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DIREITO CONSTITUCIONAL III-

UNIDADE I

ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO


PARTE 1

 Professor:
Paulo Sérgio de Souza
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
 Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
 I - o Supremo Tribunal Federal;
 I-A o Conselho Nacional de Justiça;
 II - o Superior Tribunal de Justiça;
 II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
 III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
 IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
 V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
 VI - os Tribunais e Juízes Militares;
 VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
 § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais
Superiores têm sede na Capital Federal.
 § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo
o território nacional.
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
Primeira consideração: O STF e os Tribunais Superiores são chamados de órgãos de
convergência.

Segundo Cândido Rangel Dinamarco. “cada uma das justiças especiais da União (Trabalhista,
Eleitoral , Militar), acrescente-se, tem por cúpula seu próprio Tribunal Superior, que é o
responsável pela última decisão nas causas de competência dessa justiça- ressalvado o
controle de constitucionalidade, que sempre cabe ao Supremo Tribunal Federal.”

Segunda consideração: O STF e o STJ , além de órgãos de convergência, são também órgãos
de SUPERPOSIÇÃO. Isso porque, embora não pertençam a qualquer justiça, as suas decisões
se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores das justiças comum e especial.
As decisões do STJ se sobrepõem àquelas da Justiça Federal comum, da Estadual e daquela
do Distrito Federal e Territórios ao passo que as decisões do STF se sobrepõem as todas as
justiças e tribunais.
QUINTO CONSTITUCIONAL
- ALÉM DE JUÍZES DE CARREIRA, ALGUNS TRIBUNAIS DO PAÍS SÃO COMPOSTOS POR MEMBROS
ORIGINÁRIOS DA ADVOCACIA (OAB) E MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO, INDICADOS DE
ADORDO COM A REGRA DO QUINTO CONSTITUCIONAL (ART. 94 DA CF).

PROCEDIMENTO: OS ÓRGÃOS DE REPRESENTAÇÃO DAS RESPECTIVAS CLASSES, FORMAM UMA


LISTA COM 6 NOMES E ENVIA PARA O TRIBUNAL QUE REDUZ ESSA LISTA PARA 03 NOMES E A
ENVIA PARA O PODER EXECUTIVO, QUE NOS 20 DIAS SUBSQUENTES INDICARÁ O FELIZARDO.

Obs. Essa formação da lista tríplice pelo Tribunal deve ocorrer em sessão pública, mediante
votos abertos, nominais e fundamentados, de acordo com a Recomendação nº 13/2007 do
CNJ.
1/5 dos membros:
- Membros do MP com mais de 10
Quinto Constitucional
anos de carreira
Art. 94 da CF
- Advogados com mais de 10 anos
de atividade, com notório saber
jurídico e reputação ilibada.

Se aplica NÃO se aplica


Importante: No STJ,
a CF prevê regra
semelhante a do
STF art. 94, porém o
TRFs
STJ* quantitativo é 1/3.
TJs
TST TSE
TRTs TRE
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Composição: 11 Ministros ( divididos em 2 turmas)

Investidura: O presidente da República escolhe e indica o nome para assumir a vaga de


Ministro do STF, submetendo-o à apreciação do Senado Federal, através de deliberação
plenária, em votação secreta, havendo necessidade de maioria absoluta (41), para
aprovação. Após aprovação: nomeação pelo PR e posse.

Requisitos:

a) Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º , IV);

b) Ter mais de 35 e menos de 65 anos (art. 101);

c) Ser cidadão no pleno gozo dos direitos políticos (art. 101);

d) Ter notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101).


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPETÊNCIAS DO STF:
a) ORIGINÁRIA (art. 102, I, “a” a “r”);
b) RECURSAL ORDINÁRIA (art. 102, II);
c) RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (art. 102, III)

As competências originárias são aquelas em que o STF processa e julga


em instância única e de forma originária. Já as competências recursais,
são aquelas em a apreciação da matéria pelo STF se dá mediante
recurso ordinário ou extraordinário (análise em última instância).
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
 I - processar e julgar, originariamente:

a) A ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal


ou estadual e ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal;

 Considerações importantes:
 O STF também julga a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º
da CF), a ação direta de inconstitucionalidade interventiva (art. 34, VII e art. 36, III, da
CF) e ainda a Arguição de descumprimento fundamental (art. 102, § 1º da CF).
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-


Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o
Procurador-Geral da República;

 Consideração importante: Segundo o STF, estas envolvem qualquer tipo de infração penal,
incluindo delitos eleitorais e até mesmo contravenções penais.

