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Síntese
Preconceitos
Os preconceitos são atitudes que envolvem um pré-juízo, um pré-julgamento, na maior parte das
vezes negativo, relativamente a pessoas ou grupo sociais.
O preconceito é uma disposição adquirida cujo objetivo é a diferenciação social. Nos
preconceitos predomina a função socioafetiva, dado que manifestam um desejo de coesão e de
proteção de um grupo social, assumindo, frequentemente, posições radicais
contra estes. O preconceito tem três componentes: Nota: o preconceito distingue-se do
estereótipo porque não se limita a
1. A componente cognitiva: corresponde a um estereótipo geralmente atribuir características a um
negativo que se formula face a um grupo social. determinado grupo ou pessoa,
2. A componente afetiva: refere-se aos sentimentos que se envolve uma avaliação.
experimentam relativamente ao objeto do preconceito.
3. A componente comportamental: refere-se à orientação do comportamento face à pessoa
ou ao grupo, pode refletir-se num comportamento mais ativo concretizando atos de
discriminação.
Discriminação
A discriminação é o comportamento dirigido aos indivíduos visados pelo preconceito. O tipo de
discriminação está ligado ao preconceito que lhe está subjacente: racial, sexista, religioso,
étnico, etc.
A discriminação pode manifestar-se em diferentes níveis, podendo ir desde uma atitude de
evitamento até comportamentos hostis e a agressões aos indivíduos e grupos visados.
Pode ocorrer também em discriminação positiva, por exemplo, quando se criam medidas que
visam apoiar aqueles que sofrem de exclusão económica.
Discriminação e autoestima
Um dos aspetos mais inquietantes na discriminação é o efeito que tem sobre a autoestima dos
discriminados. Kurt Lewin, um investigador, considerava que as pessoas objeto de
discriminação interiorizavam o estatuto de vítimas, autodesvalorizando-se, e estudos mais
recentes têm vindo a confirmar esta relação ( grupos frequentemente discriminados, como as
mulheres e os homossexuais, acabam por partilhar juízos negativos sobre si próprios).
Conflito e cooperação
O conflito é uma tensão que envolve pessoas ou grupos quando existem tendências ou interesses
incompatíveis, este ocorre em relações próximas e/ou interdependentes em que existe um estado
de insatisfação entre as partes.
A situação de conflito pode assumir o caráter de conflito interpessoal (conflito interno), conflito
interpessoal (entre pessoas) e conflito intergrupal (entre grupos).
Conflito e relação
Se não há relação, não há conflito, seja entre pessoas, seja entre grupos. Uma característica que
acompanha o conflito é o estado de insatisfação, que pode ter várias origens.
Nas últimas décadas, a psicologia tem encarado os conflitos intrapessoais numa perspetiva
positiva, afirmando que, a vivência de conflitos e as crises que daí decorrem correspondem,
geralmente, a processos de desenvolvimento psicológico. Ultrapassando o conflito, somos
capazes de responder de forma mais adaptada á situação que vivemos.
Constata-se também que os conflitos intergrupais têm sido encarados de forma diferente.
Considera-se que os conflitos têm aspetos negativos porque correspondem a períodos de tensão
e de insatisfação das pessoas e dos grupos, e têm aspetos positivos porque o confronto é gerador
de mudança, que é o fundamento da evolução do desenvolvimento social. O conflito social é
encarado como um elemento vital da mudança e das dinâmicas sociais.
Perdendo a conotação totalmente negativa, os conflitos passaram a ser encarados como “estados
de relacionamento” inerentes à vida social, sendo uma das manifestações das interações socias.
Um dos aspetos estudado dentro dos conflitos interpessoais é a força da identidade do grupo,
visto que, o conflito reforça a conceção de “nós”- endogrupo- por oposição a “eles”- exogrupo.
Este sentimento corresponde à necessidade das pessoas verem o seu grupo como “melhor” que
qualquer outro grupo. A situação de conflito reforça esta necessidade, podendo aumentar a
coesão do endogrupo, ao mesmo tempo que pode aumentar a rejeição ao exogrupo. Estes
sentimentos estão relacionados com o desenvolvimento dos preconceitos e da discriminação.
Os conflitos podem ser úteis nas diferentes instâncias, porque impedem a estagnação, a
consequência poderá ser uma forma mais adequada, mais ajustada e dinâmica de integrar a
sociedade.
Conflito e cooperação
Experiências vieram a mostrar que, entre grupos hostis, o contacto que envolva a cooperação, a
entreajuda e a interdepêndencia, tem muito mais possibilidade de sucesso na superação de
conflitos e preconceitos. Efetivamente, é necessária a cooperação, isto é, a ação conjunta que
implique colaboração dos envolvidos para se atingir um objetivo comum.
Conflito e mediação
A mediação é uma forma de resolver um conflito, recorrendo a uma outra parte - o mediador –
que não está envolvida no conflito. Recorre-se a um mediador quando os adversários já não
conseguem comunicar serenamente, mas pretendem resolver o conflito.
A mediação pode: