• de defesa directa e • de defesa judiciais. — Meios de defesa directa da posse pode ser por via de: • Acção directa e • Legitima defesa. Acção directa: — Artigo 336 ° (Acção directa) do CC —— Artigo º1 do CPC. Exemplo: Artigo 1277° (Acção directa e defesa judicial) CC, e artigo 470º CPC — — A acção directa é portanto um dos meios de tutela privada dos direitos prevista na lei e consiste precisamente no lícito recurso a força com o fim de realizar ou assegurar o próprio direito. —Este recurso é permitido com fundamento o artigo 1° CPC, estabelece in fine, a possibilidade do recurso a força para realizar ou assegurar o próprio direito. — Este recurso a força só é lícito, só se situando portanto dentro dos limites da acção directa, quando for indispensável para evitar a inutilização prática do direito nos casos: Os meios judiciais de defesa da posse — Os meios judiciais de defesa da posse, correspondem às acções possessórias, que atribuídas ao possuidor os referidos meios judiciais de defesa da sua posse contra actos que ameacem ou a lesem, pode dirigir-se ao tribunal e requerer determinadas providências, através das chamadas ACÇÕES POSSESSÓRIAS. — As acções possessoras podem ser: • Acção de prevenção, — artigo1276º CC • Acção de manutenção, e — artigo 1278º CC • Acção de restituição da posse. — 393º CPC — Acção de *manutenção e de *restituição caducam no prazo de um ano contado do facto da perturbação ou do esbulho, ou do conhecimento dele, quando tenha sido praticado ocultamente. — Em qualquer caso, o possuidor mantido ou restituído tem direito a indemnização pelos prejuízos que haja sofrido em consequência da ameaça, da turbação ou do esbulho. — Nos casos de ter havido esbulho — “A disposição do artigo 1314º CC corresponde quanto à defesa do direito de propriedade à disposição do artigo 1277º CC relativa a defesa da posse”. — “E não podia deixar de coincidir as duas disposições, pois que, quando o proprietário ou o possuidor recorre a força nas condições previstas no 336º CC defende simultaneamente a sua posse e o seu direito de propriedade” (LIMA E VARELA, 1975, PÁGINA P. 104) (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição). — Artigo 1314º (Acção directa) CC — Para efeitos da defesa, a distinção entre a posse e o direito de propriedade só poderá ser feita quando o ofendido recorrer aos Tribunais. E a acção directa é por sua natureza anterior a intervenção dos meios coercivos judiciais. — Nos casos de ter havido esbulho violento, o possuidor, não obstante ter de recorrer a ACÇÃO DE RESTITUIÇÃO, pode desde logo, socorrer-se da PROVIDÊNCIA CAUTELAR DE RESTITUIÇÃO PROVISÓRIA DA POSSE, que será decretada nos termos dos: • Artigos 393° (Restituição - provisória da posse – em que casos tem lugar) CPC. Aqui é necessário que se alegue os factos que constituem: 1. A posse, isto é, é necessário que se alegue os factos inerentes aos elementos constitutivos da posse, como: 1. o animus e 2. o corpus, 2. O esbulho pode ser praticado: 1. com violência ou 2. sem violência. Para o caso da Restituição Provisória da posse é necessário que “o acto que alguém priva outrem, total ou parcialmente, da posse de uma coisa” (ANA PRATA, 1997, pág. 430), seja com violência, isto é, esbulho com violência. 3. A violência na perspectiva da doutrina e da jurisprudência tanto pode consubstanciar-se com *coacção física (artigo 246º CC) como com *coação moral. • Os termos em que se consagra a ordem de restituição decorre do artigo 394° CPC (Restituição provisória da posse) sem citação, nem audiência do esbulhador • 1276º – Defesa da posse – Acção de prevenção ss. do CC. — A Providência Cautelar é uma medida decretada pelo Tribunal nos Procedimentos Cautelares, consiste como processo judicial instaurado como: • Preliminar a uma acção ou, na • Pendência deste Procedimento Cautelar como seu incidente, com vista a prevenir ou remover o perigo resultante da demora a que esta sujeito o Processo Principal, em que aquele corre em apenso a esta – • 382º nº 1 CPC • 390º nº 1 e • 83º CPC, • 313º e • 453º CPC — ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE: esta regulado no artigo 1278° do CC, como uma forma de reacção contra actos de perturbação da posse. Para intentar esta ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE é necessário a: 1. * prática de actos materiais de turbação da posse -, e