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 MEIOS DE DEFESA DA POSSE —

Os meios de defesa da posse podem ser:


• de defesa directa e 
• de defesa judiciais.
— Meios de defesa directa da posse pode ser por via de:
• Acção directa e 
• Legitima defesa.
Acção directa: 
— Artigo 336 ° (Acção directa) do CC —— Artigo º1 do CPC. 
Exemplo: 
Artigo 1277° (Acção directa e defesa judicial) CC, e artigo 470º CPC —
— A acção directa é portanto um dos meios de tutela privada dos direitos prevista na lei e
consiste precisamente no lícito recurso a força com o fim de realizar ou assegurar o
próprio direito.
—Este recurso é permitido com fundamento o artigo 1° CPC, estabelece in fine, a
possibilidade do recurso a força para realizar ou assegurar o próprio direito.
— Este recurso a força só é lícito, só se situando portanto dentro dos limites da acção
directa, quando for indispensável para evitar a inutilização prática do direito nos casos:
Os meios judiciais de defesa da posse
— Os meios judiciais de defesa da posse, correspondem às acções possessórias, que
atribuídas ao possuidor os referidos meios judiciais de defesa da sua posse contra actos
que ameacem ou a lesem, pode dirigir-se ao tribunal e requerer determinadas
providências, através das chamadas ACÇÕES POSSESSÓRIAS.
— As acções possessoras podem ser:
• Acção de prevenção, — artigo1276º CC
• Acção de manutenção, e — artigo 1278º CC
• Acção de restituição da posse. — 393º CPC
— Acção de *manutenção e de *restituição caducam no prazo de um ano contado do facto
da perturbação ou do esbulho, ou do conhecimento dele, quando tenha sido praticado
ocultamente.
— Em qualquer caso, o possuidor mantido ou restituído tem direito a indemnização pelos
prejuízos que haja sofrido em consequência da ameaça, da turbação ou do esbulho.
— Nos casos de ter havido esbulho — “A disposição do artigo 1314º CC corresponde
quanto à defesa do direito de propriedade à disposição do artigo 1277º CC relativa a
defesa da posse”.
— “E não podia deixar de coincidir as duas disposições, pois que, quando o proprietário ou
o possuidor recorre a força nas condições previstas no 336º CC defende simultaneamente
a sua posse e o seu direito de propriedade” (LIMA E VARELA, 1975, PÁGINA P. 104)
(artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição).
— Artigo 1314º (Acção directa) CC
— Para efeitos da defesa, a distinção entre a posse e o direito de propriedade só poderá
ser feita quando o ofendido recorrer aos Tribunais. E a acção directa é por sua natureza
anterior a intervenção dos meios coercivos judiciais.
— Nos casos de ter havido esbulho violento, o possuidor, não obstante ter de recorrer a
ACÇÃO DE RESTITUIÇÃO, pode desde logo, socorrer-se da PROVIDÊNCIA CAUTELAR
DE RESTITUIÇÃO PROVISÓRIA DA POSSE, que será decretada nos termos dos:
• Artigos 393° (Restituição - provisória da posse – em que casos tem lugar) CPC. 
Aqui é necessário que se alegue os factos que constituem: 
1. A posse, isto é, é necessário que se alegue os factos inerentes aos elementos
constitutivos da posse, como: 
1. o animus e 
2. o corpus, 
2. O esbulho pode ser praticado: 
1. com violência ou 
2. sem violência. 
Para o caso da Restituição Provisória da posse é necessário que “o acto que alguém priva
outrem, total ou parcialmente, da posse de uma coisa” (ANA PRATA, 1997, pág. 430), seja
com violência, isto é, esbulho com violência.
3. A violência na perspectiva da doutrina e da jurisprudência tanto pode consubstanciar-se
com *coacção física (artigo 246º CC) como com *coação moral.
• Os termos em que se consagra a ordem de restituição decorre do artigo 394° CPC
(Restituição provisória da posse) sem citação, nem audiência do esbulhador 
• 1276º – Defesa da posse – Acção de prevenção ss. do CC.
