Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O QUE A PRAGA
FAZ COM A GENTE E O
Q
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
2
O QUE A PRAGA FAZ COM A GENTE E O QUE A GENTE FAZ COM A PRAGA
Estamos diante de uma pandemia, não digo que sem precedentes pois infelizmente a
história relata algumas pestes que mataram milhões de pessoas, 1epidemias como: a Febre Tifóide
(Egito 430 a.C.), matou um quarto da população; Febre Antonina (165-180) provavelmente varíola,
matou 5 milhões; Peste Justiniano, a primeira contaminação registrada de febre bubônica, matou
10 mil pessoas por dia; Peste Negra (1300) matou 20 milhões de pessoas em 6 anos. As 2pandemias:
Cólera; Gripe (asiática, espanhola, aviária, suína); Tifo; e agora a COVID19.
A questão é que, em pleno ano 2020, o mundo inteiro se está diante do mesmo problema,
em busca das mesmas soluções: salvar seus habitantes e sua estrutura social e econômica. O que a
praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga? Praga aqui não significa maldição, mas uma
crise devastadora provocada pela pandemia.
A primeira constatação que chegamos é que somos muito pequenos e limitados diante de
algo microscópico com poder de devastar o mundo. Todavia, assim como anteriormente o ser
humano se reergueu, assim também poderá se reerguer novamente. Esse simples material sugere
formas práticas de passar por isso da melhor maneira possível, bem como responder questões que
muita gente está se fazendo: por que algo que sempre desejei, ficar em casa descansando, está me
provocando tanta angustia? Como explicar para meus filhos que eles não tem aula, mas não estão
de férias? Esse medo que sinto tem pertinência? De que forma posso me adaptar e tornar a
quarentena um tempo precioso e produtivo? Como evitar desgastes no convívio próximo?
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
3
porque o pai exigiu que ele ficasse no quarto pois estava de castigo. Atitudes como essa podem
produzir danos psíquicos como baixa autoestima, medo, fobias...
O confinamento involuntário mais comum trata-se do cumprimento de pena por crimes
praticados. Em todas as modalidades, 3regime aberto ou fechado, a reclusão pode ser
extremamente penosa. 4Pesquisas consideram que ”prisioneiros possuem taxas mais elevadas de
transtornos mentais, quando comparados com a comunidade [...] A literatura internacional aponta
a religiosidade como um elemento protetor da saúde mental. Estudo com mulheres presas em
Ribeirão Preto/SP encontrou que não praticar alguma religião multiplica o risco de ter depressão
moderada especialmente entre mulheres jovens”. O isolamento na instituição prisional faz parte de
uma cadeia de fatores promotores da instabilidade emocional e psíquica, entre tantos sintomas
identifica-se depressão, culpabilidade, agressividade, revolta, baixa autoestima, medo, elevado
nível de ansiedade e estresse.
Há o confinamento voluntário, quando o indivíduo se engaja em um desafio, como por
exemplo um reality show. Apesar da livre e espontânea vontade, essa situação nem sempre é
confortável e tranquila, ao contrário, pode desencadear uma série de sintomas de caráter
depressivo, ansiedade, medo, crise de identidade, além de potencializar quadros psicológicos já
existentes. “Foi um alívio sair. Eu sentia tanta falta da liberdade e, quando saí, já não sabia o que
fazer com ela” (Ator Dudu Pelizzari que participou do reality em 2010 "A Fazenda”.
Outro confinamento voluntário acontece quando o indivíduo se isola em busca de um
objetivo espiritual ou emocional através de práticas como meditação, rituais, silêncio, jejum,
exercícios mentais, etc. Esse cerceamento, apesar de satisfatório, também causa certa angustia,
especialmente nos primeiros momentos ou dias. Há toda uma restrição e um refreamento do estilo
de vida e comportamento do indivíduo carecendo de uma adaptação. O testemunho de pessoas
que optam por práticas como essas quase sempre começam com a frase “nos primeiros dias foi
muito difícil...”. O mesmo se aplica às pessoas que ingressam em um SPA para um programa de
emagrecimento ou reeducação alimentar. Elas desejam e pagam para estar lá, mas sentem uma
sensação de desconforto e aprisionamento.
