica, isto é algo determinado. Para os cientistas, a mesma descoberta é
possível, mas eles ignoram o chamado e prestam mais atenção ao que ocorre no cenário
externo. Acho que, se todos nós compartilharmos isso, o mundo poderá mudar.
Agradeço pela pergunta. Estou disposto a compartilhar: escrevi um livro sobre
criatividade, no qual conto minhas histórias pessoais. Em todos os meus livros conto
minhas histórias pessoais. É importante compartilharmos nossas histórias pessoais, e
acabar com o mito de que os cientistas são apenas pensadores racionais. E es também
têm percepções que vão muito além do pensamento racional.

Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, o senhor falou muito em Deus durante a


primeira parte deste programa, e aqui no ocidente, quando se fala em Deus, se imagina
que exista o seu contraponto. E aqui no ocidente se dá uma série de nomes a ele. Eu
gostaria de saber como é que o senhor explica essa... se o senhor concebe a existência
desse contraponto, dessas outras forças que não são necessariamente Deus.

Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante. Segundo a visão da
Física Quântica, existem as forças da criatividade e as forças do condicionamento. Não
falamos muito sobre isso, mas eu defendo a idéia que a Física Quântica nos dá, de que
é a consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o
evento real que ocorre. A questão é : então temos de entrar nesse estado incomum de
consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então... como entrar nessa
consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual temos personalidade e
caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso, descobrimos que essa condição
ocorre porque todas as nossas experiências aparecem após serem refletidas no espelho
da nossa memória, muitas vezes. É essa memória que causa o condicionamento. Uma
propensão a agir do modo como já agi antes. Uma propensão para responder a estímulos
do modo como já respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a manhã
no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: “O que há para o almoço?”, sem notar o
novo penteado da esposa, o que é muito irritante, tenho certeza. Mas esse
condicionamento é o que nos torna indivíduos. Então, a questão é que, na Física
Quântica, vemos claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser
quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa
criatividade, ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com
máquinas. Assim, o mal maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é
ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que temos, a força
criativa que realmente representa o que buscamos quando invocamos Deus. Mas isso
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

também está incompleto. Essa questão pode ser estudada mais a fundo e há um escopo
maior, trazendo idéias como emoções negativas e positivas. Assim, teremos uma
exposição maior do Bem contra o Mal. Mas, de fato, a consciência cósmica inclui tudo.
Esse é o conceito esotérico, não tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as
religiões, de que há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão, uma
necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo não é igual a Deus; o
diabo é uma criação subseqüente. É útil pensarmos em termos de Bem e Mal mas, às
vezes, é preciso transcender isso, é preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o cenário
que a Física Quântica defende.

Joel Giglio: Doutor Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano, formado pela
Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas perguntas a fazer ao senhor. Mas em
vista do tempo e dos objetivos desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei
muito, quando li seu livro, em questões que ainda são incógnitas à nossa prática
psicoterápica. A questão do „insight‟... O „insight‟ nós não sabemos, em psicoterapia,
quando ele vai acontecer, como vai acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do
nada, embora a gente intua que o „insight‟ vá aparecer. A questão da criatividade... a
questão da sincronicidade... mas eu gostaria de fazer uma questão sobre os arquétipos.
O senhor menciona no seu livro, idéias de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e
cita Jung, que é o criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo.
A questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem, embora eles estejam
fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores dizem que está havendo uma evolução dos
arquétipos. Quem fala isso, por exemplo, é Sheldrake, que o senhor mencionou há
pouco e que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente dentro do
campo da biologia. Como é que a teoria da Física Quântica explicaria, supondo que os
arquétipos evoluem, a evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a
evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não. Essa questão... e
muitos outros arquétipos, nós supomos que estejam evoluindo sem anularem os
arquétipos anteriores.

Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de Jung. Acho que
Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo agora. Nos meus primeiros
textos, eu citava muito a afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a
psicologia se unirão. E acho que Jung ficaria satisfeito com esta conversa e, em geral,
com a integração da Física e da Psicologia transpessoal que vemos hoje. Isto posto,
acredito no conceito de arquétipo de Jung, e acho que o modo como Jung o apresentou,
e Platão o apresentou, de que são aspectos eternos da consciência, contextos eternos da
consciência... a consciência tem um corpo contextual no qual os arquétipos são
definidos e, e tão, eles governam o movimento do nosso pensamento. Acho que é um
conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a idéia de
que todos os corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência, inconsciência,
são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a questão:
alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar arquétipos evolucionistas? Não se
pode descartar o que Rupert tenta dizer. Houve uma idéia semelhante, de Brian
Josephson, um físico que publicou um trabalho na Physical Review Letters, revista de
grande prestígio, dizendo que as leis da Física podem estar evoluindo. Da mesma forma,
outras pessoas, cientistas muito sérios, sugeriram que, talvez, forças gravitacionais
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

mudem com o tempo. Essa idéia de arquétipos fixos é uma idéia muito importante. Eu a
apóio totalmente. Mas também vejo que na Física Quântica há espaço para a evolução
dos arquétipos. Não devemos descartar totalmente idéias que dizem que arquétipos
evoluíram. Ainda seremos capazes de determinar isso experimentalmente. Obrigado
pela pergunta.

Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas, grande parte do
final de sua obra se dedica a essa questão. O senhor nos disse que há necessidade da
participação da ambigüidade para dar garantias de criatividade no campo ético.
Entretanto, no mesmo contexto, nos fala imediatamente das linhas e instruções éticas
numa obra monumental da tradição indiana que se chama “Bhagavad Gita”. E a
“Bhagavad Gita” se inicia pelo pressuposto da instrução do mestre para um discípulo,
de que ele deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve assumir sua parte
de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de guerreiros, em que há ação da
própria. Como fica o livre-arbítrio, como fica a ambigüidade como necessidade da
criatividade dentro de um contexto de que existe um pressuposto, obviamente não-
ambíguo e não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer... mas se está cominado a
fazer, está cominado a agir? Como será isso, Professor?

Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito difícil, muito sutil.
Realmente, se considerarmos a ética compulsória, não parece haver escolha. Mas a ética
não é tão definida: é muito ambígua. Lembro de uma história que o grande filósofo
Jean-Paul Sartre contava. Suponha que você vá em uma expedição de natação, ou
melhor, de barco, e o barco afunde. Você está com um amigo, você sabe nadar, mas ele
não. Mas você não é muito forte. Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Você tem
uma boa chance de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele está muito
claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há ambigüidade mesmo em
decisões éticas, em decisões morais. Na Física Quântica, é muito claro que devemos
esperar, e esperar pela intuição, ver se há um salto quântico, uma resposta criativa como
você a chama, se uma resposta criativa irá surgir. E é essa resposta criativa que é a
resposta correta para solucionar essa ambigüidade em questões éticas. Quando a
moralidade ou a ética são apresentadas como um conjunto de regras, e as pessoas
seguem essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa disso, as regras
perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras inútil, sem vida. Mas, se
considerarmos a ética com vida, e reconhecermos que temos um papel a desempenhar
em todas as situações éticas, temos um papel a desempenhar em termos de irmos para
dentro de nós, como as pessoas criativas fazem, combatendo isso, combatendo a
ambigüidade. Então, o salto quântico da percepção virá e vai-nos permitir tomar a ação
correta. É nisso que a Física Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão que ela está
nos ajudando. E acho que Sartre também buscava essa resposta porque a ética fixa é
uma coisa impossível de se seguir.

Cláudio Abramo: Eu vou, infelizmente, ter que me estender ligeiramente na minha


pergunta. Ela é precedida de uma declaração... Vou fazer uma interpretação do que foi
declarado até agora, que eu acho que deve ser útil para os telespectadores. Não estou
fazendo isso para me expor, mas para esclarecer o que me parece ser algumas questões
importantes nesse debate para o telespectador. O entrevistado faz menção a fenômenos
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

inexplicados, a fenômenos desviantes, entre diversas disciplinas. Começa com a Física,


passa pela Biologia, faz referência a problemas seculares com respeito à consciência
humana, ao livre-arbítrio, ao modo como raciocinamos, ao modo como chegamos a
conclusões, menciona casos como, por exemplo, Einstein declarando, como tantos
outros cientistas, que não sabe muito bem como chegou a uma conclusão. Poincaré,
antes dele, havia escrito muito sobre isso... Poincaré era uma matemático, o último
grande matemático universalista francês... ele morreu no começo desse século (XX).
Bom, esse tipo de anedota é completamente comum na ciência. Não há nenhuma
originalidade nisso. Esse gênero de anedota, repito, fenômenos inexplicados que são
característicos da ciência... a ciência quanto mais sabe, menos sabe... quanto mais a
ciência sabe, quanto mais fenômenos são explicados, mais avenidas de
desconhecimento se abrem. Um cientista diz “não sei” o tempo todo. Um não-cientista
explica tudo, porque sempre tem uma resposta do tipo “todo abrangente” como é esta
resposta. O fato de se ter isso, para os telespectadores entenderem, o fato de se formular
uma pseudo-explicação a respeito de como o universo funciona não dá a essa
explicação, foros de verdade. Simplesmente declarar coisas não confere verdade ao que
se declara. Agora, no que o senhor declara existe uma característica que eu acho
bastante preocupante, ou pelo menos intrigante, vinda de alguém conhecido aqui como
Físico, como o senhor declarou... o senhor foi.. o senhor foi Físico. O senhor diz, em
primeiro lugar, que aquilo que seria essa intervenção de uma consciência cósmica, não é
matematizável, quer dizer, isto não é introdutível dentro da teoria física na forma como
a teoria física aceita as suas idéias. Não existe outra maneira de introduzir na Física
idéias senão a matemática. Não existe.. não é possível, não é Física... se é não-
matematizável, não é Física. Muito bem, então esta idéia de consciência cósmica não é
Física, quer dizer, certamente nenhum Físico aceitará isso. Em segundo lugar, ela
também, já que se está falando de alguma coisa que existe no mundo, que é uma
consciência cósmica que se reflete na consciência das pessoas e faz as pessoas fazerem
saltos quânticos... o senhor não vai usar esse termo, mas saltos quânticos em direção à
solução de problemas... onde é que estão as evidências empíricas disso? Onde estão as
experiências que levam a esse tipo de conclusão? Porque ou a gente pode ter
conhecimento do mundo que seja muito estruturado, como no caso da Física, ou
conhecimento do mundo pouco estruturado. Não existe uma teoria, não existe um
conjunto de idéias muito organizado por trás, mas sabemos empiricamente que são
verdadeiras, ou parecem verdadeiras. Onde é que estão as evidências empíricas e onde
está o raciocínio, eu diria, desculpe a palavra, científico, que o leva a declarar que
existiria uma consciência cósmica que estaria governando tudo e resolvendo todos os
problemas aqui, da Biologia, da Psicologia?... O senhor afirma que estas suas idéias
explicariam o problema da biologia evolucionista dos „gaps‟ na criação de espécies, por
exemplo. O senhor não acha ambicioso demais e, repito, onde é que estão as evidências
empíricas disso?

Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos sempre fazer esta
pergunta: onde está a evidência? Falarei da evidência mais tarde. Antes, responderei à
pergunta: a Física é matemática? Ela deve ser totalmente matemática? Essa é uma
crença que cresceu gradualmente na Física, por causa do sucesso da matemática para
expressar a Física. Há duas coisas que devemos lembrar. Primeiro: não há motivo para a
Física ser matemática. Às vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava argumentando que não há
provas dentro da filosofia materialista de que a Matemática deve governar as leis da
Física. De onde vem a Matemática? Pessoas como Richard Feynman, grande físico,
Eugene Bigner, todos estudaram a questão. E não há resposta dentro da filosofia
materialista. Platão tem uma resposta: a matemática molda a Física porque surgiu antes
da Física, faz parte do mundo arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão
é fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em primeiro lugar. A
Física em si precisa de algo além da matéria, ou seja, da matemática e de arquétipos
para ser uma ciência consistente. É preciso se lembrar disso. O segundo aspecto da
questão é o mais importante. Na Física Quântica, procuramos insistentemente uma
forma matemática de encerrar a Mecânica Quântica. Uma forma matemática para
entender a medição quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin
Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava sendo desenvolvida.
Schrödinger achou que tinha obtido a continuidade e Bohr provou o contrário e o
convenceu disso. E Schrödinger disse: “Se eu soubesse que essa descontinuidade, saltos
quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria descoberto a Mecânica Quântica”. Bohr
disse: “Estamos felizes que tenha descoberto”. Essas descontinuidades vão continuar
existindo, não há explicação matemática, e por não haver explicação matemática,
portanto, há espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência, colapso,
tudo isso entrou para a Física porque atingimos o conhecimento, a sabedoria, de que
existe o princípio da incerteza, existem a probabilidade e possibilidades. E por existirem
probabilidade e possibilidades, deve haver um agente que causa o colapso das
possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode ser matemático porque, se for,
não poderá haver livre-arbítrio: seria determinista. Mas não é determinista. O princípio
da incerteza é fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de lutas
nós conseguimos...

Cláudio Abramo: Quem é “nós”?

Amit Goswami: “Nós” quer dizer que há um consenso entre cientistas...

Cláudio Abramo: Há um consenso a respeito de suas idéias?

Amit Goswami: Não a respeito de minhas idéias. Esqueça as minhas idéias. Mas há um
consenso de que não há solução matemática para o problema da medição quântica.
Nisso, chegamos a um consenso. E por não haver uma solução matemática para isso, e
por haver uma solução consistente em termos de consciência causando colapso de
possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas idéias publicamente.
Quanto à segunda pergunta: Há evidência empírica? Acontece que os dois aspectos
fundamentais da nova física, a consciência causa o colapso da possibilidade em
realidade, e o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois
aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os dados para o segundo,
porque é o mais simples para o espectador. O primeiro é um pouco difícil. Talvez
possamos incluir os dois. O primeiro experimento é muito importante porque já foi
aplicado. Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg Silberman,
ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no qual havia dois observadores
meditando por 20 minutos, com o propósito de terem comunicação direta. Comunicação
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

direta no estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo entre eles, e ainda assim
eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram juntos. Pediu-se que mantivessem o
estado meditativo durante o resto do experimento. Mas então, um deles é levado para
outro recinto. Eles ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação
eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das pessoas vê uma série de
„flashes‟ brilhantes, o cérebro dele responde com atividade elétrica, obtém-se o
potencial de resposta muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da
outra pessoa mostra atividade, a partir da qual obtém-se um potencial de transferência
que é muito semelhante em força e 70% idêntico em fases ao potencial de resposta da
primeira pessoa. O mais interessante é que, se você pegar duas outras pessoas, duas
pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de se
comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para pessoas que meditam
juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos o fenômeno
de potencial de transferência. E Peter Fenwick, na Inglaterra, há dois anos, confirmou
isso, repetindo o experimento. Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo,
e você tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado que é muito
interessante: considere o caso de geradores de números aleatórios. Eles são realmente
aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os
convertem em seqüências de números, seqüências de zeros e uns. Em uma longa cadeia,
deve haver número igual de zeros e uns. É o que se espera da seqüência aleatória.
Helmut Schmidt, um físico que pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer
com que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem
seqüências não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele conseguiu boas
evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com
um grande desvio. Isso ainda não tem nada a ver com Física Quântica, mas
recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt retratou uma modificação
revolucionária desses dados. O que ele fez, recentemente, é que o gerador de números
aleatórios, os dados do gerador de números, a seqüência, é armazenada num
computador, ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num
envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o
observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo
segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador diz ao médium para
olhar os dados, e pede a ele para mudar os resultados, influenciá-los, se puder. E o
médium tenta produzir mais zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o
observador abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é
(é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada 5 tentativas,
consegue mudar os números aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses.
Este mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo,
sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma
possibilidade até que o observador consciente veja. Numa experiência controlada, as
pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém, viram os dados, a
impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a
consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman
suspeitava. Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais
completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com todas essas idéias que
apresentei, consciência causando o colapso de funções quânticas em eventos reais. Ele
participou do experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança
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revolucionária na Física, não menos revolucionária do que a acontecida com Copérnico.


Claro que haverá reações, como a que apresentou, e temos de ser muito pacientes,
calmos, e trabalharmos juntos para superar essas tendências contrárias. Mas temos a
certeza de que existe algo que todos devemos olhar. Isso é revolucionário, é novo e
pode mudar, como já discutimos, as dificuldades com valores que a sociedade vem
enfrentando. Não vamos nos preocupar em como pode ser, mas vamos olhar os dados,
olhar a teoria e perguntar: pode ser? Se pode, que oportunidade fantástica temos para
integrar todos esses movimentos díspares de consciência que nos separaram por tanto
tempo.

Heródoto Barbeiro: Ele é autor também do livro “O universo autoconsciente - Como a


consciência cria o mundo material”. Dr. Goswami, dentro dessas explicações que o
senhor nos deu até agora, como fica a questão da reencarnação e da preservação dessa
consciência dos seres humanos?

Amit Goswami: A questão da reencarnação, provavelmente, é a pergunta mais radical


que pode ser feita. E é impressionante que a Física Quântica nos permita dar uma
resposta afirmativa. Eu mesmo fiquei tão surpreso quanto qualquer um, com isto.. No
início, quando me perguntavam isso, eu me recusava a discutir. Mas então, eu acordei
de um sonho, e, basicamente, o sonho me dizia... eu ouvi isso no sonho: “O Livro
Tibetano dos Mortos está certo e seu trabalho é provar”. Após acordar desse sonho, eu
passei a encarar reencarnação com seriedade. Basicamente, o problema com a
reencarnação é este: o corpo físico morre, e o que resta? Se a consciência é a base do
ser, vem a idéia de que o que resta é a consciência. É a primeira pista. A segunda pista é
que tudo é possibilidade, no modo quântico de ver as coisas. Então, não é irrelevante
dizer que as possibilidades podem viver. Algumas possibilidades morrem com o corpo
material e o cérebro, mas pode haver outras possibilidades, outras possibilidades que se
modificam ao longo da nossa vida, e essas modificações das probabilidades das
possibilidades podem formar uma confluência que possa viver mais tarde na vida de
outra pessoa. É essa idéia que pude desenvolver de forma mais completa, num livro que
será lançado no ano que vem, e fico feliz em dizer que podemos lidar com essa questão.
A vantagem de se fazerem essas perguntas é que podemos ver imediatamente a utilidade
das novas ciências que virão. Porque são essas coisas que preocupam as pessoas. As
pessoas são fundamentalmente incomodadas por perguntas como “o que acontecerá
quando eu morrer?”. E se a nova Física puder responder essas perguntas, a despeito da
importância da Psicologia transpessoal, e da Psicologia junguiana, em que a nova
ciência ajuda, e também da medicina alternativa, que nem discutimos ainda, acho que
tocaremos o coração das pessoas quando pudermos dizer: “Finalmente, a Ciência pode
ajudar a entender essa pergunta”. Até agora, apenas o padre, o teólogo pode dar
qualquer resposta para a pessoa. E se pudermos dizer a ela: “Faz sentido fazer essa
pergunta, e você pode fazer algo para ajudar você com o que acontecerá após a morte”.
Não seria um progresso maravilhoso na ciência?

Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseado no trabalho de um ex-
orientando de tese de doutoramento que eu orientei na Universidade de Campinas, e que
fez a primeira tese, pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade estadual
ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese sobre clarividência e eu não
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vou, naturalmente, falar da metodologia do trabalho que seria bastante extensa, mas
resumir pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários sujeitos tentavam
adivinhar as cartas de um baralho de símbolos geométricos, baralho de Zener muito
usado em pesquisa e parapsicologia, e tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô,
que é baseado em imagens arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos resultados que foram
feitos seguindo uma metodologia tradicional, estatística, as pessoas acertaram, no
baralho de Zener, um pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10% acima no
baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada pelo meu orientando
foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em relação aos arquétipos emergentes que,
de uma certa forma, estariam mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente
no baralho de símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos satisfaça um
pouco, ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o senhor teria alguma explicação
a mais baseada na Teoria Quântica sobre essa maior adivinhação das cartas do baralho
do Tarô, que são símbolos arquetípicos em relação ao baralho comum de Zener, que são
cinco símbolos geométricos, quadrado, círculo, etc.?

Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente no Brasil alguém
pensaria em fazer um experimento tão brilhante. Tenho visitado o Brasil nos últimos 5
anos e o futuro parece promissor. Eu fico entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual
é a diferença entre o experimento original de adivinhação de cartas e as cartas de Tarô?
A idéia que proponho, acho que você pensa da mesma forma, é que quando o objeto que
usamos na telepatia é significativo, ele é um objeto melhor. Os cientistas, os
parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a objetividade e ignoravam esse
aspecto. Agora, nos novos experimentos parapsicológicos, espero usarmos cada vez
mais objetos significativos na transferência telepática. E você tem razão, a explicação
completa tem de usar a palavra “telepatia”, tem de usar a transferência não-local de
informações, neste caso, transferência não-local de informações significativas,
arquetípicas. E esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade, a
não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma explicação completa do que
ocorreu. Obrigado.

Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que eu não vou tratar
delas como perguntas, porque eu acho que na sua obra, pelo menos no que eu pude ler,
há um aprofundamento disso e uma leitura mais detalhada ofereceria mais questões. Por
exemplo, no campo da psicanálise essa idéia de que o universo é quando é percebido e
até interferido, será que não seria uma postura um pouco ego-narcísica da nossa parte,
um pouco antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a idéia de um
cosmo, invertendo Dostoievsky. Dostoievsky disse que se Deus não existe, tudo é
permitido. Nessa compreensão, parece que se Deus existe, aí é que tudo é permitido,
porque existe aí uma probabilidade que pode ser interferida. E uma outra questão, que
eu acho que está na sua obra mas acho que vale aprofundamento, é o ateísmo
metodológico, sendo que foi tão caro para a ciência para poder buscar explicações, mas
ele não é mais necessário. Mais aí a questão de fundo: eu tenho lido, não sei se é
verdade, que a Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma ilusão. Alguns têm dito
que não se fala mais em universo, mas em multiverso, porque haveria vários universos
paralelos. Isso traria um problema: a possibilidade de viajar no tempo. A maior
explicação que achei até hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Hawking, que usou um argumento lógico. Ele disse: “É impossível viajar no tempo
porque se um dia for possível isso, os homens do futuro já teriam voltado”. Mas a Física
Quântica ao falar em universos paralelos levanta a possibilidade de se ter o tempo como
uma mera ilusão humana. Isso me coloca a seguinte pergunta aí para o senhor: será que
nós chegaremos, com a Física Quântica, a voltar à origem do cosmos e, aí sim,
encontrar o princípio explicativo?

Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a pergunta é
extremamente fascinante. A primeira coisa que quero dizer é que „não dizemos que tudo
é possível‟ apenas por termos incluído aí a consciência em nossas teorias, porque ainda
estamos concordando totalmente com a Física Quântica que a causalidade ascendente
molda a forma das possibilidades, a partir da qual a consciência escolhe. Tanto a
causalidade descendente, quanto a ascendente têm papel fundamental na nova Física, na
nova Ciência. Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a velha
Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de que poderíamos falar
apenas em termos de probabilidades para um grande número de coisas e eventos. A
velha Ciência não desaparece. Não poderia. É solidamente baseada em dados
experimentais. A nova Ciência expande a velha Ciência em arenas com as quais a velha
Ciência não pode lidar. Como eventos singulares de criação, criatividade. Esse é o
primeiro ponto. Sobre voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o
experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito complicado para
os espectadores realmente apreciarem. Embora, se alguém estiver interessado nele, há
livros sobre ele. Leiam, por favor, é fascinante. Há algo acontecendo. Essa idéia de
voltar no tempo é real na Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no futuro,
assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física Quântica, o tempo é não-
linear. Isto posto, claro que experimentos recentes são tão impressionantes, tão
surpreendentes, que muitos físicos convencionais, conservadores, procuram formas de
viajar no tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve muito mais
do que esta observação da Mecânica Quântica. Não podemos mais descartá-la, mas ela
envolve muito mais pois ainda temos sérios problemas de como trazer os efeitos
quânticos aos macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados apenas em
objetos microscópicos, e não tão destacados em macro-objetos. A situação da medição é
uma exceção. Mas normalmente descobrimos apenas raios „laser‟, supercondutores,
poucas coisas, poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então
temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser transportados pelo
tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência voltar a essa equação, e ela precisa
voltar, em algum ponto, então, outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos
dar novas respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar sobre isso,
acho.

Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia, porque eu acho que
através da tecnologia é que os sistemas econômicos se desenvolvem, que cresce uma
dominação de potências hegemônicas. Isso vai muito na linha da pergunta do Cláudio
Abramo. Eu sei que o senhor está trabalhando na construção do primeiro computador
quântico. Eu quero perguntar uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele
cria? Qual a diferença dele do computador determinístico?

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Amit Goswami: Essa é uma pergunta muito interessante. O que é um computador


quântico? Um computador quântico em vez de usar um algoritmo específico, usa um
algoritmo ambíguo. No computador quântico é usada a superposição de possibilidades
e, dessa forma, espera-se que seja muito mais rápido que o computador convencional.
Desde que o computador quântico opere apenas nesse nível, eu não espero que ele seja
uma novidade tão grande, a não ser o fato de ele ser mais rápido. É isso que interessa
aos cientistas da computação. Mas eu tenho um interesse diferente nesse computador.
Se o computador for construído, por ter um processador quântico, por processar
superpondo possibilidades...

Rose Marie: É tão realista.

Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O cérebro humano, de
forma semelhante, processa de forma quântica as possibilidades, em vez de trabalhar
diretamente, de maneira algorítmica, sem ambigüidade. Então, alguém pode fazer um
computador que tenha todos os outros aspectos da medição quântica? A situação da
medição quântica envolve um mecanismo que chamo de hierarquia embaraçada. É um
pouco difícil de entender, mas um exemplo é a frase: “Eu sou mentiroso”. Se pensar
nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é recíproca. “Eu” qualifica
mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o outro. É o que chamo de hierarquia embaraçada.
A medição quântica no cérebro é assim. A questão intrigante para mim é que: suponha
que no futuro encontremos um computador com hierarquia embaraçada. O interessante
é que a hierarquia embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador
quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação de um aparelho feito
por humanos, que não seguiu uma evolução, mas desenvolvido pela inteligência
humana? A consciência cooperará? A consciência cósmica cooperará e o tornará um ser
consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta será uma verificação fundamental, uma das
mais fantásticas, das idéias que discutimos hoje. Acho que essa pesquisa deve ser
encorajada. Obrigado pela pergunta.

Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das idéias da biologia, dentro das idéias
da psicologia e, logicamente, de toda a Física que o senhor coloca, o que hoje sabemos é
que apenas 2% de nosso cérebro utiliza vias neuro-cerebrais para entrada e saída de
informação. E é a partir disso, que nós construímos o que chamamos “os objetos ideais
e universais” que constituem a ciência. 98% restante pertence a um universo interno,
nebuloso, no qual existe a fantasia, a ilusão, logicamente a irracionalidade e também a
probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um verdadeiro diálogo com
essa disparidade de porcentagens? Até que ponto podemos dizer que é possível uma
cientificação das idéias, de Deus, ou das idéias internas, humanas, divinizadas, como
queira chamá-las?

Amit Goswami: Em outras palavras, deixe-me ver se entendi a pergunta, há muitas


coisas que são fantasias e há muitas coisas que envolvem Deus. É possível transformar
esses aspectos fantasiosos em científicos? É uma pergunta interessante. Claro, na
criatividade, transformamos fantasias, transformamos algumas fantasias em algo
científico. Porque algumas delas são fantasias criativas. Em outras palavras, a
imaginação, a parte mental de nossas vidas, a parte interna de nossa vida, é fundamental
Paulo Bregantin - SBPI Página 59
A Cura do Corpo, Alma e Espírito

no que fazemos no mundo externo. Na nova Ciência, por estarmos igualmente


envolvidos com o mundo externo e o interno, pelo fato de a subjetividade ter voltado à
ciência, estamos validando o conceito de que, talvez, devamos levar algumas de nossas
fantasias a sério. Porque a idéia contrária também pode ser positiva, ou seja, de que tudo
é uma fantasia. Fantasia da mente, fantasia da consciência. Porque a consciência é a
base do ser, e o que pensávamos ser material e real, e o que pensávamos ser fantasia e
irreal, esta distinção não é muito clara, agora. São todas possibilidades da consciência.
Portanto, é a consciência que as valida, que escolhe entre elas, que lhes dá
substancialidade. Então, qual delas será substancial depende totalmente da escolha, do
contexto no qual a consciência as vê. Isso vai revolucionar a sociedade, como você
antecipou com sua pergunta. Em outras palavras, vamos levar nosso mundo interno
muito mais a sério. Eu costumo dizer às pessoas que, se elas estudarem seus sonhos, o
preconceito que costumamos ter é de que o sonho não é contínuo, portanto, de que
adianta estudá-los? Há evidências de que os sonhos são contínuos, mas é preciso olhá-
los sob o ponto de vista significativo. Alguns ficariam felizes com essa descoberta
científica, de que os sonhos dão um relatório sobre a parte significativa das nossas
vidas. Então, há outros aspectos da vida com os quais a ciência materialista não pode
lidar e com os quais podemos lidar agora por colocar a consciência de volta, por
exemplo, o pensamento. E, quando fazemos isso, nossa vida interna adquire uma
enorme importância. Sim, a vida interna lida com o pensamento, a beleza, os arquétipos,
de uma forma diferente que a vida externa, materialista, pode. E, focalizando na vida
interna, não só podemos nos transformar, essa é a parte mística, mas também podemos
ter enormes visões sobre o que criar, como criar, sobre nossas artes, sobre nossa música,
até sobre a ciência.

Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva, pelas iniciativas
que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira vez que eu vejo na televisão,
problemas tratados no nível que merecem, na altitude que merecem, problemas como a
parapsicologia, a psicologia transpessoal. Isso é feito graças a uma mudança de
paradigma. E eu queria realçar de novo para o público telespectador que o que estamos
tratando aqui tem uma influência muito grande sobre a destruição da vida no planeta e a
grande crise de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o Brasil. Eu
queria, já que estamos no fim do programa, deixar a oportunidade a Amit Goswami, que
nós convidamos na nossa Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele
representa um novo paradigma, como que o antigo paradigma é responsável pela
violência atual do mundo, antiga visão que está responsável pela destruição da vida no
planeta, e como o novo paradigma pode nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de
medidas policiais e de mudança de lei que são necessárias, mas são absolutamente
insuficientes?

Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem reconhecer a
consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida interna, sem reconhecer o valor da
transformação, nunca mudaremos a violência na sociedade. Então, é muito importante
ver que apenas pensando em não-violência, apenas falando dela, não deixaremos a
violência. É preciso passar por todo o processo criativo. A nova Ciência, o novo
paradigma, é extremamente importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha
Ciência, o determinismo e behaviorismo, essa idéia de que o condicionamento
Paulo Bregantin - SBPI Página 60
A Cura do Corpo, Alma e Espírito

prevalece, nos cegou tanto quanto à transformação, nos cegou tanto que desistimos.
Basicamente, os valores não eram necessários. Steve Weinberg disse que não há
significado no universo, não há valores se o consenso é o julgamento dos cientistas
materialistas, e isso ocorre dentro da sociedade, e o behaviorismo diz: “Não podemos
fazer nada. Somos seres comportamentais, somos condicionados”. E a nova Ciência diz:
“Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a agir a partir desse
estado de consciência não-ordinário no qual você tem escolhas”. E o meu novo lema,
em vez do cartesiano “eu penso, logo existo”, e pensamento é uma condição
behaviorista, meu novo lema é: escolho, logo existo”. Se é “escolho, logo existo”, posso
escolher a não-violência. Mas tenho de aprender como escolher, e isso exige
criatividade. Essa é, realmente... a nova confiança do novo paradigma: em vez de
escolher a metade condicionada do mundo, vamos dividir o mundo em
condicionamento e criatividade. Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes.
Podemos ser muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo, talvez
possamos realmente lidar com a violência de uma forma realmente prática, em vez de
apenas verbalmente, como fazemos.

Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus trabalhos, percebi um
sentimento que eu compartilho, de um incômodo profundo com relação a algumas
conclusões que emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um exemplo,
acho que o telespectador vai se lembrar, certamente. Há algum tempo atrás apareceu um
resultado de um laboratório do EUA que falava da descoberta do gene da
homossexualidade. Mais recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma
série de conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens de bom senso,
uma certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que são materialistas e bem
convencidos, que não aceitam, rejeitam esse determinismo radical que emerge de alguns
ambientes científicos, sobretudo norte-americanos. Há um materialismo que convive
muito bem com o livre-arbítrio. Há um realismo filosófico que convive muito bem, sem
muito inconveniente, com paradoxos, com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do
que se poderia chamar de “atividade científica”. Por fim, eu gostaria de fazer uma
pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que emerge também de
uma sensação que eu tive ao ler “O universo auto-consciente”. Eu tive a sensação de
retornar ao passado, aí sim uma viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados
de uma forma muito particular por você, idéias e proposições que eu já havia conhecido
em leituras, por exemplo, da obra do cardeal Nicolau de Cusa, grande pensador do
século XV, que propôs que o universo era resultado de uma contração de Deus, e essa
contração, enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa filosofia. Mas esse tipo de
pensamento, produziu, interagiu com concepções científicas do século XVI, do século
XVII, com concepções que propunham que a divindade organizasse, ou enfim,
propunha uma visão bastante parecida com essa, um projeto científico bastante parecido
com esse que você está propondo nesse seu livro. A humanidade passou por um
processo muito longo, muito duro, para conseguir, digamos, não eliminar Deus da
Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco seu papel, esse processo foi longo e lento.
Para concluir, como o senhor acredita poder convencer os cientistas desse seu projeto,
depois de tanto esforço para conseguir criar uma noção de objetividade, de realidade, de
realismo, com todos os exageros em alguns momentos, mas convencer esses homens
depois de tanto esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

recursos?

Amit Goswami: Eu acredito que as idéias se verificarão por si mesmas, serão


confirmadas nos laboratórios e serão úteis. A ciência tem dois critérios fundamentais.
Por isso Galileu é chamado de pai da ciência moderna, pois ele enunciou claramente
esses dois critérios. Um é que a ciência deve ser verificável. Ela deve ser verificada
experimentalmente. E a segunda idéia é que a ciência deve ser útil. No aspecto da
verificação, já apresentei alguns experimentos a vocês, pois o tempo é curto, não
entrarei em outros experimentos, mas digo que há um número enorme de experimentos
sendo realizados, graças à Parapsicologia e interessados em Parapsicologia. Mas
também em Biologia, e a Medicina é uma grande área de verificação experimental de
algumas de nossas idéias. Mas a questão da utilidade é a mais importante. Deepak
Chopra ficou famoso por um livro que escreveu, chamado Cura Quântica, lançado há
10 anos. Ele começou a revolucionar a Medicina, de certa forma, pois há um fenômeno
chamado “efeito placebo” para o qual os cientistas não têm explicação. E esse trabalho,
que é muito semelhante à minha forma de pensar, e eu tenho lido trabalhos citando a
conexão entre as nossas idéias... Mas veja as implicações disso. Se, de fato, houver cura
quântica, se houver Medicina mental, o efeito da mente sobre a cura, então as pessoas
serão de fato ajudadas, não apenas no campo da Psicologia, mas no campo da
verdadeira saúde física. A saúde física real, que importa para muito mais pessoas do que
a saúde mental, ainda não estamos esclarecidos o bastante para levar a saúde mental tão
a sério. Mas todos se preocupam com a saúde física, levam muito a sério. É a aplicação
da nova Ciência a essas áreas, especialmente na área da saúde, que vai trazer a
revolução de que Deus é importante, a consciência é importante, a criatividade é
importante, observar o livre-arbítrio e responsabilidade é importante, que temos um
paradigma científico que pode unir todas essas coisas, trazê-las para junto da velha
ciência e ter formas objetivas de proceder e prever. Será uma ciência previsível, poderá
ser verificada e também será útil. Isso é o que mudará a percepção do público. A
percepção dos cientistas, também. Obrigado.

Heródoto Barbeiro: Doutor Goswami, muito obrigado por vir.

Amit Goswami: Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

ConclusãoI: Somos Seres Cósmicos(Corpo,Alma e Espírito)


Penso nisso a todo instante, pois quando avalio o que está escrito na Bíblia nos
primeiros versículos dos primeiro capitulo de Genesis quando é relatado por Moises
como a vida iniciou-se acredito que não pensando como uma mente cristã ou um
fanático qualquer, mas sim como um ser em desenvolvimento, eu observo que mesmo
ali a manifestação da forma cósmica de cada ser humano. Veja o que está escrito: “No
principio criou Deus o Céus e a Terra, e a Terra era sem forma e vazia e, o Espírito de
Deus vagava por sobre a Terra... e Disse Deus: haja luz e houve luz...Haja separação
entre terra seca e água... e assim foi...”

Bem nessas poucas palavras podemos avaliar uma conversa cósmica sobre as coisas,
pois vemos nessa passagem o Caos “...a terra era sem forma e vazia...” tudo estava em
pura energia, porém completamente desorganizada o Caos imperava sobre a terra e tudo
que existia sobre ela, porém o “EU SOU” o Grande Deus, O Arquiteto, ou seja, lá no
Deus que você acredita manifestou seu poder e com um “gesto” mudou o Caos para o
Cosmo-Sim! Do nada foi organizado o Caos, de uma palavra todo a terra foi
transformada e dentro dessa organização Divina(Energia), La pelas tantas é criado o
homem e como a bíblia relata, o homem vem do pó da terra – Mais uma vez não quero
aqui exaltar o criacionismo ou qualquer outra forma de religião, estou apenas
contatando que independente da “história”da criação ou não o homem está envolvido
com a terra e a terra envida com o “CÉUS” ou o cosmo e assim fazemos parte de um
território onde o todo está dentro de tudo e o tudo está interligado com o todo, sendo
que o tudo é o próprio cosmo e o todo é o puramente o ser humano, na sua forma mais
simples de existência.

Dentro desse tudo acredito que na integralidade do todo somos dependentes uns dos
outros e essa dependência é a manifestação da necessidade de convivência com o eco-
sistema e, o propósito real de estamos nesse tempo de vida é para nos adaptarmos uns
com os outros numa dimensão de realização da integração dos mundos existentes em
tempo real. Bem, quero com isso dizer, que acredito que os mundos (internos e
externos) vivem em tempo real. Sim! Passado, presente e futuro são estados de latência
para quem está em cada um. O passado é para o presente o mesmo que o futuro é para o
presente – tudo está em sintonia e por não estarmos conectados e as vezes, muito
preocupados com outras coisas não percebemos as conexões entre esses mundos
cósmicos(passado, presente e futuro).

Não deveríamos perder tempo, com discussões sobre de onde viemos e para onde
vamos. O ideal seria nos preocuparmos com o que estamos fazendo com o agora que na
realidade é o passado, presente e futuro. Sim! A descoberta de que estamos vivendo
tudo ao mesmo tempo, nos revelará uma sensação de satisfação e tranqüilidade, pois

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

hoje o que nos assusta é a ansiedade de não sabermos o que acontecerá amanhã, ou a
depressão de perceber que perdemos o tempo e não sabemos se voltará.

A descoberta do “aqui agora”, ou a cosmoslidade de cada um de nós – eu fui, sou e serei


– nos dará uma nova perspectiva da vida, no sentido de vivencia a cada momento, pois
o tempo se move como cada um de nós, pois a cada minuto somos impulsionados para o
cosmo da integralidade e, a cada momento somos ligados e interligados uns com os
outros. Nessa manifestação vemos que Jesus quando instituiu seu reino amais de 2000
anos atrás, ou seja, o Reino do Amor, o Reino da Mutualidade, o Reino da
Justiça(equilíbrio) –

Todos pensaram que isso seria uma utopia, porém não é a constituição de um novo
governo e sim de um novo Reino – e Reinado é instituído de dentro para fora. Sim!
Nasce na mente(consciência-espirito) vai para a alma(emoções-sensações) e desemboca
no coração(corpo-fisiológico) e eu acredito que estamos vivendo esse momento em
nossa história humana.

Sei que não estou dizendo algo novo, somente estou constatando que na atual
conjuntura de mundo que vivemos, a real saída para a sustentação de nossa mente, alma
e corpo é de suma importância a retomada da visão cósmica. Sim! Na observância dos
pontos de convergências entre cada um de nós e o desejo de relacionarmos com o tudo e
todo e dessa forma, sairmos da catastrófica com Caos.

Sei, claro, que o Caos tem seu valor na história, pois é sempre dele que renascemos para
o aprendizado, o Caos está para o Cosmo como Deus está para o homem e vice-versa. A
vida está para a morte, como a morte para a vida...Mas a busca é na real das hipóteses a
integração entre todos os sistemas do mundo. Não conseguiremos mais viver isolados
sem a compreensão das diferenças entre nós mesmos e com os outros seres que
habitaram, que habitam e habitarão nosso sistema planetário.