— A Providência Cautelar é uma medida decretada pelo Tribunal nos Procedimentos
Cautelares, consiste como processo judicial instaurado como: 
• Preliminar a uma acção ou, na 
• Pendência deste Procedimento Cautelar como seu incidente, com vista a prevenir ou
remover o perigo resultante da demora a que esta sujeito o Processo Principal, em que
aquele corre em apenso a esta – 
• 382º nº 1 CPC 
• 390º nº 1 e 
• 83º CPC, 
• 313º e 
• 453º CPC
— ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE: esta regulado no artigo 1278° do CC, como
uma forma de reacção contra actos de perturbação da posse.
Para intentar esta ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE é necessário a:
1. * prática de actos materiais de turbação da posse -, e não de actos de natureza jurídica,
pois estes actos só podem dar origem a ACÇÕES DE PREVENÇÃO-, que diminuam ou
modifiquem o exercício da posse e que traduzam uma pretensão possessória do terceiro
contrário a posse do possuidor.
Para intentar ACÇÃO DE MANUTENÇÃO DA POSSE, é necessário, por força da lei,
• que a posse tenha duração superior a um ano, refere-se assim em posse de um ano e
dia. 
• Uma posse de duração inferior a um ano não tem ainda estabilidade suficiente que
justifique tutela jurídica.
Se a posse não tiver mais de um ano, o possuidor só pode ser mantido – ou restituído,
uma vez que este requisito de procedência da acção judicial vale também para acção de
restituição da posse – contra quem tiver melhor posse.
Acção de Restituição de Posse, vide artigo 1278° (Manutenção e restituição da posse),
verifica-se quando o possuidor tenha sido esbulhado da posse, isto é, privado dela.
O artigo 1279° (esbulho violento) CC;
Artigo 393º CPC prevê e regulam a “ACÇÃO” DE RESTITUIÇÃO DE POSSE no caso de
esbulho violento.
Não há audiência do esbulhador, pelo que estamos perante um Procedimento Cautelar. 
– sendo provisória, terá de intentar a correspondente ACÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE
POSSE no prazo de trinta dias, nos termos da al. a) do artigo 382° c.p.c.
ACÇÃO DE PREVENÇÃO:
• Artigo 1276° (Acção de prevenção) CC,
o locatário pode usar, mesmo contra o locador, ACÇÃO DE PREVENÇÃO DE POSSE,
bem como os demais meios de defesa da posse previstos nos artigos 1276° e segs. do
CC 
– artigo 1037° n°2 (Actos que impedem ou diminuir o gozo da coisa) CC; em situação
análoga se encontram o parceiro pensador, mesmo contra o parceiro proprietários (1125°
n°2 (Utilização dos animais) – c.c.;
Parceiro pensador é a parte a quem é entregue o animal para vigiar, guardar e criar.
O comodatário, mesmo contra o comodante, artigo 1133° n° c.c.,
O depositário, mesmo contra o depositante (artigo 1188° n°2 c.c.) e
O credor pignoratício, mesmo contra o dono da coisa 670° a) c.c.;
A acção de prevenção: segue, independentemente do seu valor, os termos do processo
sumário. Ver artigo CPC
É de referir, por último, OS EMBARGOS DE TERCEIRO, previstos no artigo 1285° do c.c.
e no artigo 1037° e ss do cpc.
Neste caso pressupõe-se que tenha havido uma diligência ordenada judicialmente
ofensiva da posse – 
como, exemplo: 
• uma penhora, 
• um arresto, 
• um arrolamento etc. 
– sem que o possuidor tenha intervindo nessa diligência.
A legitimidade para propor as acções possessórias referem-se os artigos:
• 1276° (Acção de prevenção); 
• 1281° (Legitimidade) e 
• 1286 (Defesa da composse) c.c.,
— apenas o possuidor pode intentar uma Acção de Prevenção, devendo esta ser proposta
contra o autor da ameaça.
