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Disciplina: História da Educação

Aula 2: Educação na Antiguidade – gregos e romanos

Introdução
Vamos continuar nossa viagem pelo tempo?

Nesta aula, daremos uma parada em Roma e na Grécia Antiga, trazendo de lá as ricas contribuições à
constituição da educação a partir dos seguintes filósofos clássicos: Sócrates (469 a.C.-399 a.C.), Platão (428
a.C.-347 a.C.) e Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.).

Afinal, há muito para refletir sobre seus pensamentos, o que nos permitirá ir ao encontro das raízes e dos
fundamentos da educação e da sociedade.

Na educação grega, explicaremos a Paideia. Na romana, apresentaremos o ensino da gramática, o respeito aos
ancestrais, a defesa da disciplina, a retórica e a oratória como pilares da formação cidadã.

Bons estudos!

Objetivos
Enumerar as contribuições da educação grega e romana para a história da humanidade;
Explicar o modelo de formação humanística adotado pela civilização clássica (greco-romana) e seus
desdobramentos para a educação atual.
Sócrates
Sócrates (469 a.C.-399 a.C.) entendia a Filosofia como a procura da verdade, trilhando o caminho da
sabedoria.

Com a famosa frase “Conhece a ti mesmo”, o filósofo ateniense impulsionou a busca das verdades
universais – o caminho para a prática do bem e da virtude. Em resumo, ele almejava que as pessoas se
livrassem das falsas certezas para alcançar a verdade própria do ser humano.

 Sócrates (Fonte: drawhunter / Shutterstock)

Assim, no século IV a.C., Sócrates criou Maiêutica 1: método de ensino


investigativo que se baseava nas interrogações para dar à luz o conhecimento.

Esse método tinha duas etapas que destruíam as falsas verdades para criar a universal. São elas:

1ª etapa

De início, implantava-se a dúvida, de modo que o saber adquirido fosse interrogado para revelar as
fraquezas e contradições na forma de pensar.

2ª etapa

Depois, estimulava-se a busca de novos conceitos, de novas opiniões, o pensamento por si mesmo, a
fim de desvelar a verdade, livrando-se do falso conhecimento.

Platão
Platão (428 a.C.-347 a.C.) valorizava a Academia como local da Filosofia. Na linha do mestre está a
busca da verdade como condição do conhecimento filosófico.

Seu método separa os dois mundos: sensível e inteligível. Os fenômenos estão em constantes
mudanças, mas algo nunca se modifica. A realidade está além das coisas sensíveis ou aparentes, que
precisam ser descobertas pelo intelecto.

 Platão (Fonte: drawhunter / Shutterstock)


Saiba mais

É preciso conhecer as formas, a verdade e a razão de tudo o que existe no mundo sensível. Tudo o
que nasce e desaparece não pode ser considerado o ser de maneira plena.

Neste mundo, tudo é instável, pois se transforma com o tempo. A verdade é o lugar para onde
devemos retornar, pois viemos dela, das formas inteligíveis e das essências.

A instrução deve culminar na formação do cidadão e da cidade dos justos. Por isso, é necessário
haver equilíbrio entre as três almas presentes no homem: animal, passional e intelectual. O
intelecto (razão) tem de dominar as paixões e os instintos.

A educação precisa levar à reminiscência 2, que conduz o homem e a cidade à verdade. Nesse
sentido, são canais de harmonização humana:

O aprendizado da música e da matemática;


O equilíbrio do corpo por meio da ginástica;
O exercício da dialética 3 para a contemplação da verdade.

Para ratificar suas concepções intelectuais, Platão criou a Alegoria da caverna.

Nela, prisioneiros acorrentados de frente para a parede somente podiam ver as sombras. Quando um
deles se libertou, encontrou uma realidade diferente.

Impressionado, o preso voltou para contar aos demais sobre o mundo real que existia fora da caverna e
para livrá-los da escuridão. Mas eles se recusaram a acreditar no homem e o mataram.

