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“...Muito além de acreditar nas palavras que escrevo, sinto que minha própria vida
está em plena mutação e perplexidade, ante as verdades que nos últimos tempos
tenho visto e vivido, ou seja, a vida tem me ensinado nos últimos dez anos o que
não me ensinou nos últimos vinte ou trinta anos, então me arrisco a escrever que
tudo que aprendo na vida pode e deve ser modificado, ou mesmo transformado. Na
verdade o que é a vida senão um punhado de conhecimento que Deus em sua
sabedoria nos da como “doação da manifestação da Graça”. Sei que o muito
estudar cria bons conhecedores de informações, porém o viver a vida traz aventura
e sabedoria – coisas que só sabe quem vive a vida como se hoje fosse o último
dia...” Paulo Bregantin
Paulo Bregantin
Paulo Bregantin - SBPI Página 1
Trabalho de conclusão de curso de Psicanálise
2009
A Cura do Corpo, Alma e Espírito
SUMÁRIO
A constituição do Ser Humano.............................................................03
A lógica do Raciocínio..........................................................................20
Da dedução, ou Silogismo.....................................................................29
O Corpo.................................................................................................34
Bibliografias...............................................................................................84
Agradecimentos.........................................................................................85
Claro que essa afirmação é de fato uma grande “viagem”ou até mesmo um grande
absurdo no sentido físico e ou espiritual. Sei que alguns lerão e ficarão sem entender
muito, pois as mentes mais “sérias” pensarão no modo cartesiano e creio com essas
idéias pré-concebidas dos filósofos, muitos não internalizarão as palavras que tento
escrever, pois no decorrer da vida, muitas palavras são dispersas com o vento das
filosofias e terminologias(palavras e semânticas).
Muito além de acreditar nas palavras que escrevo, sinto que minha própria vida está em
plena mutação e perplexidade, ante as verdades que nos últimos tempos tenho visto e
vivido, ou seja, a vida tem me ensinado nos últimos cinco a dez anos o que não me
ensinou nos últimos vinte ou trinta anos, então me arrisco a escrever que tudo que
aprendo na vida pode e deve ser modificado, ou mesmo transformado, pois na verdade o
que é a vida senão um punhado de conhecimento que Deus em sua sabedoria nos da
como “doação da manifestação da Graça?”. Sei que o muito estudar cria bom
conhecedores de informações, porém o viver a vida traz aventura e sabedoria – coisas
que só sabe quem vive a vida como se hoje fosse o último dia!!
No descrever a vida como o último dia é ao certo viver entendendo que cada minuto é
não somente uma fração de hora, ou uma mínima parte do dia e um quase nada de
vida...O real é entender que o minuto que vivemos é o tudo, ou seja, o Corpo, Alma e
Espírito manifestado, á isso não podemos negar, pois para nós é somente um minuto,
porém para Deus é o tudo e, o tudo é, nada mais que a manifestação do nada. Como
explicar isso nessas linhas? Entender o Nada nos leva ao conhecimento do tudo, sendo
que o tudo só existe quando descrevemos o próprio nada que em sua essência é a junção
de nada+tudo.
Claro que a vida é o conjunto de Corpo, Alma e Espírito e ao mesmo tempo é o nada no
sentido de que não temos como explicar o Corpo, Alma e Espírito. Para essa teoria
devemos nos despir de toda a armadura de complexo e sabedoria intelectual, pois a
capacidade de entender o nada+tudo é a própria qualificação e sensibilização do puro
pensar, sem muito esperar...é simplesmente viver!
A descrição de ser humano é sintetizada como alguém que tem a vida e é um ser falante,
claro que se falarmos nos garantirá a idéia entre os seres falantes que somos homens e
mulheres, porém não tão simples a isso, somos seres que não somos dessa “Natureza”
que nos rodeia, pois qual o animal, por melhor que seja tem Corpo, Alma e Espírito?
Paulo Bregantin - SBPI Página 3
A Cura do Corpo, Alma e Espírito
O Caos que está estampado no Gênesis, pois quando se escreveu “...a terra era sem
forma e vazia...” tudo estava o verdadeiro caos. Sim todas as estruturas da terra – Água,
Ar, Terra e Fogo – estavam totalmente sem controle e, as coisas em sua totalidade
estavam fora de controle clamando por ordem. A ordem que transformou o caos em
Cura. A Cura que veio através da “palavra”. Palavra que estava sobre todas as palavras.
Palavra que destronou o caos, criando o Cosmo, absolutamente perfeito como vemos e
entendemos hoje, um Cosmo tão perfeito que não sabemos onde começa, nem muito
menos onde termina. Um Cosmo que é alvo de estudo desde os primórdios e sem muitas
explicações. Donde teria vindo a PALAVRA que destruiu o Caos? Donde veio a Cura
que restabeleceu a identidade para a terra? De quem é a voz que disse: “...haja luz e
ouve luz... haja separação entre dia e noite... Essa voz é a cura para a terra e, a cura é
nada mais que restauração do Caos.
Vamos falar mais sobre isso... Observe como nossa mente é: Vamos relembrar de uma
história que está contida na bíblia, porém todos nós conhecemos muito bem... É a
história de Salomão e sua sabedoria. Como sabemos Salomão é filho me Davi e
Beteseba. Beteseba é a mulher que fez o Rei Davi cometer adultério e um homicídio,
pois Ele(Rei) se apaixonou por essa mulher quando estava passeando pelo seu pátio em
seu castelo e viu ela tomando um banho de sol nua, logo ele descobriu que ela era
casada com um oficial seu com o nome de Urias. O Rei ficou tão apaixonado por ela
que mandou trazê-la, pois seu marido estava em uma batalha em nome do Rei Davi.
Davi teve relações com ela e ficou grávida, até ai tudo bem...Porém quando o Rei ficou
sabendo da história da gravidez, pensou – Vou trazer de volta Urias da guerra e fazer
com que ele transe com a sua mulher e ninguém vai saber que o filho é meu...Assim o
Rei fez, porém quando Urias chegou não quis ficar com sua mulher , pois disse – meus
homens estão em guerra e eu estou aqui, não vou fazer isso de dormir com minha
mulher... O Rei então não teve outra saída a não ser enviá-lo de volta para a guerra.
Porém ele chamou o líder da tropa e disse: Ponha Urias na linha de frente para que ele
morra! E assim foi... Urias foi colocado na linha de frente e morreu.
O Rei mandou chamar Betseba para morar com ele. Pensou o Rei: - Agora está tudo
bem... Grande engano. Pois havia um profeta chamado Natã que através de Deus ficou
sabendo do que o Rei fizera. O Profeta foi ter com o Rei e lhe contou uma história:
Rei Davi, vou contar uma história – Era uma vez num reinado um Rei que era muito
rico e tinha muitas e muitas ovelhas e também existia nesse reinado um homem pobre
que tinha uma só ovelha. Em certo dia o Rei recebeu em sua casa um amigo de muito
longe, o Rei convidou o amigo para ficar com ele e jantar naquele dia. No jantar
serviriam uma ovelha cozida. O Rei em vez de matar uma de suas ovelhas, disse para
seus oficiais: Pegue a ovelha daquele pobre, mate e sirva para nós jantarmos e assim foi
feito.
Rei eu te pergunto, disse o Profeta: O Que esse Rei merece em fazer isso com aquela
pessoa pobre?? O Rei Davi respondeu: ELE DEVE MORRER!
O Profeta disse: Isso mesmo Rei Davi – ELE MERECE MORRER! – Digo que é isso
que o Senhor fez quando engravidou a mulher de Urias e ainda mandou matá-lo. Pois o
Senhor tinha todas as mulheres que queria e Urias tinha uma só, e o Senhor á quis e
ainda mandou matá-lo.
Assim diz Deus – disse o Profeta: Esse filho que está no ventre dessa mulher morrerá,
porém você Rei, não morrerá.
O Rei Davi ficou em crise e chorou muito...Porém não teve jeito o filho que nasceu
daquela mulher morreu – Porém depois ela ficou grávida novamente e teve um filho e
chamou seu nome SALOMÃO.
Bem fecha parênteses – Salomão foi conhecido como o Rei mais sábio de todos os
tempos e sua sapiência iniciou-se com um acontecimento muito interessante, que
gostaria de descrever para refletirmos um pouco sobre como nosso pensamento é levado
a pensar somente o que queremos e não observamos o que realmente é fundamental.
A história é: Havia duas mulheres, ambas ficaram grávidas e tiveram seus filhos. Numa
noite as duas foram dormir e uma das mulheres dormiu e rolou para cima de seu filho e
sufocando matou-o. Em uma parte da vigília da noite ela acordou e percebeu o que tinha
feito, então, ela levantou pegou a criança morta e trocou com a outra criança e voltou a
dormir.
De manhã quando as duas acordaram uma das mulheres percebeu que seu filho estava
morto, porém quando olhou percebeu que aquele não era seu filho, e aí começou uma
discussão entre as duas mulheres e ambas foram parar na frente do rei Salomão para que
fosse resolvida a questão, ou seja, de quem era o filho vivo.
Salomão ouviu as histórias das duas e tomou uma decisão: Mande cortar a criança no
meio de dê uma parte para cada uma das mulheres. A Mãe falsa disse: Tudo bem pode
cortar! A Mãe verdadeira disse: Não faça isso, dê a criança para ela cuidar o filho não é
meu!
Salomão percebendo a manifestação do amor da mãe e não deixar matar seu filho disse:
Dê o filho para a mãe que disse: Não mate a criança.
Bem até aí tudo bem, pois é uma história conhecida de todos e o final é feliz... Minha
questão não é a mulher que fica com o filho ou sobre a sabedoria de Salomão. Minha
questão é com a mulher que perdeu!! É o que leva a mulher a montar toda a mentira
para com a outra mulher? Por que ela quis cortar a criança? O que ela tinha em mente
para elaborar contra a outra? Quem somos nós nessa história, pois somos a mulher que
ficou com o filho ou a que não ficou?
Como nossa mente funciona hoje? É como a mulher que falou a verdade? OU como a
mulher que falou e montou toda a mentira? O que é verdade (sabedoria) e o que é
mentira (Pecado)? Como julgar o que a mulher “ruim” fez? Quero dedicar um tem para
que pudéssemos pensar e refletir sobre a mulher que perdeu. Sim! Sobre a doença
psíquica e espiritual que acometeu ela. Hoje muitas pessoas estão vivendo essa questão
paradoxal, buscando o que é uma doença, ou o que nos leva a “montar”mentiras sobre
os outros e ás vezes sobre nós mesmos?
Uma doença é muito mais que uma patologia física, onde somos acometidos por um
problema hereditário, ou algo que contraímos seja lá por qualquer causa. Uma doença é
um distúrbio Espiritual, Psicológico e Físico – Creio que sempre nessa ordem - A isso
inclui-se todas doenças que existem sobre a vida dos seres humanos. Independente das
causas das doenças o Espírito e a Alma são contaminados por processos que estão muito
além de nossos entendimentos, creio até que o pecado que adquirimos como seres
humanos(pecado de Adão), ou seja, a desobediência a Deus – fez a decadência humana
e com isso, estabeleceu um ciclo de pecado(doença) e, que ainda não conseguimos o
entendimento necessário para estancarmos essa doença(pecado).
Claro que não posso deixar de observar as doenças da alma e da parte física de cada
pessoa, não me deterei nessas questões, pois creio que os livros de medicina são mais
que suficientes para satisfazer nossas ansiedades para o conhecimento das doenças.
Minha maior questão é a principal causa das doenças. Sim! Qual é a principal causa das
doenças? Onde está a nascente da Cura para as enfermidades Espirituais, da Alma e
Físicas? Onde poderemos encontrar a Cura?
Creio de todo meu coração que a Cura está na manifestação da GRAÇA de Cristo em
nossas vidas, pois não podemos fechar os olhos para esse tão sublime conhecimento. É
fundamental para todos os seres humanos entender a manifestação da GRAÇA, que está
além da história de Cristo, pois na Bíblia temos contidas muitas histórias e sei que
muitas e muitas pessoas estão sendo contagiadas e tendo suas vidas modificadas pelas
histórias e pregações sobre a vida de Cristo. Não me deterei sobre isso, sei que são
importantes, porém nesse terei o desejo incessante de descrever a Cura através da
Manifestação da GRAÇA nos dias atuais.
Então o que vem a ser a MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA? Creio que esse seja nossa
maior busca, pois ao encontrarmos essa manifestação da Graça teremos a Cura total de
nossas doenças mais profundas.
Graça é o outro. Sim! Graça é entender a vida como se os outros fôssemos nós mesmos.
É aprender com as outras pessoas. É suportar os outros entendendo que com isso,
viveremos mais e melhor. É estabelecer um contato com o mundo que está a nossa
volta, permitindo que todos e tudo façam parte de nossas vidas. É discernir que o outro
é exatamente o que somos e, sendo assim, não podemos destruí-lo. É renascer para o
outro e morre para nós mesmos... É ser o outro e mortificar a nós mesmos.
A Cura pela Manifestação da Graça é entender que não somos nada sem o outro e, que
quando dedicamos tudo para o outro – ganhamos tudo de volta para nós mesmos. É
entender que a Cura está no cuidado do outro e não na pré-ocupação de satisfazermos a
nós mesmos.
A busca desenfreada por nós mesmos nos levou a destruição total do outro e, com isso,
ficamos independentes e, a independência faz de você uma pessoa DOENTE.
De certo que para cada passo que damos para a proximidade do outro, somos
compungidos e forçados a caminharmos para trás no sentido de olharmos para nós
mesmos e, isso é o grande mal que acometeu cada ser humano, ou seja, a busca
desenfreada por si mesmo. “Conheça a si mesmo e terá vitória” essa teoria tomou conta
de nossas vidas e nosso cotidiano passou a ser um frenesi de buscas incessantes e
desenfreadas sobre: O que sou? Onde estou? Para Onde vou? Essas questões tomaram o
lugar da real necessidade de cada um de nós – a vida.
Pois a vida se resume em dividir e não manter. A vida se resume em compartilhar e não
individualizar. A vida é por si vários ciclos(Nascimento, vida e morte). A vida é deixar
que os outros interfiram e assim sendo vivamos com mais sabedoria e, não o
reducionismo de acreditar que se eu estou bem o resto que “se dane”. Creio que não
funcionam assim as coisas...
Acredito que o contato com o Espírito é a principal busca que devemos fazer e, o
Espírito é uma ligação direta que temos com Deus e, sendo Deus nosso criador autor e
consumador de tudo e todos o Espírito DELE está em nós e, para fazermos contato com
ELE temos que nos unir, pois quando me torno um com meu irmão sou parecido com
Deus- pois Deus é a pura manifestação da UNIÃO, pois NELE vemos a manifestação
do Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, a união dos três trás a harmonia que estabeleceu
o mundo e a ordem sobre o Caos foi manifestado. E o fato de parecer com Deus unido
com meu irmão a o estabelecimento da manifestação da Graça em minha vida e na vida
dos que me rodeiam alcançamos a Cura que clama dentro de cada ser humano.
É sublime entender que a manifestação da Graça acontece com a união e não com a
busca frenética individualizada, pois na comunhão entre as pessoas há a liberação de
algo sobrenatural que nos é mostrado através das muitas pessoas que vivem bem mesmo
sem recursos, pois o que garante a alegria é estar bem com os outros. Quem já não
ouviu a frase: “Dinheiro não trás felicidade” Sim quando há Manifestação da Graça os
objetivos mudam, as expectativas são diferentes, as coisas se encaixam de forma
diferente.
1. DO CONCEITO ESSENCIALMENTE
Neste sentido, a idéia se define como um atender ao objeto, ao qual atinge apenas
como imagem, sem explicitamente nada afirmar, ou negar. Ainda que ao mesmo tempo
possa ocorrer, ou a afirmação, ou a negação, - isto já pertence à operação mental
seguinte, o juízo.
DO JUÍZO ESSENCIALMENTE
A diferença pela qual a afirmação une ou separa ocorre apenas no conteúdo, não na
operação mental em si mesma.
- sujeito,
- predicado,
Ao passo que, sujeito e predicado são a matéria do juízo. Quer se tratado sujeito,
quer do predicado, eles são conceitos, e nesta condição se distinguem da afirmação.
A posição do sujeito, no juízo, é passiva, como quando se lhe predica uma ação.
Embora especificando o juízo, pela variação dos sujeitos, recebe passivamente o
predicado que deles se afirma ou se separa.
Dali vem que a qualidade do juízo se apresenta complexa. Deverá ser estudada
especialmente:
- afirmativos,
- e negativos.
Com exatidão formal, as duas espécies de juízo, se definem pela essência mesma
da operação do juízo: afirmando a união e afirmando a divisão.
- contraditórias,
- contrárias,
- subcontrárias.
- subalternas.
- se A é verdadeira, I é verdadeira;
- se I é falsa, A é falsa.
A LÓGICA DO RACIOCÍNIO
Introdução geral à lógica do raciocínio. No caminhar operacional, o último
avanço da mente ocorre no raciocínio, o qual, por meio de cálculos, com suporte em
intermediários, atinge conclusões distantes do ponto de partida. O raciocínio se
aproveita das conexões havidas entre os juízos, para dali calcular conclusões, as quais
ficam apoiadas na validade das referidas conexões, ou seja em sua evidência, verdade e
certeza.
Para darmos um exemplo de raciocínio, convém logo dá-lo na forma de suas duas
espécies fundamentais, - dedutiva e indutiva.
Ou seja:
Exemplos de raciocínios:
DA DEDUÇÃO, OU SILOGISMO
A dedução, ou silogismo, é a parte mais fascinante da lógica raciocinativa.
Oferece um quê da precisão matemática.
I - DO SILOGISMO ESSENCIALMENTE.
Denomina-se termo médio, aquele termo que aparece duas vezes no antecedente.
Não reaparece o termo médio no conseqüente, onde apenas os outros extremos se
unem.
Seja o exemplo:
Ali se pode observar que "homem" é o termo médio, do qual se exerce uma
afirmação. Aplicado o princípio - de que tudo o que dele se afirma universalmente, é
afirmado de tudo o que está contido nele, - resulta que, ao se saber que Pedro está
contido, que também deste se deve afirmar. Por isso, colocada a segunda premissa
(Pedro), decorre a conclusão: Pedro é racional.
1-a. regra – O silogismo deve ter três termos: menor, médio, maior.
Isto decorre do termo médio, que, para unir, precisa pelo menos mais dois termos.
O cão ladra;
2-a. regra – Nenhum termo pode figurar na conclusão com maior extensão que
nas premissas.
Na verdade, o efeito não pode ser maior que a causa. A conclusão, contida no atual
(o antecedente), só poderia ser menor.
4-a. regra – O termo médio deve ser tomado uma vez, pelo menos, em toda sua
extensão, nas premissas.
Do contrário, o termo médio poderia ter uma extensão na maior e outra na menor,
com o risco do duplo sentido, o que não ocorrerá, se pelo menos tiver a totalidade da
extensão em uma das premissas.
É que os termos, depois de negarem uma relação com um terceiro termo, não
logram converter a este em um efetivo termo médio, isto é, intermediário.
7-a. regra – A conclusão se deduz, seguindo a parte mais fraca, isto é, a premissa
particular ou a negativa.
A ou B é verdadeira;
se A é verdadeira, C é verdadeira;
se B é verdadeira, C é verdadeira;
logo, C é verdadeira.
se não estava, faltou ao dever; logo, em ambos os casos não cumpriu o dever.
Se A é verdadeira, B, ou C é verdadeira;
se B é verdadeira, D é verdadeira;
se C é verdadeira, D é verdadeira;
Ou há o mal ou não há; ou Deus pode mas não quer, e não é benevolente; ou quer,
mas não pode afastá-lo, e é não onipotente.
"Se se tem o direito de matar o ladrão, com mais razão ao assassino" (Cícero, Pro
Milone).
Semelhantemente disse Ulpiano: "Para aquele a quem o mais é lícito, o menos não
deve ser ilícito" (Digesto, L.50, título XVII, n.21).
. Figuras do silogismo são as quatro disposições que se podem dar aos termos, -
sujeito e predicado,- que o compõem.
Regra da 2-a. figura – Uma das duas premissas tem que ser afirmativa; a maior
deve ser universal.
Não basta simplesmente mudar a posição dos termos, como se alterássemos apenas
a estrutura exterior das figuras. Dali a razão das regras especiais de cada uma.
O Corpo
O Corpo não é o que vemos ou percebemos, pois nossos olhos, como todos sabem,
somente reflete aquilo que nossa retina “entende”que vê, logo acreditar que o Corpo é o
que vemos é pura e simplesmente crer o que nos ensinaram e moldaram em nossa
mente, através dos arquétipos que Jung muito nos ensina, onde de forma sincrônica
todos nós nos ligamos e entendemos que o que é um dia já foi e, por isso, repetimos os
pensamentos e as coisas...Bem não quero falar sobre isso, pois acredito que o Corpo é
em si uma manifestação da anatomia e fisiologia que o ser humano apresenta.
Bem como Anatomia podemos dizer que somos o que refletimos no espelho, ou seja,
nossa fisionomia, nossas curvas, nossos cabelos e formas, mesmo crendo que o que
vemos não é necessariamente o que é, não têm como crer de outra forma. Claro que isso
é fundamental para entendermos que somos nada mais que um monte de pele, ossos,
nervos entre outras coisas que a medicina tem nos mostrado. O Corpo é o que nos leva
para todos os locais visíveis e nos permite sentir, cheira, tocar, ver e ouvir. Sim! Os
cinco sentidos são o que nos permitem afirmar que temos um corpo e somos “alguém”.
É muito comum dizermos que “somos o que pensamos” nesse sentido o corpo nasce de
dentro para fora, ou seja, não somos o que vemos mais sim o que vem de dentro de cada
um de nós, isso é muito delicado de se tratar, pois no dia á dia de nossas vidas cremos
que somos o que olhamos no espelho, porém o ser humano é muito mais que isso, de
certa maneira, são individuais e coletivos, temos nossos desejos e sentidos
individualizados e ao mesmo tempo somos seres sincronizados com outros seres e
vivemos juntamente com outros reinos(animais, vegetais, espirituais...).
Ouvi outro dia de um amigo uma experiência muito interessante que me fez refletir
sobre o que somos e em que momento estamos vivendo, ou mesmo em que espaço de
tempo estamos vivendo – segundo meu amigo ele assistiu o que vou relatar na
Discovery:
“Existe uma bactéria que para reproduzir-se necessita de um ciclo: A bactéria se aloja
no cérebro de uma formiga, fazendo com que a formiga torne-se um “zumbi” a
formiga é levada a uma certa folha e fica paralisada bem na ponta da folha. Essa folha é
alimento de coelhos. Ao comer a folha o animal come também a formiga, dentro do
animal a bactéria se desenvolve e mantém sua vida.”
Veja esse ciclo, poderemos observar muitas coisas relacionadas com nosso corpo, a
primeira questão é: Quem somos nesse ciclo de vida? Somos a bactéria, a formiga, a
folha, o animal...Sim! Por vezes a questão é descobrir exatamente quem somos no ciclo
de nossas vidas e das vidas de todos?
Se formos a bactéria logo nosso maior projeto de vida é dar continuidade a vida,
mesmo que os que estejam ao nosso lado transformem-se em “zumbis” mesmo que tudo
a nossa volta sirva somente para nossos desejos, anseios e necessidades, quando temos
como objetivo único o manter a “nossa” própria vida sem preocuparmos com os outros,
somos iguais uma bactéria, que para ter vida necessita de tirar a vida de outros. Creio
que não é isso que nosso corpo deve ser aqui na terra, pois acredito que nós somos
muito mais que simplesmente “bactérias” buscando objetivos de reprodução custe o que
custar, somos muito mais que isso, somos a essência de Deus, somos a plenitude da
criação Divina, a imagem e semelhança de Deus, somos feituras do Divino e por
sermos isso, temos como necessidade básica ter e manter um relacionamento com o
Sagrado, o Divino, sim! Com seu Deus.
Se formos a Formiga, teremos que repensar o que significa corpo, pois estamos
deixando nossa mente aberta para que “outros”seres invadam nossos pensamentos e
dominem todos nossos sentidos, dessa forma nos tornamos inúteis para nós mesmos e
para os outros. Nossa mente é o próprio domínio de todo o corpo, somos motivados a
viver em virtude de nossa mente – uma mente sadia, torna o todo o corpo sadio –
quando desprezamos o aprendizado e os relacionamentos novos, abrimos espaços para
“bactérias”entrarem em nossas mentes e isso nos fará perder por completo tudo o que
somos e desejamos, necessitamos então de uma nova consciência do que é consciência,
necessitamos de uma nova mente para que possamos entender o que é mente...Creia
para mantermos um corpo sadio e mais ainda, para entendermos o que é um corpo,
necessitamos de uma mudança profunda em nossa mente, isso significa, uma mudança
de atitudes, de pensamentos, de como ver, sentir, avaliar, ou mesmo de rever tudo que
foi visto e reanalizar todas as situações.
O corpo é então uma carcaça para conduzir nossa alma e nossa consciência? O corpo é
enfim somente um alojamento das sensações e sentimentos? Será que o corpo é
materialização da energia?
Bem para respondermos essas questões temos que conhecer um pouco de física quântica
e, isso, é sem dúvida uma quebra de paradigma, pois quando falamos em física
quântica, nos abstraiamos no sentido de por não entender o que realmente significa a
física quântica, nos tornamos arredios aos aprendizados que podemos entender ante a
essa ciência. Sim! O obscuro nos assusta, bem como a falta de conhecimento nos limita
a não realização de nossos objetivos na vida. Creio até que, por isso, muitos passam
pela vida sem conhecer realmente as oportunidades que ela nos oferece.
1- A consciência (ou mente) será tratada por nós como um objeto quântico,
sujeita, portanto a todas as leis que regem os objetos quânticos.
Todos esses fatos podem ser esclarecidos e compreendidos sem que precisemos ser
místicos ou esotéricos. A nova física já possui ferramentas importantes para embasar
tais teorias e nossa intenção é mostrar a todos que o modelo da consciência quântica
pode ser um caminho para explicarmos a fenomenologia da PES, bem como da ação dos
seres extraterrestres, quando envolve nossas consciências no processo de interação com
eles.
Acredito que seres muito mais avançados que nós já tenham desenvolvido modelos
substanciais para compreenderem suas próprias consciências e como elas podem
interagir com outras e até mesmo interagir com a matéria. Esses seres poderiam até
construir suas tecnologias baseando-se nesses modelos quânticos da consciência e assim
elaborar amplificadores mentais para aumentar a capacidade de suas mentes, podendo
interagir com as nossas, introduzindo ou retirando delas todos os dados ou tudo o que
bem entendessem.
Através do modelo da consciência quântica podemos notar que duas mentes podem
estar em estado "singlet", correlacionadas como dois pares de elétrons, relacionando-se
entre si como se não existisse nenhuma distância entre ambas, como se as mentes
estivessem praticamente ligadas e fossem uma única mente ou um único objeto quântico
conectado.
Nesse caso o eu, ou a minha consciência, pode ser tratada como um objeto quântico
exatamente como o elétron. Dessa maneira podemos pensar que a consciência é na
verdade um campo de energia que se estende até o infinito. A consciência pode ser
tratada como uma dualidade partícula-onda. Da mesma maneira que o elétron, ela seria
uma condensação local do campo, como vimos nos capítulos anteriores. Assim, aquilo
que nós imaginamos como sendo o meu “eu”, a minha mente ou o meu ser, não
passariam de condensações locais do CAMPO CONSCIENTE CÓSMICO.
A ciência oficial trata a consciência como sendo fruto de uma evolução biológica,
existindo apenas como resultado dela. Essa é a conhecida teoria ascendente, onde a
consciência é gerada no interior de estruturas biológicas avançadas como os seres
humanos.
Atualmente os físicos quânticos estão questionando essa teoria e dando uma nova
interpretação para a consciência baseada em fenômenos quânticos. A consciência e a
própria vida não seriam frutos do acaso ou de um acidente da natureza e existindo
somente no planeta Terra. A nova física abre portas para discussões acerca da natureza
real da consciência e tudo aponta para uma consciência anterior à matéria. A
consciência existiria independente da matéria ou do corpo biológico. Na verdade, o
corpo biológico é que seria resultado da consciência, sendo planejado, com toda sua
complexidade, em outros subuniversos, onde a própria consciência estaria presente. A
consciência e as inteligências que habitariam esses subuniversos superiores planejariam
e executariam estruturas biológicas para que a consciência pudesse manifestar-se nesta
dimensão mais densa do Universo.
O fato de não nos lembrarmos de nossas vidas anteriores nem os contatados de suas
experiências ufológicas, leva-nos a formular um modelo de níveis quânticos para a
consciência. Vamos expor aqui tais idéias como um exercício para lançar luz à
compreensão de fenômenos ufológicos até então inexplicáveis.
Notem que no desenho acima temos que essas áreas são sempre separadas por uma
barreira quântica entre os níveis de energia da consciência.
Na área consciente ou N=1 temos a formação daquilo que chamamos de memória e área
de dados de todas as informações obtidas nesta vida. É a nossa personalidade fruto de
nossa vivência neste mundo e nesta vida atual.
Na área subconsciente de N=2 temos uma zona onde dados são armazenados numa
freqüência muita mais baixa que na área consciente. Nessa área são gerados os nossos
sonhos e milhares de outros fatos que influenciam nossa personalidade. Porém, quando
estamos conscientes não podemos acessá-la livremente, pois toda nossa mente está
atuando numa freqüência quântica muita mais alta. Quando estamos relaxados ou em
transe, como no caso de experiências com hipnose, podemos acessar essas áreas e
extrair dados que não estão na área consciente.
Já na área inconsciente de N=3 o nível de energia quântica é muito mais baixo e sua
freqüência característica também. Nesta zona de nossa consciência estão armazenados
todos os dados de nossas experiências fora da matéria e de nossas vidas anteriores, ou
seja, toda nossa memória cósmica. Podemos assim supor que nossa consciência é
praticamente imortal, sendo mortal apenas os corpos biológicos, veículos de nossas
consciências neste subuniverso quântico n=1.
CONSCIÊNCIA E IL
UMINAÇÃO
O conceito de iluminação para os orientais pode muito bem estar ligado a alguns
mestres que em vida conseguiram acessar dados de sua área inconsciente. Um ser que
consiga conectar todos os níveis quânticos de sua consciência poderá se tornar um ser
com consciência cósmica e lembrar-se de informações e dados adquiridos em milhões
de anos, por onde quer que tenha andado sua consciência antes da vida aqui na Terra.
Um estado de supra consciência poderá instalar-se e a persona dessa vida desaparecer
por completo, fundindo-se com a consciência total.
Talvez fosse isso que os grandes mestres e avatares do passado queriam nos dizer
quando falavam:
Esse modelo quântico da consciência nos permite abrir portas para consolidar e cruzar
informações de várias culturas e tentar compreender ensinamentos antigos com uma
ótica totalmente cientifica e moderna.
Fenômenos ufológicos terão mais clareza quando discutidos sob esse novo prisma e
esse novo modelo da consciência. A questão da vida após a morte também será fácil de
ser levada a um nível científico, deixando-se de lado as questões religiosas.
A resposta é muito simples do ponto de vista da física quântica. Basta que alteremos
a freqüência quântica de nossa consciência, ou tecnicamente falando, realizarmos um
SALTO QUÂNTICO EM NOSSA CONSCIÊNCIA. Uma consciência que esteja
operando no nível quântico N=1 deverá alterar toda sua freqüência quântica para perder
energia e fazer com que sua característica de individualidade torne-se menos acentuada.
Em termos técnicos significaria o seguinte: quando a consciência está operando no nível
quântico N=1 ela está vibrando com uma freqüência muito alta, portanto possui um
comprimento de onda associado muito curto, e isso faz com que o pacote de ondas
associado ao modelo dessa consciência ocupe uma região do espaço muito mais restrita
para ser localizada, da mesma maneira que estudamos esse fato para o conceito da
partícula e solidez do elétron.
Nesse caso temos uma consciência muito densa e restrita numa pequena região do
espaço-tempo.
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
Mas à medida que baixarmos a freqüência quântica da consciência de tal forma que ela
possa operar um salto quântico e passar para o nível N=2 ou mesmo o nível mais baixo
de N=3, sua estrutura como pacote de onda irá alterar-se de forma extremamente
significativa.
Como podemos ver no desenho acima, o pacote de ondas associado à consciência, neste
caso, se estende por uma região muito maior que no primeiro caso, onde a consciência
operava no nível quântico N=1. Esse aspecto ondulatório dos objetos quânticos nos
permite dar uma nova interpretação para a consciência e termos a chave para que a
humanidade possa sair de vez desse estado denso de sua consciência e dar um salto
evolutivo significativo em nossa civilização. Acredito que esse salto quântico da
consciência será a chave para a grande transformação da humanidade.
Os antigos mestres orientais da Índia e da China, desenvolveram técnicas como ioga, tai
chi e muitas outras técnicas de relaxamento e meditação. Essas técnicas fazem com que
naturalmente nossa freqüência quântica cerebral baixe vertiginosamente. Quando nossa
consciência atinge esses estados mais calmos e relaxados podemos vislumbrar
disposições novas em nosso ser e os fenômenos de PES (Percepção Extra Sensorial) são
mais consistentes. A meditação e outras técnicas similares levam nossas consciências a
operar um SALTO QUÂNTICO, nos conduzindo assim a estados alterados de nossa
consciência ou à ILUMINAÇÃO.
Como ambos puderam interagir sem que houvesse qualquer troca de sinais
eletromagnéticos? Uma mensagem foi trocada entre os dois, mas como isso aconteceu?
Mesmo que a distância entre eles fosse praticamente infinita, esse fenômeno
ocorreria.
É importante salientarmos que essa experiência não viola a lei da causalidade, pois
nenhum dos participantes comunicou qualquer experiência consciente relacionada com
o aparecimento do potencial de transferência. Nenhuma informação do nível subjetivo
foi transferida. O colapso não-local e a semelhança dos potenciais evocados e
transferidos dos sujeitos devem ser encarados como um ato de sincronicidade. A
importância da correlação torna-se clara apenas após a comparação dos potenciais. Essa
situação é totalmente semelhante ao experimento de Aspect.
Notem a importância dessa experiência, que pode trazer muita luz à nova interpretação
da consciência quântica. Ela nos abre caminho para supormos que é possível interagir à
distância sem que haja um sinal trocado entre os sujeitos. Apenas a capacidade de
percepção dos envolvidos é que deve ser ampliada, e certos sensitivos naturais possuem
essa capacidade.
A riqueza de detalhes narrada por ele sobre suas experiências, bem como sua
seriedade e integridade, nos leva a crer na realidade delas, que não podem ser encaradas
apenas como sonhos ou delírios. Aparentemente ele estava muitos anos à frente dos
ufólogos, participando de vivências profundas nesses contatos. Ele mostrou uma
natureza extrafísica e multidimensional desses seres que muitos ufólogos não possuem
capacidade para compreender, nem ferramentas ou instrumentos científicos para discuti-
la.
Talvez agora, dando um tratamento mais científico a esses fenômenos, possamos tirar
da prateleira inúmeros casos envolvendo esse tipo de casuística e darmos a eles a
merecida importância, pois já temos ferramentas significativas para discutirmos essa
realidade tão expressiva e sempre presente nos fenômenos ufológicos.
Nesse modelo, podemos dizer que a consciência não está totalmente presa e restrita ao
corpo material. Na teoria demonstrada anteriormente sobre campos de consciência,
baseada no modelo de campo de energia da estrutura das partículas elementares,
pudemos ver que a consciência não possui uma dimensão especifica geométrica, que
possa ser medida através de instrumentos, para que se possa avaliar suas dimensões e
suas coordenadas relativas a um sistema referencial no espaço-tempo adjacente. Isso
nos leva a afirmar que a consciência não está totalmente restrita ao corpo físico do ser
humano, nem alojada especificamente no cérebro.
No caso, isto quer dizer que, quando a freqüência do pacote de ondas associado à
consciência é maior, temos a possibilidade de encontrar essa consciência extremamente
adensada e restrita a uma pequena região do espaço-tempo, como vimos no modelo
anterior. Somente nesse caso, de alta densidade do campo de consciência cósmica
associada a essa mente, poderemos ter uma consciência agregada à matéria ou fixada no
interior de um cérebro.
Notem que a consciência em nosso modelo acima não possui uma dimensão física
definida. Na verdade, ela se estende até o infinito teoricamente falando. Apenas sua
parte mais densa se encontra aparentemente em uma região mais definida. A não-
localidade da consciência leva-nos a pensar que não podemos mais associar
simplesmente consciência a um cérebro ou a um corpo. Somos forçados a pensar em
nossas consciências como algo mais expandido que pode transcender a matéria e nossa
realidade como indivíduos encarnados e enclausurados nesses corpos e cérebros
biológicos.
Creio que essa entrevista também nos ajudará a captar as informações quânticas e
espiritualidade, pois ao meu modo de avaliar, num mundo mais perto do que
imaginamos a física quântica e a espiritualidade se fundem para que nós como humanos
entendamos que estamos interligados com vários mundos e com todas as espécies
existentes no universo e, que o próprio DEUS – O SER SUPREMO – O GRANDE
“EU”SOU, está em todo o comando de todas as coisas o tempo todo, todo o tempo.
Amit Goswami, indiano PhD em física quântica e autor do livro "O Universo
Autoconsciente" foi entrevistado no programa Roda Viva da TV Cultura.
Heródoto Barbeiro: Dr. Amit Goswami, Boa Noite. Inicialmente eu gostaria que o
senhor dissesse aos telespectadores da TV Cultura, que ao longo do século XX os
cientistas estiveram ligados muito mais ao materialismo do que à religiosidade. A
impressão que eu tenho é que nessa virada para o século XXI, essas coisas estão
mudando. O senhor poderia nos explicar o porque dessa aproximação entre a ciência e a
espiritualidade?
Amit Goswami: Com prazer. Esta mudança da ciência, de uma visão materialista para
uma visão espiritualista, foi quase totalmente devida ao advento da Física Quântica. Ao
mesmo tempo, houve algumas mudanças em Psicologia Transpessoal, em Biologia
evolucionista, e em Medicina. Mas acho que é correto dizer que a revolução que a
Física Quântica causou na Física, na virada do século, seria baseada nessas transições
contínuas, não apenas movimento contínuo, mas também descontínuo. Não localidade.
Não apenas transferência local de informações, mas transferência não-local de
informações. E, finalmente, o conceito de causalidade descendente. É um conceito
interessante, pois os físicos sempre acreditaram que a causalidade subia a partir da base:
partículas elementares, átomos, para moléculas, para células, para cérebro. E o cérebro é
tudo. O cérebro nos dá consciência, inteligência, todas essas coisas. Mas descobrimos,
na Física Quântica que a consciência é necessária, o observador é necessário. É o
observador que converte as ondas de possibilidades, os objetos quânticos, em eventos e
objetos reais. Essa idéia de que a consciência é um produto do cérebro nos cria
paradoxos. Em vez disso, cresceu a idéia de que é a consciência que também é causal.
Assim, cresceu a idéia da causalidade descendente. Eu diria que a revolução que a
Física Quântica trouxe, com três conceitos revolucionários, movimento descontínuo,
interconectividade não-localizada e, finalmente, somando-se ao conceito de causalidade
ascendente da ciência newtoniana normal, o conceito de causalidade descendente, a
consciência escolhendo entre as possibilidades, o evento real. Esses são os três
conceitos revolucionários. Então, se houver causalidade descendente, se pudermos
identificar essa causalidade descendente como algo que está acima da visão materialista
do mundo, então Deus tem um ponto de entrada. Agora sabemos como Deus, se quiser,
a consciência, interage com o mundo: através da escolha das possibilidades quânticas.
Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque.. qual é o papel do
observador? É a pergunta que abre a integração entre Física e espiritualidade. Na Física
Quântica, por sete décadas, tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se
que a Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria
mais objetiva. A famosa disputa entre Bohr e Einstein, a que se refere essa disputa,
basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há
fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência.. mas
atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não
está completa, a menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a
menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso
se tornou a base da nova ciência. É a ciência que, aos poucos, mas com certeza, vem
integrando os conceitos científicos e espirituais.
Cláudio Abramo: Em sua fala inicial, o senhor mencionou, deu como fato, que teria
crescido a idéia de que haveria uma causalidade no sentido inverso àqueles do
tradicional que se considera, e daí saltou para a afirmação de que isso abriria a porta
para a entrada de Deus. A minha pergunta se divide em duas. Em primeiro lugar, essa
idéia cresceu aonde? Quem, além do senhor, defende esse tipo de visão de mundo? E...
dois, o porque Deus entrou aí nessa equação?
Mário Cortella: Uma questão para o doutor Amit que é a seguinte: o senhor é originado
de uma cultura, que é a cultura da Índia, onde o hinduísmo, como religião, tem uma
profusão de deuses ou de divindades, ou de deidades. Alguns chegam a falar em 300
milhões de deidades dentro da religião hindu. De outro lado, seu pai foi um guru
brâmane, o senhor tem um irmão que é filósofo. Esta mescla de situações induziu no
senhor uma compreensão em relação a um ponto de chegada, na religião, partindo da
Física, ou o senhor já partiu da religião e, por isso, chegou até a Física e supõe que a
Física Quântica é uma das formas de praticar teologia?
sido, como Freud diria, no subconsciente. Mas conscientemente foi o oposto. Eu vim de
uma questão muito inquietante, de como resolver um problema físico, um problema do
mundo, pois esse é o problema mais importante do século XX. E a partir disso, esse
salto conceitual, esse salto quântico perceptivo me fez reconhecer que o modo como
espiritualistas vêem a consciência é o modo certo de ver a consciência. E esse modo de
ver a consciência resolve o problema da medição quântica. Ele nos dá a base para uma
nova ciência.
Carlos Ziller: Eu gostaria de fazer uma pergunta, dando um passo mais atrás no sentido
da própria Física clássica. Porque nós sabemos, hoje em dia, que os fundadores da
Física clássica, Newton, Descartes e outros grandes cientistas do século XVII, para eles,
para os projetos científicos que propunham, Deus era uma parte constitutiva inseparável
do mundo que eles imaginavam, seja como sendo quem garantia a eficácia, eficiência, o
funcionamento das leis do mundo, seja como alguém que operava os próprios
fenômenos naturais. Bom, isso foi sendo afastado, expulso do mundo da ciência ao
longo do século XVIII, século XIX, ou século XX, talvez, até os anos 50 tenha sido o
ápice dessa questão, os cientistas, os físicos, sobretudo, não gostavam totalmente nada
de falar sobre esse assunto. Deus era um problema. Talvez o seu estudo e a sua reflexão
esteja tentando recolocar no seu próprio lugar, pelo menos foi assim que eu interpretei,
algumas idéias do próprio século XVII, dos fundadores da ciência moderna. Eu gostaria
de saber se essa aproximação do Deus do Newton, o que garantia que as leis naturais
funcionavam, se esse Deus tem algum paralelo com a consciência, supra-consciência
que o senhor propõe como sendo o princípio a partir do qual os fenômenos do mundo, a
realidade estaria constituída?
Amit Goswami: É uma pergunta muito boa. Os conceitos da Física clássica, no início,
não separavam Deus, como disse, mas então, aos poucos, descobriu-se que Deus não era
necessário. Depois que Deus estabeleceu o movimento do mundo, ele passou a ser
guardião de seu jardim, e isso é o que a maioria dos físicos clássicos pode fazer. Mas na
Física Quântica, há o problema da medição. Como as possibilidades tornam-se eventos
reais, temos espaço para uma consciência, e ela deve ser uma consciência cósmica. Há
uma semelhança com o modo como Deus é retratado, pelo menos na subespiritualidade
tradicional, não na mente popular. A mente popular considera Deus um imperador, um
super-humano sentado no céu. Essa imagem de Deus não é científica, e espero que
esteja claro que não estamos falando em Deus dessa forma, mas Deus nessa consciência
mais cósmica, nessa forma mais estrutural. Esse tipo de Deus está retornando porque, se
você se recorda, o debate entre teólogos e cientistas sempre foi: Deus é o guardião ou
Deus intervém? Teólogos afirmam que Deus intervém nos seres biológicos. E então
surgiu Darwin. Foi um grande golpe nos teólogos, porque antes, apesar de Newton, os
teólogos podiam citar o exemplo da Biologia, cujo propósito é muito óbvio, pelo menos,
óbvio para a maioria. Mas a teoria de Darwin foi um golpe porque se dizia que a
evolução ocorria... mas ela era natural? Darwin disse que ela era natural. Oportunidade
e necessidade. Não há necessidade de Deus na evolução e não há necessidade de Deus
na biologia. Então, no século XX, surgiu o behaviorismo e a idéia de que temos livre-
arbítrio subjetivo. Essa idéia também foi superada, porque experimentos mostraram que
somos muito condicionados, não há livre-arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a Física
Quântica também cresceu ao mesmo tempo que o behaviorismo, e a Física Quântica tem
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
uma coisa peculiar: o princípio da incerteza. O mundo não está determinado como
imaginamos. Deus não é o guardião. O princípio da incerteza levou à onda de
possibilidades, depois o colapso da onda de possibilidades para a introdução da idéia do
colapso da consciência. Paradoxalmente, fomos criados contra essa idéia, mas nos anos
90, eu, Henry Stab, Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos mostramos que esse paradoxo
pode ser resolvido. Não há paradoxo se presumirmos que a consciência que causa o
colapso da onda de possibilidades em eventos reais é uma consciência cósmica. E o
evento do colapso em si nos dá a separação matéria-objeto do mundo. Assim, não só
resolvemos o problema da medição quântica como também demos uma nova resposta
de como a consciência de um torna-se várias. Como ela se divide em matérias e objetos,
para poder ver a si mesma. E essa idéia de que o mundo é um jogo da consciência, um
jogo de Deus, que é uma idéia muito mística, voltou à tona. Então, podemos voltar à
biologia. Deus intervém na biologia? Deus intervém na vida das pessoas? Essas
perguntas continuam tendo respostas muito positivas. Vi, em um jornal sobre Biologia
evolucionista, que há muitos furos conhecidos na teoria darwiniana. Esses furos são
chamados sinais de pontuação. A teoria da evolução de Darwin explica alguns estágios
homeostáticos da evolução, ou seja, como as espécies adaptam-se a mudanças
ambientais. Mas não explica como uma espécie torna-se outra. Essa especiação,
mudança de uma espécie em outra, é uma nova mudança na evolução, não está na teoria
de Darwin. Experimentalmente, isso é demonstrado em lacunas de fósseis. Não temos
uma continuidade de fósseis mostrando como um réptil tornou-se um pássaro. A idéia é
que sejam sinais de pontuação, estágios muito rápidos de evolução. Eu sugiro que isto
seja um salto quântico, um salto quântico na evolução. Nesse salto quântico, a
consciência interveio, não de um modo subjetivo, de um modo caprichoso, mas de um
modo muito objetivo.. muito objetivo, e essas idéias objetivas ficam claras com o
trabalho de Rupert Sheldrake e outros, o modo como isso pode ser objetivo. Mas, sem
dúvida alguma, há uma intervenção da causalidade descendente. Não se pode explicar a
Biologia evolucionista só com a causalidade ascendente. Essa é a coisa mais
interessante, a partir do pensamento original dos físicos de que Deus deve ser o
guardião, pois tudo pode ser explicado e tudo é determinado, que não precisamos de
Deus. Agora, estamos fechando o círculo, e vemos que não só precisamos de Deus: há
movimentos descontínuos no mundo para os quais não existe explicação matemática ou
lógica. Ainda assim, é totalmente objetivo, não é arbitrário. Deus age de forma objetiva,
bem definida. A consciência cósmica não é subjetiva, não é a consciência individual que
afeta o mundo. Isso ocorre de forma cósmica, podemos discutir objetivamente. A
ciência detém seu poder, sua objetividade e, ainda assim, temos agora a
descontinuidade, temos a interconectividade e podemos falar sobre vários assuntos dos
quais os místicos tradicionalmente falam.
Pierre Weil: Durante essa discussão eu me coloquei como educador do ponto de vista
do telespectador, e estou um pouco com medo de que alguns já desligaram o aparelho
diante do alto nível científico do debate, que é necessário e indispensável. Eu queria
ressaltar a importância da sua presença aqui em termos mais simples. Para o
telespectador... tem telespectadores que acreditam em Deus, acreditam em
espiritualidade e tem outros que não acreditam em Deus, não acreditam... são os
materialistas versus os espiritualistas. Entre os dois têm os que não sabem ou os que
nem se interessem para isto. Nestas três categorias, a sua presença aqui tem uma
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
importância muito grande. Ela tem uma importância porque nesse século que passou,
nós estivemos assistindo a três grandes movimentos: o primeiro movimento, em que
muitos espiritualistas, muitas pessoas que acreditavam em Deus, abalados pelas
“provas”, pelas evidências da ciência, largaram a religião e só acreditaram na matéria. E
nisso foram até muitos sacerdotes de várias religiões. Largaram a batina, largaram a sua
fé e se transformaram em protagonistas do materialismo. Estamos assistindo,
atualmente, a um movimento contrário. Eu tenho, por exemplo, dois amigos meus. Um,
Matew, grande biólogo francês, largou a biologia e hoje ele é monge budista tibetano. O
outro era astrofísico, colega seu, largou a astrofísica e hoje ele é rabino. Então estamos
assistindo a um movimento contrário. A sua presença aqui apresenta uma terceira saída,
e que me parece a mais conveniente e a mais razoável, a mais holística, que é a minha
também. A sua, como Física Quântica, fez com que, vindo do materialismo, não caísse
no extremo do espiritualismo, mas integrou os dois. Eu fiz isso também como
psicólogo, através da psicologia transpessoal... o senhor através da Física Quântica, eu,
através da Psicologia Transpessoal... e nos encontramos muito bem e nos abraçamos o
tempo todo. A minha pergunta é uma pergunta pessoal: poderia contar para os
telespectadores, em termos mais simples, o que fez com que Amit Goswami ficasse no
meio do caminho e fizesse um encontro dentro dele, da razão da Física, da razão
materialista, e do outro lado, da Intuição? Falou nos seus amigos místicos, mas pela
minha experiência eu sei que a segurança pela qual eu falo, não é apenas racional, ela é
baseada numa experiência chamada interior, chamada subjetiva, chame como quiser, de
luz, e de saber mais ou menos como que é esse mundo espiritual. Qual é a sua
experiência que fez com que unisse, na sua pessoa, o lado masculino, racional, e o lado
feminino, intuitivo, sentimental? O que aconteceu com a sua pessoa? Eu acho que isso
nos vai reconciliar com os telespectadores.
Amit Goswami: Sim, obrigado. Esta é a questão fundamental. Às vezes, eu digo que
todos nós, todas as pessoas, espectadores, cientistas, o orador, todos aqui, todos nós
temos dois lados. Um é semelhante a Newton, que quer entender tudo em termos de
objetividades, ciências e matemática, e o outro é William Blake, que é místico e ouve
diretamente, intuitivamente, e desenvolve seu retrato do mundo baseado nessa
percepção intuitiva. O que ocorre nessa integração, o que ocorreu por um tempo, mesmo
antes de essa integração começar, é que começamos a entender a natureza da
criatividade. E a falsa idéia de que cientistas só trabalham com idéias racionais e
matemáticas, está, aos poucos, caindo. Einstein disse isso muito claramente: “Não
descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional”. As pessoas não
levam a sério tais declarações. Mas Einstein falou sério. Ele sabia que a criatividade era
importante. Agora, quase cem anos de pesquisas sobre criatividade estão mostrando que
os cientistas também dependem da intuição. Eles também dependem de visões criativas
para desenvolver sua ciência. Nem tudo é racional, matemático; nem tudo é pensamento
racional. Você perguntou sobre minha experiência pessoal. Eu já compartilhei a
experiência fundamental pessoal que tive quando troquei... nem devo dizer que troquei,
eu tive uma percepção. Não posso descrevê-la em termos de espaço-tempo. Eu estava
fora do espaço-tempo, experimentando diretamente a consciência como a base do ser. É
esse tipo de experiência que dá a base para ficarmos convencidos, para termos certeza
de que a realidade é algo mais do que o espaço-tempo no mundo em movimento faz
parecer. Este é o escopo fundamental para o ponto de encontro dos cientistas e
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
Amit Goswami: Essa questão de Deus contra o Mal é interessante. Segundo a visão da
Física Quântica, existem as forças da criatividade e as forças do condicionamento. Não
falamos muito sobre isso, mas eu defendo a idéia que a Física Quântica nos dá, de que
é a consciência cósmica que escolhe entre as possibilidades para trazer à realidade o
evento real que ocorre. A questão é : então temos de entrar nesse estado incomum de
consciência, no qual somos cósmicos, no qual escolhemos e, então... como entrar nessa
consciência individual na qual somos uma pessoa? Na qual temos personalidade e
caráter? Ao trabalharmos com a matemática disso, descobrimos que essa condição
ocorre porque todas as nossas experiências aparecem após serem refletidas no espelho
da nossa memória, muitas vezes. É essa memória que causa o condicionamento. Uma
propensão a agir do modo como já agi antes. Uma propensão para responder a estímulos
do modo como já respondi antes. Todas as pessoas sabem disso. Elas passam a manhã
no cabeleireiro e o marido volta para casa e diz: “O que há para o almoço?”, sem notar o
novo penteado da esposa, o que é muito irritante, tenho certeza. Mas esse
condicionamento é o que nos torna indivíduos. Então, a questão é que, na Física
Quântica, vemos claramente o papel da consciência cósmica, que eu chamo de “ser
quântico”, no qual há criatividade, há forças criativas. E então perdemos essa
criatividade, ficamos condicionados. E o condicionamento nos faz parecidos com
máquinas. Assim, o mal maior que a nova ciência nos traz é o condicionamento. Pois é
ele que nos faz esquecer a divindade que temos, o poder criativo que temos, a força
criativa que realmente representa o que buscamos quando invocamos Deus. Mas isso
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
também está incompleto. Essa questão pode ser estudada mais a fundo e há um escopo
maior, trazendo idéias como emoções negativas e positivas. Assim, teremos uma
exposição maior do Bem contra o Mal. Mas, de fato, a consciência cósmica inclui tudo.
Esse é o conceito esotérico, não tanto exotérico, mas esotérico, por trás de todas as
religiões, de que há apenas Deus, e que o Bem e o Mal são uma divisão, uma
necessidade da criação, mas não é fundamental, ou seja, o diabo não é igual a Deus; o
diabo é uma criação subseqüente. É útil pensarmos em termos de Bem e Mal mas, às
vezes, é preciso transcender isso, é preciso perceber que Deus é tudo. Esse é o cenário
que a Física Quântica defende.
Joel Giglio: Doutor Amit, eu sou psiquiatra, analista Junguiano, formado pela
Associação Junguiana do Brasil, e tenho muitas perguntas a fazer ao senhor. Mas em
vista do tempo e dos objetivos desse programa, vou me centrar numa delas. Eu pensei
muito, quando li seu livro, em questões que ainda são incógnitas à nossa prática
psicoterápica. A questão do „insight‟... O „insight‟ nós não sabemos, em psicoterapia,
quando ele vai acontecer, como vai acontecer. Ele simplesmente aparece e quase que do
nada, embora a gente intua que o „insight‟ vá aparecer. A questão da criatividade... a
questão da sincronicidade... mas eu gostaria de fazer uma questão sobre os arquétipos.
O senhor menciona no seu livro, idéias de arquétipos de objetos mentais. Cita Platão e
cita Jung, que é o criador da psicologia analítica, setor da psicologia onde eu me situo.
A questão que tem me perturbado muito é: os arquétipos evoluem, embora eles estejam
fora do eixo espaço-tempo? Alguns autores dizem que está havendo uma evolução dos
arquétipos. Quem fala isso, por exemplo, é Sheldrake, que o senhor mencionou há
pouco e que não é psicólogo, é biólogo, mas que tem uma visão diferente dentro do
campo da biologia. Como é que a teoria da Física Quântica explicaria, supondo que os
arquétipos evoluem, a evolução dos próprios pensamentos arquetípicos, por exemplo, a
evolução do arquétipo de Deus, se é que ele está evoluindo ou não. Essa questão... e
muitos outros arquétipos, nós supomos que estejam evoluindo sem anularem os
arquétipos anteriores.
Amit Goswami: Obrigado pela pergunta. Sou um grande seguidor de Jung. Acho que
Jung foi dos precursores da integração que está ocorrendo agora. Nos meus primeiros
textos, eu citava muito a afirmação de Jung de que, um dia, a Física Nuclear e a
psicologia se unirão. E acho que Jung ficaria satisfeito com esta conversa e, em geral,
com a integração da Física e da Psicologia transpessoal que vemos hoje. Isto posto,
acredito no conceito de arquétipo de Jung, e acho que o modo como Jung o apresentou,
e Platão o apresentou, de que são aspectos eternos da consciência, contextos eternos da
consciência... a consciência tem um corpo contextual no qual os arquétipos são
definidos e, e tão, eles governam o movimento do nosso pensamento. Acho que é um
conceito muito poderoso. Mas, ao mesmo tempo, na Física Quântica, existe a idéia de
que todos os corpos de consciência, tudo o que pertence à consciência, inconsciência,
são possibilidades. E por causa disso, por tudo ser possibilidade, surge a questão:
alguém pode ir além de arquétipos fixos e considerar arquétipos evolucionistas? Não se
pode descartar o que Rupert tenta dizer. Houve uma idéia semelhante, de Brian
Josephson, um físico que publicou um trabalho na Physical Review Letters, revista de
grande prestígio, dizendo que as leis da Física podem estar evoluindo. Da mesma forma,
outras pessoas, cientistas muito sérios, sugeriram que, talvez, forças gravitacionais
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
mudem com o tempo. Essa idéia de arquétipos fixos é uma idéia muito importante. Eu a
apóio totalmente. Mas também vejo que na Física Quântica há espaço para a evolução
dos arquétipos. Não devemos descartar totalmente idéias que dizem que arquétipos
evoluíram. Ainda seremos capazes de determinar isso experimentalmente. Obrigado
pela pergunta.
Lia Diskin: O senhor manifesta certo interesse pelas questões éticas, grande parte do
final de sua obra se dedica a essa questão. O senhor nos disse que há necessidade da
participação da ambigüidade para dar garantias de criatividade no campo ético.
Entretanto, no mesmo contexto, nos fala imediatamente das linhas e instruções éticas
numa obra monumental da tradição indiana que se chama “Bhagavad Gita”. E a
“Bhagavad Gita” se inicia pelo pressuposto da instrução do mestre para um discípulo,
de que ele deve agir, de que ele deve entrar no combate, que ele deve assumir sua parte
de ação, porque pertence a uma casta, a uma tradição de guerreiros, em que há ação da
própria. Como fica o livre-arbítrio, como fica a ambigüidade como necessidade da
criatividade dentro de um contexto de que existe um pressuposto, obviamente não-
ambíguo e não-escolhível, que não pôde escolher? O que fazer... mas se está cominado a
fazer, está cominado a agir? Como será isso, Professor?
Amit Goswami: Acho que essa também é uma pergunta muito difícil, muito sutil.
Realmente, se considerarmos a ética compulsória, não parece haver escolha. Mas a ética
não é tão definida: é muito ambígua. Lembro de uma história que o grande filósofo
Jean-Paul Sartre contava. Suponha que você vá em uma expedição de natação, ou
melhor, de barco, e o barco afunde. Você está com um amigo, você sabe nadar, mas ele
não. Mas você não é muito forte. Se tentar salvá-lo, os dois podem morrer. Você tem
uma boa chance de se salvar, mas ama seu amigo e seu dever ético com ele está muito
claro. O que fazer? Casos assim mostram claramente que há ambigüidade mesmo em
decisões éticas, em decisões morais. Na Física Quântica, é muito claro que devemos
esperar, e esperar pela intuição, ver se há um salto quântico, uma resposta criativa como
você a chama, se uma resposta criativa irá surgir. E é essa resposta criativa que é a
resposta correta para solucionar essa ambigüidade em questões éticas. Quando a
moralidade ou a ética são apresentadas como um conjunto de regras, e as pessoas
seguem essas regras, elas perdem essa parte ambígua e, por causa disso, as regras
perdem o sentido. Passa a ser um conjunto de regras inútil, sem vida. Mas, se
considerarmos a ética com vida, e reconhecermos que temos um papel a desempenhar
em todas as situações éticas, temos um papel a desempenhar em termos de irmos para
dentro de nós, como as pessoas criativas fazem, combatendo isso, combatendo a
ambigüidade. Então, o salto quântico da percepção virá e vai-nos permitir tomar a ação
correta. É nisso que a Física Quântica está nos ajudando, é nessa conclusão que ela está
nos ajudando. E acho que Sartre também buscava essa resposta porque a ética fixa é
uma coisa impossível de se seguir.
Amit Goswami: Boa pergunta. Pergunta muito boa. Precisamos sempre fazer esta
pergunta: onde está a evidência? Falarei da evidência mais tarde. Antes, responderei à
pergunta: a Física é matemática? Ela deve ser totalmente matemática? Essa é uma
crença que cresceu gradualmente na Física, por causa do sucesso da matemática para
expressar a Física. Há duas coisas que devemos lembrar. Primeiro: não há motivo para a
Física ser matemática. Às vezes os filósofos levantam essa questão. Nancy Cartwright
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
escreveu um livro: Why do laws of Physics lie. Ela estava argumentando que não há
provas dentro da filosofia materialista de que a Matemática deve governar as leis da
Física. De onde vem a Matemática? Pessoas como Richard Feynman, grande físico,
Eugene Bigner, todos estudaram a questão. E não há resposta dentro da filosofia
materialista. Platão tem uma resposta: a matemática molda a Física porque surgiu antes
da Física, faz parte do mundo arquetípico que discutimos. Assim, o idealismo de Platão
é fundamental para entender o papel da Matemática na Física, em primeiro lugar. A
Física em si precisa de algo além da matéria, ou seja, da matemática e de arquétipos
para ser uma ciência consistente. É preciso se lembrar disso. O segundo aspecto da
questão é o mais importante. Na Física Quântica, procuramos insistentemente uma
forma matemática de encerrar a Mecânica Quântica. Uma forma matemática para
entender a medição quântica. Não fomos capazes. Niels Bohr demonstrou para Erwin
Schrödinger, há muito tempo, quando a Mecânica Quântica estava sendo desenvolvida.
Schrödinger achou que tinha obtido a continuidade e Bohr provou o contrário e o
convenceu disso. E Schrödinger disse: “Se eu soubesse que essa descontinuidade, saltos
quânticos, iriam permanecer, eu nunca teria descoberto a Mecânica Quântica”. Bohr
disse: “Estamos felizes que tenha descoberto”. Essas descontinuidades vão continuar
existindo, não há explicação matemática, e por não haver explicação matemática,
portanto, há espaço para o livre-arbítrio. O livre-arbítrio, Deus, consciência, colapso,
tudo isso entrou para a Física porque atingimos o conhecimento, a sabedoria, de que
existe o princípio da incerteza, existem a probabilidade e possibilidades. E por existirem
probabilidade e possibilidades, deve haver um agente que causa o colapso das
possibilidades em eventos reais. E esse agente não pode ser matemático porque, se for,
não poderá haver livre-arbítrio: seria determinista. Mas não é determinista. O princípio
da incerteza é fundamental. Assim, nós chegamos à conclusão, após décadas de lutas
nós conseguimos...
Amit Goswami: Não a respeito de minhas idéias. Esqueça as minhas idéias. Mas há um
consenso de que não há solução matemática para o problema da medição quântica.
Nisso, chegamos a um consenso. E por não haver uma solução matemática para isso, e
por haver uma solução consistente em termos de consciência causando colapso de
possibilidades quânticas em realidade, podemos falar sobre essas idéias publicamente.
Quanto à segunda pergunta: Há evidência empírica? Acontece que os dois aspectos
fundamentais da nova física, a consciência causa o colapso da possibilidade em
realidade, e o segundo, que essa consciência é uma consciência cósmica, os dois
aspectos foram confirmados por dados empíricos. Antes, darei os dados para o segundo,
porque é o mais simples para o espectador. O primeiro é um pouco difícil. Talvez
possamos incluir os dois. O primeiro experimento é muito importante porque já foi
aplicado. Em 1993 e 1994, o neurofisiologista mexicano Jacobo Greenberg Silberman,
ele e seus colaboradores fizeram um experimento, no qual havia dois observadores
meditando por 20 minutos, com o propósito de terem comunicação direta. Comunicação
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
direta no estilo de não-localidade. Sinais não-locais ocorrendo entre eles, e ainda assim
eles teriam comunicação. Certo, eles meditaram juntos. Pediu-se que mantivessem o
estado meditativo durante o resto do experimento. Mas então, um deles é levado para
outro recinto. Eles ficam em câmaras de Faraday, onde não é possível a comunicação
eletromagnética. Os cérebros deles são monitorados. Uma das pessoas vê uma série de
„flashes‟ brilhantes, o cérebro dele responde com atividade elétrica, obtém-se o
potencial de resposta muito claro, picos muito claros, fases muito claras. O cérebro da
outra pessoa mostra atividade, a partir da qual obtém-se um potencial de transferência
que é muito semelhante em força e 70% idêntico em fases ao potencial de resposta da
primeira pessoa. O mais interessante é que, se você pegar duas outras pessoas, duas
pessoas que não meditaram juntas, ou pessoas que não tinham a intenção de se
comunicar, para elas, não há potencial de transferência. Mas para pessoas que meditam
juntas, invariavelmente, muitas vezes, um em cada quatro casos, obtemos o fenômeno
de potencial de transferência. E Peter Fenwick, na Inglaterra, há dois anos, confirmou
isso, repetindo o experimento. Assim, temos evidência empírica. Se tivéssemos tempo,
e você tivesse paciência, eu poderia lhe dar inúmeros dados. Outro dado que é muito
interessante: considere o caso de geradores de números aleatórios. Eles são realmente
aparelhos quânticos, pois eles pegam eventos radiativos, que são aleatórios, e os
convertem em seqüências de números, seqüências de zeros e uns. Em uma longa cadeia,
deve haver número igual de zeros e uns. É o que se espera da seqüência aleatória.
