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PROJETO PEDAGÓGICO
Matemática

A MATEMÁTICA QUE FAZ A MÚSICA POSSÍVEL:


Aplicação das relações existentes entre o solfejo − as
notas, os compassos− e o estudo de frações.

MÁRCIA MARIA VIANA SURIANO

PETRÓPOLIS/RJ
2014
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1. INTRODUÇÃO

Diante da predominância de aulas expositivas de Matemática, até os dias


de hoje, onde o professor apenas transmite conteúdos aos alunos que os
recebem passivamente, a presente proposta procura alterar a, ainda atual,
concepção do que vem a ser a Matemática escolar e de como se dá a
aprendizagem da Matemática conforme cita D’Ambrosio (1989)1:
A aprendizagem nessa perspectiva depende de ações que caracterizam o
‘fazer matemática’: experimentar, interpretar, visualizar, induzir,
conjecturar, abstrair, generalizar e enfim demonstrar. É o aluno agindo
diferentemente do seu papel passivo frente a uma apresentação formal do
conhecimento... (GRAVINA e SANTAROSA, 1999, p.73)

Este projeto pretende trabalhar essa questão que desafia os docentes na


escolha de uma estratégia que consiga introduzir recursos diferenciados que
melhorem a eficiência do processo de ensino e da aprendizagem dos alunos.

1.1 Justificativa

Nem sempre os docentes em seu trabalho na sala de aula conseguem


fazer ligação entre o conhecimento científico e o uso das ferramentas da
atualidade. Jogos, brincadeiras e problemas investigativos podem ajudar na
compreensão e na assimilação dos conteúdos pelos alunos favorecendo a
construção do conhecimento. Conforme Pitágoras: “ Tudo está organizado
segundo os números e as formas geométricas”. As atividades propostas nesse
projeto pretendem estabelecer conexões entre a Matemática e a Música através
da exploração da pauta musical com enfoque no estudo das frações. Sendo
assim, esse projeto busca potencializar a criatividade e o envolvimento dos
alunos utilizando recursos que contribuam para o processo construtivo de
conhecimento, criando um espaço de trabalho muito produtivo em que a
aprendizagem se torna mais dinâmica, tornando a educação mais rica e
diversificada.
Ao planejar o desenvolvimento dos conteúdos faz-se necessário levar em
consideração as discussões que norteiam o tema “matemática” e a prática
pedagógica a ser adotada frente às dificuldades dos alunos. Assim, segundo
PONTE (2000):
...a formação não se reduz à vertente técnica nem segue o modelo das
pedagogias que fazem do formando um simples receptor de um currículo
pré-estabelecido. Não se trata, apenas, de uma diferença de estilo,
remetendo para uma «participação ativa dos formandos». Pelo contrário,
trata-se de uma perspectiva de encarar a formação que alia as
possibilidades multifacetadas das TIC com as exigências de uma
pedagogia centrada na atividade exploratória, na interação, na
investigação e na realização de projetos. Ou seja, uma pedagogia
centrada no desenvolvimento da pessoa em formação que não perde de
vista a autenticidade dos objetivos formativos visados.

Neste processo, muitas vezes o mais importante não será a técnica


empregada, mas sim a discussão gerada em torno do tema proposto. O foco
estará sempre no desenvolvimento do raciocínio lógico, de raciocínios abstratos e
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de uma aprendizagem realmente significativa que faça diferença no


desenvolvimento da sociedade.
É necessário, portanto, reverter a situação atual da educação,
potencializando a criatividade e utilizando recursos que contribuam para o
processo construtivo de conhecimento estabelecendo conexões entre a
Matemática e outras áreas do conhecimento. Mas especificamente, no projeto em
questão, explorando música.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivos Gerais