Por isso, minha busca é a descoberta do “Eu” ou o “Self” sabendo que essa busca me
levará sempre para a integralidade e nunca ao isolamento, por isso, cada um de nós
temos como ponto fundamental, o se descobrir e ao mesmo tempo descobrirmos o outro
e também o tudo que está a nossa volta. Reaprendendo a dar valor as mínimas coisas e
sem medo das descobertas de nosso passado-seja ele particular ou coletivo- no presente-
seja ele aqui agora ou á colá ou no futuro – seja ele nessa dimensão ou qualquer outra
que possamos vim a viver.

Paulo Bregantin - SBPI Página 64


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

ConclusãoII: Como desenvolver a capacidade Cósmica de


relacionamento?
Creio que para respondermos essa questão é muito importante salientarmos que dentro
da visão que tenho de mundo e vida, tudo tem solução e uma saída apropriada.

Tudo que passamos ou sentimos ou vivemos, tem na essência; o desejo de aprendizado


e desenvolvimento, a isso, chamamos: Amor Incondicional – que é a instituição do novo
reino, conforme falamos acima.

A busca então é para aprendermos e desenvolvermos esse Amor Incondicional. Sim!


Um amor que tudo suporta, um amor que tudo aceita, um amor sem preconceito, um
amor sem o modelo de amor que conhecemos, um amor que não busca nada em troca,
um amor sem barganhas, um amor sem crise de ser amado, um amor que busca o bem
do outro, um amor que nos leva a refletir antes de qualquer ação, um amor que renova
as energias para vivermos, um amor que nos remete a profunda busca do próprio Eu, um
amor que nos liga com o Próprio Deus, um amor singular, que não parece com nada, um
amor que surge sem sabermos da onde, um amor que se satisfaz em si mesmo, um amor
que faz-nos viajar para dentro(passado) e para fora(futuro) e nos permite alegria no
agora(presente), um amor onde nossas faculdades mentais são aclariadas com simples
ações e gestos, um amor difuso, onde todos e tudo pode participar, um amor tradicional
e moderno, um amor INCONDICIONAL.

Creio que com simples ações poderemos viver o que citamos acima:

1- Aprenda a perdoar as pessoas a sua volta.

2- Exercite a paciência com você mesmo e as outras pessoas.

3- Acredite nas mudanças, sejam elas quais forem.

4- Busca a sensibilidade entre você, natureza e as outras pessoas.

5- Crie um ambiente saudável onde você estiver.

6- Seja você mesmo, desde que não atrapalhe os outros.

Simplicidade não significa facilidade. Nem tudo que é simples é fácil. Muitas coisas na
vida são simples de se entender mas, por pura complexidade humana, nós dificultamos
o entendimento, implantando conceitos e expectativas que não são verdadeiras na
exatidão dos nossos sentimentos e necessidades físicas, biológicas e mentais.

As preocupações desnecessárias são a causa de vários distúrbios em nossas vidas, a


grande questão é: Como viver e conviver com as preocupações desnecessárias? Como
desenvolver uma capacidade para bloquear essas sensações?

Paulo Bregantin - SBPI Página 65


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Pense num ser cósmico com as funções físicas, emocionais e espirituais atuando numa
mesma dimensão, o fato de tentarmos dividir cada função(física, emocional e
Espiritual), nos distancia do verdadeiro “eu” e estabelece uma nova dimensão. Sim! Ao
fato de não conseguirmos dissociar corpo, alma e espírito, não conseguiremos nunca
viver uma vida plena sem a inter-ligação do ser cósmico.

Para entendermos melhor é fundamental descobrir como funciona de forma geral as


funções físicas(corpo), emocionais(alma) e Espírito(consciência). Só conseguiremos
agir e entender as informações e decisões internas e externas quando desabilitarmos em
nossa mente os gatilhos que disparam as necessidades específicas de cada função. Como
exemplo podemos citar a fome: Pois o “desejo”ou “instinto” de comer nasce no
Espírito(consciência) coletivo, que foi embutido em cada ser humana, por um
“SER”superior que não sabemos ainda o que nem quem É. Sabemos sim que existe e
nos impulsiona as necessidades coletivas dos seres vivos. O não conseguir explicar
essas necessidades nos afastou do estudo lógico da consciência(Espírito) ficando um
algo muito abstrato e sem nexo( A “igreja”percebendo isso – inconscientemente)
agarrou essa necessidade e criou os dogmas que hoje temos embutidas em nossas
mentes, isso dificulta e muito nossas ações e reações. Sim! Nós nos tornamos seres
Físicos e Psicológicos simplesmente, isso é: Vivemos em duas dimensões:
Físico(Comer, beber, dormir, etc – “Pirâmide das necessidades de Abran Maslow). A
outra dimensão é a Psicológica, pois nela desembocamos todas nossas emoções e
desejos internos... E assim com essas dimensões nós vivemos completamente
bloqueados a dimensão mais especial e importante que existe, a Dimensão Espiritual.

O fato de estarmos vivendo uma busca desenfreada do “EU” ao invés de nos levar a
busca do “ser”Espiritual que somos, nos levou a busca do “eu”físico e o
“eu”psicológico. Isso tem acontecido desde muito tempo atrás quando o homem/mulher
descobriu que poderia manipular a natureza e a própria vida. Sim! Essa busca
desenfreada e auto-destrutiva nos guia a um labirinto de infinitas descobertas sobre
como melhorar nossa vida física e psicológica, sempre demonstrando como as coisas
funcionam e como podemos manejar cada movimento que fazemos e como as
coisas(todas elas) acontecem.

Em meio a essa busca nós seres humanos nos deparamos que somos falíveis e que não
basta mais termos conhecimento de o que somos e como somos feitos, nem mesmo nos
interessa saber como agimos e reagimos as situações de tensão, dor , tristeza, agonia e
sofrimento. O fato é que ao descobrirmos nossos lados físico e psicológico,
inconscientemente nos afastamos do Espiritual e, isso nos rendeu uma sentença do
afastamento do Auto-conhecimento. Nos tornamos seres que tem explicações para todas
as dores, criamos cirurgias e tratamentos para todas doenças, criamos fórmulas e formas
para todo o tipo de desgaste físico e psicológico, somos hoje em dia pessoas que temos
médicos, receitas e como fazer para resolver tudo na vida.

Paulo Bregantin - SBPI Página 66


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Porém as questões continuam sem muitas respostas, por exemplo:

Como vencer a angustia? Como vencer o medo que vem “do nada” e “do nada” nos
domina e nos deixa tristes?

Como vencer a ansiedade, que de maneira silenciosa nos invade e tira nosso sono e
nossa paz?

Como entender as pessoas que tendo tudo, falam que não tem nada e ou buscam ter
mais ainda, sem saber nem mesmo por que estão fazendo isso?

Como conviver com outras pessoas que não pensam como nós e, por que essas pessoas
pensam diferentes e agem de forma antagônica a nós?

A essas perguntas e tantas outras, gostaria de levá-los a meditar um pouco mais sobre o
Espiritual. Sim! Acredito que por sermos seres cósmicos estamos distanciados de nosso
ponto de início, nosso Big Bang, nosso ponto zero. Precisamos de uma maneira
simples(complexa) retornar aos princípios de amor, paz, vida e sabedoria . Acredito que
um retorno para o “EU” profundo nos levara a esse sentimento.

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ConclusãoIII:O que é o “EU” profundo?


“O Eu nos aparece como algo autônomo e unitário, distintamente demarcado de tudo o
mais. Ser essa aparência enganadora - apesar de que, pelo contrário, o Eu seja
continuado para dentro, sem qualquer delimitação nítida, por uma entidade mental
inconsciente que designamos como id, à qual o Eu serve como uma espécie de fachada
-, configurou uma descoberta efetuada pela primeira vez através da pesquisa
psicanalítica, que, de resto, ainda deve ter muito mais a nos dizer sobre o
relacionamento do Eu com o id. No sentido do exterior, porém, o Eu, de qualquer
modo, parece manter linhas de demarcação bem claras e nítidas.” Freud

Aqui Freud apresenta, de forma sucinta, que existe uma ilusão sobre aquilo que o ser
humano tinha durante séculos de civilização imaginado como de inquestionável certeza,
o seu próprio eu. A descoberta de uma instância inconsciente na estrutura do indivíduo
humano, representa a quebra da ilusão do predomínio universal da razão humana ou, na
melhor das hipóteses, que esta é centrada em bases não tão sólidas como se imaginava.
Com relação ao mundo exterior, apesar de aparentemente o Eu `manter linhas de
demarcação bem claras e nítidas', Freud demonstra que esta demarcação não é tão clara
assim, ou seja, somos seres que vivemos parte de nossa vida em uma dimensão de
“falsidade”digo falsidade pois “não”podemos dizer ou escrever o que verdadeiramente
somos. Sim! Pois através do predomínio universal da razão, nós criamos uma espécie de
“arquétipo” do que somos, como somos, onde estamos e para onde vamos e, através
desses arquétipos, estranhamente, nos tornamos seres “estranhos”, “esquisitos” e nos
perdemos em nosso mundo (físico e psicológico).

Temos então uma necessidade profunda de saber quem somos? Isso no sentido de auto-
conhecimento da dimensão Espiritual(consciência), pois somente através dessa
conscientização(Espiritualização – profunda e pessoal) encontraremos o que
verdadeiramente somos, ou, o Profundo “EU”.

O profundo “EU” não se basta em ser definido por Freud, Jung, Lacan ou qualquer
outro mestre que tentou entender o “EU” aqui não quero que tenhamos uma resposta
absoluta ou mesmo uma definição do que é o “EU”, pois essas são questões que já
foram discutidas e por vezes chegou-se a muitas respostas boas e firmes sobre essa
questão. O fato importante é retomar que o “EU” profundo é a interligação de “eu” que
é o próprio ser humano, com o “EU” o próprio fundador, doador, início e fim, alfa e
ômega da vida(vida aqui no sentido de criação, formação e gestação do “EU”
profundo).

Quando conectarmos os dois EU/eu abriremos uma nova dimensão de aprendizado, na


vida. Acredito que ao alcançarmos essa dimensão seremos resgatados para a vida plena
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

e a morte como fim será extirpada de nossas mentes e consciência. Acredito que a forma
de nos comunicarmos com o nosso “eu” e com o “EU” profundo é através da
consciência, para isso, teremos que entender o que é e como funciona nossa consciência,
pois o não conhecimento tem nos levado a profundos erros de rota, causando profundas
rupturas e nos afastando tremendamente dos objetivos de vida que deveríamos viver
aqui e agora.

