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Procedimento Opera-

cional Padrão
POP/UNIDADE DE REABILITA-
ÇÃO/007/2015
Estimulação Precoce no Recém-Nascido
Versão 1.0

UNIDADE DE
REABILITAÇÃO
Procedimento Operacional Pa-
drão

POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/007/2015
Estimulação Precoce no Recém-Nascido

Versão 1.0
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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
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Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do


Triângulo Mineiro
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação

POP: Fisioterapia na Pneumonia –Unidade de Reabilitação do Hospital


de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba:
EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2015. 14p.

Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Estimulação precoce; 3 – Recém-nascido


HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO -
ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
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Chefe da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM/

EXPEDIENTE

Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Minei-


ro
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES

Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações

Trata da padronização da assis-


tência fisioterapêutica do paci- Luana Pereira Cunha Bar-
06/08/2015 1.0 Renata de Melo Batista
ente neonatal: estimulação pre- bosa
coce no recém-nascido
SUMÁRIO

OBJETIVO .................................................................................................................................6

GLOSSÁRIO ...............................................................................................................................6

APLICAÇÃO .............................................................................................................................. 6

INFORMAÇÕES GERAIS .........................................................................................................6

Introdução.....................................................................................................................................6

Fisioterapia ...............................................................................................................................8

II. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS 8

Estimulação Visual........................................................................................................................8

Estimulação Vestibular .................................................................................................................9

Estimulação Tátil-Cinestésica ......................................................................................................9

Massagem .....................................................................................................................................11

REFERENCIAIS TEÓRICOS.......................................................................................................11

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OBJETIVO

Padronizar entre a equipe de fisioterapia a estimulação precoce no recém-nascido (RN)


hospitalizado.
GLOSSÁRIO
cm- Centímetro
g - grama
DF- Distrito Federal
Ebserh- Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
Ed. – Edifício
MMII - Membros Inferiores
MMSS - Membros Superiores
OMS- Organização Mundial de Saúde
p. - Página
POP- Protocolo Operacional Padrão
RN- Recém-nascido
UTI- Unidade de Terapia Intensiva

APLICAÇÃO

UTI Neonatal e Pediátrica


Enfermaria de Pediatria
Unidade de Cuidados Intermediários- Berçário
Pronto-Socorro Infantil

I. INFORMAÇÕES GERAIS

Introdução

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Os avanços tecnológicos (reanimação na sala de parto, uso de surfactante, uso de corti-
coide pré-natal, melhora das técnicas de ventilação e sucesso no manejo nutricional) nos cuida-
dos dos RNs de risco têm contribuído para a redução da mortalidade, porém à custa do aumento
das taxas de morbidade, elevando o número de crianças que apresentam alterações no desenvol-
vimento neuropsicomotor.
O aumento da sobrevida de RNs prematuros, com idade gestacional menor que 37 sema-
nas e peso de nascimento abaixo de 2500 gramas, impõe questionamentos quanto à qualidade de
vida futura dessas crianças. Quanto menores a idade gestacional e o peso ao nascimento, maior o
risco de distúrbios durante o período neonatal e sequelas que poderão comprometer o desenvol-
vimento futuro do RN.
Atualmente, a maior preocupação tem sido para os RNs de extremo baixo peso (<1000g.)
e nos limites de viabilidade (entre 22 e 25 semanas de idade gestacional), pois apesar dos avan-
ços médicos e científicos, estudos mostram que não houve redução na incidência de morbidades
nesta população.
Diante das situações descritas acima, programas de estimulação suplementar têm sido
desenvolvidos com o objetivo de potencializar a interação do RN com o ambiente, por meio de
estímulos sensório-motores, buscando reposicionamento do RN na direção da maturação fisioló-
gica, fornecendo condições para que ele se auto-organize e obtenha respostas próximas ao pa-
drão de normalidade e evitando a aprendizagem de posturas e movimentos inadequados.
Estimulação precoce é tão essencial para o desenvolvimento integral dos RNs com dis-
túrbio dos desenvolvimento quanto para a manutenção do processo evolutivo neuropsicomotor.
O principal objetivo da fisioterapia no atendimento precoce é intervir antes que os padrões de
postura e movimentos anormais tenham sido instalados, além de modular o tônus e permitir que,
por meio da neuroplasticidade (conexões sinápticas modificadas pela demanda funcional), o RN
possa experimentar posturas e movimentos normais desde seu nascimento, favorecendo sua habi-
litação, estimulando o desenvolvimento neuropsicomotor normal.
Estudos realizados nos últimos 20 anos mostraram que a massagem terapêutica realizada
em RNs prematuros aumentou o ganho de peso em 21 a 47% e diminuiu o tempo de hospitaliza-
ção em média de três a seis dias, comparado com os que não receberam a intervenção.
A elevação da atividade motora pode ter contribuído para o ganho de peso pelo aumento da ati-

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vidade metabólica. A introdução da atividade também mostrou elevação da liberação de hormô-
nio do crescimento.

