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e
consumo
Publicidade
e
consumo
Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Sérgio Amaral
Presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial – Inmetro
Armando Mariante Carvalho
Diretor da Diretoria da Qualidade Industrial do Inmetro
Alfredo Carlos O. Lobo
Apresentação
O módulo Publicidade e Consu- A experiência internacional mostra que os
mo integra a coleção Educação para países mais competitivos são exatamente aqueles
o Consumo Responsável, destinada à que possuem consumidores mais exigentes. O
formação de multiplicadores dos con- presente material representa uma importante con-
ceitos de educação para o consu- tribuição ao processo já desencadeado de cresci-
mo, de maneira a atingir aos profes- mento do consumidor brasileiro, mantendo-o como
sores e alunos da 5a à 8a séries do parte efetiva do processo de melhoria da qualidade
ensino fundamental de escolas públi- das empresas brasileiras.
cas e privadas. Além de conter informações relevantes, os
A coleção, elaborada pelo Idec módulos sugerem uma série de atividades
– Instituto Brasileiro de Defesa do capazes de estimular o debate sobre o tema do
Consumidor – sob a coordenação do consumo, a partir de enfoques múltiplos e diver-
Inmetro – Instituto Nacional de sificados, despertando nos jovens uma consciên-
Metrologia, Normalização e Quali- cia crítica dos padrões de consumo da sociedade
dade Industrial –, aborda cinco temas atual.
em quatro volumes: Meio Ambiente e É uma contribuição cuidadosamente elabo-
Consumo; Publicidade e Consumo; rada por especialistas e educadores para que os
Direitos do Consumidor e Ética no professores possam contar com material que lhes
Consumo; e Saúde e Segurança do permita abordar sem dificuldades os temas trata-
Consumidor. dos. Esse material se destina a ser reproduzido
O objetivo é contribuir para a para a realização de cursos de formação de mul-
formação de cidadãos conscientes tiplicadores de forma a introduzir a educação para
do seu papel como consumidores o consumo responsável no ensino fundamental
parti-cipativos, autônomos e críticos, de todos os estados e municípios.
a partir da sala de aula, como Lançamos esta coleção na esperança de
propõem os Parâmetros Curriculares contribuir para formar e informar o consumidor,
Nacio-nais elaborados pelo sempre na busca de um mercado mais saudável.
Ministério da Educação em 1998,
que introduziram o Consumo entre
os temas transversais a serem abor- Armando Mariante
dados nas escolas. Presidente do Inmetro
Publicidade e Consumo – Coleção Educação para o Consumo
Responsável
© Copyright 2002
Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Introdução 8
Pequerna história da
publicidade no Brasil 10
Estratégias da publicidade12
Televisão e publicidade 16
As crianças e a
publicidade 18
• Na Suécia não há publicidade
na TV para crianças 19
Os jovens e a publicidade 22
• Violência na TV 23
Os adultos e a
publicidade 24
Publicidade externa 27
Publicidade enganosa e
abusiva 29
O papel da escola 31
O que fazer 32
• Obrigações para com os jovens
e as crianças 33
Glossário 34
Bibliografia 36
Sites na internet 39
Módulos didáticos 41
O que a publicidade está
querendo dizer? 42
Na sala de aula 48
Publicid
e
consu
“ Ao contrário do panorama
ade
nos noticiários dos jornais, a
mo ”
beleza perfeita e não-perecível.
Nelly de Carvalho, Publicidade.
A linguagem da sedução.