O que é Consciência: consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger


qualificações tais como subjetividade, auto-consciência, sentiência, sapiência, e a
capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito
pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva.

Representação gráfica de consciência do século XVII.

Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência


propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que
vivenciamos durante a experiência (Block 2004). Consciência fenomenal é o estado de
estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente" e consciência de acesso se refere a
estar ciente de algo, tal como quando dizemos "estou ciente destas palavras".

Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana,
por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento
humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo,
mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam
parte.

António Damásio, em O Mistério da consciência, divide a consciência em dois tipos:


consciência central e consciência ampliada. Inspirados na tese damasiana, entende-se
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

que a faculdade em pauta é constituída com uma espécie de anatomia, que pode ser
dividida, didaticamente, em três partes:

1. dimensão fonte - onde as coisas acontecem de fato, o aqui agora: o meu ato de
escrever e dominar o ambiente e os equipamentos dos quais faço uso, o ato do
internauta de ler, compreender a leitura e o ambiente que o envolve a todo os
instantes, etc. Essa dimensão da consciência não retrocede muito ao passado e,
da mesma forma, não avança para o futuro; ela se limita a registrar os atos
presentes, com um espaço-tempo (passado/futuro) suficiente para que os
momentos (presentes) tenham continuidade.
2. dimensão processual - amplitude de sistema que abriga expectativas,
perspectivas, planos e qualquer registros mental em aberto; aquelas questões que
causam ruídos e impulsiona o ser humano à busca de soluções. Esta amplitude
de consciência permite observar questões do passado e investigar também um
pouco do futuro.
3. dimensão ampla - região de sistema que, sem ser um dispositivo de memória,
alberga os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na
existência. Todo os conhecimentos do passado e experimentações pela qual o
ser atravessou na vida: uma antiga profissão que não se tem mais qualquer
habilidade para exercer, guarda registros importantes que servirão como
experiência em outras práticas. Qual dimensão processual, este amplitude da
consciência permite examinar o passado e avançar no futuro - tudo dentro de
limites impostos pelo próprio desenvolvimento mental do indivíduo.

Além da anatomia de constituição, listada acima, a consciência humana também guarda


alguns estados:

Condições de consciência (vigília normal, vigília alterada e sono com sonhos), modos
de consciência (passivo, ativo e ausente) e focos de consciência (central, periférico e
distante).

Meu foco será na Idéia/Conceito de que o consciente é uma manifestação e a


interligação entre o homem(consciência) e o “EU” profundo (ESPIRITO que tudo criou
e tudo o que se fez, voltou para ELE mesmo, sendo retro alimentado por ELE mesmo e,
em SI mesmo). A esse ESPÍRITO muitos chamam de DEUS.

Todas as buscas que fizermos no sentido do entendimento de Deus(EU profundo) e do


próprio eu(consciência) nos levará há um lugar comum de conhecimento e
desenvolvimento de cada um de nós e, isso, nos tornará pessoas mais sensíveis ao que
estamos fazendo aqui e como viveremos daqui em diante. Acredito que somos seres
cósmicos e do cosmos viemos e para o cosmos voltaremos. Isso significa que em nós
mesmos(consciência) somos amadurecidos para que juntos com o Espiritual(EU
profundo – Deus) vivamos uma eternidade de profundo amor e estabelecimentos de
contatos infinitos de uma vida sem igual e diferentemente do que temos aqui em nossa
simples vida(tempo e espaço).

Paulo Bregantin - SBPI Página 70


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

No mundo do eu(Espírito -Consciência ) e Deus(ESPÍRITO - EU profundo) não há a


parte física e emocional, pois nós seremos cosmicamentes diferentes e absolutamente
perfeitos e, todas as buscas terão fim, todas as angustias, ansiedades, tristezas, medos,
sensações ficarão candidamente puras para verificarmos e adaptarmos a essa nova
dimensão.

O mais importante de avaliarmos é que hoje já estamos vivendo essa dimensão


eu(Espírito -Consciência ) e Deus(ESPÍRITO - EU profundo) e, algumas pessoas já
estão vivendo essa dimensão, pois de alguma forma e de buscas feitas elas alcançaram o
“nirvana” de suas vidas.

Tenho feito para eu mesmo muitas perguntas sobre o que escrevi e, tenho avaliado eu
mesmo em muitas maneiras e tentando entender, os porquês e os comos tenho vivido e
levado minha vida. Pois cada dia, no stress do dia a dia me sinto longe de uma vida boa
e saudável. Tenho vivido simplesmente no meu físico(material) e
psicológico(emocional). Como isso tem acontecido? Simples: Minha vida se resume em
trabalho, ganho/perda, vida em meus sentimentos(amor, ódio, alegria, tristeza, etc) e
expectativas(o que acontecerá comigo...???).

Acredito que podemos viver melhor se conseguirmos estabelecer em nossas mentes as


verdadeiras importâncias da vida, sei que isso é um processo difícil e enigmático, pois é
o que queremos e não fazemos, é o que acreditamos mas mentimos para nós mesmos.
Minha sugestão é iniciar um novo ciclo em nossas vidas. Sim! Um ciclo de mudança
profunda de como pensar, fazer e viver cada momento.

Vamos pensar o que poderemos fazer para mudar nossa vida que está voltada para o
físico e psicológico para o Espiritual:

Em primeiro lugar...Essa mudança deverá ocorrer de dentro para fora. Pois o Espírito é
algo que vem de dentro para fora, nasce dentro do eu e vem para o exterior em forma de
ações para com você mesmo e os outros. Isso significa que para iniciarmos esse
percurso de mudanças são necessárias mudanças profundas de hábitos adquiridos há
muito tempo.

Será uma quebra dos paradigmas, dos dogmas e experiências que tivemos até aqui em
nossas vidas. De cara teremos que encarar que o que aprendemos e o que acreditamos
como códigos, costumes e leis estão aí para serem avaliadas, modificadas, quebradas,
interferidas, ou mesmo seguidas, porém nunca mais podemos dizer:”...que as coisas são
assim, porque são assim e ponto...” Devemos reaprender a aprender novamente tudo o
tempo todo.

“Tudo o tempo todo e, todo o tempo em tudo” Essa é a frase que temos que nos
acostumar e escrever em vários locais, pois para um processo de mudança é crucial
uma postura adequada ao que se propôs a fazer daqui para frente. É imperativo que
todas suas crenças seja elas quais forem sejam reavalidas, desconstruídas e refeitas com
suas novas possibilidades.

Paulo Bregantin - SBPI Página 71


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Não há mais espaço para a mediocridade de nossos pensamentos(físicos e Psicológicos)


é hora de entrarmos na dimensão Espiritual e vivenciarmos tudo que essa nova
dimensão nos oferece. Sim! É uma oportunidade de não mais vivermos simplesmente
sem expectativa...É o tempo de vivermos a descoberta de todos nossos medos,
angustias, tristezas e ansiedades e, assim conseguimos fugir dos nossos medos pessoais,
aprender e acreditar que a vida aqui na terra é um “aventura”e não somente uma
passagem ou um local, onde não teremos nunca oportunidade de vivermos bem e
felizes...

Devemos crer que a mudança lhe trará novas visões sobre tudo que você viu até
agora...Você nunca arriscou nada na vida? Por que? Medo? Medo do que? Por que? Na
dimensão Espiritual o medo não mais existe, os constrangimentos são coisas do
passado, vivermos o hoje e agora é a grande façanha dessa nova dimensão...O amor tem
que ser vivido. Sim! O amor do hoje e agora, a alegria do estar aqui e agora, a perfeição
de ser o que e agora.

Nessa dimensão você terá a oportunidade de ser você mesmo sempre.

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Conclusão IV: Metapsicologia x Metapsicanálise

Quem Criou a Psicanálise?

Freud nasceu em 1856 na Áustria e faleceu em 1939 em Londres.

Fundador da PSICANÁLISE ou TEORIA PSICANALÍTICA que é o campo de


hipóteses sobre o funcionamento e desenvolvimento da mente no homem. Se interessa
tanto pelo funcionamento mental normal como pelo patológico.

Freud demonstrou que o homem não é apenas um ser racional. Há impulsos irracionais
que nos influenciam.(Metapsicologia)

Há dois percursos que caracterizam a sua obra

1) o clínico, no qual estrutura apontamentos técnicos, casos clínicos e exemplificações


extraídos do cotidiano, através de sua observação clínica apurada e de sua sensibilidade

2) o teórico, cuja estrutura é construída afastada da clínica, compondo-se por


pressupostos teóricos e hipóteses referenciais. Todas as referências extraídas da clínica
são acrescidas dos desdobramentos próprios decorrentes dos desenvolvimentos das
idéias, do pensar. A teoria vai, portanto, para além da clínica.

Como Freud chegou a Metapsicologia?

Metapsicologia significa, exatamente, o conhecimento a seguir da alma; a revelação que


vem depois da alma . Logos, cuja tradução é razão, conhecimento, pode também ser
traduzido por revelação.

Meta, que significa depois de, a seguir de, possui também o sentido de sucessão.

Psiquê, cujo significado é alma, espírito, pode ser entendida como "sopro de vida".

Duas hipóteses de Freud:

A existência do Inconsciente

O determinismo psíquico

Inconsciente; inconsciente- refere-se ao material não disponível à consciência

Pré-Consciente: pré-consciente- relaciona-se aos conteúdos que podem facilmente


chegar à consciência;

Paulo Bregantin - SBPI Página 73


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Consciente: Diz respeito à capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos,


lembranças e fantasias do momento;

Metapsicologia dividi-se em três aspectos:

DINÂMICO/PULSÕES – força/energia

ECONÔMICO - Id, ego e superego

TOPOGRAFICO - Inconsciente/Recalque

O Dinâmico – Pulsão:

 Pulsão é uma "idéia-conceito" fundamental da Metapsicologia e pode ser


compreendida como força ou energia psíquica constante

 As pulsões, enquanto forças dinâmicas, são compostas de afeto, que seria a


própria intensidade da pulsão e de representações. As pulsões possuem algumas
qualidades:

a) uma pressão constante, que seria a própria essência propulsora da


pulsão;(carências/desejos)

b) um alvo, uma meta, que seria a satisfação alcançada somente com o cancelamento
da estimulação:

c) um objeto, que é aquilo que permite o alcance do alvo e,

d) uma fonte, que seria um estímulo corporal, uma fonte somática. Não importa muito
aqui a ordem ou a localização. O que importa é que a estimulação seja originada em
um processo somático (o corpo como um todo ou partes do corpo).