Fisioterapia

A estimulação precoce, independente do tipo, deve ser individualizada e modificada con-


forme as condições clínicas e as respostas emitidas pelos RNs, evitando, assim, uma sobrecarga
de estímulos.

Durante o período de internação, a estimulação deve ser realizada todos os dias, com ma-
nipulação rápida e objetiva. Dar preferência quando o RN estiver acordado, alerta, e aguardar 1
hora após a administração da dieta.

De acordo com o protocolo do Setor de Fisioterapia Neonatal do CAISM/ Unicamp, descrito em


1988, a estimulação precoce na UTI neonatal é indicada quando a criança estiver hemodinami-
camente e clinicamente estável, com mais de 72 horas de vida, peso acima de 1.100 gramas e em
curva de ganho ponderal ascendente, respeitando os sinais de estresse, sono profundo e dois ter-
ços do tempo da última alimentação.

II. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS

 Estimulação Visual
Utilizar objetos ou figuras em cores contrastantes, olho no olho e pontos luminosos de
baixa intensidade. Colocar a uma distância de 18 a 21 cm à frente da face do RN prematuro e a
uma distância de 20 a 30 cm da face (após amadurecimento das conexões nervosas). Após 37
semanas pode ser iniciado o deslocamento do objeto, variando progressivamente sua velocidade,
movimento e direção. Após a estimulação visual, deve-se classificá-la em não reagente (o RN
não mostra interesse ao objeto, não olha), pouco reagente (olha o objeto mas não fixa), reagente
(olha e fixa o objeto, mas não acompanha o deslocamento) ou intensamente reagente (olha, fixa
e acompanha o objeto em movimento).
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 Estimulação Vestibular
A estimulação vestibular pode ser promovida por meio do balanço do RN, em várias di-
reções e planos. A intensidade,o manuseio e sua frequência devem ser orientados pelas respostas
comportamentais e fisiológicas do RN. Pode ser aplicado mesmo em RNs submetidos a suporte
ventilatório invasivo ou não invasivo por meio de adaptação dos recursos, desde que estejam
estáveis clinicamente. Outros recursos como colchões d’água, cadeira de balanço, rede e o pró-
prio colo dos pais, podem ser utilizados, fornecendo estímulos de forma mais contínua e, no caso
desse último, reforçando o vínculo afetivo entre os pais e o RN.

 Estimulação Tátil-Cinestésica
O modo de estimulação tátil-cinestésica é uma das possíveis intervenções aplicadas pre-
cocemente, que pode acelerar o ganho de peso diário, diminuindo o tempo de internação hospita-
lar em RNs. Apresenta uma resposta adequada nos primeiros dias de vida e pode ser realizada
em RNs submetidos a suporte ventilatório.
A estimulação tátil deve ser feita, preferencialmente, pelo toque das mãos do fisiotera-
peuta, através de manuseios firmes, suaves e lentos, de forma sistematizada, no sentido cefalo-
caudal, no tronco, e proximal para distal nos membros, procurando continuidade dos toques entre
si. Envolve mobilizações lentas dos membros em flexão e extensão e exploração manual pelo
RN por diferentes partes do seu corpo. Podem ser utilizados materiais de texturas diferentes (al-
godão e gaze) no intuito de estimular diferentes tipos de receptores cutâneos. Pode ser aplicada
com duração de 5 a 15 minutos.
Dissociação de tronco: RN posicionado em decúbito lateral com a cervical retificada,
com flexão do tronco e membros inferiores. Uma mão do fisioterapeuta disposta sobre o ombro e
outra sobre o quadril do RN, realizando movimentos simultâneos e alternados de cintura escapu-
lar e pélvica.
Alcance alternado: RN posicionado em decúbito dorsal com a cervical retificada, com
quadril flexionado. Envolver os braços e os cotovelos do RN com as mãos, realizando movimen-
tos alternados de abdução e adução da escápula.

