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Direito Civil – Parte

Geral
ESTADO CIVIL, EXTINÇÃO
DA PESSOA NATURAL e
DOMICÍLIO
Prof. Glauber Coelho Carvalho

Individualização da
Pessoa Natural
A pessoa identifica-se no seio da
sociedade pelo ​nome​, pelo ​estado ​e pelo
domicílio​.
A QUESTÃO DO NOME IREMOS
ANALISAR QUANDO DO TÓPICA DA
PERSONALIDADE. HOJE FICAREMOS
COM ESTADO E DOMICÍLIO.

Estado
Estado é um atributo da personalidade,
sendo a soma das qualificações da pessoa
na sociedade, hábeis a produzir efeitos
jurídicos. É o seu modo particular de existir.
Apresenta três aspectos.

Quais aspectos
são estes? Quais
vocês imaginam?
Estado
Estado individual ​(físico): É o modo de ser
da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura,
saúde, etc.
Estado familiar​: É o que indica a sua
situação na família, em relação ao
matrimônio (solteiro, casado, viúvo,
divorciado) e ao parentesco (pai, filho,
irmão, sogro, cunhado etc.).
Estado político​: É a qualidade jurídica que
advém da posição do indivíduo política,
podendo ser nacional (nato ou
naturalizado) e estrangeiro.

ESTADO FAMILIAR –
OBSERVAÇÕES
• O estado familiar é comumente
chamado de estado civil, se
refere ao matrimônio (casado,
solteiro, divorciado ou viúvo) e
ao parentesco (mãe, filho, irmão,
sogro, nora, cunhado, etc).
• OBS: não há estado civil
para convivência, nem para
separação de fato.
JURISPRUDÊNCIA ​ Em 2017,

surgiu um emblemático precedente sobre o tema no Superior


Tribunal de Justiça, que, apesar de não reconhecer diretamente o
estado civil de companheiro, o fez indiretamente. Trata-se de
decisão que determinou a averbação, na certidão de óbito da
falecida, da existência de união estável em vida. Vejamos trecho
da ementa do acórdão: “Se na esfera administrativa o Poder
Judiciário impõe aos serviços notariais e de registro a
observância ao Provimento no 37 da Corregedoria Nacional de
Justiça, não pode esse mesmo Poder Judiciário, no exercício da
atividade jurisdicional, negar-lhe a validade, considerando
juridicamente impossível o pedido daquele que pretende o
registro, averbação ou anotação da união estável. A união
estável, assim como o casamento, produz efeitos jurídicos típicos
de uma entidade familiar: efeitos pessoais entre os
companheiros, dentre os quais se inclui o estabelecimento de
vínculo de parentesco por afinidade, e efeitos patrimoniais que
interessam não só aos conviventes, mas aos seus herdeiros e a
terceiros com os quais mantenham relação jurídica. A pretensão
deduzida na ação de retificação de registro mostra-se necessária,
porque a ausência de expresso amparo na lei representa um
entrave à satisfação voluntária da obrigação de fazer.
Igualmente, o provimento jurisdicional revela-se útil, porque apto
a propiciar o resultado favorável pretendido, qual seja, adequar o
documento (certidão de óbito) à situação de fato reconhecida
judicialmente (união estável), a fim de que surta os efeitos
pessoais e patrimoniais dela decorrentes. Afora o debate sobre a
caracterização de um novo estado civil pela união estável, a
interpretação das normas que tratam da questão aqui debatida –
em especial a Lei de Registros Públicos – deve caminhar para o
incentivo à formalidade, pois o ideal é que à verdade dos fatos
corresponda, sempre, a informação dos documentos,
especialmente no que tange ao estado da pessoa natural. Sob
esse aspecto, uma vez declarada a união estável, por meio de
sentença judicial transitada em julgado, como na hipótese, há de
ser acolhida a pretensão de inscrição deste fato jurídico no
Registro Civil de Pessoas Naturais, com as devidas remissões
recíprocas aos atos notariais anteriores relacionados aos
companheiros” (STJ, Resp 1.516.599/PR, 3.a Turma, Rel. Min.
Nancy Andrighi, j. 21.09.2017).

