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Arménio é comproprietário, com a sua esposa Bruna, de uma casa na aldeia de Santa Susana,
no Alentejo, há cerca de 10 anos. Apesar de viver em Lisboa, Arménio costuma passar as suas
ferias de verão na Aldeia, em grande parte devido a Bruna, pois a calmaria da Aldeia atenua as
suas frequentes e dolorosas enxaquecas.
Acontece que, desde há um mês, a tranquilidade de Arménio e de Bruna nunca mais foi a
mesma. Carlitos, proprietário de um prédio a 100 metros do imóvel de Arménio, construiu, com a
devida licença camararia, uma pocilga no seu terreno, fazendo com que o mau-cheiro seja
insuportável para o casal, especialmente para Bruna, dado que a situação agrava ainda mais o
seu estado de saúde.
Como se não bastasse, Arménio descobriu ainda que Carlitos construiu uma conduta
subterrânea ate ao seu terreno, que faz com que as descargas da pocilga sejam ai despejadas.
Quid iuris?
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António e titular de um usufruto vitalício sobre um prédio sito em Alcácer do Sal há cerca de 30
anos. A beira do telhado do prédio de António dista apenas 30 cm do prédio vizinho, que
pertence ao seu amigo Bruno. Apesar de a agua escorrer para o prédio de Bruno, este nunca
reclamou de tal circunstancia. Esta situação deve-se talvez ao facto de o prédio de Bruno não ter
saída para a via publica, o que o obrigava a utilizar o prédio de António para aceder a mesma.
Há cerca de um mês, na sequencia da sua reforma, Bruno celebrou um contrato de compra e
venda para a transmissão do prédio a favor de Carlos, que, de imediato, iniciou obras no mesmo,
levantando um novo andar. Este novo andar faz com que a agua que cai no mesmo escorra para
o prédio de António, dando azo a infiltrações constantes neste.
António, agastado com a situação, foi reclamar com Carlos, que lhe disse que, ao contrario de
Bruno, ele não poderia tolerar aquela situação, sendo que, por uma questão de justiça, deveria
ser António a pagar-lhe a construção de caleiras no seu prédio, se quisesse ver aquela situação
resolvida.
António, irritado com a situação, decidiu proibir Carlos de passar pelo seu prédio para aceder a
via publica, dado que a permissão que havia dado a Bruno ao longo dos anos não se aplicava a
Carlos.
1) Poderia Carlos ter construído o novo andar?
2) Tendo em conta que a permissão foi dada por António apenas a Bruno, como é que
Carlos poderá aceder à via pública?

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Manuelzinho era um menino de coração mole: tudo o que a namorada pedia, ele dava. Desejoso
de levar a sua amada a um concerto de uma banda brasileira conhecida, Manuelzinho
empenhou a favor de Daniel um colar de perolas que recebeu de herança de sua avó, recebendo
em troca uma “simpática” quantia monetária a titulo de empréstimo.
Acontece que, um mês após a celebração do contrato, Daniel foi furtado por Elisa, que se arroga
ser a verdadeira dona do colar de perolas, mas que não demonstra qualquer titulo para o efeito.
1) Daniel poderá reagir contra o ato de Elisa?
2) Manuelzinho e Daniel poderiam acordar que este ultimo ficaria proprietário da coisa
empenhada caso existisse incumprimento?
3) Arrogando-se Elisa proprietária, o que devera ela fazer para provar a titularidade desse
direito?
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