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros


de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do
Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente;

 Considerações importantes: Quando os Ministros de Estado e os Comandantes acima citados


cometerem crimes de responsabilidade conexos com os mesmos crimes cometidos pelo
Presidente ou Vice-Presidente da República, serão julgados pelo Senado Federal e não pelo STF.
FIQUE ATENTO !!!
O que é crime de responsabilidade ?
 São infrações político-administrativas (crimes de natureza política) praticadas por
detentores de altos cargos públicos.

 Além do Presidente da República (artigo 52, I, da CF), também poderão ser


responsabilizados politicamente e destituídos de seus cargos através do processo de
impeachment: o Vice-Presidente da República; os Ministros de Estado; os Ministros do
STF; os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do
Ministério Público; o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União ,
bem como Governadores e Prefeitos.

 A rigor, não é crime, e sim uma conduta ou comportamento de inteiro conteúdo


político, apenas tipificado e nomeado como crime, sem que tenha essa natureza. A
sanção nesse caso é substancialmente política: perda do cargo ou, eventualmente,
inabilitação para exercício de cargo público e inelegibilidade para cargo político.
FIQUE ATENTO !!!
O que é crime de responsabilidade ?
 A Lei nº 1.079/50 regula o crime de responsabilidade cometido por presidente da República,
ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal, governadores e secretários de Estado. O
crime de responsabilidade dos prefeitos e vereadores é regido pelo Decreto-Lei nº 201/67.

A existência da União

O livre exercício dos Poderes Legislativo e


Crimes de responsabilidade Judiciário, do Ministério Público e dos estados;
cometidos pelo Presidente da
República, atos que atentem
contra, a própria CF e O exercício dos direitos políticos, individuais e
especialmente contra: sociais

A segurança interna do país

A lei orçamentária

O cumprimento da lei e das decisões judiciais


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Continuando as competências...

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal
de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;

 Importante: HC sendo paciente (ou seja a pessoa que sofre a coação) : o PR , o Vice-
Presidente, os membros do CN (Deputados e Senadores), os próprios ministros do STF, o
Procurador Geral da República, os Ministros de Estado, Os Comandantes das Forças
Armadas, os membros dos Tribunais Superiores, os membros do TCU, e os Chefes de
Missão Diplomática de caráter permanente.

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o


Distrito Federal ou o Território;

 Importante: As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e município


ou pessoa domiciliada ou residente no país, será julgada pela Justiça Federal de 1ª
grau.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou
entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

Importante: são entidades da administração indireta: Autarquia, a Empresa Pública, a


Sociedade de Economia Mista e as Fundações Públicas.

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

i) O Habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o


paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em uma única instância;
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade


de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a


delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta, ou indiretamente


interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for


atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas Legislativas, do
Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do


Ministério Público;
STF – SÍNTESE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA –
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
HABEAS CORPUS
QUANDO FOR O Presidente , o Vice-Presidente, Deputados e
PACIENTE: Senadores, os próprios ministros do STF, o
Procurador Geral da República, os Ministros
de Estado, Os Comandantes das Forças
Armadas, os membros dos Tribunais
Superiores, os membros do TCU, e os Chefes
de Missão Diplomática de caráter
permanente.

QUANDO FOR Tribunal Superior


COATOR:

QUANDO FOR Autoridade ou funcionário cujos atos estejam


COATOR OU sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
PACIENTE Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à
mesma jurisdição em uma única instância;
SÍNTESE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – STF
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

HABEAS DATA
CONTRA ATOS
Presidente da República, das Mesas da
DO:
Câmara dos Deputados e do Senado

Federal, do Tribunal de Contas da União, do

Procurador-Geral da República e do próprio

Supremo Tribunal Federal;


SÍNTESE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – STF
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

MANDADO DE SEGURANÇA
CONTRA ATOS
Presidente da República, das Mesas da
DO:
Câmara dos Deputados e do Senado

Federal, do Tribunal de Contas da União, do

Procurador-Geral da República e do próprio

Supremo Tribunal Federal;


SÍNTESE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – STF
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

MANDADO DE INJUNÇÃO
QUANDO A
Presidente da República, do Congresso
ELABORAÇÃO DA
NORMA Nacional, da Câmara dos Deputados,
REGULAMENTADO
RA FOR do Senado Federal, da Mesa de uma
ATRIBUIÇÃO:
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de

Contas da União, de um dos Tribunais

Superiores, ou do próprio Supremo

Tribunal Federal.
COMPETÊNCIA RECURSAL ORDINÁRIA – STF
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