ESTADO POLÍTICO –
OBSERVAÇÕES
• Estado político também diz

respeito a ​naturalidade, pois diz

respeito ao posicionamento

geográfico no país.
• Com o advento da Lei no
13.484/17 passou-se a permitir o
registro da naturalidade

geográfica ou da naturalidade

social (art. 54, §4o, da Lei


6.015/73).
• Naturalidade geográfica=
local nascimento
• Naturalidade social=
residência da genitora
AÇÕES DE ESTADO –
EXEMPLOS
• São exemplos de ações de
estado: A) curatela e a
redesignação sexual (relativas
ao
estado pessoal); B) divórcio,
anulação casamento e
investigação paternidade
(atinentes ao estado familiar); C)
ação de aquisição de
nacionalidade brasileira
(concernente ao estado político).
A MORTE REAL
• Art. 3o da Lei de Transplantes disciplina que a

cessação ​da vida ​ocorre com a morte

encefálica.
• Art. 3o A retirada post mortem de tecidos,

órgãos ou ​partes do corpo humano

destinados a transplante ou tratamento

deverá ser precedida de diagnóstico de

morte encefálica, constatada e registrada


por dois médicos não participantes das

equipes de remoção e transplante, mediante

a utilização de critérios clínicos e

tecnológicos definidos por resolução do

Conselho Federal de Medicina.


• SUAS CONSEQUÊNCIAS SÃO:
• Abertura da sucessão (art. 1.784)
▪ extinção do pátrio poder (art. 1.635, I);
▪ dissolução do casamento (art. 1.571, §1o);
▪ extinção dos contratos pessoais (art. 607);
▪ extinção das obrigações (art. 1.697); etc.

MORTE REAL
• ​Morte ​Real​: A sua prova se faz

pelo ​certidão de óbito (lavrada


após emissão de declaração de

óbito preenchida por médico) ou

pela justificação (art. 83 Lei 6.015),

em caso de registro de óbito

extemporâneo ou de catástrofe e

não encontro do corpo.


• ​OBS: ​Os registradores são

obrigados a comunicar ​o óbito da

pessoa natural à Receita Federal e


à Secretaria de Segurança Pública

da UF que emitiu o RG (Lei no

13.114/15)
QUESTÃO DA PROVA DA MORTE REAL
A morte real pode ser comprovada por
meio de prova: PROVA DIRETA: quando
se examina o próprio corpo ou cadáver e
se constata a ​paralisação da atividade
ENCEFÁLICA​.
PROVAS INDIRETAS: embora não tenha o
cadáver, é possível chegar à ​certeza
jurídica da morte. ​Há prova efetiva de que
a pessoa estava no local da catástrofe,
sendo impossível sobreviver àquela
catástrofe. Em razão das provas o juiz se
convence, tem certeza jurídica daquela
morte.
IMPORTANTE: se as provas não levam a
certeza, mas apenas a uma alta
probabilidade de que a pessoa
desaparecida estaria no local da catástrofe
o caso não é de morte real e sim de morte
presumida.
Morte Presumida: ​Na morte presumida
sem decretação de ausência existirá
probabilidade extrema de morte, mas não
certeza jurídica da morte. Por isso, é morte
por presunção.
Art. 7o, CC e art. 88 da Lei de Registros
Públicos.
Pode ser declarada a morte presumida,
sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte
de quem estava em perigo de vida.
Exigem-se dois requisitos cumulativos:
Extrema probabilidade de morte (efeito)
A pessoa estar em situação de perigo de
vida (causa)

REQUISITO
ESSENCIAL
• A declaração da morte
presumida para quem estava em
perigo de vida, embora dispense
a decretação de ausência,
somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas
e averiguações, ou, exige que
• A pessoa não seja encontrada
até 2 anos após o término da
guerra, quando desaparecido
em campanha ou feito
prisioneiro.
PARA FIXAR
• Por conta das críticas recebidas pelo

Presidente da ​França, ante o não

combate aos incêndios ocorridos na

Amazônia, o Presidente do Brasil,

declara guerra à França. Após, uma

sucedida invasão à Paris que

acarretou na derrubada da Torre


Eiffel, Quinzim, soldado brasileiro,

desaparece. Com a queda da torre, o

Presidente Francês pede o

encerramento da guerra, sendo

assinado um tratado de paz em

dezembro de 2019. Sabe-se que até

janeiro de 2022 Quinzim não foi

localizado. Diante de tais fatos

pergunta-se: Há morte presumida?

Com ou sem declaração de ausência?