Para entender melhor esse mito, assista ao vídeo a seguir:



ALEGORIA da caverna de Platão. Produção: Alex Gendler. Publicação: 5 set. 2017. | Fonte: Youtube
<https://www.youtube.com/watch?v=ZBAyHVlzRV0>
https://www.youtube.com/embed/CeTfrLlvsUc

Moral da história:

A educação liberta, ilumina os que estão no mundo das sombras e leva à


verdade.

Aristóteles
Para Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), somente na pólis 4, o homem se realizava plenamente em busca
do bem supremo.

No entanto, esse viver bem não era definitivamente alcançado, pois não estava preso a um tempo
específico, mas se refazia – inclusive como sensação –, na medida em que o homem decidia por novas
determinações em seu ato constitutivo e reconstitutivo.

 Aristóteles (Fonte: drawhunter / Shutterstock)

Cada vez que o sujeito constituía sua determinação, o que somente podia acontecer a partir da vida na
pólis, exercia a phrónesis: uma verdade prática que o contextualizava, humanizava e o colocava à
frente da interrogação sobre sua existência, tornando-o criador e recriador de sua vida.

A preocupação para que as coisas fossem de outra maneira impelia ao não cumprimento apenas das
determinações traçadas para ele.

Somente pelo entendimento do conceito de pólis, era possível compreender seu projeto de educação
como canal capaz de desenvolver as condições necessárias para a segurança do regime e para a saúde
do Estado, que devia ocupar toda a vida do cidadão – desde sua concepção.

Contudo, só o que o Estado legislava tinha de contribuir para a educação, e a ele cabia:

01
Guiar os cidadãos à prática das virtudes.

02

Ocupar-se da educação dos jovens.

03

Estabelecer leis que promovessem a educação conforme a moral, voltada à vida política, o que
estabelecia seu equilíbrio.

04

Tornar a educação um assunto público.

05

Promover o fim do indivíduo em concordância com seu fim.

A educação era, portanto, uma condição da pólis e não podia ser


negligenciada.

Para Aristóteles, a política era a ciência mais importante, e apenas por meio da
educação, o homem desenvolvia a prática do bem-estar comum.

Mas, para que a educação alcançasse seus objetivos, era necessário um conjunto de atividades
pedagógicas e coordenadas, que visassem a uma cidade perfeita e a um cidadão feliz.

O filósofo grego também deixou de herança o método peripatético 5, que discutia as questões
filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à física e à lógica.

Democracia ateniense
Antes de começarmos a refletir sobre a educação grega, é importante conhecermos a democracia
ateniense.

A cidade de Atenas é considerada exemplo de democracia para as sociedades modernas. Somente os


cidadãos – homens livres atenienses – podiam votar e ser votados.

O regime democrático de lá trouxe importantes modelos e práticas para as sociedades posteriores, tais
como:
1

Preenchimento dos cargos políticos por meio de eleições ou de sorteio.

Duração limitada desses cargos.

Participação dos cidadãos na vida política.

Além disso, a política ateniense instituiu o ostracismo 6.

Todas as assembleias, todos os debates e todas as votações aconteciam na


praça central da cidade, chamada de Ágora: um ambiente livre, ladeado por
prédios públicos e por mercados, onde também ocorriam as trocas, o comércio
e as feiras. Era o espaço da cidadania.

Educação grega
O princípio da educação grega era a formação integral. A própria família tinha essa responsabilidade,
conforme a tradição religiosa.

Muitas atividades reuniam os gregos em comemoração. Esses eram os momentos que faziam a
educação acontecer naturalmente.

O ensino das letras e dos cálculos demorou um pouco mais para se difundir, pois, na formação escolar, a
preocupação recaía, prioritariamente, sobre a prática esportiva.

Os gregos tratavam a educação como um processo de preparação para a vida


social. O homem era visto como um ser racional: o centro do universo.

A busca do conhecimento e o estudo da natureza, do ser humano e das artes, da observação e da


investigação do mundo levaram ao desenvolvimento da Filosofia, entendida como a formação do
homem, de seu espírito e de sua alma.

Assim como a intelectual, a educação pelas artes era fundamental para gerar esse homem. Esse
processo era resumido pela palavra paideia 7, que não é possível traduzir em virtude de seus inúmeros
significados.