HABEAS CORPUS, MANDADO DE SEGURANÇA, HABEAS DATA E


MANDADO DE INJUNÇÃO
COMPETE AO STF
DECIDIDOS EM ÚNICA INSTÂNCIA PELOS
JULGAR EM
RECURSO TRIBUNAIS SUPERIORES , SE DENEGATÓRIA
ORDINÁRIO, O
HC, O MS, O HD E A DECISÃO.
O MI:
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPETÊNCIA RECURSAL ORDINÁRIA (art. 102, II);

O STF JULGA EM RECURSO ORDINÁRIO – art. 102, II:


a) O “habeas corpus”, o mandado de segurança , o “habeas-data” e o
mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores,
se denegatória a decisão.

b) O crime político.

Consideração Importante: Esses crimes políticos são os definidos na Lei nº 7170/83 (Lei de Segurança
Nacional) e são julgados de forma originária pela Justiça Federal de 1º grau, conforme art. 109, IV, da CF.

Os crimes políticos colocam em risco a integridade territorial e a soberania nacional, o regime


representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito e a pessoa dos chefes dos Poderes da
União.

Para configurar um crime político, é imprescindível a motivação política ou que coloque em perigo a
segurança do Estado, do governo ou do sistema político vigente, além de atos que prejudiquem os
interesses do Estado.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPETÊNCIA RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (art. 102, III);

O STF JULGA EM RECURSO EXTRORDINÁRIO – art. 102, III, AS CAUSAS DECIDIDAS EM


ÚNICA OU ÚLTIMA, INSTÂNCIA QUANDO A DECISÃO RECORRIDA:
a) contrariar dispositivo da Constituição Federal;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição
Federal;
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Consideração Importante: Além dessas situações para admissão do RE, faz se


necessário ainda o PREQUESTIONAMENTO, ou seja, exige-se que a matéria
alegada no recurso já tenha sido objeto de apreciação e solução pelo órgão
hierarquicamente inferior que proferiu a decisão recorrida. (Súmula 356, STF).
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPETÊNCIA RECURSAL EXTRAORDINÁRIA (art. 102, III);

O STF JULGA EM RECURSO EXTRORDINÁRIO – art. 102, III, AS CAUSAS DECIDIDAS EM


ÚNICA OU ÚLTIMA, INSTÂNCIA QUANDO A DECISÃO RECORRIDA:
a) contrariar dispositivo da Constituição Federal;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição
Federal;
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

Consideração Importante: Além do prequestionamento também, faz se


necessário ainda a demonstração da REPERCUSSÃO GERAL, das questões
constitucionais discutidas no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão
do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de 2/3 de seus
membros (8 ministros), conforme art. 102, § 3º, da CF.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPETÊNCIA EDIÇÃO DE SÚMULAS VINCULANTES (art. 103, A);

SÚMULA VINCULANTE – REQUISITOS BÁSICOS


a) Necessidade de 8 ministros (2/3) para a edição da mesma (ou mesmo revisão ou
cancelamento de Súmula Vinculante).
b) reiteradas decisões sobre matéria constitucional, objeto da Súmula, com a
demonstração de que há uma multiplicação de questões idênticas sobre o tema a
ser explicitado na súmula.
c) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre estes esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica.

Consideração Importante: O procedimento para a edição, aprovação e


revisão da súmula vinculante vem expresso na Lei nº 11.417/06 que
regulamentou o art. 103-A da CF.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
SÚMULA VINCULANTE – LEGITIMIDADE PARA PROPOR A EDIÇÃO (CANCELAMENTO OU
REVISÃO
a) Legitimados do para - O Presidente da República;
propor ADI (art. 103 da CF): - A Mesa do Senado Federal;
- A Mesa das Câmara dos Deputados;
- O Procurador Geral da República;
- O Conselho Federal da OAB;
- Partido político com representação no CN;
- Confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional;
- A mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do DF;
- O Governador do Estado ou do DF.

b) Art. 3º da Lei 11.417/06 - O Defensor Público-Geral da União


- Os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de
Estado ou DF, os Tribunais Regionais Federais, os
Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais
Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
c) Art. 3º, § 1º da Lei 11.417/06 - O município, incidentalmente ao curso do processo
em que seja parte.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Poder Judiciário (exceto o
STF)
Vincula

Toda a administração
pública direta e indireta

Súmula
Vinculante

O próprio STF

Não vincula
O Poder Legislativo (em sua
atividade legiferante típica)
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Composição: 33 Ministros

Investidura: O presidente da República escolhe e indica o nome para assumir a vaga de


Ministro do STF, submetendo-o à apreciação do Senado Federal, através de deliberação
plenária, havendo necessidade de maioria absoluta (41), para aprovação. Após aprovação:
nomeação pelo PR e posse.