não de actos de natureza jurídica, pois estes actos só podem dar origem a ACÇÕES DE PREVENÇÃO-, que diminuam ou modifiquem o exercício da posse e que traduzam uma pretensão possessória do terceiro contrário a posse do possuidor. Para intentar ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE, é necessário, por força da lei, • que a posse tenha duração superior a um ano, refere-se assim em posse de um ano e dia. • Uma posse de duração inferior a um ano não tem ainda estabilidade suficiente que justifique tutela jurídica. Se a posse não tiver mais de um ano, o possuidor só pode ser mantido – ou restituído, uma vez que este requisito de procedência da acção judicial vale também para acção de restituição da posse – contra quem tiver melhor posse. Acção de Restituição de Posse, vide artigo 1278° (Manutenção e restituição da posse), verifica-se quando o possuidor tenha sido esbulhado da posse, isto é, privado dela. O artigo 1279° (esbulho violento) CC; Artigo 393º CPC prevê e regulam a “ACÇÃO” DE RESTITUIÇÃO DE POSSE no caso de esbulho violento. Não há audiência do esbulhador, pelo que estamos perante um Procedimento Cautelar. – sendo provisória, terá de intentar a correspondente ACÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE POSSE no prazo de trinta dias, nos termos da al. a) do artigo 382° c.p.c. ACÇÃO DE PREVENÇÃO: • Artigo 1276° (Acção de prevenção) CC, o locatário pode usar, mesmo contra o locador, ACÇÃO DE PREVENÇÃO DE POSSE, bem como os demais meios de defesa da posse previstos nos artigos 1276° e segs. do CC – artigo 1037° n°2 (Actos que impedem ou diminuir o gozo da coisa) CC; em situação análoga se encontram o parceiro pensador, mesmo contra o parceiro proprietários (1125° n°2 (Utilização dos animais) – c.c.; Parceiro pensador é a parte a quem é entregue o animal para vigiar, guardar e criar. O comodatário, mesmo contra o comodante, artigo 1133° n° c.c., O depositário, mesmo contra o depositante (artigo 1188° n°2 c.c.) e O credor pignoratício, mesmo contra o dono da coisa 670° a) c.c.; A acção de prevenção: segue, independentemente do seu valor, os termos do processo sumário. Ver artigo CPC É de referir, por último, OS EMBARGOS DE TERCEIRO, previstos no artigo 1285° do c.c. e no artigo 1037° e ss do cpc. Neste caso pressupõe-se que tenha havido uma diligência ordenada judicialmente ofensiva da posse – como, exemplo: • uma penhora, • um arresto, • um arrolamento etc. – sem que o possuidor tenha intervindo nessa diligência. A legitimidade para propor as acções possessórias referem-se os artigos: • 1276° (Acção de prevenção); • 1281° (Legitimidade) e • 1286 (Defesa da composse) c.c., — apenas o possuidor pode intentar uma Acção de Prevenção, devendo esta ser proposta contra o autor da ameaça. — Para as acções de manutenção e de restituição da posse: rege o artigo 1281° (Legitimidade) c.c. Para a composse – 1286° (defesa da composse) c.c. As servidões distinguem-se das restrições porque aquelas têm origem num acto: • negócio jurídico, • ou sentença, e As restrições resultam ipso iure de uma dada situação de facto em que ab origine se encontram os prédios por elas afectados. Continuando com Expropriação de Utilidade – domínio privado Há casos de expropriação do próprio domínio. Assim, o artigo 1370º atribui ao proprietário de prédio confinante, com parede ou muro alheio a faculdade de adquirir nele comunhão no todo ou sem parte, mediante condições referidas no mesmo artigo. Indemnizações (artigo 1310º) O direito a indeminização é inerente as figuras da: • expropriação • e requisição. Pois não se verificando indemnização há confisco, vide artigo 97º da Constituição). Exemplo: - artigo 1388° e 1309° c.c. Requisição: Podemos defini-lo como o acto administrativo pelo qual um órgão competente impõe a um particular, verificando-se as circunstâncias previstas na lei e mediante indemnização, a obrigação de prestar serviços, de ceder coisas móveis ou somoventes ou de consentir na utilização do interesse publico e que não convenha procurar no mercado . As requisições tanto podem incidir sobre coisas móveis ou imóveis, como podem consistir num facere (serviço pessoal), ao contrário das expropriações por utilidade publica, que incidem sempre sobre imóveis. Por outro lado, enquanto a expropriação é uma transferência coactiva do domínio, a requisição tanto pode ter por objecto: • a propriedade, como • o gozo ou o uso da coisa. O direito à indemnização é inerente às figuras da expropriação e da requisição. Vide por exemplo o artigo 12º do Código Mineiro O confisco, E na Leiº 43/76, ............. confisco consiste numa apreensão pura e simples dos bens por parte do Estado. Contrariamente a expropriação, não pressuponha o pagamento de uma indemnização, nem tinha por base um motivo de utilidade pública. O mesmo diploma permite que os ministros titulares no seu despacho conjunto possam estabelecer que a Conservatória competente proceda à inscrição a favor do Estado da referida fracção, livre de quaisquer ónus ou encargos. Entretanto, por algumas razões veio o artigo 97º da Constituição): O código civil, não deixou, em relação a cada caso de expropriação por utilidade privada, de reforçar a ideia de indemnização: • artigo 1370° C.C. (comunhão forçada) • artigo 1554° C.C. (Indemnização) • artigo 1557° C.C. (Aproveitamento de aguas para gastos domésticos) • artigo 1558° C.C. (Aproveitamento das águas para fins agrícolas) • artigo 1559° CC • artigo 1561° e CC • artigo 1563° CC Na sua última parte o 1310° CC – atribui-se o direito à indemnização a todos os titulares de direitos reais sobre a coisa e não apenas ao proprietário. Exemplo: • 1077° c.c. ( caducidade por expropriação); • 1115° c.c. (caducidade por expropriação); • 1119° c.c. (Remissão) NB: Em relação ao usufruto, • 1480° n°2 (Indemnizações) • 1514° (expropriação por utilidade publica) • 1542° (extinção por expropriações) é importante referir que ----------- 90º LC Quanto ao uso e habitação e das servidões • artigo 1490° • artigo 1480° n° 2 Tudo isto referente as expropriações = 1051° Ao lado destas figuras, muitas outras restrições estão previstas na lei: • Há restrições do direito de construir, por motivos de estética ou de higiene; • Há-as resultantes da proximidade de certas vias de comunicação ou de correntes de água; • Há-as exigidas pelos interesses da defesa militar, pelos interesses da economia nacional, pela defesa da propriedade (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) florestal, pela defesa dos valores artísticos e arqueológicos, pelo desenvolvimento das comunicações telegráficas ou telefónicas, pelo transporte de energia eléctrica. O número de restrições cresce dia a dia com a sobreposição frequente dos interesses da colectividade, ou dos grandes grupos sociais, aos interesses dos particulares. As restrições de direito privado são as que resultam das relações de vizinhança. Têm elas em vista regular conflitos de interesses, quer surjam entre vizinhos, em consequência da solidariedade dos seus direitos, ou seja, em virtude da impossibilidade de serem uns exercícios plenamente sem afectação dos direitos dos vizinhos. A generalidade destas restrições encontram-se previstas e reguladas no capitulo relativo a propriedade (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) de imóveis ; artigo 1344° c.c. A compropriedade e a Propriedade. A propriedade integra a Trilogia Romana • ius utendi, — • ius fruendi, et • ius abutendi Hoje podemos classificar a propriedade em propriedade individual e propriedade colectiva. • Propriedade colectiva • Propriedade individual. Levelege • Propriedade de aldeia; • Propriedade familiar; • Propriedade individual. Vide Engels: Origem da Família, da propriedade privada e do Estado. A compropriedade é uma modalidade do direito de propriedade em que há uma pluralidade de titulares (contitularidade) do direito sobre a mesma coisa. A noção decorre do artigo 1403º C.C. a compropriedade ou também propriedade comum verifica-se quando mais de uma pessoa são simultaneamente titulares do direito da propriedade sobre a mesma coisa. Aos comproprietários são também designados de consortes. Os direitos dos consortes sobre a coisa comum são qualitativamente iguais, isto é, ---------------, enquanto que quantitativamente poderem ser diferentes. Não havendo indicação do título constitutivo presume-se serem as quotas quantitativamente iguais, artigo 1403 º nº 2 CC. Artigo 1404° CC (Aplicação das regras da compropriedade a outras formas de comunhão). O conceito de compropriedade como um caso de contitularidade num único direito de propriedade sobre a mesma coisa. Compropriedade: A medida da participação de cada um dos comproprietários define-se por uma quota (1/2, 