[...] não se [pode] evitar o emprego de expressões modernas como
civilização, tradição, literatura ou educação. Nenhuma delas [coincide],
porém, com o que os gregos entendiam por paideia. Cada um daqueles
termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito global. Para
abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos
de uma só vez. [...] [Trata-se de] todas as formas e criações espirituais e
[do] tesouro completo da sua tradição, tal como nós o designamos por
bildung ou pela palavra latina cultura.

Jaeger, 1995.

 Cena de escola em Trier. Relevo romano tardio (séc. III A.D.). |


Fonte: Disponível em: http://roberiosacramento.blogspot.com
<http://roberiosacramento.blogspot.com/2009/09/educacao-
romana.html> . Acesso em: 20 jun. 2018.

A educação de cada pólis refletia a forma de organização e os ideais de cada sociedade.

As crianças atenienses que se tornariam cidadãos eram preparadas para o debate e a deliberação.
Tinham um dia de estudos e de instrução para a cidadania.

Elas se encaminhavam para a palestra – local onde estudavam – duas vezes ao dia: de manhã, quando
aprendiam música e ginástica, e à tarde, após o almoço em casa, para o ensino da leitura e da escrita,
que era acompanhado por um escravo, chamado de pedagogo 8.

Educação ateniense: educar o cidadão


Como já vimos, na pólis ateniense, a Ágora era o local por excelência de manifestação da opinião
pública, adequado à cidadania cotidiana, em que o povo se reunia em assembleia para debater e
deliberar sobre as questões de interesse da comunidade.
A educação de Atenas tinha como finalidade preparar os futuros cidadãos para a política, ou seja, para a
retórica 9, de modo que fossem capazes de se expressar oralmente, e que estivessem prontos para o
diálogo e o convencimento.

 Antiga Ágora. Disponível em: https://goo.gl/p8r3uY <https://goo.gl/p8r3uY> . Acesso em: 20 jun. 2018.
Foi nessa cidade que o ideal de uma educação integral, aliando mente e corpo, concretizou-se. O Estado
era entendido como uma maneira de garantir a liberdade do cidadão, o que era possível por meio da
prática educativa.

 Escola de Atenas. (Fonte: Viacheslav Lopatin / Shutterstock)



Saiba mais

Até os 7 anos de idade, a educação das crianças era responsabilidade das famílias e ocorria no
espaço doméstico. Entretanto, essa tarefa não era exclusiva dos pais. Cabia, preferencialmente,
aos escravos e às amas (pedagogos) o cuidado de ensinar, iniciado pela educação física e musical,
e pela alfabetização.

10
As meninas continuavam a ser educadas no ambiente familiar, especificamente no gineceu . Já a
educação masculina organizava-se em três níveis:

1. Elementar (até os 13 anos);


2. Secundário;
3. Superior.


Saiba mais

A partir da Educação Elementar, as crianças eram encaminhadas para aprender algum ofício, ou
continuavam estudando e frequentando os ginásios. Inicialmente, esses lugares eram destinados
apenas aos exercícios físicos, mas, com o tempo e as exigências da pólis, incluíram as práticas
musicais e literárias.

A partir dos 16 ou 18 anos, o jovem se dedicava ao Ensino Superior. Esse foi o momento em que
Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram suas reflexões e teorias.

O ensino profissional desenvolvia-se no cotidiano, durante a própria execução do trabalho.

Assim, a educação ateniense propiciou o surgimento e o desenvolvimento da Filosofia, que pode ser
dividida em três fases:
1

Período pré-socrático

Aqui, buscava-se explicar as questões da natureza e a origem do mundo.

Período socrático

Aqui, a reflexão residia sobre o homem. Este foi o momento em os filósofos clássicos estudados se
destacaram.

Período helenístico

Aqui, a Filosofia ficou marcada pela visão cristã e por soluções individuais em detrimento do coletivo.

Educação espartana: esculpir o guerreiro


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A estrutura da educação espartana – chamada de agogê – foi organizada por Licurgo (800 a.C.-730
a.C.). O ensino era obrigatório e estava voltado para a formação militar.

O poder político-militar deu o sentido da educação na cidade de Esparta, que, patrocinada pelo Estado,
tinha como principal objetivo preparar os futuros soldados.

