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teoria e prática
Beatriz Pinto Venancio
Maria Carmen Vilas-Bôas Hacker Alvarenga
(Organizadoras)
Oficinas de memória
teoria e prática
Niterói/RJ, 2010
Copyright © 2010 by Beatriz Pinto Venancio e Maria Carmen Vilas-Bôas Hacker Alvarenga
D irei tos de s t a e diç ão re ser vados à EdU FF - Edi tora da Uni ver sidade Fe deral
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É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Editora.
ISBN 978-85-228-0680-5
1. Oficinas. 2. Envelhecimento. I. Título. II. Série.
CDD 374.02
Introdução, 6
Beatriz Pinto Venancio e Maria Carmen Vilas-Bôas Hacker Alvarenga
Memória e cidade, 20
Renata Amaral de Sá
Memória cultural, 26
Maria Carmen Vilas-Bôas Hacker Alvarenga e Tatiana Sylvestre Damasceno
Memórias da casa, 33
Beatriz Pinto Venancio
Memória familiar, 40
ue Ellen Vargas Lopes e Renata Amaral de Sá
Objetos biográficos, 47
Maria Carmen Vilas-Bôas Hacker Alvarenga
1
Tentativa mais ou menos consciente de coletividades (partidos, sindicatos, igrejas, famílias,
nações etc.) de manter a coesão interna, reinterpretando incessantemente “o passado em
função dos combates do presente e do futuro” (POLLAK, 1989, p. 7-8).
temas caros aos relatos autobiográficos, mostramos como o processo da
memória se manifesta em diferentes tempos e situações.
Um trabalho delicado como este nos levou ao desejo de socializar a
experiência. Esta é outra razão de o livro ser construído por tantas mãos. Ele
é fruto do empenho de três estudantes entusiasmadas, da assistente social
que coordena o programa de extensão e de uma professora do departamento
de Serviço Social da UFF. É, na verdade, uma prova material do feliz encontro
entre ensino, pesquisa e extensão. Por este motivo, não poderíamos deixar
de agradecer aos inúmeros alunos que passaram pelo Programa. Cada qual,
a sua maneira, contribuiu com registros, dúvidas, discordâncias e atitudes
de curiosidade intelectual.
Enfim, nossa intenção é auxiliar o ensino em sala de aula das práticas
de oficina, especificamente de oficinas de memória, trazendo exemplos e
análises, mostrando desde a preparação até a realização, apontando as
dificuldades, as sugestões de encaminhamento e, ao final de cada capítulo,
a bibliografia que poderá ser consultada. Com isto, queremos socializar a
produção de conhecimento sobre um tema raro nos debates e nos catálogos
das editoras, mas extremamente emergente entre os professores, profissio-
nais e estudantes que se dedicam à área do envelhecimento e da memória.
O livro está dividido em três partes. A primeira aborda lembranças
de fatos culturais e políticos, memórias da cidade de Niterói e os costumes
e hábitos vivenciados pelo grupo. Na segunda parte, estão presentes as
reminiscências das casas em que este grupo viveu na infância, a memória
familiar e os objetos guardados no fundo de gavetas que conservam a
memória de acontecimentos pessoais. Por fim, sem intenção ou caráter de
manual, elaboramos uma proposta de roteiro de temas que poderão ajudar
àqueles que estão iniciando um trabalho semelhante.
Referências
BOSI, Eclea. História e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: T.A. Editor,
1979.
_______. A substância social da memória. In: BOSI, Eclea. O tempo vivo da me-
mória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 13-35.
O autor afirma ainda que esse processo não difere muito, tanto quando
se analisam os aspectos da memória no coletivo como nos aspectos psíqui-
cos e, portanto, pessoais. Nesse sentido, percebemos que não encontrar
escuta na família, e, mais ainda, o pedido de silêncio e de esquecimento
desses fatos provocaram na senhora uma autocensura, pois os filhos não
estavam fisicamente presentes na oficina. Como afirmou Halbwachs (1990),
nossas memórias carregam muitos interlocutores e são organizadas a par-
tir do momento atual. A esse processo em que ocorre a reorganização de
sentimentos e lembranças e um distanciamento, Pollak (1989) acrescenta:
“a linguagem se condena a ser impotente porque organiza o distanciamento
interior, o compromisso do não-dito entre aquilo que o sujeito se confessa a
si mesmo e aquilo que ele pode transmitir ao exterior” (POLLAK, 1989, p. 8).
As oficinas permitem ainda abordar outras dimensões dos processos
de memória social como enquadramento, memória subterrânea, memória
diálogo, memória familiar e grupal, como também, memória por tabela. A
análise de duas oficinas realizadas em anos diferentes (a primeira em 2005 e
a segunda em 2006), mas que trabalharam o mesmo tema – governos brasilei-
ros que marcaram nossas vidas – nos permite exemplificar estes processos.
A oficina realizada em 2005 teve como destaque a figura de Getúlio
Vargas. Praticamente todos os participantes ressaltaram suas qualidades:
homem bom, caloroso, que caminhava no meio do povo. Estas característi-
cas faziam dele alguém próximo. Apesar de na época serem adolescentes ou
jovens, destacaram sua importância na vida dos brasileiros. Uma senhora
contou que ele visitara seu colégio e ela tivera a honra de apertar-lhe a mão.