— Para as acções de manutenção e de restituição da posse: rege o artigo 1281°
(Legitimidade) c.c. 
Para a composse – 1286° (defesa da composse) c.c.
As servidões distinguem-se das restrições porque aquelas têm origem num acto:
• negócio jurídico,
• ou sentença, e
As restrições resultam ipso iure de uma dada situação de facto em que ab origine se
encontram os prédios por elas afectados.
Continuando com Expropriação de Utilidade – domínio privado
Há casos de expropriação do próprio domínio. Assim, o artigo 1370º atribui ao proprietário
de prédio confinante, com parede ou muro alheio a faculdade de adquirir nele comunhão
no todo ou sem parte, mediante condições referidas no mesmo artigo.
Indemnizações (artigo 1310º)
O direito a indeminização é inerente as figuras da:
• expropriação 
• e requisição.
Pois não se verificando indemnização há confisco, vide artigo 97º da Constituição).
Exemplo: - artigo 1388° e 1309° c.c.
Requisição: Podemos defini-lo como o acto administrativo pelo qual um órgão competente
impõe a um particular, verificando-se as circunstâncias previstas na lei e mediante
indemnização, a obrigação de prestar serviços, de ceder coisas móveis ou somoventes ou
de consentir na utilização do interesse publico e que não convenha procurar no mercado .
As requisições tanto podem incidir sobre coisas móveis ou imóveis, como podem consistir
num facere (serviço pessoal), ao contrário das expropriações por utilidade publica, que
incidem sempre sobre imóveis.
Por outro lado, enquanto a expropriação é uma transferência coactiva do domínio, a
requisição tanto pode ter por objecto:
• a propriedade, como 
• o gozo ou o uso da coisa.
O direito à indemnização é inerente às figuras da expropriação e da requisição. Vide por
exemplo o artigo 12º do Código Mineiro
O confisco, E na Leiº 43/76, ............. confisco consiste numa apreensão pura e simples
dos bens por parte do Estado.
Contrariamente a expropriação, não pressuponha o pagamento de uma indemnização,
nem tinha por base um motivo de utilidade pública.
O mesmo diploma permite que os ministros titulares no seu despacho conjunto possam
estabelecer que a Conservatória competente proceda à inscrição a favor do Estado da
referida fracção, livre de quaisquer ónus ou encargos.
Entretanto, por algumas razões veio o artigo 97º da Constituição):
O código civil, não deixou, em relação a cada caso de expropriação por utilidade privada,
de reforçar a ideia de indemnização:
• artigo 1370° C.C. (comunhão forçada)
• artigo 1554° C.C. (Indemnização)
• artigo 1557° C.C. (Aproveitamento de aguas para gastos domésticos)
• artigo 1558° C.C. (Aproveitamento das águas para fins agrícolas)
• artigo 1559° CC 
• artigo 1561° e CC
• artigo 1563° CC
Na sua última parte o 1310° CC – atribui-se o direito à indemnização a todos os titulares
de direitos reais sobre a coisa e não apenas ao proprietário.
Exemplo:
• 1077° c.c. ( caducidade por expropriação);
• 1115° c.c. (caducidade por expropriação);
• 1119° c.c. (Remissão)
NB: Em relação ao usufruto,
• 1480° n°2 (Indemnizações)
• 1514° (expropriação por utilidade publica)
• 1542° (extinção por expropriações)
é importante referir que ----------- 90º LC
Quanto ao uso e habitação e das servidões
• artigo 1490°
• artigo 1480° n° 2
Tudo isto referente as expropriações = 1051°
Ao lado destas figuras, muitas outras restrições estão previstas na lei:
• Há restrições do direito de construir, por motivos de estética ou de higiene;
• Há-as resultantes da proximidade de certas vias de comunicação ou de correntes de
água;
• Há-as exigidas pelos interesses da defesa militar, pelos interesses da economia nacional,
pela defesa da propriedade (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) florestal, pela
defesa dos valores artísticos e arqueológicos, pelo desenvolvimento das comunicações
telegráficas ou telefónicas, pelo transporte de energia eléctrica.