Publicidade e consumo
8
Introdução
está exposto a mais de mil anúncios dos jovens para a leitura e análise em vários
diários2. Como escapar ao bombar- níveis, do texto televisual, como já se faz, de há
deio de ofertas publicitárias sem muito, com o texto escrito, que deve ser lido, anal-
aderir ao consumismo desenfreado, isado, compreendido e criticado também a partir
às necessidades fictícias? Que tipo da própria experiência de vida do estudante”3.
de influência a mídia exerce sobre os Isso significa também ensinar a ler criticamente
padrões de consumo? Que men- as mensagens publicitárias, as quais enredam os
sagem subliminar traz uma determi- consumidores de todas as idades em circuitos
nada publicidade? Neste trabalho emotivos e irracionais criados para vender produ-
pretendemos sublinhar a importância tos no mercado. Se a escola conseguir despertar
da escola na sensibilização dessas em seus alunos a consciência das estratégias da
questões referentes ao mundo da publicidade e dos meios de comunicação, estará
publicidade e do consumo, bem no rumo da formação do cidadão, da defesa da
como à leitura das mensagens cultura, da educação e do diálogo entre as pes-
(texto, imagem, som) veiculadas soas.
pela mídia. Maria Thereza Fraga
Rocco chama a atenção para a
necessidade de “hoje, ‘alfabetizar’ cri-
anças e apro-fundar a competência
9
Publicidade e consumo
Pequena
11
Publicidade e consumo
Estratégias
12
Estratégias da publicidade
VOCÊ SABIA?
14
Estratégias da publicidade
culturais e esportivos.19
Só no período de janeiro a junho do ano de 1999 a mídia faturou R$ 3.453.058.300,00
com os anúncios publicitários, sendo que as emissoras de TV são as que detêm maior
15
Publicidade e consumo
Televisão
16
Televisão e publicidade
17
Publicidade e consumo
As crianças
e a publicidade
A s crianças e os jovens são geralmente muito
vulneráveis à publicidade, porque não têm
uma mentalidade crítica nem a capacidade de ler
a verdadeira mensagem que uma determinada
publicidade está transmitindo.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos re-
velou que as crianças ficam expostas anualmente
a cerca de 30 mil mensagens publicitárias veicu-
ladas pelos meios de comunicação.29 Até o materi- A campanha dos bichinhos de um fornecedor de pro-
dutos alimentícios foi divulgada em todo o país, em
al didático das crianças americanas de escolas diversas mídias. Sua repercussão foi tamanha que, em
públicas em áreas pobres vem com publicidade sua segunda fase, quando as embalagens dos produ-
tos eram trocadas por bichinhos de pelúcia, os brinque-
de empresas que induzem ao consumo! dos esgotaram antes do final da promoção e uma nova
remessa teve de ser colocada à disposição do público
No Brasil, as crianças de até 14 anos repre- consumidor.
sentam quase 40% da população brasileira. Por
Mattel adquiriu um estrondoso per-
isso, muitas empresas aprimoram suas estraté-
centual de 95% de penetração com a
gias para a venda de produtos infantis. Só a
boneca Barbie entre meninas de 3 a
Editora Abril previu, em 1997, uma tiragem de 100
11 anos de idade nos Estados
mi-lhões de exemplares de suas publicações
Unidos”.32
infanto-juvenis.30 Campanhas que estimulam as
O Código Internacional de Prá-
crianças ao consumo exagerado de produtos
tica Publicitária da Câmara Inter-
estão diariamente na televisão. Só para ilustrar,
nacional do Comércio estabeleceu
podemos lem-brar as campanhas dos bichinhos
que “os anúncios em nenhum caso
Parmalat e das tampinhas de Coca-Cola, tro-
devem explorar a credulidade natural
cadas por engra-dados contendo seis garrafinhas
ou a falta de experiência da crian-ça,
do refrigerante.
nem podem prejudicar o seu senso
Um especialista em marketing para crianças
afirmou: “Mesmo crianças de 2 anos de idade
estão interessadas na marca de suas roupas, e 29. Consumidor S.A., Sªo Paulo, Idec, nœmero 32, julho
aos 6 anos já são consumidores formados”.31 O de 1998, p. 26.
30. Gino Giacomini Filho. Consumidor versus Propa-
mundo dos brinquedos é revelador da globaliza- ganda, Sªo Paulo, Summus, 1997, p. 54.
