TEORIZAÇÃO - Para Weber, o processo de racionalização se dá quando o homem
deixa de usar a magia como modo de compreensão do mundo e dominação do trabalho, tendo em vista que o contrário de magia é razão. Assim, a sociedade e seus fenômenos não precisam mais serem explicados por um viés mágico, uma vez que a calculabilidade e previsibilidade características da razão dão ao homem a possibilidade de dominar o mundo.
CONTEXTUALIZAÇÃO - No exemplo fático acima exposto, podemos notar a presença
do processo de racionalização na fé e na estrutura evangélica, que antes eram completamente baseadas na magia e no irracional, passando agora a ser previsível e calculável - e, portanto, racional - ao se inserir nas tecnologias vigentes em nossa sociedade atualmente.
QUESTÃO 2
TEORIZAÇÃO - Para Weber, existem três tipos-ideais de dominação, sendo eles a
dominação tradicional, carismática e legal. A dominação tradicional se dá pela crença na sacralidade do líder e das instituições, as quais são mantidas tradicionais pelo passar dos anos, a exemplo de um príncipe e seus súditos; a carismática está relacionada ao carisma e à conquista do líder, muitas vezes relacionadas com a possibilidade de magia, o qual consegue tal carisma por suas características excepcionais e têm como principais casos profetas e personalidades como Jesus Cristo e Hitler; a dominação legal por fim, é a mais presente em nossa sociedade atualmente, se dá pela obediência das pessoas ao sistema vigente e suas burocratizações, de modo que à obedeçam não por direito próprio, mas sim por obediência à lei, tendo como principais exemplos o próprio Estado moderno e também uma empresa capitalista.
CONTEXTUALIZAÇÃO - Weber não concordaria com a assertiva do ex-presidente,
uma vez que o governo Dilma, apesar de não dominar a população de forma carismática, tendo em vista sua baixíssima aprovação, ainda se enquadra no tipo-ideal de dominação legal, uma vez que foi instituído e mantido por vias burocráticas e institucionalizadas. Dessa forma, apesar de impopular, o governo seria sim legítimo uma vez que exerce a dominação do tipo legal sobre a população.
QUESTÃO 3
TEORIZAÇÃO - O Estado Moderno, para Weber, se caracteriza pelo monopólio do uso
legítimo da força, de um sistema de tributação e de uma força militar hierárquica e constantemente atuante. Além disso, a estrutura do Estado Moderno representa a consolidação do modo de dominação legal sobre o tradicional, ou seja, do processo de racionalização, uma vez que o Estado deixa de dominar baseado em critérios mágicos e irracionais para se utilizar da estrutura burocrática institucionalizada, se tornando, assim, impessoal.
CONTEXTUALIZAÇÃO - A incompatibilidade do nepotismo no Estado brasileiro se
mostra presente ao passo em que consideramos como características do Estado Moderno a monopolização do uso legítimo da força e da lei e também a impessoalidade causada pela racionalização do modo de dominação legal. Dessa forma, tendo o Estado brasileiro como um único controlador e detentor, impessoalmente, da força, o nepotismo seria um princípio que violaria principalmente a impessoalidade do Estado.
QUESTÃO 4
TEORIZAÇÃO - Weber estabelece quatro tipos-ideais de direito: irracional material, o
qual não é previsível nem calculável e possui uma linguagem metajurídica (é completamente subjetivo e arbitrário); irracional formal, o qual, apesar de não ser previsível nem calculável, se funda em normas estabelecidas e instituidas, porém incontestáveis pela sociedade; racional material, o qual é previsível e calculável e se baseia numa visão metajurídica e subjetiva, de tom casuístico, muito protagonizado atualmente pelo sistema de common law; e , por fim, racional formal, que é previsível e calculável e se baseia em princípios e leis sistematizados e instituidos burocráticamente
CONTEXTUALIZAÇÃO - O caso exposto no exemplo fático anterior se trata do direito
racional material, uma vez que se trata de um caso de direito não-subjetivo, ou seja, previsível e calculável que busca uma solução justa para o conflito, e que não se baseia em um conjunto de normas sistematizadas e instituídas burocráticamente, mas sim por um sistema casuístico, representado pelos "costumes estabelecidos há séculos pela comunidade", os quais se assemelham, análogamente, ao sistema de common law.