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Arquivo, Biblioteca, Museu

São comuns questões pedindo as diferenças entre o Arquivo, a Biblioteca e o


Museu. Todos os três são ÓRGÃOS DE DOCUMENTAÇÃO, entretanto, existem
particularidades.

Museu: é uma coleção de itens (também chamados documentos) em


diferentes suportes (materiais), com valor histórico e cultural.

Biblioteca: é uma coleção de itens em que é comum a duplicidade de


exemplares, para estudo, pesquisa e consulta, e a expansão do seu acervo
pode ser dar por compra, doação, de diferentes entidades.

Arquivo: Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade


coletiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
atividades, independentemente da natureza do suporte.
Arquivo, Biblioteca, Museu

A principal diferença entre o arquivo, a biblioteca e o museu é que o arquivo


NÃO É uma coleção, mas sim uma ACUMULAÇÃO NATURAL de documentos
que reflete a organização e as atividades de uma entidade. Difere também da
biblioteca, pois esta recebe documentos de várias entidades diferentes.

“Arquivos são órgãos receptores, enquanto bibliotecas são órgãos


colecionadores”.

O arquivo é uma instituição com o objetivo de preservar documentos de uma


organização a qual está vinculado. Assim o sendo, todo documento que
adentra o arquivo é fruto das atividades daquela instituição. O arquivo
simplesmente recebe os documentos que custodia. E, quase sempre, somente
receberá os documentos daquela instituição.
“Arquivo é a acumulação ordenada de documentos, em sua maioria textuais,
criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados
para a consecução de seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no
futuro. A principal finalidade dos arquivos é servir a administração, constituindo-
se, com o decorrer do tempo, em base do conhecimento da história”.

Essa acumulação de documentos diz respeito ao Princípio da Cumulatividade,


que será tratado mais na frente.

A finalidade do arquivo é funcional. O arquivo acumula documentos como mera


decorrência das atividades da instituição a que está ligado. É um processo natural
e gradativo. Outro ponto: os documentos que se encontram no arquivo estão
unidos por sua proveniência. Ao contrário dos livros em uma biblioteca, os
documentos de um arquivo são mantidos juntos para que, desta forma, reflitam o
funcionamento e as atividades da instituição a que estão ligados.

Os documentos do arquivo dão testemunho das atividades da instituição.


Segundo a Lei 8.159 de 08 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a
política nacional de arquivos públicos e privados, em seu artigo 2o,
temos a seguinte definição de arquivos:

Art. 2o - Consideram-se arquivos, para os fins desta Lei, os conjuntos de


documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de
caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de
atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o
suporte da informação ou a natureza dos documentos.
CLASSIFICAÇÕES DOS ARQUIVOS
- Quanto às entidades mantenedoras: Públicos, Privados, Institucionais, Comerciais,
Familiares/Pessoais;

- Quanto à extensão de sua atuação: Setoriais e Gerais (Centrais);

- Quanto à natureza dos documentos:


- Arquivo Especial: este arquivo tem sob sua guarda documentos com variados suportes.
Podem ser fotografias, discos, fitas, microfilmes
- Arquivo Especializado: Não tem absolutamente nada a ver com o outro arquivo. Chama-
se de arquivo especializado aquele que possui sob sua custódia documentos oriundos de
um campo específico da ciência humana. Ex.: arquivos médicos, arquivos de engenharia,
arquivos de direito.

