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PROCEDIMENTO DE MISTURA
RESUMO
ABSTRACT
Even with the precise control of the raw materials and admixtures proportions,
the ready-to-use rendering mortars still result in many types of pathologies, such as
cracking, superficial pulverulence, and others. These effects can be related with the
high sensitivity of the mortars to the mixing process due the addition of air-entrained
admixtures, commonly employed in these cementitious compositions. The energy of
mixture and the geometry of the mixer, are two characteristics that directly modify the
air incorporation in the mortars and, because of this, the mortars processed in
different equipments can have distinct properties of the materials applied. Thus, this
work evaluated the differences generated in the properties of three ready-to-use
mortars, processed in three mixers with different shear energy and volume
capacities. One of them was a laboratory planetary mixer, another was a central-axe
mixer (Consolid) and the other was a concrete mixer. The results show that the
alterations of the mixture time and energy caused great variations in the air
incorporation level and this directly reflects on the modulus of elasticity and tensile
strength flexure results.
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais Utilizados
O trabalho foi realizado com três argamassas de revestimento industrializadas
com as características físicas dos grãos ilustradas na Tabela I e distribuição
granulométrica apresentada no gráfico da Figura 1. Como os materiais foram
fornecidos por parceiros do Consitra (Consórcio Setorial para Inovação em
4
10
100
9 Arg.1
Arg.2 90
Distribuiçao acumulada (%)
8
Distribuiçao discreta (%)
Arg.3 80
7
70
6 60
5 50
4 40
3 30
2 20
1 10
0 0
0,1 1 10 100 1000 10000 0,1 1 10 100 1000 10000
Diametro das particulas (μm) Diametro das particulas (μm)
(a) (b)
Figura 1 – Distribuição granulométrica das argamassas utilizadas.
A massa específica real das matérias-primas foi medida por picnometria de gás
Hélio, em um equipamento Quantachrome – mod MVO 5DC. A quantidade de finos
e agregados e a distribuição granulométrica foi realizada em um granulômetro a
laser Mastersizer S, V. 2.19 – Malvern Instruments Ltd. - faixa de identificação: 50
nm – 3500 μm.
Procedimento de mistura
A mistura das argamassas foi realizada em três equipamentos com
capacidades distintas (dois deles comumente empregados em obra e um utilizado
em laboratório), conforme apresentados na seqüência.
o Argamassadeira de bancada tipo Planetária – Hobart: 2 kg de pó seco foram
utilizados para o processamento das argamassas, seguindo a norma técnica
5
Métodos de Ensaio
As argamassas foram avaliadas nos estados fresco e endurecido, e os ensaios
utilizados são descritos na sequência.
o Densidade e Ar incorporado: o ensaio foi realizado segundo a norma técnica
[12]
NBR 13278/02 , a partir da densidade real dos grãos (obtida por
picnometria de gás Hélio).
6
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização reológica
Conforme ilustrado na Tabela 1 e na Figura 1, as três argamassas
apresentam diferentes composições e utilizam diferentes teores de água para serem
processadas, de acordo com os teores indicados pelos fabricantes. Assim, as
características das três argamassas, após a adição de água, são distintas.
A partir de reometria rotacional pode-se quantificar essas diferenças, estando
os resultados apresentados na Figura 3, onde em (a) são ilustradas as “histórias” de
mistura e em (b) a estimativa das energias de mistura, quantificadas a partir da área
abaixo das curvas de torque vs tempo. Em destaque, em ambos os gráficos, são
apresentados os teores de ar incorporado nas argamassas.
7
8 800
Arg.1
7 Arg.2 691
700
Arg.3
500
4
400 370
3 306
300
Ar = 18,8%
2
Ar = 19,4%
Ar = 33,4%
Ar = 18,8%
200
Ar = 33,4%
1
100
0
0
0 20 40 60 80 100 120
Tempo (s) Arg. 1 Arg. 2 Arg. 3
(a) (b)
Figura 3 – Curvas de mistura das argamassas (a) e estimativas das Energias de Mistura, calculadas a partir das
áreas abaixo das linhas do gráfico de torque vs tempo.
1000
900 Arg. 1 18,8% 19,4%
800 Arg. 2
700 Arg. 3
600
Carga (N)
500
400
300
200 33,4%
100
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Deslocamento (mm)
Figura 4 – Resultados do ensaio squeeze flow. Em destaque são ilustrados os teores de ar incorporado em cada
argamassa.
Tabela 2 – Propriedades das argamassas, após mistura conforme a norma técnica NBR 13276/95 (0).
Ar incorporado Resistência Mecânica Módulo de elasticidade
Argamassa
(%) (MPa) (GPa)
Arg.1 18,8 1,78 ± 0,11 8,74 ± 0,74
Arg.2 33,4 1,48 ± 0,15 6,13 ± 0,06
Arg.3 19,4 4,11 ± 0,45 17,4 ± 0,20
o Ar incorporado
Os gráficos apresentados na Figura 5, ilustram as variações nos teores de ar
incorporado nas argamassas após os diferentes tempos de mistura. Em (a) são
ilustrados os resultados da mistura na argamassadeira de eixo central e em (b) os
resultados dos teores de ar após a mistura na Betoneira. As linhas tracejadas
11
45
40
35
Ar incorporado (%)
Norma - Arg.2
30
25
Norma - Arg.3
20
Norma - Arg.1
15
Consolid
10
45 0 2 4 6 8
Arg.1 Tempo de mistura (min)
40 Arg.2
30
25
Norma - Arg.3
20
Norma - Arg.1
15
Betoneira
10
0 2 4 6 8
Tempo de mistura (min)
Figura 5 – Variação dos teores de ar em função do tempo de mistura. Em (a) são apresentados os resultados
para a mistura na argamassadeira Consolid e em (b) para a Betoneira
geradas durante a mistura, foram as variáveis que interferiram nas propriedades das
argamassas após o endurecimento.
60
Arg.1 - 16,25%
50 Arg.2 - 15,25%
Porosidade do cp (%)
Arg.3 - 13,25%
40
30
20
10
y = 0,99x
R² = 0,93
0
0 10 20 30 40 50 60
Ar incorporado + Volume de água (%)
Figura 6 – Estabilidade do ar durante a moldagem. No eixo y são apresentados os valores do teor de ar
incorporado acrescido do teor de água utilizado em cada argamassa
6
Arg.1
Tração na Flexão em 3 pts (MPa)
Arg.2 (a)
5
Arg.3
0
25 10 15 20 25 30 35 40 45
Ar incorporado (%)
(b)
Módulo de Elasticidade (GPa)
20
15
10
0
10 15 20 25 30 35 40 45
Ar incorporado (%)
Figura 7 – Módulo de elasticidade (a) e resistência mecânica (b) das argamassas após cura por 14 dias (7 dias
em câmara úmida e 7 dias em câmara seca). As linhas tracejadas indicam os valores obtidos nos ensaios
normalizados
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CONSITRA, FINEP e HABITARE pelo apoio
durante a realização do trabalho.
16
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____. Argamassa para Assentamento em Paredes e Revestimentos de Paredes e Tetos -
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