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DIREITO CONSTITUCIONAL – Resumo Livro “Resumo de Direito

Constitucional – V.P.M.A

CAPÍTULO 1 – DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO


Denomina-se constitucionalismo o movimento que concebeu a estruturação racional do
Estado e de limitação do exercício de seu poder, através de um documento escrito que
seria sua lei fundamental e suprema.
Originou-se com a Constituição dos Estados Unidos (1787) e França (1791) que eram
escritas, rígidas e de orientação liberal, resumindo a regras de organização do Estado,
exercício, transmissão do poder e sua limitação.
No Estado Moderno, aponta-se o fenômeno da expansão do objeto das Constituições,
com tendência de ser de conteúdo extenso (abordando diversos assuntos) e preocupadas
com os fins estatais (Constituições dirigentes ou programáticas).
1.1 Constituição em sentido sociológico, político e jurídico
Na visão sociológica, a Constituição é concebida como fato social, e não como norma.
O texto é resultado da realidade social do país em determinada conjuntura histórica.
Caberia à Constituição escrita reunir e sistematizar esses valores sociais num
documento formal, que só teria eficácia se correspondesse aos valores presentes na
sociedade.
Para Ferdinand Lassale, a Constituição é a soma dos fatores reais de poder que atuam no
Estado, política e legitimamente, para conservar as instituições jurídicas vigentes.
A concepção política considera a Constituição uma decisão política fundamental. O
poder constituinte equivale à vontade política, cuja força ou autoridade é capaz de
adotar a concreta decisão sobre o modo e a forma da própria existência política do
Estado.
A Constituição disporia somente sobre as matérias de grande relevância jurídica, ao
passo que as demais normas integrantes do texto da Constituição seriam tão somente
leis constitucionais.
Em sentido jurídico, a Constituição apresenta-se como pura norma jurídica,
estritamente formal, norma fundamental do Estado e da vida jurídica de um país,
paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico e instituidora da estrutura básica
desse Estado.
Nessa visão, Hans Kelsen desenvolveu a Teoria Pura do Direito. Para ele a Constituição
é considerada como norma, e norma pura, como puro dever-ser, sem qualquer
consideração de cunho sociológico, político ou filosófico. Embora reconheça a
relevância dos fatores sociais numa dada sociedade, Kelsen defendia que seu estudo não
competia ao jurista, mas ao sociólogo e ao filósofo.
Kelsen desenvolveu dois sentidos para a palavra Constituição:
a) Sentido lógico-jurídico: a Constituição é a norma fundamental com função de
servir de fundamento lógico.
b) Sentido jurídico-positivo: a Constituição corresponde ao conjunto de normas que
regulam a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.
2. Classificação das Constituições
Quanto a origem: outorgadas, promulgadas ou cesaristas.
As outorgadas são impostas, sem participação popular. São designadas por alguns
como “Cartas Constitucionais”. (1824, 1937, 1967 e 1969).
As promulgadas (populares, votadas ou democráticas) são produzidas com a
participação popular, em regime de democracia direta (plebiscito ou referendo), ou
democracia representativa (assembleia constituinte). (1891, 1934, 1946 e 1988).
As cesaristas são outorgadas, mas dependem de ratificação popular por meio de
referendo.
Quanto a forma: escritas ou não escritas.
As escritas (ou instrumental) podem ser codificadas (um só documento) ou legais
(esparsas ou fragmentadas).
As não escritas (costumeiras ou consuetudinárias) não são solenemente elaboradas.
Encontram-se em leis esparsas, costumes, jurisprudências e convenções. Ex:
Constituição Inglesa.
Quanto ao modo de elaboração: dogmáticas ou históricas.
As dogmáticas são sempre escritas, elaboradas em um dado momento histórico.
As históricas (ou costumeiras) são não escritas e resultam da lenta formação histórica,
do evoluir das tradições.
Quanto ao conteúdo: material ou formal.
São materiais somente as normas, escritas ou não escritas, que cuidam de assuntos
essenciais à organização e ao funcionamento do Estado e estabelecem os direitos
fundamentais. Leva-se em conta o seu conteúdo.
Na concepção formal são constitucionais todas as normas que integram uma
Constituição escrita, elaborada pelo processo especial, independentemente de seu
