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ESSE FARAÓ NÃO ME CONHECE!

ESSE FARAÓ NÃO ME CONHECE!

Êxodo 1: 1-22

    Começando com o significado do livro de Êxodo, esse está relacionado à palavra
grega exodos e consequente sua derivação do latim exodus  que significa "saída" ou "partida",
e como um mínimo conhecedor da Palavra do Senhor, sabemos o porque.

Começando com o significado do livro de Êxodo, esse está relacionado à palavra grega

    O livro foi escrito por Moisés e não há argumentos contra sua autoria. Tem a sua ideia
centrada na redenção do povo de Deus e tem a finalidade de descrever como Israel tornou-se
a nação da Aliança do Senhor. É o segundo livro da Torá Judaica e por ser escrito por um dos
mais importantes profetas, para os judeus, Moshé (ou Moisés), a descrição da história relatada
nele é tida como oficial pelo povo judeu. Jesus chega a citar esse livro como sendo o "Livro de
Moisés" (Mc 12:26).
     Para que conheçamos como o povo de Israel foi parar no Egito e, por consequente, como se
tornou escravo, é bom, conhecermos a história de José até o final do livro de Genesis.
    Bem sabemos que, no final de Genesis, José era governador do Egito e que trouxera Jacó e
seus irmãos para morarem no Egito, pois viveriam melhor dessa forma, contudo, José sabia
exatamente que ali não era o lugar deles (do povo hebreu), pois declara no versículo 24 do
capítulo 50, que sabia muito bem da promessa de Deus, feita a Abraão, Isaque (seu avô) e Jacó
(seu pai) sobre a promessa da terra e deixa claro, com uma confiança enorme de que Deus os
visitaria (Gn 50: 25).
    E depois de tudo isso, começa, portanto, a narrativa de Êxodo, citando além de Jacó, os seus
irmãos, que juntos dão nome as 12 tribos de Israel(juntamente com Efraim e Manassés, filhos
de José, e excetuando-se a de Levi, pois não possuíam possessão de terra).
    Um faraó, segundo historiadores, Amósis I, não conhecia José. Mas, como não conhecia, se
José foi o cidadão que salvou o Egito de perecer pela fome? Passeando pela história, vemos
que Amósis, foi o faraó que expulsou os hicsos. Esse povo, tinha sua origem na região asiática
da Síria e Palestina e nos desertos das circunvizinhos. Eles estariam migrando para o Egito por
conta da escassez de alimentos da região e da fartura nas regiões próximas as Nilo. Quando
José foi vendido como escravo pelos seus irmãos, provavelmente, foi vendido aos hicsos, que
migravam para o Egito, e posteriormente, venderam José como escravo ao egípcio Potifar. É
óbvio que tanto hebreus (que já estavam no Egito) como os hicsos, cresciam em número e isso
assustava a supremacia egípcia na região. Esse contexto, fez o poderoso exército egípcio
guerrear contra os hicsos, e como esperavam, venceram. E foi o começo da expulsão deles do
território, porém, ao mesmo tempo que os egípcios necessitavam expulsa-los precisavam de
mão de obra escrava para o trabalho das metrópoles egípcias que cresciam, é foi o que
fizeram. E é onde começa a história do faraó (Amósis I) que não conheceu José. Quero crer que
na verdade o faraó sabia quem era José, porém, naquele momento de tensão política com os
hicsos, pouco importava quem era José ou o que ele tinha feito, era outro cenário político. Ao
ver o crescimento da população hebreia, Amósis vê um cenário parecido, com o cenário dos
hicsos, e ao invés de guerrear, pondo em risco a vida dos soldados do forte exército egípcio, o
faraó tem a "brilhante" ideia. Como o povo hebreu está crescendo, façamos eles de escravos,
de forma que possamos controlar o crescimento deles, e não se juntem aos nossos inimigos
(hicsos) (Ex 1: 10). Mas o tiro saiu pela culatra... o povo crescia mais ainda (Ex 1: 10-14). Então,
outra ideia sobreveio aos egípcios, ao invés de apenas escravizar os adultos e jovens,
mataremos os bebês meninos que nascerem e não teremos problemas com homens, que no
futuro, poderão formar um exército contra a nação do Egito. E deram ordem às parteiras
hebreias, para que quando os meninos nascessem, os matasse, se fosse menina deixasse viva.
Pronto! Contudo, outra vez, o tiro saiu pela culatra! As parteiras temiam à Deus, e não fizeram
isso... e o povo crescia e se fortalecia (Ex 1: 15-21).
     Quando parecia que não havia mais jeito de fazer o povo parar de crescer e se multiplicar, e
depois de duas tentativas frustradas de controlar o povo de Deus, outra ideia "brilhante".
Faraó dá ordem de que qualquer egípcio, qualquer um do povo do Egito, que visse um menino
hebreu, deveria lançar o menino no rio para que morresse. Pam! Bingo! Agora acertou!
      A vida para as mães hebreias ficou difícil, depois do edito do faraó, uma hebreia da tribo de
Levi teve um filho e depois de três meses, não podendo mais escondê-lo, monta um cesto de
junco calafetado com piche e o deixa rio abaixo, até ser encontrado pela filha de faraó.
    Segundo historiadores a fila de faraó era a famosa rainha Hatsepsute. Para que possamos
entender a relação de Moisés com o faraó do Egito, e o livre acesso que esse tinha aquele, é
interessante entendermos quem era essa rainha.
    Amosis I, que foi o faraó que expulsou os hicsos e pôs os hebreus sobre escravidão, foi
sucedido por seu filho Amenófis I, que foi sucedido por Tutmés I.
     Tutmés I teve dois filhos. Um dos filhos foi concebido com a sua esposa oficial, era uma
menina, a famosa Hatsepsut (a filha de faraó que encontrou Moisés) e o outro era um menino,
filho do faraó com uma concubina. Era Tutmés II.