Requisitos:

a) Ser brasileiro nato ou naturalizado º , IV);

b) Ter mais de 35 e menos de 65 anos (art. 104, parágrafo único);

c) Ter notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 104, parágrafo único)
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Composição dos Ministros:

a) 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais;

b) 1/3 dentre Desembargadores dos Tribunais de Justiça;

c) 1/6 dentre advogados

d) 1/6 dentre membros do Ministério Público Federal, Estadual e do DF , alternadamente.

Procedimento:

- Nas vagas destinadas aos Juízes dos TRF e Desembargadores o STJ elabora uma lista tríplice
de forma livre e envia ao Presidente da República que escolhe 01 nome e o submete à
aprovação do Senado.

- Nas vagas destinadas aos advogados e membros do Ministério Público, será elaborada lista
sêxtupla por cada instituição, que irá encaminhá-la ao STJ. Depois o STJ reduz essa lista para 03
nomes e encaminha ao Presidente , para escolha.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COMPOSIÇÃO ATUAL

STJ – 33 MINISTROS ORIGEM


11 MINISTROS Juízes dos Tribunais Regionais
Federais,
11 MINISTROS Desembargadores dos Tribunais de
Justiça.

05 MINISTROS Advogados OAB


06 MINISTROS Membros do Ministério Público
Federal, Estadual ou do DF
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O STJ É COMPOSTO POR 03 SEÇÕES E 06 TURMAS

Seções e Turmas

- As três seções do STJ são especializadas. Dentro de cada especialidade, elas


julgam mandados de segurança, reclamações e conflitos de competência. Elas
também são responsáveis pelo julgamento dos recursos repetitivos.

- Cada Seção reúne ministros de duas Turmas, também especializadas. As Seções


são compostas por dez ministros e as Turmas por cinco ministros cada.

- Nas Turmas são julgados os recursos especiais sem caráter repetitivo, habeas
corpus criminais, recursos em habeas corpus, recursos em mandado de
segurança, entre outros tipos de processo.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
03 SEÇÕES E 06 TURMAS

MATÉRIA EXEMPLOS SEÇÃO TURMAS

Direito público Impostos, previdência, servidores Primeira Primeira e


públicos, indenizações do Estado, Segunda
improbidade

Direito privado Comércio, consumo, contratos, Segunda Terceira e


família, sucessões Quarta

Direito penal Crimes em geral, federalização de Terceira Quinta e


crimes contra direitos humanos Sexta
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COMPETÊNCIAS DO STJ:
a) ORIGINÁRIA (art. 105, I, “a” a “I”);
b) RECURSAL ORDINÁRIA (art. 105, II, “a” a “c”);
c) RECURSAL ESPECIAL (art. 105, III, “a” a “c”)

As competências originárias são aquelas em que o STJ processa e julga


em instância única e de forma originária. Já as competências recursais,
são aquelas em a apreciação da matéria pelo STJ, se dá mediante
recurso ordinário ou especial (análise em única ou última instância).
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA (ART. 105, I), PROCESSAR E JULGAR:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público
da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c)os habeas corpus , quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas
mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art.


102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;


f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de
suas decisões;
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA (ART. 105, I), PROCESSAR E JULGAR:


g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou
entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito
Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for


atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas


rogatórias.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COMPETÊNCIA RECURSAL ORDINÁRIA (ART. 105, II), JULGAR EM RECURSO ORDINÁRIO:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais


Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um


lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

COMPETÊNCIA RECURSAL ESPECIAL (ART. 105, III), JULGAR EM RECURSO ESPECIAL AS


CAUSAS DECIDIDAS EM ÚNICA OU ÚLTIMA INSTÂNCIA PELOS TRIBUNAIS REGIONAIS
FEDERAIS OU PELOS TRIBUNAIS DOS ESTADOS E DF, QUANDO A DECISÃO RECORRIDA:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
JUSTIÇA FEDERAL

TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS


ORGANIZADA EM DOIS GRAUS DE JURISDIÇÃO, A JUSTIÇA FEDERAL é
composta pelos Tribunais Regionais Federais e pelos Juízes Federais, sua
competência vem estabelecida nos arts. 108 e 109 da CF.
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS

Composição: NO MÍNIMO 7 JUÍZES ( “DESEMBARGADORES FEDERAIS”)

Investidura: Nomeados pelo Presidente da República , devendo ser


observada a regra do “quinto constitucional” do art. 94 da CF.