Outra apontou os direitos que foram concedidos ao povo em seu governo.
Uma outra recordou que no dia de sua morte ficara desolada, chorara muito e
fizera questão de acompanhar o cortejo fúnebre na cidade do Rio de Janeiro.
Quase todos disseram que receberam a notícia na escola. As aulas foram
suspensas, e eles retornaram a suas casas. Sua morte/suicídio foi assunto
durante algum tempo nos noticiários e conversas familiares. Somente uma
senhora mais jovem, que não se lembrava de nada da época, por ser ainda
criança, comentou sobre o filme Olga,1 afirmando que aquela atrocidade
com a personagem, ocorrida na Segunda Guerra Mundial, tinha sido desen-
cadeada por Getúlio Vargas.
Já na oficina de 2006, o destaque foi o presidente Juscelino Kubitsche-
ck. Os participantes falaram da construção de Brasília, da figura empreen-
dedora de JK, de sua vida pessoal, de suas amantes, da morte suspeita em
acidente de carro. Uma senhora contou ser sobrinha de uma dessas amantes.
Nessa oficina, exceto ela, que o fez indiretamente, contando a história da tia,
ninguém narrou nada pessoal.
O que essas duas experiências nos revelam?
A primeira está impregnada da história oficial. Os participantes,
todos muito jovens naquela época, acentuaram o perfil populista que o
próprio Getúlio tratava de construir e fortalecer por meio de propagandas
e campanhas. O Getúlio revelado por eles era o “pai dos pobres”. Outros
aspectos, como a aproximação de regimes fascistas na década de 1940 ou
a perseguição política a opositores e comunistas, não foram citados. So-
mente alguém que era criança na época e não podia se lembrar da figura
pública de Vargas apontou, timidamente, essa questão, a partir de um filme
1
Filme brasileiro dirigido por Jayme Monjardim, em 2004, inspirado na biografia de Olga
Benário, escrita por Fernando Morais.
de cinema. Na lembrança da maioria, estava a imagem impregnada pela
propaganda política oficial do governo, construída pela história também
oficial, reforçada nos períodos de ditadura, tanto do Estado Novo, como da
militar pós-64. Provavelmente muitas dessas imagens e informações foram
absorvidas, também, nos diálogos familiares, formando o que Pollak (1992)
identificou como “memória por tabela”. Esses eram os aspectos ressaltados
pela sociedade em geral, pois, para grande parte das classes trabalhadoras,
os direitos trabalhistas implementados na era Vargas trouxeram ganhos e
conquistas efetivas. Percebe-se, então, o enquadramento da memória rea-
lizado pelas instituições oficiais. Uma imagem diferente só é apontada por
alguém que não tinha idade suficiente para lembrar-se dessas referências.
No seu caso, a visão de Getúlio foi mediada por um filme recente, que traz
uma releitura da história, baseado em memórias subterrâneas, que ficaram
sufocadas por governos ditatoriais (POLLAK, 1989, p. 5).
Já a oficina de 2006 aponta para a forte influência da mídia. Uma
emissora de televisão havia exibido, no início do ano, uma minissérie com
a biografia romanceada de JK. Os autores e diretores ressaltaram a imagem
quase mitificada do presidente, como um homem empreendedor, altruísta,
humanitário, sonhador. Sendo assim, as narrativas dos participantes foram
impregnadas por esta minissérie, de tal modo que qualquer lembrança do
período ficou apagada. Em anos anteriores, várias pessoas haviam relatado
que foi um período de carestia, altos impostos e empobrecimento da classe
média. Diziam que, durante a construção de Brasília, a vida ficara bem mais
difícil. Alguns chegaram a apontar JK como responsável pelo endividamento
do Brasil, que levou ao processo inflacionário no país. Tais aspectos não
apareceram na oficina de 2006. A atividade prática acabou por revelar o que
a teoria afirma. Se os estudos sobre a memória coletiva e social demons-
tram que o processo da memória é complexo e influenciado por múltiplos
fatores (como o tempo presente, os conarradores, a história oficial) não se
pode negar a força das imagens divulgadas na mídia, que complementam o
trabalho de enquadramento da memória.
Nesse sentido, podemos perceber, nas duas experiências, a consta-
tação de Robin (1989) de que a memória do indivíduo está impregnada por
diversas influências que podem se reforçar ou se contrapor. Estas influências
se expressariam por imagens-forças da memória nacional, memórias familia-
res (histórias familiares permeadas pela imaginação, álbuns de fotografias,
objetos afetivos, fragmentos de correspondências), levantamentos históri-
cos, material difundido pela mídia e literatura, romanceada ou não. Assim, o
indivíduo vai organizar as representações do passado e dar sentido a elas.
Deste modo, as oficinas permitem a percepção e o estudo dos proces-
sos de memória coletiva e grupal com base no material trazido pela equipe e
participantes, possibilitando a releitura de fatos históricos e sociais a partir
de perspectivas individuais. Permitem ainda que memórias não registradas
pela historiografia oficial venham ao conhecimento público e a enriqueçam
com outras perspectivas. Como dissemos no início, citando Revel (1998),
variamos a “objetiva”.