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Sentir a cabeça com as mãos: RN posicionado em decúbito dorsal com a cervical retifi-
cada, com flexão do tronco e membros inferiores (MMII). Segurar uma das mãos da criança le-
vando-a até o alto da cabeça, fazendo com que a palma da mão deslize sobre a face e cabeça.
Chutes alternados: RN posicionado em decúbito dorsal com a cervical retificada, com
flexão do tronco. O terapeuta envolve as coxas e os joelhos da criança com as mãos, realizando
movimento de chutes alternados.
Rolando de lateral para ventral: RN posicionado em decúbito lateral com a cervical retifi-
cada. O terapeuta deve colocar as mãos na linha média, envolvendo as coxas e os joelhos do RN
e mantendo os MMII fletidos. Rolar o RN até que o joelho supralateral toque o leito, voltando
para a posição inicial de forma suave. O movimento é de balanço.
Colocação plantar: RN posicionado em decúbito lateral com a cervical retificada e virado
para o terapeuta. Colocar uma mão sobre o tronco e outra sobre a perna supralateral do RN. Rea-
lizar a rotação interna do quadril e joelho supralateral, colocando a planta do pé à frente do qua-
dril infralateral. Iniciar movimentos de tronco para frente e para trás, descarregando o peso na
borda externa do pé.
Rolando o quadril: RN posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça na linha média.
Envolver as laterais do quadril e coxa do RN com as mãos, elevar o quadril em flexão, realizan-
do movimentos de rotação nos sentidos horário e anti-horário.
Rolando com as mãos nos joelhos: RN posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça na
linha média. Envolver com as mãos a pelve e as coxas do RN, manter o quadril em flexão, e,
com os dedos, tracionar as mãos do RN sobre os joelhos, mantendo-as abertas. Rolar suavemente
o RN para ambos os lados, parando sempre na linha média, para que ele possa focalizar o tera-
peuta.
Mãos sobre o quadril: RN posicionado em decúbito dorsal, com flexão do quadril e ex-
tensão dos membros superiores (MMSS) e as mãos espalmadas sob a coluna lombar ou quadril.
Rolar a criança suavemente de um lado para outro.
Rolando de ventral para lateral: RN posicionado em decúbito ventral, transversalmente
ao fisioterapeuta, com os MMSS elevados (flexão do ombro e extensão do cotovelo). Sustentar o
ombro com uma das mãos e, com a outra, rolar a pelve do bebê para dorsal, elevando-a aproxi-
madamente 45°.

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Cócoras: RN posicionado na vertical, com o dorso em contato com o tórax e abdome do
fisioterapeuta, que deve estar sentado e recostado a 45°. Segurar o RN nos artelhos e calcanha-
res, fletindo os MMII levemente abduzidos, em posição de cócoras. Balancear suavemente o
tronco inferior e o quadril de um lado para outro.

 Massagem
É uma importante ferramenta na redução do estresse e ganho ponderal dos RNs prematu-
ros. Os movimentos devem ser feitos suavemente e, ao mesmo tempo, por firmeza por todo o
corpo (cabeça, tronco e membros), sempre no sentido cefalocaudal e próximo-distal. O tempo de
duração recomendado é de 5 a 15 minutos, podendo ser realizada dentro da incubadora quando o
RN prematuro não conseguir manter temperatura corporal. Atua no relaxamento e na estimula-
ção tátil-cinestésica.

REFERENCIAIS TEÓRICOS

Bonnier C. Evaluation of early stimulation programs for enhancing brain development. Acta
Paediatr. 2008 Jul; 97 (7): 853-8.

Carvalho MGS, Siqueira JCF. Estimulação suplementar para recém-nascidos de alto risco. In:
Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva;
Nicolau CM, Andrade LB, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia
Pediátrica e Neonatal: Cardiorrespiratória e Terapia Intensiva: Ciclo 2. Porto Alegre: Art-
med/Panamericana; 2013.p.117-153. (Sistema de Educação Continuada em Saúde Continuada a
Distância, v.3).

Duarte D, Vanzo L, Coppo M, Stopiglia M. Estimulação sensório-motora no recém-nascido. In:


Sarmento G, Carvalho F, Peixe A, editores. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia.
Barueri: Manole; 2007.p.336-56.

Lanza FC, Gazzotti MR, Palazzin A. Manipulação mínima e estimulação precoce. In: Fisiotera-
pia em Pediatria e Neonatologia. São Paulo: Roca; 2012.p.128-157.

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Shumway-Cook A, Woollacott M. Base fisiológica do aprendizado motor e da recuperação da
função. In: Shumway-Cook A, Woollacott M. Controle motor: teoria e aplicações práticas.
2.ed.Barueri: Manole; 2003.p.85-101.

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HOSPITAL DE CLÍNICAS
DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO TRIÂNGULO MINEIRO
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