Helmut Schmidt, um físico que pesquisa parapsicologia, tenta há quase 20 anos, fazer
com que médiuns influenciem os geradores de números aleatórios para gerarem
seqüências não-aleatórias, mais zeros que uns. E ao longo dos anos ele conseguiu boas
evidências de que, até certo ponto, os médiuns conseguem fazer isso. Um resultado com
um grande desvio. Isso ainda não tem nada a ver com Física Quântica, mas
recentemente, em um trabalho publicado em 1993, Schmidt retratou uma modificação
revolucionária desses dados. O que ele fez, recentemente, é que o gerador de números
aleatórios, os dados do gerador de números, a seqüência, é armazenada num
computador, ela é impressa, mas ninguém olha. Os dados impressos são fechados num
envelope e enviados para um observador independente. Três meses depois, o
observador, sem abrir o envelope, escolhe o que quer ver, mais zeros ou mais uns. Tudo
segue um critério. Então ele liga para o pesquisador, o pesquisador diz ao médium para
olhar os dados, e pede a ele para mudar os resultados, influenciá-los, se puder. E o
médium tenta produzir mais zeros, se esse for o desejo do observador. E então, o
observador abre o envelope e verifica se o médium conseguiu. E a incrível conclusão é
(é um resultado sério, não é fácil contestá-lo) que o médium, em 4 de cada 5 tentativas,
consegue mudar os números aleatórios gerados pelo aparelho, mesmo após três meses.
Este mito de que o pensamento causa o colapso de si mesmo, que o colapso é objetivo,
sem que o observador consciente as veja, é apenas um mito. Nada acontece, tudo é uma
possibilidade até que o observador consciente veja. Numa experiência controlada, as
pessoas intervieram. As pessoas viram, sem contar a ninguém, viram os dados, a
impressão. Nesses casos, o médium não influenciou os dados. Está claro que a
consciência exerce um efeito, exatamente como Bohr suspeitava, como Newman
suspeitava. Agora estamos fazendo teorias mais completas e experimentos mais
completos baseados nessas teorias. Henry Stab colaborou com todas essas idéias que
apresentei, consciência causando o colapso de funções quânticas em eventos reais. Ele
participou do experimento com Schmidt. Então, estamos vendo uma mudança
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
Joel Giglio: Professor Amit, eu vou fazer uma pergunta baseado no trabalho de um ex-
orientando de tese de doutoramento que eu orientei na Universidade de Campinas, e que
fez a primeira tese, pelo menos na Unicamp, e talvez em qualquer universidade estadual
ou federal do Brasil, sobre parapsicologia. Ele fez uma tese sobre clarividência e eu não
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
vou, naturalmente, falar da metodologia do trabalho que seria bastante extensa, mas
resumir pelo menos os resultados principais. Várias pessoas, vários sujeitos tentavam
adivinhar as cartas de um baralho de símbolos geométricos, baralho de Zener muito
usado em pesquisa e parapsicologia, e tentava adivinhar as cartas de um baralho Tarô,
que é baseado em imagens arquetípicas, o Rei, a Rainha, etc. Nos resultados que foram
feitos seguindo uma metodologia tradicional, estatística, as pessoas acertaram, no
baralho de Zener, um pouquinho acima do que era esperado ao acaso e 10% acima no
baralho de Tarô, comparando com o de Zener. A explicação dada pelo meu orientando
foi dentro da teoria da Psicologia Analítica, em relação aos arquétipos emergentes que,
de uma certa forma, estariam mobilizados mais no baralho de Tarô do que simplesmente
no baralho de símbolos geométricos. Mas essa explicação, embora nos satisfaça um
pouco, ainda deixa muito a desejar. Eu perguntaria se o senhor teria alguma explicação
a mais baseada na Teoria Quântica sobre essa maior adivinhação das cartas do baralho
do Tarô, que são símbolos arquetípicos em relação ao baralho comum de Zener, que são
cinco símbolos geométricos, quadrado, círculo, etc.?
Amit Goswami: Sim. Obrigado pela pergunta. Na verdade, somente no Brasil alguém
pensaria em fazer um experimento tão brilhante. Tenho visitado o Brasil nos últimos 5
anos e o futuro parece promissor. Eu fico entusiasmado com a mente do brasileiro. Qual
é a diferença entre o experimento original de adivinhação de cartas e as cartas de Tarô?
A idéia que proponho, acho que você pensa da mesma forma, é que quando o objeto que
usamos na telepatia é significativo, ele é um objeto melhor. Os cientistas, os
parapsicólogos anteriores preocupavam-se demais com a objetividade e ignoravam esse
aspecto. Agora, nos novos experimentos parapsicológicos, espero usarmos cada vez
mais objetos significativos na transferência telepática. E você tem razão, a explicação
completa tem de usar a palavra “telepatia”, tem de usar a transferência não-local de
informações, neste caso, transferência não-local de informações significativas,
arquetípicas. E esse é o motivo para os melhores resultados. Mas a não-localidade, a
não-localidade quântica, tem de ser evocada para se ter uma explicação completa do que
ocorreu. Obrigado.
Mario Cortella: Doutor Amit, eu juntei algumas questões nisso que eu não vou tratar
delas como perguntas, porque eu acho que na sua obra, pelo menos no que eu pude ler,
há um aprofundamento disso e uma leitura mais detalhada ofereceria mais questões. Por
exemplo, no campo da psicanálise essa idéia de que o universo é quando é percebido e
até interferido, será que não seria uma postura um pouco ego-narcísica da nossa parte,
um pouco antropocêntrica em relação ao próprio universo que dificulta a idéia de um
cosmo, invertendo Dostoievsky. Dostoievsky disse que se Deus não existe, tudo é
permitido. Nessa compreensão, parece que se Deus existe, aí é que tudo é permitido,
porque existe aí uma probabilidade que pode ser interferida. E uma outra questão, que
eu acho que está na sua obra mas acho que vale aprofundamento, é o ateísmo
metodológico, sendo que foi tão caro para a ciência para poder buscar explicações, mas
ele não é mais necessário. Mais aí a questão de fundo: eu tenho lido, não sei se é
verdade, que a Física Quântica mostra que hoje o tempo é uma ilusão. Alguns têm dito
que não se fala mais em universo, mas em multiverso, porque haveria vários universos
paralelos. Isso traria um problema: a possibilidade de viajar no tempo. A maior
explicação que achei até hoje contra a viagem no tempo, foi do Físico inglês, Stephen
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
Hawking, que usou um argumento lógico. Ele disse: “É impossível viajar no tempo
porque se um dia for possível isso, os homens do futuro já teriam voltado”. Mas a Física
Quântica ao falar em universos paralelos levanta a possibilidade de se ter o tempo como
uma mera ilusão humana. Isso me coloca a seguinte pergunta aí para o senhor: será que
nós chegaremos, com a Física Quântica, a voltar à origem do cosmos e, aí sim,
encontrar o princípio explicativo?
Amit Goswami: Bem, suas duas colocações são muito boas, e a pergunta é
extremamente fascinante. A primeira coisa que quero dizer é que „não dizemos que tudo
é possível‟ apenas por termos incluído aí a consciência em nossas teorias, porque ainda
estamos concordando totalmente com a Física Quântica que a causalidade ascendente
molda a forma das possibilidades, a partir da qual a consciência escolhe. Tanto a
causalidade descendente, quanto a ascendente têm papel fundamental na nova Física, na
nova Ciência. Essa é uma das virtudes que temos. A nova Ciência absorve a velha
Ciência nos limites do princípio da correspondência, no limite de que poderíamos falar
apenas em termos de probabilidades para um grande número de coisas e eventos. A
velha Ciência não desaparece. Não poderia. É solidamente baseada em dados
experimentais. A nova Ciência expande a velha Ciência em arenas com as quais a velha
Ciência não pode lidar. Como eventos singulares de criação, criatividade. Esse é o
primeiro ponto. Sobre voltar no tempo, há experimentos quânticos. O mais famoso é o
experimento de Le Choice, mas é muito longo para explicar, e muito complicado para
os espectadores realmente apreciarem. Embora, se alguém estiver interessado nele, há
livros sobre ele. Leiam, por favor, é fascinante. Há algo acontecendo. Essa idéia de
voltar no tempo é real na Física Quântica. Podemos ser afetados por coisas no futuro,
assim como somos afetados por coisas no passado. Na Física Quântica, o tempo é não-
linear. Isto posto, claro que experimentos recentes são tão impressionantes, tão
surpreendentes, que muitos físicos convencionais, conservadores, procuram formas de
viajar no tempo. Mas acho que o consenso é que a viagem no tempo envolve muito mais
do que esta observação da Mecânica Quântica. Não podemos mais descartá-la, mas ela
envolve muito mais pois ainda temos sérios problemas de como trazer os efeitos
quânticos aos macrocorpos. Pois os efeitos quânticos são muito destacados apenas em
objetos microscópicos, e não tão destacados em macro-objetos. A situação da medição é
uma exceção. Mas normalmente descobrimos apenas raios „laser‟, supercondutores,
poucas coisas, poucos macro-objetos em que os efeitos quânticos persistem. Então
temos de resolver esse problema de como macrocorpos podem ser transportados pelo
tempo, e isso levará um tempo. Se a consciência voltar a essa equação, e ela precisa
voltar, em algum ponto, então, outra dimensão de pensamento se abrirá e isso pode nos
dar novas respostas, novas visões sobre isso. Mas é muito prematuro falar sobre isso,
acho.
Rose Marie: Eu sou muito interessada em história da tecnologia, porque eu acho que
através da tecnologia é que os sistemas econômicos se desenvolvem, que cresce uma
dominação de potências hegemônicas. Isso vai muito na linha da pergunta do Cláudio
Abramo. Eu sei que o senhor está trabalhando na construção do primeiro computador
quântico. Eu quero perguntar uma coisa: o computador quântico dá saltos quânticos, ele
cria? Qual a diferença dele do computador determinístico?
Amit Goswami: Isso mesmo. Assim como o ser humano faz. O cérebro humano, de
forma semelhante, processa de forma quântica as possibilidades, em vez de trabalhar
diretamente, de maneira algorítmica, sem ambigüidade. Então, alguém pode fazer um
computador que tenha todos os outros aspectos da medição quântica? A situação da
medição quântica envolve um mecanismo que chamo de hierarquia embaraçada. É um
pouco difícil de entender, mas um exemplo é a frase: “Eu sou mentiroso”. Se pensar
nela, verá que a relação hierárquica entre sujeito e predicado é recíproca. “Eu” qualifica
mentiroso, e vice-versa. Um qualifica o outro. É o que chamo de hierarquia embaraçada.
A medição quântica no cérebro é assim. A questão intrigante para mim é que: suponha
que no futuro encontremos um computador com hierarquia embaraçada. O interessante
é que a hierarquia embaraçada dá margem à auto-referência. Então, este computador
quântico terá auto-referência? A consciência cooperará na criação de um aparelho feito
por humanos, que não seguiu uma evolução, mas desenvolvido pela inteligência
humana? A consciência cooperará? A consciência cósmica cooperará e o tornará um ser
consciente? Eu não sei a resposta. Mas esta será uma verificação fundamental, uma das
mais fantásticas, das idéias que discutimos hoje. Acho que essa pesquisa deve ser
encorajada. Obrigado pela pergunta.
Lia Diskin: Tentando fazer uma síntese dentro das idéias da biologia, dentro das idéias
da psicologia e, logicamente, de toda a Física que o senhor coloca, o que hoje sabemos é
que apenas 2% de nosso cérebro utiliza vias neuro-cerebrais para entrada e saída de
informação. E é a partir disso, que nós construímos o que chamamos “os objetos ideais
e universais” que constituem a ciência. 98% restante pertence a um universo interno,
nebuloso, no qual existe a fantasia, a ilusão, logicamente a irracionalidade e também a
probabilidade. Até que ponto podemos dizer que é possível um verdadeiro diálogo com
essa disparidade de porcentagens? Até que ponto podemos dizer que é possível uma
cientificação das idéias, de Deus, ou das idéias internas, humanas, divinizadas, como
queira chamá-las?