Este projeto tem por objetivo geral “utilizar um recurso diferenciado e
inovador para diversificar as situações de aprendizagem e motivar os alunos no
ensino da Matemática”.
1.2.2 Objetivos Específicos:
 Despertar o interesse dos alunos pela Matemática e demonstrar que esta
ciência está presente em diversos fenômenos do nosso cotidiano, ou seja,
tirar a matemática da abstração que muitas vezes envolve os processo
realizados em sala de aula e torná-la mais atrativa e significativa para o
aluno;
 Difundir a matemática de uma forma criativa, inovadora e interessante, ou
seja, utilizar a música como instrumento capaz de estimular as aulas e
facilitar a prática diária do professor, promovendo a motivação,
estimulando a criatividade e a participação coletiva dos alunos;
 Resolver, com desenvoltura, os problemas que envolvem os conceitos
abordados no projeto, trabalhando a representação de frações através de
atividades de contagem informal dos tempos em músicas diversas.
 Exercitar a operação de adição de frações através do formato do
pentagrama onde as notas são separadas por grupos chamados compasso
e da fórmula desse compasso em uma música.

1.3 Metodologia
O projeto em questão se referencia na concepção pós-construtivista uma vez
que pretende estabelecer uma relação entre todos os envolvidos para que a
aprendizagem seja, também, resultado das relações sociais. Procura o
interacionismo, com a finalidade de que o pensamento seja construído aos
poucos e a partir de contexto histórico e social dos envolvidos. As atividades
serão realizadas em grupo visando a cooperação e estimulando a colaboração de
todos com o intuito de se alcançar a construção do conhecimento coletivo e,
assim o desenvolvimento de todos.
Em algumas situações espera-se explorar a interdisciplinaridade, uma vez
que algumas as atividades procuram, também, estabelecer uma relação com
disciplinas como História e Artes.
Por meio das atividades propostas neste projeto será possível investigar a
eficácia dos métodos utilizados. Para tanto se avaliará o rendimento dos alunos
ao longo dos períodos e a variação do seu grau de interesse na matéria.
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Isso se dará por meio de observações em sala, por parte do professor, e


pelos resultados obtidos junto aos alunos antes e durante os períodos de
aplicação das atividades.
1.4 Público Alvo
Este projeto contemplará a modalidade Regular de Ensino. O público alvo
ficará restrito então aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental da Rede de
Ensino Regular.
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2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

2.1 Pressupostos Aritméticos

Identifica-se aqui os conceitos relacionados aos estudo das frações em seu


todo no nível da série em questão, bem como conceitos, teorias e práticas
didáticas que utilizam tanto material concreto quanto recursos de informática,
particularmente jogos e vídeos indicado para transformar o processo de ensino e
de aprendizagem da Matemática numa rotina eficiente e prazerosa.

2.2 Pressupostos da Teoria Musical

2.2.1 Música é a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com


ordem, equilíbrio e proporção dentro de um tempo. A música é constituída de
várias partes, algumas matemáticas e estudáveis, outras que vem do coração e
da alma trazendo a tona o sentimento que nos faz ser apaixonados por esta arte
milenar.
2.2.2 Solfejo é arte de cantar intervalos musicais de forma correta- isto é, você
segue todos os compassos lendo as notas musicais, respeitando seu ritmo de
acordo com as claves que consta na partitura.
2.2.3 O pentagrama ou pauta musical é a disposição de cinco linhas paralelas
horizontais e quatro espaços intermediários, onde se escrevem as notas
musicais. Contam-se as linhas e os espaços da pauta de baixo para cima.
2.2.4 Compasso é a divisão de um trecho musical em séries regulares de
tempos. É o agente métrico do ritmo.
Os compassos são separados por uma linha vertical, chamada barra de
compasso ou travessão. Compasso é o espaço entre duas barras.