Referências
Renata Amaral de Sá
Sendo assim, podemos dizer que as cidades são compostas por diver-
sos lugares que nos remetem a lembranças, relacionadas tanto a atividades
comuns do dia a dia quanto a situações excepcionais. Estes territórios podem
nos parecer familiares por terem sido percorridos por nós ou por alguém
que nos narrou algo ali vivenciado.
SÁ, Renata Amaral de. Relato sobre a oficina de memória com o tema Cidade,
do dia 3/7/2006, extraído do Diário de Campo, 2006.
Referências
JESUS, Andréia Maria de. Relato sobre a oficina de memória com o tema
moda, do dia 20/05/2005, extraído do Diário de Campo, 2005.
ROUÇAS, Denise dos Santos. Relato sobre a oficina de memória com o tema
moda, do dia 20/5/2005, extraído do Diário de Campo, 2005.
Memórias da casa
A casa que eu nasci era modesta, com três quartos, sala, banheiro
e uma cozinha muito grande. Tinha uma mesa comprida, com dois
bancos. Um de cada lado. As nossas refeições eram feitas nesta mesa,
tinha uma varanda que dava para o quintal com árvores e flores. O pé
de eucalipto era tão alto que quando ventava ele se dobrava cumpri-
mentando a todos. Tinha uma goiabeira, onde meu pai fez um balanço,
que eu adorava o vai e vem e a parreira de uvas pretas tão gostosas.
À tarde sentávamos à sombra desta parreira. Mamãe fazendo crochê
ou flores de papel crepom. Lembro que ela falava: quando chegar
perto do natal já estará tudo pronto. Vovó gostava de desfiar saco de
padaria para trabalhar as franjas, com pequenos nozinhos. Eu gostava
de ajudar a desfiar, às vezes eu pulava corda ou brincava com a minha
boneca e assim passávamos a tarde.
Aos seis anos, as crianças, naquela época, ainda não podiam ir para a
escola. Então, nossa vida era brincar no grande quintal, colher todas
as frutas que podíamos (e subir em seus galhos e num deles cada um
fazia a sua “casinha”, com o nome gravado no tronco. Lá para cima
levávamos (as meninas, é claro) as bonecas de pano feitas pelas
1
Não fiz correções. As únicas alterações são para efeito de melhor compreensão.
2
Metáfora utilizada por Renato Mello (1999) na análise que faz da obra Infância, de Nathalie
Sarraute.
mamães, roupinhas, panelinhas etc. e os meninos levavam apitos,
revólveres de madeira, bolas de meia. E nos comunicávamos, de uma
árvore à outra, pelos telefones improvisados, feitos de latas com um
furo onde passava o fio.
Lembro que não havia pressa, antigamente o tempo parece que corria
devagar. As pessoas eram mais risonhas. Não havia tantos problemas
como hoje. As pessoas só choravam quando perdiam algum parente
ou se alguém ficasse doente. As festas eram simples, havia um bolo,
docinhos e refrigerantes. Diferente de hoje que toda festa tem um es-
toque de bebidas alcoólicas, e excesso de comida. Hoje as coisas são
muito extravagantes e corridas. A vida peca pelo excesso.
Um lugar não existe sem seu cheiro (MUXEL, 1996, p. 105). São os
odores e sabores guardados na memória que permitem desenhar a movi-
mentação dos membros da família no interior da casa, os cantos preferidos
e os afetos que permearam as relações.
A casa era antiga com uma fachada linda. O terreno era muito grande, e
havia muitas árvores e flores, no quintal e no jardim. Havia uma planta
chamada dama-da-noite. Era uma florzinha branca que perfumava o
ar da noite, que entrava pelas janelas e perfumava a casa toda. Eu era
muito criança, mas nunca me esqueci desse cheiro maravilhoso. Às
vezes, quando passo em algum lugar e sinto esse cheiro, me transfor-
mo por minutos naquela criança e viajo para o passado por alguns
minutos sonhando. E me lembro dos dois bancos grandes no jardim,
onde todos se reuniam para conversar, sobre os filhos, o colégio, o
dia a dia da vida, sobre uma notícia ou outra que vinha pelo correio,
de parentes distantes.
Mas não posso deixar de falar do pé de jasmim que era bem perto da
varanda e o seu perfume exalava por toda a casa.
Era uma casa simples, mas era bonita. No quintal desta casa tinha
um pé de jamelão bem grande e dava muitas frutas. Era a nossa fruta
preferida, porque minha vó com quem eu morava, era muito pobre,
não podia comprar outras frutas. Com toda nossa pobreza, o tempo
mais feliz de minha infância foi nesta casa.
[...] eu vou falar de um costume que a minha vó tinha, ela não comprava
café moído, só comprava café em grão. Em casa ela torrava e socava no
pilão, até ficar bem fininho, depois coava o café em um coador de pano,
ficava uma delícia. Eu adorava sentir aquele cheirinho tão delicioso,
daquele café que era tão gostoso, depois que ela morreu, nunca mais
eu tomei café daquele jeitinho que ela fazia. Até hoje eu me lembro
com saudade daquele cheirinho tão gostoso.
