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PREFÁCIO

O autor pratica um gênero especial do ver esquecido por nossa


cultura. Trata-se de um ver que tem por objeto fenômenos primitivos e
semelhanças essenciais. Esse ver não pode nem deve substituir a ciência e
a fé, pois é a raiz comum de ambas. Se ele se enfraquecer, elas degenerarão
necessariamente: uma se tornará destrutiva, a outra, exangue. Ver
semelhanças é anterior à ciência. O uso de conceitos só é possível quando
somos capazes de ver semelhanças nas coisas e nos acontecimentos.
Quando, por exemplo, os fenômenos do vivo, da planta e do animal,
ou a beleza de uma obra de arte não são vistos, a explicação científica
reduzirá a nada os fenômenos ou os descartará como “pontos de vista”.
O conhecimento da fé, a gnose, como todo conhecimento, vive de
um ver original. “Vinde e vede”, respondeu Cristo quando os discípulos lhe
perguntaram: “Mestre, onde moras?” (Jo 1,38)
O conhecimento científico consiste em se verem semelhanças
horizontais; a fé pressupõe que se vejam analogias verticais: “O que está
em baixo é como o que está em cima, e o que está em cima é como o que
está embaixo” – as 22 cartas só fazem explicar essa fórmula da Tábua de
Esmeralda. Somente quando essa fórmula é verdadeira é que o discurso
sobre Deus deixa de ser vazio, imcompreensível e sem nexo, Porque
“ninguém jamais viu a Deus” (Jo 1,18).
O autor atribui papel fundamental à tradição hermética da Sabedoria
no conjunto de nossa vida espiritual. Para ele, o hermetismo não funda uma
nova ciência, nem uma nova Igreja, mas está a serviço da ciência e a fé,
como uma ponte entre as duas. Lembremos da fala do Pap João Paulo II,
em Paris, quando perguntou à nação francesa: “França, ainda és fiel à
Sabedoria Eterna?”, não foi por acaso que ele usou esse termo e não um
outro como “fé”. Segundo o ensinamento cristão, a fé é um dom que
ninguém dá a si mesmo. Mas a sabedoria humana, participação da
Sabedoria eterna, é uma disposição do espírito que pode ser adquirida por
exercícios como os apresentados nessas 22 cartas.
O MAGO

“O vento sopra onde quer o ouves o seu ruído, mas não sabes de onde
vem nem pra onde vai – assim acontece com todo aquele que nasceu do
Espírito.” (Jo 3,8)
“Nessa noite feliz,
Eu me mantinha sozinho, ninguém me via.
E eu não via nada
Para me guiar, senão a luz
Que brilhava no meu coração”
(São João da Cruz, Cântico da Alma, Estrofe III).

O Mago é a chave para a compreensão de todos os outros Arcanos.


É, pois, necessária a “noite” da qual fala São João da Cruz, na qual a alma
“se mantém em segredo”. É trabalho que deve ser realizado no silencia e
na solidão da meditação.
Os Arcanos Maiores do Tarô não são alegorias (representação
figurativa de uma noção abstrata) nem segredos (doutrina que alguém
guarda pra si e não quer revelar). Os Arcanos são símbolos autênticos, Eles
ocultam e, ao mesmo tempo, revelam seu sentido na proporção da
profundeza do recolhimento da pessoa que os medita. O que eles revelam
não são segredos, isto é, coisas ocultadas pela vontade humana, mas
arcanos. Arcano é aquilo que alguém deve “saber” para ser fecundo em
determinado domínio da vida espiritual, aquilo que deve estar ativamente
presente em nossa consciência – ou mesmo em nosso subconsciente – para
nos tornar capazes de fazer descobertas, de gerar ideias novas, de conceber
temas artísticos novos; numa palavra, para nos tornar fecundos em nossos
esforços criativos, e isso em qualquer domínio da vida espiritual.
Os símbolos são “fermentos” que estimulam a vida espiritual do
homem e a comunica – se o receptor for capaz de recebe-los, isto é, se se
sentir “pobre de espírito” e não sofrer da doença espiritual mais grave: a
suficiência.
Se o arcano é superior ao segredo, o mistério é superior ao arcano. O
mistério é mais do que um “fermento” estimulante. Ele é um acontecimento
espiritual comparável ao nascimento ou à morte física, é a mudança total
da motivação espiritual e psíquica ou do plano da consciência. Os sete
sacramentos da Igreja são as cores prismáticas da luz branca de um único
Mistério ou Sacramento, o do segundo nascimento, que o Mestre ensinou
a Nicodemos na conversa iniciática noturna com ele. É isso que o
Hermetismo cristão entende por “Grande Iniciação”.