conteúdo. Leva-se em conta somente o processo de elaboração. Todas as normas da
Constituição escrita são constitucionais.
Quanto à estabilidade: imutável, rígida, flexível ou semirrígida.
São imutáveis quando não admite modificações no texto.
É rígida quando exige um processo legislativo especial para modificação.
É flexível quando permite modificações pelo mesmo processo das demais leis.
É semirrígida quando exige um processo legislativo mais difícil para alteração de
alguns dispositivos e outro processo mais fácil para outros. Ex: Constituição de 1824.
Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico): normativas,
nominativas e semânticas.
São normativas as que efetivamente conseguem regular a vida política do Estado.
São nominativas (nominalistas ou nominais) aquelas que embora tenham sido
elaboradas com o intuito de regular a vida política do Estado, não conseguem, por esta
em descompasso com a realidade social.
São semânticas aquelas que não têm o fim de regular a vida política do Estado.
Quanto à extensão: analítica e sintética.
É analítica aquela com conteúdo extenso. É sintética aquela que versa somente sobre
princípios gerais ou regras básicas de organização do sistema jurídico estatal.
Quanto à finalidade: Constituição-garantia, Constituição-balanço e Constituição
dirigente.
A Constituição-garantia é sintética, negativa, oposta à autoridade. Tem preocupação
com a limitação dos poderes estatais.
A Constituição-balanço destina-se a registrar um dado estágio das relações de poder
no Estado em certo período político.
A Constituição dirigente é analítica, definindo os fins, programas, planos e diretrizes
para a atuação futura dos órgãos estatais, definindo um rumo através das normas
programáticas.
Quanto à sistematização: codificadas e legais.
As codificadas são aquelas sistematizadas em um único documento.
As legais são integradas por documentos diversos, fisicamente distintos.
3. Entrada em vigor de uma nova Constituição
As normas de uma nova Constituição projetam-se sobre todo o ordenamento, revogando
aquilo que com elas seja incompatível.
3.1 Retroatividade mínima
As novas normas constitucionais, salvo disposição expressa em contrário, se aplicam de
imediato, alcançando, sem limitações, os efeitos futuros de fatos passados. Efeitos ex
tunc. Afeta direito adquirido.
Segundo o STF só se aplica à Constituição Federal, não podendo ser aplicada às
Constituições Estaduais.
3.2 Entrada em vigor da nova Constituição e a Constituição pretérita
A promulgação de uma nova Constituição revoga integralmente a Constituição antiga,
independentemente da compatibilidade entre os seus dispositivos.
Alguns defendem a desconstitucionalização, onde a promulgação de uma Constituição
não acarretaria a revogação da Constituição passada. A CF/88 não adotou essa teoria.
3.3 Direito ordinário pré-constitucional incompatível
A nova Constituição não pode permitir que leis antigas, contrárias a seus princípios e
regras continuem a ter vigência. Assim aquelas conflitantes serão revogadas.
3.4 Direito ordinário pré-constitucional compatível
Se as leis pré-constitucionais em vigor no momento da promulgação da nova
Constituição forem compatíveis com esta, serão recepcionadas.
A recepção ou revogação das leis infraconstitucionais não precisa ser expressa.
Promulgada a nova Constituição, ocorrerá, tacitamente, a revogação das normas
incompatíveis e a recepção das compatíveis.
O status da lei recepcionada será determinada pela nova Constituição de acordo com a
espécie exigida agora. Caso na Constituição antiga fosse exigida lei ordinária para
regular a matéria e a nova Constituição tenha passado a exigir lei complementar, a lei
ordinária recepcionada terá força de lei complementar.
Há a possibilidade de a recepção alcançar apenas partes de um ato normativo.
Havendo controvérsia a respeito da revogação ou recepção de alguma norma, caberá ao
Poder Judiciário decidir.
3.5 Direito ordinário pré-constitucional não vigente
Se a norma não mais estiver no ordenamento jurídico no momento da promulgação da
nova Constituição, não há que se falar em recepção. A nova Constituição não restaura,
automaticamente a lei que não esteja em vigor. Pode, no entanto, por disposição
expressa, restaurar a vigência de determinada lei, ocorrendo a repristinação.
3.6 Direito ordinário em período de vacatio legis
A lei vacante não entrará em vigor no novo ordenamento constitucional.
4. Classificação das normas constitucionais quanto ao grau de eficácia e