31. Durning, How Much is Enough? The Consumer
ção da economia e da banalização da cultura. Pa- Society and the Future of the Earth (O quanto Ø sufi-
dronizados, brinquedos como Barbie, Batman, ciente? A sociedade de consumo e o futuro da Terra).
Tradu ªo SØrgio Lu s da Rocha, 1992, p.130-131.
bonecos do Tarzan, naves espaciais são cobiça- 32. Durning, How Much is Enough? The Consumer
Society and the Future of the Earth (O quanto Ø sufi-
dos pelas crianças do mundo todo. O vice-presi- ciente? A sociedade de consumo e o futuro da Terra).
dente da Mattel, Maryl Friedmam, declara: “A Tradu ªo SØrgio Lu s da Rocha, 1992, p.121.
18
As crianças e a publicidade
19
Publicidade e consumo
20
As crianças e a publicidade
38. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, no 19, maio de 1997, p. 18.
39. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, no 19, maio de 1997, p. 18.
40. Consumidor S.A., São Paulo, Idec, no 19, maio de 1997, p. 19.
21
Publicidade e consumo
Os jovens
22
Os jovens e a publicidade
43
livremente em qualquer horário, pois, de O problema é que, segundo Beatriz Carlini Cotrim,
acordo com a Lei 9294, de 1996, que pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações
trata das restrições ao uso e à propa- sobre Drogas Psicotró-picas, a cerveja é a bebida que
ganda de bebidas alcoólicas, cigarros e serve para os adolescentes44 como iniciação ao vício
medicamentos, as bebidas de teor do alcoolismo.
alcoólico inferior a 13 graus não são con-
sideradas como bebidas alcoólicas. Existem cerca de 270
VOCÊ SABIA?
milhões de jovens
entre os 15 e os 18 anos, em 40 países, que
consomem os mesmos vídeos e músicas e
representam um mercado gigantesco para
Violência na TV
os designers e fabricantes de tênis, camise-
tas e jeans.
Um outro aspecto que não po- Fonte: Relatório do Desenvolvimento
Humano – 1998 – PNUD.
demos ignorar é o da violência vei-
culada pelos programas de televisão
no Brasil. Uma pesquisa feita em lam a violência pode:
1998 pela Organização das Nações 1. Levá-las a imitar comportamentos violen-
Unidas (ONU) detectou na televisão tos e agressivos;
brasileira 1.432 crimes em uma 2. Levá-las a imitar os heróis violentos;
sema-na de desenhos animados, 3. Sugerir que a violência é premiada em
isto é, 20 crimes por hora de desenho nossa sociedade;
animado.45 4. Sugerir que a violência é um recurso justi-
ficado;
Número de crimes exibidos 5. Dessensibilizar as crianças;
por emissora: 6. Aumentar o medo do mundo;
SBT: 753 7. Aumentar a vontade de violência;
Globo: 259 8. Aumentar a atração pela violência realista;
Record: 164 9. Promover a criação e a sustentação de
Manchete: 160 uma cultura de desrespeito.47
Cultura: 65
VOCÊ SABIA?
Bandeirantes: 31
De acordo com a pesquisa, "O Exterminador", estrelado
Bandeirantes e TV Record lideram por Arnold Schwarzenegger,
os homicídios em desenhos anima- tornou-se um ídolo conhecido
dos; a TV Globo vence em lesões por 88% das crianças em todo
o mundo.48
corporais.46 Quais são as conse-
qüências da violência presente na
mídia? Confor-me pesquisa feita
pela Universidade Federal do Rio 43. “Cerveja não é álcool”, in Consumidor S.A., no11, agosto/96, p. 8.