Hipótese de morte
presumida na legislação
especial
• ​A ​Lei 9.140/1995 presume a

morte de “pessoas ​que tenham

participado, ou tenham sido

acusadas de participação, em

atividades políticas, no período de

2 de setembro de 1961 a 5 de

outubro de 1988, e que, por este


motivo, tenham sido detidas por

agentes públicos, achando-se,

deste então, desaparecidas, sem

que delas haja notícias” (redação

dada pela Lei 10.536/2002). O

caso também é de morte

presumida sem declaração de

ausência, tratada pela legislação

especial.
A morte presumida pode derivar de duas
circunstâncias:
Por decretação de ausência, quando
aberta a sucessão definitiva ​(segunda
parte do art.6);
Nas hipóteses de presunção de morte
sem decretação de ausência ​(art.7 CC).
Como se sabe, a ausência ocorre quando a
pessoa desaparece do seu domicílio, sem
deixar notícia ou representante que
administre os seus bens; assim, para que
estes bens não fiquem sem titular, o CC
regula a sua transmissibilidade,
oportunidade em que uma vez aberta a
sucessão ​DEFINITIVA ​destes bens, o
ausente é considerado presumidamente
morto (a informação desta morte presumida
é consignada no livro E do cartório de
registro civil).
Não pode-se confundir, todavia, a morte
presumida derivada da ausência com
aquela amparada no art. 7 CC; este artigo
prevê hipóteses de morte presumida em
que, posto o corpo não haja sido
encontrado, existem elementos
contundentes de óbito (em tal caso, que
nada tem a ver com ausência, instaura-se
um procedimento judicial para apuração do
fato, culminando-se na prolação de uma
sentença que declare a morte e a sua data.
Em nosso sentir, inclusive, o registro desta
morte é feito no próprio livro C de óbitos).
Morte Simultânea - Comoriência: ​é
quando duas ou mais pessoas (quando
houver entre elas relação de sucessão
hereditária) morrem simultaneamente, não
tendo como saber quem morreu primeiro.
Existem graus de parentesco:
▪ Em Linha Reta: Pai, Filho, Neto, Bisneto.
▪ Em Linha Colateral: Irmão (2o grau),
Tio/Sobrinho (3o grau); Primos (4o grau).
Linha Sucessória
 Quando uma pessoa morre e deixa
herança, a linha sucessória é a seguinte:
Descendentes, Ascendentes, Cônjuge e
Parentes até 4o grau.
A comoriência estabelece uma presunção
de morte simultânea, quando duas ou mais
pessoas falecem na mesma ocasião sem
que possa indicar a ordem cronológica dos
óbitos.
Em conclusão, aplicando-se a regra da
comoriência um comoriente nada transmite
ao outro, vale dizer, abrem-se cadeias
sucessórias autônomas e distintas.
Obs.: em geral, a situação da comoriência
opera-se no mesmo lugar (no mesmo avião
ou carro), mas nada impede que as mortes
ocorram em lugares distintos, na medida
em que a lei diz “mesma ocasião”.
FOLHA​.​COM

​ 006 ​- 16h16
30/04​/2
Casal de namorados morre na mesma hora em
acidentes diferentes

da Efe, em Roma

T​ITIV​V.

​ cidência, dois jovens namorados


Em uma insólita co​in
de Forli, no noroeste da Itália, morreram neste fim de
semana em dois acidentes de trânsito diferentes
ocorridos na mesma hora, informaram os meios de
comunicação locais.

IL11
I
PPI​D

VVVJ

Mauro Monucci, 29, morreu por volta da meia-noite de


sábado quando sua moto, de alta cilindrada, chocou-se
contra um poste em um cruzamento nos arredores do
Palácio dos Esportes de Forli. O jovem morreu quando
era levado ao hospital, segundo a edição digit​a​l do
jornal "La Repubblica".

Praticamente ao mesmo tempo, o carro de sua


namorada, Simona Acciai, 27, saía da estrada em ​uma
á​rea periféric​a d​a cidade e casa e​ m um ​fosso, o que lhe
causo​u ​morte ​instantânea.

Os telefonernas para os serviços de emergência para


alertar sobre os dois acidentes foram feitos com
poucos minutos de diferença, mas as autoridades só
perceberam que as vítimas eram um casal ao verificar
em seus documentos que os dois tinham o mesmo
endereço.

