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Desenho Estrutural PDF
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SANTA CATARINA
DESENHO ESTRUTURAL
1 – GENERALIDADES
O concreto armado é um material que pela sua própria composição se adapta a qualquer
forma estrutural, atendendo, portanto, a inúmeras concepções arquitetônicas, como atestam as inúmeras
construções existentes pelo país.
Essa disciplina tem como objetivo conhecer, interpretar e representar projetos de
estruturas de concreto armado. Engloba ainda cálculos relativos à quantidade de materiais de concreto
armado, assim como o conhecimento de normas relativas aos mesmos.
No caso dos edifícios residenciais e comerciais, as estruturas em concreto armado são
projetadas em função da finalidade da edificação e da sua concepção arquitetônica.
Nos edifícios usuais em concreto armado os elementos estruturais, que compõe o
sistema estrutural global, são compostos por vigas, lajes e pilares. Os pilares, junto ao nível do terreno ou
abaixo dele se houver subsolo, são apoiados em sapatas ou blocos sobre estacas para transferir as ações ao
solo.
Cada elemento estrutural deve ter função compatível com os esforços solicitantes e sua
segurança tem que ser garantida segundo os Estados Limites Últimos e de Serviço, de acordo com a NBR
6118/2007.
As posições ocupadas pelos elementos estruturais, vigas e pilares, devem estar de
acordo com o projeto arquitetônico. O projeto estrutural deve atender todas as exigências quanto a
transferência de ações e segurança indicada para as edificações específicas, e também estar em harmonia
com o ambiente que o cerca.
A estrutura de um edifício tem que resistir globalmente na direção horizontal o
deslocamento causado por ações horizontais atuantes. Esta idéia está associada ao conceito de rigidez
espacial, onde a edificação tem deslocamentos tão pequenos que possam ser desprezados quando
comparados com valores limites para os deslocamentos. Isso significa que, ao se aplicar uma ação a um
dos elementos estruturais do edifício, todos os demais elementos contribuem na capacidade da estrutura
de absorvê-la.
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Os elementos estruturais isolados, lajes, vigas e pilares, dos edifícios devem ter
resistência mecânica, estabilidade, rigidez e resistência à fissuração e deslocamentos excessivos para
poderem contribuir de modo efetivo na resistência global do edifício.
A estrutura resistente de um edifício de vários andares é constituída pelos elementos de
barras verticais – pilares, elementos de barras horizontais – vigas e elementos de placas horizontais – lajes
e, se forem necessárias para melhorar a resistência à ação do vento, chapas verticais constituídas pelos
pilares paredes.
Basicamente as ações verticais, que atuam nas lajes de vários andares e, que são
constituídas pelas ações permanentes diretas e ações variáveis normais, são transferidas para as vigas, que
por sua vez, após receberem as ações permanentes das alvenarias, se houver, as distribuem aos pilares. Os
pilares têm a função de receber as ações das vigas dos vários andares e distribuí-las às fundações. Além
disso, contribuem para a resistência das ações horizontais e estabilidade global.
As ações horizontais, na grande maioria dos edifícios construídos em território nacional
até hoje, são por causa da ação dos ventos. Em localidades onde há ocorrência de abalos sísmicos, é
necessária sua consideração.
Todos os elementos estruturais citados são responsáveis por absorver as ações
horizontais, pois embora a ação do vento ocorra nas fachadas, há uma distribuição dessas por ação das
paredes de alvenaria ou elementos de fachada para as vigas e pilares de extremidade, e desses para os
pilares internos. As lajes trabalham como diagramas horizontais, por possuir grande rigidez no seu plano
e sendo considerada, portanto, como elemento de corpo rígido.
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2 – OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS
2.1 – Lajes
São elementos estruturais planos onde as dimensões em duas direções prevalecem sobre
uma terceira.
Normalmente se apresentam na posição horizontal, e são elas que recebem as cargas que
agirão sobre a estrutura. As lajes podem ser tetos e pisos.
a) Lajes maciças
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e) Laje nervurada
2.3 – Vigas
As vigas também podem transmitir cargas sobre outras vigas, mas a transmissão final
das cargas das vigas se dará para o terceiro elemento básico da estrutura, que é o pilar.