O Encontro de Jesus com Nicodemos

Havia um fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus.

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Ele veio a Jesus, à noite, e disse: “Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois
ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com
ele”.

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Em resposta, Jesus declarou: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se
não nascer de novo[a]”.

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Perguntou Nicodemos: “Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode
entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!”

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Respondeu Jesus: “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não
nascer da água e do Espírito. 6 O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é
espírito. 7 Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de
novo. 8 O vento[b] sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem
para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito”.

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Perguntou Nicodemos: “Como pode ser isso?”
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Disse Jesus: “Você é mestre em Israel e não entende essas coisas?

Asseguro-lhe que nós falamos do que conhecemos e testemunhamos do que vimos, mas
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mesmo assim vocês não aceitam o nosso testemunho.

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Eu lhes falei de coisas terrenas e vocês não creram; como crerão se lhes falar de coisas
celestiais?

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Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu: o Filho do homem. [c]

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Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é
necessário que o Filho do homem seja levantado,

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para que todo o que nele crer tenha a vida eterna.

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“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito [d], para que todo o que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

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Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este
fosse salvo por meio dele.

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Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no
nome do Filho Unigênito de Deus.

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Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz,
porque as suas obras eram más.

20
Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras
sejam manifestas.

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Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras
são realizadas por intermédio de Deus”.[e]

A iniciação vem do alto e tem o valor e a duração da eternidade.