    Por conta de uma tradição na corte egípcia, de manter a linhagem real, Tutmés II casa-se
com
sua meia irmã Hatsepsut, que se torna a esposa
oficial de faraó. Hatsepsut não teve filhos com Tutmés II. E  a exemplo de Tutmés I, tem um
filho com uma concubina:  é Tutmés  III. Depois de um tempo o faraó Tutmés II morre (Ex
2:23), e não tendo herdeiro com idade suficiente para assumir a responsabilidade de se tornar
o soberano do Egito, sua madrasta (Hatsepsut) assume o comando do império até a
maioridade do bebê Tutmés III, se vestindo como homem e sendo reconhecida como tal pelo
clero e pela nobreza egípcia. Com a maioridade de Tutmés III, agora com 22 anos de idade,
este assume o trono do Egito, como o faraó, casando-se, e após duas gerações, o Egito tem o
primeiro herdeiro primogênito de uma esposa oficial, Amenofis II ou Amenhotep. É esse o
primogênito que veremos aparecer durante as pragas divinas no Egito. (A genealogia dos
faraós está no gráfico. A seta amarela mostra o período em que Moisés foi achado por
Hatsepsut, ainda no reinado de Tutmés II).
      É nesse ínterim, antes da morte de Tutmés II e a assunção do poder por sua esposa
Hatsepsut, que acontece o achado do cesto que estava Moisés, no rio pela então filha de faraó
(no caso, a filha de Tutmés I).
     O mais interessante é que a história egípcia, mostra uma coisa extremamente interessante.
Segundo historiadores o faraó do Êxodo de Israel era Amenófis II (Tutmés III), o que está
extremamente condizente com a história.
    Contudo, você já parou para se perguntar como o líder dos hebreus, povo escravo, era
liberado pela guarda pessoal do faraó para dirigir-lhe diretamente a palavra, frente à frente
com o rei do Egito. É exatamente por causa do período em que Moisés fora achado e ser
exatamente o período em que Tutmés III, era apenas uma criança. Os dois foram
contemporâneos e eram educados nas mesmas escolas, da corte egípcia. Moisés tinha livre
acesso porque que foi educado junto com o futuro faraó do Egito! Eles se conheciam, eram
"amigos", e conheceu o filho de Tutmés III até mais ou menos 8  ou 10 anos de idade.
    Tutmés III, é considerado por alguns egiptólogos, como o "Napoleão do Egito", devido ao
grande investimento militar no maior exército da época, daí o medo dos israelitas quando
eram perseguidos pelo exército do Egito, já no reinado de Amenófis I, considerado um dos
mais cruéis faraós egípcios.
    E assim se começa e se desenrola a história e educação de Moisés no meio da cultura
egípcia. Aos 40 anos (Hb 11: 24-27), provavelmente, já no reinado de Tutmés III  Hatsepsute,
como faraó, Moisés vê um hebreu sendo espancado por um egípcio e o mata e esconde o
corpo na areia, no dia seguinte dois hebreus brigavam e ao tentar apartar a briga revelam que
viram o que Moisés havia feito ao egípcio, ainda soube que essa informação chegara até o
faraó (Tutmés(Hatsepsute)) que manda matá-lo, Moisés com medo foge para Midiã e se
assenta junto a um poço, conhece seu futuro sogro Jetro (ou Reuel), se casa com Zípora, e tem
um filho chamado Gérson.
    Da mesma forma de quando era apenas um bebê, Moisés fora resgatado das águas para se