A casa ficava rente a calçada, com duas grandes janelas dando para
a rua. O número da casa era 60. A varanda ficava ao lado da casa e
era comprida. Na mesma rua adiante ficava o colégio onde mais tarde
estudei, e que até hoje é o mesmo e tem o mesmo nome. A casa não
existe mais, foi tombada para passar uma rua transversal justamente
em cima dela.
Nossa casa era grande [...] e havia um cantinho que eu gostava muito,
era no quarto da minha mãe. Tinha um grande oratório em que eu
ficava admirando os santos e me transportava para as imagens que eu
ficava maravilhada em vê-las. Sentia que eu fazia parte daquele quadro.
Até os meus seis anos de idade, morei num casarão que ficava numa
chácara maravilhosa, aqui mesmo em Niterói. Morávamos eu, meus
pais e duas irmãs, meus tios, tias e cinco primos. Um verdadeiro clã,
governado, com autoridade e doçura ao mesmo tempo, pela minha
avó, a matriarca D. Augusta.
[...] Era uma casa amarela muito simples, de quarto, sala, cozinha
e uma varanda e banheiro do lado de fora, nos fundos, os cômodos
grandes. Na frente um jardim grande e nos fundos um grande quin-
tal com fruteira e um balanço feito por meu pai. Lembro que minha
mãe dizia que era o enxoval do meu pai. O orgulho da casa própria,
que ele tanto falava, construída por ele e seus irmãos. [...] Esta casa
ficava próximo a casa de minha tia madrinha e dos meus tios, o que
era ótimo. Eles me davam muito carinho, contava histórias, me dava
doces, como eu fugia para lá. Quando meu pai vendeu esta casa,
senti muito a falta dos meus amigos de infância, das brincadeiras,
principalmente as de roda.
Referências
BROOK, Peter. Fios do tempo: memórias. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
MORLEY, Helena. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das Letras,
1998.
1
Tradução realizada por Beatriz Pinto Venancio, para utilização em aula ministrada no curso
de Mestrado em Política Social do Programa de Estudos Pós-Graduados em Política Social,
UFF, baseada no livro MUXEL, Anne. Individu et memoire familiale. Paris: Nathan/VUEF, 2002.
relevância destes idosos na posição de testemunhas vivas das transforma-
ções que vêm ocorrendo no seio familiar, reveladas em seus depoimentos
e reflexões.
Ao trabalhar a memória familiar em algumas oficinas, pudemos perce-
ber que é muito comum os participantes concordarem com certos aspectos
presentes na família de antigamente, tais como a criação dada pelos pais,
a relação dos jovens na época do namoro e o posicionamento da família
diante disto. Outro aspecto se refere à questão de gênero, da submissão da
mulher que há muito vem direcionando a criação de meninos e meninas de
uma forma diferenciada, sendo os primeiros preparados para o trabalho,
enquanto elas, para o lar. Tais questões estão ligadas à cultura e aos hábitos
da época em que estas pessoas viveram e que, em alguns aspectos, ainda
prevalecem não só nas suas lembranças, mas em comportamentos e modos
de pensar atuais.
Para elucidar melhor esta reflexão, faremos uma análise de três
oficinas realizadas sobre a temática “família”, abordando questões sobre
educação, namoro e casamento.
Na oficina realizada em agosto de 2005, cujo tema foi educação dos
pais de antigamente, pudemos notar que, em sua grande maioria, os partici-
pantes expuseram lembranças ligadas ao modo rígido e severo como foram
educados. Eles próprios fizeram uma comparação entre a criação que tiveram
e o modo como as crianças são educadas atualmente. Os filhos de ontem
se tornaram os pais e avós de hoje. O que mudou e o que se manteve com
relação a valores, hábitos e modos de educar os filhos? A diferença quanto à
criação que era dada aos filhos no passado e a que é dada hoje é uma questão
que aparece constantemente, e, neste contexto, o que se pode notar é que
boa parte dos valores relacionados à criação vem sendo deixada de lado.
Nesta oficina, por exemplo, quando falamos sobre a rigidez e o conser-
vadorismo daqueles tempos, os idosos recordaram-se da época, referindo-se
a ela com um certo ar de crítica, como se atualmente, por conta de uma cria-
ção mais liberal, a educação fosse melhor. Entretanto, em outros momentos,
o posicionamento foi diferente. Ao falarem sobre certos comportamentos da
família de antigamente, como a hora das refeições, momento de encontro
ao redor da mesa, quando contavam suas atividades, discutiam e jogavam
conversa fora, lamentaram que este hábito tenha se perdido, frisando que
nem tudo que é novo é mais adequado.
Na oficina sobre namoro, em junho de 2006, a discussão aproximou-
se muito da ocorrida na oficina anterior. O namoro tinha de ser em casa, o
rapaz interessado precisava, antes de tudo, pedir a autorização do pai da
moça para namorá-la, o que reflete um pouco da educação “repressora” e
“conservadora” comentada pelos idosos na oficina sobre educação dos pais
de antigamente.
