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“O Diário da Última Semana de Jesus”

[MT 26:63-66 / Lc 23:56]

Sábado, 4 de abril de 33 d.C.


O sábado judaico se estende do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado.
Nada se sabe sobre o paradeiro dos discípulos no dia seguinte ao Dia da Paixão. Muito
provavelmente, eles se esconderam por medo das autoridades judaicas, que pediram (os
principais sacerdotes e fariseus pediram) permissão a Pilatos para proteger o túmulo de Jesus.
Argumentaram o seguinte, Mateus 27:63-66: “ Senhor, lembramos que, quando ainda vivia, aquele mentiroso
disse: ‘Depois de três dias ressuscitarei’. Por isso, pedimos que lacre o túmulo até o terceiro dia. Isso impedirá que seus discípulos
roubem o corpo e depois digam a todos que ele ressuscitou. Se isso acontecer, estaremos em pior situação que antes”. Pilatos
respondeu: “Levem soldados e guardem o túmulo como acharem melhor”. Então eles lacraram
o túmulo e puseram guardas para protegê-lo.
■ Onde estavam os discípulos? Podemos presumir, com base em suas ações no domingo à
noite que ainda virá, que eles se esconderam com medo atrás de portas trancadas. O sábado,
portanto, foi um misto de medo e tristeza para os discípulos.
Os discípulos certamente estavam sofrendo com o choque e o trauma dos rápidos e horríveis
eventos do dia anterior, a sexta-feira da Paixão. Eles haviam dedicado a vida a seguir uma
pessoa que havia sido brutalmente e vergonhosamente executada como herege e criminosa.
Suas esperanças para o estabelecimento do reino messiânico de Deus foram destruídas em
pedaços. Estavam, provavelmente, privados de sono e com pavor de perseguição e de
processos por parte dos líderes judeus. Com seu líder executado por fomentar a sedição
política, eles tinham boas razões para temer. Com Jerusalém ainda abarrotada de milhares de
peregrinos da Páscoa, teria sido relativamente fácil se misturar e desaparecer; alguns podem
ter fugido para Betânia ou outro local qualquer antes do pôr do sol da sexta-feira. A declaração
de Lucas 23:56, “No sábado, descansaram, conforme a lei exigia”, pode muito bem servir de
véu para encobrir a turbulência emocional e física dos discípulos de Jesus no dia seguinte à
crucificação.
■ O fato de os líderes judeus enviarem essa delegação a Pilatos no sábado revelava a
percepção que eles tinham da situação – eles também estavam com medo. O medo deles pode
ter sido exacerbado pelas circunstâncias incomuns em torno da morte de Jesus: trevas ao
meio-dia, o rasgo da cortina do templo, o terremoto e relatos de mortos ressuscitados e que
estavam andando pelas ruas como se nunca tivessem morrido. Em outras palavras: A morte de
Jesus teria cuidado do problema ou pioraria as coisas? Jesus fez várias predições a respeito de
sua ressurreição, que seus discípulos falharam em compreender ou tiveram dificuldade em
acreditar (Mc 8.31). Os líderes judeus tinham ouvido rumores daquelas previsões (ou podem
até tê-las ouvido da boca do próprio Jesus) e queriam garantir que os discípulos de Jesus não
perpetrariam uma farsa, fazendo parecer que as previsões se tornaram realidade. Eles,
juntamente com os próprios discípulos, aparentemente não esperavam uma genuína
ressurreição sobrenatural, mas temiam e temiam muito.
A resposta de Pilatos aos membros do Sinédrio que o procuraram é difícil de interpretar.
Quando respondeu em Mateus 27.65: “Levem soldados e guardem o túmulo como acharem
melhor”, Pilatos poderia estar concedendo permissão às autoridades judaicas e fornecendo a
elas uma guarda de soldados romanos extraída da guarda militar romana designada para a
segurança do templo, ou ele poderia estar negando o pedido e dizendo que guardassem o
túmulo eles mesmos, utilizando a própria guarda judaica do templo.
I - Em linhas gerais, este foi o sábado dos discípulos, após a sexta-feira da crucificação de
Cristo: um dia de muito cansaço, medo e tristeza. Assim, ainda hoje, caminha a humanidade:
cansada e amedrontada.
II – Para Jesus, como foi o sábado santo? Onde Ele estava antes da ressurreição?
Com base em Sua própria Palavra ao ladrão arrependido: “ainda hoje estarás comigo no
Paraíso” (Lc 23:43).
Em Pedro 1:18b-19 - “Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e
pregou aos espíritos em prisão”.
E no Credo Apostólico: Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu Filho unigênito, nosso Senhor,
o qual foi concebido pelo Espírito Santo,
nasceu da virgem Maria,
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu ao mundo dos mortos (Hades),
ressuscitou no terceiro dia,
subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja cristã, a comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição do corpo e na vida eterna. Amém.

Podemos inferir que a obra de Cristo foi a maior pregação até mesmo para os mortos. Não que
os mortos pudessem ver ou ouvir, mas a encarnação de Jesus, Sua vida, ministério e Obra,
confirmam as Escrituras veterotestamentárias e lhes dão o sentido máximo. Portanto,
testemunha que as Estruturas estavam certas e Jesus é de fato o Messias.
Ora, Jesus aguardava no Paraíso a vindicação do Pai quanto à Sua justiça e graça. E não
tardaria em ressuscitar!
O que podemos aprender? Quais lições nós podemos extrair destes incidentes do sábado da
última semana de Jesus?
A Bíblia fala pouco sobre o sábado – dia após a morte de Jesus e anterior ao da ressurreição do
Salvador, mas diz o bastante para nos ensinar que...
1) Mesmo quando somos rendidos pela contingência, Deus está seguindo com seu plano
eterno. É só questão de tempo “para a alegria chegar pela manhã”. Não temas. Espere em
Deus. Tenha fé. Não deixe o medo dominar você! Sabemos que Jesus ressuscitou, e porque ele
vive, podemos crer no amanhã.
2) Nossa fé no Deus Trino e na Sua Palavra jamais será em vão, pelo contrário tem grande
galardão. À semelhança de Jesus e por causa Dele podemos estar certos de que Deus honra
quem o serve.
Conclusão
O sábado foi um dia meio “oculto” na última semana de Jesus. Foi um dia de espera. Mas a
espera foi recompensada! Nossa fé em Cristo tem grande galardão! Renove sua esperança
Nele.
Abençoada Páscoa. Em Cristo, amém!

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