Econômico:

ID = parte inconsciente formada por instintos e impulsos orgânicos e desejos


inconscientes, (ou pulsões) que são regidas pelo Princípio do Prazer e são de natureza
sexual no sentido amplo já explicitado acima. O Centro do ID é o Complexo de Édipo.

EGO = é a consciência submetida aos desejos do ID e repressão do SUPEREGO.


Obedece ao Princípio da Realidade. Vive sob angústia constante pois busca um
equilíbrio entre os desejo do ID e a repressão do SUPEREGO, busca satisfazer ao
mesmo tempo o ID e o SUPEREGO.

Paulo Bregantin - SBPI Página 74


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Quando o conflito é muito grande e o EGO não consegue satisfazer o ID este é rejeitado
determinando o processo chamado REPRESSÃO. Mas o que foi reprimido não
permanece no inconsciente e reaparece então sob a forma de SINTOMAS
(=representantes do reprimido).

SUPEREGO = parte inconsciente. Instância repressora do ID e do EGO, proveniente


tanto das proibições culturais e sociais interiorizadas "quanto das proibições que cada
um de nós elabora inconscientemente sobre os afetos." (M. Chauí, op. cit., pág. 66).

É o agente da civilização que tem o papel de dominar o perigoso desejo de agressão do


indivíduo. Através dele a civilização consegue inibir a agressividade humana
introjetando-a para o interior do sujeito propiciando o SENTIMENTO DE CULPA.

Topografia - Inconsciente e o Recalque:

 O termo Inconsciente, enquanto objeto metapsicológico, refere-se sempre a duas


possibilidades de compreensão:

 O inconsciente enquanto sistema, como já foi comentado (Inconsciente, Pré-


consciente e Consciente) e,

 Enquanto descrição qualitativa, a respeito de algo que se encontra inconsciente.

O que o Inconsciente?

 INCONSCIENTE = parte maior de nossa psique, não é uma coisa embutida no


fundo da cabeça dos homens e nem um lugar e sim uma energia e uma lógica em
tudo oposta à lógica da consciência que é a parte menor e mais frágil da nossa
estrutura mental.

 Podemos imaginar a consciência como a ponta de um iceberg e a montanha


submersa abaixo como o inconsciente. "A percepção que temos do mundo é
consciência; as lembranças, inclusive a dos sonhos e devaneios são consciência.
A memória é consciência e só há memória de fatos mentais conscientes. " (pág.
46, O que é psicanálise, Fábio Herrmann)

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Quais as características do Inconsciente?

 Características do INCONSCIENTE: opostas às características da consciência.

 Por isso desconhece o tempo, a negação e a contradição.

 Suas manifestações não são percebidas diretamente pela consciência por isso
requer deciframento e interpretação.

 (Exemplo: nos sonhos o inconsciente se revela através de um conteúdo


manifesto = o que aparece na consciência - e de um conteúdo latente = o
conteúdo real e oculto).

"O inconsciente... é uma interpretação ao contrário" (pág. 40, O que é psicanálise, Fábio
Herrmann). Se como veremos o princípio básico do funcionamento da mente é, segundo
Freud, o de evitar desprazer, o INCONSCIENTE é então o lugar teórico das
representações recalcadas ou o próprio processo de recalcamento, que impede certas
idéias de emergir na consciência.

O que são as fases: Oral, Anal e Fálica?

 Segundo Freud há três fases da sexualidade humana (lembre-se do sentido


amplo da sexualidade) que se desenvolvem entre os primeiros meses de vida e
os 5 ou 6 anos:

 1ª) Fase Oral = prazer através da boca (ingestão de alimentos, sucção do seio
materno, chupeta, etc...)

 2ª) Fase Anal = prazer localizado primordialmente nas excreções e fezes, brincar
com massas e com tintas, etc...

 3ª) Fase Genital ou Fálica = prazer principalmente nos órgãos genitais e partes
do corpo que excitam tais órgãos. Momento do surgimento do Complexo de
Édipo.

O que é o Complexo de Édipo?

COMPLEXO DE ÉDIPO = complexo de sentimentos e afetos com componentes de


agressividade, fúria e medo, paixões, amor e ódio, oriundos dos desejos sexuais em
relação aos genitores de sexo oposto que acontece entre os 5 e 6 anos de idade.

O complexo de Édipo se manifesta no menino desejando a mãe e querendo eliminar o


pai, seu concorrente. O medo da castração por parte do pai faz com que renuncie ao
desejo incestuoso e aceite as regras ou a Lei da Cultura.

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Na menina se manifesta pelo fato de descobrir que não tem o pênis-falo, e com isto,
sente-se prejudicada, tem "inveja do pênis". Ao perceber que a mãe também não o tem,
passa a desvalorizá-la e, nessa medida, se dirige para a figura do pai, dotado de FALO e,
portanto, cheio de poder e fascinação.

O que são Mecanismos de Defesa?

MECANISMOS DE DEFESA: O Ego não é somente consciência. Há funções


inconscientes nele, os famosos Mecanismos de Defesa. Através deles o EGO dribla as
exigências do ID e do SUPEREGO.

"Diante de uma pulsão proibida, cuja satisfação daria prazer se o superego não se
opusesse, há que convencer o princípio do prazer de que sucederá dor.

Para efetivar esse truque, o EGO aciona uma espécie de alarme, um pequeno sinal de
angústia, sempre que tal tipo de pulsão se lhe apresenta à porta. Como se dissesse ao ID:
veja como isso que aparece bom, na verdade, dói. E o ID, enganado até certo ponto,
cede energias para contrariar seus próprios fins pulsionais.

Basta então ativar os MECANISMOS DE DEFESA, carregados dessa energia..." (O que


é Psicanálise, Fábio Herrmann, pág. 52 e 53).

1. Repressão - retirada de idéias, afetos ou desejos perturbadores da consciência,


pressionando-os para o inconsciente.

2. Formação reativa - fixação de uma idéia, afeto ou desejo na consciência , opostos ao


impulso inconsciente temido.

3. Projeção - sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras pessoas.

4. Regressão - retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos


que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento.

5. Racionalização - substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do


comportamento por uma explicação razoável e segura.

6. Negação - recusa consciente para perceber fatos perturbadores. Retira do indivíduo


não só a percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a
capacidade de valer-se de estratégias de sobrevivência adequadas.

7. Deslocamento - redirecionamento de um impulso para um alvo substituto.

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A Cura do Corpo, Alma e Espírito

8. Anulação - através de uma ação, busca-se o cancelamento da experiência prévia e


desagradável.

9. Introjeção - estreitamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma


dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas
características de outras pessoas.

10. Sublimação - parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à


consecução de realizações socialmente aceitáveis (p.ex. artísticas ou científicas).

O que é MetaPsicanálise?

É a integratividade do:

Corpo – parte biológica e fisiológica

Alma – parte emocional e sentimento

Espírito – parte consciência e decisão

MetaPsicologia x MetaPsicanálise:

Metapsicologia – Freud define como o estudo científico mais o estudo da alma. A


revelação.

Metapsicanalise – Uma proposta de estudo integrativo do ser humano como um


todo.(Intra e inter relacionamento).

Entendendo Metapsicanálise:

É viver bem com você mesmo e os outros.(psicológico e espiritual)

Entendendo como você funciona e como os outros funcionam. (biológico/fisiológico)

Descobrindo suas carências e a das outras pessoas.(intra e inter relacionamento)

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AUTO CONHECIMENTO (INTRAPESSOAL)

No mundo atual. somos obrigados a conhecer muito bem nossos clientes e desenvolver
estratégias para alcançá-los e agradá-los, porém quando olhamos para nós mesmos , o
que devemos fazer para se auto agradar?
Essa é nossa grande questão nos últimos anos, pois muitos estudos tem sido feitos e a
conclusão é essa: quando estamos bem fica mais fácil agradar aos outros, e aí começa
o problema pois nós não nos conhecemos.

É muito importante saber:

1- Quem eu sou ?
2- Por que estou aqui?
3- Para onde vou?

Para saber que eu sou é preciso de tempo para si mesmo, pois bem quanto tempo você
tem dedicado para uma boa respiração? Sim... uma boa respiração, a essência do auto
conhecimento, estão contidas nas atitudes que não pensamos para fazer. O ato de
respirar faz com que você encha seus pulmões de ar e esse ar percorra todo seu corpo e
com isso você melhorará sua sensibilidade.
Lições:

1- Aprenda a respirar - dedique pelo menos 5 minutos por dia prestando


atenção em sua respiração, encha seus pulmões por várias vezes e deixe
sair devagar, isso fará com que sua caixa craniana fique cheia de ar, pois
dessa forma suas idéias ficarão mais organizadas.

2- Seja mais observador da natureza - Dedique pelo menos 20 minutos


de sua semana observando as plantas, cuidando de animais, vendo as
nuvens o sol, etc . - Isso despertará em você a importância do bem estar e
sua mente fica mais tranqüila, evitará as brigas em casa ou no trânsito.

3- Falar com Deus - dedique pelo menos 30 minutos por semana fazendo
orações a Deus, pois isso purifica a alma e quanto temos nossa alma
purificada, poderemos dar mais atenção aos nossos afazeres diários.

4- Leia livros relacionados a Deus - Faça isso pelo menos 2 a 4 vezes no


ano, pois o contato com as coisas de Deus melhorará sua capacidade de
ver as coisas e tomar decisões.

5- Freqüente uma Igreja - Faça isso semanalmente, pois a freqüência a


Igreja dará para você uma visão gostosa sobre como serão as coisas
depois da vida aqui na terra e pensar sobre isso e fará você sonhar coisas
boas, e como sabemos o sonho é algo que Deus deu ao homem e do

Paulo Bregantin - SBPI Página 79


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

sonho vem o desejo e do desejo as realizações mais importantes.


Não eu falando de religião, mas sim da importância de desenvolvermos
um conhecimento sobre Deus.

6- Mantenha um bom relacionamento - Busque um amigo para conversar


e dizer tudo que vem a mente, isso é importante para livrar da sua cabeça
os pensamentos ruins, dessa forma você terá lugar na mente para
desenvolver os projetos necessários para seu crescimento profissional.