O número de restrições cresce dia a dia com a sobreposição frequente dos interesses da
colectividade, ou dos grandes grupos sociais, aos interesses dos particulares.
As restrições de direito privado são as que resultam das relações de vizinhança. Têm elas
em vista regular conflitos de interesses, quer surjam entre vizinhos, em consequência da
solidariedade dos seus direitos, ou seja, em virtude da impossibilidade de serem uns
exercícios plenamente sem afectação dos direitos dos vizinhos.
A generalidade destas restrições encontram-se previstas e reguladas no capitulo relativo a
propriedade (artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) de imóveis ; artigo 1344° c.c.
A compropriedade e a Propriedade.
A propriedade integra a Trilogia Romana
• ius utendi, — 
• ius fruendi, et
• ius abutendi
Hoje podemos classificar a propriedade em propriedade individual e propriedade colectiva.
• Propriedade colectiva
• Propriedade individual.
Levelege
• Propriedade de aldeia;
• Propriedade familiar;
• Propriedade individual.
Vide Engels: Origem da Família, da propriedade privada e do Estado.
A compropriedade é uma modalidade do direito de propriedade em que há uma pluralidade
de titulares (contitularidade) do direito sobre a mesma coisa.
A noção decorre do artigo 1403º C.C. a compropriedade ou também propriedade comum
verifica-se quando mais de uma pessoa são simultaneamente titulares do direito da
propriedade sobre a mesma coisa.
Aos comproprietários são também designados de consortes.
Os direitos dos consortes sobre a coisa comum são qualitativamente iguais, isto é,
---------------, enquanto que quantitativamente poderem ser diferentes. Não havendo
indicação do título constitutivo presume-se serem as quotas quantitativamente iguais,
artigo 1403 º nº 2 CC.
Artigo 1404° CC (Aplicação das regras da compropriedade a outras formas de comunhão).
O conceito de compropriedade como um caso de contitularidade num único direito de
propriedade sobre a mesma coisa.
Compropriedade: A medida da participação de cada um dos comproprietários define-se
por uma quota (1/2, 1/3, ¼), de que o comproprietário pode dispor livremente, tendo os
restantes comproprietários direito de preferência, no caso de venda ou dação em
cumprimento da quota de qualquer dos consortes.
Propriedade colectiva: direito de propriedade de que são contitulares dois ou mais sujeitos,
mas sem que cada um deles caiba uma quota diferenciada, como na compropriedade,
antes havendo um direito unitário; trata-se pois, de um direito indivisível, sem quotas,
titulado simultaneamente por mais de um sujeito.
O conceito de compropriedade como um caso de contitularidade num único direito de
propriedade sobre a coisa comum afasta duas das concepções mais divulgadas entre os
autores acerca da natureza jurídica do comproprietário.
Duas das concepções mais divulgadas entre os autores acerca da natureza do direito de
propriedade, são:
a) Doutrina tradicional (Compropriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade
iguais sobre toda a coisa) * e a
b) A doutrina que concede a propriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade
iguais sobre todas as coisas
a) A Doutrina Tradicional
Segundo a doutrina tradicional cada co-proprietário é titular de um direito (pleno e
absoluto) de propriedade sobre uma quota ideal ou intelectual da coisa.
A constituição da compropriedade não alteraria a natureza especifica do domínio. Mas
modificaria o objecto do direito, isto porque o direito do proprietário incide sobre a coisa
corpórea ou incorpórea cujas utilidades lhe pertencem.
Pertencendo a propriedade à uma pluralidade de titulares o objecto de cada um deles
deixaria de ter por objecto a coisa e recairia sobre uma quota dela.
Esta concepção tradicional é justamente repudiada por muitos autores modernos.