44. Consumidor S.A., no11, agosto/96, p. 8.
Grande do Sul, a exposição das cri- 45. http://tvbem.org.br/onu.html
anças a programas de TV que veicu- 46. http://tvbem.org.br/onu.html
47. Vários autores. A Televisão e a violência: impacto sobre a criança e o
adolescente, www.ufrgs.br./psiq/vio-form.html
48. http://tvbem.org.br/onu.html
23
Publicidade e consumo
Os adultos
24
Os adultos e a publicidade
cujo cabelo é muito liso ou muito ondulado, ou cresce nos lugares errados, para aquelas cuja
pele é muito escura ou muito clara, para aquelas cujo peso do corpo está distribuído de
qualquer modo, menos do exigido pela moda do momento, a publicidade nos assegura que
a salvação sintética está próxima às mãos.”51
Foto de Shirley Souza
Neste busdoor (anúncio em ônibus), a “mulher dona de casa” aparece como person-
agem, já que o produto anunciado remete às funções do lar e à família.
A publicidade não deixa muitas opções às mulheres: ter um corpo perfeito e sensual é o ideal de nosso tempo.
25
Publicidade e consumo
Em diferentes paisagens e situações, o cigarro exalta uma imagem masculina viril e livre. O cenário paradisíaco combina
com o mundo de Marlboro, onde os personagens não demonstram preocupação, a amizade está sempre presente e a
liberdade merece destaque.
26
Publicidade
27
Publicidade e consumo
sagens pornográficas e obscenas em publicidade decisivos para aferir sua abusividade (pa
externa de grande visibilidade. Segundo a opinião usar a expressão do Código de Defesa d
de João Lopes Guimarães, é preciso restabelecer Consumidor). Da mesma forma, há que s
“o direito do cidadão à fruição da paisagem considerar a existência de monumentos, edi
urbana, sem qualquer interferência ou men- cios de valor histórico ou arquitetônico e área
sagem, que não as relativas à orientação e ao verdes cuja visibilidade possa ser afetada p
bem comum. É impie-doso submeter as pessoas anúncios, com comprometimento paisagístic
ao estímulo constante de consumo ou de ações a do cenário como um todo”, explic
que elas, na maioria dos casos, não têm condição Guimarães.58 No caso da cidade de Curitib
de corresponder”.57 há um controle muito rígido com relação
Tudo isso, entretanto, depende de um con- preservação da cidade, encarregando-se
trole do governo. A legislação municipal dita as própria prefeitura de retirar os cartazes apó
regras de instalação de anúncios. Cabe à admin- três dias de exposição.
istração municipal definir as condições para a Outras cidades brasileiras também dev
instalação e controlar a poluição visual. “Fatores riam seguir esse exemplo, minimizando
como recuo, área de exposição, visibilidade, lumi- poluição visual em benefício da criação d
nosidade e altura do anúncio certamente são espaços de convívio, de fruição da paisage
e de respeito aos direitos dos cidadãos.
28
Publicidade enganosa e abusiva
29
Publicidade e consumo
30
O papel
da escola
A escola deve atuar no sentido de
transformar os meios de comuni-
cação em aliados do processo
O projeto da rádio funciona desde 1998,
com muito sucesso. Para o professor de
Educação Física Acácio Arouche de Aquino, o
educativo dos alunos. Garantindo o resultado é muito positivo. Segundo ele, os
acesso aos meios de comunicação, alunos fizeram muitos progressos perceptíveis na
a escola poderá desenvolver trabal- redação das pautas, no relacionamento dentro do
hos que irão refletir sobre as técni- grupo e na participação no cotidiano da escola.
cas e as estratégias da mídia. Se for Outra experiência muito interessante ocorre
bem-sucedida, despertará a con- no sul do Pará, às margens do rio Amazonas. As
sciência crítica dos alunos-especta- crianças de 1ª a 4ª séries começam o dia ouvindo
dores com o intuito de torná-los rádio, sintonizados na Rádio Rural de Santarém.