Entre os hermetistas cristãos, ninguém se arrogará o título e as
funções de Iniciador ou de Mestre, pois todos são condiscípulos, e cada um
é mestre de cada um, sob algum aspecto. Quem buscar aqui a “verdadeira
religião”, a “verdadeira ciência” ou a “verdadeira filosofia”, errará de
endereço. Os hermetistas cristãos não são senhores, mas servos. O que eles
possuem não comporta vantagens tangíveis ou uma superioridade objetiva
em relação à religião, à ciência ou à arte; o que eles têm é apenas a alma
comum da religião, da ciência e da arte.
Devemos aprender a arte de aprender, e é isso o que os exercícios
espirituais e de meditação dos Arcanos nos estimulam.
Voltando à imagem da primeira carta do tarô, vemos um jovem tendo
na cabeça um grande chapéu em forma de lemniscata. Observa-se uma
espontaneidade no manejo dos equipamentos, sem esforço. Trata-se de
jogo, não de trabalho. Ele nem sequer segue os movimentos de suas mão,
seu olhar se dirige para outro lugar.
O primeiro Arcano, princípio subjacente dos outros 21 Arcanos
Maiores do Tarô – é o da relação de esforço pessoal e da realidade
espiritual.
Com efeito, o princípio primeiro e fundamental do esoterismo (isto
é, da vida da experiência da realidade do Espírito) pode ser enunciado
assim: “Aprendei primeiro a concentração sem esforço; transformai o
trabalho em jogo; fazei com que o jugo que aceitastes seja suave e que o
fardo que carregais seja leve”. Esse enunciado é atestado pela sua fonte
original, as palavras do Mestre: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”
(Mt 11,30). É o esforço sem esforço.
A concentração, enquanto capacidade de fixar o máximo de atenção
no mínimo de espaço (Goethe diz que aquele que realizar algo de sólido e
hábil deve concentrar num ponto mínimo o máximo de força), é a chave
prática do êxito em qualquer domínio. Lembremos de como a lente de
aumento capta a luz do ambiente e o poder direcionado em um ponto
específico.
Pantanjali, em sua obra clássica sobre ioga, diz que “a ioga é a
supressão das vacilações da substância mental” – ou, em outros termos, a
arte da concentração.
Devemos observar que o automatismo nos movimentos do
pensamento e da imaginação é o contrário da concentração. Ela só é
possível ao preço e com a condição da tranquilidade e do silêncio deste
automatismo do intelecto e da imaginação. O calar-se precede, pois, o
saber, o poder e o ousar. Por isso a escola pitagórica prescrevia o silencia
de cinco anos aos principiantes ou aos ouvintes. Ninguém ousava falar antes
de saber e poder, antes de ter dominado a arte de calar-se, isto é, a arte da
concentração. A prerrogativa de “falar” pertencia àqueles que não falavam
mais automaticamente, movidos pelo jogo do intelecto e da imaginação,
mas que podiam suprimi-lo graças a prática do silencia interior.
É necessário distinguir duas espécies de concentração
essencialmente diferentes. Uma é a concentração desinteressada; a outra,
a concentração interessada. A primeira é a vontade libertada das paixões,
das obsessões e dos apegos escravizadores, ao passo que a outra é o
resultado de paixão, de obsessão ou de apegos dominadores.
Mas o que nos ocupa aqui não é a concentração em geral, mas a
concentração sem esforço. O que vem a ser ela? Considerai o equilibrista
na corda. Acreditais que o seu intelecto e a sua imaginação se preocupam
com o que ele faz? Credes que ele reflete, imagina, calcula e planeja cada
passo? Se o fizer, cairá. Durante seus exercícios acrobáticos, a inteligência
de seu sistema respiratório e circulatório, substitui a do seu cérebro.
Podemos fazer uma analogia com o milagre de São Dionísio Aeropagita,
discípulo de São Paulo, que teve “a cabeça separada do corpo a
machadadas, diante da estátua do deus Mercúrio, mas logo se levantou,
tomou a cabeça em suas mãos e, guiado por um anjo, caminhou longa
distância, da colina de Montmartre até o lugar onde hoje repousam os seus
ossos por escolha dele e da providência divina” (Jacques de Voragine, La
Legend Doreé). Ora, também o equilibrista, enquanto exerce o seu ofício,
tem a “cabeça” – isto é, o intelecto e a imaginação – separada do corpo e
caminha de um ponto a outro, levando a cabeça em suas mãos, guiado por
outra inteligência, que age pelo sistema rítmico do corpo. Trata-se da
transposição do centro de consciência diretiva da cabeça para o peito – do
sistema cerebral para o sistema rítmico. Ora, a lemniscata (o oito
horizontal) é o símbolo não só do infinito, mas também do ritmo, da
respiração e da circulação – ela é o símbolo do ritmo eterno ou da
eternidade do ritmo – que deve estar na cabeça do iniciado.
É o silêncio profundo dos desejos, das preocupações, da imaginação
e da memória. Dir-se-ia que o ser todo se tomou como a superfície de águas
tranquilas refletindo a presença imensa do céu estrelado e sua indizível
harmonia. As águas são profundas, como profundo é o silêncio que
representa o sinal do contato real com o mundo espiritual.
Todo esoterismo se funda na regra seguinte: “É necessário de um em
si mesmo (concentração sem esforço) e unido ao mundo espiritual (ter a
zona de silêncio na alma), para que haja experiência espiritual reveladora
ou realizadora.”
Na parte teórica, o dogma da unidade da essência de tudo o que
existe precede todo o ato de conhecimento. O ideal (ou o fim último) de
toda a filosofia e de toda a ciência é a verdade. Mas a verdade não tem
outro sentido que não seja a redução da pluralidade fenomenal à unidade
essencial – dos fatos às leis, das leis aos princípios e dos princípios à
essência ou ao ser. Toda a busca religiosa, mística, filosófica, científica
postula sua existência, isto é, a unidade fundamental da multiplicidade
fenomenal do mundo. Sem essa unidade, nada seria cognoscível. Como
seria possível proceder do conhecido para o desconhecido – e esse é o
método do progresso no conhecimento – se o desconhecido não tivesse
nada a ver com o conhecido? Ora, o parentesco de todas as coisas gerou