aplicabilidade: eficácia plena, contida e limitada
Eficácia plena: são aquelas que desde a entrada em vigor da Constituição, produzem os
efeitos essenciais. Não dependem da elaboração de novas normas. São de aplicabilidade
direta, imediata e integral.
Eficácia contida: aquela que deixou margem à atuação restritiva por parte da
competência discricionária do Poder Público. Nos termos que a lei estabelecer ou nos
termos de conceitos gerais nelas enunciados. Ex: é livre o exercício de qualquer
profissão. São de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral.
Eficácia limitada: não produzem com a simples entrada em vigor, seus efeitos
essenciais pois o legislador não regulou plenamente a norma que deveria ser
estabelecida. São normas programáticas. Requerem uma determinada atuação,
estabelecendo um programa, um rumo.
5. Interpretação da Constituição
São aplicáveis os métodos gramatical, teleológico, sistemático, histórico, etc. Porém
existem alguns princípios próprios:
5.1 Princípio da unidade da Constituição
O texto constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas
normas, interpretando a Constituição na sua globalidade.
Não há hierarquia entre as normas constitucionais; Não existem normas constitucionais
originárias inconstitucionais (emendas sim).
5.2 Princípio do efeito integrador
Na resolução dos problemas deve-se dar primazia aos pontos de vista que favoreçam a
integração política, social e o reforço da unidade política.
5.3 Princípio da máxima efetividade
O intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia,
mais ampla efetividade social.
5.4 Princípio da Justeza
A interpretação não pode implicar alteração na estrutura de repartição de poderes e
exercício das competências constitucionais estabelecida pelo poder constituinte
originário.
5.5 Princípio da Harmonização
Impõe a coordenação e combinação dos bens jurídicos quando se verifique conflito ou
concorrência, de forma a evitar a exclusão de uns em relação aos outros.
5.6 Princípio da força normativa da Constituição
O intérprete deve valorizar as soluções que possibilitem a atualização normativa, a
eficácia e a permanência da Constituição. Não deve negar a eficácia ao texto
constitucional, mas sim lhe conferir a máxima aplicabilidade.
5.7 Interpretação conforme a Constituição
No caso de normas polissêmicas ou plurissignificativas (que admitem mais de uma
interpretação), dê-se preferência à interpretação que lhes compatibilize o sentido com o
conteúdo da Constituição.
6. Poder Constituinte
É o poder de elaborar e modificar normas constitucionais.
6.1 Titularidade e exercício
O titular do poder constituinte é o povo, pois só este tem legitimidade para determinar
quando e como deve ser elaborada uma nova Constituição ou modificada a existente.
Duas formas de exercício: democrática (poder constituinte legítimo) ou autocrática
(poder constituinte usurpado).
O exercício democrático ocorre pela assembleia nacional constituinte ou convenção: o
povo escolhe seus representantes (democracia representativa) que formam o órgão
constituinte, incumbido de elaborar a Constituição promulgada. (1891, 1934, 1946 e
1988).
O exercício autocrático dá-se pela outorga: estabelecimento da Constituição pelo
indivíduo, ou grupo, líder do movimento revolucionário que o alçou ao poder, sem a
participação popular. (1824, 1937, 1967 e 1969).
6.3.1 Poder Constituinte Originário: É o poder de elaborar uma Constituição.
6.3.2 Poder Constituinte Derivado: É o poder de modificar a Constituição Federal
(reformador) e elaborar as Constituições estaduais (decorrente).
Tem como características ser um poder jurídico (regulado na CF), derivado (instituído
pelo poder constituinte originário), subordinado (possui limitações constitucionais) e
condicionado (deve observar regras constitucionais).
6.3.3 Poder Constituinte Difuso
É o poder de fato que atua na etapa da mutação constitucional, sendo um meio informal
de alteração da Constituição. Cabe a ele alterar o conteúdo, alcance e o sentido das
normas constitucionais, mas de modo informal, sem qualquer modificação na
literalidade do texto da Constituição. É difuso pois não é positivado na Constituição.
6.3.4 Poder Constituinte Supranacional (transnacional ou global)
É o poder encarregado de fazer e reformular as Constituições transnacionais,
supranacionais ou globais. Atuam em blocos de países, como a União Européia.

CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA


2. Formas de Estado
É o modo de exercício do poder político em função do território de um dado Estado.
Será federado (federal, complexo ou composto) se o poder político estiver repartido
entre diferentes entidades governamentais autônomas. É um modelo de descentralização
política. O poder político é dividido entre as diferenças entidades federadas dotadas de
autonomia. Não há subordinação hierárquica para o exercício autônomo das
competências que lhes são atribuídas.
O Estado será unitário (ou simples) se existir um único centro de poder político no
respectivo território. O Unitário divide-se em:
Unitário puro (ou centralizado): as competências estatais são exercidas de maneira
centralizada pela unidade que concentra o poder político.
Unitário descentralizado administrativamente (ou regional): as decisões políticas estão
concentradas no poder central, mas a execução das políticas é delegada a pessoas e
órgãos criados para esse fim.
Unitário descentralizado administrativa e politicamente: ocorre a descentralização
administrativa e política, esta última caracterizada pela autonomia dos entes
descentralizados para que no momento da execução possa decidir no caso concreto a
ação mais conveniente e oportuna.
Ainda, há a forma de confederação que consiste na união dissolúvel de Estados
soberanos (tem soberania – na federação há a autonomia), que se vinculam mediante
contrato regido por Direito Internacional.
3. Formas de Governo
É a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre
governantes e governados.
Republicano: por meio de eleições por período certo, o governante represente o povo,
com dever de prestar contas.
Monarquia: hereditariedade, vitaliciedade e ausência de representação popular. O
Monarca não representa o povo e sim os interesses de alguma família. A CF de 1891 foi
a primeira a não adotar a monarquia.
4. Sistemas de Governo
Está ligado ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo. Se há
mais independência, fala-se no presidencialismo. Se os poderes têm maior colaboração
trata-se do parlamentarismo.
5. Regimes de Governo
Na democracia tem-se a participação dos destinatários na escolha dos titulares dos
cargos políticos. Na democracia direta o povo exerce os poderes elaborando
diretamente as leis, administrando e julgando as questões do Estado. Na democracia
indireta (ou representativa) o povo outorga as funções de governo aos seus
representantes. Na democracia semidireta combina a democracia representativa com
democracia direta (referendo e plebiscito), sendo o modelo adotado pela CF/88.
6. A Federação na Constituição de 1988
O modelo federativo iniciou-se em 1891. A federação brasileira não é um típico
modelo. Normalmente há apenas um poder político central (União) e os centros
regionais de poder (estados). No Brasil ainda tem os entes federados atípicos ou
anômalos (DF e municípios).
O Estado Federado pode formar-se por agregação ou por desagregação.
Por agregação quando antigos Estados independentes ou soberanos abrem mão de sua
soberania e se unem para a formação de um único Estado federal. Ocorre o movimento
centrípeto, de fora para dentro.
Por desagregação quando um Estado unitário descentraliza-se, instituindo uma
repartição de competências entre entidades federadas autônomas. Ocorre o movimento
centrífugo, de dentro para fora. É o caso da federação brasileira.
O federalismo dual possui uma rígida separação das competências. É o caso dos EUA.
No federalismo cooperativo há divisão não rígida de competências, ocorrendo uma
proximidade maior entre os entes federativos, que deverão atuar em conjunto, de modo
comum ou concorrente. É o caso da federação brasileira.
No federalismo simétrico tem equilíbrio na repartição das competências entre os entes,
bem como maior homogeneidade cultural. Exemplo dos EUA.
No federalismo assimétrico há um tratamento diferenciado aos entes federados,
