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“O Diário da Última Semana de Jesus”

[Mt 21:23-23:39 / Mc 11:27-12:44 / Lc 20:1-21:4]

Terça-feira, 31 de março de 33 d.C.


I - Jesus Ensinou e Teve Sua Autoridade Questionada no Templo (Mt 21.23-23.39 / Mc 11.27-
12.44 / Lc 20.1-21.)
Na terça-feira de manhã, a multidão chegou cedo ao templo para ouvir Jesus falar (Lc 21:38).
Os principais sacerdotes, escribas e fariseus imediatamente abordaram o Senhor quando o
viram entrar no templo, confrontando-o a respeito de suas ações do dia anterior: “Com que
autoridade você faz essas coisas? Quem lhe deu esse direito?” (Mc 11:28).
Em resposta, o Senhor devolveu-lhes uma pergunta, dizendo que os responderia se eles o
respondessem primeiro: “A autoridade de João para batizar vinha do céu ou era apenas
humana? Respondam-me!” (Mc 11.30). Tacada de mestre! Se dissessem: “A autoridade de
João vinha do céu!”, a conclusão óbvia seria: “Então por que vocês não creem no que João
testemunhou a meu respeito?” E se dissessem: “A autoridade de João vinha do homem!”, eles
provocariam a ira das pessoas comuns que amavam João Batista, estimando-o como a um
profeta enviado por Deus.
Depois de humilhar publicamente os líderes judeus, Jesus prosseguiu contando uma série de
parábolas – e o significado para cada uma delas era óbvio para a multidão.
■ A parábola dos dois filhos (Mt 21:28-32) condenava explicitamente as autoridades religiosas por não crerem na
mensagem de João, enquanto os cobradores de impostos e as prostitutas, tidos como os tipos mais perversos da sociedade, criam
e estavam entrando no reino de Deus à frente dos supostos líderes espirituais de Israel.

■ A parábola dos lavradores maus (Mt 21:33-44 / Mc 12.1-11 / Lc 20.9-18), pintava os escribas,


sacerdotes e fariseus como desobedientes, ladrões e assassinos.
■ A parábola do banquete de casamento (Mt 22:1-14) repete as observações feitas na
parábola dos lavradores maus. A liderança religiosa corrente rejeitava o convite de Deus para o banquete messiânico e
seria julgada, mas o convite para o casamento permaneceria em pé e seria estendido a todos que desejassem participar.

As autoridades não aceitavam o que estavam ouvindo e continuavam tentando descobrir uma
maneira de prender Jesus. O problema é que eles não achavam a oportunidade por causa da
grande popularidade de Jesus entre as multidões (Mt 21.46; 22.15 / Mc 12.12-13 / Lc 20.19-
20). Se o prendessem, a prisão causaria um tumulto. Foi então que os líderes recorreram a
uma tática mais sutil e tentaram induzir Jesus a incriminar-se, produzindo provas contra si
mesmo.
- Fariseus e herodianos (aqueles que eram leais à dinastia de Herodes) indagam Jesus: “É lícito
pagar impostos a César, ou não?” (Mt 22:15-22 / Mc 12:13-17 / Lc 20:20-26). Jesus é cirúrgico
em sua resposta: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
- Os saduceus (uma seita judaica que negava a ressurreição dos mortos) avançaram para testá-
lo com a questão da ressurreição (Mt 22:23-33 / Mc 12:18-27 / Lc 20:27-40). A pergunta foi
colocada para fazer com que a crença de Jesus na ressurreição parecesse ridícula. Porém, ao
citar a autoafirmação de Deus em Êxodo 3:6,15-16, destacando que Deus é um Deus de vivos,
não de mortos, Jesus mais uma vez virava a mesa contra seus oponentes.
- Um especialista na lei perguntou ao Senhor qual dos mandamentos de Deus é o maior (Mt
22:34-40 / Mc 12:28-34). Jesus respondeu citando Dt 6:4-5 e Lv 19:18, destacando o amor a
Deus e ao próximo como o principal mandamento.
Neste ponto dos Evangelhos, Jesus saiu da defensiva e entrou no ataque contra aqueles que
tentavam prendê-lo, e fez uma pergunta sobre a maneira com qual o Salmo 110:1 descreve o
Messias como sendo o Senhor de Davi: “Se Davi chamou o Cristo [Messias] de ‘meu Senhor’,
como ele pode ser filho de Davi?” (Mt 22:41-46 / Mc 12:35-37 / Lc 20.41-44). Ser da linhagem
de Davi não diminuía o senhorio ou a divindade do Messias, mas se aquela ancestralidade
fosse interpretada como tendo-o tornado meramente humano, seria um problema. Mais uma
vez, a oposição ficou totalmente confusa: “Ninguém conseguiu responder e, depois disso, não
se atreveram a lhe fazer mais perguntas” (Mt 22.46).
II - Jesus Pregou o Sermão Profético (Mt 24-25 / Mc 13.1-37 / Lc 21:5-36)
Quando Jesus estava se retirando do templo, ao anoitecer da terça-feira, seus discípulos se
aproximaram dele e começaram a enaltecer para ele o tamanho e a grandeza dos edifícios no
complexo do templo de Jerusalém. Em resposta, Jesus profetizou que o dia estava se
aproximando rapidamente, quando nenhuma pedra seria deixada sobre a outra. Tudo seria
jogado ao chão.
Jesus discursa profeticamente sobre a destruição de Jerusalém e do Templo (70 d.C), e sobre o
fim dos tempos. Nem sempre é claro se Jesus estava dando instruções a seus discípulos a
respeito da destruição de Jerusalém ou a respeito de sua segunda vinda e o fim dos tempos.
De fato, na profecia de Jesus, o evento próximo a eles – a destruição do templo – serviria como
um arquétipo (tipo, figura ou prenúncio) do julgamento divino em todo o mundo que virá
sobre a terra no retorno de Cristo. Os principais temas do discurso de Jesus, reforçados pelas
parábolas das dez virgens e dos talentos, são claros: Os discípulos de Jesus experimentarão
crescente perseguição e tribulação que desembocarão no dia final do julgamento, mas devem
permanecer vigilantes e perseverar na fé.
O que podemos aprender? Qual aplicação nós podemos extrair destes incidentes da terça-
feira da última semana de Jesus?
1) Ao olharmos para a forma como Jesus lidou com todas aquelas armadilhas contra Ele,
aprendemos que quem anda na luz da verdade e faz a vontade de Deus as trevas não podem
prevalecer.
2) Ao vermos como Cristo usou o bisturi da verdade para expor o pecado das autoridades
judaicas e do povo, aprendemos que ao contrário deles precisamos aceitar “os cortes" da
graça de Deus. Deixe sangrar e escorrer o pus da infecção do pecado. Deixar a verdade e
graça de Cristo nos curar de todo o mal.
3) Por fim, como grande parte da narrativa da terça-feira de Jesus foi dedicada a
documentar o grande  Sermão Profético  (Mt 24-25 – a volta de Jesus e o final dos tempos),
precisamos nos manter vigilantes e operantes na fé.
Conclusão

O palco estava preparado para o ato final. Os personagens estavam todos no lugar. Seus
objetivos, motivos e intenções eram claros. O Rei tinha vindo para inaugurar o seu Reino e o
faria mediante Sua morte e ressurreição. Continuemos a acompanhar nosso Senhor em Sua
última semana de vida terrena, deixando cada ensinamento entrar no coração e maravilhando-
nos diante de Sua obra (a Cruz).

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