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Vigas contínuas são mais favoráveis que vigas simplesmente apoiadas pois possuem
maior rigidez por sua continuidade – os momentos negativos são favoráveis em termos de diminuição das
flechas. As vigas contínuas com vãos de mesma ordem de grandeza apresentam esforços mais
equilibrados e conseqüentemente são mais econômicas e dão origem a uma estrutura mais equilibrada e
mais estética.
As vigas altas são mais favoráveis e eficientes que as vigas baixas e largas (a rigidez é
função do momento de inércia de sua seção, que é diretamente proporcional ao cubo de sua altura).
A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12cm. Em casos
excepcionais, esse limite pode ser reduzido para 10cm, desde que respeitadas, obrigatoriamente, as
condições descritas no item 13.2.2 da NBR 6118/2007.
2.4 – Pilares
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2.5 – Infra-estrutura
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VIGAS
A altura das vigas pode ser calculada pela expressão: h=L/10
Onde L é o vão da viga, normalmente igual à distância entre os eixos de pilares de apoio.
VIGAS BIAPOIADAS
VIGAS CONTÍNUAS
VIGAS EM BALANÇO
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PILARES
Traça-se uma reta na linha média entre o Pilar e seus vizinhos, obtendo assim a Área de
Influência (Ai) do mesmo.
Dividindo-se pela tensão normal de referência (σref ) que é função da resistência à compressão
do concreto (fck), obtém-se finalmente a Área do Pilar (Apilar) necessária para resistir a referida
carga.
F F F = qtotal
σ= ∴A=
A σ
A pilar ≥ 360cm 2
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SAPATAS ISOLADAS
P
A = 1,05
σ adm
B x − bx B y − by
h≥ + 4cm h≥ + 4cm
4 4
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NBR 6122/96
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3 – LANÇAMENTO ESTRUTURAL
3.1 - Generalidades
As vigas, como falamos, deverão ter altura da ordem de 1/10 a 1/15 do vão e no caso de
vigas contínuas, de preferência, deverá ser mantida uma altura única para padronização da forma,
facilitando a execução. Porém, nada impede que se possa variar a altura em algum vão por motivos
arquitetônicos ou de instalações ou por outra razão.
Devemos prestar atenção no posicionamento das esquadrias que muitas vezes
condicionam a altura das vigas correspondentes como mostrado na figura a seguir.
Também como já mencionamos anteriormente, a seção transversal das vigas não deve
apresentar largura menor que 12 cm. Este limite pode ser reduzido, respeitando-se um mínimo absoluto
de 10 cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas condições:
a) alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidas na NBR 6118/2007;
b) lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR14931.
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Não é conveniente utilizar vigas com menos de 12 cm de espessura para que possamos
ter uma boa concretagem e possamos garantir boa qualidade estrutural e estética, no caso de concreto
aparente. Se pudermos utilizar espessuras de 15 cm sem interferir na estética é melhor.
A numeração das vigas em uma planta de formas é feita utilizando-se a letra “V”
(maiúscula) seguida das dimensões de sua seção transversal; exemplo: V1(12x30). Numera-se
primeiramente todas as vigas horizontais e, na sequência, as verticais.
“A numeração das vigas será feita para as dispostas horizontalmente no desenho,
partindo-se do canto superior e prosseguindo-se por alinhamentos sucessivos, até atingir o canto inferior
direito; para as vigas dispostas verticalmente partindo-se do canto inferior esquerdo, para cima, por
fileiras sucessivas, até atingir o canto superior direito. Convenciona-se considerar como dispostas
horizontalmente no desenho, as vigas cuja inclinação com a horizontal variar de 0° a 45°, inclusive.” (
NBR7191/82, item 3.1.2.3.1).
“Cada vão das vigas contínuas será designado pelo número comum à viga, seguido de
uma letra maiúscula. Dentro do mesmo vão, quando necessário, indicar-se-á a variação de seção por
meio de índices”. (NBR7191/82, item 3.1.2.3.2).
“Junto da designação de cada viga, deverão ser indicadas por dimensões: b x d ou b0 x
d0. “ (NBR7191/82, item 3.1.2.3.3).
“É facultada a representação da seção da viga, na própria planta, desde que não fique
prejudicada a clareza do desenho.” (NBR7191/82, item 3.1.2.3.4).
Assim como as lajes, a numeração das vigas reinicia a cada novo pavimento.