agentes da comunicação. “Educar, É um programa de educação com entrevistas,
com e por meio do rádio, da TV, do informações, radionovelas, matérias sobre saúde,
jornal, do computador e de todo e higiene, vida comunitária, além de programas
qualquer re-curso ou veículo de criativos sobre matemática, português, histórias
comunicação passa a ser, hoje, divertidas e músicas. O programa atinge mais de
questão de exercício e de prática de 30 mil alunos e 1.300 professores. Este projeto é
direitos de cidadania”,67 afirma Ismar desenvolvido com as secretarias municipais de
de Oliveira Soares. Educação de Santarém e Belterra, com apoio do
Como exemplo, vale a pena Unicef.68 Essas experiências demonstram que é
mencionar a experiência de criação possível transformar o rádio em aliado do proces-
de uma Rádio Comunitária feita so educativo.
pelos alunos da EMPG
Desembarga-dor Teodomiro Dias,
situada na zona Oeste de São Paulo.
Quinze alunos de 5ª a 8ª séries dos
períodos matutino, vespertino e
noturno e cinco professores e fun-
cionários reuniram-se para aprender
e discutir as características da rádio,
bem como a sua produção. Uma
enquete realizada com os alunos
revelou que os temas preferidos dos
alunos da escola eram: músicas, 67. Ismar de Oliveira Soares, “A televisão e as prioridades da educação” in
Comunicação & Educação, São Paulo (6): 22 a 28 mai./ago. 1996, p.25.
esportes, lazer e saúde. 68. “Unicef em ação”, Brasília, Unicef.
31
Publicidade e consumo
O QUE FAZER
69. Para mais detalhes, ver o volume desta coleção Direitos e respons-
abili-dades do consumidor, de João Lopes.
32
Obrigações para inexperiência e o sentimento de leal-
com os jovens dade dos menores;
e as crianças • não se ofenderá moralmente
o menor;
O Código de Defesa do Con- • não se admitirá que o anúncio
sumidor trata da questão da publici- torne implícita uma inferioridade do
dade em seis de seus artigos, inclu- menor, caso este não consuma o
sive no artigo 6o, em que estabelece a produto oferecido;
“proteção contra a publicidade enga- • não se permitirá que in-fluên-
nosa e abusiva” como um dos direi- cia do menor, estimulada pelo anún-
tos básicos do consumidor. Como já cio, leve-o a constranger seus
vimos, a proteção às crianças mere- responsáveis ou importunar ter-
ceu atenção especial dos legislado- ceiros ou o arraste a uma posição
res. E também do Conselho Nacional socialmente condenável;
de Regulamentação Publicitária • o uso de menores em anún-
(Conar), ao estabelecer, no art. 37 do cios obedecerá sempre a cuidados
seu Código Brasileiro de Auto-Regu- especiais que evitem distorções psi-
lamentação Publicitária, que: cológicas nos modelos e impeçam a
“No anúncio dirigido à crian-ça promoção de comportamentos so-
e ao jovem: cialmente condenáveis;
• dar-se-á sempre atenção • qualquer situação publici-tária
especial à características pedagógi- que envolva a presença de me-
cas da audiência-alvo; nores deve ter a segurança como
• respeitar-se-á especialmente primeira preocupação e as boas ma-
a ingenuidade e a credulidade, a neiras como segunda preocupação.”
33
Publicidade e consumo
Glossário
• Fonograma: peça publicitária sonora, para veiculação em rá-
dio, televisão ou cinema.
34
Glossário
35
Publicidade e consumo
36
Bibliografia
fiscaliza os produtos do mercado. maior número de horas do seu dia: assistir à televisão.
CPM — Market Research e Grupo Tver, “A FIGUEIREDO, Vera Lúcia Follain (org.). Mídia & educação,
mulher na TV”, Rio de Janeiro, Gryphus, 1999.
http://tver.zip.net/mulhernatv.htm Este livro reúne ensaios de vários especialistas que
Este estudo é o resultado de uma fazem uma reflexão sobre o poder que a mídia exerce
pesquisa feita em 1999 a respeito de atualmente no comportamento humano e propõem à
como a mulher se vê retratada pela escola que ensine a ler as mensagens e linguagens
programação da televisão atual. dos meios de comunicação.