obtendo maior equilíbrio e redução das desigualdades regionais. Normalmente é
marcado pela diversidade. Exemplo é o Canadá.
O Brasil enquadra-se no tipo federação de equilíbrio¸ onde está fundado no equilíbrio
entre as competências e a autonomia conferidas aos entes federados pela Constituição.
Somente o Estado é soberano. Os entes federados, separadamente considerados
possuem apenas autonomia.
6.1 União
É entidade federativa autônoma em relação aos estados e municípios. É pessoa jurídica
de direito público interno. Cabe à União exercer as prerrogativas da soberania do Estado
brasileiro, quando representa a República Federativa do Brasil nas relações
internacionais. Trata-se de atribuição exclusiva.
A União, através do Presidente da República, somente representa o Estado nos atos de
Direito Internacional. Quem efetivamente pratica esses é a República Federativa do
Brasil.
6.2 Estados Membros
São entes típicos do Estado Federal. A autonomia dos estados membros caracteriza-se
pela sua capacidade de auto-organização e autolegislação, de autogoverno e de
autoadministração.
Os estados devem obediência aos princípios estabelecidos na Constituição Federal.
Dividem-se em sensíveis, extensíveis e estabelecidos.
Princípios constitucionais sensíveis – são aqueles cuja observância é obrigatória, sob
pena de intervenção federal.
Princípios constitucionais extensíveis – regras de organização que a Constituição
estendeu aos estados e municípios. São de observância obrigatória no exercício dos
poderes de organização.
Princípios constitucionais estabelecidos – limitam a autonomia organizatória do Estado,
estabelecendo preceitos centrais de observância obrigatória.
7. Intervenção Federal
Admite o excepcional afastamento da autonomia política, por meio da intervenção de
uma entidade política sobre outra, diante do interesse maior de preservação da própria
unidade da Federação.
A União tem competência para intervir no DF e nos estados. Os estados têm
competência para intervir nos municípios. Assim, a União não pode intervir em
município.
A decretação da intervenção é um ato político, executado sempre, exclusivamente pelo
Chefe do Poder Executivo. Poderá ser espontânea (de ofício) ou provocada.
7.1 Intervenção federal espontânea
Para a defesa da unidade nacional; Para a defesa da ordem pública; e para a defesa
das finanças públicas.
7.2 Intervenção federal provocada
A provocação poderá dar-se mediante solicitação (facultativo) ou requisição
(obrigatório).
A solicitação é para a defesa dos Poderes Executivo e Legislativo.
A requisição poderá ser efetuada pelo STF, STJ ou TSE.
No caso de recusa à execução de lei federal e ofensa aos princípios sensíveis, a
intervenção dependerá de representação interventiva do Procurador Geral da República
perante o STF.
Na recusa de execução de lei federal terá a ação de executoriedade de lei federal.
No caso de ofensa aos princípios sensíveis terá a representação interventiva ou ação
direta de inconstitucionalidade interventiva.
7.3 Decreto interventivo
A intervenção federal será implementada mediante decreto expedido pelo Presidente,
que, uma vez publicado, terá eficácia imediata.
O decreto especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução da intervenção
e, se for o caso, nomeará temporariamente o interventor, com o consequente
afastamento das autoridades locais.
Na intervenção espontânea o Presidente ouvirá o Conselho da República e de Defesa
Nacional (sem vinculação).
A intervenção será sempre temporária. Durante a intervenção federal, a Constituição
não poderá ser emendada.
O decreto deverá ser submetido à apreciação do Congresso em 24 horas. Não há
controle do Congresso nas requisições do Poder Judiciário.
8. Intervenção nos Municípios
Os estados poderão intervir nos municípios mediante a expedição de decreto pelo
governador. Não se incluem os municípios localizados em territórios federais.