A prática educacional consistia, portanto, em desenvolver as habilidades físicas para a formação do


guerreiro, tais como força, bravura e obediência – virtudes necessárias à guerra.

 Em Esparta,(Fonte:
o principal objetivo era preparar futuros soldados.
matrioshka / Shutterstock)

Semelhante ao que ocorria em Atenas, até os 7 anos, os meninos permaneciam


em casa sob os cuidados das mães, que os treinavam de forma rigorosa.

Após esse período, o Estado assumia a educação: os jovens eram afastados da família e encaminhados
12
para as casernas públicas , onde recebiam ensinamentos militares e treinavam:
Ginástica;
Saltos;
Natação;
Corrida;
Lançamentos de dardo e de disco.

Eles também aprendiam a suportar a fome, o frio, a dormir com desconforto e a vestir-se de forma
despojada. Além disso, estudavam as armas e manobras militares, com o propósito de se tornar hábeis,
perspicazes e com autodomínio.

 Jovens espartanos em exercício. Fonte? EDGAR Degas.


Disponível em: https://goo.gl/zQ55XU
<https://goo.gl/zQ55XU> . Acesso em: 20 jun. 2018.


Comentário

As mulheres também se preparavam fisicamente e eram criadas para viver de maneira saudável, a
fim de conceber filhos sadios. A educação sexual fazia parte da instrução feminina a partir da
puberdade e era de responsabilidade da mãe.

Em torno dos 20 anos, a moça recebia autorização do governo para casar e procriar, e era
estimulada a engravidar, pois, quanto mais filhos nasciam, mais soldados havia na cidade.

A disciplina era um valor, e o respeito dos guerreiros a seus superiores era primordial. Assim, a
educação moral espartana valorizava a obediência, a aceitação dos castigos e o respeito aos mais
velhos, bem como privilegiava a vida comunitária (ARANHA, 2000, p. 51).

Educação romana
Na fase latina da educação romana, havia resistência à influência helenística.

Os pequenos camponeses do Lácio 13 protegiam-se das inovações estrangeiras pelo respeito a uma
tradição ancestral, de acordo com a qual a finalidade da educação era prática e social.

Esperava-se que se proporcionasse à criança o saber necessário para o exercício de sua profissão de
soldado ou de proprietário rural.

Nesse período, a educação da criança era de responsabilidade da família, do
pater familias 14 [...]. Isso significa que, desde os primeiros tempos da

cidade, a autonomia da educação paterna era uma lei do Estado – o pai é


dono e artífice de seus filhos.

Manacorda, 2006, p. 74.


Leitura

No século II a.C., o pater familias concedeu à mãe os direitos sobre a educação de seus filhos
durante a primeira infância, incluindo as meninas, que também aprendiam os elementos iniciais do
alfabeto. A criança crescia em casa e com os colegas, entre os brinquedos e as aprendizagens
básicas.

A mulher adquiriu uma autoridade desconhecida na Antiguidade grega. Essa tradição permaneceu
por muito tempo, inclusive no século I d.C., conforme destaca Manacorda (2006, p. 75):

“Quintiliano 15 também atribui à mãe a tarefa de ensinar aos filhos os primeiros elementos do
falar e do escrever”.

Mas, por volta dos 7 anos de idade, essa função era de responsabilidade do pai, que deveria
proporcionar ao filho a educação moral e cívica, baseada na tradição, bem como na aprendizagem
de noções jurídicas e de conceitos estabelecidos na Lei das XII Tábuas 16, a fim de desenvolver
sua consciência histórica e o patriotismo.

Para isso, a educação romana compreendia, também, os exercícios físicos e militares.

Em torno de 16 anos, finalmente livre da infância, o jovem dava início à aprendizagem da vida
pública, militar ou política, acompanhado do pai ou, se necessário, de um parente e, até mesmo,
de um escravo instruído, com o objetivo de se inserir na sociedade.

Durante cerca de um ano e antes de cumprir o serviço militar, adquiria conhecimentos de Direito,
de prática pública e da eloquência 17.