1/3, ¼), de que o comproprietário pode dispor livremente, tendo os restantes comproprietários direito de preferência, no caso de venda ou dação em cumprimento da quota de qualquer dos consortes. Propriedade colectiva: direito de propriedade de que são contitulares dois ou mais sujeitos, mas sem que cada um deles caiba uma quota diferenciada, como na compropriedade, antes havendo um direito unitário; trata-se pois, de um direito indivisível, sem quotas, titulado simultaneamente por mais de um sujeito. O conceito de compropriedade como um caso de contitularidade num único direito de propriedade sobre a coisa comum afasta duas das concepções mais divulgadas entre os autores acerca da natureza jurídica do comproprietário. Duas das concepções mais divulgadas entre os autores acerca da natureza do direito de propriedade, são: a) Doutrina tradicional (Compropriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade iguais sobre toda a coisa) * e a b) A doutrina que concede a propriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade iguais sobre todas as coisas a) A Doutrina Tradicional Segundo a doutrina tradicional cada co-proprietário é titular de um direito (pleno e absoluto) de propriedade sobre uma quota ideal ou intelectual da coisa. A constituição da compropriedade não alteraria a natureza especifica do domínio. Mas modificaria o objecto do direito, isto porque o direito do proprietário incide sobre a coisa corpórea ou incorpórea cujas utilidades lhe pertencem. Pertencendo a propriedade à uma pluralidade de titulares o objecto de cada um deles deixaria de ter por objecto a coisa e recairia sobre uma quota dela. Esta concepção tradicional é justamente repudiada por muitos autores modernos. A propriedade, como toda relação jurídica, aliás não pode incidir sobre coisas ideais ou abstractas, visto que a sua disciplina, pressupõe como objecto de direito, coisas individualizadas (de natureza corpórea ou incorpórea). Além disso, se os direitos dos comproprietários incidem, não sobre a coisa, mas sobre quotas abstractas dela, a conclusão lógica dessa tese tradicional seria a de que a coisa comum era coisa sem dono (Cfr., porém, o disposto no artigo 1345° CC consideram-se património do Estado nos termos deste artigo. Sendo sem dono > nos termos do artigo 1345° C.C. consideram-se património do Estado. Por último, pode ainda acrescentar-se que a limitação do direito de cada consorte a uma simples quota abstrata se não coaduna logicamente com os poderes que a lei lhe concede, nomeadamente quanto ao uso e administração da coisa, sobre toda esta. - artigo 1406° n°1 c.c. (Uso da coisa comum); - artigo 1407° C.C. (Administração da coisa). Finalmente, pode ainda acrescentar-se que a limitação do direito de cada consorte a uma simples coisa abstracta que se coaduna logicamente com os poderes que a lei lhe concede nomeadamente quanto do uso e a administração da coisa sobre toda esta coisa artigo 1406° n° 1; 1407° e 985° C.C b) A doutrina que concede a propriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade iguais sobre todas as coisas O princípio legal da unicidade do direito de propriedade também afasta de modo inequívoco, é a que concebe a compropriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade iguais sobre toda coisa, quem defende esta tese é; Pinto Coelho e Oliveira Ascensão. A maior parte dos tradistas têm no entanto, repudiado com justa causa esta tese pluralista. Não se concebe, logicamente, que com o direito de propriedade, cuja vacação tende a garantir ao titular todas utilidades que a coisa possa prestar, concorram, sobre a mesma, coisa outro ou outros direitos da mesma natureza. Com a propriedade, por virtude de uma característica desse direito, que é a sua elasticidade ou compressibilidade, poderão sem dúvida concorrer, em relação à mesma coisa, outros direitos reais limitados, como: • o *usufruto, • as *servidões ou • direitos reais de *garantia. O que já não se compreende é que a concorrência da propriedade se dê com a propriedade, atenta a natureza absoluta e exclusiva de tal direito. O que já não se compreende é que à propriedade seja assinado um limite que vale tanto, em todos os aspectos, como o direito limitado. O facto de recusar manifestamente a cada um dos comproprietários a titularidade autónoma de um direito de propriedade sobre a coisa comum não