Frente ao caso inusitado, a magistratura de Forli


ordenou a realização de autópsias nos dois corpos.
Comoriência: ​Simultaneidade da morte de duas
ou mais pessoas, presumível toda vez que se
torna impossível determinar, para o efeito de
sucessão, a ordem em que ocorreram os
perecimentos.
“Se dois ou mais indivíduos, falecerem na mesma
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ao
simultaneamente mortos”.
EXEMPLO: ​Imagine-se um casal que, sem deixar
descendentes ou ascendentes, morre em
desastre automobilístico. Provando- se que ele
morreu primeiro, os parentes colaterais dela
serão chamados para suceder integralmente, já
eu ela herdaria dele, que teria sido premoriente.
Não haveria, nessa hipótese, qualquer direito
hereditário para os parentes colaterais dele. Se,
contudo, forem comorientes, dissolve-se o vínculo
sucessório entre si, não havendo qualquer
transmissão de um para o outro, convocando, por
conseguinte, os colaterais de ambos para
recolher suas respectivas cotas hereitárias.
Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,
não se podendo averiguar se algum dos comorientes
prevaleceu aos outros, presumir-se- ão simultaneamente
mortos. ​Ou seja, a regra é a comoriência, que só pode
ser afastada com prova cabal (p.ex. laudo médico
atestando momento do óbito)
O interesse em saber quem faleceu primeiro só existirá se
um for herdeiro ou beneficiário do outro.
Nessa hipótese excepcional, não se podendo apurar qual
dos indivíduos, falecidos na mesma ocasião, precedeu a
outro ou outros, não haverá transferência de bens entre
tais parentes, ou seja, um não herda do outro. Havendo
relação de parentesco entre duas ou mais pessoas que
venha a falecer em virtude de um mesmo acidente, aí sim
surge para o direito o problema de saber quem morreu
antes. O interesse justifica-se pela implicância de tal fato
na ordem de vocação no plano da sucessão, ou seja, na
transmissão de direitos entre sucessores e sucedidos,
enfim, quem tem a posição de herdeiros do outro.
A morte simultânea tem que ocorrer ao mesmo tempo,
ainda que em lugares diferentes.

Ausente ​ é a pessoa que


desaparece de seu domicílio sem dar
notícia do seu paradeiro e sem deixar
representante ou procurador para
administrar- lhe os bens. (art. 22, CC).
Aquele que foi comprar cigarro ou
maracujá e não mais retornou. Kkkkkk
Nesse caso, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado, ou do Ministério
Público, declarará a ausência, e
nomear-lhe-á ​curador​.

Ausência
Quando
ocorre a
ausência?
Ausência ocorre em duas situações:
1. Quando uma pessoa desaparece de seu
domicílio sem deixar vestígios ou
procurador a quem caiba administra-lhe os
bens: art. 22, CC.
2. Quando uma pessoa desaparece de seu
domicílio, porém deixa um mandatário que
não quer ou não pode exercer ou continuar
o mandato que lhe foi conferido ou se seus
poderes forem insuficientes.

Por que vocês


acham que
existe o
instituto da
ausência?
O instituto da Ausência existe por duas
situações:
1. Caráter Solidarista​: Para que haja a
administração do bens do ausente para
hipótese de um eventual retorno.
2. Interesse da sociedade​: É interesse da
sociedade
dar destinação aos bens deixados pelo
ausente.

Fases do
Procedimento da
Ausência
1a. ​CURADORIA DOS BENS DO
AUSENTE​: artigos 22 a 25,
CC.
2a. ​SUCESSÃO PROVISÓRIA​: artigos 26
a 36, CC.
3a. ​SUCESSÃO DEFINITIVA​: artigos 37 e
38, CC.

Fases do
Procedimento da
Ausência
Fase da curadoria do ausente​:
Subsequente ao desaparecimento, o
ordenamento jurídico procura preservar os
bens por ele deixados, para a hipótese de
seu eventual retorno.
IMPORTANTE: ​A curadoria do ausente fica
restrita aos bens, não produzindo efeitos de
ordem pessoal. Equipara-se à morte (morte
presumida) somente para o fim de permitir
a abertura da sucessão, mas a esposa do
ausente não é considerada viúva. Para se
casar, terá de promover o divórcio, citando
o ausente por edital.
Comunicada a ausência ao juiz, este
determinará a arrecadação dos bens do
ausente e os entregará à administração do
curador nomeado.
A curadoria dos bens do ausente
prolonga-se pelo período de um ano​,
durante o qual serão publicados editais, de
dois em dois meses, convocando o ausente
a reaparecer (CPC, art. 745).
Decorrido o prazo, sem que o ausente
reapareça, ou se tenha notícia de sua
morte, ou se ele deixou representante ou
procurador, em se passando três anos,
poderão os interessados requerer a
abertura da sucessão provisória (CC, art.
26).

