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Projeto Banda Larga

Euphonium
&

Tuba
Apostila de Estudos
Professor: Eduardo Guimarães
Breve História
Bombardino (Euphonium) e Tuba
projeto BANDA LARGA

Antes de contar a história desses instrumentos, vou falar um pouco sobre a diferença entre eles.

Os instrumentos de metal apresentam campanas com formatos aproximadamente cilíndrico ou cônico.


O Trompete e o trombone aproximadamente são 2/3 cilíndricos, apresentando um som brilhante. A tuba é
aproximadamente 2/3 cônica, possuindo um som cheio e jovial. O bombardino tem o som parecido com o
da tuba (só que menos grave) enquanto que o barítono tem um som intermediário (campana meio cônica,
meio cilíndrica) entre o bombardino e o trombone.

Os instrumentos musicais fabricados antes do século XIX não


possuíam o sistema de válvulas para
execução de várias notas, então eram
instrumentos de chave (oficlide), mais
simples só com furos (flauta), como a
trombeta, que só executa notas
fundamentais – Só tinha uma Série
Harmônica, ou com vara (trombone).
Mais os antecessores do barítono e do
bombardino são a serpente e o
oficlide. A serpente (à direta), que
foi uma família de instrumentos
inventada por Edme Guillaume em
1590 na França, foi um dos primeiros
instrumentos de bocal e possuíam
vários integrantes - do mais agudo ao
mais grave. Em 1817, Jean Hilaire
Asté faz um aprimoramento na serpente e cria a família dos oficlides (à
esquerda). O nome oficlide vem do grego ophis (serpente) e kleis (serve
para fechar-chaves), ou seja, serpente com chaves.

Com o aparecimento das válvulas no século XIX (um pouco depois do oficlide por volta de 1830)
começa a aparecer os instrumentos que pareciam com o barítono moderno.

• À esquerda uma espécie de horn tenor


valvulado fabricado em 1860-1870 por John F.
Stratton em Nova Iorque.
• No centro outro horn tenor americano
R. Wurlitzer & Bro., Cincinnati. (esse já é mais
parecido com um barítono).
• Mais para direita temos um Sudrofone
barítono foi inventado por François Sudre em
Paris (parece um oficlide valvulado).

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Posições dos Pistos do Bombardino e Tubas comparados com as posições do Trombone:

Posição do trombone de vara Posição dos pistos A nota fundamental é abaixada em


1ª Solto ----------------------
2ª 2 ( Pressionado) ½ tom
3ª 1 ( Pressionado) 1 tom
4ª 1 e 2 (ou 3) ( Pressionado) 1½ tons
5ª 2 e 3 ( Pressionado) 2 tons
6ª 1 e 3 ( Pressionado) 2½ tons
7ª 1, 2, e 3 ( Pressionado) 3 tons

Antes de continuar com mais história, vamos analisar a disposição das válvulas nos metais. Olhando
o quadro acima, vemos que a 2ª válvula diminui a nota em 1/2 tom, a 1ª em 1 tom e a 3ª em 1 tom e 1/2.
Então a disposição seguindo está linha ficaria com a 1ª sendo a segunda e vice-versa. Mas não é o que
ocorre. Segundo as fontes que pesquisei, não se sabe o por que disto, só se sabe que é mais fácil colocar a
válvula menor no meio (acho que é só uma questão de estética).

Voltando para a história, começa um problema: quem é o pai do barítono e bombardino modernos?
Quando o filho é bonito, o que não falta é pai. Na Europa surgiram os verticais. Nos Estados unidos
surgiram os horizontais ou de marcha. Mas a tese mais aceita é a de que os dois vêm da família dos
saxhorns de Antoine Joseph, mais conhecido com Adolph Sax, o "inventor" dos saxofones (na verdade
o saxofone é um aperfeiçoamento do oficlide só que no lugar do bocal temos uma boquilha). Aqui é que
começa a confusão dos nomes, pois o barítono moderno é descendente direto do saxhorn tenor e o
bombardino do saxhorn barítono

Existe também uma versão italiana antiga, montado por Ferdinando Roth, em Milan, do barítono,
chamada de Flicorno, que é enquadrado como um membro da família dos saxhorns.

Flicorno

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Os Horns de Marcha
Os horns de marcha atuais são o melofone, o barítono de marcha e o bombardino de marcha.

Os horns de marcha são em sua maioria descendentes dos antigos horns de marcha americanos. Esses
foram desenvolvidos durante a Guerra Civil Americana por Allen Dodworth em 1838. Eles eram
colocados sobre os ombros e a campana ficava voltada para trás, como a banda ia na linha de frente, o
som ecoava para o toda tropa que a seguia. Abaixo a família completa.

Um outro modelo de horn de marcha é o Centennial (barítono de marcha em Bb) que foi lançado no
centenário da independência dos Estados Unidos, que foi concebido por Henry G. Lehnert em 1875.

Figura: O próprio Lehnert tocando o Centennial e o instrumento.

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Bombardino - (Euphonium)
O nome do instrumento provém da palavra Euphonium que significa “som bonito”. Assim é chamado
por ter o timbre mais suave e “redondo” que o do trombone. Usualmente tem 3 ou 4 válvulas e também é
conhecido como tuba tenor. A sua extensão é semelhante à do trombone e à do fagote, alcançando 4
oitavas.

O Euphonium é caracterizado por um timbre escuro, suave e delicado. O som do Euphonium se destaca
no meio de uma orquestra, por sua característica suave e madura.

Geralmente os Euphoniuns estão afinados em Si b e em Dó.

O Sistema de Válvulas
Até à segunda metade do século XVII, os instrumentos de metal tinham uma grande limitação, era o
fato de terem uma única série de Harmônica em cada instrumento. Se um músico tivesse de tocar uma
peça que estivesse na tonalidade de Sol Maior, ele teria que utilizar um instrumento que estivesse afinado
na tonalidade de Sol Maior. Para evitar que os músicos tivessem de carregar instrumentos nas várias
tonalidades ou dispositivos que alternassem a tonalidade, Helnrick Stozel e Friedrick Blushmel
inventaram o sistema de válvulas, possibilitando, num só instrumento, tocar uma escala cromática e fazer
transposições. A válvula é um dispositivo que, quando pressionado, desvia o ar, passando-o por um
pequeno tubo extra, que baixa o registo do instrumento; a 2ª válvula baixa no registo meio tom; a 1ª
válvula baixa um tom e a 3ª baixa um tom e meio. Com a série de três válvulas apenas, foi possível tocar
uma escala cromática, abaixo representada, pressionando as válvulas em sete combinações diferentes.

A 4ª válvula tem duas funções: a principal é o registo grave, a partir do Fá# o euphonista tem que usar a
4ª válvula. Esta também ajuda na afinação do Ré2 e Réb2.

O sistema compensado
O sistema compensado foi inventado pelo britânico David Blaikey em 1874, para que, no caso do
eufônio, possa-se tocar uma escala cromática afinada ao utilizar o registo grave. Nos eufônios de sistema
não-compensado, a 4ª válvula é a mais desafinada, sobretudo nas notas mais graves, em que estas chegam
a estar meio tom mais altas. Nos eufónios com sistema compensado, é possível tocar uma escala
cromática afinada. Esse sistema entra em ação quando o eufonista usa uma
combinação da 4ª válvula com outra(s). Ao pressionar a 4ª válvula, o ar é
canalizado de forma a passar por uma pequena extensão de tubo, baixando
ligeiramente a afinação, e assim, resolvendo o problema da afinação das notas
graves.

Pequena extensão do tubo por onde o ar passa


para baixar a afinação ( Sistema de compensação ou Compensado)

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Tuba
A tuba é o Instrumento mais Grave da família dos metais. Consiste num tubo cilíndrico recurvado
sobre si mesmo e que termina numa campânula em forma de sino. Dotado de bocal e de três a cinco
pistões, possui todos os graus cromáticos.

Existem tubas de vários tamanhos:Tuba tenor (também chamado de Euphonium), Tuba baixo e
contrabaixo. Desde o seu aparecimento, na primeira metade do séc. XIX, logo foi incorporado nas
orquestras sinfônicas.

Alguns elementos históricos


A tuba é originária do “oficleide”, uma trompa de chaves grave,
utilizada por volta de 1800, ainda antes da invenção do sistema de
pistões. Este instrumento começou a ganhar popularidade nas pequenas
bandas de metais da Grã-Bretanha, onde um antecessor do atual
Sousafone, chamado Helicon, era usado devido à sua portabilidade (mais
fácil de transportar).

Helicon

Helicons da cavalaria da Garde Républicaine francesa

Mais tarde, Richard Wagner utilizaria uma variante deste


instrumento (basicamente uma tuba baixo mas com um bocal de
trompa), razão pela qual surgiu a chamada Tuba Wagneriana. Em
1860, John Philip Sousa patenteou um novo tipo de tuba baseado
no Helicon, dando origem ao atualmente chamado Sousafone.

Tuba Wagneriana

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Por esta altura, os alemães Johann Moritz e Wilhelm
Wieprecht construíram o modelo de tuba que seria o percussor
do modelo mais utilizado hoje em dia. Desde esta altura, o
design e conceito geral da Tuba permaneceram inalteráveis, mas
diversas variantes foram sendo introduzidas, incluindo
instrumentos com 4, 5 e 6 pistões, pistões com válvulas
rotativas, Sousafones em fibra de vidro (para serem usados em
desfiles).

Tuba Atual

Atualmente, as tubas podem ser encontradas nas mais


diferentes formas e combinações. Assim, encontramos Tubas em
diferentes afinações (Sib, Do, Mib, e Fá), com campânulas desde
36 a 77 centímetros de diâmetro, voltadas para cima ou para a
frente, lacadas ou cromadas, com pistões normais ou com
válvulas rotativas (ou ambos), com 2 até 6 pistões etc. e a variedade é ainda maior se adicionarmos as
várias cambiantes dos Sousafones (como por exemplo o raríssimo Sousafone com 2 campânulas).

Nas bandas filarmônicas, cabe às Tubas o fundamental papel de suporte harmônico, uma vez que compõe
o naipe de instrumentos que atua no registo grave.

Tipos de Tuba

As Tubas, independente de seus tipos, podem possuir pistos ou rotores (válvulas), que abrem e/ou
fecham tubos metálicos e forma a alterar a circulação do ar advindo do sopro e conseqüentemente alterar
a sonoridade. As válvulas são encontradas com mais freqüência em Tubas grandes e profissionais e
facilitam a troca rápida de notas em músicas que exigem agilidade. Os Tubas menores normalmente são
utilizados por aprendizes ou em orquestras que não exijam muita agilidade.

A maioria das Tubas podem possuir 3 ou 4 pistos ou rotores. O 4o. pisto é utilizado para facilitar ao
músico adicionar uma oitava mais grave em seu repertório.

Os tipos de Tubas mais conhecidos são:

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Tuba de marcha

Nome dado a tubas com a tubagem horizontal, parecida com a tubagem de um trompete. É colocada
sobre o ombro esquerdo do executante, e foi concebida para facilitar o transporte em marchas.

Helicon

Nome dado a Tubas com forma circular, envolvendo o corpo do executante, e com a campânula dirigida
para a frente.

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Sousafone

O Sousafone é um instrumento também da família das Tubas de tamanho grande. Seu formato evoluiu a
partir do Helicon circular, mas a tubagem termina em “S” e a campânula (também dirigida para a frente)
é maior.

Tuba Sinfônica

É a tuba atual que usamos para tocar em Orquestras e Bandas de Concertos. Também usada para Solos.

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Sendo que as tubas usadas para solo são geralmente afinadas e Fá. Menores e com uma extensão
considerável.

Lavando o seu instrumento

Dizem que nós músicos somos “chatos” quando se diz respeito aos
nossos instrumentos. Na verdade nos somos “MUITO CHATOS” e com
razão, pois manter um instrumento em perfeito funcionamento e com suas
características originais de som não é fácil.

Amassados, sujeira e reparos muito profundos podem alterar estas


características e dificultar uma boa execução musical, também são
extremamente delicados e devemos levar em conta o valor sentimental
que desenvolvemos por eles.

Além de tudo isto ainda tem a parte de higiene que pesa bastante nestas
situações e por isto o músico não gosta de emprestar seu instrumento.

Levando em conta todos estes fatores, assim como os instrumentos de


madeira os metais também requerem cuidados para a manutenção,
prevenção e avarias. No caso dos metais damos algumas dicas de
conservação para o instrumento.

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Deve-se conhecer e pesquisar sobre os produtos específicos para cada tipo de acabamento tais como
prateado, niquelado ou laqueado.

Instrumentos prateados tendem a escurecer rapidamente, isto é um processo natural do acabamento que
tem reações em contato com o oxigênio e o suor de nossa mão, por isto é muito importante que após o uso
o instrumento seja limpo com uma flanela “de preferência específica para prata” para retirar as marcas
deixadas pelo contato com a mão.

Também se deve retirar toda a umidade interna do instrumento evitando que resíduos fixem na parte
interna do mesmo.

Nos casos de acabamentos laqueados e niquelados, são disponibilizados no mercado produtos


específicos para cada um.

Existem diversos tipos de óleos, lubrificantes e graxas para cada instrumento, não basta apenas colocar
qualquer produto nele, isto pode comprometer o bom funcionamento.