significa que, para encontrar o sujeito de um único direito de propriedade existente na compropriedade se tenha de converter a pluralidade inorgânica dos vários contitulares numa entidade colectiva orgânica corporativamente estruturada. Esta concepção, Defende que a titularidade do domínio, dentro de compropriedade, estaria na colectividade dos consortes; o comproprietário isoladamente considerado, não seria titular de um direito autónomo, concorreria apenas para a formação do sujeito do direito. Na verdade, dentro do instituto da compropriedade, há, determinada organização (v .g artigo 1406º/7 e 985º) que se revele na forma como são exercidas (mediante deliberação maioritária ou por consenso unânime dos consortes) certas faculdades. Todavia, para dar expressão jurídica adequada a este esquema embrionário de organização; não é necessário recorrer ao expediente artificial de converter a pluralidade inorgânica dos consortes numa unidade subjectiva abstracta distinta de cada um deles. São soluções que cabem perfeitamente dentro do esquema lógico da simples contitularidade do direito. A ideia de que na compropriedade há um direito de propriedade atribuído a esse ente colectivo, além de reflectir a fisionomia própria de compropriedade de raiz Romanistas em confronto com a propriedade de mão comum de origem germânica, não se adapta logicamente aos amplos poderes individuais do uso nos termos do artigo 1406º C.C; administração nos termos do artigo 1407º e 985º; alienação e transmissão, atribuídos por lei a cada comproprietário. Afirmando que a compropriedade é uma comunhão num único direito de propriedade, e que o direito dos consortes (sobre a coisa comum) são qualitativamente iguais, a lei permite distinguir, com relativa facilidade entre a * Compropriedade, de um lado, e * o Concurso de direito e do Condomínio do outro. Há concurso de direitos quando sobre a mesma coisa incidem dois ou mais direitos reais distintos. Assim acontece por exemplo, quando sobre um prédio incide um direito de propriedade e um usufruto, a propriedade e uma servidão, o domínio directo e o domínio útil, duas ou mais servidões de diferentes natureza ou até da mesma natureza (pois o que individualiza cada servidão são as utilidades proporcionadas através dela ao prédio dominante - artigo 1544ºc.c.). Não há nestes casos “compropriedade, até porque os direitos constituídos sobre a mesma coisa a favor dos direitos diferentes dos titulares não são qualitativamente iguais. A comunhão de direitos dá-se sempre que o mesmo direito patrimonial pertença simultaneamente a duas ou mais pessoas. Exemplo: - solidariedade de créditos; - co-usufruto; A comunhão é assim uma figura mais ampla do que a compropriedade; Sempre que há compropriedade existe comunhão ou condomínio que nem sempre constituem formas de compropriedade. Portanto podemos concluir que a medida da participação de cada um dos comproprietários define-se por uma quota (1/2; 1/3; ¼), de que o comproprietário pode dispor livremente; tendo os restantes comproprietários direito de preferência, no caso de venda ou dação em cumprimento da quota de qualquer dos consortes. Todos os direitos que pertencem ao proprietário singular são exercidos em conjunto pelos comproprietários, participando estes nas vantagens e encargos da coisa na proporção das suas quotas. A coisa comum, não havendo acordo quanto ao seu uso, pode ser usada por qualquer dos comproprietários, contando que não faça dela uma utilização diferente daquela a que a coisa se destina e não prive os outros comproprietários de igualmente a usarem. Nenhum comproprietário é obrigado a permanecer na indivisão, podendo obter a divisão da coisa comum, amigável ou judicialmente (nos termos dos artigos 1052°, e seguintes, C.P.C.; Sempre que há compropriedade, existe comunhão ou condomínio; mas nem toda a comunhão ou condomínio constituem formas de compropriedade. O nosso código trata a compropriedade com um capítulo dentro do titulo referente a propriedade, porque a compropriedade é um direito de propriedade decorre do artigo1403° c.c Nos termos do artigo 1404° c.c o regime legal da compropriedade são aplicáveis com as necessárias adaptações, à comunhão de quaisquer outros direitos. COMUNHÃO: é o mesmo que contitularidade. CONTITULARIDADE: situação em que dois ou mais sujeitos são simultaneamente titulares de um dado direito por exemplo: a compropriedade . Pode haver uma comunhão numa servidão ou um usufruto, como pode haver uma situação de comunhão ou relação a um direito de credito (dois ou três descendentes de um indivíduo subentram na titularidade da sua quota social numa sociedade por quotas e ficam numa situação de comunhão . Verifica-se, certamente, uma importância capital da aplicação das regras de compropriedade à comunhão de quaisquer outros direitos, designadamente para efeitos de direitos de preferencia. 