Como cessa a
curadoria? É
possível?
SIM!
Cessa a curadoria:
✔ pelo comparecimento do ausente, do
seu
procurador ou de quem o represente;
✔ pela certeza da morte do ausente;
✔ pela sucessão provisória.

É importante
saber,
portanto...
Na curadoria dos
bens do
ausente...
✔ Ocorre no ​momento da constatação
do desaparecimento da pessoa​, quando
algum interessado busca o Poder Judiciário
informando do fato​.
✔ Nesse momento ocorrerá a declaração
da
ausência.
✔ Será nomeado pelo juiz uma pessoa que
terá o ​munus p​ úblico de administrar os
bens do ausente, uma vez que ainda há
esperança de retorno da pessoa
desaparecida.

Quem irá
exercer a
curadoria dos
bens do
ausente?
✔ O curador deverá ser o cônjuge do
ausente, desde que não esteja separado
judicialmente e nem de fato por mais de
dois anos antes da declaração de
ausência.
✔ Na falta do cônjuge, a curadoria será
exercida
pelos pais ou descendentes, nessa ordem.
✔ A curadoria é para os bens do ausente e
não para
a pessoa do ausente.
SUCESSÃO PROVISÓRIA​:
Fase da Sucessão provisória​:
Prolongando-se a ausência, o legislador
passa a preocupar-se com os interesses de
seus sucessores, permitindo a abertura da
sucessão provisória.
Estão ​legitimados ​para requerer a
abertura da sucessão provisória:
a) o cônjuge não separado judicialmente; b)
os herdeiros presumidos, legítimos ou
testamentários; c) os que tiverem sobre os
bens do ausente direito
dependente de sua morte; d) os credores
de obrigações vencidas e não pagas
(CC, art. 27).
SUCESSÃO PROVISÓRIA
IMPORTANTE: ​“A sentença que
determinar a abertura da sucessão
provisória ​só produzirá efeito cento e
oitenta dias depois de publicada pela
imprensa​; mas, logo que passe em
julgado, proceder-se-á à abertura do
testamento, se houver, e ao inventário e
partilha dos bens, como se o ausente fosse
falecido” (art. 28).
SUCESSÃO PROVISÓRIA:
Os bens serão entregues aos herdeiros,
porém em caráter provisório e condicional,
ou seja, desde que prestem garantias da
restituição deles, mediante penhores ou
hipotecas equivalentes aos quinhões
respectivos.
Se não o fizerem, não serão imitidos na
posse, ficando os respectivos quinhões sob
a administração do curador ou de outro
herdeiro designado pelo juiz e que preste
dita garantia.
SUCESSÃO PROVISÓRIA:
Porém os ascendentes, os descendentes e
o cônjuge, independentemente de garantia,
entrar na posse dos bens do ausente (art.
30 e parágrafos).
Os imóveis do ausente só se poderão
alienar, não sendo por desapropriação, ou
hipotecar, quando o ordene o juiz, para
lhes evitar a ruína (art. 31).

Como cessa a
sucessão
provisória?
É possível?
SIM!
Cessa a sucessão provisória:

✔ pelo comparecimento do ausente​!


A sucessão
provisória
pode se tornar
definitiva?
É possível?
SIM!
Converter-se-á em definitiva:
a) quando houver certeza da morte do
ausente;
b) dez anos depois de passada em julgado
a
sentença de abertura da sucessão
provisória;
c) quando o ausente contar oitenta anos de
idade e houverem decorridos cinco anos
das últimas notícias suas ( CC, arts. 37 e
38 e art. 745, §3o CPC).

SIM!
Cessa a sucessão provisória:

✔ pelo comparecimento do ausente​!