Influência grega na educação romana


No início da República, o crescimento do comércio e a expansão de Roma propiciaram transformações
na organização da sociedade. Inclusive, aos poucos, foi-se consolidando outro modelo de educação mais
coerente com o novo momento vivido pelos romanos.


Provavelmente, a evolução histórica foi do escravo pedagogo e mestre da

própria família ao escravo mestre das crianças de várias famílias e, enfim,


ao escravo libertus, que ensina na sua própria escola.

Manacorda, 2006, p. 78.

Grande parte desses escravos vieram da Grécia conquistada pelos romanos.

Assim, em Roma, esses vassalos foram gregos que, falando ou não latim, ensinaram a própria língua e
transmitiram sua cultura aos romanos. Além disso, os etruscos que povoaram parte da Península foram
influenciados pelos gregos, de quem buscaram o alfabeto.

De modo gradual, a educação tornou-se um ofício praticado, inicialmente, por escravos no interior da
família e, em seguida, por libertos na escola.

Em resumo, observamos a influência grega e etrusca sobre a origem de uma forma de educação não
familiar, mas institucionalizada na escola.

Logo, a cultura grega converteu-se em patrimônio comum dos povos do Império Romano e, depois, foi
repassada durante muito tempo à Europa medieval e moderna, chegando, assim, a nossa época.

Nesse período, os mestres eram mais desprezados do que estimados e, muitas vezes, lembrados pelos
castigos corporais e pela pobreza. Apesar de sua severidade, é comum encontrarmos relatos de revoltas
por parte dos alunos, que até os agrediam fisicamente.
<https://goo.gl/Y56b6H>
Professor punido. Disponível em: https://goo.gl/Y56b6H
. Acesso em: 20 jun. 2018.


A memorização e a repetição marcaram fortemente essa escola inicial.

Certamente, o tédio de tal didática, o medo das varas e dos chicotes, e os


conteúdos muito distantes da vida diária e dos interesses reais dos jovens e

da sociedade não encorajaram a frequência aos estudos.

Manacorda, 2006, p. 93.

A crítica a esse modelo de educação se fez presente e partiu de dentro da própria sociedade, que, por
meio de seus importantes pensadores ou filósofos, não só condenou como também externou
proposições a respeito da escola.

[...] em Roma, encontramo-nos, pela primeira vez, perante uma crítica
fundamental da escola pelo que ela é, e não pelos acidentes de sua vida

diária – assistimos, enfim, ao nascimento de uma consciência crítica sobre a


escola e a educação.

Manacorda, 2006, p. 94.


Leitura

Leia mais sobre a Influência grega na Educação Romana


<galeria/aula2/anexo/influencia_grega_educacao_romana.pdf> .

Em seguida, foram criadas as cátedras de retórica nas grandes cidades. Além disso, houve
favorecimento e promoção da instituição de escolas municipais de gramática e de retórica nas
províncias.

Nesse contexto, pela primeira vez, os romanos desenvolveram um sistema de ensino: um organismo
centralizado que coordenava inúmeras instituições escolares espalhadas por todas as províncias do
império e constituídas em carácter oficial pela intervenção do Estado.

Esse processo ocorreu de forma lenta, mas, aos poucos, com o passar dos anos e até mesmo dos
séculos, verificamos avanços nesse sentido.
Atividade
1. O método investigativo, criado por Sócrates no século IV a.C., que se baseava nas interrogações
para dar à luz o conhecimento e que destruía as falsas verdades para gerar uma universal, era
conhecido como:

a) Arché
b) Dialética
c) Maiêutica
d) Pedagogia
e) Peripatético

2. Aristóteles deixou muitas heranças para a educação grega e romana. Uma delas foi um método
de ensino que discutia as questões filosóficas mais profundas, relacionadas à metafísica, à física e
à lógica, conhecido como:

a) Phisis
b) Aleteia
c) Dialética
d) Maiêutica
e) Peripatético

Notas
Maiêutica 1

Termo de origem grega usado por Sócrates para homenagear a profissão de sua mãe (parteira).
Etimologicamente, significa: μαιευτικη [maieutike] = “arte de partejar, parir”

Reminiscência 2

Lembrança de uma verdade que, contemplada pela alma no período de desencarnação (entremeio que separa
suas existências materiais), ao tornar à consciência, evidencia-se como o fundamento de todo o conhecimento
humano.

(Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)

3
Dialética
Processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos com a busca da verdade, por meio do qual a
alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou ideias.

(Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)

Pólis 4

O mesmo que cidade-estado. Na Grécia Antiga, era um pequeno território localizado geograficamente no ponto
mais alto da região, e cujas características equivaliam a uma cidade.

Seu surgimento foi um dos mais importantes aspectos do desenvolvimento da civilização grega. Constituída por
um aglomerado urbano, abrangia toda a vida pública de um pequeno território e, geralmente, encontrava-se
protegida por uma fortaleza.

Disponível em: https://www.significados.com.br/polis <https://www.significados.com.br/polis> .


Acesso em: 20 jun. 2018

Método peripatético 5

Doutrina cujo nome deriva de perípato: alameda dos jardins do Liceu (escola filosófica fundada por Aristóteles,
onde ministrava suas aulas caminhando). Ao longo do tempo, o método se difundiu e passou a designar todo
aquele que tem o hábito de ensinar dessa forma.

Caracteriza-se pela diversidade e complexidade temática – sistematização e aperfeiçoamento de todos os


saberes de seu tempo – com profunda influência sobre o desenvolvimento posterior da cultura ocidental.

(Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)

6
Ostracismo

Lei que punia politicamente o cidadão que elaborasse projetos públicos em proveito próprio, condenando-o à
expulsão ou ao exílio por 10 anos.

7
Paideia

Na concepção de Platão (JAEGER, 1995, p. 147):

“[...] a essência de toda a verdadeira educação, [o] que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um
cidadão perfeito, [o que] o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”.

Pedagogo 8

Termo que surgiu na Grécia Clássica, advindo da palavra παιδαγωγός, cujo significado etimológico é “preceptor,
mestre, guia, aquele que conduz”. O paidagogo (paidagōgós) era o condutor que guiava a criança e o jovem
até o local de ensino, ou seja, em direção ao saber.

Retórica 9

A arte da eloquência, a arte de bem argumentar; arte da palavra.

(Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa)

Gineceu 10
Local da casa reservado aos afazeres domésticos.

11
Licurgo

Legislador que também organizou o Estado espartano, fundamentado no militarismo.

12
Casernas públicas

Edifícios ou alojamentos para moradia de soldados dentro de um quartel ou de um forte. Os espartanos viviam
nesses locais até por volta dos 45 anos, quando eram indicados para a reserva.

Adaptado de: Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.

13
Lácio

Região histórica da Itália Central.

14
Pater familias

O mesmo que “pai de família” – mais elevado estatuto familiar da Roma Antiga (sempre uma posição
masculina).

Quintiliano 15

Orador e professor romano de retórica.

16
Lei das XII Tábuas

Antiga legislação que estava na origem do Direito romano e que formava a essência da constituição da
República de Roma, bem como do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta).

Disponível em: http://www.stf.jus.br <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?


servico=bibliotecaConsultaProdutoBibliotecaSimboloJustica&pagina=tabuas> . Acesso em: 20 jun.
2018

Eloquência 17

Na concepção romana, a arte do dizer.

Referências

ARANHA, M. L. de A. História da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2000.

JAEGER, W. Paideia. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

MANACORDA, M. A. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 12. ed. São Paulo: Cortez, 2006.

SOUZA, N. M. M. (Org.). História da Educação: Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna, Idade
Contemporânea. São Paulo: Avercamp, 2006.

Próximos Passos

Patrística, escolástica e Renascimento: equilíbrio entre fé e razão;


Influência da Filosofia na educação da Idade Média: Platão e Aristóteles;
Artes liberais herdadas da Antiguidade Clássica: Trivium e Quadrivium.

Explore mais

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aprendizagem.

Leia os textos:

O ensino em Roma;
<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/escola/ensinoroma/index.htm>
História da Educação – período grego <http://www.pedagogia.com.br/historia/grego.php> .

Assista ao vídeo:

Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes e Rousseau <https://www.youtube.com/watch?


v=b6dCnMwmB0A&t=12s> .

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