3 – Uma terceira posição entende que estamos perante um só direito, um único direito com vários titulares; Aqui conclui-se haver um só direito com vários sujeitos. Esta posição segundo Álvaro Moreira e Carlos Fraga, concebe como um só direito com vários titulares, não da expressão as diferenças de regime entre a compropriedade e a chamada comunhão de mão comum ou património colectivo – alegam os mesmos que nestes casos sim, há um só direito com vários titulares porque não se pode pedir a indivisão dada afectação especial do património a um fim especifico, nem pode cada um dos contitulares alienar uma quota de objecto (por exemplo, na comunhão conjugal, nenhum do cônjuges pode alienar uma quota de património conjugal ou pedir a divisão deste, enquanto durar a vida conjugal). No património colectivo há, pois, um só direito com vários titulares, não podendo nenhum deles isoladamente fazer nada; na compropriedade não se passam assim as coisas – cada um dos contitulares tem certa liberdade para agir isoladamente, quanto a sua fracção do objecto – porque estamos em face de vários direitos, cada um pertencente ao seu titular, que incidirão sobre toda a coisa, mais sobre parte não especificada dela, sobre uma quota ideal, uma fracção da coisa. Qual a posição a adoptar Mota Pinto, Álvaro Moreira e Carlos Fraga atestam que a construção que os parece traduzir com mais exactidão a realidade correspondente, embora também com dificuldades, será a ideia tradicional. “Cada um dos comproprietários tem direito a uma quota ideal ou intelectual do objecto de compropriedade. - Sustentam ainda que é a doutrina tradicional que fornece o melhor enquadramento para a possibilidade que cada um dos consortes tem de alienar a sua quota ideal e para a possibilidade que também cada um tem de requerer a divisão da coisa comum, quando o quiser. Isto supõe o seguinte: - Cada um dos comproprietários. Tem um direito autónomo, que não há apenas um direito para todos, mas cada um deles tem um “direito potestativo” sobre uma quota ideal. Adiantam ainda que há pontos de apoio literais ou formais, no teor dos preceitos reguladores deste instituto, que os permite perfilhar. Vide artigos 1408° e 1412° C.C que referem a possibilidade de cada consorte alienar a sua quota e pedir a divisão da coisa comum- tem pontos de apoio literais e formais no n°2 do artigo 1403°, no n°1 do artigo 1408°/6,? No artigo 1405°, etc. Sustentam, que nem creem que seja decisivo contra ela dizer-se que o direito a uma quota ideal contradiz qualquer principio constitucional dos direitos reais. Sabem que um desses princípios é o de que os direitos reais têm de incidir sobre coisas determinadas; mas ali a coisa esta determinada, é uma quota ideal daquele objecto, que, potencialmente, incide sobre todo o objecto – é um direito sobre uma fracção daquele objecto. “Isto parece oferecer um grau de suficiente determinação para os fins em que ela – a necessidade de determinação para os fins em que ela – a necessidade de determinação – tem relevo no domínio dos direitos reais, designadamente para determinar quando é que há uma lesão do direito do direito ou para resolver o problema do risco. É uma quota ideal de todo o objecto, daquele que esta determinado. Não surge, assim, o obstáculo que se ergue quando um eventual direito de propriedade (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) sobre coisas genéricas, direito que seria absurdo. Um direito sobre uma quota ideal de um objecto determinado parece, porém corresponder, as exigências suficientes de determinação do objecto dos direitos reais”. Regime jurídico Direito de Superfície 1524º — Noção Legal 1524º Este artigo admite duas modalidades do direito de superfície. a) Construção ou manutenção de uma obra em terreno alheio. b) A plantação ou manutenção (de árvores em terreno alheio) A primeira