Obs. Não há necessidade de sabatina e aprovação pelo Senado.

Requisitos:

a) Ser brasileiro nato ou naturalizado;

b) Ter mais de 30 e menos de 65 anos (art. 101);


TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS

COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS


- 1/5 (20 %) dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional
e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira

- Os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de


exercício, por antiguidade e merecimento alternadamente.

POR EXEMPLO: Se um TRF tiver 10 Juízes. Necessariamente 01 deles


será oriundo da Advocacia, 01 deles será oriundo do Ministério
Público e 8 deles serão oriundos da própria magistratura federal.
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS
COMPETÊNCIAS DO TRF:
a) ORIGINÁRIA (art. 108, I, “a” a “e”);
b) RECURSAL (art. 108, II”)

COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA – PROCESSAR E JULGAR:


a) Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça dos Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
b) As revisões criminais e as ações rescisória de julgados seus ou dos
juízes federais da região;
c) Os mandados de segurança e os habeas data contra atos do
próprio tribunal ou de juiz federal;
d) Os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao
tribunal.
TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAS

COMPETÊNCIA RECURSAL – JULGAR EM GRAU DE RECURSO:


a) As causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: § 3º do art. 109 da CF: Serão processadas e


julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que
outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça
estadual.
JUÍZES FEDERAIS
OBSERVAÇÃO INICIAL: É importante entender as competências dos Juízes
FederaIs, tendo em vista que todo o remanescente será de competência da
Justiça Estadual. Ou seja, a competência da Justiça Estadual é residual.

COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho;

É competente a justiça comum estadual


para julgar as causas em que é parte
sociedade de economia mista. Súmula
556 do STF
JUÍZES FEDERAIS

COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:


I I- as causas em entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e município
ou pessoa domiciliada ou residente no país.

Só lembrando que se o litígio for entre Estado


Estrangeiro ou organismo internacional e a União,
Estado ou DF, a competência será do STF (art. 102, I,
da CF.
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
I I I - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional.

IV- os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,


serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;

Nesse caso o interesse da União tem que ser


direto e específico, e não interesse genérico
da coletividade.

Crimes políticos: vide observação que


fizemos no slide 21.
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada
a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou
reciprocamente;

O fato de o delito ter sido cometido por brasileiro no exterior, por


si só, não atrai a competência da Justiça Federal. Para que o
delito seja de competência da Justiça Federal com base nesse
inciso, faz se necessário 3 requisitos:
a) Que o fato seja previsto como crime em tratado ou
convenção;
b) que o Brasil seja signatário desse documento;
c) Que exista uma relação de internacionalidade entre a
conduta criminosa e o resultado produzido
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
V-A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
(INCLUÍDO PELA EC Nº 45)

Nos termos do art. 109, § 5º da CF, nas hipóteses de grave


violação de direitos humanos , o Procurador Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o STJ, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.

É a criticada “federalização das causas de direitos humanos”.


Exemplo: “caso Marielle Franco”.
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por
lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

- Os crimes contra a organização do trabalho, são aqueles


previstos nos arts. 197 a 207 do Código Penal.

- Os crimes contra o sistema financeiro são aqueles definidos na


Lei 7492/86.

- Os crimes contra a ordem econômico-financeira estão


definidos na Lei. 8176/91.
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente
sujeitos a outra jurisdição;

Exemplo: um habeas corpus, contra ato de um Delegado da


Polícia Federal.

COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:


VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade
federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:


IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a
homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;

Lembrando que quem concede o exequatur, é o STJ, nos


termos do art. 105, I, i.
JUÍZES FEDERAIS
COMPETÊNCIA JUÍZES FEDERAIS – PROCESSAR E JULGAR:
XI - a disputa sobre direitos indígenas.

Observação importante: No julgamento do RE 419.528, o STF, entendeu por


6x3, que “crimes comuns cometidos entre índios serão julgados pela
justiça comum”.

A competência será da Justiça Federal, quando forem veiculadas “...


Questões ligadas aos elementos da cultura indígena e aos direitos sobre
terras, não abarcando delitos isolados praticados sem nenhum
envolvimento com a comunidade indígena.
BIBLIOGRAFIA

 BIBLIOGRAFIA

 FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional.


12 ed. rev. atual. e ampl. Salvador: Editora JusPodvim, 2020. p.
1495-1600.

 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado 23. ed. São


Paulo : Saraiva Educação, 2019, p. 1231-1478.

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