um método de conhecimento que recebe o nome de “Método da
Analogia”. É o que vemos no primeiro versículo da Tábua de Esmeraldo, de
Hermes Trimegisto “Quod superius est sicut quod inferius et quod inferius
est sicut quod est superius ad perpetranda miracula Rei Unius”. Esta seria a
utilização clássica espacial da fórmula. Aplicada temporalmente, teríamos
“O que foi é como o que será, e o que será é como o que foi, para realizar os
milagres da eternidade”.
A fórmula da analogia, aplicada ao espaço, é a base do simbolismo
tipológico, isto é, dos símbolos que exprimem as correspondências entre os
protótipos no alto e suas manifestações em baixo; a fórmula da analogia
aplicada ao tempo é a base do simbolismo mitológico, isto é, dos símbolos
que exprimem as correspondências entre os arquétipos no passado e sua
manifestação no presente. Assim, o MAGO é símbolo tipológico.
Essas duas categorias de simbolismo, baseadas na analogia,
constituem, pela sua relação mútua, uma cruz:
Devemos perceber que as nossas sensações, símblos de movimentos
exteriores, não se parecem com eles (isto é, com os fenômens), como as
ondulações da areia no deserto não se parecem com o vento que forma os
montículos. Eles são seus símbolos. Os antigos chamavam a simbólica de
“ciência das ciências”, de linguagem universal e divina, a qual proclama e
prova a hierarquia das formas desde o mundo arquetípico até o mundo
material e as relações que os unem; numa palavra, ela éa a prova tangível
da solidariedade dos seres.
A simbologia tipológica se encontra na Tábua de Esmeralda, e vemos
a simbologia temporal ou mítica, no Genesis. A história de Caim e Abel, por
exemplo, é a narração de um caso particular que representa uma ideia
eterna. Ela nos mostra que irmãos podem tornar-se inimigos mortais pelo
fato de adorarem, do mesmo modo, o mesmo Deus. Essa história revela a
fonte das guerras de religião; a sua causa não é a diferença de dogma ou de
culto, e sim, unicamente, a pretensão à igualdade ou, se preferirmos, a
negação da hierarquia. Temos aqui também a primeira Revolução do
mundo – o arquétipo (o Urphânomen de Gethe) e todas as revoluções
passadas e futuras da humanidade, uma vez que a causa de todas as guerras
e revoluções – numa palavra, de toda a violência – é sempre a mesma: a
negação da hierarquia.
A analogia não é aplicada somente às “ciências malditas” – magia,
astrologia e alquimia. Diz J. Maynard Keynes em seu A Treatise on
Probability “O método científico tem como objetivo descobrir os meios de
elevar o alcance da analogia conhecida até que ela possua, na medida do
possível, dispensar os métodos de indução pura”. Ora, a indição pura se
funda na simlpes enumeração, sendo essencialmente uma conclusão tirada
dos dados estatísticos da experiência. Assim poderíamos dizer: como João
é homem e morreu, Miguel é homem e morreu, Pedro é homem e morreu
e etc. A força desse argumento depende do número ou da quantidade dos
fatos conhecidos pela experiência; a analogia, ao contrário, acrescenta a ele
o elemento qualitativo de alcance intrínseco das quantidades. Eis um
exemplo de argumento por analogia: André é formado de matéria, energia
e consciência. Como a matéria não desaparece com sua morte, mas muda
de forma, e como a energia não desaparece, mas somente se modifica,
também a consciência não pode simplesmente desaparecer, mas deve
apenas mudar a sua forma e o deu modo (ou plano) de atividade. Logo,
André é imortal. Esse argumento funda-se na fórmula “o que está em baixo
(matéria e energia) é como o que está em cima (consciência)”. Ora, se existe
a lei da conservação da matéria e energia, deve existir também,
necessariamente, a lei da conservação da consciência ou imortalidade.
São Tomás de Aquino com sua doutrina da “analogia entis’ (analogia
do ser e São Boaventura em sua doutrina Signatura rerum, interpretam o
mundo visível como símbolo do mundo invisível. O mundo corpóreo seria
um espelho do mundo celeste.
O próprio Cristo sancionou o uso da analogia pelo uso das parábolas.
Ora, se elas não constituíssem enunciados de verdades analógicas, seriam
desprovidas de qualquer sentido.
O método da analogia não é iinfalível, mas pode levar a descobertas
de verdades essenciais. Sua eficácia depende da extensão e exatidão da
experiência na qual ele se apoia.
Em resumo, o primeiro Grande Arcana “O Mago” nos diz que a
concentração sem esforço tem sua expressão tanto no conjunto da carta
como em seus pormenores; ela constitui seu arcano prático. Nela está
expresso também o método da analogia, da qual ela é ainda o arcano
teórico, porque vista do plano intelectual, a prática do método da analogia
corresponde em tudo à pratica da concentração sem esforço. E essa prática
não se manifesta como “trabalho”, e sim como “jogo”.
“Em verdade vos digo: aquele que não receber o Reino de Deus como
uma criança, não entrará nele” (Mt 10,15).
O Mago é o homem que atingiu a harmonia e o equilíbrio entre a
espontaneidade do Inconsciente e a ação voluntária do Consciente.
Para Schiller é no “belo” que o fardo do “verdadeiro” e “justo” se
torna leve (lembrar do exemplo do anúncio da morte do rei). Em outras
palavras, aquele que vê a beleza daquilo que reconheceu como verdadeiro
não deixará de amá-lo – e, pelo amor, o elemento de constrição
desaparecerá no dever prescrito pelo verdadeiro: o dever se torna
tendência. Assim, o “trabalho” se transforma em “jogo”, e a concentração
sem esforço torna-se-á possível.
Hermes Trimegisto diz “O ar entra na terra e na água, e o fogo entra
no ar. Somente aquilo que tende para o alto dá a vida, e o que tende para
baixo está subordinado a ele. Além disso, todo o eu desce do alto é
susceptível de gerar; e o que sobe, antes de sua origem em baixo, é nutritivo.
A terra, a única que conserva seu lugar de maneira estável, recebeu tudo o
que gera e restitui tudo o que recebeu”.

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