DOMINGO, Jesús, “Trabajar la publicidad GADE, Christiane. Psicologia do consumidor, São Paulo,
en la escuela, alternativas ante un reto E.P.U.,1980.
actual” in C&E Cultura y Educacion, Neste livro, a autora aborda, por um lado, o consumis-
Madri, 11-12 diciembre, 1998. mo desenfreado, e, por outro, as formas pelas quais os
Este artigo discute o papel da escola consumidores procuram frear seu consumo.
numa sociedade tecnológica dominada GIACOMINI, Gino Filho. Consumidor versus propaganda,
pelos meios de comunicação. São Paulo, Ed. Summus, 1997.
DURNING, A T. How much is enough? The O livro discute o consumerismo como uma força atuan-
consumer society and the future on the te junto à qualidade de vida, comportamento social,
earth, London, Earthscan Publications, públicos e atuação estatal.
1992. GONZALEZ, Juan A. “Publicidad y consumo simbólico” in
O autor explora as raízes da sociedade Infancia y aprendizaje, Madri, 1986.
de consumo e alerta para a necessi- Este artigo descreve a complexidade que toda a con-
dade de romper o circuito consumista duta de consumo implica nos dias de hoje.
no sentido de garantir a sobrevivência GUIMARÃES, João Lopes Jr. “Publicidade externa e tutela
da Terra e de seus recursos naturais. legal do paisagismo urbano”, Revista do Direito Am-
FEDERICO, Maria Elvira Bonavita. História biental, vol. 19, pp.107-128.
da comunicação. Rádio e TV no Brasil, Este artigo alerta a respeito da poluição visual nas
Petrópolis, Ed. Vozes, 1982. grandes cidades e propõe uma redução drástica da
Este livro traça um histórico da radio- mídia externa, devolvendo ao cidadão o direito à
difusão no Brasil, propondo uma atua- fruição da paisagem urbana.
ção mais adequada à nossa realidade HERNÁNDEZ, Caridad, “Los valores sociales, un instru-
cultural. mento para el conocimiento social del niño. Su reflejo
FERRÉS, Joan. Televisão subliminar. Socia- en la comunicación publicitaria” in Infancia y apren-
lizando através de comunicações des- dizaje, 1986.
percebidas. Tradução de Ernani Rosa Este artigo traz um conjunto de reflexões a respeito de
e Beatriz Neves, Porto Alegre, Artmed, como a criança constrói seu conhecimento sobre a
1998. rea-lidade social que a cerca, enfocando a publicidade
Este excelente livro tem como objetivo como um dos meios mais efetivos para a difusão de
abordar os mecanismos subliminares certos valores sociais.
existentes nas informações, na publici- Idec. Direitos do consumidor de A a Z, 2a edição revisada e
dade e no entretenimento, pelos quais atualizada, São Paulo, Idec, 1997.
a televisão exerce efeitos social- Este guia traz informações e orientações sobre os
izadores. casos concretos que ocorrem nas relações consumi-
___________. Televisão e educação. Tradu- dor/ fornecedor, explicando os artigos do Código de
ção de Beatriz Neves, Porto Alegre, Defesa do Consumidor.
Artes Médicas, 1996. MALANGA, Eugênio. Publicidade: uma introdução, São
Leitura obrigatória para os educadores, Paulo, Ed. Atlas, 3a ed., 1979.
este livro analisa com brilhantismo a Esta obra analisa o papel da publicidade na sociedade
atividade à qual os alunos dedicam o contemporânea, focalizando a sua evolução histórica e
37
Publicidade e consumo
Publicidade
e
consumo
Publicidade e consumo
O que a publicidade
está querendo dizer?