CAPÍTULO 4 – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

CAPÍTULO 5 – PODER LEGISLATIVO


Suas funções típicas são legislar e fiscalizar, esta última realizar a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo.
Suas funções atípicas são administrar e julgar.
2. Composição
O Congresso Nacional é bicameral, chamado bicamerismo federativo. O Senado tem
composição paritária. A Câmara tem composição proporcional à população de cada
estado.
Normalmente o Congresso atua por meio da manifestação das duas Casas, porém há
situações que é exigido o trabalho conjunto (sessões conjuntas), embora a deliberação
seja em separado, como no caso da lei orçamentária.
2.2 Câmara dos Deputados
A representação é proporcional à população de cada estado, sendo atribuída à lei
complementar a fixação do número total de deputados, sendo no mínimo de 8 e no
máximo 70 por estado. Casa exista territórios, terá o número fixo de 4 deputados.
2.3 Senado Federal
Composto por representantes do estado (não é do povo), de forma paritária, sendo 3 por
estado e DF. Mandato de 8 anos, renovada parcialmente de 4 em 4 anos. Cada senador é
eleito com 2 suplentes.
3. Órgãos
3.1 Mesas diretoras (mesa da Câmara; do Senado; do Congresso)
É o órgão administrativo de direção. A mesa do Congresso será presidida pelo
presidente do Senado.
A mesa do Senado e da Câmara são eleitas devendo ser assegurada a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos que participam da respectiva casa. Mandato de
2 anos, veda a recondução para o mesmo cargo (vedação somente para a mesma
legislatura).
3.2 Comissões
São órgãos colegiados. Visa facilitar o trabalho do Plenário das Casas, pois cabe às
comissões estudar e examinar as proposições e apresentar pareceres que orientarão as
discussões e deliberações plenárias.
Destacam-se duas comissões mistas. A comissão mista destinada a apreciar as MP do
Presidente e a Comissão Mista do Orçamento.
As comissões podem ser permanentes ou temporárias. As permanentes têm a finalidade
de discutir e votar as proposições e projetos que são apresentados, ou com atribuições
fiscalizadoras.
As comissões temporárias são criadas para apreciar determinado assunto e se extinguem
ao término da legislatura ou antes, quando alcançado o fim. Ex: comissões
representativas e comissões parlamentares de inquérito.
3.2.1 Comissões parlamentares de inquérito
São comissões temporárias, criadas pela Câmara, Senado ou Congresso para investigar
fato determinado de interesse público. É função atípica do Poder Legislativo.
Para a criação, é indispensável o cumprimento de 3 requisitos: requerimento de 1/3 dos
membros da Casa; indicação de fato determinado objeto da investigação; fixação de um
prazo certo para a conclusão dos trabalhos (pode ser estendido sempre).
É possível a criação de CPI na Câmara e no Senado para investigar o mesmo fato.
As CPIs possuem poder de investigação próprio das autoridades judiciais. CPI do
legislativo federal não pode alcançar atos ligados estritamente à competência dos
estados ou municípios.
Não alcançam atos de natureza jurisdicional, aqueles praticados pelo Poder Judiciário
no desempenho de sua atividade típica. Os poderes alcançam somente fatos
determinados relacionados ao interesse público.
As CPIs têm competência para convocar e inquirir pessoas, seja na condição de
testemunha, seja de investigado. Podem também determinar a condução coercitiva.
Entretanto, tem o dever de respeitar os direitos constitucionais do depoente.
A convocação de testemunhas e indiciados deve ser feito conforme regras do CPP,
assim não é viável a intimação por via postal ou comunicação telefônica, devendo ser
realizada pessoalmente.
As CPIs podem também determinar as diligências, perícias e os exames que entenderem
necessários. Podem determinar a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico do
investigado. A decisão só poderá ser adotada por deliberação da maioria absoluta dos
membros.
Os poderes encontram limites na cláusula de “reserva de jurisdição” que reserva a
competência de certas medidas exclusivamente ao Poder Judiciário.
As CPIs não podem determinar qualquer espécie de prisão, ressalvada a prisão em
flagrante. Não podem determinar medidas cautelares de ordem penal ou civil. Não
podem determinar a busca e apreensão de documentos. Não podem determinar a quebra
de sigilo judicial. Não podem autorizar a interceptação das comunicações telefônicas.
Qualquer que seja o resultado das investigações, não podem determinar a anulação de
atos do Poder Executivo. Verifica-se que o papel das CPIs de inquérito é o de
investigação, produzindo provas acerca do fato determinado, não acusando,
processando, não julgando e não condenando, ou seja, não impõe a pena.
A atuação das CPIs submete-se à fiscalização do Poder Judiciário, sempre que qualquer
pessoa invoque a proteção deste, diante de lesão ou ameaça a direito. O Habeas corpus e
Mandado de Segurança deve ser julgado pelo STF.
3.3 Plenário – É órgão de deliberação máxima em cada casa. É composto por todos os
parlamentares da casa.
4. Reuniões
Reunir-se-á anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e 1º de agosto a 22 de
dezembro. Denomina-se sessão legislativa ordinária. Cada sessão é composta de 2
períodos legislativos. Os intervalos são os períodos de recesso parlamentar. Cada
legislatura tem duração de 4 anos. No primeiro ano da legislatura, começa-se em 1º de
fevereiro com as sessões preparatórias.
O Presidente do Senado pode convocar o Congresso na decretação de estado de defesa
ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio
e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República.
Em caso de urgência ou interesse público, a convocação poderá ser feita pelo Presidente
da República, pelos Presidentes da Câmara ou Senado ou das duas, nestes casos
dependendo da aprovação pela maioria absoluta de cada casa.
Na sessão extraordinária somente será deliberada a matéria para a qual foi convocado e
as MPs que estiverem em vigor.
6. Estatuto dos Congressistas
As prerrogativas parlamentares são de ordem pública e não admitem renúncia, ou seja, o