Apesar das críticas à educação “conservadora” da época, um comen-
tário comum entre boa parte das idosas participantes do programa é o fato
de os namoros atuais estarem muito “avançados”. Elas costumam dizer que
os jovens não seguem mais todas as etapas formais nos relacionamentos,
como namoro, noivado, casamento e lua de mel. Para elas, perdeu-se o res-
peito e os encantos antes existentes.
Uma idosa contou sobre seu namorado que acabou se tornando seu
marido. Ela o conheceu em frente a sua casa, pois ele era motorista de um
caminhão de cerveja e todo dia parava na sua rua, e ela levava água para
ele. Um dia, seu pai viu os dois juntos, e o rapaz teve de ir até a casa dela
conversar com ele para pedi-la em namoro. Assim que chegou, seu pai jogou
uma cadeira do lado de fora da casa para o rapaz sentar e conversar dali
mesmo. A partir de então, os dois começaram a namorar em casa, com os
pais dela acompanhando, e mais tarde se casaram. Contudo, ela nos revelou
não ter sido feliz no casamento e agora que é viúva não quer mais saber de
casar ou namorar. A idosa mostrou armazenar em sua memória momentos
muito divertidos de quando começou a namorar aquele que viria a ser seu
marido. No entanto, o mesmo tema fez com que também lembrasse momentos
tristes referentes à época em que estava casada.
Outra idosa nos contou que aos 14 anos de idade seu pai arranjou dois
rapazes, um para ela e outro para sua irmã. Mas ela “não se agradou” do
moço e disse ao pai que não queria se casar. Furioso, ele falou que “ou ela
se casava ou poderia ir embora de casa”. Sendo assim, no dia seguinte, bem
cedinho, ela arrumou suas roupas, deixou um bilhete e foi embora. Começou
a vida trabalhando como babá na casa de uma senhora que uma amiga dela
conhecia. Só foi reencontrar o pai muitos anos mais tarde, quando já estava
casada e com seis filhos homens. Podemos observar que o tema proposto
provocou nesta idosa a lembrança de uma história de luta que começou
ainda na adolescência, transformando toda sua vida, devido à autoridade
do seu pai e aos costumes da época.
A maioria das lembranças apresentadas pelos participantes nesta
oficina nos leva, novamente, a pensar nas diferenças na forma de educar e
no enfrentamento de questões como o namoro, quando se compara aquela
época aos nossos dias. As moças eram educadas para obedecer, serem sub-
missas aos pais e, posteriormente, aos maridos. Na oficina descrita adiante,
veremos uma discussão mais detalhada a este respeito.
Com relação às mudanças referentes ao namoro e ao casamento,
observa-se que ocorreram transformações tanto no interior da família como
na sociedade, provocando uma reformulação das relações afetivas. Por meio
das narrativas dos idosos é possível perceber diferenças, tanto no que diz
respeito ao namoro quanto ao casamento que, segundo eles, antes era tido
como eterno, e hoje em dia é desfeito rapidamente.
De acordo com Berquó (1998), nos últimos anos, aumentaram as
separações e os divórcios, os jovens passaram a se casar mais tarde, em
comparação a duas décadas atrás, diminuiu também significativamente o
número de casamentos e aumentou o número de famílias reconstruídas,
as uniões de fato, as famílias monoparentais e as chefiadas por mulheres.
A independência econômica dos cônjuges também é um fator a ser
levado em conta, pois pode facilitar a ruptura do vínculo familiar, quando a
convivência não é mais fonte de satisfação e prazer.
Em maio de 2007, foi realizada a oficina sobre casamento. Fotos e re-
vistas com imagens de noivos, festas, bolos, enxoval, objetos de casa foram
utilizados pela coordenadora como provocadores da memória. A grande
maioria das mulheres escolheu imagens de vestidos de noiva, outras optaram
pelo bolo de casamento, e uma delas preferiu falar sobre o enxoval. Esta
senhora nos contou que preparou o enxoval por cinco anos, e um incêndio
destruiu tudo. Isto provocou nela, na época, uma grande tristeza, mas refez
o enxoval e um tempo depois se casou.
Por meio de imagens é possível provocar nos participantes memórias
de acontecimentos marcantes, como foi o caso desta lembrança. De modo
geral, o casamento representa para as mulheres uma data repleta de emo-
ções, devido a toda a tradição que o acompanha até os dias de hoje. Para
os homens, no entanto, a situação é diferente, como veremos mais adiante.
Uma participante relatou que o padrasto quis fazer sua festa de casa-
mento no quintal. Quando os noivos estavam chegando, começou a chover,
e as crianças, em algazarra, acabaram estragando o bolo e os doces, en-
quanto aguardavam a chuva passar. Com isso, não houve a festa conforme
o planejado. Ela demonstrou certa mágoa, principalmente das crianças que
estragaram sua festa. A partir daí, outras idosas recordaram imprevistos
ocorridos em seu casamento. Uma senhora, por exemplo, falou que havia
uma festa junina perto da sua casa. Ela acha que os convidados que estavam
na igreja foram parar lá, pois não foi quase ninguém à comemoração de seu
casamento. Outra senhora relatou que se casou na Paraíba e, como o único
carro que havia na região quebrou, a família, que morava na roça, não pôde
ir. Contou também que casou só no cartório e de vestido curto. Aliás, a
imagem de noiva escolhida por ela, usava blazer e saia bege, com detalhes
em renda, que, segundo ela, lembrava muito a sua roupa.