A propriedade, como toda relação jurídica, aliás não pode incidir sobre coisas ideais ou
abstractas, visto que a sua disciplina, pressupõe como objecto de direito, coisas
individualizadas (de natureza corpórea ou incorpórea).
Além disso, se os direitos dos comproprietários incidem, não sobre a coisa, mas sobre
quotas abstractas dela, a conclusão lógica dessa tese tradicional seria a de que a coisa
comum era coisa sem dono (Cfr., porém, o disposto no artigo 1345° CC consideram-se
património do Estado nos termos deste artigo.
Sendo sem dono > nos termos do artigo 1345° C.C. consideram-se património do Estado.
Por último, pode ainda acrescentar-se que a limitação do direito de cada consorte a uma
simples quota abstrata se não coaduna logicamente com os poderes que a lei lhe
concede, nomeadamente quanto ao uso e administração da coisa, sobre toda esta.
- artigo 1406° n°1 c.c. (Uso da coisa comum);
- artigo 1407° C.C. (Administração da coisa).
Finalmente, pode ainda acrescentar-se que a limitação do direito de cada consorte a uma
simples coisa abstracta que se coaduna logicamente com os poderes que a lei lhe
concede nomeadamente quanto do uso e a administração da coisa sobre toda esta coisa
artigo 1406° n° 1; 1407° e 985° C.C
b) A doutrina que concede a propriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade
iguais sobre todas as coisas
O princípio legal da unicidade do direito de propriedade também afasta de modo
inequívoco, 
é a que concebe a compropriedade como uma pluralidade de direitos de propriedade
iguais sobre toda coisa, quem defende esta tese é; Pinto Coelho e Oliveira Ascensão.
A maior parte dos tradistas têm no entanto, repudiado com justa causa esta tese pluralista.
Não se concebe, logicamente, que com o direito de propriedade, cuja vacação tende a
garantir ao titular todas utilidades que a coisa possa prestar, concorram, sobre a mesma,
coisa outro ou outros direitos da mesma natureza.
Com a propriedade, por virtude de uma característica desse direito, que é a sua
elasticidade ou compressibilidade, poderão sem dúvida concorrer, em relação à mesma
coisa, outros direitos reais limitados, como:
• o *usufruto, 
• as *servidões ou 
• direitos reais de *garantia.
O que já não se compreende é que a concorrência da propriedade se dê com a
propriedade, atenta a natureza absoluta e exclusiva de tal direito.
O que já não se compreende é que à propriedade seja assinado um limite que vale tanto,
em todos os aspectos, como o direito limitado.
O facto de recusar manifestamente a cada um dos comproprietários a titularidade
autónoma de um direito de propriedade sobre a coisa comum não significa que, para
encontrar o sujeito de um único direito de propriedade existente na compropriedade se
tenha de converter a pluralidade inorgânica dos vários contitulares numa entidade
colectiva orgânica corporativamente estruturada.
Esta concepção,
Defende que a titularidade do domínio, dentro de compropriedade, estaria na colectividade
dos consortes; o comproprietário isoladamente considerado, não seria titular de um direito
autónomo, concorreria apenas para a formação do sujeito do direito.
Na verdade, dentro do instituto da compropriedade, há, determinada organização (v .g
artigo 1406º/7 e 985º) que se revele na forma como são exercidas (mediante deliberação
maioritária ou por consenso unânime dos consortes) certas faculdades.
Todavia, para dar expressão jurídica adequada a este esquema embrionário de
organização; não é necessário recorrer ao expediente artificial de converter a pluralidade
inorgânica dos consortes numa unidade subjectiva abstracta distinta de cada um deles.
São soluções que cabem perfeitamente dentro do esquema lógico da simples
contitularidade do direito. A ideia de que na compropriedade há um direito de propriedade
atribuído a esse ente colectivo, além de reflectir a fisionomia própria de compropriedade de
raiz Romanistas em confronto com a propriedade de mão comum de origem germânica,
não se adapta logicamente aos amplos poderes individuais do uso nos termos do artigo
1406º C.C; administração nos termos do artigo 1407º e 985º; alienação e transmissão,
atribuídos por lei a cada comproprietário.
