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Êxodo proclama o grande ato de Deus de libertar seu povo da escravidão, presenteá-lo com sua

lei e convidá-lo a uma íntima comunhão consigo mesmo. Resgate, missão, comunhão. Egito,
Sinai, tabernáculo (Êx 1–18; 19–24; 25–40).

Quatro razões para pregar através de Êxodo


Quero lhe oferecer quatro razões para pregar através de Êxodo. Antes, porém, uma breve
ressalva: até agora eu só preguei até o capítulo 13, aproximadamente o primeiro terço do livro.
Portanto, minhas razões se inclinam para a parte inicial do livro.

1. Êxodo proclama o nome de Deus


Primeiro, Êxodo proclama o nome de Deus. Veja especialmente Êxodo 3.14-15; 6.2-8; e 34. 6-
7. Em Êxodo 3.14-15, Deus revela a Moisés seu nome próprio e pessoal, YHWH. Os israelitas
já sabiam esse nome, mas ainda não sabiam o que isso significava. Eles ainda não sabiam a
história que esse nome contaria. Mas quando Deus os redimiu, eles souberam:

“Portanto, dize aos filhos de Israel: eu sou o SENHOR, e vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, e vos livrarei da sua servidão,
e vos resgatarei com braço estendido e com grandes manifestações de julgamento. Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus;
e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas do Egito” (6.6-7).

Êxodo é uma das fontes mais profundas da doutrina de Deus em toda a Escritura. O Deus que
Êxodo proclama é totalmente santo (3.5), autossuficiente e suficiente para salvar (3.14),
perfeitamente fiel (6.4), severo na justiça (10. 2) e abundante em compaixão (34.6-7).

Pregue em Êxodo e coloque seu povo frente a frente com seu Deus incomparável e inesgotável.

2. Êxodo gira em torno das promessas de Deus


Segundo, Êxodo gira em trono das promessas de Deus. Mesmo quando Êxodo começa, com
Israel peregrinando no Egito, Deus está cumprindo suas promessas (1.1-7). Seu povo foi
fecundo e se multiplicou; ele fez de Abraão uma grande nação. E o restante de Êxodo é um
grande registro de Deus cumprindo promessa após promessa (por exemplo, 2.23-25; 3.7-10;
3.12; 6. 4;12. 40-41; 13.19).

Um dos desafios centrais da vida cristã é a luta para confiar nas promessas de Deus. Poucas
coisas fortalecem e sustentam nossa fé como ver o “farei” de Deus se tornar “eu fiz”.

3. Êxodo proclama que a verdadeira liberdade é encontrada na submissão voluntária a


Deus
Uma das mentiras mais devastadoras e profundamente enraizadas em nossa cultura é que
“libertar-se” é suficiente. Nós apreciamos a liberdade da tradição, da restrição, das leis, dos
limites, das obrigações, da natureza. Mas a verdadeira liberdade sempre exige “liberdade para”.
Somos criaturas com um propósito, um fim intrínseco. A verdadeira liberdade só é encontrada
na submissão voluntária a Deus.

Deus não libertou Israel da escravidão de Faraó, para que eles pudessem inventar suas próprias
identidades e projetar seus próprios estilos de vida. Não, Rle os libertou para que se tornassem
Dele. O êxodo foi uma transferência de propriedade, de um mestre para Outro, de um senhor
para Outro. E somente no serviço total a Deus podemos encontrar perfeita liberdade.

■ Como Alastair Roberts e Andrew Wilson publicaram em seu excelente livro Echoes of


Exodus, “Os que servem a Faraó se tornam bestas e perecem. Os que servem ao Senhor tornam-
se sacerdotes e florescem” (147).
Na gramática do êxodo, “Deixa ir o meu povo”! Não é uma frase completa. Essa frase quase
sempre é concluída com: “para que me sirvam” (7.16; 8.1; 8.30; 9.1; 9.13 etc.).

Expor as promessas vazias de “liberdade de” e exultar na “liberdade para”, que


encontramos ao servir a Deus, é uma das tarefas mais urgentes, cruciais e vivificantes que
a igreja atualmente enfrenta. Portanto, pregue em Êxodo e mostre ao seu povo que somos
resgatados da escravidão do pecado, para adoração (Êx 14.1–15.21), confiança (15.22–18 27),
santidade (19.1–20.21), justiça (20.22–24.18) e habitar com Deus (25–31). Por que sim, esses
são alguns dos meus próximos sermões, como você descobriu?

4. O livro de Êxodo é o evento definitivo de salvação do Antigo Testamento e uma chave


crucial para toda a Bíblia
Honestamente, creio que esse motivo seja, provavelmente, o motivo pelo qual um número
desproporcional de vocês, queridos pregadores-leitores, já tenha pregado através de Êxodo. Mas
se você não pregou, vá em frente. O êxodo é o paradigma definitivo de redenção em todo o
Antigo Testamento. Eventos posteriores – como a entrada e a conquista da terra – a recapitulam. Os Salmos celebram e
refletem sobre isso. Os profetas preveem um novo êxodo padronizado após ele (por exemplo, Is 40.1-11). Termos cruciais do Novo
Testamento como “redenção” derivam do Êxodo, quando Deus resgatou seu povo ao custo precisamente calculado de um cordeiro
por família (Êx 12.1-13).

Todo o plano de salvação de Deus é moldado no êxodo. Toda a Escritura é moldada no êxodo.
Portanto, se você quiser oportunidades praticamente infinitas em cada sermão para ajudar seu
povo a entender a Bíblia como uma unidade completa, pregue através de Êxodo.

Como?
Mas você pode estar pensando: “Como”? Se você nunca pregou através de um grande livro do
Antigo Testamento como Êxodo antes, pode parecer assustador. Suas opções parecem ser
seções incontrolavelmente grandes de texto ou uma série incontrolavelmente longa. Tenho
certeza de que o que planejei pode ser melhorado, mas eis como tentei dividir essa
desigualdade, com onze sermões em todo o livro. Parece estar funcionando até agora:

1. 1–2
2. 3–4
3. 5.1–7.7
4. 7.8–13.22
5. 14.1–15.21
6. 15.22–18.27
7. 19–20
8. 21–24
9. 25–31
10. 32–34
11. 35–40
Alguns deles podem ainda ser facilmente divididos, em qualquer parte do texto, em vários
sermões – eu deixo isso para você. Porém, espero que você inclua, e em breve, o livro de Êxodo
em sua programação de pregações.

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