E por fim o confinamento compulsório para a proteção, prevenção e bem estar. Este pode
ser aplicado em várias situações. Por exemplo, internamento numa clínica de tratamento de
dependência química; internação de doentes se convalescendo; ou ainda, a reclusão de pessoas em
situações de risco, como é o caso que vamos tratar aqui, a famosa quarentena. Esse termo, segundo
5
Mark Harrison, provavelmente foi inspirado no texto de Jesus no deserto, onde permaneceu por
quarenta dias, jejuando e orando, assim o fez com a intenção de preparar-se para seu ministério
(Lucas 4.1-13). Na verdade a prática, denominada “quarantino” surgiu em Veneza no século XIV,
quando a 6Peste Negra (conhecida por esse nome por ser transmitida pelas pulgas e ratos pretos)
se espalhou pela Europa. A cidade aplicou a regra de que os navios precisavam ficar ancorados por
quarenta dias antes dos passageiros e da tripulação desembarcarem.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
4
7 A _P hysi ci a n_ W ear i ng _a_ S eve nt e en th _C en tur y _Pl ag ue _Pr ev e nti v e_C ost u me _ W DL3957. p ng (w i k p édi a)
8 Praga de Londres ou peste bubônica, transmitida por uma bactéria no rato, dizimou quase de 75 mil a 100 mil pessoas.
9 Fonte; artigo de Gilberto Cruvinel.
10 Ferramenta matemática para analisar fenômenos que abrigam um ou mais componentes da física.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
5
Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã. Me sorri
um sorriso pontual. E me beija com a boca de hortelã". ("Cotidiano" Chico Buarque)
O que parece tedioso na rotina diária é o que nos equilibra pois a repetição de
comportamentos permitem uma organização física, emocional e social, permitindo uma sensação
de controle. "Quando não temos uma rotina levamos o corpo a um estresse, pois ele não consegue
organizar as funções metabólicas. Por exemplo, o organismo não sabe quando vai receber um
alimento, então libera hormônios anabólicos para armazenar a comida já ingerida", explica a clínica
geral Camila Pinto. As rotinas são fundamentais a partir do nascimento.
Há possibilidade de estabelecer uma rotina alternativa em tempo de confinamento. Tanto
aquele que mora sozinho como famílias podem construir uma base de atividades e tarefas. Isso
fornece uma sensação de segurança, unidade e dinâmica.
Para crianças. É importante elas saberem que não estão de féria por isso não podem viajar
e realizar atividades que normalmente fariam nesse período. Esconder a situação das crianças não
é poupá-las, mas confundi-las. Hoje, muitas crianças tem acesso a internet e redes sociais, sendo
assim é importante que sua curiosidade sobre o assunto seja atendida, obviamente, não precisamos
usar uma “bomba de realidade”, mas mostrar que todo o mundo está se protegendo de uma doença
que pode ser dominada e exterminada, como já aconteceu no passado, se todos cumprirmos nossa
parte. Com uma informação objetiva e verdadeira, elas vão compreender melhor as limitações e se
sentirem mais seguras. Algumas sugestões para crianças e adolescentes.
1. Hora de estudo. É um momento precioso de reforço escolar. Rever matérias nas quais há
dúvidas. Uma ou duas horas por dia é muito útil. É uma grande oportunidade de exercitar a
leitura e interpretação de texto. Oferecer (de acordo com a idade) um texto, pedir para
lerem e depois explicarem para a família o que leram. É possível até uma interpretação
lúdica. Alguns adolescentes dizem: vou ter que estudar nas férias, então agora não quero
fazer nada. Há uma lógica se não houvesse a imposição da quarentena, mas como há, incluir
o benefício da rotina reduzida de estudo nesse período é muito sadio.
2. Hora da responsabilidade. Arrumar o quarto, o armário, os brinquedos. Ajudar em alguma
tarefa. É uma grande oportunidade de incluí-los no funcionamento da casa.