Afirmando que a compropriedade é uma comunhão num único direito de propriedade, e
que o direito dos consortes (sobre a coisa comum) são qualitativamente iguais, a lei
permite distinguir, com relativa facilidade entre a * Compropriedade, de um lado, e * o
Concurso de direito e do Condomínio do outro.
Há concurso de direitos quando sobre a mesma coisa incidem dois ou mais direitos reais
distintos.
Assim acontece por exemplo, quando sobre um prédio incide um direito de propriedade e
um usufruto, a propriedade e uma servidão, o domínio directo e o domínio útil, duas ou
mais servidões de diferentes natureza ou até da mesma natureza (pois o que individualiza
cada servidão são as utilidades proporcionadas através dela ao prédio dominante - artigo
1544ºc.c.).
Não há nestes casos “compropriedade, até porque os direitos constituídos sobre a mesma
coisa a favor dos direitos diferentes dos titulares não são qualitativamente iguais.
A comunhão de direitos dá-se sempre que o mesmo direito patrimonial pertença
simultaneamente a duas ou mais pessoas.
Exemplo: - solidariedade de créditos; 
- co-usufruto;
A comunhão é assim uma figura mais ampla do que a compropriedade;
Sempre que há compropriedade existe comunhão ou condomínio que nem sempre
constituem formas de compropriedade.
Portanto podemos concluir que a medida da participação de cada um dos comproprietários
define-se por uma quota (1/2; 1/3; ¼), de que o comproprietário pode dispor livremente;
tendo os restantes comproprietários direito de preferência, no caso de venda ou dação em
cumprimento da quota de qualquer dos consortes.
Todos os direitos que pertencem ao proprietário singular são exercidos em conjunto pelos
comproprietários, participando estes nas vantagens e encargos da coisa na proporção das
suas quotas.
A coisa comum, não havendo acordo quanto ao seu uso, pode ser usada por qualquer dos
comproprietários, contando que não faça dela uma utilização diferente daquela a que a
coisa se destina e não prive os outros comproprietários de igualmente a usarem.
Nenhum comproprietário é obrigado a permanecer na indivisão, podendo obter a divisão
da coisa comum, amigável ou judicialmente (nos termos dos artigos 1052°, e seguintes,
C.P.C.;
Sempre que há compropriedade, existe comunhão ou condomínio; mas nem toda a
comunhão ou condomínio constituem formas de compropriedade.
O nosso código trata a compropriedade com um capítulo dentro do titulo referente a
propriedade, porque a compropriedade é um direito de propriedade decorre do artigo1403°
c.c
Nos termos do artigo 1404° c.c o regime legal da compropriedade são aplicáveis com as
necessárias adaptações, à comunhão de quaisquer outros direitos.
COMUNHÃO: é o mesmo que contitularidade.
CONTITULARIDADE: situação em que dois ou mais sujeitos são simultaneamente titulares
de um dado direito por exemplo: a compropriedade .
Pode haver uma comunhão numa servidão ou um usufruto, como pode haver uma
situação de comunhão ou relação a um direito de credito (dois ou três descendentes de
um indivíduo subentram na titularidade da sua quota social numa sociedade por quotas e
ficam numa situação de comunhão .
Verifica-se, certamente, uma importância capital da aplicação das regras de
compropriedade à comunhão de quaisquer outros direitos, designadamente para efeitos de
direitos de preferencia.
3 – Uma terceira posição entende que estamos perante um só direito, um único direito com
vários titulares; Aqui conclui-se haver um só direito com vários sujeitos.