Fase da Sucessão definitiva:
❑ Transcorrido longo período de ausência,
é autorizada
a abertura da sucessão definitiva.
❑ Poderão os interessados, dez anos
depois de passada em julgado a sentença
que concedeu a abertura da sucessão
provisória, requerer a definitiva e o
levantamento das cauções prestadas.
❑ Também pode ser requerida a sucessão
definitiva provando-se que o ausente conta
oitenta anos de idade e decorrerem cinco
anos das últimas notícias suas.

E se o
ausente
retornar?
Do tipo...
Ausente – O
R!
DO RETORNO DO AUSENTE
Aberta a ​sucessão definitiva​, os
sucessores deixam de ser provisórios,
adquirindo o domínio dos bens, mas
resolúvel, porque se o ausente regressar
“nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus
descendentes, aquele ou estes haverão
só os bens existentes no estado em que
se acharem, os sub- rogados em seu
lugar, ou o preço que os herdeiros e
demais interessados houverem recebido
pelos bens alienados depois daquele
tempo” ​(CC, art. 39).
❑ Se o retorno do ausente ocorrer antes,
ou seja, ​durante o período da sucessão
provisória​, e ficar provado que o
desaparecimento foi voluntário e
injustificado, perderá ele, em favor dos
sucessores, sua parte nos frutos e
rendimentos (CC, art, 33, parágrafo único).
❑ Por outro lado, cessarão imediatamente
as vantagens dos sucessores imitidos na
posse provisória, e terão de restituí-la ao
que se encontrava desaparecido, bem
como tomar as medidas assecuratórias
precisas, até a entrega dos bens a este
(art. 36).

E se o
ausente
retornar no
período da
curadoria?
O que
acontece?
❑ Retornando o ausente no ​período da
curadoria ​de seus bens, esta cessará
automaticamente, ​recuperando ele todos
os seus bens​.
EM RESUMO
Domicílio
TÍTULO III Do Domicílio
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o
lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver
diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se- á
domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa
natural, quanto às relações concernentes à
profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar
profissão em lugares diversos, cada um
deles constituirá domicílio para as relações
que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa
natural, que não tenha residência habitual,
o lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a
residência, com a intenção manifesta de o
mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção
resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e
para onde vai, ou, se tais declarações não
fizer, da própria mudança, com as
circunstâncias que a acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o
domicílio é:
I - da União, o Distrito Federal;
II - dos Estados e Territórios, as
respectivas capitais;
III - do Município, o lugar onde funcione a
administração municipal;
IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar
onde funcionarem as respectivas diretorias
e administrações, ou onde elegerem
domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos.
§ 1​o ​Tendo a pessoa jurídica diversos
estabelecimentos em lugares diferentes,
cada um deles será considerado domicílio
para os atos nele praticados.
§ 2​o ​Se a administração, ou diretoria, tiver a
sede no estrangeiro, haver-se-á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às
obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento,
sito no Brasil, a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o
incapaz, o servidor público, o militar, o
marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o
do seu representante ou assistente; o do
servidor público, o lugar em que exercer
permanentemente suas funções; o do
militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou
da Aeronáutica, a sede do comando a que
se encontrar imediatamente subordinado; o
do marítimo, onde o navio estiver
matriculado; e o do preso, o lugar em que
cumprir a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil,
que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde
tem, no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último
ponto do território brasileiro onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os
contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e
obrigações deles resultantes.
Importância do
Domicílio
É de interesse do próprio Estado que o
indivíduo permaneça em determinado local
no qual possa ser encontrado, para que
assim seja possível se estabelecer uma
fiscalização quanto a suas obrigações
fiscais, políticas, militares e policiais.
No campo do Direito Internacional Privado,
é o domicílio, na maioria das legislações,
que irá solucionar a questão sobre qual lei
deve ser aplicada ao caso concreto.

“tem especial
importância para a
determinação da lei
aplicável a cada
situação, para
determinação do lugar
onde se devem
celebrar negócios e
atos da pessoa, e onde
deve ela exercer
direitos, propor ação
judicial e responder
pelas obrigações"
Domicílio da
Pessoa Natural
O domicílio da pessoa natural se mostra
relevante porque é ​fator de localização do
indivíduo​, sendo considerado o ​centro
principal ​das relações da pessoa humana.
Dois requisitos são exigidos:
1. Requisito objetivo ou material​: a
residência. ​2. Requisito subjetivo ou
psíquico​: a intenção de
permanecer: ​animus manendi