Em relação aos homens, três deles disseram não ter nada interessan-
te para falar sobre o dia do casamento, um dia normal, com tudo o que as
mulheres haviam contado, a respeito da igreja e festa na casa da noiva. Um
participante nos contou que um parente era gerente do hotel Copacabana
Palace, e a festa de seu casamento foi lá. Ganhou também a lua de mel com
tudo pago, o que foi maravilhoso. No entanto, durante a festa, um amigo fez
uma piada de mau gosto. Colocou duas empadas em seu bolso e fez uma
brincadeira de modo que elas fossem espremidas lá dentro, sujando-lhe o
terno novo. Isto o deixou tão furioso, que ele agrediu fisicamente o tal amigo.
Depois de um tempo, recordou-se, os dois voltaram a se dar bem.
É interessante notar a forma sintetizada com que os homens descreve-
ram o dia do seu casamento, muito diferente das mulheres que lembraram
os mínimos detalhes como roupas, doces e até as músicas tocadas. O que
preocupava os homens na hora de se casar não era a festa ou a roupa, mas
sim as questões financeiras, como a compra da casa, da mobília e o sustento
da família.
Em determinado momento da oficina, uma senhora falou que estava
casada havia 47 anos, e outra lhe perguntou se era feliz. Ela disse que ninguém
é feliz o tempo todo, que isto não existe. O grupo concordou, com exceção
do senhor que contou a história do Copacabana Palace. Ele disse ter sido
completamente feliz e que adorava a esposa, já falecida. Afirmou então que
outra senhora ali presente era testemunha disso. Esta senhora, no entanto,
falou que a felicidade fundava-se na submissão da esposa dele, que só fazia o
que ele queria. Em tom de brincadeira, outra senhora interveio dizendo que
teríamos de perguntar à falecida. Neste momento, o senhor, que já frequen-
ta a oficina há muitos anos, reagiu dizendo que já estava cansado daquela
história de ver o sexo masculino ser massacrado em todas as reuniões em
que o relacionamento homem e mulher aparece. No entanto, naquele dia,
confessou estar satisfeito de ver que todo mundo critica, mas que todas
correram atrás do casamento. Segundo ele, não era mau marido, sempre
ajudou a esposa em casa e com os filhos.
O tema da igualdade entre homens e mulheres no cotidiano da
convivência familiar vem sendo discutido amplamente no decorrer dos
últimos anos. Estas experiências dão origem a formas mais democráticas e
igualitárias de partilhar tarefas e responsabilidades entre marido e mulher.
Nas relações familiares, as mulheres vêm deixando de ser submissas aos
maridos, tornando-se mais independentes, passando a ter maior liberdade
de escolha. Além disso, a família não é mais um assunto de pertencimento
exclusivo da esfera feminina (PETRINI, 2005).
Finalmente, é interessante observar que nas três oficinas, levando-se
em consideração o tempo presente, a forma como estes idosos narram suas
experiências revela uma série de mudanças em que eles ocupam o papel
de mediadores entre as gerações e transmissores do valor social atribuído
à família.
Referências
ALVARENGA, Maria Carmen V. B. H. Relatório da oficina de memória sobre
casamento. Niterói. Arquivo pessoal. 2007.
BARROS, Myriam M. Lins de. Autoridade e afeto. Rio de Janeiro, J. Zahar. 1987.
JESUS, Andréia Maria de. Relato sobre a oficina de memória com o tema
Criação dos Pais, extraído do Diário de Campo, 2005.
ROUÇAS, Denise dos Santos. Relato sobre a oficina de memória com o tema
Criação dos Pais, extraído do Diário de Campo, 2005.
SÁ, Renata Amaral de. Relato sobre a oficina de memória com o tema Namoro,
extraído do Diário de Campo, 2006.
1
A partir da leitura do texto da professora Leila Ribeiro, “Configurações de uma memória
identidade: coleções em narrativa fílmicas” (2006), busquei o filme como material de apoio.
Os dois homens, que falaram sobre os objetos, se limitaram a dizer
que os possuíam, relataram não ter nenhuma recordação específica sobre
eles, não se alongaram, não descreveram o objeto e não falaram sobre o
significado que poderiam ter para eles.
Perguntamos também ao grupo acerca de móveis de família. Entre
os 15 participantes da oficina, somente três relataram ter móveis: o senhor
que possui o terço da avó dorme na cama que pertenceu a ela. O senhor que
guarda o relógio do pai disse que a máquina de costura Singer que foi da mãe
é utilizada pela esposa. Uma senhora relatou ter uma arca com o oratório da
mãe e um relógio de parede da sogra. Uma outra senhora se lembrou que
possui o relógio de mesa que pertenceu a seus pais.