Esta posição segundo Álvaro Moreira e Carlos Fraga, concebe como um só direito com
vários titulares, não da expressão as diferenças de regime entre a compropriedade e a
chamada comunhão de mão comum ou património colectivo – alegam os mesmos que
nestes casos sim, há um só direito com vários titulares porque não se pode pedir a
indivisão dada afectação especial do património a um fim especifico, nem pode cada um
dos contitulares alienar uma quota de objecto (por exemplo, na comunhão conjugal,
nenhum do cônjuges pode alienar uma quota de património conjugal ou pedir a divisão
deste, enquanto durar a vida conjugal).
No património colectivo há, pois, um só direito com vários titulares, não podendo nenhum
deles isoladamente fazer nada; na compropriedade não se passam assim as coisas – cada
um dos contitulares tem certa liberdade para agir isoladamente, quanto a sua fracção do
objecto – porque estamos em face de vários direitos, cada um pertencente ao seu titular,
que incidirão sobre toda a coisa, mais sobre parte não especificada dela, sobre uma quota
ideal, uma fracção da coisa.
Qual a posição a adoptar
Mota Pinto, 
Álvaro Moreira e Carlos Fraga 
atestam que a construção que os parece traduzir com mais exactidão a realidade
correspondente, embora também com dificuldades, será a ideia tradicional.
“Cada um dos comproprietários tem direito a uma quota ideal ou intelectual do objecto de
compropriedade.
- Sustentam ainda que é a doutrina tradicional que fornece o melhor enquadramento para
a possibilidade que cada um dos consortes tem de alienar a sua quota ideal e para a
possibilidade que também cada um tem de requerer a divisão da coisa comum, quando o
quiser.
Isto supõe o seguinte:
- Cada um dos comproprietários. Tem um direito autónomo, que não há apenas um direito
para todos, mas cada um deles tem um “direito potestativo” sobre uma quota ideal.
Adiantam ainda que há pontos de apoio literais ou formais, no teor dos preceitos
reguladores deste instituto, que os permite perfilhar. 
Vide artigos 1408° e 1412° C.C que referem a possibilidade de cada consorte alienar a sua
quota e pedir a divisão da coisa comum- tem pontos de apoio literais e formais no n°2 do
artigo 1403°, no n°1 do artigo 1408°/6,? No artigo 1405°, etc.
Sustentam, que nem creem que seja decisivo contra ela dizer-se que o direito a uma quota
ideal contradiz qualquer principio constitucional dos direitos reais.
Sabem que um desses princípios é o de que os direitos reais têm de incidir sobre coisas
determinadas; mas ali a coisa esta determinada, é uma quota ideal daquele objecto, que,
potencialmente, incide sobre todo o objecto – é um direito sobre uma fracção daquele
objecto.
“Isto parece oferecer um grau de suficiente determinação para os fins em que ela – a
necessidade de determinação para os fins em que ela – a necessidade de determinação –
tem relevo no domínio dos direitos reais, designadamente para determinar quando é que
há uma lesão do direito do direito ou para resolver o problema do risco. É uma quota ideal
de todo o objecto, daquele que esta determinado.
Não surge, assim, o obstáculo que se ergue quando um eventual direito de propriedade
(artigo 89º nº 2 alínea d) e e) da Constituição) sobre coisas genéricas, direito que seria
absurdo. Um direito sobre uma quota ideal de um objecto determinado parece, porém
corresponder, as exigências suficientes de determinação do objecto dos direitos reais”.
Regime jurídico
Direito de Superfície 1524º 
— Noção Legal 1524º
Este artigo admite duas modalidades do direito de superfície.
a) Construção ou manutenção de uma obra em terreno alheio. 
b) A plantação ou manutenção (de árvores em terreno alheio)
A primeira variante pode ser equiparada a variante prevista no artigo 1426º/1421º.
O artigo 1524º faz referência ao direito de fazer ou manter plantações; com isto pode-se
também admitir por meio do direito de superfície, o direito de plantar um pomar no solo de
outrem (nisto consiste o direito de superfície quanto as plantações).
