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Projeto Araribá

Atividade extra – Geografia


Brasil, Paraguai e Itaipu – A herança das ditaduras sul-americanas

Os primeiros projetos sobre a construção de uma grande usina na região


das Sete Quedas datam das décadas de 1950 e 1960. Mas foi apenas durante
o Milagre Econômico que um projeto tomou corpo e se concretizou.

Em um primeiro instante, a proposta era de uma usina brasileira, sem


interferência política e/ou econômica do vizinho Paraguai, que nem cogitava a
construção da usina na região por conta da falta de recursos e também por não
ter a necessidade efetiva da geração de energia no porte da usina a ser
construída. Mas ao ser levantada a hipótese da construção de uma grande
usina entre os dois países, o Paraguai voltou a indagar sobre a questão das
fronteiras e também sobre a posse da área escolhida pelo Brasil para construir
a represa e, conseqüentemente, a usina.

Após várias reuniões, um acordo entre os dois governos pôs fim à


polêmica. O Brasil construiria a usina de Itaipu e arcaria com todos os custos e,
em troca, o Paraguai venderia parte da energia produzida e que seria sua por
direito ao Brasil por um tempo determinado. Essa foi a forma encontrada pelo
vizinho Paraguai de pagar sua parte nos custos da construção. De tempos em
tempos, o acordo foi revisto pelos governos paraguaios e brasileiros e o último
acordo em prol do Paraguai estendeu o pagamento da dívida por conta de uma
alteração contratual que refez os cálculos dos juros da dívida paraguaia. Assim,
ficava estabelecido que até 2023 o governo paraguaio venderia a energia
elétrica a um preço abaixo do preço do mercado para a quitação da dívida.

Nesse ano, com a vitória de um partido de esquerda no Paraguai, que


termina com 60 anos de hegemonia do Partido Colorado, o presidente eleito,
que usou como bandeira de campanha “a exploração do Brasil” em seus
recursos hídricos, quer a revisão do valor pago às cotas de energia compradas
pelo Brasil. Assim, uma questão diplomática está em pauta. O Itamaraty
brasileiro alega que o país não pode ser lesado por promessas de campanhas
que ferem tratados assinados anteriormente. Já o presidente eleito afirma que

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os tempos são outros e que o Paraguai não pode ser penalizado por ações de
governos anteriores.
Fontes: Revista Veja, abril 2008; http://www.cbn.com.br.

Professor, a rádio CBN fez uma série de entrevistas sobre os rumos da energia de
Itaipu. Vários políticos deram seu ponto de vista e também uma Entrevista com Ivone Carletto
Lima, historiadora, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e autora de
Itaipu, as Faces de um Mega Projeto de Desenvolvimento. Todas essas entrevistas podem ser
ouvidas no link da rádio. No site a seguir também serão encontradas mais informações sobre o
livro de Ivone: http://www.guaira.pr.gov.br/site/noticia.php?id=823

Selecione um político que apóie o governo de Fernando Lugo e outro


que não vê motivos para mudanças na forma de pagamento da energia de
Itaipu. Antes de contrapô-los, apresente aos alunos a entrevista com a
professora Ivone Carletto, que explana sobre a História da construção de Itaipu
e também sobre os acordos feitos pelos dois governos. Depois de ouvir as 3
entrevistas, desenvolva um “Júri Simulado” com seus alunos.

Um grupo representará os interesses do Paraguai e outro grupo


representará os interesses do Brasil. Deixe 3 alunos de fora para que eles
façam parte do Júri. Em seguida, dê um tempo (alguns minutos ou até mesmo
1 dia) para que cada grupo possa elaborar todos os argumentos a serem
usados durante a apresentação de sua equipe. No dia marcado, marque tempo
para que cada equipe faça perguntas à outra e também crie uma réplica e uma
tréplica. Sugerimos 3 perguntas para cada grupo. Em seguida, peça que
elaborem propostas de um acordo diplomático entre as partes e as apresente
ao Júri em 3 minutos (aproximadamente). Ao final da apresentação das
propostas, o Júri se reúne com o professor para escolher as melhores
argumentações e também a melhor proposta criada de acordo. Apresentada a
equipe vitoriosa, o professor pode pedir para que cada um dê sua opinião por
escrito sobre o assunto debatido, utilizando argumentos e justificativas.

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