2.2.5 Cada nota escrita na pauta informa a altura, (posição da nota na linha ou
no espaço da pauta(Vertical) e também a duração (formato e configuração da
nota). Os símbolos das notas musicais indicam o tempo que elas devem ser
executadas, em função de uma unidade qualquer de tempo (isso dependerá do
ritmo). Na ordem a seguir - semibreve, mínima, semínima, colcheia,
semicolcheia, fusa e semifusa:

Isso quer dizer que quanto mais enfeitada estiver a nota... mas rápida ela é!
2.2.6 As figuras de pausa, ou os valores negativos, como já diz o próprio nome,
representa o silêncio, na escrita musical.
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A posição nas linhas indicará a nota (Dó, Ré, Mí, Fá, Sol, Lá e Sí)
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3. ETAPAS E ESTRATÉGIAS DE REALIZAÇÃO

3.1 Meios Para Execução

O aluno se encarregara de manter o material em dia e realizar a pesquisa


na internet por conta própria, podendo o professor intervir conforme a
necessidade. Os alunos se encarregarão de obter os materiais necessários para
a montagem do painel coletivo de exposição contando com o apoio da escola no
que necessitarem. Todavia a escola poderá disponibilizar o material necessário
para a confecção dos trabalhos e para a apresentação – instrumentos musicais
e equipamentos de áudio e vídeo. Será agendada, junto a direção da escola,
uma data apropriada para a montagem e apresentação do projeto.
3.2 Etapas
Etapa 1 – Aulas expositivas sobre o tema em questão, porém com ênfase na
utilização de recursos diversos, materiais manipuláveis e realização de
experimentos que enriqueçam o processo;
Etapa 2 – Discussão sobre a relação entre matemática e música. Realização da
atividade 1 do anexo 1 estabelecendo uma relação com a representação de
frações utilizando a contagem das palmas (tempos) em músicas variadas a
escolha do aluno;
Apresentação da proposta de pesquisa sobre matemática e música estabelecendo
critérios para a mesma:
 Resumo da pesquisa digitado organizado em folha A4 com figuras;
 Escolha de uma música para estudo e apresentação;
 Apresentação da música escolhida em partitura impressa;
Etapa 3 – Apresentação da teoria musical básica conforme pressupostos teóricos
e aplicação de atividade 2 do anexo 1 retomando conteúdos da etapa 1;
Etapa 4 – Verificação e recolhimento dos materiais estabelecidos na etapa 2,
discussão das partituras - formula do compasso das músicas escolhidas e
montagem do painel coletivo.
Etapa 5 – Apresentação do trabalho;
Etapa 6 – Atividades complementares;
3.3 Avaliação
A avaliação será continuada, através da observação do avanço dos alunos, suas
interações com o grupo e de sua participação em todas as atividades propostas
a cada semana. Contará também com recursos complementares de avaliação. O
projeto deverá compor de 40% a 50% da nota do bimestre.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

______ . Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares


Nacionais - Introdução – 5ª a 8ª séries/ Secretaria de Educação
Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998.
D’AMBROSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? - Temas e Debates.
SBEM. Ano II. N2. Brasilia. 1989. P. 15-19. Disponível em:
<http://200.189.113.123/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/M
ATEMATICA/Artigo_Beatriz.pdf>. Acesso em 05 dez. 2011.
FIORENTINI, Dario; LORENZATO, Sergio. Investigação em educação
matemática: percursos teóricos e metodológicos. 3. ed. rev. Campinas:
Autores Associados, 2009. 228 p.
NOVELLO, Tanise Paula et al. Material concreto: uma estratégia pedagógica
para trabalhar conceitos matemáticos. In: IX CONGRESSO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO EDUCERE, Curitiba, 2009. Anais eletrônicos. Curitiba: IX Congresso
Nacional de Educação Educere, 2009. Disponível em:
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3186_1477.pdf>
Acesso em: 05 nov. 2011.
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ANEXO 1
EXERCÍCIOS
1. Contar os tempos das notas (musicas variadas à escolha dos
alunos)batendo palmas.

2. Observe o trecho da partitura a seguir:

A fração na frente (2/4) indica que cada grupo de notas deve somar 2/4,
ou seja 1/2.
Coloque as barras separadoras de grupos (compasso) de forma correta
utilizando adição de frações. (Faça os cálculos no caderno)

3. Repita o exercício anterior com os seguintes trechos de partituras:

Música: Fui no tororó

Música: Terezinha de Jesus

Música:O cravo brigou com a rosa

Música: Atirei o pau no gato

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