7- Dizer a verdade - Sei que é impossível dizer sempre a verdade, minha


proposta é que você diga a verdade sempre que possível, evite a mentira,
pois ela te prende com maus fluídos e energias negativas. Quando
dizemos a verdade, as peças do jogo da vida se encaixam com mais
facilidade. Ao dizer a verdade seu sono fica mais leve, sua auto-estima
melhora, e com isso sua produtividade na empresa é acima da média, e a
possibilidade de uma promoção é muito maior.

8- Ouça uma boa música - A música é uma das melhores terapias para o
ser humano, pois através dela somos levados a uma viagem de
introspecção e com isso desenvolvemos nossa capacidade de assimilação
e criatividade. É muito importante que deixemos nos envolver pelo bom
som, pratique isso pelo menos 10 minutos do dia. Hoje criaram o
videokê onde você canta e solta todas as coisas ruins do dia a dia.

9- Auto massagem - Faça da hora do banho um momento sagrado, toque


seu corpo sinta suas mãos, pés, pernas, cabeça, tórax, etc... isso causará
uma sensação de alívio, e sua mente ficará menos tensa, você conseguirá
com 5 minutos de banho por dia.

10- Escovar os dentes,fazer a barba,maquiagem - Se você costuma


escovar os dentes , fazer a barba ou maquiagem na frente do espelho do
banheiro ou , utilize esse momento para fazer uma avaliação mental
sobre você mesmo, seus sonhos, o seu desejo para aquele dia, seus
objetivos, suas buscas. Aprecie seu rosto e contemple a magnitude da
criação de Deus - "Você". Aprenda a curtir-se olhando para o espelho,
isso fará com que você tenha um dia melhor, esse exercício pode ser feito
no período da manhã ou mesmo a noite durante uns 5 a 10 minutos por
dia.

11- Grite uma vez por semana - Quando você grita é jogado para fora as
coisas ruins, da mesma forma que a tosse é uma resposta do organismo
para expelir as coisas ruins que estão nos pulmões, quando você grita os
pensamentos maus são expelidos para bem longe, logo após um grito
você sente uma paz muito interessante - Para fazer isso utilize o trânsito
ou um lugar bem distante como um parque ou algum lugar parecido.
Quando estiver com um nó na garganta,GRITE... e sinta pairar sobre ti

Paulo Bregantin - SBPI Página 80


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

uma sensação de tranqüilidade. Este é um exercício que deve ser feito


pelo menos uma vez por semana.

12- Leia um bom livro - Eu li em algum lugar que quem ler a Bíblia toda
terá conhecimento de mais de 3000 palavras novas, quem ler toda a
Barsa terá conhecimento de mais de 10 palavras novas. O esquema é
claro, quem lê mais sabe mais. Eu aconselho você a ler pelo menos seis
livros por ano, ou seja, um a cada dois meses. Quanto mais aumenta sua
cultura, mais amigos você consegue, se tem amigos tem felicidade, paz e
alegria. Percebeu que com esse gesto de ler um livro muitas coisas
podem mudar em sua vida. Muitas pessoas dizem que a leitura é
impossível, pois não tem tempo, mas eu queria desafiar você a fazer um
exercício que tenho feito é dormir uma hora mais tarde do que o normal
e fazer dessa hora meu momento de leitura e desenvolvimento pessoal,
isso é um exercício muito interessante, no início será difícil, porém
depois de um tempo você não vai mais parar de ler.

13- Andar para manter a forma - Muitas pessoas tem andado para manter
a forma física, minha proposta é que nesta uma ou duas horas de
caminhada, você desenvolva sua mente também, enquanto estiver
andando faça um exercício de percepção, isto quer dizer andar prestando
atenção sobre as coisas que estão a sua volta, observar os carros, as
pessoas, e tudo que você ver, e quando chegar em casa escrever em um
papel o que mais lhe chamou a atenção, pois desta forma você estará
exercitando sua mente, esse exercício fará muito bem no seu trabalho,
pois quando é aumentado sua percepção você torna-se uma pessoa mais
atenciosa com seus clientes, parceiros, amigos, familiares.

Paulo Bregantin - SBPI Página 81


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CONHECIMENTO INTERPESSOAL

1- Conheça todos que estão a sua volta - Para desenvolver o


relacionamento interperssoal é necessário conhecer todos que fazem
parte de sua vida e classificá-los: a família, o trabalho, o clube e
igreja, entre outros. Não sei como é seu relacionamento com essas
classes citadas, dentro delas existem muitas pessoas são de suma
importância saber qual sua amizade com cada um deles e classificá-
los como: 1- muita amizade 2-boa amizade 3-pouca amizade - Você
deve descrever porque alguns estão na fase 1 , outros fase 2 e outros
fase 3, como fazer isso: Escreva em uma folha o nome de todas as
pessoas que fazem parte de sua vida e classifique-as.

2- Desenvolver a Interdependência ou mutualidade – creia, você depende


muito de outros para conseguir viver bem e conseguir emprego, por isso
é muito importante o desenvolvimento da mutualidade, que é o
compromisso que você tem com as pessoas que são seus amigos, é saber
que você depende de alguém e esse alguém depende de você, é troca de
experiências, é aprendizado contínuo, é o saber que ninguém é uma ilha.
Para desenvolver esse exercício é muito bom freqüentar uma igreja ou
um clube social, pois esse exercício desenvolverá em você o princípio da
interdependência ou mutualidade.

3- Respeitar os limites dos outros: Nunca avalie as pessoas pelos seus


conhecimentos e sim pelos delas próprio. Lembre-se que muitas pessoas
são limitadas em muitas ações, porém você não é o perfeito. Aceite as
falhas das pessoas, busque sempre o entendimento do porque elas fazem
isso ou aquilo.Quando você respeita o limite das pessoas, seu respeito
para com elas aumenta e as amizades tornam-se mais sólidas, assim você
terá uma vida melhor e sua mente estará sempre tranqüila.

4- Empatia: É colocar-se na situação da outra pessoa, é a capacidade de


ouvir os outros, quando conseguimos entender o que nos perguntam fica
muito mais fácil de resolver qualquer questão.Empatia é tentar vivenciar
o que a outra pessoa está tentando falar ou mostrar, é perguntar por quê
? é dizer " repita a pergunta por favor" , enfim é saber a hora de falar.
Para desenvolver essa área em sua vida aprenda a escutar as pessoas que
estão a sua volta e ver se verdadeiramente você às entende, faça isso com
sua mãe, pai, irmão(ã), namorado(a), noivo(a), marido, esposa, amigo(a).
Aplique em casa, na escola ou trabalho.

5- Leia jornais, revistas e livros. A leitura diária faz com você


desenvolva seus conhecimentos do mundo que te rodeiam. Assistir
televisão e ouvir rádio é muito bom, porém , limita seu desenvolvimento
intelectual, pois quando lemos exercitamos muito mais nossa mente e se
possível faça uma leitura em voz alta pelo menos 10 ou 20 minutos do
seu dia.
Paulo Bregantin - SBPI Página 82
A Cura do Corpo, Alma e Espírito

7- Longanimidade. Essa é uma palavra muito importante para nosso dia a


dia de relacionamento com as pessoas que nos rodeiam, pois ela significa
"longos e longos e longos e longos períodos de paciência um para com os
outros", essa palavra é fundamental para desenvolvermos o nosso
interpessoal. Vivemos em um mundo onde ninguém tem paciência um
com outro,não é mesmo? As pessoas falam que tem "pavio curto", hoje
em dia as pessoas mais pacientes tem conquistado mais espaço, e as
ansiosas tem "morrido do coração". Por isso eu te aconselho a sempre
que estiver "estressado",conte até dez, respire fundo no mínimo cinco
vezes, saber realmente o que está acontecendo antes de tomar uma
decisão, aprender a discutir sem brigar , evite confusões na escola,
trabalho, trânsito, cinema...etc. Sempre há uma saída quando você espera
com paciência, faça da longanimidade um "estilo de vida".

DESAFIOS...

Freud nos desafia a todo instante através da Metapsicologia a combatermos as neuroses,


ansiedades, depressões e todo tipo de doenças psicossomáticas e ou doenças da alma.

Na MetaPsicanálise a proposta é de um tratamento integrativo do corpo, alma e espírito.


Buscando em todo o tempo, o tempo todo sermos: um ser humano melhor, com
relacionamentos qualitativos e uma espiritualidade saudável.

Paulo Bregantin - SBPI Página 83


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Bibliografias:
-Entendendo porque julgamos os outros, A lógica do Raciocínio,Da dedução, ou
Silogismo – informações retirada de sites sobre Lógica e Raciocínio:
(www.veritatis.com.br, www.dct.ufms.br, www.psicossomatica-sp.org.br, www.cfh.ufsc.br,
www.cefetgo.br).

- Consciência fora da matéria(pt.wikipedia.org/wiki/Projeção_da_consciência,


www.racionalismo-cristao.org.br, www.viagemastral.com, www.xamanismo.com.br) --

- Níveis quânticos da consciência(www.laerciofonseca.com, www.e-zen.com.br,


www.conscienciacosmica.com.br/) .

- O experimento de JACOBO GRINBERG-ZYLBERBAUM


(www.parapsicologia.org.br, www.usinadeletras.com.br, www.usinadeletras.com.br,
www.redepsi.com.br).

- A ponte entre Ciência e Religião – TV Cultura 2003 (www.scribd.com, assisti na TV


Cultura essa reportagem).

- Bíblia: Nos relatos sobre Salomão.

- Livro “A cura Quântica” - Dr. Deepak Chopra.

- O que é psicanálise, Fábio Herrmann

Paulo Bregantin - SBPI Página 84


A Cura do Corpo, Alma e Espírito

Agradecimentos:
A Deus, autor e consumador de minha vida, por dar a oportunidade de ter consciente e
inconsciente.

A minha família (Rosi, Junior e Flávio) pela paciência que tem comigo.

Aos Professores e Administração da SBPI, que de forma profissional e carinhosa me


ensinaram.

Especialmente a Fátima Mora (SBPI), pela forma franca de dizer o que pensa
compreensão, amizade, carinho, respeito e minha Psicoterapeuta-Integrativa.

Aos meus colegas de curso, pois sem eles não teria graça alguma estudar.

Aos amigos(as) que de alguma forma me ajudaram nessa caminhada.

Amo todos vocês.

Paulo Bregantin – Um maltrapilho de marca maior.

Paulo Bregantin - SBPI Página 85


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