Atividade 1
Escolher algum acontecimento
que seja conhecido por todos do gru-
Objetivos
po: festa da escola, campeonato,
notícia da cidade. O fato em si pode
• Oferecer instrumentos para que os ser bastante simples. Cada grupo
alunos tenham uma visão reflexiva e deverá:
crítica em relação à publicidade. • Dar a notícia selecionada utilizando
• Descobrir na publicidade um reflexo recursos da imprensa escrita (texto,
foto).
do nosso mundo e uma influência • Dar a notícia utilizando recursos do
sobre as nossas idéias. rádio (locução, som, jingles).
• Entender a publicidade como um • Dar a notícia utilizando recursos da
TV (fala, imagem, trilha sonora).
espaço rico em criatividade.
Um grupo será o receptor dessas
• Reconhecer os recursos utilizados
informações e caberá a ele dar um
para informar e seduzir o consumidor. retorno sobre o desempenho de
• Analisar o papel da publicidade nas cada um, podendo, no final, propor
nossas atitudes, valores, idéias, gos- uma conversa geral.
tos e sentimentos.
• Aprender a buscar informação,
encontrar explicações, interpretar nos-
sas opiniões, ouvir e discutir idéias. Atividade 2
Comentar, por escrito, o que o
poema abaixo faz pensar:
TVejo.
TVês.
TV.
TVemos.
TVeis.
TVêem.
Teveria havido
algum dia,
vida ao vivo?
42
O que a publicidade está querendo dizer?
Atividade 3
Cada grupo deverá analisar a publicidade
veiculada pelo meio de comunicação escolhido.
A- Publicidade/Televisão
Selecionar três anúncios publicitários transmi-
tidos pela TV para serem analisados quanto ao
público-alvo e ao uso da imagem, do som e da lin-
guagem utilizados para sensibilizar o consumidor.
Usando o que aprenderam sobre a publicidade
na TV, eleger uma delas e representá-la para a
classe por meio de dramatização, evidenciando
os elementos utilizados: o jingle, o produto, o en-
redo e a atuação, chamando atenção para o
apelo feito ao consumidor. Analisar o uso de per-
sonalidades, personagens e artistas.
Conforme for a receptividade do grupo e o pro-
duto escolhido, pode-se fazer uma brinca-deira,
parodiando o que a publicidade mostra versus a
experiência real. Exemplo: fazer uma publicidade
de cigarro com pessoas tossindo, com cara de
doentes; ou de cerveja, com gente representan-
do os efeitos do álcool.
B- Publicidade/Rádio
Selecionar três anúncios de rádio para serem
analisados quanto ao público-alvo, ao uso do
som (jingle e sonoplastia), ao enredo e à lin-
guagem utilizados para sensibilizar o consumi-
dor.
Escolher um deles e apresentar para a classe,
como se estivessem no rádio. Ressaltar os ele-
mentos da linguagem utilizada.
C- Publicidade/Impressa
Escolher vários anúncios impressos em jor-
nais, revistas, outdoors, folders e embalagens.
Analisar o que eles têm em comum em termos de
linguagem e no apelo das imagens.
Elaborar cartazes, ressaltando as suas carac-
terísticas: textos curtos, slogans, diagramação e
ilustração.
43
Publicidade e consumo
Atividade 4
O professor seleciona (ou solicita que os alu-
nos tragam de casa) figuras de anúncios impres-
sos, retirando as referências escritas do produto
anunciado. Em seguida, poderá distribuir esses
recortes para os alunos e pedir que eles, diante
da imagem, digam qual é o produto que está
sendo vendido.
Para que a atividade fique mais dinâmica, o
professor pode colocar os alunos em círculo e
fazer com que os recortes girem pelo grupo, dan-
do oportunidade para que todos possam opinar
sobre as diferentes figuras. Depois, promover
uma discussão sobre o que suscitou cada imagem.
Atividade 5
O professor deverá propor aos alunos, dividi-
dos em pequenos grupos, a criação de anúncios
para “vender o invendável”. Exemplo: vender uma
estrada, o prédio da prefeitura, um amigo, o rio
Amazonas, a professora, um sentimento, etc.