3. Hora de exercícios. Quem mora em casa e tem quintal privativo, fica mais fácil. Quem mora
em apartamento também pode lançar mão de alguns recursos (ver na internet), para
movimentar o corpo.
4. Atividades diversas. Empresas e profissionais estão disponibilizando atividades direcionadas
a várias faixas etárias. Pode ser um bom momento para desenvolver a criatividade e
despertar interesses.
As atividades podem ser feitas em família, isso é um privilégio através do qual é possível
estreitar a comunicação e a interatividade, e tão negligenciado nos nossos dias.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
6
E se as crianças ou adolescentes se negarem? Vivemos uma época de crise e até então, não sabemos
como as coisas vão se desenvolver, por isso, tentar convence-los da importância desses movimentos
é prepará-los para um desfecho breve ou prolongado da crise.
Com adultos. O princípio é o mesmo. Estabelecer um cronograma e uma agenda diária que inclua
atividades diversas. Como já mencionei, muitos profissionais e instituições estão oferecendo cursos
os mais diversos: idiomas estrangeiros, música, dança, yoga, artesanato, planejamento,
maquiagem, jardinagem, gastronomia, etc. Até cursos de extensão e profissionalizantes. Sendo
assim é possível reservar uma hora para atividades físicas, intelectuais, e relaxantes. Talvez esse seja
o momento de descobrir seus talentos e aperfeiçoar seus conhecimentos. Algumas editoras estão
oferecendo literatura, uma ótima oportunidade para recomeçar a prática da leitura.
ANSIEDADE E ESTRESSE. A ansiedade é basicamente motivada por necessidade de controle e medo
superdimensionado.
“Não andem ansiosos por coisa alguma...” (Filipenses 4.6)
Por que o isolamento é importante? Se eu vejo que ruas estão vazias e não acho que é
nenhum problema sair, pode realmente não ser, mas se 500 pessoas no meu bairro
pensarem assim, já temos uma aglomeração e um risco de contaminação. Ser comedido em
relação à mobilidade é uma atitude de prevenção e também de solidariedade, para mais
cedo poder voltar à vida normal. Nessa hora cabe o bom senso.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
7
11 Paranóia são pensamentos influenciados pela ansiedade e medo, por vezes com delírios e irracionalidade.
12 SARS - síndrome aguda respiratória grave.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
8
As pessoas reagem diferentemente às notícias. Tem gente que gosta de postar coisas
engraçadas; outras que desejam acompanhar tudo que está acontecendo; há ainda aqueles
que não querem falar no assunto. O respeito ao outro é importante. Forçar, criticar, cobrar,
tentar impingir opiniões, discutir, só eleva o estresse. Vamos aproveitar a oportunidade para
entender que as pessoas reagem de formas diversas.
Evite o excesso de notícias trágicas. O fluxo de informações que provocam ansiedade foi
denominado pela OMS de infodemia. Saber o que está acontecendo não significa ficar
obcecado por informações. Há muita notícia, postagens, orientações circulando e nem todas
são fieis e pertinentes. Aumentam as teorias de conspiração e especulações. Vale observar
o quanto tempo gastamos com esse tema, seja na internet, em grupos, em redes sociais,
televisão. Dados contraditórios podem causar confusão e medo, além de atitudes
precipitadas, como auto medicação.
Pensamento negativo. O pensamento recorrente de que tudo vai dar errado. É o fim do
mundo. Todos vão morrer. O país não vai se recuperar. Os profissionais de serão
contaminados. Vou a falência... Realidade é diferente de pessimismo. “Quero trazer à
memória o que pode me dar esperança”. A realidade está complicada sim, mas o mundo se
recuperou de muitas catástrofes. Você certamente já vivenciou algum momento difícil,
talvez já esteve em alguma situação que não parecia haver solução, mas você está aqui. Algo
ruim já lhe aconteceu, mas algo bom também lhe acontece, traga isso à sua memória. Leia,
veja filmes, converse sobre histórias de vitórias e superação. Seja uma realista otimista.
SOLIDÃO. “É impossível ser feliz sozinho”. O verso imortalizado por Tom Jobim na música
Wave valoriza a importância de convivermos em grupo.
Solitude. De repente você se viu sozinho(a), por uma contingência de morar só e precisar
permanecer em casa. Primeiramente pense que isso vai passar. Pense em investir na sua
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
9
O ditado parafraseado acima está longe de ser uma realidade. O primeiro impulso do ser
humano é na direção de si mesmo e daqueles a quem ama. Isso é normal, não significa que você é
egoísta e insensível, todavia a dificuldade traz a lume nossas sombras, o que há de pior em nós
mesmos. Comida, segurança, vacina, remédio, atendimento, primeiro para nós, se sobrar, para o
outro. Por isso em muitos lugares os mercados estão vazios; pessoas sem conseguir se abastecer;
remédios esgotados. Por outro lado a crise também desperta em nós um espírito compassivo. De
que forma podemos trazer equilíbrio entre nossa necessidade pessoal e a prática da solidariedade?
Reveja suas prioridades. Uma crise como essa atinge economicamente a todos e nos desafia
a revermos nossas prioridades. Quanto podemos poupar? Quanto podemos gastar? O que
podemos negociar? Quanto podemos dispor para ajudar o outro?
Olhando pelo próximo. Sabe aquele valor que você normalmente gasta comprando coisas,
ou com lazer, viagens, etc. Se você tem uma reserva ou um salário fixo, que tal separar um
pouco e dar um destino altruísta? Há pessoas que só recebem ao prestarem serviços.
Algumas prestam serviços para nós. Uma sugestão é adiantar o valor e depois o profissional
nos compensar. Se o profissional tem condições de oferecer o serviço on line, podemos,
dentro das nossas possibilidades atuais, pagar por esses serviços integralmente ou negociar
uma redução do valor.
Cesta básica solidária. Todo mundo que tinha algum dinheiro já foi ao mercado fazer sua
despensa, mas tem muita gente que não conseguiu comprar o suficiente porque não tem
recursos. Uma sugestão, toda vez que formos no mercado, junto com nossas compras,
fazermos uma cesta básica para alguém. Se você já foi e puder ir novamente, faça isso.
Compromissos. Quem faz parte e contribui normalmente com alguma entidade religiosa
que está cumprindo as recomendações de prevenção e proteção cancelando o
congraçamento, mas transmitindo on line a liturgia, continue contribuindo de acordo com
suas condições atuais. Assim também com instituições beneficentes que dependem de
doações.
O texto de Lucas 4 de 1 a 13 fala sobre Jesus numa quarentena em um deserto, quando foi tentado
pelo diabo. Resumindo o texto:
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
10
- Se você é o filho de Deus, manda essas pedras se transformarem em pão, certamente está com
fome.
- Nem só de pão viverá o homem – replicou Jesus.
Então o diabo o levou a um local alto onde lhe mostrou reinos e riquezas.
- Olhe tudo isso! Tudo está sob o meu domínio e pode ser seu, apenas se me adorar. Pense como
será muito mais fácil realizar seu ministério com poder, dinheiro, infraestrutura... estou autorizado
a fazer isso por qualquer um, posso fazer por você...
- Adorarás ao Senhor, seu Deus, e somente a Ele prestarás culto – Jesus não se curvou.
O diabo, não satisfeito, o levou ao lugar mais alto do templo, em Jerusalém e o desafiou:
- Se você é mesmo filho de Deus, se joga daqui, prova seu poder... seu Pai, não vai deixar que nada
lhe aconteça e mandará anjos lhe segurarem, isso está até escrito nas escrituras.
Jesus o olhou e firmemente o advertiu - Também está escrito: Não tentarás o Senhor seu Deus!!!