variante pode ser equiparada a variante prevista no artigo 1426º/1421º. O artigo 1524º faz referência ao direito de fazer ou manter plantações; com isto pode-se também admitir por meio do direito de superfície, o direito de plantar um pomar no solo de outrem (nisto consiste o direito de superfície quanto as plantações). Primeira observação do artigo 1524º Todavia, há ordenamentos jurídicos (suíço, alemão e o italiano fundamentalmente) que diferem ou defendem posições diferentes do nosso. Pensam não ser possível dissociar a plantação do solo. Ou seja, não admitir que a propriedade de árvores ou de plantações seja separada da propriedade do solo. Segunda observação implícita no artigo 1524º Faz reconduzir-se-lhe uma outra situação decorrente do 1528º que estabelece a susceptibilidade de o direito de superfície resultar de obras ou árvores já existentes separadas do solo isto é, reforça a separação que pode haver entre o direito de superfície e o direito de solo. Qual será então o melhor interesse do proprietário em aparar a superfície do solo (três questões): O direito de construir; O direito de superfície; O direito de construir, efectuar a construção Como o direito sobre a construção existente em terreno alheio, 1524 e 1528º. Quer a primeira como a segunda, são situações de natureza diferente porque a primeira é uma concepção feita pelo proprietário do solo, isto é, uma autorização que se dá a outrem para construir “Ad acdificandun” ou de “plantandun”. 1º - O direito de construir ou plantar em terreno alheio é um direito real autónomo sobre coisa de outrem. 2º - O direito sobre construção já existente é um direito sobre uma construção já feita do tipo do direito de propriedade (a propriedade da Constituição) separada do solo. É pois um direito de propriedade. Apesar de na noção legal (1524º) o legislador só faz referência a concepção ao direito de construir, considera também direito de superfície o direito de propriedade sobre a construção ou as árvores separadas do solo, isto é, sugere o artigo 1528º. NATUREZA JURÍDICA A natureza jurídica é diferente que o artigo 1526º estabelece logo, diz-nos que o direito de construir sobre prédio alheio é um direito de superfície. A parte final do mesmo artigo implica que uma vez feita a construção já não estamos diante de um direito de superfície mas sim doutro diferente. A propriedade horizontal. Qual será o melhor interesse do proprietário do solo (três). É antes da construção se o titular do direito de superfície não realizar a construção o titular do solo continua a fruir do direito de superfície. O outro é da construção, pois o titular do solo goza de direito de fruição de todas as coisas (areia etc.) que forem retiradas da superfície. O outro é depois de feita a construção, porque ele autoriza e concede o direito de superfície mas não o direito do solo, pois que se o titular deste pretender, pode fazer uma passagem no solo pois trata-se de um interesse de protecção e manutenção do solo. A doutrina questiona ainda quanto aos interesses que possa ter o titular da propriedade sobre o solo, em permanecer com este e vender só a construção ou em autorizar outrem a construir, ficando com a propriedade do solo para si. Em resposta destacam-se três interesses: Interesses antes da construção; 1532º Interesses durante a construção; doutrina Interesses depois da construção. 1533º. O objecto decorre da interpretação do artigo 1525º C.C Se consiste num direito sobre a obra ou árvore já existente: tem com objecto estas coisas. Se tem por objecto a construção de uma obra estatui o artigo 1525º. Tratando-se de um direito de construir sobre edifício alheio alleando-o ou sobreelevando-o, uma vez feita a construção tudo se resolve numa situação de propriedade horizontal. Constituição do direito de superfície 1528º CC 1º Acto negocial; 2º Negócio — mortis causa; 3º Usucapião; (Parte final do artigo 1528º) Exemplo: A compra de B uma casa sem escritura pública e instala-se nela. Quid iuri quanto ao título constitutivo. É nulo nos termos do artigo 1219º in fine e 220º, e consequentemente não adquiri o direito do negócio, tão somente adquirir a posse. Terreno: 1. Rural 22º /23º LT— Prédio rústico 2. Urbano 21º — prédio rústico Terrenos: 1. Concedíveis — 20º LT 2. Não concedíveis — LT artigo 1º e 11º e 12º, 19º/4 da lei das terras — terreno e prédio rústico