Com relação aos pilares, sempre que possível devemos dispor os pilares em linha,
mantendo uma modulação, facilitando assim a formação de pórticos de contraventamento.
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Convém sempre afastar os pilares das divisas dos terrenos, principalmente quando há
vizinhos.
O ideal e mais econômico é levar todos os pilares até a fundação evitando assim os tetos
de transição que são em geral tetos com vigas muito altas e muito carregadas encarecendo a estrutura.
Se a edificação vai até o limite do terreno devemos fugir da colocação de pilares nesta
região para evitar problemas de excentricidades em suas fundações e também grandes escavações junto
ao terreno vizinho. Há também o problema inverso, que é o da prevenção, para evitar problemas futuros
no caso de construções no terreno vizinho, que nos fogem ao controle, e que poderiam afetar seriamente
alguma sapata de divisa. Não sendo possível evitar os pilares de divisa, devemos usar vigas de fundação
chamadas de vigas de equilíbrio. A figura a seguir mostra um exemplo de viga de equilíbrio afastando a
sapata da divisa do terreno.
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A planta de locação tem como objetivo disponibilizar a localização das fundações e suas
características, como dimensões e cargas atuantes.
OBSERVAÇÃO: Todas as plantas deverão indicar o fck, convenções adotadas e selo.
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4 – DESENHO DE FORMAS
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5 – DETALHES ARMADURAS
Os desenhos para execução de armaduras devem ser feitos em escala 1:20 ou 1:25.
No detalhamento, de acordo com item 3.1.3 da NBR7191/82, deve-se considerar:
a) cada tipo diferente de barra (barras de diâmetro diferente ou diferentemente
dobradas) será desenhado fora da representação da peça, com cotas
necessárias a seu dobramento correto e indicação de seu número (item
3.1.3.2,), quantidade e diâmetro (Ø);
b) no case de série de estribos do mesmo diâmetro, que mantenham a mesma
forma, mas cujas dimensões variem, pode-se considerá-los corno de urn só
tipo, bastando desenhar um deles e indicar em tabela ao lado os dados
diferentes aos demais (dimensão variável, comprimento desenvolvido e
quantidade de cada um);
c) dispensa-se a representação individual de cada estribo ou cinta no desenho da
peça, quando o seu espaçamento for constante, bastando indicá-lo com a letra
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Para melhor representação das barras em cada elemento estrutural, estas são numeradas
da seguinte forma, segundo NBR 7191/82, item 3.1.3.2:
Cada tipo diferente de barra da armadura será designado por urn número cuja
indicação se fará na representação isolada da barra e eventualmente na da peça:
a) será usado o símbolo Ø para o diâmetro das barras de armadura;
b) quando houver feixes de barras, será adotada a notação . . . n x m onde
n é o número de feixes e m a quantidade de barras de cada feixe.
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Para a elaboração das tabelas de aço faz-se uso de dados que constam na tabela abaixo:
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a) Para que não reste dúvidas nas etapas construtivas das estruturas, adiciona-se às
pranchas de desenhos estruturais algumas “NOTAS”, que nada mais são do que
textos esclarecedores sobre a estrutura, conforme o exemplo abaixo:
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5.1 – ESCADAS
O tipo mais usual de escada em concreto armado tem como elemento resistente uma laje
armada em uma só direção. Os degraus não têm função estrutural.
A espessura da laje pode ser fixada, em função do comprimento do vão, pela seguinte
tabela:
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EXEMPLOS:
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Os degraus são isolados e se engastam em vigas, que podem ocupar posição central ou
lateral.
Se a escada for armada transversalmente, ou seja, caso se possa contar com pelo menos
uma viga lateral, recai-se no tipo anterior.
Caso a escada seja armada longitudinalmente, segundo MACHADO (1983), ela deverá
ser calculada como sendo uma viga de eixo não reto. Os elementos verticais poderão estar flexo-
comprimidos ou flexo-tracionados. Já os elementos horizontais são solicitados por momento fletor e por
força cortante, para o caso de estruturas isostáticas com reações verticais.
Segundo outros projetistas, pode-se considerar os degraus engastados um no outro, ao
longo das arestas, resistindo aos momentos de cálculo.
Neste caso, devido ao grande número de cantos vivos, recomenda-se dispor de uma
armadura na face superior .
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