Uma profunda pesquisa sobre o assunto pode e deve ser feita pelo músico, e é interessante sempre
verificar as especificações e indicações dadas pelo fabricante, usar porque alguém disse que é bom não é
o suficiente. Na grande maioria dos casos os fabricantes disponibilizam estas informações em seus sites e
no próprio produto.

Importante:

• Os instrumentos de pistos, vêm de fábrica com uma lubrificação mais espessa como preventivo de
danos durante o transporte até destino. Por isso, deverão ser lavados antes da iniciar os estudos.

Faça também uma limpeza mais completa no mínimo a cada 3 meses, desmontando com cuidado e
lavando o instrumento.

Para este procedimento é importante lembrar algumas regras básicas que são: Preparar o local que será
utilizado para a manutenção, de preferência longe de crianças e em uma superfície plana e estável para
não correr o risco de derrubar nenhuma parte do instrumento.

É indicado utilizar água morna (30ºC a 40ºC) e sabão especial para metal ou sabão neutro, 10 a 15
partes de água para 1 de sabão.

Nos instrumentos de pisto, ao desmontá-los coloque sempre em ordem as peças e lave cada pisto
individualmente, a numeração está gravada no pisto e na parte externa dos tubos dos pistos os respectivos
números (1,2 3 e 4).

Lave os pistos com sabão neutro um a um. Não é preciso desmontar a parte interna dos pistos onde
estão localizadas as molas internas e guias. Tome cuidado para não bater, pois são peças de altíssima
precisão e qualquer deformidade impossibilitará retornar a peça ao seu local e caso ocorra algum
acidente, jamais tente recolocar o pisto no instrumento, leve a uma oficina especializada ou entre em
contato com a loja ande você adquiriu o produto. Efetue essa limpeza periodicamente para a higiene do
instrumento e um bom funcionamento.

Após a lavagem dos pistos lave as partes internas dos tubos utilizando o Flex cleaner.

Caso não se sinta confiante para executar essa tarefa procure sempre uma assistência técnica para ajudá-
lo.

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O corpo do instrumento também deverá ser lavado periodicamente durante a lavagem dos pistos. Para
isso use o Flex Cleaner com água na temperatura ambiente e sabão neutro. Em seguida seque com uma
flanela seca e nova para evitar arranhões na laqueação.

Escovas e hastes flexíveis são fundamentais para uma boa limpeza e adquirir estes acessórios é na
verdade investir no seu instrumento e em você mesmo. Certamente a boa manutenção aumentará
consideravelmente a vida útil do instrumento.

Após lavar e secar todas as peças deve-se certificar que toda a sujeira foi removida e só então a
lubrificação e montagem, verificar se cada parte está bem fixa, para não sofrer queda neste momento,
lembrando sempre de recolocá-los em suas posições originais. A inversão das posições impedirá a
execução do instrumento .

Evitar o consumo de alimentos quando estamos tocando é imprescindível, pois os resíduos irão
diretamente à máquina de pisto e pode causar sérios danos.

Os instrumentos de rotores precisam de uma atenção especial, a maquina de rotor só deve ser
desmontada por um técnico especializado, e caso tenha que lavar o instrumento faça a água passar no
sentido ao contrário ao do ar para que os resíduos não sejam empurrados para dentro do rotor, não
esquecendo de retirar toda a umidade do interior do instrumento após a lavagem.

Acessórios de Limpeza e Manutenção

Escova para bocais limpa o interior do bocal.


Mouthpiece Cleaner remove a sujeira e higiênica a parte externa do bocal.
Brass Soap sabão líquido para instrumentos de metais.

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Os polidores restauram o lustre do acabamento do instrumento. Polidor para laqueado, polidor para
acabamentos prateados e polidor para metais (Para niquelado ou metal sem acabamento).

Hastes de limpeza são ideais para limpeza de chave d’água de instrumentos de metal.

Vareta de limpeza e Flanela de polimento são ideais para remover sujeiras da parte interna da camisa
de pisto e tubos. Removedor de óleo e graxa remove o excesso de óleo dos pistos.

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Limpadores flexiveis tem uma escova no final do fio flexível e é revestidco com plástico, indicado para
limpeza em tubulações e locais difíceis de alcançar. Brass Soap é um sabão neutro específico para
limpeza do interior dos instrumentos de metal.

Cleaning Swab e Bocal Swab devem ser utilizados para retirar sujeira e umidade da parte interna dos
instrumentos e bocais.

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Nomenclatura

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Digitação Euphonium Bb e Tuba Bb

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