tornar membro da alta hierarquia do Egito. Moisés saia do fundo do poço para o topo. Da
humilhação para a honra. De perseguido e condenado à morte (mesmo sendo um bebê) ao
topo onde Deus o coloca em segurança dentro da corte do rei. Do fundo ao topo. Contudo,
agora, o caminho é inverso. De um dos principais do Egito à fugitivo condenado à morte, e de
forma irônica, pela pessoa que o resgatou do rio. Da honra à humilhação, agora...do topo ao
fundo.
    É claro que, a introdução de Êxodo tem um pano de fundo histórico, mas por ser a Palavra
de Deus jamais deixará de ser espiritual...
    A história de Moisés se desenrola em um período onde o povo de Deus era afligido por um
faraó que além de não conhecer José (Ex 1: 8), não conhecia o Deus de José. Perceba que,
quando José interpreta o sonho de faraó, o soberano do Egito, não só reconhece que não
havia homem como José, mas, que não havia homem como José em quem havia o Espírito de
Deus! E faraó reconhece que a revelação não foi de José, mas foi de Deus que revelou a José
quando diz em Gn 41: 38, 39: "Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem
como este, em quem há o Espírito de Deus? Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez
saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu". Um dos grandes mistérios não está
em não conhecer a José, não está em reconhecer a pessoa de José, o que José fez, ou quando
fez, mas em conhecer aquele que opera através de José. Nosso Deus!
    Não temos, em muitas ocasiões, a real dimensão do que ser é reconhecido, por que Deus se
faz conhecido através de nós, por muitas vezes, não temos a real dimensão de como Deus se
mostra através do seu agir por através de nós os seus servos, ou ainda, como disse o  Pr.
Leonardo Marques:  "...o Faraó que se levantou, não conhecia a história de José do Egito, ao
ver o povo de Deus crescendo e se multiplicando, temeu perder o seu reino, e tentou os deter,
muita das vezes é assim em nossas vidas, o inimigo sabe que somos uma bomba atômica para
seu reino, quando estamos de joelhos buscando a face do Senhor, então mediante a isso, tenta
nos desanimar, nos esmorecer, mas o que me chama mais atenção, que mesmo quando
fragilizados estamos, quando nos dobramos diante do nosso Deus, o inimigo nos vê como
faraó viu Israel, mais poderoso do que ele. Por isso não pare de buscar ao Senhor, não se deixe
levar pelos problemas, por mais que o inimigo tente te desanimar, lembre-se a sua oração
diante de Deus tem muitos seus efeitos e você crescerá e multiplicará, pois quando você ora a
Deus o inferno é bombardeado por você bomba atômica, então ore e creia pois você é uma
potência mas mãos de Deus.". (Acesso em: 3/1/14).
    Nesse trimestre (1º/2014) veremos como o poder de Deus opera através daqueles que o
buscam e são chamados por Ele para uma grande obra, que o próprio Deus tem preparado
para aqueles que o amam, para aqueles que são chamados segundo o seu propósito, mesmo
que essa obra seja libertar uma nação da escravidão.

"...todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados segundo o seu propósito." Rm 8:28

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