parlamentar não pode abrir mão de suas imunidades.
6.1.1 Imunidades – material e formal
A imunidade material protege o parlamentar da incriminação civil, penal ou disciplinar
em relação aos chamados crimes de opinião ou crimes da palavra, como calúnia,
difamação e a injúria.
A imunidade é absoluta, de ordem pública, ocorrendo mesmo após extinto o mandato.
Essa garantia só protege o congressista no exercício da titularidade do mandato. O
suplente não possui as garantias e prerrogativas constitucionais do titular.
A imunidade formal protege o parlamentar contra a prisão e, nos crimes cometidos após
a diplomação, torna possível a sustação do andamento do processo penal instaurado
pelo STF. A diplomação é ato anterior à posse.
A única situação em que se admite a prisão do parlamentar é a de flagrante de crime
inafiançável. Neste caso, a manutenção de sua prisão dependerá de autorização da Casa
Legislativa, e não da vontade do Poder Judiciário. No caso de prisão em flagrante, os
autos serão remetidos em 24 horas para a respectiva casa, para que, pelo voto da maioria
de seus membros, resolva sobre a prisão.
Não há mais necessidade de prévia autorização da Casa Legislativa para que possa ser
instaurado processo criminal contra congressista. A imunidade formal assegura a
possiblidade de a Casa venha a qualquer momento antes da decisão do STF, sustar o
andamento da ação referente aos crimes praticados após a diplomação. Uma vez
apresentado o pedido de sustação pelo partido político, a Casa deverá apreciá-lo no
prazo improrrogável de 45 dias do recebimento pela Mesa Diretora.
6.2 Foro especial em razão da função
Os deputados e senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento pera o STF. Inclui também todos os inquéritos policiais. A prerrogativa não
alcança as ações de natureza cível.
O termo inicial é a diplomação. O termo final é o término do mandato.
6.3 Afastamento do Poder Legislativo
Os congressistas não perderão o mandato se forem investidos no cargo de Ministro de
Estado, Governador de território, Secretário de Estado, Prefeitura de Capital ou chefe de
missão diplomática temporária.
O congressista afastado não dispõe de imunidades. O congressista que se afasta para
exercer cargo no Poder Executivo mantém o direito à prerrogativa de foro perante o
STF.
6.4 Desobrigação de testemunhar
Não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
do mandato. Não abrange a obrigação de testemunhar quando convocado na condição
de cidadão comum.
6.5 Incorporação às Forças Armadas
Dependerá de prévia licença da respectiva Casa.
6.6 Subsistência das imunidades
As imunidades subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante
o voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva, nos atos praticados fora do recinto do
Congresso. Nos atos praticados no Congresso a manutenção das imunidades é absoluta.
6.10 Manutenção do mandato
Ocorrendo vacância do cargo, o suplente será convocado. Não havendo suplente, será
realizada nova eleição se faltarem mais de 15 meses para o término do mandato. Menos
de 15 meses a vaga ficará aberta.
6.11 Deputados estaduais, distritais e vereadores
Dispõem das mesmas prerrogativas dos congressistas. Os vereadores não possuem
imunidade formal. A inviolabilidade material só protege as manifestações do vereador
na circunscrição do município, ficando suas manifestações fora do município sujeitas à
incriminação, ainda que relacionadas ao exercício do mandato.
7.1 Tribunas de Contas da União
São vinculados ao Poder Legislativo, auxiliando no exercício do controle externo da
administração pública, sobretudo o controle financeiro. Não há hierarquia.
O TCU é composto por 9 Ministros, gozando das mesmas garantias, prerrogativas,
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ.
O Presidente da República escolhe 1/3 (2 serão entre auditores e membros do MP do
tribunal, alternadamente, indicados em lista tríplice, 1 será livre a escolha), com
posterior aprovação dos nomes pelo Senado e o Congresso escolhe 2/3.
A fiscalização contábil, financeira, patrimonial, orçamentária e operacional da União e
das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso nacional, mediante controle externo, sem prejuízo do controle interno de
cada poder.
O TCU dispõe de competência para julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por recursos públicos, no âmbito dos 3 Poderes.
No caso das contas do Presidente da República dispõe de competência para apreciá-las
mediante a elaboração de parecer prévio, meramente opinativo, no prazo de 60 dias,
devendo o Congresso julgá-las.
Se for verificada irregularidade em um ato administrativo, compete ao TCU fixar um
prazo para que o órgão ou entidade que o praticou adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei. Se a providência não for atendida, o TCU pode susta
diretamente a execução, comunicando posteriormente à Câmara e Senado.
Se a irregularidade é em contrato administrativo, o ato se sustação será adotado pelo
Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder executivo as medidas
cabíveis. Se no prazo de 90 dias não for efetiva as medidas cabíveis para sanar as
irregularidades, o TCU deve decidir a respeito.
As decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou multa têm eficácia de título
executivo.
Os tribunais de contas, no desempenho de suas atribuições, podem realizar o controle de
constitucionalidade das leis, isto é, no exame de um processo submetido à sua
apreciação, podem afastar a aplicação de uma lei ou ato normativo do Poder Público por
entende-lo inconstitucional (controle incidental). Essa declaração deve ser proferida por
maioria absoluta de seus membros por força da cláusula “reserva de plenário” do art. 97
da CF.
O TCU não dispõe de competência para determinar a quebra do sigilo bancário das
pessoas submetidas ao seu controle. O TCU não pode manter em sigilo a autoria de
denúncia a ele apresentada contra administrador público.
7.2 Tribunais de contas estaduais, distrital e municipais
O controle externo da câmara municipal será exercido com o auxílio dos TCEs ou dos
conselhos ou TC dos municípios onde houver.