- Quanto aos estágios de evolução do arquivo:


- Arquivos Correntes (Primeira Idade): constituídos de documentos frequentemente
consultados. Valor administrativo;
- Arquivos Intermediários (Segunda Idade): Valor administrativo;
- Arquivos Permanentes (Terceira Idade): Valor histórico.
CONCEITO IMPORTANTÍSSIMO EM ARQUIVOLOGIA
VALOR ADMINISTRATIVO (VALOR PRIMÁRIO)
VALOR HISTÓRICO (VALOR SECUNDÁRIO)
"Os valores inerentes aos documentos públicos modernos são de duas categorias: valores primários,
para a própria entidade onde se originam os documentos, e valores secundários, para outras entidades e
utilizadores privados.” "

"Quando um documento é criado, ele possui valor primário. Associe esse valor com a ideia de
importância administrativa, ou valor administrativo. O documento é criado ou recebido pela instituição
para que ela cumpra suas finalidades. Por outro lado, quando perder este valor, é possível (embora nem
sempre ocorra, como veremos a frente) que o documento adquira valor secundário, de interesse para
outros indivíduos que não o usuário inicial."

"Enquanto o documento possuir valor administrativo, legal ou fiscal, ele não será capaz de adquirir valor
secundário, mesmo que esteja no arquivo intermediário da instituição (documentos que já não são
consultados com frequência)."

"A principal finalidade dos arquivos é servir a administração (valor primário), constituindo-se, com o
decorrer do tempo, em base do conhecimento da história (valor secundário)."
(Fonte: Cursinho do Estratégia)

Quando o documento perde o valor primário, é possível (embora nem sempre ocorra, como veremos a
frente) que o documento adquira valor secundário(secundário, mediato, acessório, histórico ou cultural),
de interesse para outros indivíduos que não o usuário inicial. O valor secundário mais lembrado em
provas é o valor histórico. Uma vez atribuído valor secundário ao documento, isto é permanente: o
documento nunca perderá seu valor secundário e nunca poderá ser descartado. Vamos a umexemplo:

Suponha que o Brasil assine um acordo comercial com o Irã. Esse acordo, assinado pelos presidentes dos
dois países, é um documento e possuirá valor primário assim que for assinado. No entanto, depois de
encerrado o acordo comercial, o objetivo do documento já foi atingido, de tal forma que o valor primário
é perdido. Ou seja, assim que o documento cumpre sua finalidade, ele perde seu valor primário. Neste
momento, deve-se decidir se o dito documento possuirá ou não valor secundário. Neste caso, o acordo
comercial entre o Brasil e Irã possui importância secundária e deverá servir, no futuro, de fonte de
consulta para pesquisas históricas ou culturais.

Assim, este documento, com certeza, terá valor secundário. Uma vez reconhecido em um documento o
valor secundário, tal característica é reputada permanente, e jamais poderá ser retirada do documento.
Observe, portanto, que todo documento possuirá valor primário, mas nem todo possuirá valor
secundário.

Mas não fiquemos por aí. Imagine-se, daqui há um ano, como servidor público, decidindo solicitar uma
alteração do seu período de férias junto ao RH do setor onde trabalha. Neste caso, você deverá assinar
um memorando ou um pedido formal à sua chefia, solicitando a troca das datas de suas férias. Isto é,
você deverá assinar um documento para ser encaminhado à chefia competente para analisar o seu
pedido. Logo que nasce, este documento assinado por você possuirá valor primário (ele tem o propósito
administrativo de fazer com que seu período de férias seja alterado). Depois que sua chefia autorizar (ou
não) a alteração do período de férias, o documento terá cumprido sua finalidade, de tal forma que
perderá seu valor primário. Mas esse documento não possuirá valor secundário, pois é irrelevante do
ponto de vista cultural ou histórico. Embora o documento deva ser guardado na unidade durante certo
tempo, para justificar os procedimentos essa guarda será temporária, o documento será descartado
após o decurso do prazo.

O valor primário de um documento é temporário, enquanto o valor secundário é eterno. Os documentos


que possuem este último traço não serão descartados ou eliminados, nunca, jamais, em hipótese
alguma.”

Esses dois conceitos são importantes para esclarecer a classificação quanto aos estágios de evolução
do arquivo:
- Arquivos Correntes (Primeira Idade): constituídos de documentos frequentemente
consultados. Valor administrativo;
- Arquivos Intermediários (Segunda Idade): Valor administrativo;
- Arquivos Permanentes (Terceira Idade): Valor histórico.

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