Pierre Weil: Eu queria primeiro felicitar esse programa, Roda Viva, pelas iniciativas
que está tomando. Eu quero dizer que é a primeira vez que eu vejo na televisão,
problemas tratados no nível que merecem, na altitude que merecem, problemas como a
parapsicologia, a psicologia transpessoal. Isso é feito graças a uma mudança de
paradigma. E eu queria realçar de novo para o público telespectador que o que estamos
tratando aqui tem uma influência muito grande sobre a destruição da vida no planeta e a
grande crise de violência que está assolando atualmente o mundo, não é só o Brasil. Eu
queria, já que estamos no fim do programa, deixar a oportunidade a Amit Goswami, que
nós convidamos na nossa Universidade da Paz em Brasília, justamente porque ele
representa um novo paradigma, como que o antigo paradigma é responsável pela
violência atual do mundo, antiga visão que está responsável pela destruição da vida no
planeta, e como o novo paradigma pode nos ajudar a nos tirar dessa crise, além de
medidas policiais e de mudança de lei que são necessárias, mas são absolutamente
insuficientes?
Amit Goswami: Obrigado. Acho muito importante dizer que, sem reconhecer a
consciência e sem reconhecer o valor da nossa vida interna, sem reconhecer o valor da
transformação, nunca mudaremos a violência na sociedade. Então, é muito importante
ver que apenas pensando em não-violência, apenas falando dela, não deixaremos a
violência. É preciso passar por todo o processo criativo. A nova Ciência, o novo
paradigma, é extremamente importante porque sempre enfatiza a criatividade. Na velha
Ciência, o determinismo e behaviorismo, essa idéia de que o condicionamento
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
prevalece, nos cegou tanto quanto à transformação, nos cegou tanto que desistimos.
Basicamente, os valores não eram necessários. Steve Weinberg disse que não há
significado no universo, não há valores se o consenso é o julgamento dos cientistas
materialistas, e isso ocorre dentro da sociedade, e o behaviorismo diz: “Não podemos
fazer nada. Somos seres comportamentais, somos condicionados”. E a nova Ciência diz:
“Não. Também há forças criativas dentro de nós. Basta aprender a agir a partir desse
estado de consciência não-ordinário no qual você tem escolhas”. E o meu novo lema,
em vez do cartesiano “eu penso, logo existo”, e pensamento é uma condição
behaviorista, meu novo lema é: escolho, logo existo”. Se é “escolho, logo existo”, posso
escolher a não-violência. Mas tenho de aprender como escolher, e isso exige
criatividade. Essa é, realmente... a nova confiança do novo paradigma: em vez de
escolher a metade condicionada do mundo, vamos dividir o mundo em
condicionamento e criatividade. Forças do Bem e do Mal, das quais falamos antes.
Podemos ser muito otimistas. Se essa mudança para o novo paradigma vier logo, talvez
possamos realmente lidar com a violência de uma forma realmente prática, em vez de
apenas verbalmente, como fazemos.
Carlos Ziller: Quando eu estava fazendo a minha leitura dos seus trabalhos, percebi um
sentimento que eu compartilho, de um incômodo profundo com relação a algumas
conclusões que emergem de determinados meios científicos. Vou dar só um exemplo,
acho que o telespectador vai se lembrar, certamente. Há algum tempo atrás apareceu um
resultado de um laboratório do EUA que falava da descoberta do gene da
homossexualidade. Mais recentemente falou-se no gene da obesidade, e há toda uma
série de conclusões desse tipo que não deixam de produzir, nos homens de bom senso,
uma certa surpresa, e, contudo, mesmo em homens que são materialistas e bem
convencidos, que não aceitam, rejeitam esse determinismo radical que emerge de alguns
ambientes científicos, sobretudo norte-americanos. Há um materialismo que convive
muito bem com o livre-arbítrio. Há um realismo filosófico que convive muito bem, sem
muito inconveniente, com paradoxos, com contradições. Isso não é, digamos, o todo, do
que se poderia chamar de “atividade científica”. Por fim, eu gostaria de fazer uma
pergunta, e é a questão mais importante que eu teria a colocar, que emerge também de
uma sensação que eu tive ao ler “O universo auto-consciente”. Eu tive a sensação de
retornar ao passado, aí sim uma viagem ao passado. Eu vi ali, arrumados, organizados
de uma forma muito particular por você, idéias e proposições que eu já havia conhecido
em leituras, por exemplo, da obra do cardeal Nicolau de Cusa, grande pensador do
século XV, que propôs que o universo era resultado de uma contração de Deus, e essa
contração, enfim, não é o caso aqui de eu explanar essa filosofia. Mas esse tipo de
pensamento, produziu, interagiu com concepções científicas do século XVI, do século
XVII, com concepções que propunham que a divindade organizasse, ou enfim,
propunha uma visão bastante parecida com essa, um projeto científico bastante parecido
com esse que você está propondo nesse seu livro. A humanidade passou por um
processo muito longo, muito duro, para conseguir, digamos, não eliminar Deus da
Ciência, mas pelo menos reduzir um pouco seu papel, esse processo foi longo e lento.
Para concluir, como o senhor acredita poder convencer os cientistas desse seu projeto,
depois de tanto esforço para conseguir criar uma noção de objetividade, de realidade, de
realismo, com todos os exageros em alguns momentos, mas convencer esses homens
depois de tanto esforço? O senhor imagina conseguir isso usando que gênero de
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A Cura do Corpo, Alma e Espírito
recursos?
Bem nessas poucas palavras podemos avaliar uma conversa cósmica sobre as coisas,
pois vemos nessa passagem o Caos “...a terra era sem forma e vazia...” tudo estava em
pura energia, porém completamente desorganizada o Caos imperava sobre a terra e tudo
que existia sobre ela, porém o “EU SOU” o Grande Deus, O Arquiteto, ou seja, lá no
Deus que você acredita manifestou seu poder e com um “gesto” mudou o Caos para o
Cosmo-Sim! Do nada foi organizado o Caos, de uma palavra todo a terra foi
transformada e dentro dessa organização Divina(Energia), La pelas tantas é criado o
homem e como a bíblia relata, o homem vem do pó da terra – Mais uma vez não quero
aqui exaltar o criacionismo ou qualquer outra forma de religião, estou apenas
contatando que independente da “história”da criação ou não o homem está envolvido
com a terra e a terra envida com o “CÉUS” ou o cosmo e assim fazemos parte de um
território onde o todo está dentro de tudo e o tudo está interligado com o todo, sendo
que o tudo é o próprio cosmo e o todo é o puramente o ser humano, na sua forma mais
simples de existência.
Dentro desse tudo acredito que na integralidade do todo somos dependentes uns dos
outros e essa dependência é a manifestação da necessidade de convivência com o eco-
sistema e, o propósito real de estamos nesse tempo de vida é para nos adaptarmos uns
com os outros numa dimensão de realização da integração dos mundos existentes em
tempo real. Bem, quero com isso dizer, que acredito que os mundos (internos e
externos) vivem em tempo real. Sim! Passado, presente e futuro são estados de latência
para quem está em cada um. O passado é para o presente o mesmo que o futuro é para o
presente – tudo está em sintonia e por não estarmos conectados e as vezes, muito
preocupados com outras coisas não percebemos as conexões entre esses mundos
cósmicos(passado, presente e futuro).
Não deveríamos perder tempo, com discussões sobre de onde viemos e para onde
vamos. O ideal seria nos preocuparmos com o que estamos fazendo com o agora que na
realidade é o passado, presente e futuro. Sim! A descoberta de que estamos vivendo
tudo ao mesmo tempo, nos revelará uma sensação de satisfação e tranqüilidade, pois
hoje o que nos assusta é a ansiedade de não sabermos o que acontecerá amanhã, ou a
depressão de perceber que perdemos o tempo e não sabemos se voltará.
Todos pensaram que isso seria uma utopia, porém não é a constituição de um novo
governo e sim de um novo Reino – e Reinado é instituído de dentro para fora. Sim!
Nasce na mente(consciência-espirito) vai para a alma(emoções-sensações) e desemboca
no coração(corpo-fisiológico) e eu acredito que estamos vivendo esse momento em
nossa história humana.
Sei que não estou dizendo algo novo, somente estou constatando que na atual
conjuntura de mundo que vivemos, a real saída para a sustentação de nossa mente, alma
e corpo é de suma importância a retomada da visão cósmica. Sim! Na observância dos
pontos de convergências entre cada um de nós e o desejo de relacionarmos com o tudo e
todo e dessa forma, sairmos da catastrófica com Caos.
Sei, claro, que o Caos tem seu valor na história, pois é sempre dele que renascemos para
o aprendizado, o Caos está para o Cosmo como Deus está para o homem e vice-versa. A
vida está para a morte, como a morte para a vida...Mas a busca é na real das hipóteses a
integração entre todos os sistemas do mundo. Não conseguiremos mais viver isolados
sem a compreensão das diferenças entre nós mesmos e com os outros seres que
habitaram, que habitam e habitarão nosso sistema planetário.
Por isso, minha busca é a descoberta do “Eu” ou o “Self” sabendo que essa busca me
levará sempre para a integralidade e nunca ao isolamento, por isso, cada um de nós
temos como ponto fundamental, o se descobrir e ao mesmo tempo descobrirmos o outro
e também o tudo que está a nossa volta. Reaprendendo a dar valor as mínimas coisas e
sem medo das descobertas de nosso passado-seja ele particular ou coletivo- no presente-
seja ele aqui agora ou á colá ou no futuro – seja ele nessa dimensão ou qualquer outra
que possamos vim a viver.
Creio que com simples ações poderemos viver o que citamos acima:
Simplicidade não significa facilidade. Nem tudo que é simples é fácil. Muitas coisas na
vida são simples de se entender mas, por pura complexidade humana, nós dificultamos
o entendimento, implantando conceitos e expectativas que não são verdadeiras na
exatidão dos nossos sentimentos e necessidades físicas, biológicas e mentais.
Pense num ser cósmico com as funções físicas, emocionais e espirituais atuando numa
mesma dimensão, o fato de tentarmos dividir cada função(física, emocional e
Espiritual), nos distancia do verdadeiro “eu” e estabelece uma nova dimensão. Sim! Ao
fato de não conseguirmos dissociar corpo, alma e espírito, não conseguiremos nunca
viver uma vida plena sem a inter-ligação do ser cósmico.
O fato de estarmos vivendo uma busca desenfreada do “EU” ao invés de nos levar a
busca do “ser”Espiritual que somos, nos levou a busca do “eu”físico e o
“eu”psicológico. Isso tem acontecido desde muito tempo atrás quando o homem/mulher
descobriu que poderia manipular a natureza e a própria vida. Sim! Essa busca
desenfreada e auto-destrutiva nos guia a um labirinto de infinitas descobertas sobre
como melhorar nossa vida física e psicológica, sempre demonstrando como as coisas
funcionam e como podemos manejar cada movimento que fazemos e como as
coisas(todas elas) acontecem.
Em meio a essa busca nós seres humanos nos deparamos que somos falíveis e que não
basta mais termos conhecimento de o que somos e como somos feitos, nem mesmo nos
interessa saber como agimos e reagimos as situações de tensão, dor , tristeza, agonia e
sofrimento. O fato é que ao descobrirmos nossos lados físico e psicológico,
inconscientemente nos afastamos do Espiritual e, isso nos rendeu uma sentença do
afastamento do Auto-conhecimento. Nos tornamos seres que tem explicações para todas
as dores, criamos cirurgias e tratamentos para todas doenças, criamos fórmulas e formas
para todo o tipo de desgaste físico e psicológico, somos hoje em dia pessoas que temos
médicos, receitas e como fazer para resolver tudo na vida.
Como vencer a angustia? Como vencer o medo que vem “do nada” e “do nada” nos
domina e nos deixa tristes?
Como vencer a ansiedade, que de maneira silenciosa nos invade e tira nosso sono e
nossa paz?
Como entender as pessoas que tendo tudo, falam que não tem nada e ou buscam ter
mais ainda, sem saber nem mesmo por que estão fazendo isso?
Como conviver com outras pessoas que não pensam como nós e, por que essas pessoas
pensam diferentes e agem de forma antagônica a nós?
A essas perguntas e tantas outras, gostaria de levá-los a meditar um pouco mais sobre o
Espiritual. Sim! Acredito que por sermos seres cósmicos estamos distanciados de nosso
ponto de início, nosso Big Bang, nosso ponto zero. Precisamos de uma maneira
simples(complexa) retornar aos princípios de amor, paz, vida e sabedoria . Acredito que
um retorno para o “EU” profundo nos levara a esse sentimento.
Aqui Freud apresenta, de forma sucinta, que existe uma ilusão sobre aquilo que o ser
humano tinha durante séculos de civilização imaginado como de inquestionável certeza,
o seu próprio eu. A descoberta de uma instância inconsciente na estrutura do indivíduo
humano, representa a quebra da ilusão do predomínio universal da razão humana ou, na
melhor das hipóteses, que esta é centrada em bases não tão sólidas como se imaginava.