Primeira observação do artigo 1524º
Todavia, há ordenamentos jurídicos (suíço, alemão e o italiano fundamentalmente) que
diferem ou defendem posições diferentes do nosso. Pensam não ser possível dissociar a
plantação do solo. Ou seja, não admitir que a propriedade de árvores ou de plantações
seja separada da propriedade do solo.
Segunda observação implícita no artigo 1524º
Faz reconduzir-se-lhe uma outra situação decorrente do 1528º que estabelece a
susceptibilidade de o direito de superfície resultar de obras ou árvores já existentes
separadas do solo isto é, reforça a separação que pode haver entre o direito de superfície
e o direito de solo.
Qual será então o melhor interesse do proprietário em aparar a superfície do solo (três
questões):
 O direito de construir;
O direito de superfície; 
O direito de construir, efectuar a construção
 Como o direito sobre a construção existente em terreno alheio, 1524 e 1528º. 
Quer a primeira como a segunda, são situações de natureza diferente porque a primeira é
uma concepção feita pelo proprietário do solo, isto é, uma autorização que se dá a outrem
para construir “Ad acdificandun” ou de “plantandun”.
1º - O direito de construir ou plantar em terreno alheio é um direito real autónomo sobre
coisa de outrem.
2º - O direito sobre construção já existente é um direito sobre uma construção já feita do
tipo do direito de propriedade (a propriedade da Constituição) separada do solo. É pois um
direito de propriedade.
Apesar de na noção legal (1524º) o legislador só faz referência a concepção ao direito de
construir, considera também direito de superfície o direito de propriedade sobre a
construção ou as árvores separadas do solo, isto é, sugere o artigo 1528º.
NATUREZA JURÍDICA
A natureza jurídica é diferente que o artigo 1526º estabelece logo, diz-nos que o direito de
construir sobre prédio alheio é um direito de superfície.
A parte final do mesmo artigo implica que uma vez feita a construção já não estamos
diante de um direito de superfície mas sim doutro diferente. A propriedade horizontal.
Qual será o melhor interesse do proprietário do solo (três).
 É antes da construção se o titular do direito de superfície não realizar a construção o
titular do solo continua a fruir do direito de superfície.
 O outro é da construção, pois o titular do solo goza de direito de fruição de todas as
coisas (areia etc.) que forem retiradas da superfície. 
 O outro é depois de feita a construção, porque ele autoriza e concede o direito de
superfície mas não o direito do solo, pois que se o titular deste pretender, pode fazer uma
passagem no solo pois trata-se de um interesse de protecção e manutenção do solo.
A doutrina questiona ainda quanto aos interesses que possa ter o titular da propriedade
sobre o solo, em permanecer com este e vender só a construção ou em autorizar outrem a
construir, ficando com a propriedade do solo para si.
Em resposta destacam-se três interesses:
 Interesses antes da construção; 1532º 
 Interesses durante a construção; doutrina 
 Interesses depois da construção. 1533º.
O objecto decorre da interpretação do artigo 1525º C.C
 Se consiste num direito sobre a obra ou árvore já existente: tem com objecto estas
coisas. 
 Se tem por objecto a construção de uma obra estatui o artigo 1525º.
 Tratando-se de um direito de construir sobre edifício alheio alleando-o ou
sobreelevando-o, uma vez feita a construção tudo se resolve numa situação de
propriedade horizontal.
Constituição do direito de superfície 1528º CC
1º Acto negocial; 
2º Negócio — mortis causa; 
3º Usucapião; 
(Parte final do artigo 1528º)
Exemplo:
A compra de B uma casa sem escritura pública e instala-se nela. Quid iuri quanto ao título
constitutivo.
É nulo nos termos do artigo 1219º in fine e 220º, e consequentemente não adquiri o direito
do negócio, tão somente adquirir a posse.
 Terreno:
1. Rural 22º /23º LT— Prédio rústico
2. Urbano 21º — prédio rústico
 Terrenos:
1. Concedíveis — 20º LT
2. Não concedíveis — LT
artigo 1º e 11º e 12º, 19º/4 da lei das terras — terreno e prédio rústico

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