Guangiroli discute o significado das marcas desses objetos, deixadas
na memória:
[S. l.]: Warner Independent Picture, 2005. (105 min), son., color.
PRIMEIRO ENCONTRO
• Apresentação dos participantes e da proposta da oficina.
• Cadeiras em círculo (esta é a forma usual nas oficinas).
• Metodologia: O coordenador deve explicar a proposta geral da oficina,
falar sobre o processo de lembrar e a importância da memória social,
assim como estabelecer as regras, horários e pactos para o bom an-
damento dos encontros.
• Apresentação dos participantes. Explicar a dinâmica a ser utilizada.
Separar os participantes em duplas escolhidas aleatoriamente. Cada
participante terá de apresentar o par. Para facilitar, pode-se escolher
algumas perguntas como nome, bairro onde mora, como conheceu o
grupo ou, há quanto tempo frequenta o grupo, entre outras. Dar 10 a
15 minutos para que conversem fora do círculo. Retornar ao círculo e
proceder às apresentações. Encerramento do encontro.
SEGUNDO ENCONTRO
Tema: Infância
Cadeiras em círculo e mesas ao centro (se não atrapalhar a visão dos par-
ticipantes) ou fora dele, para permitir que os idosos se movimentem e se
inter-relacionem (caso se vá trabalhar com figuras ou desenhos).
Proposta A
Solicitar que cada um conte sobre o brinquedo ou as brincadeiras preferidas
na sua infância.
Proposta B
Material utilizado: papel, caneta hidrocor, lápis de cor ou giz de cera.
As pessoas devem se lembrar do (s) brinquedo (s) preferido (s) e
desenhá-lo (s), sem se preocupar com exatidão da forma, mas se
possível, utilizando as cores e os detalhes desses brinquedos. Depois, cada
um deve falar sobre eles.
Proposta C
Material utilizado: figuras de brinquedos antigos (décadas de 1930, 1940,
1950, 1960), retiradas da internet.
Distribuir várias figuras para os participantes, para que eles observem e
digam se alguma delas lembra algum brinquedo da infância.
Obs.: Nestas três propostas, pode-se estimular os participantes com pergun-
tas: se eles lembram quando ou de quem ganharam o brinquedo; que cores
ele tinha; se brincavam sozinhos ou acompanhados e, neste caso, com quem
brincavam; como eram as brincadeiras; onde passaram a infância etc. As
perguntas variam de acordo com os depoimentos do grupo. Pode-se ainda
comparar com a infância dos filhos, netos ou com a infância atual.
Proposta D
Material utilizado: cantigas de roda (letras, cds, gravações).
Tocar cds, cantar ou solicitar a quem conheça a música que cante. A partir
das músicas, perguntar que lembranças trazem da infância e trabalhar o
tema.
Proposta E
Subtema: Escola
Motivar o diálogo sobre o tempo da escola: perguntar quem estudou ou não,
e por quê; questionar onde estudaram, se tinham amigos, como eram as pro-
fessoras, se algo em particular os marcou e por quê; como era a relação com
os professores, a disciplina na escola, se os pais estimulavam o estudo etc.
TERCEIRO ENCONTRO
Tema: Juventude
Proposta A
Pedir que relatem o que faziam para se divertir: como eram as festas e bai-
les, se frequentavam cinema e teatro, quais as suas outras formas de lazer.
Proposta B
Narrar os flertes e namoros na juventude, o comportamento de homens e
mulheres, a atitude dos pais e parentes.
Obs.: Nessas duas propostas, podem ser utilizados cartazes com frases,
fotos, figuras e revistas antigas que tragam imagens do tema, para provocar
a memória.
QUARTO ENCONTRO
Tema: Idade adulta
Proposta A
Subtema: Casamento
Material utilizado: fotos ou revistas de noivas.
Cada participante escolhe uma imagem que lembre seu casamento (se houver
pessoas solteiras, consultar se desejariam participar. Em caso afirmativo,
pode-se fornecer alternativas como relatar algum casamento de parentes,
pessoas comuns ou famosas que lhe marcou a memória e por quê). Estimular
relatos sobre como foi o dia do casamento: se houve festa, como era o bolo,
se aconteceu algum fato curioso ou engraçado.
Obs.: Este tema costuma levar a comentários sobre noite de núpcias, quando
aparece muitas vezes a desinformação e os tabus a respeito da sexualidade.
Logo, é preciso estar preparado para lidar com o tema, caso ele surja.
Proposta B
Subtema: Família / Nascimento de filhos
B1) Material a ser utilizado: figuras e fotos de diversos tipos de família, car-
tolina ou qualquer outro papel disponível, cola, canetas ou pilots.
Solicitar que escolham algumas imagens e façam cartazes, podendo também
utilizar palavras para expressar seus sentimentos em relação à família. Cada
um deve explicar ao grupo a sua produção e, a partir disso, se desenvolve
o tema.
B2) Sem utilização de qualquer material
Falar sobre o nascimento e educação dos filhos. Pode-se solicitar que relatem
o que repetiram ou o que modificaram na educação que deram aos filhos em
relação àquela que receberam dos pais. Motivar o diálogo sobre as trans-
formações que ocorreram no modelo de família e nas relações familiares.