Em tempos de crise e de desespero, a fé se confunde com insensatez e ignorância. Como
podemos ver no texto, numa interpretação simples, Deus permitiu que Jesus, seu filho, fosse
tentado. Tudo o que satanás falou era verdade: Jesus poderia transformar pedras em pães; sim, o
diabo é o príncipe desse mundo e por isso tem poder aqui e seria bem mais simples pra Jesus fazer
um pacto para ter sucesso rápido e fácil no seu ministério, mas preferiu o caminho estreito, repleto
de dificuldades e descrença; com certeza Deus poderia proteger Jesus, caso ele caísse ou se jogasse
num abismo. Mas Jesus não fez nada disso, pelo contrário, repudiou todas as tentações. Será que
algum crente ou líder faria a mesma coisa?
A fé a serviço dos meus interesses. Temos visto líderes religiosos e fiéis usarem a fé como
pretexto para atender seus interesses pessoais. A recomendação de não permitir
aglomerações em serviços religiosos como forma de prevenir e proteger as pessoas, são
repelidas, mas essa atitude é fé ou egoísmo? Fé ou irresponsabilidade? Durante a praga da
morte dos primogênitos no Egito, a recomendação era ficar todo mundo em casa “...nenhum
de vocês poderá sair de casa até o amanhecer” (Êxodo 12.22c). Seria fé sair?
E quem não tem internet? Sabemos que tem muita gente, especialmente idosos e pobres
que não tem acesso a internet para participar dos cultos on line. É necessário passar para
eles é que isso é um período e que vai passar. Hora de ler a Bíblia em casa e meditar. Quase
todo mundo tem um telefone, celular ou fixo, ou alguém na casa tem. Quem não pode
assistir os cultos, pode receber uma mensagem (versículo), uma oração no telefone. Crentes
podem se disponibilizar para fazer isso e assim serem igreja.
Repensar nossos conceitos e valores. Esse não é um apelo religioso, mas de conscientização
da vida. O que realmente tem importância para nós? O que vale olhar um dia lindo sem
poder sair para usufruir? O que interessa termos uma conta robusta, sem poder gastar?
Damos mais importância à roupa do que ao encontro; à festa do que a celebração; a foto no
porta retrato é linda, mas a convivência é ruim; o valor do presente é mais admirado do que
seu significado; status tem mais peso do que a realização pessoal; consideramos mais
aqueles que podem nos retribuir o favor do que aqueles que jamais poderão; valorizamos a
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
11
Qual nosso papel em tudo isso? Um vírus, algo microscópio, está provocando danos no
mundo todo, isso expõe nossa fragilidade, nossa pequenez. A culpa é da China! A culpa é dos
comunistas! A culpa é do capitalismo! A culpa é... NOSSA! Deus construiu um mundo
perfeito, mas nós o deterioramos com nossas escolhas individuais e coletivas. Há quem diga:
mas eu nunca fiz nada, não é minha responsabilidade. Existe uma cumplicidade no mundo,
de forma consciente ou inconsciente. Existem escolhas que afetam apenas a nós mesmos e
outras que afetam pessoas inocentes. Infelizmente vivemos o efeito borboleta, se desejar
assista minha palestra no YouTube, “Escolhas”- Mulheres de Betânia. O momento não é de
apontar culpados, além de não ajudar só reflete a imaturidade emocional da pessoa. O
momento é se unir em soluções. Como? Evitar acusações; não postar ou divulgar
informações sem fundamento ou incompletas. Não sabe bem sobre o assunto? não
comente; se torne um ajudador e não um espalhador. Temos um papel importante no
combate à pandemia, pense no que pode fazer.
Solidariedade. A fé sem obras é morta. “A fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e
eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tiago 2:17,18). Nós economizamos pra
viajar, para comprar um sofá novo, para adquirir bens... tudo isso é bom e voltará a
acontecer, mas nessa hora a solidariedade é fundamental, especialmente em relação
àqueles que estão próximos e desamparados. A fé é demonstrada por obras. Atos sem amor
também nada significam, sendo assim a prática religiosa em épocas de crise têm a ver com
o movimento FÉ AMOR AÇÃO, como podemos ver em 1 Coríntios 13.
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes
12
Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas,
se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou
como o barulho de um sino.
Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento,
entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu
lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.
Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado,
mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar
a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus,
e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14).
O que a praga faz com a gente e o que a gente faz com a praga – Alda Fernandes