Cabe ao professor definir o meio de comunicação
que veiculará a publicidade a ser criada e definir
cri-térios para o trabalho.
Atividade 6
Cada grupo deverá inventar um produto que
não existe no mercado e depois criar a embala-
gem, determinar o público-alvo, a publicidade nos
diferentes meios de comunicação, jingles, slo-
gans, além dos textos para cada um deles. (Este
trabalho deve ser pensado por etapas, dando a
oportunidade aos alunos de dedicarem-se a cada
aspecto pedido.)
Apresentar o trabalho final para a classe.
44
O que a publicidade está querendo dizer?
Atividade 7
Analisar os anúncios de dois produtos concor-
rentes no mercado (por exemplo: dois tipos de
detergente, refrigerante, etc.), observando os ele-
mentos que aparecem em comum e suas princi-
pais diferenças.
Atividade 8
Pedir para que cada aluno faça um levanta-
mento dos merchandisings que aparecem numa
partida de futebol. Em pequenos grupos, discutir
o resultado da pesquisa e solicitar uma análise
por escrito da relação que existe atualmente entre
esporte e merchandising.
Atividade 9
Discutir o papel social da propaganda e a im-
portância de algumas campanhas, tais como:
aleitamento materno, aids, fumo, álcool, econo-
mizar água, etc.
Os alunos, juntamente com o professor,
elegem um tema que consideram importante para
o desenvolvimento de uma campanha dentro da
escola. Pode tanto ser de interesse interno da
escola como da comunidade local.
45
Publicidade e consumo
Atividade 10
Comentar por escrito o poema “Eu, etiqueta”,
de Carlos Drummond de Andrade. Fazer um
poema inspirado no tema.
46
O que a publicidade está querendo dizer?
Avaliação
As atividades 6, 7 ou 8 podem
servir como avaliação.
Divulgação
47
Publicidade e consumo
Publicidade e consumo
Língua Portuguesa
• Leitura, redação e interpretação de textos, especialmente as mensagens publicitárias.
• Interpretação dos aspectos lingüísticos dos anúncios.
• Análise da veracidade da linguagem publicitária e do seu público-alvo.
• Percepção das diferentes linguagens utilizadas pelos meios de comunicação (jornal, rádio e televisão).
• Análise do papel da publicidade e do papel da propaganda.
Matemática
• Cálculo da quantidade de anúncios vistos por um aluno em um dia na TV, rádio, jornal e mídia externa.
• Cálculo do custo do aumento de venda do produto em função da publicidade.
Ciências Naturais
• Vínculo da publicidade com as práticas prejudiciais à saúde individual e coletiva.
• Contrastar o que a publicidade diz sobre o meio ambiente.
• Análise do que é veiculado na publicidade sobre alimentação.
História
• A história da publicidade no Brasil.
• A história dos meios de comunicação.
• Contrastar o que a publicidade veicula com a cultura do país.
• Reflexão sobre a relação que existe entre publicidade e cultura
Geografia
• Contrastar as paisagens que aparecem na publicidade com as paisagens do nosso país.
• Análise do que a publicidade veicula sobre viagens.
• Análise do impacto da publicidade no meio, relacionando regionalismo e publicidade.
Artes
• Criação de anúncios e mensagens publicitárias.
• Criação e interpretação de imagens.
• Criação de jingles e slogans.
• Dramatizações empregando os recursos de cada um dos meios de comunicação.
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A coleção Educação para o
Normalização e Qualidade
• Publicidade e Consumo;
D ireitos do
consumidor
• Direitos do Consumidor e
Ética
no consumo
Ética no Consumo;
• Saúde e Segurança do
Consumidor.
Saúdee
O objetivo é contribuir para a segurança
do
consumidor
formação de cidadãos conscientes
participativos, autônomos e