CAPÍTULO 6 – PROCESSO LEGISLATIVO

CAPÍTULO 7 – MODIFICAÇÃO DA CONSTICUIÇÃO FEDERAL DE 1988

CAPÍTULO 8 – PODER EXECUTIVO

CAPÍTULO 9 – PODER JUDICIÁRIO

CAPÍTULO 10 – FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

CAPÍTULO 11 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

CAPÍTULO 12 – DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS
2. Estado de Defesa
O Presidente pode, ouvidos (obrigatório, porém opinativo) o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar o Estado de Defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz
social ameaçadas por grame e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades de grandes proporções na natureza.
O Estado de Defesa é a medida de exceção mais branda. Não exige autorização prévia
do Congresso Nacional. Porém, após o decreto, deve submeter em 24 horas o ato com a
justificativa para apreciação do Congresso que decidirá por maioria absoluta.
Se o Congresso estiver em recesso, será convocado o prazo de 5 dias devendo apreciar o
decreto no prazo de 10 dias do recebimento, sendo que deve permanecer funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa.
O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as
medidas coercitivas a vigorarem.
Não poderá ter prazo superior a 30 dias + 30 dias. Se após esse prazo não for
restabelecida a ordem pública ou paz social, o remédio será a decretação do Estado de
Sítio.
Visa a reprimir ameaças à ordem pública ou à paz social em locais restritos e
determinados. Não pode ter amplitude nacional, pois assim (comoção grave de
repercussão nacional) a medida seria o Estado de Sítio.
Durante o Estado de Defesa poderão vigorar certas medidas coercitivas de restrição de
direitos e garantias fundamentais do indivíduo, como restrição ao direito de reunião,
ainda que no seio das associações; sigilo de correspondência; sigilo de comunicação
telegráfica e telefônica; ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos na
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes
(esta última medida em decorrência de calamidades de grandes proporções).
É vedada a incomunicabilidade do preso, mesmo durante a medida de exceção
constitucionalmente autorizada.
O Legislativo realiza o controle prévio, quando aprecia em 10 dias do recebimento, o
decreto. Realiza o controle concomitante quando a Mesa do Congresso, ouvidos os
líderes partidários, designará Comissão composta de 5 de seus membros para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa.
Realiza também o controle sucessivo pois após a cessação, as medidas aplicadas serão
relatadas pelo Presidente da República em mensagem ao Congresso, com a relação
nominal dos atingidos, assim como as restrições aplicadas.
O controle jurisdicional é exercido pelo Poder Judiciário tanto concomitantemente como
posteriormente.
3. Estado de Sítio
O Presidente da República pode, ouvidos (obrigatório e opinativo) o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso autorização para
decretar o estado de sítio nos casos de:
- comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; ou
- declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Constitui medida mais grave do que o Estado de Defesa. Estabelece-se uma legalidade
constitucional extraordinária, na qual é permitida a suspensão temporária de direitos e
garantias fundamentais.
A duração máxima dependerá da causa de sua decretação. No caso da comoção grave
não poderá ser decretado por mais de 30 dias, porém pode ser prorrogado +30, +30,
+30...
Quando for decretado pelo estado de guerra ou agressão, pode durar por toda a guerra.
As áreas abrangidas não precisarão constar no decreto que o instituir, devendo ser
ulteriormente designadas pelo Presidente.
Apesar de os pressupostos para a decretação de estado de sítio serem situações de
alcance ou repercussão nacional, as medidas coercitivas não necessariamente
abrangerão todas as áreas do território nacional (mas podem ter tal abrangência, se
necessário).
As medidas coercitivas dependerão do motivo pelo qual fundamentou o Estado de Sítio.
No caso de repercussão nacional poderão ser adotadas: permanência em localidade
determinada; detenção em edifício não destinado a acusados comuns; restrições à
inviolabilidade de correspondência, sigilo das comunicações, prestação de informações
e à liberdade de imprensa; suspensão da liberdade de reunião; busca e apreensão em
domicílio; intervenção nas empresas de serviços públicos; requisição de bens.
No caso de declaração de guerra, a CF não estabeleceu limites, podendo as restrições
serem mais amplas.
O controle político e judiciário será igual ao Estado de Defesa.
4. Forças Armadas
Integradas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
suprema do Presidente, destinando-se à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Assim, a competência delas para garantia da lei é subsidiária, uma vez que compete
ordinariamente às forças da segurança pública. A intervenção das forças armadas
depende na iniciativa de um dos Poderes Constitucionais, senão é inconstitucional.
A lei prevê uma isenção às mulheres e os eclesiásticos, que ficam isentos do serviço
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes
atribuir.
5. Segurança Pública
É dever do Estado, direito e responsabilidade de todos e é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos: polícia feral, rodoviária federal, ferroviária federal, polícias civis, militares e
bombeiros militares. Lista taxativa.
A função dos guardas municipais é meramente patrimonial, não integrando a estrutura
da segurança pública para exercer função de polícia ostensiva ou judiciária.
A competência da Polícia Federal inclui apuração de infrações penais em detrimento de
bens, serviços e interesses da União e de suas autarquias e empresas públicas. Não
alcança as sociedades de economia mista.
A remuneração dos servidores policiais será fixada na forma de subsídio.

CAPÍTULO 13 – ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

CAPÍTULO 14 – ORDEM SOCIAL

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