Com relação ao mundo exterior, apesar de aparentemente o Eu `manter linhas de
demarcação bem claras e nítidas', Freud demonstra que esta demarcação não é tão clara
assim, ou seja, somos seres que vivemos parte de nossa vida em uma dimensão de
“falsidade”digo falsidade pois “não”podemos dizer ou escrever o que verdadeiramente
somos. Sim! Pois através do predomínio universal da razão, nós criamos uma espécie de
“arquétipo” do que somos, como somos, onde estamos e para onde vamos e, através
desses arquétipos, estranhamente, nos tornamos seres “estranhos”, “esquisitos” e nos
perdemos em nosso mundo (físico e psicológico).
Temos então uma necessidade profunda de saber quem somos? Isso no sentido de auto-
conhecimento da dimensão Espiritual(consciência), pois somente através dessa
conscientização(Espiritualização – profunda e pessoal) encontraremos o que
verdadeiramente somos, ou, o Profundo “EU”.
O profundo “EU” não se basta em ser definido por Freud, Jung, Lacan ou qualquer
outro mestre que tentou entender o “EU” aqui não quero que tenhamos uma resposta
absoluta ou mesmo uma definição do que é o “EU”, pois essas são questões que já
foram discutidas e por vezes chegou-se a muitas respostas boas e firmes sobre essa
questão. O fato importante é retomar que o “EU” profundo é a interligação de “eu” que
é o próprio ser humano, com o “EU” o próprio fundador, doador, início e fim, alfa e
ômega da vida(vida aqui no sentido de criação, formação e gestação do “EU”
profundo).
e a morte como fim será extirpada de nossas mentes e consciência. Acredito que a forma
de nos comunicarmos com o nosso “eu” e com o “EU” profundo é através da
consciência, para isso, teremos que entender o que é e como funciona nossa consciência,
pois o não conhecimento tem nos levado a profundos erros de rota, causando profundas
rupturas e nos afastando tremendamente dos objetivos de vida que deveríamos viver
aqui e agora.
Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana,
por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento
humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo,
mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam
parte.
que a faculdade em pauta é constituída com uma espécie de anatomia, que pode ser
dividida, didaticamente, em três partes:
1. dimensão fonte - onde as coisas acontecem de fato, o aqui agora: o meu ato de
escrever e dominar o ambiente e os equipamentos dos quais faço uso, o ato do
internauta de ler, compreender a leitura e o ambiente que o envolve a todo os
instantes, etc. Essa dimensão da consciência não retrocede muito ao passado e,
da mesma forma, não avança para o futuro; ela se limita a registrar os atos
presentes, com um espaço-tempo (passado/futuro) suficiente para que os
momentos (presentes) tenham continuidade.
2. dimensão processual - amplitude de sistema que abriga expectativas,
perspectivas, planos e qualquer registros mental em aberto; aquelas questões que
causam ruídos e impulsiona o ser humano à busca de soluções. Esta amplitude
de consciência permite observar questões do passado e investigar também um
pouco do futuro.
3. dimensão ampla - região de sistema que, sem ser um dispositivo de memória,
alberga os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na
existência. Todo os conhecimentos do passado e experimentações pela qual o
ser atravessou na vida: uma antiga profissão que não se tem mais qualquer
habilidade para exercer, guarda registros importantes que servirão como
experiência em outras práticas. Qual dimensão processual, este amplitude da
consciência permite examinar o passado e avançar no futuro - tudo dentro de
limites impostos pelo próprio desenvolvimento mental do indivíduo.
Condições de consciência (vigília normal, vigília alterada e sono com sonhos), modos
de consciência (passivo, ativo e ausente) e focos de consciência (central, periférico e
distante).
Tenho feito para eu mesmo muitas perguntas sobre o que escrevi e, tenho avaliado eu
mesmo em muitas maneiras e tentando entender, os porquês e os comos tenho vivido e
levado minha vida. Pois cada dia, no stress do dia a dia me sinto longe de uma vida boa
e saudável. Tenho vivido simplesmente no meu físico(material) e
psicológico(emocional). Como isso tem acontecido? Simples: Minha vida se resume em
trabalho, ganho/perda, vida em meus sentimentos(amor, ódio, alegria, tristeza, etc) e
expectativas(o que acontecerá comigo...???).
Vamos pensar o que poderemos fazer para mudar nossa vida que está voltada para o
físico e psicológico para o Espiritual:
Em primeiro lugar...Essa mudança deverá ocorrer de dentro para fora. Pois o Espírito é
algo que vem de dentro para fora, nasce dentro do eu e vem para o exterior em forma de
ações para com você mesmo e os outros. Isso significa que para iniciarmos esse
percurso de mudanças são necessárias mudanças profundas de hábitos adquiridos há
muito tempo.
Será uma quebra dos paradigmas, dos dogmas e experiências que tivemos até aqui em
nossas vidas. De cara teremos que encarar que o que aprendemos e o que acreditamos
como códigos, costumes e leis estão aí para serem avaliadas, modificadas, quebradas,
interferidas, ou mesmo seguidas, porém nunca mais podemos dizer:”...que as coisas são
assim, porque são assim e ponto...” Devemos reaprender a aprender novamente tudo o
tempo todo.
“Tudo o tempo todo e, todo o tempo em tudo” Essa é a frase que temos que nos
acostumar e escrever em vários locais, pois para um processo de mudança é crucial
uma postura adequada ao que se propôs a fazer daqui para frente. É imperativo que
todas suas crenças seja elas quais forem sejam reavalidas, desconstruídas e refeitas com
suas novas possibilidades.
Devemos crer que a mudança lhe trará novas visões sobre tudo que você viu até
agora...Você nunca arriscou nada na vida? Por que? Medo? Medo do que? Por que? Na
dimensão Espiritual o medo não mais existe, os constrangimentos são coisas do
passado, vivermos o hoje e agora é a grande façanha dessa nova dimensão...O amor tem
que ser vivido. Sim! O amor do hoje e agora, a alegria do estar aqui e agora, a perfeição
de ser o que e agora.
Freud demonstrou que o homem não é apenas um ser racional. Há impulsos irracionais
que nos influenciam.(Metapsicologia)
Meta, que significa depois de, a seguir de, possui também o sentido de sucessão.
Psiquê, cujo significado é alma, espírito, pode ser entendida como "sopro de vida".
A existência do Inconsciente
O determinismo psíquico
DINÂMICO/PULSÕES – força/energia
TOPOGRAFICO - Inconsciente/Recalque
O Dinâmico – Pulsão:
b) um alvo, uma meta, que seria a satisfação alcançada somente com o cancelamento
da estimulação:
d) uma fonte, que seria um estímulo corporal, uma fonte somática. Não importa muito
aqui a ordem ou a localização. O que importa é que a estimulação seja originada em
um processo somático (o corpo como um todo ou partes do corpo).
Econômico:
Quando o conflito é muito grande e o EGO não consegue satisfazer o ID este é rejeitado
determinando o processo chamado REPRESSÃO. Mas o que foi reprimido não
permanece no inconsciente e reaparece então sob a forma de SINTOMAS
(=representantes do reprimido).
O que o Inconsciente?
Suas manifestações não são percebidas diretamente pela consciência por isso
requer deciframento e interpretação.
"O inconsciente... é uma interpretação ao contrário" (pág. 40, O que é psicanálise, Fábio
Herrmann). Se como veremos o princípio básico do funcionamento da mente é, segundo
Freud, o de evitar desprazer, o INCONSCIENTE é então o lugar teórico das
representações recalcadas ou o próprio processo de recalcamento, que impede certas
idéias de emergir na consciência.
1ª) Fase Oral = prazer através da boca (ingestão de alimentos, sucção do seio
materno, chupeta, etc...)
2ª) Fase Anal = prazer localizado primordialmente nas excreções e fezes, brincar
com massas e com tintas, etc...
3ª) Fase Genital ou Fálica = prazer principalmente nos órgãos genitais e partes
do corpo que excitam tais órgãos. Momento do surgimento do Complexo de
Édipo.
Na menina se manifesta pelo fato de descobrir que não tem o pênis-falo, e com isto,
sente-se prejudicada, tem "inveja do pênis". Ao perceber que a mãe também não o tem,
passa a desvalorizá-la e, nessa medida, se dirige para a figura do pai, dotado de FALO e,
portanto, cheio de poder e fascinação.
"Diante de uma pulsão proibida, cuja satisfação daria prazer se o superego não se
opusesse, há que convencer o princípio do prazer de que sucederá dor.
Para efetivar esse truque, o EGO aciona uma espécie de alarme, um pequeno sinal de
angústia, sempre que tal tipo de pulsão se lhe apresenta à porta. Como se dissesse ao ID:
veja como isso que aparece bom, na verdade, dói. E o ID, enganado até certo ponto,
cede energias para contrariar seus próprios fins pulsionais.
O que é MetaPsicanálise?
É a integratividade do:
MetaPsicologia x MetaPsicanálise:
Entendendo Metapsicanálise:
No mundo atual. somos obrigados a conhecer muito bem nossos clientes e desenvolver
estratégias para alcançá-los e agradá-los, porém quando olhamos para nós mesmos , o
que devemos fazer para se auto agradar?
Essa é nossa grande questão nos últimos anos, pois muitos estudos tem sido feitos e a
conclusão é essa: quando estamos bem fica mais fácil agradar aos outros, e aí começa
o problema pois nós não nos conhecemos.
1- Quem eu sou ?
2- Por que estou aqui?
3- Para onde vou?
Para saber que eu sou é preciso de tempo para si mesmo, pois bem quanto tempo você
tem dedicado para uma boa respiração? Sim... uma boa respiração, a essência do auto
conhecimento, estão contidas nas atitudes que não pensamos para fazer. O ato de
respirar faz com que você encha seus pulmões de ar e esse ar percorra todo seu corpo e
com isso você melhorará sua sensibilidade.
Lições:
3- Falar com Deus - dedique pelo menos 30 minutos por semana fazendo
orações a Deus, pois isso purifica a alma e quanto temos nossa alma
purificada, poderemos dar mais atenção aos nossos afazeres diários.
8- Ouça uma boa música - A música é uma das melhores terapias para o
ser humano, pois através dela somos levados a uma viagem de
introspecção e com isso desenvolvemos nossa capacidade de assimilação
e criatividade. É muito importante que deixemos nos envolver pelo bom
som, pratique isso pelo menos 10 minutos do dia. Hoje criaram o
videokê onde você canta e solta todas as coisas ruins do dia a dia.
11- Grite uma vez por semana - Quando você grita é jogado para fora as
coisas ruins, da mesma forma que a tosse é uma resposta do organismo
para expelir as coisas ruins que estão nos pulmões, quando você grita os
pensamentos maus são expelidos para bem longe, logo após um grito
você sente uma paz muito interessante - Para fazer isso utilize o trânsito
ou um lugar bem distante como um parque ou algum lugar parecido.
Quando estiver com um nó na garganta,GRITE... e sinta pairar sobre ti
12- Leia um bom livro - Eu li em algum lugar que quem ler a Bíblia toda
terá conhecimento de mais de 3000 palavras novas, quem ler toda a
Barsa terá conhecimento de mais de 10 palavras novas. O esquema é
claro, quem lê mais sabe mais. Eu aconselho você a ler pelo menos seis
livros por ano, ou seja, um a cada dois meses. Quanto mais aumenta sua
cultura, mais amigos você consegue, se tem amigos tem felicidade, paz e
alegria. Percebeu que com esse gesto de ler um livro muitas coisas
podem mudar em sua vida. Muitas pessoas dizem que a leitura é
impossível, pois não tem tempo, mas eu queria desafiar você a fazer um
exercício que tenho feito é dormir uma hora mais tarde do que o normal
e fazer dessa hora meu momento de leitura e desenvolvimento pessoal,
isso é um exercício muito interessante, no início será difícil, porém
depois de um tempo você não vai mais parar de ler.
13- Andar para manter a forma - Muitas pessoas tem andado para manter
a forma física, minha proposta é que nesta uma ou duas horas de
caminhada, você desenvolva sua mente também, enquanto estiver
andando faça um exercício de percepção, isto quer dizer andar prestando
atenção sobre as coisas que estão a sua volta, observar os carros, as
pessoas, e tudo que você ver, e quando chegar em casa escrever em um
papel o que mais lhe chamou a atenção, pois desta forma você estará
exercitando sua mente, esse exercício fará muito bem no seu trabalho,
pois quando é aumentado sua percepção você torna-se uma pessoa mais
atenciosa com seus clientes, parceiros, amigos, familiares.
CONHECIMENTO INTERPESSOAL
DESAFIOS...
Bibliografias:
-Entendendo porque julgamos os outros, A lógica do Raciocínio,Da dedução, ou
Silogismo – informações retirada de sites sobre Lógica e Raciocínio:
(www.veritatis.com.br, www.dct.ufms.br, www.psicossomatica-sp.org.br, www.cfh.ufsc.br,
www.cefetgo.br).
Agradecimentos:
A Deus, autor e consumador de minha vida, por dar a oportunidade de ter consciente e
inconsciente.
A minha família (Rosi, Junior e Flávio) pela paciência que tem comigo.
Especialmente a Fátima Mora (SBPI), pela forma franca de dizer o que pensa
compreensão, amizade, carinho, respeito e minha Psicoterapeuta-Integrativa.
Aos meus colegas de curso, pois sem eles não teria graça alguma estudar.
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