Proposta C
Subtema: Profissão e Trabalho
Material utilizado: figuras de pessoas trabalhando em diversas áreas, reti-
radas de revistas.
Deixar o material sobre a mesa para que os participantes escolham as figuras
que melhor retratem sua profissão e trabalho.
Estimulá-los para que contem suas histórias de trabalho, se gostavam do
que faziam etc.
Obs.: Lembrar às donas de casa que o serviço doméstico também é trabalho.
Pode-se discutir a sua invisibilidade e não reconhecimento pela sociedade
em geral.
QUINTO ENCONTRO
Tema: Envelhecer
Discutir se houve e quais foram os marcos que fizeram cada um perceber
que estava envelhecendo (aposentadoria, nascimento de netos, menopausa
ou algum outro). Trabalhar os aspectos positivos e negativos do envelheci-
mento, estimulando que cada um expresse seu ponto de vista. Quais seriam
as boas e as más lembranças da velhice?
Proposta A
Material utilizado: filme ou documentário que retrate questões relacionadas
à moda.
Usar o conteúdo do material para discutir o que a moda revela (comporta-
mentos, valores, diferenças ou semelhanças culturais e sociais).
Proposta B
Material utilizado: figuras ou revistas de moda de diferentes épocas.
Cada participante escolhe o estilo ou a roupa que lhe traz alguma lembran-
ça, ou o tipo de roupa de que mais gostou ao longo das décadas vividas. A
partir dos depoimentos, trabalhar o tema.
Proposta B
Trazer figuras e fotos de eletrodomésticos antigos para que as pessoas se
lembrem deles e relatem como era o serviço doméstico e outras atividades,
sem esses aparelhos.
Obs.: Pode-se, nas duas propostas, trazer informações sobre quando, como
e por que foram sendo desenvolvidos tais aparelhos.
Tema: Transportes
Solicitar que cada um relate qual o primeiro meio de transporte que se lem-
bra de ter utilizado (como, quando, para que atividades). Também se pode
abordar a evolução dos meios de transporte.
Proposta B
Sem o uso de imagens, levar o participante a falar de suas recordações em
relação a Niterói.
Proposta B
Material utilizado: cds de músicas que fizeram sucesso nas rádios nas dé-
cadas de 1930, 1940 e 1950. Tocar as músicas e perguntar se sabem quem é
o cantor ou cantora que as interpreta, quem as compôs, os programas de
rádio preferidos, se participaram dos programas de auditório etc.
Proposta C
Solicitar que os idosos descrevam como e onde ouviam rádio, programas
preferidos, cantores etc.
Obs.: Esse material pode ser retirado da internet em sites como: www.radio-
claret.com.br ; www.eradoradio.com.br
Tema: Férias
Material utilizado: cartazes com frases como: “As melhores férias da minha
vida foram...” “Não me esqueço das férias que passei em...” “Diverti-me muito
nas férias de...” “Gosto de passar férias em...” e outras do gênero. Solicitar que
completem as frases, contando por que determinadas férias foram marcantes.
Proposta B
A equipe pode preparar um histórico sobre a data e sobre as conquistas no
mercado de trabalho já alcançadas e fazer um levantamento sobre as que ainda
estão sendo reivindicadas para serem apreciadas e discutidas com o grupo.
Proposta B
Cada participante deve fazer uma descrição de si (ou de sua mãe) e sua
relação com a maternidade. Falar sobre o papel das mães de antigamente.
Obs.: Esta proposta não é muito utilizada, pois muitas vezes os idosos se
emocionam bastante ao se lembrarem das mães falecidas.
Proposta B
Relatos de como eram as brincadeiras e simpatias feitas nesse período de fes-
tas (o que faziam quando eram crianças e/ou jovens e como eram as festas).
Proposta C
Estimulá-los a falar sobre as lembranças de festas juninas do passado, festas
que marcaram, situações engraçadas, comidas e bebidas típicas, festas de
rua, brincadeiras, simpatias, músicas etc.
Proposta B
Semelhante à proposta A do Dia das Mães e a de Férias, trazer cartazes com
frases como: “O melhor Dia dos Pais foi...” “Meu pai era...” “Meu pai foi um
homem de...”, entre outras.
Tema: Natal
Solicitar que o grupo relate como eram as comemorações de Natal no
passado: costumes, comidas típicas, presentes, histórias engraçadas ou
interessantes que aconteceram no Natal etc.
Proposta B
Os participantes contam como eram suas vidas nos governos dos diversos
presidentes.
Obs.: A equipe deve fazer uma pesquisa histórica e um resumo dos governos
para estimular os relatos, além de perceber e esclarecer confusões de datas
e fatos que são comuns no processo de lembrar.
Proposta B
Requisitar que o grupo relate suas memórias do período (o que mudou, fatos
que marcaram, como viviam, o que faziam, onde moravam, como sentiram
a ditadura no cotidiano, etc.)
PRIMEIRA EDITORA NEUTRA EM CARBONO DO BRASIL