Domicílio da
Pessoa Natural é o
lugar onde ela
estabelece a sua
residência ​com
ânimo definitivo.
"É a sede jurídica da
pessoa onde ela se
presume presente para
efeitos de direito e onde
exerce ou pratica,
habitualmente, seus atos
e negócios jurídicos"
Washington de Barros Monteiro
"domicílio é o lugar onde
a pessoa estabelece a
sede principal de seus
negócios (constitutio
rerum et fortunarum), o
ponto central das
DOMICÍLIO ​≠​ RESIDÊNCIA ​ ≠
MORADIA
A residência representa o lugar no qual
alguém habita com intenção de ali
permanecer, mesmo que dele se ausente
por algum tempo.
Já o domicílio, como define Maria Helena
Diniz, "é a sede jurídica da pessoa, onde
ela se presume presente para efeitos de
direito e onde exerce ou pratica,
habitualmente, seus atos e negócios
jurídicos".
A chamada moradia ou habitação nada
mais é do que o local onde o indivíduo
permanece acidentalmente, por
determinado lapso de tempo, sem o intuito
de ficar (p. ex., quando alguém aluga uma
casa para passar as férias).
É possível que a pessoa
natural possua mais de
um domicílio?
SIM!
A pessoa natural pode possuir mais de um
domicílio.
Quando isto ocorre estamos diante da
pluralidade de domicílio ou domicílio
plúrimo.
Ocorre quando a pessoa possua diversas
residências onde, alternativamente, viva.

O cigano possui
domicílio?
O artista de circo
possui domicílio?
O andarilho
possui domicílio?
SIM!
A lei civil não esqueceu daqueles que não
preencham os requisitos para configuração
de domicílio (residência e ânimo definitivo).
Para estas pessoa que não possuem
residência habitual, o domicílio a ser
considerado será o ​lugar onde forem
encontradas​. É denominado de ​domicílio
aparente ​ou ocasional. Art. 73, CC.
domicílio
voluntário
❑ É aquele escolhido livremente pela
pessoa maior e
capaz.
❑ Pode ser alterado a qualquer tempo,
bastando a transferência da residência ,
com a intenção manifesta de mudar.
❑ Art. 74, CC.

domicílio legal
❑ É também denominado de domicílio
necessário.
❑ É aquele imposto pela lei para
determinadas pessoas
em razão de seus caracteres pessoais.
❑ Art. 76, CC.

domicílio legal
• Incapaz: ​será o do representante legal ou
do assistente.
• Servidor Público: ​será o lugar que
exercer permanentemente suas funções.
• Militar: ​se for do Exército será aonde
servir e se for da Marinha ou da
Aeronáutica será a sede do comando a que
estiver imediatamente subordinado.
• Marítimo: ​onde o navio estiver ancorado.
• Preso: ​é o lugar em que cumpri a
sentença ou pena.

domicílio de
eleição
❑ É também denominado de contratual ou
voluntário
especial.
❑ É aquele estabelecido pelas partes em
contrato escrito, que se presta a fixar onde
serão cumpridos os direitos e deveres
decorrentes da convenção e possíveis
litígios decorrentes da avença.
❑ Art. 78, CC.

domicílio de
eleição
CLÁUSULA VINTE E DOIS - DO FORO:
Fica eleito o foro da cidade de Brasília, DF,
como competente para dirimir quaisquer
questões oriundas do presente contrato,
com exclusão de qualquer outro, por mais
privilegiado que seja.
E, por estarem ajustadas e acordadas, as
partes assinam o presente termo em três
vias de igual teor e forma para um só efeito
legal.

Mudança de
Domicílio
Dispõe o Código Civil:
"Art. 34. Muda-se o domicílio, transferindo a
residência, com intenção manifesta de o
mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção
resultará do que declarar a pessoa mudada
às municipalidades dos lugares, que deixa,
e para onde vai, ou, se tais declarações
não fizer, da própria mudança, com as
circunstâncias que a acompanharem".
São duas as condições para que a
mudança se efetive: transferência da
residência para local diverso e ânimo de ali
permanecer, constituindo, assim, novo
domicílio".

PARA CASA 1 e 2
CONCEITUE: A) EUTANÁSIA;
B) ORTOTANÁSIA; C)
DISTANÁSIA; D) MISTANÁSIA.
DIFERENCIE: TESTAMENTO
VITAL x EUTANÁSIA

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